"No último verão da State Street" TAG Inéditos - Agosto/2024

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TAG — Experiências Literárias

Tv. São José, 455 – Porto Alegre, RS (51) 3095-5200 (51) 99196-8623

contato@taglivros.com.br www.taglivros.com @taglivros

Publisher Rafaela Pechansky

Edição e textos Rafaela Pechansky

Colaboradoras Laura Viola e Sophia Maia

Designer Bruno Miguell Mesquita

Capa John H. White / U.S. National Archives

Revisores Antônio Augusto e Liziane Kugland

Impressão Impressos Portão

Olá, tagger

Ambientado em Chicago durante os anos 1990, o livro deste mês da TAG captura a essência da vida em uma comunidade periférica marcada pela luta e pela resistência.

São temas que encontram eco na realidade brasileira, onde questões como desigualdade social e violência urbana são igualmente urgentes. Toya Wolfe, com sua prosa lírica e sensível, não apenas narra uma história sobre meninas que querem pular corda em paz (apesar desse fato, por si só, ser um excelente pontapé inicial), mas também ilumina questões sociais complexas e universais.

E essa é das forças mais importantes da literatura: uma história ter a chance de ganhar camadas adicionais de significado e ser motor de mudança. Nesta edição, convidamos você a mergulhar nas páginas de Toya Wolfe e suas personagens inesquecíveis.

Ótima leitura!

Experiência do mês

AGOSTO 2024

Seu livro além do livro: para ouvir, guardar, expandir, crescer.

A própria vida é uma citação

Mimo

Jorge Luis Borges escreveu: “A própria vida é uma citação”. No fundo, todo leitor é um pouco colecionador de citações. O mimo do mês é um caderno para você anotar aquelas que, de tão memoráveis, merecem ser eternizadas em um espaço próprio. Com uma curadoria de citações da TAG nas páginas, você também pode usá-lo para escrever anotações, ideias, levando ainda mais a literatura para o seu dia a dia.

Jorge Luis Borges PODCAST

Para quem sabe que o livro sempre rende boas conversas

Projeto

gráfico

A capa do livro, adornada com as vibrantes cores da cidade, retrata de maneira impactante a jornada de uma menina crescendo em Chicago. As cores intensas simbolizam tanto a vivacidade das amizades e experiências da infância quanto a dureza do ambiente em que a protagonista vive, um lugar onde a beleza da camaradagem e a brutalidade da violência coexistem, refletindo a resiliência e a esperança que permeiam a história.

Visite o app para saber mais sobre o livro e participar da comunidade

Para ajudar a embalar a sua leitura

©John
H. White / U.S. National Archives

sumário

Por que ler este livro

Bons motivos para você abrir as primeiras páginas e não parar mais

Universo do livro

Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês

Sobre a autora

Um retrato caprichado e uma entrevista com quem está por trás da história

Vem por aí

Para você ir preparando seu coração

Dor de amor? Dúvidas na vida? Nosso consultório literosentimental responde com dicas de livros 04 06 08 13 14 16

Da mesma estante

Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês

Madame TAG responde

“Um romance poderoso… trágico, esperançoso, transbordando amor, a estreia de Wolfe é uma conquista impressionante.”
New York Times Book Review

Por que ler este livro

Profundo e avassalador — perfeito para os fãs de Jacqueline Woodson e Brit Bennett —, o livro do mês é sobre o poder da amizade e da resiliência. Ambientado nos conjuntos habitacionais de Chicago durante um verão que mudou vidas, No último verão da State Street explora as consequências de uma cidade pautada por instituições racistas, ao mesmo tempo que aborda o poder restaurador de conhecer e reivindicar o próprio passado e as relações definidoras que constituem a pulsação de nossas vidas.

Universo do livro

Livros, séries, filmes que orbitam o livro do mês

1

NO ÚLTIMO VERÃO

DA STATE STREET

denuncia a gentrificação de bairros residenciais que ameaça comunidades inteiras, bem como o suspense

Quando ninguém está olhando

2

livro que se passa na cidade de Nova York, mesmo pano de fundo de Meu pai e suas apostas

6

musical que se passa na mesma cidade que o livro

NO ÚLTIMO VERÃO

DA STATE STREET, de Toya Wolfe

3

livro enviado pela TAG, escrito por Louise Meriwether, autora importantíssima para o movimento negro, da mesma forma que Toni Morrison

5

livro que aborda relações entre mulheres e toda a complexidade envolvendo a amizade feminina, bem como Chicago

4

escritora ganhadora do Nobel, que escreveu livros considerados precursores de histórias como

A amiga Genial

Para Chicago, com amor

Toya Wolfe, em seu romance de estreia, homenageia o lugar onde cresceu.

