Revista VIMANA (Edição 7)

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ISSN

2183-5101


VIMΛNΛ

REVISTA

NA CAPA... IO SATURNALIA

ÍNDICE

NESTA REVISTA VAI ENCONTRAR...

04

SAINT GERMAIN BREVE BIOGRAFIA

12

NATAL

CABALA

21

32

NA ASTROLOGIA

MACRO E MICRO

ENAMORADOS

BIOQUÍMICA

10

22

O SEXTO ARCANO MAIOR

DO TAROT?

A JORNADA

ENTREVISTA EXCLUSIVA

DO LOUCO CONTINUA

MARY K. GREER

14 CRISTAIS

OPALITE

28

26

ANJO

SIMBOLOGIA

06

SENTIMENTOS DE TARÓSOFO

20

COM AS CARTAS NA MESA

32

TIRAGEM DO ANO NOVO

34

APONTAMENTOS NATALÍCIOS

9 - 35

2 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA


A PRIMEIRA REVISTA DE TAROSOFIA em português de Portugal

O que lh

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EDITORIAL

Mário Portela É ÓBVIO que lhe desejo um óptimo conjunto de dias de festa em família e não só... Mas o que importa mesmo é ver-nos livres deste ano que está a findar, um ano em que não se mudou, não mudou o carro, nem de emprego, não se ficou rico nem bonito nem famoso. Um ano em que não se aprendeu a saltar de paraquedas nem nos matriculamos na dança de salão ou naquela cena de meditação muito à frente. Mais um ano que os domingos foram no sofá, que as sextas foram novamente no mesmo bar/café reclamando a mesmíssima ladainha do ano anterior – chefes e patrões, mulher/marido, vizinhos, pai/mãe, amigos... Os mesmo lugares, as mesmas caras, as mesmas situações. O pior foram as oportunidades desperdiçadas por preguiça, falta de coragem, acomodação, medo. Mas vamos lá entender o verdadeiro frenesim do fim de ano, enumeremos mais uma lista de promessas e DESTA VEZ vamos agarrar as oportunidades, ter coragem e sem medos avançar. A vida simplesmente é curta demais para fazer sempre as mesmas coisas, vamos fazer outras e melhores! Então o que eu desejo é isto: faz coisas diferentes. Liberta-te finalmente daquele relacionamento morno apenas porque é cómodo. Levanta-te do sofá e da TV e vai aprender aquele instrumento musical, aquele desporto radical ou aquela língua catita. Muda de restaurante, muda o cabelo, muda os caminhos. Muda! Desobedece! Não acredites no que te disseram, TU PODES!

Eu desejo que dês o passo maior que a perna, que fales de boca cheia, que dês gargalhadas até doer. Que te apaixones e te desapaixones quantas vezes te apetecerem, e que não te conformes com o que tens. Que pares de te preocupar com o que os outros vão dizer. Que ganhes bem, que ganhes mais, que peças aumento e proves que o mereces, que te desenvolvas e não apenas te sintas feliz por ter um emprego. Aliás, eu espero que nunca mais precises trabalhar: encontra a profissão que amas e sê pago para te divertires! E que o que queiras fazer da vida seja crescer, evoluir, melhorar, tentar diferente. Pois se queres apenas ficar aí parado para o ano vais ter de tomar estas mesmas medidas de novo.

ALGO MAIS... SOBRE A REVISTA VIMANA

A revista é inteiramente concebida por profissionais ou

que não espelha as opções da associação nem será em

alunos da TAROSOFIA LUSITANA e tem como público-alvo

qualquer altura revelada por respeito e privacidade.

pensadores livres, amantes, profissionais e curiosos da temática do Tarot e suas interdisciplinaridades. As ligações a ordens, associações ou demais instituições de cada um dos membros da equipa é uma opção pessoal

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IO SATURNALIA Caminhamos, iludidos pelos media e pela tradição, para mais uma época festiva. Na realidade vivemos uma época onde se celebra maioritariamente o plágio, o roubo e o oportunismo dos percursores da actual Igreja Católica e derivadas. Durante os três primeiros séculos da nossa Era os cristãos não celebravam o Natal. Na Bíblia, não há referências sobre o alegado dia do nascimento de Jesus, nem recomendações para esse dia fosse celebrado, ao contrário do que acontece com os seus aniversários de morte e ressurreição. Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a origem do Natal não está no nascimento de Jesus. A festa natalina tem origem integralmente pagã, associada às comemorações denominadas Saturnália e Brumália. A Saturnália, festa em homenagem ao deus romano Saturno, ia de 17 a 24 de Dezembro. Era uma comemoração alegre, com muita dança, em que ricos e pobres conviviam igualmente, com os senhores servindo os servos, numa inversão de papéis. No dia 25 de Dezembro, imediatamente após a Saturnália, comemorava-se a Brumália, o nascimento do deus-sol, ou “o nascimento do Sol Invicto”. A data, no Hemisfério Norte, coincidia com o solstício de inverno, dia “mais curto do ano”, com menos horas de luz. A partir do solstício de inverno, as noites começam a diminuir, e os dias a aumentar. Em tempos remotos, os persas também tinham seus deuses inspirados no sol, e comemorações nos dias 24 e 25 de Dezembro. No dia que corresponde ao nosso 24 de Dezembro, os persas queimavam o seu deus Agni, construído a partir de um tronco de árvore, e colocavam outro, novo, em seu lugar. Com o novo deus, os dias começavam a aumentar porque, segundo supunham, o seu deus jovem estava cheio de vigor para produzir dias maiores. Adoravam-no então com diversas solenidades aparatosas e supostamente com sacrifícios humanos. No dia seguinte celebravam um estranho ritual: no templo onde ficava o deus Agni, havia uma fresta na cortina do lado oriental, por onde penetrava o sol ao amanhecer. Os raios iam incidiam na parte posterior da cabeça do sacerdote, que era dotado de uma careca espelhada. Ao refletirem-se nela projetavam-se num espelho em forma de sol, e daí incidiam no deus feito de madeira. Já a festa germânica pagã do solstício do inverno, a Yule, tinha como costumes principais os grandes banquetes, a folia, a troca de presentes, os enfeites e as árvores.

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E como da comemoração da Saturnália e da Brumália chegamos ao Natal cristão? Segundo a “The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge”:

“As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidas pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã. Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século IV os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (no século IV), que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares. Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de Dezembro. Era uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la. Não havia outra solução senão convencer todos que aquela era a data do nascimento do Cristo, do messias Jesus.”

TO: Mário PA e TEX

NA CAPA Continuamos numa sociedade maioritariamente de teor cristão onde a grande maioria não leu o livro que defende uma única vez e não sabe que a Bíblia conta das Saturnálias, fala da vergonha de Plínio com os prazeres desses dias e como todos trocavam prendas entre eles. Isto não esquecendo que segundo o livro seria impossível Jesus nascer no Inverno.

Na capa vemos um romano entre milhões, outrora valorosos, agora derrotados... agrilhoado e subvertido no seu conhecimento (romã), na sua cultura, no seu próprio ambiente. À sua frente as riquezas tombadas e tomadas pelo percurso religioso católico que bem podem simbolizar, nos dias de hoje, o consumismo amorfo e acéfalo de uma sociedade que não sabe avaliar história ou criar uma opinião!

Portela

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Mário Portela Mensageira e impactante a presença do anjo no tarot é extremamente simbólica! Anjo (do latim angelus e do grego ággelos para mensageiro), segundo a tradição judaico-cristã, a mais divulgada no ocidente, conforme relatos bíblicos, são criaturas espirituais, conservos de Deus como os homens (Apocalipse 19:10), que servem como ajudantes ou mensageiros. Os Anjos também podem ser considerados escravos de Deus no que tange ao sentido lato da palavra escravo, isto é, o que vive em absoluta sujeição a outrem. Também podem igualmente ser considerados escravos porque não recebem nenhuma contrapartida e estão a mercê da vontade Divina, podendo Deus dispor, a Seu critério, do Anjo – sem que ele possa exercer qualquer direito e objecção pessoal ou legal. Na iconografia comum, os anjos geralmente têm asas de ave (cisne) e uma auréola. São donos de uma beleza delicada e de um forte brilho, e por vezes são representados como uma criança, por terem inocência

A ICONOGRÁFICA

SIMBOLOGIA

DO

ANJO

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e virtude. Os relatos bíblicos e a hagiografia cristã contam que os anjos muitas vezes foram autores de fenómenos milagrosos, e a crença corrente nesta tradição é que uma de suas missões é ajudar a humanidade no seu processo de aproximação a Deus. Os anjos são ainda figuras importantes em muitas outras tradições religiosas do passado e do presente e o nome de “anjo” é dado amiúde indistintamente a todas as classes de seres celestes. Os muçulmanos, zoroastrianos, espíritas, hindus e budistas, todos aceitam como facto a sua existência, dando-lhes variados nomes, mas às vezes são descritos como tendo características e funções bem diferentes daquelas apontadas pela tradição judaico-cristã, esta mesma apresentando contradições e inconsistências de acordo com os vários autores que se ocuparam deste tema. Charles Leadbeater diz que, sendo um dos muitos reinos da criação divina, o reino angélico também está, como os outros, sujeito à evolução, e que existem grandes diferenças em poder, sabedoria, amor e inteligência entre seus integrantes. Pelo mesmo motivo, o de constituírem um reino independente, com interesses e metas próprias, diz que os


anjos não existem mormente em função dos homens e seus problemas, como reza a cultura popular, apesar de os assistir numa variedade imensa de formas, como por exemplo na ministração dos sacramentos, na cura espiritual e corporal dos seres humanos, e na sua inspiração, encorajamento, protecção e instrução iniciática. Mesmo que o reino angélico como um todo esteja envolvido em muitas tarefas que não dizem respeito ao homem, Leadbeater afirma em «A Ciência dos Sacramentos» que existe uma classe deles especialmente associada aos seres humanos, a dos anjos da guarda, na verdade uma espécie de silfos, à qual se confia uma pessoa por ocasião de seu baptismo, e que por seu serviço conquistam a individualização, tornando-se serafins. Os anjos são descritos por Hodson como tendo uma atitude em relação a Deus completamente diversa da humana, não concebendo uma existência personalizada individual, mas sim uma consciência única central e ao mesmo tempo difusa e omnipresente, de onde suas próprias consciências derivam e à qual estão inextrincavelmente ligadas. Sentem-se unidos a esta consciência e para eles não é possível, exactamente por esta unidade, experimentarem egoísmo, separatividade, desejo, possessividade, ódio, medo, revolta ou amargura. Apesar de serem essencialmente seres amorosos, o amor é impessoal, sendo

extremamente raras as associações estreitas com quaisquer indivíduos de terceira dimensão. Nos seus estudos Hodson divide-os em quatro tipos principais, associados aos quatro elementos da filosofia antiga: terra, água, fogo e ar. Hodson faz também uma associação dos anjos com a Árvore Sefirotal, derivada da tradição Cabalística, definindo dez ordens. Afirma que um dos aspectos do Logos é de natureza angélica e acrescenta que ao reino angélico pertencem os chamados espíritos da natureza. Muitos destas classes estão envolvidos em processos naturais básicos como a formação celular e cristalização mineral, sendo por isso de dimensões microscópicas, constituindo os primeiros degraus da sua longa evolução em direção aos anjos planetários e formas ainda mais grandiosas como os grandes arcanjos solares, de estatura verdadeiramente colossal, a ponto de poderem ser percebidos de pontos próximos à extremidade externa do sistema solar. Outros tipos são os silfos, as salamandras, as fadas, dríades, ondinas e os variados espíritos da natureza conhecidos

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desde a antiguidade em várias culturas. As descrições dão uma vívida ideia da importância destes seres na manutenção da ordem cósmica e na manifestação do universo desde sua origem insondável até as formas físicas, passando por todos os degraus intermédios.

