Escola de contos erĂłticos para viĂşvas 1
fevereiro/2020 TAG Comércio de Livros Ltda. Rua Câncio Gomes, 571 | Bairro Floresta Porto Alegre - RS | CEP: 90220-060 (51) 3095-5200
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Redação Fernanda Grabauska Luísa Santini Januário produto@taglivros.com.br Revisão Caroline Cardoso Impressão Gráfica Eskenazi Projeto Gráfico Bruno Miguell M. Mesquita Gabriela Heberle Paula Hentges Kalany Ballardin design@taglivros.com.br Capa Tereza Bettinardi hello@terezabettinardi.com 2
Querido leitor, O livro que você recebe este mês tem um título que pode suscitar sentimentos diferentes em cada leitor. "Sério, TAG? Literatura erótica?" é uma das perguntas que podem ser feitas. E respondemos: muito embora esteja longe de nós impor preconceitos a qualquer tipo de literatura, Escola de contos eróticos para viúvas não é um desses livros. É uma obra sobre o poder da escrita na superação das adversidades; sobre um grupo de mulheres que consegue enxergar na escrita de histórias – algumas tão picantes quanto hilárias – uma ferramenta para escapar de uma estrutura religiosa machista, da alienação cultural que acompanha a imigração, um degrau em direção ao conhecimento e à independência. E esta revista traz um pouquinho disso tudo: você vai ler a respeito da cultura punjabi, que permeia a obra, e vai conhecer as motivações da autora do livro, a singapurana Balli Kaur Jaswal, para escrever a história que você lê este mês. Você também vai conhecer a fascinante a cultura da civilização punjabi e, por último, mas não menos importante, vai conhecer alguns títulos de literatura (essa sim) erótica. Assim como as viúvas do livro, a TAG também acredita que a escrita e a leitura são essenciais para a emancipação de cada um de nós. Esperamos que essa história amplie os seus horizontes e lhe faça valorizar ainda mais o poder de conexão da literatura. Boa leitura!
Sumรกrio
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As maravilhas da amizade
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Uma estranha no ninho
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Por dentro da cultura punjabi
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Viagem literรกria pelo Brasil
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Sensualidade, substantivo feminino
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A literatura asiรกtica
Este mês na sua caixinha O projeto gráfico do livro é inspirado nos padrões indianos conhecidos como paisleys, que reproduzem folhas estilizadas e curvadas, geralmente estampadas em lenços, xales e túnicas. De forma sintética, a capa utiliza esses elementos para trazer um tom de ambiguidade em relação ao título. O mimo do mês é composto de um incensário e um par de incensos com aromas de flor de laranja, que estimula a criatividade, e de sândalo, planta originária da Índia.
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As maravilhas da amizade Traduzido para 15 idiomas, Escola de contos eróticos para viúvas foi enviado pelo clube de livros da atriz e produtora Reese Witherspoon (Big little lies, 2017) e pelo The Girly Book Club. A obra já está em adaptação para o cinema.
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Simone de Beauvoir (1908–1986) já dizia que ninguém nasce mulher, torna-se. Balli Kaur Jaswal, autora do mês, mostra que a premissa da escritora e filósofa feminista, ainda que tenha sido concebida em meados dos anos 1950, ainda ressoa na atualidade. Resumidamente, Beauvoir entendia que o gênero feminino é produto de um conjunto performático: ao longo da história, cada cultura cria e reproduz modelos de comportamento que determinam a ordem social. Se, à primeira vista, o título de Escola de contos eróticos para viúvas desperta pudores, não se engane — a despeito de alguns trechos mais picantes, a obra narra a jornada de autodescobrimento de uma turma de personagens cativantes. Desafiadoras, elas precisam enfrentar seus padrões culturais e morais enquanto buscam a coragem para expressar a sua sexualidade — e, principalmente, para assumir as identidades e versões de si que sempre quiseram ser. Neste livro, você vai conhecer a história de Nikki, filha de imigrantes indianos vivendo em Londres. Dona de um espírito independente e contestador, a protagonista passou a maior parte dos seus 22 anos tentando se distanciar da sua origem sikh — e preferindo uma vida ocidental. Dividida entre os valores tradicionais da sua família punjabi e a inclinação em seguir pensamentos mais progressistas, ela larga a faculdade de Direito, para infelicidade dos seus pais, e começa a trabalhar em um pub. No entanto,
Southall, cenário do mês, é a casa de uma das maiores comunidades punjabi fora da Índia.
