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nº08 abr 2015 / jun 2015

Dos profissionais às instalações e equipamentos, o IC está focado no conhecimento, tecnologia e inovação para prestar assistência cardiológica de ponta, moderna e humanizada.

HISTÓRIA

RECONHECIMENTO

DETOX

Conheça a história, o contexto e significado de esculturas públicas de Porto Alegre.

Cardiologista Ivo Nesralla recebe Medalha do Mérito Farroupilha.

Dieta elimina toxinas e melhora o funcionamento e a comunicação entre as células.


revista

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REVISTA DO INSTITUTO DE CARDIOLOGIA FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Editores

Diretoria:

Alessa Flores e Alberto Beltrame

Dr. Ivo Nesralla Diretor Presidente

Jornalista Responsável

Dr. Nelson de Carvalho Nonohay Diretor Secretário

Alessa Flores (MTB 14312)

Dr. Nestor Daudt Diretor Financeiro

Textos

Dr. Carlos Antônio Mascia Gottschall Diretor Científico

Alberto Beltrame Alessa Flores Fernanda Dreier Fotos Sérgio Vergara Arquivo AL-RS Arquivo pessoal Divulgação Capa, Diagramação e Ilustrações Agência Sexteto Rua Ramiro Barcelos, 1796/301 Indepedência - Porto Alegre | RS 51 3211.0727 www.agenciasexteto.com.br Circulação – trimestral Edição 08 – Ano 04 Abril /Junho 2015 Abrangência: Brasília, Porto Alegre e interior do estado do Rio Grande do Sul. Mande suas sugestões, críticas e elogios para imprensa@agenciasexteto.com.br ENVIE SUGESTÕES E AJUDE A COMPOR ESTA REVISTA. ELA TAMBÉM É SUA.

Conselho Diretor: Dr. Marne de Freitas Gomes Dr. Roberto Barros Benevett Dr. Renato Karam Kalil Dr. Domingos Vitola Dr. Rogério Eduardo Gomes Sarmento Leite Dra. Lúcia de Fontoura Osório Dr. Alberto Beltrame Enfº Jaime André Schmitz Sr. Aramy Pereira da Silva Conselho Fiscal: Dr. Júlio César Tavares da Silva Dr. João Ricardo Michellin Sant’Anna Dr. Guaracy Teixeira Filho Superintendente Geral: Dr. Alberto Beltrame Hospitais da Rede: INSTITUTO DE CARDIOLOGIA PORTO ALEGRE Aramy Pereira da Silva Administração Dra. Lúcia de Fontoura Osório Área Técnica HOSPITAL DE ALVORADA Dr. Roberto Barros Benevett Administração Soraya Colares Malafaia Área Técnica HOSPITAL PADRE JEREMIAS CACHOEIRINHA Dr. Roberto Barros Benevett Administração Dra. Luciana Ramos dos Reis Área Técnica INSTITUTO DE CARDIOLOGIA HOSPITAL VIAMÃO Fernando Becker Administração Dr. João Almir Camargo Jorge Área Técnica INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DISTRITO FEDERAL Dra. Núbia Welerson Vieira Superintendente Dra. Naiara Porto Diretora Médica

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VIDA PLENA

O Bloco dos Transplantados no Carnaval de Porto Alegre.

NOS CORREDORES DO INSTITUTO Conheça os responsáveis pelo seu conforto.

MOVIMENTO

Como cuidar da saúde das crianças com muita diversão.

COMPORTAMENTO Como os novos hábitos digitais influenciam a vida dos jovens.

ESPECIAL

A tecnologia no cuidado aos pacientes do Instituto.

ATITUDE

Uma homenagem a uma vida dedicada à cardiologia e à cultura.

CARDIOCARE Fé na saúde.

CONSULTÓRIO

Respostas sobre o cuidado com o coração.

CULTURA

Os monumentos que fazem parte da paisagem de Porto Alegre.

TESTE

A sua tristeza pode ser depressão?

COMA BEM Dietas desintoxicantes.

PERFIL

Adib Jatene: o maior cirurgião cardíovascular do Brasil.


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amplitude

EDITORIAL

Um

Verdadeiro

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m dos artigos deste número da revista Amplitude nos fala de espiritualidade e temos também uma matéria sobre nosso inesquecível Professor Adib Jatene. Pensando bem os assuntos de correlacionam já que Prof. Jatene era um exemplo de ser humano, um mestre completo. Homem/matéria/coração/ espírito. Minha experiência pessoal é semelhante a célebre frase de Pasteur que diz: “ Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima.” Me emociono em falar sobre o Prof. Jatene, meu professor. Entre os assistentes do professor Zerbini, ele em especial teve contribuição significativa e marcante na história da cirurgia cardíaca brasileira. Discípulo e auxiliar de Zerbini em cirurgias, Adib Jatene começou como instrumentador e depois foi responsável por cuidar da circulação extracorpórea. E é daí que vem sua grande importância para o desenvolvimento da subespecialidade no Brasil – podemos até mesmo chamá-lo de engenheiro da cirurgia cardíaca, porque era da cabeça dele que saíam as inovações

Mestre no que se refere à instrumentalização e tecnologia, era ele quem adaptava as máquinas importadas à realidade da cirurgia cardíaca brasileira.

Além de um grande cirurgião, ele também foi um excelente pesquisador e um incansável inventor: sua inestimável mente criativa e engenhosa foi responsável pela criação de máquinas que mudaram a história da cirurgia cardíaca brasileira, como o primeiro aparelho coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas de São Paulo. Precoce e de incomparável talento para o ofício, Adib Jatene tinha 32 anos quando, em 1961, foi indicado pelo professor Zerbini para engajar-se ao Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Lá, ele foi responsável por reunir, capacitar e desenvolver um grupo de cirurgiões que, mais tarde, se espalhou por todo o Brasil e foi responsável pela expansão da cirurgia cardíaca em suas terras. Desbravador e extremamente convincente nas suas argumentações, Dr. Adib conseguia fazer com que todos os que estavam a sua volta

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aderissem às suas ideias. Por meio de todas essas engrenagens colocadas em movimento por ele entre o final da década de 1960 e o início dos anos 1970, a cirurgia cardíaca brasileira passou a não mais depender do Exterior para ser realizada. A ideia era não apenas reduzir os altos custos – o que em si já seria um grande benefício –, mas também e principalmente se pretendia ampliar o acesso dos cirurgiões aos equipamentos fundamentais para a realização dos procedimentos cardíacos no país. Talvez o maior avanço de Adib Jatene tenha a ver com as cardiopatias congênitas: foi ele quem idealizou a correção anatômica da complexa anomalia do coração - transposição das grandes artérias, técnica que ficou internacionalmente conhecida como “operação de Jatene”. Há que se tirar o chapéu para um homem que dá à sociedade algo tão inovador que mereça ganhar o seu próprio nome.

Prof. Dr. Ivo Nesralla

Diretor Presidente Fundação Universitária de Cardiologia


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VIDA PLENA

A alegria toma conta da avenida durante o desfile.

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carnaval deste ano contou com a presença de um grupo muito especial. A Escola de Samba Acadêmicos da Orgia convidou o Bloco dos Transplantados do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul para fazer parte do desfile deste ano. Vinte foliões - entre eles três com o coração novinho em folha, familiares e colaboradores do Instituto levaram alegria ao Complexo Cultural do Porto Seco desfilando um samba enredo inspirado no músculo: “No lado esquerdo do peito bate um amor verde e branco. Sou gaúcho com orgulho e acadêmicos de coração”. Segundo o diretor da Escola de Samba, Fernando Gomes, o coração é a bomba da vida, o primeiro sistema a funcionar em um embrião, o órgão vital que mais precisa de cuidado. “Além disto, conduz os sentimentos, entre eles o amor pelo samba, pelas tradições da terra, pela cultura popular, pelos amigos, entre tantos outros”, diz. Além de ressaltar as paixões

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amplitude Carro alegórico onde desfilou o bloco dos transplantados.

Diretoria da escola de samba e o superintendente do Instituto, Alberto Beltrame.

“Bate aqui no peito um músculo chamado coração Representando a vida desde a sua concepção.” Trecho do samba-enredo 2015 da Acadêmicos da Orgia.

do coração, em seu samba enredo o grupo faz um alerta aos cuidados necessários para manter o órgão saudável. De acordo com Gomes, o convite aos pacientes do Instituto de Cardiologia foi feito porque o grupo representa a importância da medicina gaúcha no cenário nacional com sua primorosa e histórica atuação. O carnavalesco lembra que o primeiro transplante de coração em território nacional foi feito em Porto Alegre, no Instituto de Cardiologia. Já o Grupo de Transplantados recebeu a proposta com muita alegria: “Foi uma bela homenagem que a escola de samba fez. Nos sentimos reconhecidos enquanto equipe que se dedica a ações de conscientização e prevenção das doenças do coração. Também foi muito divertido para nós e os familiares que participaram”, conta Nelson Khalil, transplantado no Instituto Cardiologia.