SIMBOLOGIA DA LUA NO TAROT E NA TAROSOFIA Invariavelmente, tendo uma influência avassaladora do catolicismo e da cultura judaico-cristã, o Tarot apresenta anjos quando as palavras de ordem são: CLARIDADE, MENSAGEM, COMUNICAÇÃO, ELO DIVINO, PROPÓSITO ELEVADO e CONSCIÊNCIA. Assim, anjos no sistema do tarot representam mensagens divinas. São mensageiros de informação importante e numa leitura, o facto de aparecerem, indica que uma mensagem (relativa à carta e à remanescente simbologia) pode aparecer ao consultante em forma de inspiração, intervenção divina ou subtilmente. Os anjos também simbolizam pensamentos e ideais superiores e são encontrados nas cartas do Tarot Rider-Waite-Smith em VI – Os Amantes, X – Roda da Fortuna, XIV – A Temperança, XX – O Julgamento e nas Damas de Copas e Espadas. Existem ainda baralhos de tarot onde o peso judaico-cristão é diminuído ou simplesmente eliminado. Todavia, na grande maioria dos casos esta claridade e inspiração divina (pela ligação não a um Deus mas ao nosso próprio Eu Superior) está patente simbolicamente através de alegorias visuais míticas, mágicas ou manifestações de seres elementais, que são na génese os anjos que outras culturas reverenciam.

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APONTAMENTOS NATALÍCIOS

ÁRVORE DE NATAL QUAL A SUA ORIGEM?

A Árvore de natal é um pinheiro ou abeto, enfeitado e iluminado, especialmente nas casas particulares, na noite de natal. A tradição da Árvore de natal tem raízes muito mais longínquas do que o próprio natal. Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, copiando os germânicos, na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de natal. Os egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casa no dia mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a morte. Nas culturas celtas, os druidas tinham o costume de decorar velhos carvalhos com maçãs douradas para festividades também celebradas na mesma época do ano. Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (uma região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos como símbolo da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto. Na Europa Central, no século XII, penduravam-se árvores com o ápice para baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade. A primeira referência a uma Árvore de natal surgiu no século XVI e foi nesta altura que ela se vulgarizou na Europa Central, há notícias de árvores de natal na Lituânia em 1510. Diz-se que foi Lutero (1483-1546), autor da reforma protestante, que após um passeio, pela floresta no Inverno, numa noite de céu limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de Árvore de natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto porque para ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino Jesus. O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores de papel (as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas representavam a inocência). Isto permitiu que surgisse uma indústria de decorações de natal, em que a Turíngia se especializou. No início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a importar da Alemanha a tradição da Árvore de natal pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela Illustrated London News, de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos, junto à Árvore de natal no castelo de Windsor, no natal de 1846. Esta tradição espalhou-se por toda a Europa e chegou aos EUA aquando da guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição não se consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas. Contudo, em 1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de natal e a tradição mantém-se desde 1923.

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O SEXTO ARCANO MAIOR

ENAMORADOS

OS

Chamam-lhe Enamorados (Lovers), Namorados, Amantes ou Cupido em diferentes baralhos. g

ARTIGO ORIGINAL PUBLICADO EM TAROSOFIA.COM Autor: Jorge Moreira

Sendo o Sexto Arcano Maior, os Enamorados representam bem mais do que o folklore popular pensa. Na versão do Tarot de Marselha esta carta apresenta um homem, entre duas mulheres, que é visado por uma flecha que parece pronta para ser disparada por um anjo, Cupido, à frente de um disco solar. Parece referir-se de forma alegórica a uma ideia diferente da comummente aceite: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates.

orientação mútua. Por trás da mulher, encontra-se a árvore do conhecimento do bem e do mal, que simboliza a natureza vivente, ao passo que atrás do homem há uma árvore que arde, símbolo da natureza intelectual-espiritual (logos). Uma montanha aparece em segundo plano, indicando ascensões mais elevadas das quais o casal deve atingir. O Sol do meio-dia da iluminação divina brilha ao alto, alentando tanto a natureza humana assim como os representantes angelicais.

não se trata propriamente de amor, mas sobre decisão e compromisso para o Este arcano é de fácil memorização por eviindivíduo em si denciar amor e sexo. O impulso para a união é poderosa, e na sua manifestação mais alta, leva-nos para caminhos à espera de serem descobertos. Com Rider-Waite-Smith, as figuras nuas dos figurantes encontram-se em campo aberto, enquanto um anjo flutua acima. O homem representa o Animus (arquétipo masculino) ao passo que a mulher representa a Anima (arquétipo feminino) dentro de um indivíduo. Os dois devem se harmonizar e se unir de uma maneira adequada, e isso deve ser feito por meio da

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O arcano é representado não só pelas escolhas da vida, mas também de casais, parcerias, amantes amigos ou parceiros de trabalho. No significado desta lâmina existe um certo peso em tentar decidir o que o coração anseia em relação às tentações que possam existir. Simboliza as escolhas a serem feitas para progredir e crescer de modo espiritual, e estas es-


COMO CARTA DO DIA

ENAMORADOS NO AMOR

Não sendo uma carta que anuncie amor é ainda assim um bom pronúncio de um dia apaixonado e vivido intensamente.

Mais do que amor, esta carta fala das decisões cegas e apaixonadas. No fim, o amor torna-se emancipado dos seus papéis tradicionais nos relacionamentos e família, retornando para o que sempre foi: o novo paraíso.

“Ama quem tu és, e podes casar com toda a gente”

colhas podem reflectir os valores emocionais, as indecisões, hesitações e ou os nossos medos de decidir algo errado. Aplica-se também a qualquer pessoa que esteja ligada de modo relacional em que entre ambos haja algo que os liga.

Lei Hermética da Polaridade Uma das lâminas que a representa...

É uma lâmina de incertezas…

De certo modo, o Destino e a Manifestação Divina estão representados, mostrando que é necessário manter a fé e a força para prosperar. A mensagem desta lâmina pode penetrar o ego e a libertação de desejos kármicos do indivíduo, sendo que a harmonia e o sucesso dependem da cooperação entre o consciente e o inconsciente obtendo sabedoria e aprendizagem. Mostra a necessidade de aprender a lidar com a responsabilidade de decisões tomadas e usar o discernimento para mais tarde poder ajudar e confortar quem precise de nós. A Nudez está presente, significando a libertação de preconceitos e a total entrega nas mãos do Destino, mas também pode representar os desejos íntimos. É acima de tudo uma lâmina que fala de bifurcações, decisões ou caminhos apertados que tomamos devido à cegueira de uma visão apaixonada e, de certa forma, longe da realidade.

Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades.

VIMΛNΛ Tarot

A simbologia ao alcance de todos...

O símbolo dos Enamorados apresenta a bifurcação que sai das decisões apaixonadas e cegas.

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BREVE BIOGRAFIA DO CONDE

SAINT GERMAIN

Eva Papoila

«Não comia, nem bebia, nem cousa alguma. O demónio usava o pó branco dos infernos e enterrou todos os amigos e inimigos, porque também não morria.»

Pautando de um misterioso brilho a já estrelada abóbada das personalidades que marcaram o século XVIII, consta o Conde se St. Germain, figura ilustre por tantas organizações místicas contemporâneas elevado a inspiração. Apesar de todos os feitos que alcançou numa incrível multiplicidade de domínios, entre os quais se contam a Ciência, a Música, a Alquimia e o Misticismo e de ter ainda desempenhado funções de ourives, explorador e cortesão, nunca foi trazida à luz com suficiente fundamento a sua verdadeira identidade. Esta aura de ocultismo, que desde cedo pairou sobre si, contribuiu extensamente para a crença antiga de que seria imortal e portador da tão almejada Pedra Filosofal... ou pó?!

«Para a Sociedade Teosófica, Saint Germain é o “Mestre Ascenso do Sétimo Raio”, que emana a chama violeta, e que seria a mais poderosa força espiritual actualmente presente no planeta, uma energia de desobstrução, um fogo sagrado e luz de intenso brilho que produz a queima dos carmas.»

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O Conde de St. Germain terá nascido na Transilvânia, a 28 de Maio de 1696, sendo as especulações acerca da sua ascendência diversas. Alguns têm-no como filho de Francis II Rákóczi, príncipe da Transilvânia, na época exilado. Outros, como filho ilegítimo de Marie-Ann de Neubourg, viúva de Carlos II da Espanha, fruto de uma infidelidade consumada com um conde de Adanero que conhecera em Bayonne, no sudoeste de França. Uma terceira teoria aponta-o como resultado da relação extramarital do rei português D. João V com uma freira de Odivelas. Considera-se que o Conde teria estudado em Itália, possivelmente como protegido do Grão-Duque Gian Gastone. As primeiras

aparições documentadas só vêm, contudo, a datar de 1743, em Londres, e 1745, em Edimburgo, onde fora preso sob acusação de espionagem. Teria hábitos ascéticos e praticaria o celibato. Foi também por esta altura que o seu talento como violinista o retirou da protecção sombra, sob a qual se volta a abrigar quando subitamente desaparece em 1746. É então que ressurge em 1758, já em Versalhes, onde desempenha funções de ourives e lapidador. As múltiplas ofertas de joelharia à corte conferiram-lhe a protecção de Luís XV e da sua amante, madame de Pompadour, que lhe subsidiaram a habitação em Chambord.

O Conde deixa França em 1760, movendo-se para Inglaterra, onde o Duque de Choiseul, na época Ministro de Estado, dá ordens para a sua prisão. Esteve entretanto nos Países Baixos e em São Petersburgo, pela altura da ascensão de Catarina, a Grande; para a qual conspirativamente se considera que o Conde terá tido alguma contribuição. Da Rússia, segue para a Bélgica, onde adquire terrenos usando do nome não próprio de Conde de Surmount. Aí, negocia a venda da sua técnica de tratamento de madeira e couro ao Estado, a qual não se consuma, facto que culminou, mais uma vez, no seu desaparecimento, desta vez por onze anos, ao fim dos quais vem a reaparecer na Baviera, agora denominando-se Conde Tsarogy. Em 1776, na A l e m a n h a , intitulando-se Conde Welldone e assumindo-se como maçom, volta a oferecer à corte do vigente os produtos resultantes das suas inovadoras e empreendedoras investigações, entre os quais se contavam cosméticos, vinhos e licores e ainda vários elixires. Três anos mais tarde, o Conde vem a estabelecer-se na residência do governador de SchleswigHolstein, o príncipe Karl de HesseKassel, a quem se apresenta como Francis Rákóczi II, príncipe da Transilvânia. Foi sob guarida e comparticipação do príncipe que se dedicou à Fitoterapia, cujos achados veio a usar em prol dos menos favorecidos. O falecimento do Conde de St. Germain dá-se a 27 de Fevereiro de 1784 em Eckernförde. O seu nome volta, contudo a ser mencionado no final do século

XIX, de quando datam rumores das suas aparições em Paris e Milão. Tais alegações deram aso às inúmeras e convictas proposições acerca da sua imortalidade.

A rica vivência do Conde de St. Germain foi naturalmente fértil em confabulação lendária, ainda vívida actualmente. Entre os ditos, conta-se o da assombração da corte de Luís XV depois da reconstituição alquímica de um diamante tido pelo rei como defeituoso e, por conseguinte, menos valioso. São ainda frequentes os relatos de que o Conde terá mantido a mesma aparência desde os seus 45 anos, assim como reaparecido em múltiplas ocasiões após a sua morte, com mesma compleição física. Também comuns são as referências ao facto de que nunca fora visto a comer ou beber, e à frequente transmutação de materiais em análogos mais valiosos. Este cunho sobrenatural que lhe fora sendo atribuído, em conjunto com o desconhecimento da proveniência da majestosa riqueza de que era detentor, foram alimentando a ideia de que teria na sua posse o Elixir da Eterna Juventude e a Pedra Filosofal, os quais o dotariam das capacidades para os seus feitos necessárias. A sua dita excêntrica personalidade era magnetizante, insuflando mais ainda a nuvem de mistério que pairava após os seus frequentes e inexplicáveis desaparecimentos. É-nos, de facto, impossível pronunciarmo-nos acerca da imortalidade do Conde através da sua contemporânea presença física. Contudo, essa mesma imortalidade torna-se irrefutável à luz do valor da sua obra e do e do brilho único da peculiaridade da sua índole.

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Breve Biografia e Entrevista com a “Senhora Tarot” contemporânea

Mary K. Greer

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Alexa Duarte Até agora, a Revista VIMANA têm focado o brilhantismo dos autores e artistas por detrás da criação de novos baralhos, de arte inovadora e de projectos de linha-da-frente na comunidade de Tarot actual. Porém, nesta edição vamos dar um passo atrás e regressar às raízes e tradições desta prática misteriosa.