Experimente ler o livro do mês ao som de uma playlist exclusiva inspirada na história: http://bit.ly/ FevereiroIneditos
a morte repentina e inesperada do patriarca deixa a família desamparada financeiramente, e Nikki vê seu mundo desmoronar. As coisas parecem melhorar quando ela tem a oportunidade de ensinar escrita criativa em um centro de tradições punjabi em Southall, bairro londrino conhecido por abrigar grande população de imigrantes vindos da Índia e do Paquistão. Em seu primeiro dia como professora, porém, ela percebe que suas alunas, todas viúvas, não conseguem falar nem escrever fluentemente em inglês. Tudo muda quando uma das alunas encontra um livro de contos eróticos e compartilha com as colegas. A partir desse momento, Nikki compreende que, embora pertençam a uma realidade mais conservadora, essas mulheres também têm memórias, sonhos e desejos. Elas, então, transformam a aula em uma oficina de contos eróticos, na qual encontram um refúgio das amarras de uma cultura repressiva e se veem capazes de manifestar suas fantasias por meio da escrita e da literatura. No entanto, a popularidade das discussões ameaça o andamento do curso, que vira alvo de um grupo de homens autodenominado a "polícia moral de Southall". Com a presença deles, aumentam os boatos a respeito das misteriosas mortes de jovens moças locais. Intrigada, Nikki decide ir atrás de respostas, dando início a um escândalo que pode colocar todos eles em risco. Leve e divertido, o livro do mês retrata o poder da amizade e da união, propondo uma reflexão a respeito das implicações do patriarcado, da tensão entre as antigas e novas gerações, das relações familiares e do sentir-se estrangeiro e pertencente ao mesmo tempo. A sensualidade da narrativa vai comover o leitor, mas é o crescimento de Nikki que se destaca: Simone de Beauvoir ficaria impressionada com a evolução e a transformação da protagonista em uma mulher de fortes convicções apesar do conservadorismo que permeou não só a sua, mas a existência de muitas outras figuras femininas ao longo dos séculos. 7
Uma estranha no ninho
Fotografia: Susan Gordon Brown
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Nascida em Singapura e de raízes punjabi, Balli Kaur Jaswal cresceu nos mais diferentes locais devido à profissão do seu pai, que trabalhava para o Ministério de Relações Exteriores singapurano: Japão, Rússia, Austrália e Filipinas estão entre os países onde ela passou a maior parte da juventude. Mudar constantemente de lugar ao longo da vida foi justamente o que despertou em Balli a perspectiva de uma forasteira — o choque cultural provocou questionamentos sobre si mesma, sobre sua noção de pertencimento e sobre o significado de lar. Essa realidade, porém, apesar de adversa se analisada por alguns pontos de vista, inspirou a autora a representar em sua escrita a experiência de imigrantes e estrangeiros, aspecto importante em Escola de contos eróticos para viúvas. A literatura da escritora é marcada pela discussão de temáticas como identidade, dinâmica familiar, sexualidade, feminilidade, comunidade, e, principalmente, a diáspora punjabi — que se refere ao movimento de emigração de descendentes do Punjab para outras partes do globo. Em 2013 e 2015, respectivamente, Balli publicou Inheritance e Sugarbread, livros que contêm elementos autobiográficos e que contam a
história de famílias punjabi em Singapura. O primeiro recebeu o prêmio Sydney Morning Herald de 2014 por melhor escritora australiana, e o segundo ficou entre os finalistas do prêmio de ficção Epigram Books de 2015. Mas foi apenas com Escola de contos eróticos para viúvas que ela alcançou a crítica internacional — ao lado de Kevin Kwan, seu conterrâneo, Balli Kaur Jaswal é uma das vozes jovens mais proeminentes do país asiático e do cenário internacional. Nas próximas páginas, leia uma entrevista exclusiva com a autora para os associados da TAG.
TAG – Embora você tenha nascido em Singapura, Escola de contos eróticos para viúvas se passa em Londres e seus protagonistas são, na maioria, imigrantes indianos. Como você vê a reação do público à fusão ocidente/oriente no livro – e em seu trabalho em geral? Balli Kaur Jaswal – O mundo das personagens em Escola de contos eróticos para viúvas não é muito diferente do meu. Cresci em uma comunidade punjabi em Singapura como uma migrante de segunda geração. Entretanto, muito da minha escrita vem de se sentir tanto local quanto estrangeira tanto em minha cultura quanto em meu país, porque também me mudei muito com minha família. Penso que muitos leitores podem se relacionar ao sentimento de estar entre dois ou mais mundos, especialmente na nossa sociedade globalizada.