Lar é onde está o nosso coração, e o de Toya Wolfe está em Chicago. Uma homenagem ao seu bairro de origem — e certa comunidade perdida — é uma das formas de definir a relação de Toya com a obra do mês da TAG. Ainda que não seja autobiográfico, No último verão da State Street ressoa muito com a história da autora, que cresceu no Robert Taylor Homes, um conjunto habitacional público no sul de Chicago, bem onde vivem as protagonistas de seu livro. Como Fefe e Tonya, Wolfe vivenciou os últimos meses angustiantes antes da demolição dos prédios, em 2007.

Aos 43 anos, Wolfe é uma ex-pastora. Sim, sabemos como isso pode parecer esquisito. Apesar de amar escrever desde a infância, ela frequentou um seminário e depois ministrou em uma igreja Adventista do Sétimo Dia no sul da Califórnia, de 2011 a 2013. Ela voltou para Chicago para ficar perto da família após a morte de alguns familiares. Deixar a Califórnia foi doloroso, mas Wolfe estava com a cabeça em outro lugar: ela já tinha a ideia — e algumas páginas — de No último verão desde 2005. Foi quando entrou em um programa de pós-graduação em escrita criativa do Columbia College que alcançou a sua missão: terminar o livro e homenagear o lugar nostálgico que tem seu coração.

“Eu não escrevo com um objetivo específico em mente; eu apenas

tento contar a história”

No último verão da State Street explora a vida de quatro meninas navegando pela amizade, perda e identidade no contexto da gentrificação em Chicago. O que te inspirou a contar essa história em particular e com quais temas você espera que os leitores se identifiquem mais?

Esta história surgiu para mim através de uma série de histórias mais curtas que escrevi, e eu queria contar as histórias das pessoas da comunidade negra onde cresci. Tive a oportunidade de escrever sobre pessoas que raramente vejo na literatura, especialmente meninas negras que não são as crianças típicas; elas têm pensamentos, motivações e crenças que muitas vezes não são representados.

Sua protagonista, Fefe, enfrenta decisões difíceis e passa por um crescimento profundo ao longo do romance. Quais aspectos da jornada de Fefe você acha mais envolventes e que mensagem você espera que o arco do personagem dela transmita aos leitores?

Eu realmente gostei das cenas em que Fefe está com suas amigas. Quando estamos perto de pessoas que não são como nós, há um convite para exercitar a paciência, aprender com pessoas diferentes de você e aproveitar a presença dos outros. Espero que as pessoas reflitam sobre a escolha de Fefe de perdoar Stacia e considerem as pessoas em suas vidas que precisam de perdão.

O romance aborda temas como desigualdade racial, laços familiares e a resiliência do espírito humano. O que você espera que os leitores tirem dessas explorações nuançadas e como você acredita que a literatura pode servir como um veículo para comentário social e empatia?

Acredito que a literatura definitivamente cria uma oportunidade para as pessoas mudarem e crescerem, em muitas áreas. Eu não escrevo com um objetivo específico em mente; eu apenas tento contar a história e acho que as pessoas trazem suas próprias histórias e desafios para a literatura, e, se estiverem abertas a isso, os livros realmente podem mudar os corações e mentes das pessoas.

Apenas diga a verdade; a melhor escrita vem da vulnerabilidade.

Que lições ou experiências da sua própria vida e jornada de escrita influenciaram sua abordagem à narrativa e que conselho você daria a escritores aspirantes que desejam compartilhar suas próprias narrativas com o mundo? Apenas diga a verdade; a melhor escrita vem da vulnerabilidade. No momento em que você começa a se censurar, sua escrita se torna limitada e não tão bem desenvolvida e honesta.

Quanto tempo você levou para escrever No último verão da State Street? Como funciona o seu processo de escrita?

Trabalhei neste romance por mais de uma década! Eu começo escrevendo o que consigo ver, e é fora de ordem, mas essas cenas querem sair, e dessa forma, eu nunca tenho bloqueio de escritor. Quando fico sem fôlego e não consigo ver mais nada, organizo as páginas em cenas que pertencem ao início, meio e fim, depois escrevo as partes que faltam que conectam as cenas e, finalmente, tenho um manuscrito completo. Depois reviso isso muitas vezes!

MINHA ESTANTE

O primeiro livro que li: Killing Mr. Griffin, de Lois Duncan.

O livro que estou lendo atualmente: Moby Dick, de Herman Melville.

O livro que mudou minha vida: A Bíblia Sagrada.

O livro que eu gostaria de ter escrito: O olho mais azul, de Toni Morrison.

O último livro que me fez rir: The Letters of Shirley Jackson, editado por Laurence Jackson Hyman.

O último livro que me fez chorar: O meu livro!

O livro que dou de presente: Upon Waking, de Jackie Hill Perry.

O livro que eu não consegui terminar: Prefiro não dizer.

No próximo mês

Encontre as 9 PALAVRASque dão dicas do spoiler do próximo mês.

Segredo revelado! Em setembro, enviaremos o novo romance de Matt Haig. Sim, o autor do aclamadíssimo A biblioteca da meia-noite retorna à TAG — e os associados receberão aquele que é um dos lançamentos mais importantes do mercado editorial este ano.

