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RAFAELA PECHANSKY
Publisher
JÚLIA CORRÊA Editora
BRUNO MIGUELL DesignerLIZIANE KUGLAND Revisora
ANTÔNIO AUGUSTO Revisor
Capa Filipa Pinto | Foresti Design Página da loja Lais Holanda Impressão Impressos Portão
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Leia até a página 66
O maior trauma da vida de Chloe ressurge vinte anos após sua vida virar de cabeça para baixo. E como se não bastasse um jornalista querendo mexer nessa parte de sua história, uma garota desaparece, trazendo mais memórias à tona. Estamos apenas começando, vamos continuar a leitura?
Leia até a página 130
O corpo de Aubrey é encontrado e, pouco tempo depois, outra menina some — Lacey, que era paciente de Chloe. Os acontecimentos estimulam ainda mais as memórias da psicóloga, que relembra o modus operandi do seu pai e da primeira vítima dele. Aaron, testando os limites da protagonista, vai até a clínica onde sua mãe está internada. Que tal comentar o que está achando do livro no nosso app?
Leia até a página 187
Presente e passado parecem, cada vez mais, uma coisa só. Mais um corpo é encontrado, e tudo indica que o assassino em série que aterroriza Baton Rouge está imitando Richard Davis. Além disso, o pai de uma das garotas mortas pelo pai de Chloe aparece em sua casa para instalar um sistema de segurança. Que encontro tenso! Será que ele está envolvido nos assassinatos?
Leia até a página 245
E parece que Chloe estava errada sobre Bert Rhodes. No entanto, cada vez mais, parece que Daniel tem algo a ver com os assassinatos — o colar escondido no armário foi de arrepiar! Além disso, Mona está dando sinais de que sabe de algo de que as outras pessoas ainda não têm conhecimento. Uma das meninas assassinadas, Aubrey Gravino, fazia parte da família dona do local da festa de casamento de Chloe e Daniel, deixando cada vez mais claro que os crimes e suas vítimas não são uma coincidência. Já passamos da metade do livro, falta pouco para descobrirmos quem é o culpado dessa história.
Leia até a página 305
A conversa com a mãe de Daniel faz com que mais suspeitas recaiam sobre o filho. O anel que ele havia dado a Chloe pertencia a sua irmã, que está morta. Além disso, Chloe encontra recibos que sugerem que seu noivo esteve visitando seu pai na prisão. A filha de Shannon, Riley, some, mas é encontrada com vida por Chloe na casa em que a psicóloga morou na infância, junto de Aaron. Será que ele era um farsante?
Leia até a página 347
Chegamos ao final do livro! E o assassino em série esteve diante de nossos olhos o tempo inteiro. O que vocês acharam dessa história?
Uma centelha na escuridão pode ter terminado, mas a experiência não!
Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ao lado e escute o episódio de nosso podcast dedicado ao livro do mês. No aplicativo, confira também a nossa agenda de bate-papos.
Elaborada pela designer Filipa Pinto, do estúdio Foresti Design, a capa propõe uma síntese do livro do mês, jogando com a ideia de pontos de luz na escuridão. A penumbra acaba por acentuar a atmosfera sombria e misteriosa do romance de Stacy Willingham. No Brasil, fevereiro vem acompanhado de altas temperaturas. Pensando nisso, além de convidá-lo para ler junto com a gente, queremos que você “beba da fonte” de grandes nomes da literatura: o mimo é um copo que irá homenagear autores presentes em nosso imaginário. São itens com capacidade para 330ml e imagens sortidas de Gabriel García Márquez, Agatha Christie ou Machado de Assis. Fique de olho e siga as recomendações: hidrate-se muito e não se esqueça de conferir a “informação ficcional” contida no rótulo!
“Uma história inteligente e emocionante [...]. A estreia de Stacy Willingham o manterá virando as páginas muito depois da hora de dormir.”
Karin Slaughter, autora de Ninguém pode saber “Espetacular.”
Daily Mail “Um desfecho surpreendente e verossímil.”
The Washington Post
Stacy Willingham apresenta um romance de estreia surpreendente, que se tornou um best-seller em tradução para mais de 30 idiomas. Com domínio narrativo, a autora lança o seu olhar para a filha de um serial killer, explora os seus traumas e a coloca no centro de uma investigação em torno de novos crimes ocorridos anos após a prisão do pai. O livro figurou na lista do Goodreads de mistérios mais aguardados de 2022 e recebeu diversos elogios na imprensa internacional.