Dividida entre sua herança Punjabi e sua vida occidental, Nikki percorre um longo caminho para descobrir-se uma mistura dos dois mundos. Como o seu mundo se relaciona com o de Nikki? Acho que a jornada de Nikki espelha a minha de muitas maneiras. No pico da idade adulta, ela pensa que entendeu todo mundo, mas, ao mesmo tempo, sente-se um pouco perdida e instigada a encontrar 9
um propósito para a sua vida. Conhecer as viúvas começa como uma distração e um experimento de justiça social, mas acaba se tornando uma janela para sua identidade e seu privilégio. Uma das coisas mais valiosas que aprendi nos meus 20 anos foi que o feminismo tem caras diferentes para pessoas diferentes, e uma vez que entendi que todos começamos de lugares diferentes, o mundo ficou tanto mais fácil de entender quanto deliciosamente mais complexo. Essa é uma lição crucial para Nikki. Pode-se dizer que o fim do romance é o começo de Nikki.
Quando as viúvas começam a escrever histórias eróticas, o tabu disso entre a comunidade fica claro. O quão importante é falar sobre sexo na literatura? Ela tem a responsabilidade de tornar o assunto menos controverso, mais natural? Em comunidades conservadoras, é especialmente tabu que mulheres falem sobre sexo. O silenciamento tem um o efeito de tirar a independência em muitas outras áreas da vida da mulher. Há muito medo dos desejos femininos, e acho que remover o tabu é um passo a mais em direção à propriedade dos corpos delas. Escrever sobre isso me deu a chance de criar um maior protagonismo para mulheres que tiveram a igualdade negada em relação a seus maridos. Acho que a maior responsabilidade da literatura é contar histórias – Escola de contos eróticos para viúvas calha de ser uma história que confronta tabus e abre a discussão sobre a sexualidade feminina.
Escola de contos eróticos para viúvas é seu primeiro livro publicado no Brasil. Como você se sente sabendo que ele chegará a 25 mil pessoas de uma só vez? Me sinto honrada! Espero que os leitores gostem da história e que ela suscite discussões sobre a relevância desse assunto nas vidas de todos. 10
A estante da autora O primeiro livro que li: As bruxas, de Roald Dahl O livro que estou lendo: Milk teeth, de Amrita Mahale O livro que mudou a sua vida: O Deus das pequenas coisas, de Arundathi Roy O livro que eu gostaria de ter escrito: Estação onze, de Emily St. John Mandel O último livro que me fez chorar: Ask again, yes, de Mary Beth Keane O último livro que me fez rir: Minha irmã, a serial killer, de Oyinkan Braithwaite O livro que eu dou de presente: Persépolis, de Marjane Satrapi
Fotografias: Sharon Meador
O livro que eu não consegui terminar: Prefiro não dizer. O que faz um leitor abandonar um livro é muito subjetivo, e os autores precisam usar suas plataformas para apoiarem uns aos outros em vez de discutir o que não gostaram.