Para nos ajudar a recuar às eras passadas do Tarot, apresentamos a fabulosa Mary K. Greer. Esta autora americana faz, por si só, parte dessa rica história, trazendo consigo quase 50 anos de experiência na área. Como uma jovem adulta na década de 1960, a Mary estudou na Universidade Central da Flórida, onde descobriu o Tarot por acaso, enquanto frequentava o curso de Literatura Inglesa, do qual viria a completar o seu mestrado. A sua recém-encontrada paixão levou-a a escrever vários artigos e trabalhos sobre o assunto e, posteriormente, a dar aulas sobre Tarot em faculdades e universidades entre 1974 e 1989. Paralelamente, tornou-se professora e administradora na New College of California em São Francisco, onde trabalhou durante 11 anos. Como educadora, desenvolveu métodos

de ensino focados na aplicação prática de auto-procura, introspecção e criatividade, criando assim uma abordagem “interactiva e transformacional”, como ela própria afirma. Durante esse tempo de aprendizagem e de desenvolvimento de técnicas pessoais de leitura e de ensino, a Mary iniciou a sua carreira em Tarot a nível profissional, e pela década de 1980, começou a marcar presença em conferências e simpósios como oradora convidada. Por volta desta altura, apercebeu-se da sua maneira única de abordar Tarot e daí surge a ideia para o seu primeiro livro, “Tarot for Your Self: a Workbook for Personal Transformation” (1984). Este manual prático em estilo de diário revelou-se uma novidade muito ansiada pela comunidade do Tarot – é das primeiras obras escritas que permite, fala sobre e explica como fazer leituras para o próprio. Esta grande entrada assinala um passo em frente na abertura da mentalidade obscura e repleta de secretismo, que então envolvia das artes divinatórias. A

partir daí, a autora e professora continua a desenvolver o seu conhecimento e acaba por escrever mais dois livros no estilo manual informativo/prático, “Tarot Constellations: Patterns of Personal Destiny” (1987) e “Tarot Mirrors: Reflections of Personal Meaning” (1988). O trabalho inicial de Mary é marcado pela sua própria fascinação por psicologia, especialmente a perspectiva Jungiana, e por isso os seus livros exploram a projecção da experiência humana na simbologia e padrões das lâminas. Mais tarde, a autora tomou interesse pelas origens desta prática e daqueles que a introduziram na sociedade, mergulhando numa investigação sobre a associação ocultista The Hermetic Order of the Golden Dawn e sobre a vida de vários cartomantes e tarólogos. Como resultado desta pesquisa, surgem as suas duas

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próximas obras. Primeiro, um trabalho explorativo sobre as relações mágicas práticas do Tarot, “The Essence of Magic: Tarot, Ritual, and Aromatherapy” (1993). Depois, o livro “Women of the Golden Dawn: Rebels and Priestesses” em 1995, sobre a vida de quatro mulheres influentes na emergência do Tarot na Golden Dawn e ainda, um apêndice sobre a artista responsável pelas ilustrações do baralho Rider-Waite-Smith, a Pamela Colman Smith. Após este período de busca histórica, a Mary continuou a escrever livros, agora centrados na matéria que ela própria ensina nas suas aulas e workshops, tais como “The Complete Book of Tarot Reversals” (2002), “Understanding the Tarot Court” (2004), “Mary K. Greer’s 21 Ways to Read a Tarot Card” (2006), “Who Are You in the Tarot?: Discover Your Birth and Year Cards and Uncover Your Destiny” (2011), entre outras obras que co-escreveu com outros autores da área. Em 2006, a Mary foi reconhecida pela primeira vez com o prémio Mercury, dado pela fundação Mary Redman por “excelência em comunicação na área metafísica”, pelo seu primeiro livro Tarot for Your Self. No ano seguinte, voltou novamente a ser galardoada por duas associações esotéricas: recebeu o International Tarot Lifetime Achievement Award pela Sociedade Internacional do Tarot (ITS), e ganhou ainda

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o The Coalition of Visionary Resources Award para melhor livro de divinação pelo seu livro, “Mary K. Greer’s 21 Ways to Read a Tarot Card”. Para além do seu currículo profissional extensivo, a Mary também se associou a várias organizações de Tarot. Possui o título de Grande Mestre na Associação Americana de Tarot. É a fundadora do Tools And Rites Of Transformation (T.A.R.O.T.), um centro de aprendizagem focado no estudo das artes divinatórias e transformativas e na espiritualidade feminina. Alcançou o estatuto de Arquisacerdotisa/Hierofante na ordem The Fellowship of Isis, através da qual fundou o museu Iseum of Isis Aurea, na Califórnia. É também investigadora na associação italiana, Tarot Associazione Culturale. Ainda mais, o seu trabalho abrangente do estado da mulher no mundo místico e na espiritualidade garantiu-lhe um grande número de seguidores nas comunidades femininas e pagãs.

Hoje em dia nos seus anos dourados, a Mary continua os seus estudos e pesquisas, na sua residência na Califórnia do Norte. Escreve ainda o seu blog, Mary K Greer’s Tarot Blog, onde partilha as suas opiniões e informações sobre Tarot, sobre as suas aulas e sobre a sua aprendizagem.

ENTREVISTA EXCLUSIVA Alexa: Muita gente desconhece a pessoa por detrás dos livros, por isso gostaria de começar por aí. Conte-nos sobre si e sobre quem é a Mary K. Greer para além do seu trabalho. Mary K. Greer: Eu nasci em Denver no Colorado e, como o meu pai esteve no exército, mudei muito de casa: Tóquio, Japão; Washington D.C; Fort Hood, Texas; Leipheim, Göppingen e Heidelberg, Alemanha; Atlanta, Geórgia; Orlando e Tampa, Flórida; e em adulta, Londres, Inglaterra; São Francisco e Nevada City, Califórnia; e San Miguel de Allende, México. Eu vivi na Alemanha dos 10 aos 13 anos, que foi uma idade maravilhosa para explorar o campo. Já trabalhei como tipógrafa e designer gráfica e servi como administradora e professora numa faculdade em São Francisco durante 11 anos, ensinando uma variedade de cursos, desde estudos da Mulher a técnicas de ensino, escrita e, claro, Tarot. Os meus interesses próprios têm-se focado na espiritualidade feminina, magia, psicologia Junguiana, mitos e símbolos. Sou uma Sacerdotisa ordenada na Ordem da Isis [no Inglês original, the Fellowship of Isis], mas identifico a minha prática espiritual como “Espiritualidade Divina Eclética Californiana” (California-Eclectic-GoddessSpirituality). Estive casada com o escritor de viagens e fotógrafo, Ed Buryn, durante 21 anos e tenho uma filha em Los Angeles e dois


netos. O Tarot tem sido o centro da minha vida profissional nos últimos 40 anos. A: Relativamente ao seu trabalho, tem usado a expressão “parteira da alma” para se descrever. Em que é que isso se traduz, em termos tanto de significado como de métodos de praticar Tarot? MKG: Já fui amiga de várias parteiras e admiro a maneira como elas usam a sua experiência para assistir e apoiar a pessoa que está a trazer uma criança para a vida – elas trabalham “mit-wife”, com a mulher. Sob as melhores circunstâncias, é isso que eu faço. Eu uso o meu conhecimento das cartas para questionar o consulente, de maneira a que este consiga alcançar as suas próprias conclusões e respostas, trazendo à vida a sua própria sabedoria. Anos após ter criado a expressão, descobri que Freud a usava para caracterizar a sua abordagem. Também descrevo a minha prática como “leituras que são interactivas, transformacionais e afirmadoras”. A: Como começou esta jornada, como a mudou e como é que isso se reflectiu na sua escrita? MKG: A primeira vez que vi Tarot foi numa novela de tarde na TV chamada “Dark Shadows”, acerca de vampiros e bruxas, que dava quando chegava a casa da escola. Mas a minha primeira experiência directa com Tarot foi [durante] o Natal de 1967, quando um amigo arranjou o livro “Tarot Revealed” de Eden Gray. Como o meu amigo não tinha cartas, fui na minha primeira “busca mágica”

em busca de um baralho de Tarot e assim, encontrei por acaso uma livraria metafísica – um remanescente valioso do passado Espiritualista da Flórida. Estava na faculdade a estudar literatura e teatro, e [por isso] tinha sido introduzida à “Jornada do Herói” de Joseph Campbell e ao simbolismo arquetípico. Depressa me apercebi que as lâminas representavam o modo com as pessoas experienciam estes temas poderosos na sua própria vida. Para além disso, a relação do Tarot com a magia significava que cada um pode criar o seu próprio futuro através das lâminas. É difícil dizer como isso me mudou, porque foi mais como se tivesse “chegado” a mim mesma. Eu soube logo que algum dia iria escrever um livro sobre Tarot e ensiná-lo na faculdade. Foi por isso que acabei por tirar o meu Mestrado em Artes. Os meus primeiros artigos e livro publicados foram sobre Tarot. Tem sido a força motriz na minha vida adulta. As maiores mudanças foram o meu interesse crescente na História do Tarot, que tem levado a outros estudos históricos, e a minha fascinação pelas vidas históricas de cartomantes e adivinhos, que têm sido principalmente mulheres. A: Porque tem um passado em ensino, como acha que os seus métodos práticos mudaram a comunidade do Tarot numa altura em que o secretismo e misticismo ainda governavam?

MKG: Eu estava realmente no sítio certo à hora certa. Inúmeras pessoas disseram-me pouco depois da publicação do “Tarot for Your Self” que tinha escrito o livro que elas queriam escrever. Toda a gente a quem perguntei, com a excepção de uma pessoa, confessaram, com embaraço, que faziam leituras para eles mesmos, apesar dos livros dizerem o contrário. Nessa altura, ensinava numa escola alternativa de artes liberais em São Francisco onde quebrar as regras era a norma. Era livre de experimentar com métodos de ensino experimentais em vez de [métodos] de rotina. Aprender com os erros em vez de os evitar é uma forma de aprendizagem poderosa e que não deve ser esquecida. Apercebermonos que temos várias opções pode ser assustador, mas também algo fortalecedor. A: O aspecto psicológico do Tarot e a maneira como nos projectamos a nós mesmos nas lâminas é algo que está sempre presente no seu trabalho. Até que ponto acha que isso tem moldado a sua perspectiva nesta área? MKG: Enquanto que a teoria e o entrelaçamento quânticos podem vir a mostrar ter algo a ver com a maneira como o Tarot funciona, tenho tendência a pensar que a única explicação “científica” que precisamos é a projecção e a ne-

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cessidade humana de encontrar significado nos temas universais, a que chamamos de arquétipos. Na prática, sei que ocorre algo mais comum – chamem-lhe de “sincronicidade” ou “magia”. Não consigo separar a minha experiência com Tarot da perspectiva psicológica. Reconhecer padrões em símbolos e na psique é algo que me vem naturalmente e [é a actividade] onde experienciei mais entusiasmo nos meus estudos e prática. F A: A sua pesquisa também a levou a mergulhar nas origens do Tarot. Será que a significância transcultural e intemporal das ideias e simbolismo associados com o Tarot de alguma maneira transcende essas fronteiras? MKG: Se todos os livros sobre Tarot desaparecessem subitamente e nós só tivéssemos os baralhos, conseguiríamos ou poderíamos recriar a leitura de Tarot como a conhecemos hoje? Será que as lâminas significariam o mesmo? Gosto de pensar que a resposta é sobretudo “sim”, enquanto que, ao mesmo tempo, julgo que algo novo e nunca antes imaginado surgiria. Eu acho que cada um deveria seguir os seus próprios interesses e inclinações – desenvolver o seu génio natural. Contudo, o que as pessoas chamam de “intuição” é normalmente nada mais que as opiniões, vieses, preconceitos, pressupostos, etc., de cada um, [e] frequentemente está errada. A intuição que surge de conhecimento, disciplina e perícia é muito mais precisa. Vejo isto em interpretações de grupo em fóruns online: a maioria dos “leitores intuitivos” que não estão apoiados num sistema coerente e disciplinado podem

