SWIMRUN PORTUGAL | AGOSTO 2020
TRAINING CAMPS
treino no zêzere
Treino/reconhecimento do Zêzere, ou como apaixonar-se pelo SwimRun? Três SwimRunistas com níveis e expectativas muito diferentes, vieram treinar com a SwimRun Portugal. A primeira, Karine VIE, mal sabe nadar mas gosta de trail e de acompanhar os filhos e o esposo nas aventuras desportivas deles para partilhar e perceber melhor e mais intensamente o que eles sentem. A segunda, Catarina de Brandão Barroca, é treinadora de Sup paddle, pratica surf, nada bem e adora estar na água. Descobriu há um ano o BTT e o trail com o objetivo de se preparar melhor para as provas de Sup paddle. Duas amigas completamente diferentes a nível desportivo, reunidas pela versatilidade do SwimRun. Por fim, a Alexandra Martinho, atleta de triatlo do Alhandra Sporting Club.
Karine VIE Eu nunca estive muito à vontade na água. Uma vez quando era muito nova quase me afoguei. Desde então, fiquei com medo da água. Apenas aprendi a nadar aos 13 anos, em Espanha num piscina. O que explica o facto de me sentir segura apenas em piscina. Praticar SwimRun foi para mim uma catarse, uma forma de ultrapassar os meus medos e limitações impostas por estes medos. Depois de acompanhar a Pauline no SwimRun de Monsaraz em maio 2019, e de assistir à prova dela, fiquei simplesmente encantada. Eu que já adorava o Trail, ver que os participantes tinham a oportunidade de nadar de vez em quando e desta forma refrescar-se pareceu-me uma ideia genial. Cometi o “erro” de dizer à TeamVie que gostaria de experimentar. Dito e feito! Fui embarcada: treinos de natação 3 vezes por semana, para além dos treinos de corrida. Em setembro 2019, realizei o meu primeiro treino de SwimRun em Setúbal. Fui para lá cheia de medo. Na altura nadava apenas bruços e não conseguia fazer mais de 25 metros de crawl. No 38 | Publicação Swimrun Portugal #2
entanto, o treino reconfortou-me. O percurso e as distâncias eram bem pensadas. Mesmo sendo a última do grupo, todos, nadadores e staff (canoas, e orientadores...) Foram tão pacientes, atenciosos e descontraídos que pude treinar sem pressão e considerar fazer uma prova de SwimRun. Em março, estava na linha de partida do SwimRun dos Açores. Ondas, correntes, frio dentro e fora de água, e uma hipotermia. A aventura acabou com um DNF rico em aprendizagens para nós todos. Para ter esperança de acabar um SwimRun, iria ter que rever toda a estratégia de treino e melhorar se possível a técnica. Mas o medo de nadar no mar , ainda presente, já não era maior do que a minha força de vontade. Depois chegou o COVID… A impossibilidade de treinar em piscina pôs em evidência, um problema maior: a diferença de nível e a angústia de ficar sozinha em águas abertas. A solução a mais evidente, e completamente em acordo com o espírito do SwimRun, era tentar nadar em dupla. Mas ainda era preciso encontrar alguém que nadasse bem e em quem tivesse confiança suficiente, mas que quisesse renunciar a uma dupla do seu nível ou a uma prova solitária. A decisão