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Por dentro da cultura punjabi A palavra Punjab é composta de um conjunto de expressões persas — panj, que significa cinco, e āb, cuja tradução é água. Não à toa: séculos atrás, o Punjab era cercado por cinco rios – Jhelum, Chenab, Ravi, Beas e Sutlej. Após a independência da Índia, em 1947, a antiga colônia britânica foi repartida ao meio, dando origem ao território soberano do país e à criação oficial do Paquistão. Em consequência dessa mudança, o Punjab se tornou uma região fronteiriça entre as duas nações e tem sido foco de violência e de conflitos tanto territoriais quanto políticos e religiosos. Escola de contos eróticos para viúvas convida a uma imersão punjabi — embora se passe em Southall, distrito suburbano no oeste de Londres, o livro conta a história de protagonistas que emigraram do Punjab indiano em busca de novas oportunidades de vida. Isso não significa, no entanto, que elas tenham abandonado os seus costumes. Muito pelo contrário: a cultura dessas mulheres permeia todo o enredo da obra do mês. Você vai notar que as personagens demonstram grande apego ao idioma nativo. O punjabi integra um subgrupo de línguas indo-iranianas de natureza tonal: dependendo da entonação, a semântica das palavras assume diferentes interpretações. A grafia da linguagem é o Gurmukhi, desenvolvida por devotos sikh. Escritores recentes, como Rupi Kaur, homenageiam o Gurmukhi mesmo escrevendo em inglês — de origem punjabi, a autora canadense escreve inteiramente em letras minúsculas e só utiliza pontos finais como uma forma de honrar a sua ancestralidade. 12
PUNJAB
PAQUISTÃO
ÍNDIA No idioma punjabi, o termo sikh quer dizer “discípulo”: quinta religião monoteísta mais popular do mundo, o sikhismo é conhecido por pregar o princípio da igualdade. Idealizada por Guru Nanak (1469–1539) em meados do século XV, a fé tem elementos semelhantes aos do hinduísmo e do islamismo e segue os ensinamentos dos dez gurus que estão reunidos no livro sagrado dos sikhs, o Guru Granth Sahib ou Adi Granth. Ao longo de Escola de contos eróticos para viúvas, você vai notar a repetição de dois nomes que carregam um significado cultural: Kaur e Singh, ou, em punjabi, princesa e leão. Nem todos os personagens são parentes ou familiares, porém; no máximo, relacionam-se por meio da sua crença. O décimo e último porta-voz sikh, Guru Gobind Singh (1666–1708), estabeleceu o uso obrigatório de Kaur e Singh como sobrenomes, respectivamente, de todas as mulheres e homens iniciados na religião. Naquele tempo, essa mudança visava promover a união dos seguidores, bem como acabar com os sobrenomes que se referiam a determinadas classes sociais — o sikhismo rejeita, desde o seu surgimento, o sistema de castas indiano. Estima-se que cerca de 23 milhões de pessoas sejam adeptas da crença, concentradas especialmente na Índia e na região do Punjab; outros países do continente asiático, como Singapura e Malásia, representam uma parcela dessa população. Reino Unido, Estados Unidos e Canadá são os principais destinos ocidentais de sikhs. 13
Viagem literária pelo Brasil As férias de verão podem estar se aproximando do fim, mas o ano traz uma série de oportunidades de viagem para quem ama literatura. A TAG separou para você algumas das feiras literárias que acontecerão ao longo de 2020 em vários pontos do país. Veja nosso itinerário e programe-se!
PORTO ALEGRE (RS)
ARAXÁ (MG) 9ª Fliaraxá
13ª FestiPoa Literária A festa da literatura em Porto Alegre, casa da TAG, dura uma semana inteira. Em 2019, o evento homenageou Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista antirracismo. A FestiPoa conta com shows musicais, apresentações de teatro, saraus, debates e oficinas que se espalham por toda a capital gaúcha.
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Com o tema Arte, leitura e tecnologia, a Fliaraxá homenageia a brasileira Conceição Evaristo e o curador de janeiro da TAG Curadoria, o angolano José Eduardo Agualusa. Os patronos do festival, que acontece de 1º a 5 de julho, serão os dois centenários de 2020: Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto.
PARATY (RJ) 18ª Flip Desde 2003, a Festa Literária Internacional de Paraty propõe discutir literatura e arte em um espaço afastado dos grandes centros urbanos. Em 2020, a Festa homenageia a poeta norte-americana Elizabeth Bishop (1911–1979), uma escolha que dividiu o público e a comunidade literária. Assim como em 2019, a TAG vai fazer parte da festa. Na programação paralela, nossa casa vai se encher de conversas sobre aquilo que nos move: experiências literárias e tudo o que gira ao redor delas. A festa ocorre de 29 de julho a 2 de agosto.
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BELÉM (PA)
CACHOEIRA (BA)
10ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes “No momento em que a Amazônia está no centro das atenções mundiais por conta de uma forte crise climática e ambiental, é fundamental que os amazônidas tenham as suas vozes escutadas.” Essa é a premissa do evento de Belém do Pará, que chega à sua décima edição em 2020, sempre com a missão de discutir a literatura e a riquíssima tradição de oralidade brasileira.
Flica Autointitulada a “festa literária mais charmosa do Brasil”, a Flica é um evento gratuito que une discussões literárias a muita festa. O sucesso da junção, segundo a organização, contradiz o estereótipo sisudo do escritor: "vai ver eles gostam mais de festa do que se suspeitava”.