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facilmente sair do âmbito da questão e oferecer conselhos não solicitados, que podem, ou não, ser úteis. A: Como uma praticante de Tarot, o que acha da posição quanto a esta profissão “marginal” daqueles fora dela? MKG: Eu vivo na Califórnia e viajo para visitar pessoas que pensam como eu. Fico sempre chocada quando confrontada, raramente, com alguém que seriamente se opõe ao Tarot. Mas [essas pessoas] existem por aí; eu só não as conheço. Acho que há mais a compreensão que uma leitura de Tarot consegue oferecer informação, perspectivas e possibilidades úteis que ninguém considerou completamente. Há sempre alguns consulentes que esperam que todos os seus problemas se resolvam ao encontrarem o tarólogo certo – alguém verdadeiramente dotado em saber tudo acerca deles. E há aqueles que acham que só Deus o pode saber, por isso qualquer pessoa que professe esse conhecimento tem, por definição, de ser o diabo. Claro que há aqueles vigaristas intencionais que estudaram as coisas certas de se dizer para satisfazer aqueles mais crédulos. Alguns dentro deste último grupo concentramse mais no entretenimento (como os “mentalistas”) e alguns pretendem prejudicar seriamente – nem que seja as poupanças das [vítimas]. A: Até este dia, continua a escrever não só livros, mas também o seu blog, “Mary K. Greer’s Tarot Blog”. O que tem definido para o seu futuro daqui para a frente e o que podemos esperar? MKG: Não faço ideia onde vou levar o meu blog ou os meus

livros. Tenho reunido informação durante anos sobre as intenções do [A. E.] Waite [co-criador do baralho Rider-Waite-Smith] para o Tarot. Os seus escritos são aborrecidos e pretensiosos. Contudo, o seu conceito da “Tradição Secreta”, que inunda o seu baralho, é rica e preciosa. Infelizmente, falta-lhe a dimensão prática de resultados imediatos que se encontra em trabalhos modernos cheios de “pensar para crescer” como “O Segredo”. Tenho mais material sobre a Pamela Colman Smith [ilustradora do baralho RiderWaite-Smith] e sobre as vidas de outros cartomantes. A: Por último, gostaria de lhe dar a oportunidade para acrescentar qualquer outra informação ou conselho que queira dar ao nosso público português. MKG: O meu melhor conselho:

comecem em qualquer lado com o Tarot – no que quer que

vos interesse sobre [o assunto] –, mas continuem a aprender e a crescer com isso. Assistam a aulas dadas por outros, juntemse a fóruns, questionem as vossas suposições, aprendam novas técnicas, explorem mitos e simbolismo. Quando em dúvida acerca do significado de uma lâmina, quer para vocês ou para outras pessoas, “simplesmente descrevam a lâmina – literalmente, sem simbolismo”. Depois falem do que parecem ser os sentimentos ou a atitude das figuras na lâmina e a disposição e atmosfera do ambiente. Normalmente isso é o suficiente para desencadear uma interpretação.


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Jorge Moreira

OnaNatal Astrologia Analisemos a tradição tida como correcta do nascimento do messias... O Natal está a porta, e segundo a tradição comemora-se o nascimento de Jesus a 25 de Dezembro. Diz-se que 3 Reis Magos se dirigiam para o local de nascimento seguindo a Estrela de Belém, com presentes para entregar e comprovar o nascimento de um novo “Rei”. Ora, este evento bíblico é conhecido e contado ao longo da história do cristianismo e por esta altura em toda a cultura ocidental, é costume enfeitar um pinheiro e presentes são oferecidos em comemoração. Sem dúvida que é um dia feliz para a família e principalmente para as crianças.

Quem eram os Três Reis Magos? Os Três Reis Magos, como tal são conhecidos, eram os Medes, e faziam parte do povo antigo do Irão e eram devotos de uma antiga forma de religião, uma forma de Pré-Zoroastrismo e do Mitraísmo, sendo que os que detinham a posição de sacerdotes eram os Magi. As personagens que são conhecidas desta história eram Três Magis, uma classe de sacerdotes nobres experientes no julgamento das Estrelas e eram os conselheiros dos Reis da altura, assumidos como os seguidores de Zoroastro. Viviam na Pérsia, (actualmente Teerão) e segundo os registos de Marco Polo (explorador) em II Milione, “na cidade de Saveh, onde foram sepultados os Três Magis,

em três grandes e belos monumentos, lado a lado. E acima dos monumentos, está colocada uma belíssima construção quadrangular. Os corpos permanecem inteiros, com o cabelo e a barba intactos”. Belteshazzar, um dos três era responsável por todos os Magis. Na madrugada de 12 de Agosto no ano 3 antes de Cristo em Saveh, Vénus e Júpiter alinham-se e formam uma conjunção na Constelação de Leão. (Mateus 2:1-12) Depois de Jesus ter nascido em Belém nos dias do Rei Herodes, os Magis que vieram de Este chegaram a Jerusalém e perguntaram – “Onde Ele está, o Rei dos Judeus? Nós vimos a sua Leste a Este e viemos para adorá-lo”. Na noite de 12 para 13 de Setembro, um mês depois em Saveh, Júpiter alinha-se com a Estrela Regulus, o Coração de Leão, também chamada de o Rei dos Reis. (Revelação 12:1-6) Um grande sinal apareceu nos Céus: uma Mulher, vestida com o Sol, e com a Lua sobre os seus Pés, e acima da sua cabeça, uma Coroa de 12 Estrelas; e ela estava grávida; e ela chorou, depois da dor de parto; E ela deu à luz a um filho, um rapaz… Então, a mulher fugiu para o deserto, onde ela tinha um lugar preparado por Deus… durante 1260 dias. Nesse mesmo dia, ao anoitecer a Constelação de Virgem descende no horizonte, a 13 de Setembro, em que o Sol encontra-se em Virgem, e a Lua do ponto de vista da Terra encontra-se nos pés da figura da constelação, revelando também no horizonte a Coroa de 12 Estrelas. Esse dia era considerado o Primeiro dia de Tishrei “o Começo” do Calendário Hebraico, o Dia da Aclamação. Considerado o dia que nasceu astrologicamente, e segundo alguns registos.

Caso para dizer, tire as suas próprias conclusões.

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Isabella Mello

? T O R A T O N A C I M BIOQUÍ M TIRAGENS RE

IDENTIFICAR E USA

O tarot, e os seus respectivos quatro naipes (Ouros, Espadas, Paus e Copas) têm uma correspondência directa com os elementos biológicos imprescindíveis à vida: Azoto, Carbono, Hidrogénio e Oxigénio, que nos permitem relacionar novos factos ao tarot e formar novas ligações que antes eram impossíveis. O naipe Copas é naturalmente associado ao elemento Água, podendo agora fazer-se a relação ao elemento Hidrogénio, devido às suas interacções intramoleculares fortes, estas que são indispensáveis para a estabilidade da Água. Este elemento perfaz cerca de 90% da massa total do universo, as suas interacções são importantes para a solubilidade e é o elemento mais leve, tendo, então, um efeito apaziguador e dissipador das emoções negativas, tendo também a capacidade de restabelecer o equilíbrio emocional e mental. Associado às Espadas, temos o elemento Ar e o seu correspondente será o Oxigénio, que tem uma percentagem relativa na atmosfera de 20%, sendo que quando os níveis do mesmo estão normais, a mente está clara e tudo flui naturalmente, incluindo a tomada de decisões. No entanto, quando os seus níveis estão elevados as reacções são exacerbadas, isto é, quando pensamos demais e nos preocupamos demais com uma determinada situação, a decisão não irá ser tomada com clareza e é necessário retomar à calma para a situação se resolver da melhor maneira possível. O Fogo-de-artifício é alimentado pelo Azoto, sendo o Fogo o elemento que no tarot se refere ao naipe Paus. O Azoto existe perfaz cerca de 79% da atmosfera e é essencial para os ciclos da vida e o metabolismo ocorrerem. No entanto, é necessário estar associado a outros elementos para exercer as suas funções, tal como o Fogo, já que sem oxigénio nada queima mas ao mesmo tempo nada que seja queimado volta ao seu estado original. Está, então, aqui demarcada a capacidade e necessidade de renovação e cooperação, sendo que o equilíbrio entre estes dois domínios é o ideal. O Carbono é, sem dúvida, o constituinte mais abundante e mais importante nas estruturas biológicas que habitam o planeta, sendo que a Terra é sinónimo de Ouros quando o assunto é tarot. De facto, as sociedades mais antigas utilizavam pedras ou conchas como forma de troca de valores e é esta troca que mantém as sociedades unidas e a família. A família é, então, o esqueleto que nos mantém íntegros, do mesmo modo que as cadeias de Carbono sustentam todos os fenómenos na Natureza.

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O contacto directo com os elementos permite manter o equilíbrio necessário à vida, seja uma ida à praia para aumentar o contacto com a Água, um passeio a um jardim onde as plantas libertam maior quantidade de Oxigénio ou acompanhar os ciclos da vida onde participam o Azoto e o Carbono. Mais, da mesma maneira que são essenciais à vida, são também essenciais para uma compreensão mais alargada do tarot.

as mudanças e alterações necessárias ao encaminhamento da vida. De referir, também, a Temperança, Arcano Maior número catorze, representação por excelência do restabelecimento da harmonia e do equilíbrio.

Ora, ao transportar este facto para os elementos químicos, é semelhante a tendência de, apesar de estarem sempre em transformação, reacções em cadeia só terminam quanAo transportar estes conhe- do o equilíbrio é encontrado, cimentos para as cartas, no- sendo um exemplo a reacção meadamente os Arcanos entre um lípido e o HidróxiMaiores, do de Sódio (NaOH),cáustico, que permite a formação de um glicérido, este já agradável quer em termos de cheiro quer em termos de efeitos. Não seria possível não refeé possível estabelecer tam- rir o Mundo, último Arcano bém novas conexões e per- Maior, a representação mácepções que não só o que já xima do todo e de todos os está definido. elementos existentes não só na tabela periódica mas em Começando pelo Mago, Ar- todo o Universo, como os cano Maior número um, este electrões, protões e até os que é a representação da quarks. Mais, estão também manifestação da actividade e representados alegoricamenda criação, pode observar-se te através das figuras pretodos os elementos, isto é, sentes na lâmina os quatro tem em si toda a capacidade elementos fundamentais ao biológica de criar e desen- tarot, estando aqui subentenvolver tudo aquilo a que se dido que, apesar de todos os propuser. elementos estarem presenA Roda da Fortuna, Arcano tes, o Hidrogénio, o Carbono, Maior número dez, repre- o Oxigénio e o Azoto são os senta o acaso na criação do essenciais ao equilíbrio e à futuro imediato na medida perfeição. em que todos os elementos interagem entre si aleato- Através de uma análise a riamente para criar novos todos os Arcanos Maioeventos e novas substân- res, pode verificar-se uma cias de um modo cíclico, tal correlação entre cada um como o ciclo de Calvin que é destes e um elemento da indispensável para a produ- tabela periódica, em que ção de energia. Assim, de um cada um enfatizando asmodo cíclico e coordenado, pectos característicos de novas moléculas de ATP con- cada lâmina. tribuem para a produção de energia necessária à vida, tal como este Arcano representa

TIRAGEM BIOQUÍMICA Agora é a sua vez de trabalhar com o seu baralho e fazer uma análise dos níveis de Carbono, Oxigénio, Azoto e Hidrogénio, e comprovar por si mesma todas estas afirmações. Tal como a nossa capacidade de transmitirmos diferentes realidades da nossa personalidade, também as diferentes combinações dos elementos com as lâminas em tiragens transmitem novas situações e novas perspectivas de conhecimento. Ora, de facto, é possível estabelecer uma relação molecular com o significado da lâmina, o que permite uma análise mais profunda e extensiva da mesma. Para um melhor entendimento, vejamos um exemplo: A tiragem da molécula de Água, substância que todos conhecemos bem. A ideia será uma tiragem de três cartas, visto a molécula de Água ser H2O, isto é, duas moléculas de Hidrogénio (solvente e condutor térmico) e uma de Oxigénio (imprescindível à vida).