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NOS CORREDORES DO INSTITUTO

Acolhimento, um gesto de carinho S

ão 11 horas quando o pianista começa a tocar no hall de entrada do Instituto de Cardiologia. Ana Paixão, concierge da casa, busca dona Geny dos Santos Velazquez, de 86 anos, que é paciente constante e não perde por nada a apresentação. O piano faz parte de um extenso projeto de humanização da atenção à saúde implantado pelo hospital. Ana faz parte de uma grande equipe que é peça essencial deste projeto há cinco anos: a Hotelaria. Formada por uma equipe multidisciplinar com 180 profissionais, a Hotelaria é responsável por receber, encaminhar os pacientes e acompanhantes, prestar informações sobre todos os processos do hospital, além de realizar serviços essenciais para o pleno funcionamento do ambiente como organização, higienização, distribuição de materiais, confecção de uniformes e apoio aos internados e familiares. De acordo com a gerente de Hotelaria responsável por implantar e executar o serviço no hospital, Lucia Nunes, em cinco anos foi possível aperfeiçoar o trabalho: “Contabilizamos, entre nossas conquistas, o aumento significativo do comprometimento dos colaboradores, a troca de experiências, várias ações de contenção de custos e melhoria da condição de trabalho.” A base de todo o trabalho da Hotelaria é o acolhimento. Quem entra no hospital é acompanhado desde a acomodação até a saída. “Temos que ser totalmente resolutivos, por isso temos rotinas definidas por setor. Quando um desafio chega, o dissecamos até o final. A nossa equipe assumiu este compromisso com muita seriedade”, comenta Lucia. Diferente do modelo de conciergeria de outros hospitais, no Instituto de Cardiologia o foco total é no paciente. Muitos internados vêm de longe, do interior do Estado e, algumas vezes, precisam de um suporte maior. A concierge Ana Paixão conta que muitas vezes acaba estabelecendo vínculos

com os pacientes. “As pessoas chegam nervosas, sem saber para onde ir e o que fazer, estão tristes, carregadas, pois se trata da saúde. Nosso papel nessa hora é levar presteza, amenizar o sofrimento e proporcionar conforto em toda área do hospital”, conta.

Alegrias e desafios A equipe da conciergeria já passou por diversas situações peculiares. Entre elas, momentos comemorativos como a preparação de uma festa surpresa de aniversário de 60 anos de casamento para um casal que estava internado. Mas também passou por alguns momentos adversos, de conflitos familiares, nos quais age sempre com serenidade e baseada no apoio de outros setores, como o Jurídico e a Assistência Social. Segundo a gerente de Hotelaria, Lucia Nunes, implantar o trabalho de hotelaria na Emergência foi o maior desafio. “Hoje, além dos demais profissionais, temos o recepcionista e o orientador, cada um responsável por pequenos gestos que fazem o paciente sentir-se acolhido. Seja o de alcançar uma cadeira de rodas, de abrir uma porta, de solicitar higienização ou nutrição ou prestar informações. Desta forma também contribuímos com o trabalho da enfermagem e tudo funciona melhor”, ressalta

O que faz um concierge no hospital? É o profissional responsável por receber os pacientes e familiares, dar suporte prestando informações sobre o funcionamento do hospital, solicitando táxis ou indicando estacionamentos, restaurantes e hospedagem. No Cardiologia também indica e contata serviços de lavanderia, barbearia, e o que mais o paciente ou seu familiar necessitar.

Parte da equipe da Hotelaria do Instituto de Cardiologia.

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MOVIMENTO

Cuideda saúde

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brincando Atividades lúdicas a céu aberto, como bambolear, são benéficas à saúde e podem estreitar laços entre pais e filhos

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ndar de patins, bicicleta, skate, pular amarelinha, corda ou bambolear. Se você é um pai ou uma mãe esportista, quer deixar o sedentarismo de lado ou apenas se divertir, que tal escolher um exercício que agrade também ao seu filho e praticar com ele? Além dos benefícios para a saúde de ambos, o vínculo afetivo pode aumentar ainda mais. Com tantos jogos e equipamentos eletrônicos interessantes, as crianças praticam cada vez menos exercícios

físicos. Segundo a fisioterapeuta Marta Dreier, especialista em microfisioterapia, o estímulo ao desenvolvimento neuropsicomotor é muito importante desde os primeiros dias de vida e uma maneira gostosa de fazer isso pode ser brincando. “A preferência por atividades que não exigem esforço físico pode prejudicar o desenvolvimento da massa óssea, muscular e das articulações da criança”, alerta.

De acordo com a profissional, a atividade física na infância é também um estímulo ao desenvolvimento das habilidades cognitivas e motoras, além de reduzir o risco de doenças crônicas cardiovasculares, tumores, diabetes e hipertensão arterial. “Algumas vezes, por não ter tempo ou querer agradar os filhos com presentes tecnológicos, os pais deixam de pensar que têm responsabilidade nos hábitos de vida que as crianças terão quando adultas. Esquecem o precioso valor que um passeio de bicicleta ou uma simples ida ao parque têm na saúde dos pais e dos filhos”, observa.

Que tal bambolear? No escritório do estúdio de animação Dream Works (EUA), o bambolê substitui o alongamento recomendado entre umas horas e outras em frente ao computador, durante o trabalho. Modismo à parte, fato é que bambolear é divertido, barato e queima muitas calorias. É só alongar e começar.

Em 2006, inspirada no filme The Cost of Living, de uma companhia de Teatro do país de Gales chamada DV8, a portoalegrense Mariana Bandarra organizou o primeiro encontro de bambolê em um parque de Porto Alegre. “Notei um aspecto de que estar dentro do círculo é estar dentro de si mesmo, separado dos outros. O círculo estava ali representando a subjetividade radical, a ideia inescapável de que ninguém nunca vai ver as coisas exatamente da mesma forma como a gente vê. O nosso olhar, a nossa experiência, são únicos”, lembra. Da paixão imediata pelo exercício, Mariana teve a ideia de criar um coletivo para disseminar a cultura do bambolê e conectar pessoas que praticavam em locais remotos para criar um senso de comunidade. O Movimento BamBamBam, que iniciou com ações na rua e em parques de Porto Alegre, hoje é o maior do Brasil: reúne 1.500 pessoas mobilizadoras em um grupo no Facebook. A partir dele,


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MOVIMENTO

Jam de bambolês na Cúpula da Casa de Cultura Mário Quintana. Foto: Arquivo BamBamBam!

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Escultura da francesa Clémentine De Chabaneix

Faça o seu

bambolê Você vai precisar de:

muitos outros surgiram. Em um manifesto publicado em seu site, o Movimento BamBamBam! convida os “amigos de Saturno (planeta que gira seus bambolês etéreos)” a ocupar os parques e praças para “dar um giro” e recuperar hábitos saudáveis. Segundo Mariana, que também é instrutora do exercício desde 2011, além de ser uma atividade inclusiva, mesmo quem tem mobilidade limitada ou está fora de forma consegue, logo nas primeiras tentativas, girar o bambolê sem muito esforço. Ou seja, é uma atividade para pais, filhos, jovens e até para as avós: “Qualquer pessoa pode fazer o seu bambolê e chegar junto ou até criar seu próprio grupo. Globalmente, toda a cultura do bambolê é caracterizada por essa ideia de façavocê-mesmo. Pessoas com obesidade podem fazer um bambolê maior e pronto. Qualquer pessoa que tenha vontade de brincar, na minha experiência, consegue nos primeiros 10-20 minutos”, conta. A prática do bambolê, segundo ela, tem um benefício imediato que é um salto na autoestima. Além disso, é um excelente exercício cardiovascular de baixo impacto que trabalha os músculos abdominais, afina a cintura, fortalece as pernas e o centro do corpo. Também permite atingir um novo nível de interação

entre mente e corpo ao estimular a criatividade, a interiorização dos movimentos e a consciência corporal. A instrutora gosta de definir o ato de bambolear como uma grande fonte de alegria: “Tem aquela memória de criança que a gente logo conecta, então é muito fácil entrar em flow, um estado em que é mais fácil continuar bamboleando do que parar. Poucos exercícios têm isso. No outro dia você está lá, com dor em lugares que nem sabia que existiam, mas na hora estava só se divertindo muito”. Outro benefício imenso apontado pela facilitadora é a “permissão” para se mover. Pois, segundo ela, parece que mover o corpo livremente é uma transgressão social, algo que a gente só pode fazer na academia, usando as roupas adequadas e pagando mensalidade. Bambolear em casa ou na pracinha é fácil, barato e ainda pode alegrar o dia de outras pessoas. Uma aula de 60 minutos da modalidade queima de 400 a 500 calorias, variando de acordo com a intensidade dos movimentos. Mas atenção, antes de iniciar a atividade é preciso verificar se o bambolê está correto para você. A criadora do Movimento BamBamBam! ensina que ele deve ficar na altura entre o umbigo e osso esterno. Um círculo com diâmetro do chão até o umbigo é ideal para principiantes.