Livro de estreia de Stacy Willingham mostra os traumas que acompanham a filha de um serial killer — e como eles podem ser reavivados a qualquer momento
Em seu romance de estreia, Uma centelha na escuridão, livro do mês da TAG Inéditos, Stacy Willingham desbrava o universo dos traumas. O personagem Richard Davis é um célebre serial killer que assassinou seis meninas em sua cidade natal, Breaux Bridge, na Luisiana. A localidade é conhecida por seus pântanos e bosques — propícios para o desaparecimento de pessoas. De fato, os corpos das garotas nunca foram encontrados, aparentemente perdidos nos pântanos da cidade.
O assassino foi condenado e preso quando Chloe Davis, sua filha e protagonista da história, tinha doze anos. Foi a partir dela que o culpado foi descoberto pela polícia: em um dos depoimentos, ela entregou uma caixa que achara no armário do pai, repleta de joias das desaparecidas, como prêmios que serial killers colecionam. O caso ficou notório e a família foi destruída — o irmão tornou-se possessivo em relação a ela, e a mãe adoeceu acentuadamente. Mas Chloe reconstruiu a sua vida.
Ela nos é apresentada, então, como uma psicóloga respeitada, noiva de um homem amoroso, Daniel Briggs. Eles se conheceram despropositadamente na rua, mas se apaixonaram a ponto de Chloe compartilhar com o rapaz todos os seus traumas familiares, expondo sua vulnerabilidade de maneira que nunca havia feito anteriormente. No entanto, ela não consegue se livrar da paranoia que a atormenta: com estresse pós-traumático devido à condenação de seu pai, ela é viciada em pílulas calmantes.
Um novo acontecimento tende a piorar a sua situação: quando os crimes de Richard completam vinte anos, mais uma garota que ela conhece desaparece. O comportamento paranoico, segundo Freud, diz respeito a um recalcamento que acontece depois que uma lembrança, não se sabe como, ocasiona desprazer. Esse desprazer é projetado em alguém próximo — o que acontece na narrativa com a insistente desconfiança que ela passa a ter de uma série de pessoas ao seu redor (e de quem nós mesmos passamos a desconfiar conforme avançamos na leitura do livro). Os fragmentos de lembrança que Chloe tem são substituídos por imagens análogas da atualidade. Curiosamente, muitos nomes passam batidos na mente da protagonista. A paranoia, nesse caso, é indubitavelmente um mecanismo de defesa que a cega para o que, de fato, está acontecendo. Mas, se Chloe é uma psicóloga renomada, como não percebe as peças que sua própria mente está tentando lhe pregar? A resposta é que ninguém está a salvo dos mais profundos traumas e como eles influenciam nossas percepções, como luzes na escuridão de nossa mente. Temos, sim, algo sombrio dentro de nós, algo sombrio que sai à noite. No entanto, enquanto o assassino usa da escuridão para machucar outros, a maioria de nós machuca a si mesma.
Chloe Davis: A personagem principal. Seu pai é Dick Davis, o serial killer de Breaux Bridge.
Cooper Davis: Irmão de Chloe Davis. Mais velho do que ela, assume uma postura protetora para com a irmã.
Daniel Briggs: Noivo de Chloe Davis e vendedor de produtos farmacêuticos. É um homem amoroso e cuidadoso com a noiva, mas viaja recorrentemente a trabalho.
Aaron Jansen: Repórter do New York Times que quer falar com Chloe Davis sobre seu pai. Ajuda a personagem principal na sua investigação paralela sobre os desaparecimentos.
Best-seller do New York Times e do USA Today, Stacy Willingham formou-se em jornalismo pela University of Georgia, com mestrado em escrita pela Savannah College of Art and Design. Antes de se dedicar à ficção, atuou como redatora de marketing. Mora em Charleston, na Carolina do Sul, e seus livros estão sendo traduzidos para mais de 30 idiomas. (Confira entrevista com a autora na página 12.)