O H H A primeira lâmina (Oxigénio) poderá ser relativa ao que nos preocupa, que nos tira o fôlego, e as duas restantes o que é necessário dissolver/resolver, e conselhos para retornar o equilíbrio, visto o Hidrogénio ser também responsável pela formação de ligações do tipo Hidrogénio, bastante estáveis. Esta tiragem é extremamente útil para ajudar em situações de estagnação, em que sentimos que nada parece andar para a frente por alguma razão que não conseguimos explicar, e a analogia com a molécula de Água permite retomar a fluidez

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ao perceber a razão pela qual o nosso “Oxigénio” não nos permite avançar. Deverá, então, baralhar as lâminas convenientemente e dispô-las de modo a corresponderem às posições acima indicadas, e cada uma destas corresponderá ao elemento representado, não se esquecendo também de relacionar o elemento da lâmina com o átomo em si. De facto, é aqui que a criatividade e plasticidade desta tiragem nascem: Qual a interacção entre os diferentes elementos? Estes podem formar uma nova molécula? Qual a ligação possível desta com a molécula de Água? Poderão formar-se novas moléculas? Novas interacções? Novas ligações químicas? De modo a poder ser mais fácil a sua compreensão, concentre-se neste exemplo ilustrativo:

Questão

do

consulente:

Como posso reencaminhar as minhas vivências e seguir em frente?

Resultado da Tiragem:

sulente está a deixar-se levar pelos seus pensamentos tóxicos e estes estão a afectar o modo como o sucesso é encarado.

(H) Justiça: Esta lâmina remete-

-nos para o sentimento interior de justiça, isto é, a nossa própria concepção do que é justo para nós. Neste contexto, o consulente possui tantas expectativas e objectivos pessoais inalcançáveis que estes estão a fazer com que se sinta preso e injustiçado. A Justiça é uma lâmina ligada ao elemento Ar e este, consequentemente, ao elemento químico Oxigénio, formando, assim, o anião Hidróxido (OH-). Esta molécula está carregada negativamente e é o grupo funcional de todos os álcoois, o que pode significar uma alteração emocional devido à presença do consumo de álcool. No entanto, qualquer molécula de álcool precisa de uma cadeia carbonada, ou seja, falta-lhe estrutura, podendo, assim, concluir-se que irá ser um processo passageiro.

(H) 5 de Paus invertido: Esta

(O) 6 de Paus invertido: Esta

lâmina, quando invertida, indica que o sujeito está preocupado e com receio de perder o poder e a segurança que possuía. Devido ao facto de o elemento Paus se referir ao elemento químico Azoto, podemos, então, criar uma nova molécula, o Óxido Nítrico (), e podemos, também, relacionar o seu lado negativo (devido ao faco de a lâmina estar invertida) à referida tiragem. Ora, o óxido nítrico é extremamente tóxico, isto é, o con-

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lâmina refere-se ao sentimento defensivo e a necessidade de se mostrar forte perante a sociedade. A ligação do elemento químico Azoto com o Hidrogénio forma uma molécula de Amoníaco (NH3). Neste caso, a lâmina está invertida, isto é, deve ter-se em conta os aspectos negativos desta molécula (base bastante cáustica e tóxica). Mais, não existem átomos suficientes de Hidrogénio para a formação da molécula de Amoníaco, sendo necessária mais água para a reacção ocorrer. Deste modo, uma ida ao spa ou um passeio pela praia pode ajudar a reestabelecer o equilíbrio.

Esta tiragem ilustrativa, globalmente, possui duas lâminas do elemento Paus (Azoto) e a Justiça, referente ao Oxigénio. Assim, forma-se uma molécula global de Óxido Nitroso (NO2), bastante utilizado como anestésico, o que pode ser interpretado como a necessidade de recorrer a estes químicos para aliviar a dor pessoal. O uso de drogas e álcool está a afectar o consulente e a impedi-lo de seguir em frente, sendo que a resolução do problema está apenas dependente dele mesmo.

O uso destes fundamentos químicos nas tiragens permite a integração dos elementos Ar, Água, Terra e Fogo no mundo químico e elemental do Oxigénio, Azoto, Hidrogénio e Carbono, abrindo assim novas portas a novas interpretações e compreensões das tiragens que efectuar.

Depois, as possibilidades são infinitas! Poderá aliar estas interpretações à Cabala, à Numerologia ou mesmo à Astrologia e permitir o aparecimento de novas ligações, novas texturas, novos cheiros e transformações, alargando assim a compreensão do meio envolvente. Espero que tenha gostado e não deixe a química assusta-lo, permita-se a usar estes conceitos básicos e experimente você mesmo a tiragem da molécula de Água. Boas tiragens!


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Sofi a Quental

NOS MENORES A C R A S O D S Á R T R A HISTÓRIA PO O CO N T I N U A

C U O L O D A D A N R A JO

Na edição anterior trouxemos a Jornada do Louco original que é a fundação sólida da tarosofia e da real viagem do auto-conhecimento em cada Louco que há em nós. Mas tarot não são 22 arcanos apenas e é necessário confrontar o Louco com a sua vida mundana e corriqueira... eis uma história do Louco nos arcanos menores! O Louco, o potencial em bruto conseguiu as ferramentas do Mago e a intuição da Sacerdotisa. Agora deve aprender o que cada ferramenta tem para lhe ensinar e perceber o que intui a cada passo. Com os ASES ou UNS, ele tem o primeiro vislumbre do que pode alcançar: a agitação emocional e a intuição de Copas, as bases do mundo material em Ouros, o emaranhar das ideias com Espadas e a faísca da criatividade de Paus. O Louco reconhece que não passa de potencial, e assim continuará até que seja feito algum trabalho. Ao tomar a decisão consciente de tornar a possibilidade realidade ele põe mãos à obra. Durante o estudo e treino com as suas novas ferramentas, ele descobre a dualidade presente. Conforme o trabalho investido e as decisões tomadas pelo caminho, o potencial pode crescer para algo positivo ou negativo. Apenas o tempo dirá se o Louco conseguirá aprender as lições se ter a força de tomar as decisões necessárias. A próxima lição a aprender diz respeito ao equilíbrio, que lhe é apresentada através dos DOIS. Relações, parcerias, ideias, grupos; todos precisam de harmonia para sobreviverem. A força criativa de Paus mantém o equilíbrio por si só, pois direcciona a sua energia à tarefa de que o Louco se incumbiu. Pensar a lição é fácil, e assim vira a sua atenção para as Espadas. As ideias e estados de espírito conflituosas são mais difíceis de resolver, especialmente quando não há um lado a falar mais alto. A situação é um beco sem saída, e é preciso nivelar a balança para não pender mais para nenhum dos lados. Perceber a profundidade das emoções que envolvem estas ideias levam o louco até às Copas. O universo das emoções é ainda mais difícil de equilibrar; aprender o comprometimento, a dar e receber sem magoar ou se magoar leva-o a encontrar a sua Alma Gémea, aquele de quem o coração se iguala. Balançar a sua criatividade, pensamentos, a aprendizagem pela qual está a passar, o trabalho a ser feito, e esta nova relação leva-o a sentir-se um malabarista. Isso leva-o a Ouros, que o ensina que manter o equilíbrio pode significar abdicar de uma das esferas - mais vale deixar cair uma e continuar o espectáculo do que perder todas e acabar com tudo. A terceira aula, com os TRÊS, tem dois aspectos importantes: espírito de equipa e sentido de comunidade

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numa mão e a liderança de tudo isso na outra. Com as primeiras agitações do espírito de equipa, o Louco aprende o que copas tem para ensinar: a união aumenta a alegria dos tempos felizes e ameniza o sofrimento dos mais severos. Com este sentimento, a nossa personagem começa a desejar uma ligação mais próxima com a sua família e amigos. Podendo contar com o apoio dos mesmos, ele descobre que o trabalho pode ser mais satisfatório tanto a nível financeiro como emocional. Trabalhar para atingir um objectivo, focar-se nele e aperceber-se de tudo o que foi realizado até então é a aprendizagem de Ouros: o serviço e o trabalho árduo são recompensas em si

próprios. A satisfação que o Louco sente agora ao ver o percurso que já percorreu nunca lhe poderá ser retirada. Com este conhecimento ele pode agora enfrentar o trabalho de equipa necessário para acabar um projecto criativo com os seus pares e perceber as dinâmicas de grupo com o poder de Paus. Esta acumulação de energia criativa fortalece o Louco e, com as ideias a fluir, ele toma a liderança para que a energia criativa do grupo não se perca ou disperse. No entanto, ao geri-lo ele depara-se de frente com as lições de Espadas: palavras frias e descuidadas podem muito facilmente ferir o coração. Ele teve de aprender a resfriar as suas palavras com gentileza, transmitindo as suas ideias sem ferir susceptibilidades com a sua espada de dois gumes. Após as difíceis aprendizagens pelas quais já passou, chegou a um ponto estacionário com os QUATROS. A sua energia criativa está esgotada por enquanto. O Louco pode aproveitar uma pausa merecida enquanto o poder de Paus se manifesta na primeira etapa de realização do projecto que tem vindo a construir até então. O contentamento que ele

sente com o progresso feito leva-o decidir-se casar com o seu novo amor. A dificuldade e competição acabaram por agora e a energia de Espadas diz-lhe que foram declaradas tréguas. Pode descansar por um bocado antes de recomeçar a luta. Ao manter um lar com a sua esposa, ele rapidamente entra na rotina, e com a mesma rapidez começa a notar que ambos ficam entediados. A lição de Copas é clara: a relação que tinham, com a sua rotina, caiu em estagnação. Sem certezas de como resolver este problema sem magoar nenhum dos dois, o Louco mergulha no trabalho. Ele luta para manter o que construiu até então, recusando novas oportunidades que pareçam demasiado arriscadas. Ele tem terror a perder o que já alcançou. Os sentimentos de insatisfação em casa levam-no a ver que nada na sua vida está a mudar ou crescer de momento; ficou com tanto medo da perda que negligenciou a busca de mais, da esperança de expansão do seu objectivo. Com Ouros apercebe-se que manter para não perder significa que não pode ganhar. Surpreendentemente esta aula levo-o à mesma conclusão no seu casamento; a relação com a sua mulher tem de crescer e se transformar para que sobreviva. Com esta nova revelação o Louco começa a fazer mudanças subtis neste momento de paragem, renovando as suas convicções, ideias e coragem. Chegou a uma nova concessão com todas as áreas da sua vida! Com os CINCOS o Louco depara-se com as dificuldades, conflitos e perdas. A sua energia criativa, inflamada por Paus, ajuda-o a expandir os seus empreendimentos para o mundo, mas isso leva a conflitos com a sua competição. A luta que enfrenta, agravadas pelo tumulto interno que sente tendo o coração e a mente a batalharem para que faça as escolhas certas, fazem mossa na coragem. Começa a duvidar de si próprio. A competição apercebe-se e aproveita a oportunidade para atacar. A aprendizagem em Espadas está concluída; um oponente as-

tuto e ardiloso tomou proveito da sua fraqueza e enganou-o para fora da corrida. O Louco sente-se débil com a derrota, ele repara na arrogância e orgulho demonstrado pelos vencedores e jura nunca se comportar assim quando lhe calhar o outro lado da moeda. Infelizmente a sua perda traduz-se em grandes danos para o seu objectivo pois vê todo o seu trabalho a desvanecer-se em frente aos seus olhos. Sente que perdeu tudo. Desesperado, passeia pelo edifício agora vazio, onde tinha os seus ganhos. Como contará à sua companheira? Terá de a enfrentar mais tarde ou mais cedo, por isso volta a casa e explica o que se passou. Sentindo-se perdido e abandonado o Louco quebra. Mas a sua esposa, como só o amor consegue, ensina-lhe o que está em copas; pode ter perdido parte do que construiu, mas não tudo. Ainda tem um lar, a sua amada, família, e apesar de tudo ainda tem o seu trabalho. O Louco deixou que a dor que vem com a perda o cegasse frente ao que ainda possui. Juntos voltam para o edifício outrora repleto, e começam a fazer planos. Não está tudo perdido, apenas precisa de encontrar a sua nova oportunidade e recomeçar. Com esta revelação aprende a lição de Ouros. Após este período de tempestade encontrou a esperança na promessa de bonança. Aos olhos para a realidade e traçou o caminho para fora da confusão. Com uma nova determinação retoma o trabalho. Ao tentar recuperar do seu período de perda, o Louco apercebe-se que é tempo de reestruturar a sua vida: é esta a aprendizagem que os SEIS acarretam. Ao pensar no passado relembra todos os momentos felizes por que passou. Também se lembra dos menos bons, e das lições que aprendeu com eles. Ele vê que até nos momentos de maior dificuldade aprendeu algo que o tornou mais forte e acabou por melhorar a sua vida. Começa a ver o filme da sua vida, com tudo pelo que já passou, as bênçãos e maldições. É esta a lição de Copas.