• Tubo de polietileno, encontrado em casas de materiais de construção – ¾ são as bitolas mais aconselháveis para iniciantes. • Alicate para PVC ou serra para cortar o tubo (ou comprar já cortado do tamanho desejado). • Emendas. • Fita isolante para decorar. • Secador de cabelo.

Como fazer: 1 Corte o tubo no tamanho desejado 2 Aqueça as pontas do tubo com o secador de cabelo. Aponte o jato quente do secador para uma das partes internas do tubo (outra opção para alargar as pontas do tubo é mergulhar em uma bacia de água fervente). 3 Depois, insira a emenda até a metade do tubo e force um pouco, até ela encaixar bem. Faça o mesmo com o outro lado do tubo. 4 Decore com fitas coloridas, começando pela emenda. Fonte: Blog da Imaginarium


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COMPORTAMENTO

Jogo perigoso Uso excessivo de mídias aliado à má alimentação pode ser o vilão do incentivo a hábitos saudáveis na infância.

U

ma pesquisa realizada nos Estados Unidos (EUA) pelo grupo Common Sense Media apontou que 72% das crianças menores de oito anos de idade já utilizaram algum aparelho para realizar atividades relacionadas às mídias, como jogos, vídeos ou aplicativos. Destas crianças, 17% o fazem diariamente. Esta realidade torna-se perigosa, segundo a nutricionista do Instituto de Cardiologia, Vanessa Minossi, na medida em que o uso excessivo de mídias está associado à obesidade de crianças e adolescentes que passam a alimentar-se mal e a praticar poucas atividades físicas. Ver televisão e usar em excesso a internet, por exemplo, pode não apenas causar sedentarismo, mas também prejudicar o sono. Vanessa explica que um estilo de vida que adota como naturais hábitos menos ativos também prioriza um maior consumo de alimentos industrializados, com excesso de sódio e ricos em gordura. “É uma combinação perigosa que pode causar problemas no futuro.

Crianças menos ativas apresentam fatores de risco como elevação da pressão arterial e do colesterol. Dessa maneira, são primordiais, além da alimentação saudável, o estímulo às brincadeiras e orientações sobre a importância da prática de exercícios”, ressalta. Segundo a nutricionista, o hábito de omitir refeições, especialmente o desjejum, unido ao consumo de refeições rápidas e densamente calóricas também é prejudicial. Ela também alerta sobre a importância do “ritual” da alimentação, pois crianças que assistem muito a programas de TV estão mais expostas ao efeito das propagandas de alimentos pouco saudáveis como fast foods, cereais matinais com muito açúcar e guloseimas. “Eventos externos ao ato de comer desviam a atenção e diminuem a consistência dos reflexos de saciedade, levando a criança a agir por impulso e comer mesmo sem ter fome, somente para satisfazer o desejo de consumo imposto pela mídia”, diz.

Um estudo realizado pela American Academy of Pediatrics, nos Estados Unidos, mostrou que os filhos que assistem a conteúdos violentos na televisão, internet ou vídeo game durante o dia estão mais propensos a ter problemas de sono, pesadelos, acordar durante a noite e ter sonolência diurna. Os pesquisadores também observaram que as crianças que tinham televisão no quarto foram as mais propensas a ter problemas de sono. Segundo os autores do trabalho, o controle dos pais é essencial para que os filhos tenham uma infância mais saudável.

Pais são responsáveis pelos hábitos dos filhos Uma boa reeducação alimentar é eficiente quando a “dieta” é flexível e atende as necessidades nutricionais de crianças e adolescentes. Segundo a nutricionista Vanessa Minossi, dietas muito rígidas e restritas não são recomendadas por gerar, além de revolta, resultados inadequados que podem levar a prejuízos no desenvolvimento e no crescimento. A melhor maneira de cuidar da saúde dos pequenos, segundo ela, é ajustar hábitos do comportamento familiar que vão desde a alimentação até o incentivo a práticas esportivas e brincadeiras ao ar livre. “É recomendável evitar o consumo de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes, controlar porções, aumentar o consumo de fibras dietéticas, reduzir o consumo de gordura dietética saturada e corrigir hábitos, como realizar o desjejum religiosamente e evitar “beliscos” durante o dia”, recomenda. Victor Strasburger, professor de pediatria da University of New Mexico e co-autor do documento da Common Sense Media que identificou os hábitos em relação ao uso de mídias, recomenda que os pais monitorem que tipo de mídia seus filhos estão utilizando e ensinem a eles como utilizá-las para o bem, como por exemplo, assistindo a programas educativos


N

o dia em que o coração de Mariana falhou, ela foi levada à emergência do Instituto de Cardiologia. Os sintomas apresentados pela paciente eram dor forte no peito e vômito. Acompanhada de sua família, foi recebida por uma grande equipe de profissionais e, ansiosa por saber quem resolveria o seu problema, começou a observar o movimento a sua volta. Alguém abriu a porta, outra pessoa a acomodou numa cadeira de rodas para levá-la até o consultório.

Enquanto isso, outra pessoa acalmava a sua mãe explicando onde tudo estava e como ela deveria proceder. Mariana foi recebida pela equipe da Hotelaria e logo teve contato com uma enfermeira e o médico que, após checar a situação através do exame de eletrocardiograma, apontou uma alteração compatível com infarto em evolução, e lhe encaminhou para o Setor de Hemodinâmica.


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ESPECIAL

1° fechamento percutâneo de comunicação interatrial do Rio Grande do Sul em 1998.

Realizou em 2008 o primeiro implante de válvula aórtica pela via percutânea do Sul do Brasil.

C

om equipamentos modernos e tecnologia de ponta, no local foi possível identificar com precisão qual a cardiopatia de Mariana: a obstrução de uma artéria coronária. O médico lhe explicou que os exames feitos ali mostram em detalhes o coração e o auxiliaram a identificar a lesão e colocar um stent, o que resolveu o problema sem deixar nenhuma sequela do infarto. Neste momento, apesar de nervosa, a paciente sentiu-se segura, pois percebeu que uma equipe multidisciplinar formada por profissionais de várias especialidades estava ali para atendê-la. O Setor de Hemodinâmica do Instituto de Cardiologia conta com profissionais

das áreas de neurologia, eletrofisiologia, radiologia, cirurgia periférica, nefrologia entre outras, responsáveis pela realização dos exames de Cateterismo Cardíaco e Angioplastia. O local, reformulado recentemente, funciona 24 horas e possui quatro salas para procedimentos hemodinâmicos com equipamentos digitais de alta qualidade. Duas delas são de última geração, com equipamentos de cinefluoroscopia das marcas Siemens e Philips Allura FD 10, para casos de maior complexidade. Atender os casos urgentes de maneira ininterrupta faz parte da rotina do serviço desde sua inauguração, em 1972. Cerca de sete mil procedimentos diagnósticos e terapêuticos e duas mil angioplastias coronarianas são realizadas por ano no local.

É evidente que os cuidados tomados no primeiro momento no que diz respeito a cardiopatias podem ser definitivos para salvar a vida do paciente. Por trás do atendimento de cada paciente e sua particularidade ao ser encaminhado ao hospital, há um imenso suporte tecnológico e humano. Por este motivo, assim como na Hemodinâmica, o Instituto de Cardiologia conta com um corpo clínico qualificado, equipes multidisciplinares e equipamentos de alta geração em todas as unidades e centros. Portanto, se a situação de saúde de Mariana fosse outra, uma equipe com a mesma competência seria mobilizada em outro canto do Instituto para lhe dar suporte completo.

Realizou a 1° ponte de safena do Rio Grande do Sul em 1970. Foi pioneiro na América Latina ao realizar procedimento com Heart Laser em 1997 e em 2000 executou a 1° cirurgia robótica da região. Em 1999 realizou o primeiro implante de coração elétrico do Brasil. Foi responsável pelo primeiro implante de marcapasso com utilização de Robô do mundo em 2001.

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econhecida nacional e internacionalmente por sua qualificação em pesquisa, ensino e assistência da correção cirúrgica das cardiopatias, a equipe do IC é formada por 12 cirurgiões e um grupo de enfermeiros, técnicos e biomédicos. Foi pioneira no País em diversas intervenções, com destaque para procedimentos em crianças de baixo peso, recuperação de válvulas por plastias, cirurgias de coronárias, arritmias e robótica em cirurgia cardíaca.