Stacy Willingham fala à TAG sobre a concepção de Uma centelha na escuridão, detalha seu processo criativo e comenta o lançamento de novos livros de sua autoria
Chloe é uma personagem incrível — muito tridimensional, com falhas, dúvidas e traumas. Como foi o processo de desenvolvimento dela e dos outros personagens do livro? Sim, Chloe é uma personagem muito complicada. Tentei me colocar no lugar dela durante todo o processo de criá-la e imaginei que alguém que viveu um passado tão traumático provavelmente teria muitos sentimentos conflitantes em relação aos relacionamentos pessoais, bem como à sua própria autoestima. Eu constantemente me questionava: Como compartilhar DNA com um serial killer afetaria a maneira como me vejo? Eu poderia realmente me sentir uma boa pessoa sabendo quem me trouxe a este mundo? Eu me sentiria obrigada a ir além para proteger as pessoas e compensar os crimes de meu pai? Qual seria a sensação de olhar para uma vida inteira de memórias felizes e perceber que todas elas foram uma farsa ou uma mentira? Eu seria capaz de confiar em alguém depois disso — inclusive em mim mesma? Chloe foi, basicamente, minha tentativa de tentar responder a essas perguntas e criar uma pessoa que viveu algo traumático, mas dedicou sua vida a tentar superá-lo.
Depois de ler Uma centelha na escuridão, tive a sensação de que você era uma verdadeira fã de true crime, que acompanha livros e podcasts sobre assassinatos não resolvidos. Isso procede? Quando você percebeu que queria escrever um thriller psicológico? Sim, sempre me interessei por true crime e psicologia criminal. Cresci lendo e assistindo a histórias de mistérios de assassinato, sempre fui atraída por esse gênero, então, quando decidi que queria escrever um romance, sabia que seria algum tipo de suspense. Gosto sobretudo do processo de criar desorientações e desenvolver reviravoltas na história. A ideia de Uma centelha na escuridão surgiu quando eu estava
A ESTANTE DA AUTORA assistindo a um documentário sobre crimes reais um dia e mostraram uma imagem de Dennis Rader, um serial killer conhecido como BTK, levando sua filha até o altar em seu casamento. Essa imagem foi tão assustadora para mim que me fez querer explorar um serial killer através dos olhos de sua própria filha.
Eu fiquei muito curiosa com o desfecho, que foi totalmente inesperado. Você o tinha em mente desde o início? Ao mesmo tempo que a ideia em si é interessante para mim desde o início, não me sinto confiante para começar a escrever até ter uma boa reviravolta em mente também. Eu me permito a flexibilidade de mudar o final se a história exigir, mas preciso saber para onde estou indo e que pistas deixar enquanto escrevo.
Eu li que você está escrevendo mais um romance. Será outro thriller psicológico? Quais são seus planos para o futuro? Sim, estou escrevendo meu terceiro romance agora! Todos são thrillers psicológicos. O segundo, All the Dangerous Things, acaba de ser publicado nos Estados Unidos. O terceiro ainda está em andamento e será lançado em 2024. Meu plano para o futuro é simplesmente continuar escrevendo essas histórias enquanto os meus leitores permitirem.
O primeiro livro que leu: Acho que não consigo lembrar exatamente do primeiro livro que li, mas minha lembrança mais antiga de ler avidamente um romance é As bruxas, de Roald Dahl
O livro que está lendo: The Cloisters, de Katy Hays
O livro que mudou a sua vida: A sangue frio, de Truman Capote
O livro que você gostaria de ter escrito: A trama, de Jean Hanff Korelitz
O último livro que a fez chorar: Somos os que tiveram sorte, de Georgia Hunter
O último livro que a fez rir: Sign Here, de Claudia Lux
O livro que dá de presente: As garotas, de Emma Cline
O livro que não conseguiu acabar: Sou uma “finalizadora” crônica de livros, mesmo que não esteja gostando. Não consigo não terminar um livro. Eu preciso saber como a história acaba!