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ão n as rsão a n gi ve vist á p na re s a ta m Es iste sa d ex pres 43 EDIÇÃOm i 7 - DEZEMBRO 2015


Tomar consciência do que é capaz e do que já aguentou, que o amor e apoio da sua família não desaparecerá, e é um sentimento agridoce, pois imagina a dor de quem não tem a sorte que possui. Sente-se envergonhado pois esqueceu-se de pensar nos outros, o que batalham e os que foram abatidos ao ponto de perderem toda a esperança. Esses sentimentos são os Ouros: é tempo de retribuir, mostrar solidariedade para com os outros. No fundo, foi a generosidade dos outros que o fez começar esta viagem. A influência de Espadas diz-lhe que uma mudança de cenário pode ser necessária para que consiga resolver os seus problemas. Decide vender o edifício agora vazio, o espaço pequenino num bairro nobre, e reinveste num espaço maior e antigo, igualmente prestável, mas na periferia. Há quem olhe para a localização com desdém, mas o Louco vê uma oportunidade; pode expandir horizontes enquanto ajuda os outros. São os pobres e oprimidos quem mais precisa de trabalho, e isso ele pode dar. O novo armazém, embora velho e um pouco negligenciado, é enorme, e possui oportunidades sem fim! O Louco e a sua esposa fazem ronda ao bairro, falando com as famílias que já lá habitam e explicam-lhes o que têm em mente. Com a ajuda dos locais, ele conseguiu agora um negócio próspero que oferece trabalho e apoio a quem mais precisa. Ao ser perto do cais, expandiu o seu negócio às importações e exportações, que trouxe ainda mais benefícios não só à empresa mas também a quem se serve dela. Com o poder de Paus o Louco vê que o seu novo empreendimento começou com o pé direito, tudo lhe corre de feição e pode celebrar a merecida vitória. O orgulho que sente no que conseguiu até então só o faz empenhar ainda mais, para continuar a andar para a frente. Chegamos assim aos SETES, a dificuldade da escolha. Com todos os aspectos da sua vida a andar tão bem, tornou-se no alvo das pessoas mais mesquinhas, que cobiçam o que tem. Mas ao contrário do Louco, eles querem tudo de bandeja, por isso tentam roubar o seu sucesso. Eles observam maliciosamente e com inveja en-

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quanto o louco enche o seu armazém ao preparar-se para as entregas do dia seguinte, tomando nota do local de tudo e do que precisará de fazer para abarcar o máximo possível. Ele planeia tudo cuidadosamente até ao último pormenor. No escuro da noite entra o ladrão, oculto pela escuridão, e leva tudo o que consegue carregar. Ele enche a trouxa, sabendo que não cabe mais nada, com soberba do que deixa para trás, e desaparece com a Lua no horizonte. De manhã o Louco apercebe-se de que foi vítima do lado menos bom de Espadas e alguém decidiu usar a sua influência para o pior. Fazendo o inventário do que desapareceu, ele vê que o ladrão começou com os itens mais valiosos e foi por aí abaixo, até não poder acarretar mais nada. O que fazer nesta situação? As opções são limitadas: pode fazer nada, deixando o gatuno lucrar com o seu acto, ou recorrer às autoridades com o risco de nunca reaver os seus pertences. A ânsia da suspeita pode afugentar o vilão e fazer com que se desvaneça para não mais aparecer. Ou pode manter o silêncio sobre o que se passou e entrar ele próprio na clandestinidade Parece uma situação viável. Possui contactos com os penhores e traficantes que lidam com bens roubados. Nunca julgou ninguém pela forma como ganha a sua vida, mas sente que este é o momento para tomar partido disso. Ao fazer uma lista detalhada do que desapareceu fala também com um amigo que acontece ser o Capitão da Guarda e conta-lhe o que planeia fazer. Juntos decidem usar os itens mais valiosos como isco e começam as rondas aos negociantes da zona, dizendo o que procuram, e tentando com que lhe consigam o que procuram. Com a expectativa de fazer negócio com os espólios do crime o ladrão baixa a guarda e inadvertidamente mostra-os à sua vítima! Foi assim que o Louco conseguiu reaver os seus bens e o malfeitor foi detido. Embora tenha sido bem sucedido, o Capitão alerta o Louco que tomar a justiça pelas próprias mão nem sempre funciona assim. O Louco ouve e assimila o conselho internamente. Com os bens recuperados e enviados, o negócio do Louco parece crescer aos trancos e bar-

rancos. Chegam oportunidades de todos os lados. Alguns oportunidades de negócio legitimas, outros esquemas para levar alguém à riqueza. Ele tem de enfrentar a lição de Copas: tantas opções, mas algumas são meras ilusões. Um pensamento cuidado é crucial quais as opções reais e com potencialidade se elevar a algo grandioso. Com tanto por onde escolher, começa-se a preocupar com o negócio em si. Será que deve tentar algo novo na esperança de expandir ainda mais mas com o risco de cair tudo por terra ou deve esquecer tudo e manter as coisas como estão? Aqui entra Ouros. A melhor opção poderá ser parar para pensar em todas as possibilidades e depois sim, tomar a decisão. O Louco faz a sua pesquisa, vê o que pode vir a ser o desfecho de cada uma das acções e finalmente limita a sua selecção

ÁS D A HISTÓRIA POR TR a duas finalistas que parecem ter pernas para andar. Mas ainda assim, o medo de perder o que conseguiu não o abandona. O que aconteceria às pessoas que trabalham com ele caso perdessem o emprego? Ele decide comunicar com os funcionários. Ao discutir o assunto ele aprende a lição de Paus. Eles percebem que o Louco possa ter algum receio, mas nunca saberá se pode ser algo positivo a não ser que tente. Com o apoio da sua equipa de trabalho, ele usa o medo inerente como um sistema de alarme, para que avance conscientemente, devagar mas seguro, ao aproveitar a oportunidade. Ter a coragem para avançar e usar o medo para não dar um passo maior que a perna. O trabalho firme e constante transformou a oportunidade em realidade. Após tantas decisões e mudanças, é tempo de voltar ao equilíbrio com os OITOS; desta vez a aprendizagem é relativa ao auto-conhecimento, à harmonia interior. O Louco repara nisso quando a sua mulher salienta que tem gasto demasiado tempo e energia com o seu negócio, e não o suficiente com ela. Ela sente-se negligenciada, como se fosse uma relação unilateral sem futuro, e que apenas ela se está a entregar. Sente-


se magoada por ser assim, mas implora-lhe para que mude, com a esperança de poder salvar a relação. Confrontado com a estagnação emocional que é a lição de Copas, o Louco decide que é altura de redescobrir esta parte de si e voltar a trazer o equilíbrio ao seu casamento. Ele deve-o não só à sua esposa mas também a si; precisa do sentimento de realização de que advém da relação tanto como ela. Tomou consciência que focou toda a sua energia numa só parte da sua vida, e machucou o próprio coração com a sua escolha, Ele sente falta da estreita ligação que já teve com a sua mulher, e começa as mudanças para que possa passar tanto tempo com ela como no trabalho. Estas mudanças requerem

ORES DOS ARCANOS MEN que se vergue e dedique à melhoria do seu trabalho, da sua relação e de si próprio, tudo isto simultaneamente. O trabalho árduo e o compromisso necessários para atingir estes objectivos são a aprendizagem de Ouros. O Louco planeia tudo até ao último detalhe, restringindo algumas áreas para que tenha tempo para outras. Mas com a pressa toda não toma total cuidado do que abdica, e o que pode significar no futuro. Esta restrição auto-imposta é o ensinamento de Espadas; o Louco ficou preso às suas próprias ideias e maneiras de pensar. Com a pressa parece que tudo se está a desmoronar enquanto o tenta solucionar. Ele respira fundo, centra-se em si e procura pensar claramente. Agora consegue ver exactamente o que causou os desequilíbrios na sua vida, e como agir para solucionar a situação. Subitamente e com a ajuda de Paus é como se tivesse uma explosão de energia criativa: a comunicação entre si e a esposa está renovada, os obstáculos parecem ter desaparecido do seu caminho e, enquanto pensar claramente e não agir por impulso, as mudanças necessárias parecem aparecer por si próprias. De repente, parece que tudo se está a compor! Surpreendido com o trabalho neces-

sário a pesar de tudo parecer andar tão bem, começa o ensinamento dos NOVES: o Eu interior. Há momentos onde tem a sensação de que não importa o que faça, nada lhe corre de feição. Ele rearranja os seus planos, experimenta algo novo, e ainda assim nada parece resultar. Na borda do desespero, o Louco encontra força interior e vigor, a lição de Paus, ele dá tudo por tudo e tenta mais uma vez. Desta vez supera o último obstáculo e o fim está finalmente à vista. Ainda assim pergunta-se, e se tudo vier por água abaixo? O que lhe acontecerá e a quem depende dele se os seus planos falharem? As suas preocupações dão aso a pesadelos quando tenta adormecer, tirando-lhe toda a paz. Ele apercebe-se que está a permitir que os seus medos atinjam proporções exacerbadas devido aos seus demónios interiores. Esta é a aprendizagem de Espadas. O Louco compreende que a preocupação não faz sentido e deixa ir os medos e fantasmas que o assombram no escuro da noite. Com um sentido de paz renovado o seu trabalho toma um sentido espiritual. Ele conseguiu a sua riqueza com o trabalho duro e a vida que isso lhe trouxe, não só a si mas a quem está sob o seu cuidado, só existe abundância. Ele pode estar orgulhoso disso, e com razão, mas em vez disso, sente humildade. O Louco vê-o como uma dádiva que recebeu, é o Universo a olhar por ele e a recompensá-lo pelos seus esforços. É uma sensação gratificante, esta lição de Ouros, e fá-lo compreender que embora sejam precisos bens materiais para se sobreviver neste mundo também se pode partilhar a abundância. O sentido espiritual começa a escorrer para a relação com a sua mulher. Com Copas, o Louco vê todo o trabalho e esforço que depositou no casamento a dar frutos, sente uma satisfação não só emocional mas a todos os níveis. Desfruta então sabiamente deste sentimento de segurança, amor, felicidade e abundância, ao não tomar nada como garantido. Chega finalmente aos DEZ com o fim dos ciclos, o fim das dificuldades e as lições assimiladas. Em todas as lutas encontradas a sua preocupação principal foi sempre com os outros: a sua esposa,

os seus funcionários, a família e amigos. Mas com uma tempestade súbita no mar que lhe dizimou todo o negócio não há maneira de recuperar desta perda. O Louco está agora frente a frente com a lição de Espadas, o derradeiro professor. É a provação final: o que poderá fazer agora para recuperar ou seguir em frente? Neste momento não é jovem o suficiente para começar uma nova jornada, mas e a sua família? E todos os seus funcionários com a família deles, que poderão fazer agora? A sofrer com tamanho fardo, aprende o que Paus tem para lhe ensinar. Aprendeu com as suas limitações, e ficou mais forte com o tempo, aprendeu a tomar conta de quem se tinha responsabilizado até que esses pudessem tomar conta deles próprios e também aprendeu a pedir ajuda quando não se pudesse ajudar a si próprio. A única coisa que lhe falta é aprender quando se distanciar. Não há nada mais a fazer e neste momento tentar é uma perda de energia. Desesperado, limita-se a trancar a porta e ir para casa. Ao contar as avassaladoras notícias à sua esposa é presenteado com uma solução. Ela lembra-o que o seu filho tem agora idade, estudou todo o negócio de trás para frente, e está pronto a tomar as rédeas. O Louco completa assim a aprendizagem de Ouros: deixar a sua riqueza e sabedoria como legado para as gerações vindouras como forma de garantir o seu conforto e sucesso. Grata e humildemente, passa a pasta ao seu filho, mas sem se afastar durante a transição para o ajudar a manter o controlo sobre a sua nova aventura. Observa-o orgulhosamente, a comandar como um general, com as palavras calmas de um professor paciente e a protecção de um pai. Agora que delegou a tarefa ao filho, o Louco pode-se reformar e apreciar os simples prazeres que surgem do coração e do lar. Com uma mulher o ama apaixonadamente, um casamento agora estável que passou pela sua quota-parte de provações e uma família saudável e feliz o Louco sente a bênção divina à sua volta. É o fim do ensinamento de Copas: o ciclo está completo e ficou paz e serenidade.