Com profissionais de alto nível de competência, em 1984 o IC foi pioneiro na re-introdução dos transplantes cardíacos no País. A técnica havia sido praticamente abandonada no Brasil e no mundo na década de 70 pelo alto grau de rejeição. Com o surgimento da “Ciclosporina”, uma droga imunossupressora, o Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul realizou em Porto Alegre o primeiro transplante cardíaco do Brasil nesta nova fase. Até hoje já foram realizados mais de 200 transplantes de coração.

Segundo o Dr. Paulo Prates, coordenador do Bloco Cirúrgico, os profissionais realizam pesquisas em diversas áreas, como células tronco, plastias de válvula mitral, revascularização miocárdica em pacientes com má função de ventrículo esquerdo e, na Anestesia, diversas pesquisas com medicamentos que visam diminuir o risco de sangramento. Atualmente, são realizadas, além de procedimentos mais simples, cerca de duas mil e duzentas cirurgias cardíacas por ano.


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Junto à tecnologia presente em cada setor, a administração e o atendimento baseados na humanização se tornam aliados na saúde. A assistência humanizada é aquela que transmite segurança e se apresenta nas respostas imediatas e corretas para cada dúvida do paciente, no cumprimento de horários, na organização e higiene dos ambientes e na competência profissional demonstrada por todos. Durante muito tempo a função dos hospitais limitou-se a um serviço social e não a um trabalho terapêutico e humanizado. Por tudo que acontece nestes locais, pode-se dizer que ali está o retrato da fragilidade do indivíduo na busca por força para vencer as adversidades. Com base nisso, além da assistência, da prevenção, da cura, da pesquisa e do ensino, hoje está presente no Instituto de Cardiologia a ideia de manutenção do bem estar físico, social e mental tanto dos pacientes e familiares, quanto dos colaboradores através da humanização, conceito que permeia todo o atendimento. Isso é extremamente importante para esta instituição e norteia a atuação de todos os profissionais que atuam ali. E não são poucos. Todos sabemos que um hospital conta com médicos e enfermeiros, mas você já se perguntou quem costura, lava,

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passa e higieniza as roupas de cama e uniformes utilizados? Já se perguntou quantas pessoas estão mobilizadas para fazer a limpeza, desinfecção, esterilização e rastreabilidade dos medicamentos e materiais? No Instituto de Cardiologia 1.835 pessoas trabalham diariamente para manter tudo funcionando perfeitamente. Além de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, enfermeiros e assistentes sociais, o Instituto conta com profissionais médicos especialistas em 22 áreas. Há pedagogas na pediatria e na Brinquedoteca. Os voluntários do grupo Coração Amigo tomam conta do Quarto das Mães, espaço criado para abrigar as mais carentes durante a sua estadia no hospital, e ministram oficinas alem de muitas outras atividades. Isso sem contar profissionais que não atuam diretamente na área médica mas que encontram, no Instituto, um lugar para exercer seus talentos. Entre eles estão administradores, jornalistas, publicitários, engenheiros, arquitetos, pedreiros, profissionais de hotelaria, operadores de caldeira, auxiliares administrativos e da manutenção, historiadores, advogados, religiosos, cozinheiros, costureiros e uma infinidade de outros profissionais, todos tendo, em comum, o desejo de promover a saúde. A cultura também ocupa lugar de

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destaque no Instituto de Cardiologia. No corredor principal da instituição, uma mostra permanente de arte apresenta réplicas de renomados pintores. A UTI recebeu belíssimas aquarelas de pássaros, alem de reproduções do pintor italiano Leonardo DaVinci. A Unidade de Ecocardiografia Fetal e Pediátrica tem como tema as obras lúdicas e coloridas de Mondrian. Todos os dias, pianistas contratados pelo hospital tocam composições eruditas e populares no hall de entrada, promovendo verdadeiros concertos gratuitos para quem frequenta o espaço e comprovando que música é uma excelente ferramenta de reabilitação física, mental e social. A equipe que atua nos bastidores do Instituto de Cardiologia é muito maior e mais variada do que se pode imaginar. Mas isso não é tudo. O pioneirismo e o espírito de vanguarda são características que acompanham o Instituto desde a sua fundação. Por isso, além do capital humano diferenciado, o hospital também tem à sua disposição equipamentos de última geração e as mais modernas opções de exames e procedimentos. Conheça agora algumas das opções de exames e procedimentos realizados aqui.


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ESPECIAL

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unidade do SIDI Medicina por Imagem localizada no Instituto de Cardiologia é destaque nacional por trabalhar com um equipamento de alta tecnologia presente, apenas, em três locais da América Latina: o Discovery HD 750. O tomógrafo produz imagens incrivelmente nítidas e com a tecnologia Gemstone Spectral (GSI) permite identificar a composição química de materiais para auxiliar na caracterização de patologias. “Conhecendo tamanho, espessura e material de obstruções arteriais e cálculos dos mais variados tipos e composições, com o exame é possível indicar o tratamento ideal para o paciente de forma minimamente invasiva”, afirma o diretor do SIDI, médico cardiologista e radiologista, Dr. Carlos Jader Feldman. Segundo o médico, entre os principais diferenciais do equipamento está a possibilidade de realizar o exame sem contraste quando este é contra-indicado para o paciente, e de evitar alguns procedimentos de cateterismo. Além disso, o tomógrafo utilizado no Instituto de Cardiologia emite uma dose de radiação 80% menor se comparada a outros equipamentos, o que reduz o risco de agravar quadros de câncer e uma série de problemas causados pelas doses cumulativas de radiação que a pessoa recebe a cada exame que realiza. É indispensável para pacientes oncológicos e crianças que passarão por vários exames ao longo da vida.

A

cintilografia miocárdica perfusional é o tipo de estudo por imagem mais realizado pela Cardio Nuclear, a clínica do Instituto de Cardiologia. Segundo o Dr. Paulo Carvalho, especialista em Medicina Nuclear, o estudo serve para diagnosticar, entre outras

cardiopatias, a presença da doença arterial coronariana (DAC) e para avaliar sua extensão e severidade. Os equipamentos utilizados no local são de última geração. Entre eles, uma gama câmera Discovery 530 da GE, dedicada à Cardiologia Nuclear, e as gama câmeras Cardio MD e Meridian, da Phillips. A primeira dedicada à cintilografia miocárdica e a segunda de uso geral. Segundo o Dr. Carvalho, os instrumentos de alta tecnologia propiciam um atendimento rápido e efetivo. A equipe é formada por médicos nuclearistas com vasta experiência, cardiologistas ergometristas que atuam em dois laboratórios com esteiras Imbramed e Micromed.


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ESPECIAL

Realizou o 1° ecocardiograma fetal do RS em 1986.

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Em 1989 implantou a 1° UTI cardiológica pediátrica do Brasil. A 1° unidade cardiofetal da América Latina é implantada em Porto Alegre.

T

oda gestante precisa, a partir da metade da gravidez, saber como está o coraçãozinho do bêbê. Com quatro aparelhos de ultrassonografia específicos para esta análise, a Unidade de Cardiologia Fetal e Pediátrica do IC atua para detectar ou excluir a presença de alterações cardíacas fetais tanto na formação quanto no funcionamento do coração do bebê. Desde 1986 atua na conscientização dos médicos obstetras para a realização obrigatória do exame. Segundo o Dr. Paulo Zielinski, coordenador da unidade, o diagnóstico de uma anormalidade cardíaca fetal permite o acompanhamento das eventuais modificações do problema durante a gestação e, em muitas situações, pode ser feito o tratamento intrauterino e o planejamento da atenção cardiológica para o momento do nascimento. “Conseguimos prever e organizar tudo para que o parto seja realizado no próprio Instituto de Cardiologia, o que garante um atendimento especializado imediato, seja com internação na UTI Pediátrica, cateterismo ou cirurgia neonatal”, ressalta. O médico relata ainda que na Unidade a gestante recebe todo o apoio e orientação para os cuidados fundamentais paralelos à terapêutica cardiológica, como o acompanhamento do Serviço de Psicologia para a família e a orientação dietética pelo Serviço de Nutrição.

preparada para realizar intervenções cardiológicas intrauterinas. Segundo o Dr. Zielinski, a intervenção no útero materno é indicada quando a cardiopatia identificada causa obstrução de alguma das válvulas que saem do coração do feto - aórtica ou pulmonar ou existe uma dificuldade na passagem do sangue entre elas. Ou seja, apenas quando não há outra alternativa para o desenvolvimento adequado do coração. “O avanço na qualidade dos equipamentos ecocardiográficos, nos materiais de cateterismo cardíaco e a qualificação e experiência dos médicos, modificou de forma importante o processo de decisão para realizar estes procedimentos que ainda são considerados de alto risco, mas podem salvar vidas”, ressalta.

