Sapiencia10

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Embora 80% das espécies vegetais existentes no planeta tenham sido estudadas morfologicamente pelos botânicos, classificandoas pela forma do caule, da folha, da flor e do fruto, apenas 5% destas espécies foram estudadas quimicamente e, com relação à atividade farmacológica, o número de espécies estudadas diminui consideravelmente. Considerando-se que, historicamente, os metabólitos secundários de plantas vêm sendo utilizados pela humanidade, como medicamentos, desde o início de nossa civilização, e que, nos dias atuais, mesmo com o grande desenvolvimento de drogas obtidas por síntese orgânica, eles continuam desempenhando um papel de destaque na saúde pública, torna-se fundamental o conhecimento da quí-

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mica e farmacologia das plantas utilizadas para estes fins. Dentro deste contexto, os Departamentos de Química, Bioquímica e Farmacologia, Microbiologia, Biofísica e Fisiologia e Biologia da Universidade Federal do Piauí vêm desenvolvendo, desde 1981, parcerias no sentido de contribuir para o conhecimento da constituição química e da ação farmacológica de plantas do cerrado piauiense, utilizadas na medicina popular e, desta forma, propõem a continuidade deste estudo, através de colaborações de pesquisadores de outras Universidades do Nordeste. Os pesquisadores, através do Programa Nordeste de Pesquisa e Pós-Graduação, deram início à criação de uma base de pesquisa

em Química e Farmacologia de Produtos Naturais que tem por objetivo realizar levantamento etnobotânico de plantas do cerrado piauiense; extrair, isolar e identificar constituintes de óleos essenciais e investigar seu potencial antimicrobiano, antiinflamatório, pró-inflamatório e sobre o Sistema Nervoso Central; verificar se o uso popular de plantas medicinais do cerrado, como antiinflamatórias, analgésicas e antimicrobianas é validado, através de testes farmacológicos com seus extratos hidroalcoólicos, além de realizar estudo sistemático sobre alguns componentes minerais e vitamina C presentes nas várias espécies. Além do caneleiro (veja página 5), outras espécies de plantas estão em fase avançada de estudos pelos pesquisadores da UFPI.

Foto: Acácio Véras

Estudo químico e farmacológico de plantas do Piauí

Dezembro de 2006 l Nº 10 l Ano III

ISSN - 1809-0915


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