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CRISTAIS

OPALITE a. ofi s o r @ta isabella

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Isabella Mello

A OPALITE COMO VEÍCULO DE MEDIUNIDADE

A Opalite, ou também comumente designada Pedra da Lua, é um cristal de aspecto leitoso e iridescente, com um brilho vítreo que altera a cor mediante a luz e o local onde se encontra. As características marcantes deste cristal são a mediunidade, a transição, a espiritualidade e a fertilidade. Pode ser encontrado na China, Estados Unidos e na Austrália, e não tem correspondência directa com nenhum signo do zodíaco em especial. A pedra da Lua é descrita como contendo a alma vermelha da granada, o violeta cintilante da ametista, o azul-esverdeado da esmeralda, o amarelo-dourado do topázio e o azul profundo da safira, todas estas cores brilhando como uma só. Na Mitologia, diz-se que este cristal possui as lágrimas derramadas por Zeus depois da sua vitória contras os Titãs. Na Índia, é tida como o cristal da boa sorte. No entanto, já foi considerado um sinal de azar e de bruxaria.

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Referindo-me às suas potencialidades holísticas, este cristal ajuda a controlar os sintomas da doença de Parkinson, infecções e febres, estimulando também a memória. Mais, fortalece o sistema imune e ajuda em constipações e gripes. Devido ao facto de purificar o sangue e os rins, regula a insulina, aumenta a fertilidade e alivia dores menstruais, tendo também a capacidade de regular a quantidade de ácidos e enzimas do metabolismo. É também útil para aliviar dores oculares, especialmente quando em elixir. Este cristal é também um veículo excelente de ligação ao reino espiritual, aumentando assim a experiência de meditação e as experiências fora do corpo. A Opalite é um cristal kármico e de protecção e, na cristaloterapia, ensina-nos a perceber que o que transportamos para o interior volta para nós e mostra a quem o possui quais as emoções que desenvolveu em vidas passadas, e ensina a lidar com elas nesta vida.


NA TAROSOFIA Possui uma relação estreita com o Arcano maior número 18, a Lua, que representa o mistério e o desconhecido, aquilo que por vezes nos escapa. Esta lâmina representa, de certo modo, os nossos impulsos escondidos que muitas vezes nós próprios não estamos conscientes por estarmos tão presos às nossas rotinas e hábitos, provocando assim receio de nos entregarmos ao nosso lado mais oculto. Ora, o uso deste cristal pode ajudar a compreender este mesmo lado, especialmente se existirem questões kármicas associadas ao mesmo tempo que amplifica as experiências meditativas do seu utilizador.

NA QUÍMICA

Forma amorfa de sílica hidrogeneizada SiO2·nH2O. É manufacturada.

Óptima no chakra

Coronário NA CRISTALOTERAPIA

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Actua também ao nível do desenvolvimento das capacidades e do aumento da percepção do valor pessoal e do verdadeiro potencial, ao mesmo tempo que tem a capacidade de dissipar as inibições.

Não deve ser usada por homens

Muito usada para estimular a produção de progesterona e diminuir a testosterona.

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M O C

S A T R A C AS

A S E M NA odos t a r a p rcoiot … ez nneãsoe! a T í n i o E n ...oriuo tdaalvGé o misté r com r de fala

praze arot. norme e o de do T a e id iv t n , u A m N e na co ício dos ta VIMA s, no in e renom a Revis o d d ic t a o c r ã á u iç g fi ória did ta ed da Hist er, uma s livros e o r io d r G Para es u á t . v s K e s -se ao los seu a Golsa Mary dedicou ente pe m místic y a fabulo r e lm a d a r M ip o c a e t , an n ira ida prin à influe ela Colm s de carre m e s t a Conhec o n P e n c a a n pesWaite, is de 45 es perte ando na Edward nalidad lh r seus ma o u u s g r h r t e r e p A M lar. o t e das em dia. emplo, por reve x je e a o d r h do Taro o in e p a d o, tórios m está e nós wn, com mais no ua orige amente s s it Alexa Duarte den Da o a b d u lh s a r io r m dos ba que as o misté recesse autores desapa je? Será riu que e t o b o h o o r c v s a s T o e le e d e m r o que er sa conhece vros sob po, julg a , depres li diosos d m a s u o e t lt o t s m u s e c o o o , c o y Tarot a arte Crowle mente? ao mesm : “Se tod ios dest itura de to que, esposta Aleister tão facil íp n r le c a o o a a u ã in u e t r q r s s p n h e ia a e r u ma i ”, q eis ec Smit ada afir ncia da a, esta fo s possív íamos r udo “sim in â t r o t m e e r m r e e d o e t r b o s p b o o p is s o im e ente d quisa s mos ou posta é da sobr ivizar a das por amplam seguiría ue a res estiona os relat designa is n q u a m o q r e c t e a m , o d n s s d e o e n o n s p e p mo e te alm ralh Qua osto de s (tal co , a hipó , será qu ália, ger e o G s os ba o It d o d ? ip u o a e la m t n d e m n s s m o e o s quatr só tivé m o me gistos s. Por u giria.” C no Nort adas em eiros re ado sur nificaria e jogar ponente iz d o in ig n im r g s s a s p a a g s a t r t s a r e o im o a c s lâmin orém, os de c stradas ante um as as fa ca ante aiores. P VIII, dur o baralh artas ilu ar amb o e nun M c X v d m s r o a o o o lo n c h n b u o a a c in m c t é s alg os Ar ira on os sigvolta do ais, vam luir nos rot surg ologia, ulo XV c o r a c b m v T o é e s p e e im d s a d o e d d s s a Ante ais tar mpos, e viriam maioria meados s indício o dos te recem m ctual. A nfos”, qu ial dos rimeiro g a a u d p r n p r t a a o s “ lo o m ó u r o im s o e r A itam s” qu a fo ios op es. e acred “triunfo u ir na su ivinatór toridad ta versã q g m d s u r e a s E s e a o i. s le m d h e it e la c s ain taroc acaso propó são aqu ição pe o Tarot ores) e a proib m mero tos até dos com , muitos u s a a o os Men ó s d n o m p u r u a a t id c fo s r m n s e A o r a s te tic , não os ser l; c em vário o pode crenças cidenta stas prá e jogos e ã a e s s d n d a e t t o t m s o o n a t ip r e r e t n a d deste pesar rentem envolve ou anão do T elecime em, apa s. Mas, a urante, rtas des , a criaç e restab a ig d a s r d c o in o o d s o ã l m a a d ç e t n a lâ s ío ív h ss de cio itos as per esta po ra adivin nte, mu entes n spectos ertos afi s e a c a m e p m r e a s ia p r o o s m a s d p o e P o a a nificad achar ta arte. tóricas e místic om isso s orient ntando para es cias his irituais época. C de carta e n p t a ê s a s lt e s e o id s u s g s v c e o e e o jo n õ ic das a mais e Tarot os padr s histór ctura do achado evido a ralhos d lternativ a conje d a a s b o m e a r t e t o t n m t u n e u o o e r cern n p alm ust minas e lhanças ncia de e lâ ê , princip is que s t a m s io is u e r a t x s ó d c e t o a is fa d iale esmo a edieva provas rocuran m surg XV ou m rações m de tere existem minas p t . s lo t e lâ u u o d s c il r a é a a s s o T id a il o e ios s. dam tes, do ssado e ças entr a possib as relig a tas estu n m s o p e e c d ia t o e s r in e e u r a r r t p en ent ar sob m uma licos, ab admitem ligações de ensin defende ivos bíb t o s Alguns o d a o m o s m s s o to para o ertas pe do com Cristã o ã Ainda, c n que base Tarot, já

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a os t n e s e r repna s a n i m as ilêância huma d a i g o r ol artida, tos de p a siémtibpos da expe n o p s m vário stão da abrange s na que arqu

e dos ano rias últiplas as próp o longo s são m a o s ia e r s is o n e u t o o aseand ate torn pagã. As ste deb afinco, b E bologia . m e im t o s n c l ie e m mo Or são, pois discute ía possív ao Extre a discus tadores s possu io d a n d t e r é ia a m c M c u n s o g â v ente,d ar da depend m a rele que os ciganas original in s s ia , a c o ia o e m r g ib , lh r p t lo o a e r a d sã reba a imagio ary, que ura do a conclu inas rep o egípcia M it ã m m ç a u le a lâ o a o s iz d r a m il a s civ logia d dido uitos, co se cheg l atravé desde a a simbo to escon ot, há m e spiritua vo, sem n r u e o e a q T e o im a o d o c it d e n e a ed so, de nh galinha tora acr nto hum e por is r um co munida Tarot. u e a u o a a ç c q d n im a a e t a a lv s n a lc o e ic s n prát desenv ologia, uimos a ergente e huma e exvisão e arte é o , conseg e na psic iões div a psiqu mação s s r d a in t la ” fo o s p e e d e t o in n n d n s r s l a ia ie o a d rocessa essar e inconsc ido. Apo jectarm to fulcr Apesar de proc dam a p lectivo nos pro e o pon ssa ter s o ju u is o o c a “ q e p a c , l s o e m o a fá ia u a n as is m e eq inic acredit de form olos ma ertencia ento qu umana ia b p seu uso r h im s o ím io c a ia s a e e c m u h n m m e q n t iê o grande uzida e ulas e de reco e estes a exper mente d cia trad adrões , como a s em fáb n t étipos d itava qu p e ê o u d õ t s r r e q o a is r r d T c x a a m a e e s p d ão a s cria ng senta o s a noss a “Tradiç ava este a sessão a vida, vida. Ju r o s d e t s a ia m n o r lh C e o n p v c r. o ó e n t a r d n ap preend zões de Taro haman e Jung e ectidos da noss a das ra visão. S ntigas, c leituras de a com a m a s mos refl t s m u a e s e a v ir e r e , t e s u a n n ia o lt ir e cpo cu ne ma quando ossivelm rios de os subje r novas , o que a sma ma p t é t a a , c e e il is ic is m t p a m s u r im a a ê s o e D s ias. gos e temp onta os rmite a de terap ligiosos periênc qualida os tarólo do em c e nos pe culturais mitos re d n , u e s e s q d t a ia a n r o d ir o a r, r e n io m r e g a . r le c ry. A m do. Mes ológica ra uma -os em dem ba reconhe do mun mite Ma nte psic ontrava ranscen , incorpo d e s c t o a e n m t s ã , e r ç a e a t r a a e ic n u p m it in g e p r todas de div encara psicoló , A. E. Wa licação des ine ras e em pessoas ma exp a teoria s verda pessoas u s u a lt e t a r m s u d a o o c e s c it , s o m e s nder o c o h o d c a ria son por defe ade de arquétip s em vá plicar tu maneira a id x s m c e e a a id t a t l b n s p e e a E o a c p ív t c ”. a e s c ão a is os pa mr Secreta a intenç não é p dificulta dos qua ausa im m , s as vêe c t e u s o o u o o r it o q t it a u n id u T o t u , m al tica do uitas ste ass prática ter exis cartas, m pela qu énese, e s da prá icas, e m e nunca gos de s da sua e g t u t é jo ís a v q n d a e o m r r m t a e s m e a n o m e in ildes c pois diz proble tivos e as orige prática pirituais ualista, norar o ios hum r a sua ditam n ncias es id íc ig e a t r iê iv in r c n d m e a s e e in p m o e m id x a n e u têm e uns dec ot acab ueles q editam ra imple regrada que alg que acr s ao Tar lado, aq ctos” pa uta des o e d s ia o t r r n e r n le t o o a e u lh c c u u “ o a a q q m or ar mais as ais En áa neira. P s pesso tos ritu mitem u a a caus r a a r Tarot. H u e e it m c o p in u , r t s s e m n a m a , u r o a it e julg Por fim e qualq rtas reg ua vez, c es fortu imento. ralhos d rmas, ce ue por s c fundaçõ a q e fo s b h ”, a s s e t n a s d o t io e r c n o ó ce mas na tip ste que que há de “dem ssar de ra este nidade, e a a m u ” p a p m ia o m a o g r c c n a fi o ro -se “m e, a específi só dent rna tem e elitism ro” e de o e esta art u o t ã d d , n o m fu s “ o m is a t e ã lt a cu is secre ituras d e caseparaç o, na er vezes o ilidade os, de le zo a ma ria uma . Contud b a d c a a a e s o r r le r e ã á r a e d o a , s m t d . a a, e ito es ua por isso investig ctividad reconce rática n abelecid tem a s t a p e p c s e r a s e a t e fl o n s e g lv ia e r e o g d lo env as, que imbolo te o pectivas tas, taró o acerca por des ram a s os e tem adamen ntusias nas pes lo it d e formaçã p n ia s m x c in , o fu e s s n d o e a ê s r r s d g ia s, cultu a diver certamais ap s crença medo e agiolog os credo permite ontas, a ”, outros nciando ovas im c e s n is ie o d e r o s a d d e p A o l , p id t . t a x a o ic o e ,e d ar an on No fin nismo d lâminas aralhos a e “sincr cia hum rior ao T c b s e n lh e t a e iê x n a d m r e e m o o m e p t a , d lícito tem. s da ex projecte recimen Mary ch socieda tivo imp s que eles exis vertente o o apa vida. A c ntrem e d s o je a ia c ia r b h r n p o n e á ó v u r o e s m ou testem itarmo à sua p z mais s tação à ua orige s, se nós acred quanto cada ve s de adap o s t a e a n d r o e a s o f s id im e pac qual limite entend ue as p sim, seja amos – só tem s do mais ermite q a n p a o e iv u m lt q s u o tec acredit ões. Me do Taro esignaç ilo que d u s q a a r t r mistério u o oo finido p ar-lhe-ã será de e r mente d p m e )s