Como é possível? É difícil compreender como, através de equipamentos, os médicos têm acesso a um coração ainda em formação dentro do útero da mãe. Para clarear a nossa imaginação, o Dr. Zielinski descreve exatamente como o processo é realizado.

Procedimentos Intra-Útero Há situações em que é preciso agir antes do nascimento do bebê. São raras as instituições que possuem uma estrutura complexa e tecnológica como a disponível no Instituto de Cardiologia para realizar estes procedimentos. No setor, a equipe médica multidisciplinar está altamente

O procedimento inicia com a programação

do plano de anestesia necessário para a mãe e o feto e o início do monitoramento do bem estar materno, feito durante todo o processo. Auxiliados pela equipe de enfermagem, os médicos iniciam o procedimento. O cardiologista fetal identifica o problema, indica a necessidade e faz o acompanhamento que só é possível através do ecocardiograma fetal. O obstetra especialista em Medicina Fetal faz as manobras de posicionamento do bebê, aplica as medicações necessárias e posiciona, guiado pelo ultrassom, no local correto dentro do coração, a agulha por onde será passado o cateter. Já o cardiologista pediátrico, essencialmente especializado em hemodinâmica e cateterismo intervencionista, passa o cateter através da agulha posicionada, infla o balonete que irá dilatar a válvula ou abrir a parede do coração que está fechada, e decide a intensidade e o número de dilatações necessárias para que o órgão reaja. Está claro que além da tecnologia disponível no local, é preciso uma grande sintonia entre os profissionais e muita concentração.


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ESPECIAL

A

Sala Híbrida do Instituto de Cardiologia está entre as mais modernas e inovadoras do País. O espaço, dentro do bloco cirúrgico, é capacitado para receber todo tipo de tratamento endovascular e cirurgia cardiovascular. No local é possível realizar o tratamento de cardiopatias, doenças isquêmicas do miocárdio, patologias valvares, distúrbios do sistema de condução do coração e até cirurgias complexas da aorta de uma maneira mais segura, rápida e menos invasiva. Conceito recente na área médico-hospitalar, a Sala Híbrida une um centro cirúrgico à sala para procedimentos de intervenção não cirúrgica, associados a equipamentos de imagem de alta definição. No Instituto de Cardiologia o espaço é projetado para que os exames sejam usados antes, durante e depois das intervenções, proporcionando mais segurança e precisão em procedimentos complexos.

Realizou em 2004 o primeiro procedimento híbrido para hipoplasia de ventrículo esquerdo do RS.

A estrutura atende 24 horas com equipamentos de ponta responsáveis por avanços inéditos na abordagem minimamente invasiva das cardiopatias isquêmica e estrutural, afecções das válvulas cardíacas e da aorta torácica. Na Sala, os procedimentos hemodinâmicos ganham qualidade em imagem através da tomografia em tempo real e segurança com a reconstrução em 3D. A tecnologia disponível proporciona ao paciente uma recuperação mais rápida e o retorno às atividades diárias o mais breve possível.

O

dilema de muitos cardiopatas antes da criação do Centro de Reabilitação do Instituto de Cardiologia, pioneiro na região Sul do Brasil, era a insegurança em praticar exercícios nas academias tradicionais por não contar com o monitoramento médico de um cardiologista durante a prática. Esta demanda foi solucionada com a implantação de um espaço inteiramente dedicado à reabilitação do coração e pulmões. Localizado no ambiente do hospital, o espaço possibilita que pacientes da instituição incluam no tratamento sessões de exercícios para auxiliar na reabilitação física. Para iniciar as atividades, o paciente precisa passar pela avaliação de uma equipe multidisciplinar e, se aprovado, inicia os exercícios em esteiras com intensidade segura para o coração debilitado. Segundo o coordenador do Centro, o fisioterapeuta Christian Coronel, a equipe multidisciplinar que atende e monitora os paciente é composta por 17 profissionais entre fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas – que avaliam o progresso individual dos tratamentos. “Cada paciente recebe um programa com circuitos de aquecimento, treinamento e recuperação na academia. As sessões acontecem três vezes por semana, com o tempo total de recuperação estimado de um a três meses”, ressalta.


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ESPECIAL

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Colocou o 1° marcapasso atômico do RS em 1982. Em 1992 realizou a primeira cirurgia das arritmias do Brasil.

L

ocalizado junto a Hemodinâmica, o Centro de Eletrofisiologia do Instituto é o único em hospital no Sul do Estado. Segundo o Dr. Gustavo Glotz de Lima, fisiologista que coordena a unidade, no local, que conta com geradores de radiofrequência, mapeamento tridimensional e um polígrafo de alta

tecnologia – existem apenas três no País - são realizados cerca de 80 exames por mês. A eletrofisiologia é o estudo avançado das arritmias cardíacas. Serve para esclarecer o mecanismo preciso do caso para então optar por tipos de tratamento, seja cauterização ou até mesmo o

encaminhamento para colocação de marca-passo. Hoje a equipe é formada por quatro fisiologistas e quatro médicos residentes, responsáveis por tornar o Instituto referência em pesquisa através dos estudos e trabalhos publicados em períodicos nacionais e internacionais.

O serviço também realiza o exame de ecocardiograma sob estresse físico e farmacológico, que possibilita visualizar a contração do coração em repouso e em esforço máximo. Este exame é útil na avaliação funcional da doença coronariana e seu grande diferencial em relação a métodos similares como a cintilografia e a angiotomografia está na não utilização de energia radioativa.

O

Serviço de Ecocardiografia do Instituto de Cardiologia é o maior do Estado. No local, 14 médicos trabalham para a realização de mais de 23 mil exames anuais. Segundo o Dr. Eduardo Menti, coordenador da unidade, a tecnologia de última geração para aquisição e interpretação de imagens ecocardiográficas faz toda a diferença. “O ecocardiograma transesofágico 4D é o

Já o eletrocardiograma permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca e da sua condução. Apesar de ser de execução muito simples, o eletrocardiograma é um exame muito importante em cardiologia, pois ele permite diagnosticar desde condições ligeiras até outras muito graves, como os infartos do miocárdio, por exemplo. que há de mais avançado na tecnologia da ecocardiografia e está presente em nosso serviço há cerca de um ano, auxiliando no diagnóstico e planejamento de correção das mais diversas patologias”, ressalta. Menti relata que o aparelho de ecocardiograma transesofágico é utilizado para acompanhamento de procedimentos cirúrgicos e intravasculares e favorece um tratamento mais preciso e com menores complicações.

Já o eletrocardiograma permite a avaliação elétrica da atividade cardíaca e da sua condução. Apesar de ser de execução muito simples, o eletrocardiograma é um exame muito importante em cardiologia, pois ele permite diagnosticar desde condições ligeiras até outras muito graves, como os infartos do miocárdio, por exemplo. O aparelho que realiza o exame é o eletrocardiógrafo.


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Equipe do ICDF realizou seu

100º transplante

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cardíaco

Unidade de Transplantes do Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF) viveu, no mês março, um momento histórico: sua equipe chegou ao importante número de 100 cirurgias de transplante de coração realizadas. Atualmente, o Instituto de Cardiologia é o único hospital no Distrito Federal que realiza este tipo de procedimento e, por três anos consecutivos, segue como líder nacional pelo maior número de transplantes cardíacos realizados por

milhão de habilitantes no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

Desde 2007 a equipe da Unidade de Transplantes ICDF, comandada pelo cirurgião Dr. Fernando Atik, é reconhecida pelo seu trabalho na capital federal. Entretanto, um marco no trabalho e na consolidação do grupo foi em abril de 2009, quando houve uma mudança na gestão do hospital e a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) passou a ser a mantenedora do hospital agora

denominado Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. Sob a gestão da Fundação Universitária de Cardiologia e com o apoio do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a Unidade de Transplantes em Brasília se desenvolveu e cresceu passando a aumentar consideravelmente o número de procedimentos realizados a cada ano. Do número total, quinze procedimentos realizados no hospital foram cardio-pediátricos.


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TRANSPLANTES CARDÍACOS REALIZADOS 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Para a superintendente do Instituto do Distrito Federal, Dra. Núbia Vieira, é importante ressaltar que são muitos os envolvidos na Unidade de Transplantes pelo fato de ser realizado um procedimento muito complexo e que exige a coordenação de múltiplas equipes. “Parabenizo as equipe pelo trabalho desenvolvido e ressalto que cada componente é importante no processo e no resultado final alcançado não somente no programa de transplante cardíaco, mas em todo o setor e no Instituto”, afirma.