O true crime, além de marca lucrativa do pop, é um espelho dos nossos fantasmas
Oque a influenciadora Kim Kardashian e a historiadora Hallie Rubenhold têm em comum? À primeira vista, você poderia estranhar uma conexão entre pessoas de profissões tão diferentes, mas ela existe — é o true crime. O gênero que conta histórias de crimes e principalmente assassinatos é uma das grandes forças culturais contemporâneas. Há décadas, a literatura, o cinema e a TV têm ajudado a moldar o imaginário popular sobre o que acontece à margem do pacto social “não matarás”. No entanto, é hoje que o true crime está no ápice, em decorrência do sem-fim de produções nas plataformas digitais. Na entrevista concedida à TAG (leia na página 12), Stacy Willingham, autora de Uma centelha na escuridão, revela ser uma grande consumidora do gênero. Kardashian lançou no ano passado um podcast sobre um homem preso, talvez injustamente, pelo assassinato de três pessoas. Por meio de Bad Women, Rubenhold dá dignidade às mulheres assassinadas pelo serial killer Jack, o Estripador na Londres vitoriana. O podcast faz provocações metalinguísticas: para a historiadora, o mercado do true crime teria feito de Jack, cuja verdadeira identidade até hoje não foi descoberta, uma espécie de mito glamouroso, o que teria soterrado a biografia das vítimas, assim as desumanizando ainda mais.
No Brasil, não tem sido diferente. Pacto brutal — o assassinato de Daniella Perez,
série documental da HBO Max, trouxe à tona aspectos menos conhecidos da morte da atriz. A mãe de Daniella, a autora de telenovelas Gloria Perez, decidiu fazer sua própria investigação quando se viu insatisfeita com a da polícia e com a cobertura da imprensa. Pacto brutal é uma das séries mais comentadas de 2022 — e o sucesso fez o streaming encomendar mais uma, desta vez centrada no caso de Henry Borel (menino morto no Rio de Janeiro em 2021). As produções vêm na esteira do sucesso de “O caso Evandro”, temporada do podcast Projeto Humanos adaptada ao audiovisual pela Globoplay.
“Em muitas dessas histórias, a justiça é feita no fim e isso é um grande atrativo para as pessoas”, analisa Jean Murley, pesquisadora e autora do livro The Rise of True Crime: 20th-Century Murder and American Popular Culture (Praeger, 2008). A catarse que os consumidores buscam é a recompensa vinda após sentirem tanto horror, medo e nojo — a ordem é, em alguma medida, restaurada. “Você é assegurado de que as instituições funcionam e, na verdade, está a salvo. A polícia pega o assassino, ele é julgado e punido.”
As raízes do true crime, diz Murley, provavelmente estão nos Estados Unidos do século 18, quando confissões de criminosos a figuras religiosas, como pastores, eram escritas e distribuídas em panfletos. Os pastores davam sermões contando o que os assassinos fizeram e as motivações deles. Com o passar do tempo, diferentes maneiras de narrar assassinatos se transformaram no aparato mercadológico e multimídia que temos hoje à mão.
Em 1924, a revista True Detective começou a chegar às bancas, trazendo histórias de não ficção baseadas em documentos policiais. No fim
dos anos 1940, a publicação chegou a ser acusada de obscenidade em uma ação judicial, mas o juiz decidiu a favor da revista, argumentando que “o lixo de um homem é o tesouro de outro”. Na década seguinte, a True Detective não foi incomodada pelo macarthismo da época, como foram os quadrinhos, graças ao viés favorável à polícia que as histórias traziam.
Mas foi Truman Capote, com o inovador A sangue frio (1966), que inaugurou o true crime como o conhecemos. O escritor se valeu de técnicas da literatura para contar no livro-reportagem, de maneira envolvente e detalhada, a história do assassinato de uma família no interior dos EUA. Tornou-se um best-seller até hoje cultuado. Nas décadas seguintes, outros autores de renome fizeram do gênero sua casa, como Ann Rule (Ted Bundy — o estranho ao meu lado, 1980), Norman Mailer (A canção do carrasco, 1979, vencedor do Pulitzer) e Joseph Wambaugh (Tempo para morrer, 1973). Outros nomes sem o mesmo pedigree também fizeram boas contribuições, diz Murley, mas é importante ter em mente que o true crime também é usado por editoras que querem lucrar em cima dos casos, inundando prateleiras das livrarias com obras sensacionalistas feitas a toque de caixa e sem capricho.
“É uma questão de intenção e motivação. Se alguém quiser lucrar com crimes, pode fazer isso, mas, se alguém quiser explorar as grandes questões do gênero, como mortalidade, justiça, psicologia e moralidade, isso também é possível”, diz.
André Alves, psicanalista, escritor e pesquisador de comportamento e cultura, vê o sucesso do gênero como uma manifestação do impulso mortífero, o “Tânato” — algo que, segundo a teoria freudiana, é fundamental para a natureza humana. É o oposto do “Eros”, o impulso erótico que nos dá a força de vontade.