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Sensualidade, substantivo feminino Balli Kaur Jaswal não esconde a essência de Escola de contos eróticos para viúvas: a escritora já deixa claro, por meio do título, a existência de um debate moral a respeito da sexualidade feminina no decorrer da narrativa. Ao leitor que se interessar em buscar, para além da história do mês, outras leituras que transitem pelo erotismo e que provoquem reflexões sobre relações, desejos e prazeres humanos, elencamos sugestões de livros complementares — você pode encontrar todos eles na loja virtual da TAG. A curadoria é de Paula Taitelbaum, poeta, jornalista e coordenadora de Comunicação da editora L&PM. Assim como na escrita de Balli Kaur Jaswal, o sexo, o erótico e a representação da mulher estão presentes em grande parte da literatura da autora. Pequenos pássaros – Histórias eróticas (1979), de Anaïs Nin De origem francesa, Anaïs Nin (1903–1977) é uma das escritoras de ficção erótica mais lidas no mundo. As treze histórias deste livro, escritas na década de 1940 e publicadas de forma póstuma, trazem uma prosa delicada e envolvente, principal assinatura da autora: aqui, as mulheres encaram seus diversos anseios sexuais e fantasias.
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O útero é do tamanho de um punho (2012), de Angélica Freitas Segunda publicação da poeta gaúcha, a obra reúne poemas que subvertem conceitos conservadores, até mesmo ultrapassados, referentes ao gênero feminino. Uma das vozes mais prestigiadas da sua geração, Angélica Freitas ilustra os reflexos da contemporaneidade sem nunca perder o humor aguçado e a perspicácia. A casa dos budas ditosos (1999), de João Ubaldo Ribeiro Este é o quarto volume da série Plenos pecados, composta de sete livros dedicados aos pecados capitais. O romance do escritor baiano pode ser considerado uma introdução à luxúria — o autor não economiza nas descrições, que podem chocar leitores mais recatados. A vida sexual de Catherine M. (2001), de Catherine Millet Aos 18 anos e após perder a virgindade, Catherine Millet resolveu se aventurar: experimentou o sexo com diversos homens ao mesmo tempo, nos mais variados lugares, de clubes privados a beiras de estrada. Neste livro, a escritora e crítica de arte francesa detalhou pubicamente as minúcias das suas aventuras sexuais. Menáge à trois (2006), de Paula Taitelbaum Escrito pela curadora desta lista, este volume de Paula Taitelbaum engloba seus três primeiros livros: Eu versos eu (1998), Sem vergonha (1999) e Mundo da lua (2002). Todos são incursões pelas temáticas do feminino no sentido mais amplo da expressão: você vai encontrar discussões que vão do amor à maternidade, sempre com um toque de erotismo.
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A literatura asiática Composta de 50 nações e dividida em seis regiões, a Ásia é o maior continente do mundo. Balli Kaur Jaswal faz parte de uma geração de autores asiáticos que, apesar de muito diferentes, têm uma coisa em comum: escrevem sobre suas origens, tradições e culturas sem deixar de criar, ao mesmo tempo, histórias universais. Seja pela nacionalidade ou pela temática, conheça outras obras que se relacionam com Escola de contos eróticos para viúvas. Boas leituras! Outros jeitos de usar a boca (2014), de Rupi Kaur Filha de refugiados sikh, Rupi Kaur nasceu na região do Punjab e cresceu no Canadá. Conhecida como instapoet — ficou famosa após publicar poemas no Instagram —, aborda assuntos que vão de imigração e raça a gênero e sexualidade. A autora indicou Intérprete de males, de Jhumpa Lahiri, para a TAG Curadoria em setembro de 2019. Asiáticos podres de ricos (2013), de Kevin Kwan O autor nasceu em Singapura, assim como a autora do mês. Em seu livro de estreia, mostra o conflito entre os valores de famílias abastadas e os de jovens ricos que buscam mais independência e liberdade. Sátira dos luxos e relacionamentos singapuranos, a obra foi adaptada para o cinema em 2018. Todas as cores do céu (2018), de Amita Trasi Enviado em dezembro de 2018 pela TAG Inéditos, este livro faz um retrato emocionante e realista da Índia contemporânea. Aqui, as protagonistas sofrem as consequências do sistema de castas, mas é o forte sentimento de amizade e amor entre as duas que poderá vencer as barreiras da marginalização. 18
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“Por vezes a palavra representa um modo mais hábil de se calar do que o silêncio.” – Simone de Beauvoir
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