3 2 7 3 9 18 29 25 6

TOTAL

102

A superintendente lembra que ainda há muito a ser feito e que trabalhando em equipe os profissionais aprendem cada vez mais a aperfeiçoar o trabalho realizado para atingir a missão de prestar assistência de excelência em saúde cardiovascular e transplantes, promover o atendimento humanizado, a segurança do paciente e dos colaboradores, a produção e a disseminação do conhecimento científico e inovação tecnológica. Nesta ocasião marcante a diretoria da instituição reafirma seu compromisso

em seguir investindo na Unidade de Transplantes que, nos últimos anos, passou a ser o único centro multitransplantador da região CentroOeste. Pois além dos transplantes de coração, o local realiza procedimentos cirúrgicos de fígado, rim, córnea e medula óssea (alogênico aparentado e alogênico não aparentado) e medula óssea autólogo, o que já diminuiu e continua a diminuir o tempo de espera por transplantes de órgãos não só na capital federal, mas em todo o País.


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ATITUDE

Dr.Ivo

Nesralla recebe Medalha do Mérito

Farroupilha Dr. Ivo Nesralla e o Dep. Estadual Gilmar Sossella

Colegas do Instituto de Cardiologia prestigiam a cerimônia.

N

o mês de janeiro o diretorpresidente do Instituto de Cardiologia, Dr. Ivo Nesralla, foi condecorado com a Medalha do Mérito Farroupilha, distinção máxima da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). O convite partiu do então presidente da ALRS, deputado Gilmar Sossella (PDT), e teve a aprovação de toda a mesa diretora.

músicos executaram obras de Bach, Vivaldi e Mozart para homenageá-lo. Em seu pronunciamento, Dr. Nesralla agradeceu a medalha, falou de sua trajetória e citou grandes figuras das artes e da literatura como Leonardo da Vinci e Fernando Pessoa. Sua explanação foi encerrada com uma frase de Erico Verissimo que sublinha a sua ligação com a Ospa: “Eu venho de uma cidade que tem uma orquestra”.

A cerimônia, realizada no dia 27 de janeiro, no Salão Julio de Castilhos do Palácio Farroupilha, iniciou com a leitura de uma breve biografia do médico, pioneiro dos transplantes cardíacos e cirurgias de ponte de safena no Estado. Além de presidir o Instituto, Dr. Nesralla é dirigente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) há mais de duas décadas. Por este motivo, durante a cerimônia, quatro

— Nestes anos todos, dediquei minha vida à medicina e à cirurgia do coração, o que fiz com muita determinação e emoção. Recebo essa medalha em nome do corpo clínico, dos funcionários e dos músicos — disse o médico. A honraria, criada em 1995, é entregue a personalidades que contribuem para o desenvolvimento econômico, social e

cultural do Rio Grande do Sul. O número de medalhas distribuídas é limitado: cada deputado pode outorgar apenas uma medalha por legislatura — com exceções garantidas ao presidente, vice-presidentes e secretários da Assembleia. Cirurgião cardiovascular formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1962, Ivo Abrahão Nesralla é responsável por uma nova era de transplantes cardíacos no País. Em 1999, realizou a primeira operação de implante de um coração artificial elétrico no Brasil e, em 2000, comandou a primeira cirurgia com uso da técnica robótica na América Latina. Em 2001, recebeu a Comenda da Ordem do Mérito Cultural das mãos do então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.


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A MAIOR E MELHOR ESTRUTURA DO ESTADO INTEIRAMENTE AO SEU DISPOR. O SIDI Cardiologia, é um Centro de Diagnóstico por Imagem inovador, de concepção inédita no Brasil. Os exames específicos são feitos em modernos equipamentos de alta tecnologia e interpretados por uma equipe de médicos especializados em cardiologia, radiologia e medicina nuclear. CENTRAL DE AGENDAMENTO

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Seu exame interpretado por quem mais entende de coração.


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Otimismo &

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o grande número de crenças professadas, na diversidade de rituais e nos significados das religiões que povoam o País, é possível comprovar que a fé é um importante instrumento de motivação na vida do brasileiro. Seja na busca de objetivos, na concentração para compreender situações inesperadas ou para atravessar períodos de angústia, a crença e as orações são tidas como auxiliares na busca por força, coragem e otimismo. Segundo o professor e cirurgião cardiovascular Dr. Domingo Braile, que já operou mais de 25 mil corações ao longo de sua atuação médica, a fé também é um instrumento de inegável capacidade curativa e efeito restaurador. Braile lembra que os últimos 15 anos foram de grandes avanços nos estudos que ligam a Medicina e o exercício da Fé: “Diversos estudos mostram a capacidade das orações e meditações para melhorar a sobrevida, conseguir a cura e para viver mais e melhor”, afirma. Uma pesquisa publicada na edição de janeiro do periódico Health Behavior and Policy Review, nos Estados Unidos, revelou que quem vê o lado bom das coisas tem duas vezes mais chances de estar com a saúde cardiovascular em dia se comparado

com alguém pessimista. Ou seja, otimismo é sinônimo de coração saudável. Os pesquisadores observaram 5100 adultos de 45 a 84 anos. Rosalba Hernandez, autora principal do estudo, concluiu que os otimistas também apresentaram melhores níveis de açúcar e de colesterol no sangue, além de serem fisicamente mais ativos, terem índices de massa corporal mais saudáveis e serem menos propensos a fumar. Outro cirurgião cardiovascular estudioso do tema é o Dr. Fernando Luchese, membro da Associação dos Médicos Cristãos. Para ele, a aceitação pelos profissionais da saúde de que somos seres constituídos de corpo, mente e espírito, e de que doenças da alma também atingem o corpo é, em primeiro lugar, um ato de humildade. De acordo com o profissional, o número de trabalhos nos últimos dez anos estudando as relações entre fé e saúde, espiritualidade, religiosidade e doença, superam tudo o que se publicou nos cem anos anteriores porque as evidências aumentam em velocidade extraordinária.

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“Quase todas as universidades americanas já incluíram em seus currículos uma disciplina de “religiosidade, espiritualidade e saúde para médicos” como forma de facilitar o entendimento das necessidades dos pacientes e melhorar a relação com seus médicos. Em Harvard os estudantes visitam os pacientes com os capelães na busca de aprender uma nova linguagem de comunicação baseada na aceitação do fato de que a fé pode influir positivamente sobre a evolução da doença”, relata o Dr. Luchese. Segundo o médico, sentimentos de raiva, inveja e vaidade são doenças da alma que facilitam o desenvolvimento de aterosclerose, doença coronária, câncer e AVC e há estudos que comprovam que a frequência assídua a atos religiosos reduz no sangue um marcador inflamatório chamado interleucina 6, que se apresenta elevado em casos de câncer e infarto. “Estaríamos chegando próximos à revelação da bioquímica das doenças da alma”, afirma.


revista

amplitude A opinião de quem dissemina a fé Para o Frei Achylles Chiappin, capelão do Instituto de Cardiologia, o ser humano tem a tendência de buscar o melhor para a saúde harmoniosa e integral, pois todo corpo quer o bem estar. O religioso conta que viveu em hospitais americanos e europeus em que a união da saúde do corpo e da alma para tratamentos da saúde era bastante usual e eficiente. “O IC integra a necessidade das partes física e médica com a parte ética e espiritual. Esperamos que no mundo de amanhã essa feliz realidade forme uma medicina total e harmoniosa de corpo e alma para uma saúde mais eficiente”, afirma.