Nossa consciência faz a barragem de desejos e pulsões que a psique oculta e a sociedade castra. “Faz pelo menos duas décadas que temos [na mídia] o fetiche pelo espetáculo do real totalmente cru e visceral”, analisa. “Temos o gozo mortífero de ver algo horrível, mas não conseguimos parar de olhar. Nada é mais humano do que o crime, como diria [o psicanalista] Jacques-Alain Miller.”
São tempos de aversão à ambiguidade, diz Alves, em que o nosso mal interior pode ser projetado no outro. O gênero, portanto, pode ser ideal para quem procura, mesmo que inconscientemente, algo para corroborar a crença de que o mal está no outro — não à toa, a palavra “monstro” é recorrente no true crime. Ele exemplifica com a série Dahmer: um canibal americano , uma das mais vistas da Netflix, que leva a palavra Monster no título original, em inglês.
Por mais contraditório que isso pareça, tem uma distância confortadora entre o espectador e a verdadeira gravidade dos crimes dramatizados nessas produções, que são uma espécie de “experiência controlada” do mal. Essa pornografia da dor pode resultar em dessensibilização social, ele diz. O fato de grupos minorizados da sociedade, como mulheres, negros e os LGBTQIA+, serem vítimas frequentes desses crimes, como Dahmer mostra, nos diz como o absurdo pode virar algo natural.
As evoluções dos exames de DNA genealógico têm feito muitos arquivos mortos serem reabertos e finalmente resolvidos, o que os podcasts têm abordado, diz Jean Murley. É o caso de Stacey Lyn Chahorski, nos EUA. Desaparecida há mais de 30 anos, em setembro do ano passado, o FBI anunciou que ela na verdade foi assassinada por um homem. Trata-se do primeiro caso em que a tecnologia permitiu a identificação tanto da vítima quanto do criminoso. Foi tema do podcast True Crime BnB. A série documental The Jinx, da HBO, mostra o herdeiro Robert Durst confessando ter matado a própria esposa nos anos 1980.
De acordo com Murley, a atual leva de podcasts e séries também tem feito histórias de menor repercussão midiática tornarem-se objetos de estudo, bem como tem trazido novas perspectivas sobre o próprio gênero. Dahmer, por exemplo, mostra o quão afetadas são as famílias das vítimas pela curiosidade alimentada pelos meios de comunicação de massa, além de enfatizar quais vítimas têm ou não valor em uma sociedade atravessada por tantas desigualdades.
“Às vezes, o true crime nos traz a sensação de desfecho, de que tudo fica bem, e às vezes, não”, diz. “Também há a ambiguidade e as perguntas em aberto, a sensação de amedrontamento.”
Perguntas sobre Uma centelha na escuridão
1. Você gostou da escolha da autora em mostrar o ponto de vista da filha de um serial killer?
2. O que você achou da construção do mistério? Já imaginava quem era o culpado? Em sua visão, quais são os pontos fortes e fracos da narrativa?
3. Uma das personagens mais enigmáticas da história é Mona, mãe de Chloe e Cooper. Qual é sua visão sobre a trajetória dela?
4. O que você pensa do romance entre Chloe e Daniel? Gostou do desfecho dado pela autora ao casal?
5. Como você avalia a onda de consumo de narrativas true crime? Leia a matéria da página 15 e discuta a questão.
Ambientado na Austrália do século XIX, o livro de março é uma jornada emocionante pela vida de três mulheres e pelas dificuldades que elas enfrentam em busca de redenção e liberdade em uma nova sociedade. Lançado em 2020, tornou-se um best-seller imediato e já teve os direitos adquiridos para a televisão.
Para quem gosta de: ficção histórica, narrativas emocionantes, personagens femininas fortes
A conexão improvável entre uma viúva e um polvo gigante é o mote do livro de abril. Sensível e emocionante, com uma trama sobre amizade e família, o livro tem nota 4,5 no Goodreads e esteve entre os finalistas do Goodreads Choice Awards 2022.
Para quem gosta de: personagens do mundo animal, livros feel-good, histórias familiares
“Trabalhamos na escuridão — fazemos o que podemos — damos o que temos. Nossa dúvida é nossa paixão, e nossa paixão é nossa tarefa. O resto é a loucura da arte.”
– HENRY JAMES