Da mesma estante

Livros que poderiam ser guardados na mesma prateleira do livro do mês, para quem quiser continuar no assunto

“Transmitindo

SUAS APOSTAS

LOUISE MERIWETHER

A METADE PERDIDA, Brit Bennett

Intrínseca 352 pp.

As irmãs Vignes são gêmeas idênticas. Quando, aos 16 anos, resolvem fugir de casa, elas não fazem ideia de como isso vai alterar suas trajetórias. Mais de uma década depois, uma delas volta para a cidade natal — uma comunidade negra no sul dos Estados Unidos obcecada por novas gerações de pele cada vez mais clara —, e o choque não poderia ser maior.

MEU PAI E SUAS APOSTAS, Louise Meriwether TAG 152 pp.

Uma história poderosa e comovente sobre a busca pela dignidade e a luta contra adversidades intransponíveis. Louise Meriwether tece uma narrativa cativante, com elementos autobiográficos, que oferece um registro perspicaz da experiência de viver no Harlem dos anos 1930 sob o prisma de Francie, uma corajosa garotinha de doze anos.

GARANTA SEUS LIVROS AQUI:

Lá no site, além de aproveitar seu desconto de associado TAG, você tem mais informações sobre os livros — e muitas outras dicas!

AÇÚCAR QUEIMADO

,

Avni Doshi

Dublinense 272 pp.

Antara nunca escondeu o ressentimento que nutre pela mãe, que abandonou o marido para morar em uma comunidade mística e chegou a viver na rua, deixando a filha sempre à própria sorte. Quando a mãe começa a sofrer de demência e ter episódios de esquecimento, Antara se vê diante da indesejada responsabilidade de cuidar de quem jamais cuidou dela.

MINHA CASA É ONDE ESTOU, Igiaba Scego

Nós 160 pp.

Três primos, com três diferentes cidadanias, tentam juntar as memórias de toda a família desenhando o mapa da sua cidade de origem, Mogadíscio, capital da Somália. Quando Igiaba Scego, sentada àquela mesa, tem que desenhar o seu mapa pessoal, fica perplexa: ela não conhece a cidade onde sua família viveu antes de se mudar para a Itália.

Madame TAG responde

Querida Madame TAG, acontecerá na primeira semana de agosto o encontro presencial dos membros da empresa em que trabalho. Muitos de nós trabalhamos remoto. Tenho uma colega que vive no RS e foi por puro acaso/milagre que, pouco antes dos desastres ambientais devido às chuvas, ela decidiu ir visitar os pais numa região mais segura, e até hoje ela não teve como voltar para a casa. Tomara que neste encontro presencial promovido pela empresa (a propósito, trabalhamos com reflorestamento para combater mudanças climáticas), eu possa encontrá-la e dar um abraço. Quero muito presentear com um livro que possa trazer as palavras de conforto que nunca consegui dizer. Conto com sua sabedoria para escolher esse livro Madame TAG!

Querida leitora, preciso admitir que você me arrancou uma lágrima. Um acontecimento raríssimo! É muito nobre e sensível da sua parte querer oferecer palavras de conforto à sua colega em um momento tão difícil. Eu, madame TAG, sou gaúcha e acompanhei de perto as consequências dessa tragédia. E sabe o que fez muita diferença nesse momento? Ter a consciência de que eu, meus amigos e família não estávamos sozinhos. Espero que você consiga encontrar a sua colega e dar o sonhado abraço apertado. Além disso, presentear com um livro sempre é um gesto lindo, que pode ser uma maneira muito especial de demonstrar seu apoio e empatia. Pensando aqui com meus botões sobre sugestões que podem trazer conforto e esperança, alguns que me vêm à mente são: Cadê você Bernadette?, Ruína y leveza e Extremamente Alto & Incrivelmente Perto. O que esses livros têm em comum?

TAG — Experiências Literárias

Tv. São José, 455 – Porto Alegre, RS (51) 3095-5200

(51) 99196-8623

contato@taglivros.com.br www.taglivros.com @taglivros

Personagens que, em meio ao sofrimento (cada um, em cada livro, com as suas particularidades e contextos), encontram nas relações humanas um caminho vital para seguir em frente. São livros que oferecem uma sensação de calor, positividade e conforto, tornando-os perfeitos para sua colega, que vai apreciar imensamente esse abraço literário.

Publisher Rafaela Pechansky

Edição e textos Rafaela Pechansky

Colaboradoras Laura Viola e Sophia Maia

Designer Bruno Miguell Mesquita

Quer um conselho de Madame TAG?

Capa John H. White / U.S. National Archives Revisores Antônio Augusto e Liziane Kugland Impressão Impressos Portão

Escreva para madametag@taglivros.com.br

“Uma das armadilhas da infância é que não é preciso entender para sentir.”

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