Crença que estimula a cura e encoraja a seguir Há 30 anos o professor de física e matemática da Universidade Federal de Pelotas, Volni Lisboa, passou pelo momento mais adverso de sua vida. Hoje, aos 71 anos e aposentado, fala tranquilamente sobre o período de luta

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para recuperar-se de um acidente de trânsito no qual perdeu o seu irmão e teve a atividade motora afetada por ter uma perna amputada e perder os movimentos de um dos braços. Os primeiros momentos no hospital, logo após o ocorrido, foram de revolta e tensão. “Sozinho, eu reclamava da situação e cheguei a desejar a morte a ter que seguir daquela maneira. Eu só olhava para mim e só pensava nas minhas necessidades”, conta. O carinho recebido da família, dos amigos e dos profissionais do hospital foi fazendo com que Volni reagisse e encontrasse na fraternidade e energia das pessoas um motivo para fortalecer a sua fé na cura. O professor conta que quando lecionava costumava incentivar os alunos que tinham alguma dificuldade com a frase “Vai lá, campeão, você consegue”. Certo dia, enquanto fazia suas orações, ainda no hospital, Volni disse que pensou neste incentivo que dava aos alunos e foi como se ouvisse alguém lhe encorajando em voz alta para reagir à situação. Foi quando, segundo ele, se sentiu pronto para sair e

“Meu marido tem bradicardia (batimento cardíaco lento). Esse ‘problema’ tem que ser acompanhado anualmente? Quando ele fica nervoso o batimento cardíaco vai a 60 por minuto. Isso tem alguma complicação para o futuro?” Regina Cypriano, bancária, São Paulo/SP Dr. Marcelo Kruse, cardiologista do Instituto de Cardiologia “Bradicardia, por definição, é qualquer ritmo cardíaco com frequência menor que 50 batimentos por minuto. Primeiramente, uma avaliação com seu médico cardiologista é necessária, assim como a realização de um eletrocardiograma para análise cuidadosa do ritmo cardíaco. Além disso, após entrevista médica (anamnese) e exame físico detalhado, podem ser solicitados exames complementares, como a monitorização eletrocardiográfica prolongada (Holter de 24h). Em alguns casos específicos, quando ocorrem sintomas limitantes, existe a necessidade de implante de marcapasso, mas essa indicação deve ser feita apenas depois de afastadas causas reversíveis que possam causar a bradicardia, como é o caso de alguns medicamentos (betabloqueadores, etc).”

retomar sua vida e então em sete dias estava fora do hospital.

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Nos nove meses que passou em casa, apenas na cadeira de rodas, conta que descobriu na oração o conforto para seguir. “Os vizinhos reuniam-se na minha casa para me entreter. Foi um período em que aprendi a fazer bolo, tricô e crochê para me enturmar. Todo aquele apoio e fé me fizeram atravessar muito bem o período de recuperação e em seguida coloquei uma prótese e voltei ao trabalho”, relata. Hoje Volni faz parte do Movimento dos Cursilhos da Igreja Católica e percorre a Zona Sul do Estado ministrando palestras e levando o que chama de “alegria de viverpara outras pessoas em situação vulnerável de saúde. “Às vezes me sinto fraco de saúde, sabem como é, a idade está chegando, mas aí recebo muitos telefonemas e orações dos amigos e esta corrente me faz buscar forças para reagir. Não sinto saudade de mim “inteiro” porque hoje sou melhor para mim e para os outros. A fé tornou-se fundamental para a minha saúde e vida”, ressalta.

“Preciso perder peso e quero fazer isso por meio da corrida. Como calcular a frequência cardíaca (FCMáx) para a prática de exercícios físicos?” Catarina Santos, publicitária, Porto Alegre/RS Dr. Gustavo Glotz de Lima, fisiologista do Instituto de Cardiologia A melhor forma para descobrir a sua Frequencia Cardíaca (FC) Máxima é a realização do teste de esforço, onde pode ser verificado mais precisamente o cume dos batimentos. Porém existe uma conta simples que pode ajudar a resolver esta questão. Sua FCMáx = 220 - idade. A partir daí você pode verificar em que zona de frequência cardíaca deve se manter para atingir seus objetivos. A melhor frequência cardíaca para realizar atividade física aeróbia corresponde a 80% - 85% da FC Máxima. Se o que você quer é melhorar seu condicionamento cardiovascular, o melhor é usar como parâmetro a FCSubMáx (195 - idade).


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CULTURA

Patrimônio

cultural

Monumentos e esculturas nas ruas de Porto Alegre representam capítulos da história da capital.

C

onhecida pela riqueza cultural, Porto Alegre oferece aos seus moradores e visitantes inúmeras opções de lazer e turismo. Desde os aclamados museus de arte até as belas paisagens e prédios antigos, a capital dos gaúchos tem belezas em todos os seus bairros. Pelas ruas, grandes monumentos ajudam a contar a história e os costumes do povo porto-alegrense. São esculturas criadas por renomeados artistas plásticos, localizadas em pontos estratégicos da cidade. A pé, de carro ou ônibus elas fazem qualquer passeio se transformar em uma verdadeira aula. O historiador e pesquisador de arte José Francisco Alves é um dos poucos profissionais dedicados e estudar as esculturas de Porto Alegre. Em seu artigo intitulado “A Escultura Pública de Porto Alegre - História, Contexto e Significado” ele explica que os monumentos e esculturas públicas são bens artístico-culturais que expressam valores de um determinado povo ou sociedade. Entre eles as ideias políticas,

Monumento ao Expedicionário Em 1946 o jornal Correio do Povo lançou um desafio, em forma de concurso: a elaboração de um Arco do Triunfo para Porto Alegre. O vencedor foi o escultor Antônio Caringi (autor também da Escultura do Laçador). Instalado no Parque Farroupilha (Redenção), o monumento homenageia os “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira (F.E.B) que lutaram na Segunda Guerra Mundial. É composto por um arco duplo em granito com esculturas em relevo, representando os soldados. Uma escultura em bronze, de uma figura feminina inspirada em Atena, está na parte posterior, com armadura, pisando uma serpente, o que representa a vitória ou, segundo a imprensa da época, a bravura. O monumento foi inaugurado em 1957.

os interesses sociais, a comemoração de acontecimentos importantes e as linguagens plásticas de determinado período. Alves ressalta que a capital gaúcha é uma das cidades da América Latina que mais possui monumentos e esculturas: “Há, em Porto Alegre, dezenas de obras de arte públicas e significativas. Desde o campo da estatuária histórica, até as linguagens mais ousadas da arte contemporânea”. Em 2004, ano em que publicou seu livro, o historiador considerou a existência de 187 obras na cidade, entre estatuária geral dos parques, praças, fachadas e chafarizes, marcos e monumentos e arte contemporânea. Hoje, segundo ele, lamentavelmente muitas destas obras foram destruídas ou encontram-se em situação lamentável em razão dos roubos de metais, da pichação e do vandalismo. “Este patrimônio tem sido muito mal tratado, situação que só pode ser revertida com ações de divulgação e educação”, observa.

Conhecer o acervo público existente na cidade de Porto Alegre pode ser uma maneira interessante de ter acesso à história do Estado e do País. “Monumentos e obras de arte públicas são bens culturais que podem e devem ser utilizados no processo educacional e no progresso intelectual de um povo em razão dos valores que representam, e em prol da preservação da memória coletiva. Se uma sociedade aprende a valorizar os bens culturais que recebeu do passado, certamente poderá contar que as gerações futuras irão respeitar os valores produzidos pela geração presente”, afirma. Para que os nossos leitores conheçam um pouco mais sobre estas obras, prepararmos um guia rápido com a ajuda de Alves. Preparado para descobrir Porto Alegre?


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TURISMO

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Monumento aos Açorianos Este monumento – inaugurado em 1974 – foi construído em homenagem à chegada dos primeiros casais de açorianos, que povoaram a cidade em 1752. A obra, em linhas futuristas, possui 17m de altura por 24m de comprimento e está localizada no Largo dos Açorianos (que também abriga a histórica Ponte de Pedra), próximo ao Centro Administrativo do Estado. Feita em aço, a obra do escultor Carlos Tenius lembra uma caravela composta de corpos humanos entrelaçados, tendo à frente uma figura alada que lembra o mitológico Ícaro e representa a vitória. No monumento está escrito: “Jamais sonhariam aqueles casais açorianos, que da semente que lançavam ao solo nasceria o esplendor desta cidade”.

Escultura do Laçador Esta escultura é a representação fiel do gaúcho pilchado, tendo como modelo o tradicionalista Paixão Côrtes. Tombada pelo patrimônio histórico em 2001, a obra foi criada em 1954 pelo escultor Antônio Caringi e está localizada no Sítio do Laçador, um espaço de destaque na BR-116, em frente ao terminal 2 do Aeroporto Internacional Salgado Filho.

Monumento a Júlio de Castilhos Concebido para homenagear o primeiro governante republicano constitucional do Rio Grande do Sul, Júlio Prestes de Castilhos, o monumento foi erguido em 25 de janeiro de 1901 e é obra do escultor Décio Villares que também é autor da bandeira do Brasil. Está localizado na Praça da Matriz.


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TESTE

É depressão? Muitas vezes, equivocadamente, o termo “deprimido” é usado como sinônimo de “triste”. Depressão não é uma tristeza episódica, mas um distúrbio que inclui, inclusive, sintomas físicos. O acompanhamento médico, tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento adequado, é imprescindível. Responda as questões abaixo para saber se você precisa buscar tratamento.

01 | Você se sente sem energia para realizar tarefas que antes eram cumpridas sem esforço? SIM

NÃO

02 | Você é assolado com frequência por um sentimento de vazio ou quadros de ansiedade? SIM

NÃO

03 | Você sente que abandonou o seu projeto de vida? SIM

NÃO

05 | Você perdeu o interesse nas atividades físicas? SIM

NÃO

06 | Você não consegue dormir, acorda no meio da noite ou dorme demais? SIM

NÃO

07 | Você engordou ou emagreceu muito sem ter feito nada para isso? SIM

NÃO

08 | Você sente com frequência dor de cabeça, de estômago ou na coluna? SIM

NÃO

09 | Você anda mais irritado que de costume? SIM

NÃO

10 | Você gostaria de ficar sozinho a maior parte do tempo? SIM

NÃO

04 | Está difícil tomar decisões, concentrar-se no trabalho ou lembrar fatos ocorridos recentemente? SIM

NÃO

Fonte: Veja Testes

Se você respondeu "sim" a mais de cinco questões, é recomendável procurar ajuda médica. Bem diagnosticada e tratada adequadamente, a depressão pode ser controlada.


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Dieta

COMA BEM

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desintoxicante reprograma o

organismo

Pequenas mudanças na dieta e no estilo de vida podem melhorar a saúde cardíaca

U

m organismo intoxicado e inflamado está mais suscetível ao ganho de peso e à dificuldade para emagrecer. Além disso, os quilos a mais podem levar à insuficiência cardíaca e até a um acidente vascular cerebral, de acordo com a Associação Americana do Coração. Através da eliminação de toxinas e da estimulação dos órgãos e sistemas, a dieta detox reprograma o organismo. Segundo a nutricionista Izabele Vian, do Instituto de Cardiologia, a dieta detox é baseada em alimentos com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que auxiliam na eliminação de toxinas como corantes, conservantes, metais pesados e

agrotóxicos. “A dieta também reduz a retenção de líquidos e nutre o organismo, além de melhorar a digestão dos alimentos, diminuir a produção de radicais livres e auxiliar na assimilação dos nutrientes”, ressalta. Pode ser feita por quem deseja reduzir peso, mas deve-se estar consciente de que sua finalidade não é apenas emagrecer, e sim preparar o organismo para uma mudança de hábitos. Por isto, o acompanhamento de um profissional de nutrição é essencial para determinar o prazo das restrições, que não devem ser feitas com frequência nem por períodos superiores a uma semana, pois podem causar quadros de tontura e fraqueza.

A desintoxicação do organismo faz com que as substâncias tóxicas sejam elaboradas pelo fígado e eliminadas pelo intestino. Líquidos e fluídos acumulados nos tecidos são eliminados e as dores de cabeça causadas por hipersensibilidade e excesso de toxinas são reduzidas.

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Melhora o funcionamento das células, restabelecendo e acelerando o equilíbrio metabólico, o que auxilia na perda de peso e resulta em mais vigor e disposição para o corpo. Proporciona uma nutrição mais saudável através da experimentação de novos alimentos e receitas saborosas e saudáveis.

O QUE

O QUE

PRIORIZAR?

EVITAR?

• Alimentos ricos em fibras • Muita água • Frutas • Legumes • Verduras: principalmente as de folhas verde-escuras • Alimentos integrais • Sopas • Chás • Carnes brancas • Sucos naturais • Oleaginosas: castanhas, nozes e avelã

• Chocolate • Café • Refrigerante • Chá preto • Leite e derivados • Alimentos ricos em conservantes • Carne vermelha • Cereais refinados (que contêm farinha branca) • Alimentos industrializados como massas, salgadinhos, biscoitos • Açúcar refinado (branco)


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PERFIL

Adib Jatene M otivo permanente de inspiração para todos que o rodeavam, o Dr. Adib Domingos Jatene conseguiu unir o mais absoluto rigor nos procedimentos médicos a um tratamento humanizado, em uma relação sempre próxima de cada um de seus pacientes. “Sua postura ética e justa foi, e será, um farol a iluminar toda a Medicina”, ressalta o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), José Otávio Costa Auler Junior.

Acreano nascido em Xapuri e “paulista de coração”, Jatene foi um dos cirurgiões cardíacos mais importantes do Brasil e do mundo. Filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho, passou a infância na cidade mineira de Uberlândia. Mesmo com a modesta renda da família, foi à capital paulista para fazer o segundo grau. O que, convenhamos, valeu a pena, pois as mãos do médico operaram ao longo de sua carreira quase 20 mil corações e, chefiando equipes, o número de cirurgias que realizou passa das 100 mil. O médico Adib Jatene formou-se aos 23 anos na Universidade de São Paulo (USP). A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade,

100 mil corações

sob a orientação do professor Euríclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes de coração no país, do qual foi aluno favorito. Foi o primeiro profissional a realizar uma cirurgia de ponte de safena no Brasil. Seu currículo, além de ex-diretor do Hospital do Coração de São Paulo, menciona atividades na Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, como professor de Anatomia Topográfica; como cirurgião do HC-FMUSP e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, onde exerceu o cargo de chefe do Laboratório Experimental e de Pesquisa e depois da Seção de Cirurgia. Foi professor titular de Cirurgia Torácica da FMUSP e diretor da Faculdade. Participou da fundação e foi o primeiro presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, além de membro titular da Academia Nacional de Medicina. Por seu destaque durante a carreira, foi nomeado secretário estadual de Saúde de São Paulo entre 1979 e 1982 e duas vezes Ministro da Saúde do Brasil, em 1992, durante o Governo Collor, e entre 1995 e 1996, com FHC, quando ajudou a criar a CPMF.

Sua longa colaboração para a cirurgia torácica se deu com a criação do primeiro modelo de coração-pulmão artificial do Hospital do Coração. Jatene também patenteou a váscula de disco basculante e os oxigenadores de bolhas e de membrana. Leva seu nome a técnica de correção da transposição dos grandes vasos da base. Em 2007, por decisão do governo da Grécia e da Sociedade de Cardiologia daquele país, foi laureado como um dos sete homens sábios do planeta no campo da cirurgia cardiovascular. Dono de uma coleção particular de arte, com obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi e Tarsila do Amaral, presidiu também o conselho deliberativo do Museu de Arte de São Paulo (Masp).


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PERFIL

Multifacetado

“O Dr. Adib Jatene tinha a capacidade de ver o mundo com os olhos de otimismo”, relata o diretor-presidente do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, Dr. Ivo Nesralla. O cirurgião lembra do colega de profissão ao citar a frase de Machado de Assis: “Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinhos e há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas”, assim era o professor Jatene. Outro traço característico de Jatene era a simplicidade. O jeito modesto no trato pessoal, sem ostentação ou superioridade, o fazia considerar os que estavam ao seu redor como iguais. Não à toa, grande parte de sua carreira foi dedicada à luta pelas causas relacionadas à Saúde Pública e ao Ensino Médico, pensando na equidade e acesso universal à Saúde. Junto à humildade, estava a naturalidade no exercício da Medicina. “Eu não me lembro de ter visto meu pai levantar no meio de um jantar ou de uma reunião familiar para atender um paciente e reclamar disso, ele nunca reclamava. Era algo muito espontâneo, com muita satisfação. Talvez esse fosse o grande motor que fazia com que ele

Não é só o currículo profissional que chama a atenção ao mencionar o ex-ministro Adib Jatene. Seu sucesso na Medicina foi reflexo de uma personalidade ímpar, que o permitia realizar cirurgias de maneira intensa, desenvolver novos trabalhos e, ainda, exercer atividades políticas e administrativas.

Sua postura ética e justa foi, e será, um farol a iluminar toda a Medicina” Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), José Otávio Costa Auler Junior.

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trabalhasse e se dedicasse tanto, não havia nada forçado em sua atuação. Fazia o que tinha de ser feito e ponto, sempre animado. Um indivíduo tão importante, um grande exemplo a ser seguido”, relembra Fábio Jatene, filho de Adib e atual diretor-geral do InCor/FMUSP.

Convívio Fábio Jatene reitera a importante influência de seu pai: “A vida dele foi um contínuo pensar sobre os problemas que nos afligem diariamente, que afligem a nossa sociedade. O tempo inteiro existia essa preocupação e visão de tentar solucionálos. Ele brincava e dizia assim: ‘estou atrás das soluções, porque problemas nós já temos muitos’”. Um bom combate não requer apenas um bom lutador, mas alguém que persista em resolver as adversidades que se apresentam ao longo do caminho. O legado deixado por Adib Jatene enriqueceu e afortunou a Medicina brasileira não só nos aspectos de conhecimento, inovação e experiência, mas também com uma herança de virtudes que corroboraram para um sucesso inestimável. Estas são apenas algumas de suas qualificações, em meio a uma história de 60 anos dedicados à medicina. Além da grande herança científica deixada aos colegas de profissão, Adib deixou à esposa Aurice, aos quatro filhos - três cirurgiões e uma arquiteta – e aos dez netos, muitas lições sobre a valorização das pessoas e da vida.



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