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TIRAGEM o f i a.c om

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TIRAGEM ESSENCIAL PARA CONHECER

6 O SEU ANO NOVO

Sofi a Quental Chegámos ao último mês do ano, a altura em que se começa a fazer o balanço do ano que passou e se começa a pensar no que está para vir. Vimos de 2015, um ano 8, um ano bom para projectos e marcas a deixar. Está para vir um ano 9, três triângulos. O nove é o produto de 3 por 3 sendo por isso um numero poderoso. É o fim de um ciclo, e é um bom momento para se ser reconhecido pelo trabalho feito. Se começou com os projectos em 2015 vejamos 2016 como o ano em que as suas asas se abrem em todo o esplendor. Se não, ainda vai mais do que a tempo, depende de si.

Se isto é o fim de um ciclo, o que fiz para culminar agora? Se fosse efectivamente o fim, sou feliz com o que consegui? O que posso fazer para atingir a plenitude? O que posso preparar para ter a vida que quero, sem ses? Claro que é algo que se pode e deve fazer constantemente, pois numa realidade onde o tempo não existe o que importa é o momento, no entanto, se psicologicamente a altura faz mais sentido, também terá mais impacte psicológico. É uma marca mais tangível, o que poderá fazer com que tenhamos mais consciência e menos medo do que tem de ser feito.

Partiremos agora para a tiragem propriamente dita. As doze badaladas, sendo que cada uma representa um mês são o que desenha a tiragem. Serão usadas 25 lâminas, a primeira ao centro, que será a energia central do próximo ano, poderá ser o que terá de Também é uma boa altura não usar ou o que terá de trabalhar, para se fazer o balanço do ano, mas descobri-lo-á quando ela mas da vida, mais do que o cos- aparecer. Sobram 24, que serão dispostos em dois círculos, um tume. interno e um externo. Estes cír-

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culos deverão estar orientados para o centro, e será em relação a este que serão contabilizadas e lidas as inversões. A ideia do primeiro círculo, posições 2 a 13, é orientar cada mês e o segundo, 14 a 25, vai completar a lâmina correspondente do primeiro. Assim acabamos com algo que pode ser considerado um alvo a ir do geral para o particular. É uma tiragem tendencialmente energética, e embora seja aquilo que o novo ano tem para oferecer está tudo nas suas mãos, e tem o poder para dirigir todas estas energias para onde mais lhe aprouver. Quanto à forma de começar, eu costumo imaginar um relógio e coloco a segunda lâmina no lugar onde estaria o 1 e continuo em sentido horário a partir daí, mas é o que faz mais sentido parra mim, mas se por exemplo se sente mais confortável a começar pela posição 3 por exemplo, é livre para o fazer, desde que continue a tiragem com a mesma lógica e seguimento.


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APONTAMENTOS NATALÍCIOS

PAI NATAL QUAL A SUA ORIGEM?

O personagem Papai Noel (no Brasil) ou Pai Natal (em Portugal) foi alegadamente inspirado em São Nicolau Taumaturgo, Arcebispo de Mira, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. A sua transformação em símbolo natalício aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo. Uma das pessoas que ajudaram a dar força à lenda do Pai Natal foi Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque que lançou o poema Uma visita de São Nicolau em 1822, escrita para seus seis filhos. Nesse poema, Moore divulgava a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas. Ele também ajudou a popularizar outras características do Bom Velhinho, como o fato dele entrar pela chaminé. O caso da chaminé, inclusive, é um dos mais curiosos na lenda de Pai Natal. Alguns estudiosos defendem que isso se deve ao fato de que várias pessoas tinham o costume de limpar as chaminés no Ano Novo para permitir que a boa sorte entrasse na casa durante o resto do ano. No poema, várias tradições foram tiradas de diversas fontes e a verdadeira explicação da chaminé veio realmente da Finlândia, pois os antigos lapões viviam em pequenas tendas que pareciam iglus e que eram cobertas com pele de rena. A entrada para essa casa era um buraco no telhado. A última e mais importante característica incluída na figura do Pai Natal é sua camisa vermelha e branca. Antigamente, ele usava cores que tendiam mais para o castanho e costumava usar uma coroa de azevinhos na cabeça, mas não havia um padrão. O actual visual foi obra do cartoonista Thomas Nast, na revista Harper´s Weeklys, em 1886 numa edição especial de Natal. É amplamente divulgado pela internet e por outros meios que a Coca-Cola seria a responsável pelo actual visual do Pai Natal (roupas vermelhas com detalhes em branco e cinto preto), porém isso é totalmente infundado e trata-se de mera coincidência, visto que o Pai Natal já havia aparecido assim na própria obra de Thomas Nast e em outras propagandas da Colgate, RCA Victor, Michelin muito antes de aparecer em campanhas da CocaCola. A Coca-Cola divulgou a sua primeira grande campanha publicitária envolvendo o Pai Natal no ano de 1930, mais de 40 anos depois de Thomas Nast já ter desenhado a imagem que temos hoje do “bom velhinho”.

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CA B A L A

Segundo os princípios cabalísticos, a Árvore da Vida é considerada a representação do Homem na Terra e do Homem no senJorge Moreira tido mais metafísico e espiritual. Então, podemos associar à sua representação tanto o Homem como o Universo em si, ambos fruto da mesma essência da mesma unidade. Desta forma, o que está em cima é o mesmo que está em baixo, e o que está dentro é o mesmo que o que está fora. O Homem é o Universo, e o Universo é o Homem. Todos os factores e forças que formam o Universo manifestado, são as mesmas que formam a natureza do Homem. Então, aprendendo de forma cabalística os conceitos e os significados da Árvore da Vida torna-se possível atingir a capacidade de conhecer o Universo que está dentro de nós mesmos e ao mesmo tempo, despertar as forças da nossa natureza interior. Para alguns, isto poderá ser difícil de compreender, mas de facto compreender a Árvore a Vida, implica transcender a própria natureza humana e a capacidade de transcender a própria mente, indo além plano material, físico e mental. As Esferas que vê representadas na Árvore, representam as diversas fases de evolução da experiência carnal, e os sucessivos níveis que é possível atingir através da expansão da consciência. Está embutida a chave da compreensão de si mesmo/a a todos os níveis, através da compreensão das Esferas e dos seus Caminhos. É preciso ter em conta, que não se vive ou se compreende cada Esfera de forma separada, todas formam este fabuloso sistema e todas operam em simultâneo, e por isso as Esfera manifestam-se com total poder absoluto sobre todas as formas e realidades, cabendo a cada ser vivente compreender as suas experiências e o seu verdadeiro sentido. É tão simples, como encontrar uma pessoa que se orienta mais para o desenvolvimento espiritual, e outra que se orienta para o desenvolvimento no plano material. Ambas, embora com orientações diferentes atraem para elas o necessário, para que de forma evolutiva entendam a sua verdadeira essência e o porquê de cá estarem. Cada uma terá com certeza uma opinião distinta e autêntica do Universo e da Verdade, formada pelas acções, experiências e decisões feitas ao longo do seu processo. Tal como foi dito, a Árvore da Vida é constituída por Esferas e os seus Caminhos, chamadas de Sephirot. Existem 10 (mais 1) Esferas na Árvore da Vida e são designadas da seguinte forma:

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- 1º Kether, ou Coroa posiciona-se no topo da Árvore e ao Centro. Representa a Génese de todas as emanações pelas outras Sephirah. É o Absoluto, a Omnipotência. - 2º Chockmah, ou Sabedoria posiciona-se no Topo do Pilar Direito, da Misericórdia. Representa a energia pura, que não tem forma nem aparência, só força em constante expansão. - 3º Binah, ou Entendimento posiciona-se no Topo do Pilar Esquerdo, da Severidade. Representa a forma e a criação da manifestação de Chockmah. Pois sem forma, só existiria força. Tal como a mulher que precisa do sémen do homem, para a criação, para dar forma. - 4º Chesed, ou Misericórdia posiciona-se abaixo de Chockmah no Pilar Direito. Representa a formulação da ideia arquetípica, a concretização do abstracto. É a capacidade de racionalizar o abstracto a partir de algo novo. -5º Geburah, ou Julgamento posiciona-se abaixo de Binah no Pilar Esquerdo, da Severidade. Representa a capacidade destrutiva da força, que permite a mudança e o progresso, obtendo assim a visão do poder e a renovação. - 6º Tipharet, ou Beleza posiciona-se no Centro da Árvore abaixo de Daath. Representa o equilíbrio entre o Macro e o Microcosmos, sendo o transmutador entre os planos da força e os planos da forma. - 7º Netzach, ou Vitória posiciona-se abaixo de Chesed no Pilar Direito. Representa os sentimentos, a arte, a dança, a atracção e a base dos nossos instintos. - 8º Hod, ou Esplendor posiciona-se abaixo de Geburah no Pilar Esquerdo. Representa a intelectualidade e os princípios concretos da manifestação de Tiphareth. - 9º Yesod, ou Fundaçao posiciona-se abaixo de Tiphareth no Centro. Representa as visões e as percepções não percebidas, o contacto com planos que vão além dos sentidos e do julgamento da mente. - 10º Malkuth, ou Reino posiciona-se em baixo da árvore da Vida, no Centro. Representa o reino material e palpável, a experiência física na Terra sob a influência da força dos 4 elementos. - 11º Daath, ou Conhecimento posiciona-se no Centro da Árvore da Vida abaixo de Kether, onde todas as 10 Esferas estão unidas numa só. Representa a manifestação das 10 Esferas ligada intrinsecamente à experiência do Homem, tendo vários níveis de significados. Demonstra a capacidade de transcendência dos limites do conhecimento e da experiência sobre todas as Esferas. É um ponto místico atingível e compreendido apenas pela própria pessoa, em estados alterados de consciência.

A Árvore pode ser dividida em duas partes horizontais, e Tipharet é o mediador da divisão, sendo que, todas as Esferas (excepto Malkuth) abaixo de Tiphareth pertencem ao Microcosmos, que representa o Mundo Inferior, a experiência física na Terra. Todas as Esferas acima de Tiphareth (excepto Daath e Kether) pertencem ao Macrocosmos. E, de igual forma, em duas partes horizontais, mas Daath é o mediador da divisão. Desta forma, todas as Esferas abaixo de Daath pertencem ao Microposopus, que representa o Universo Manifesto. E as Esferas acima da Árvore pertencem ao Macroprosopus, que representa o Universo Imanifesto.

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CONTINUA...

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LEITORES REAIS

TESTEMUNHOS REAIS UMA BREVE SELECÇÃO DOS VÁRIOS TESTEMUNHOS QUE RECEBEMOS

Todos os testemunhos e mensagens abaixo são reais, comprovados e a sua difusão é devidamente autorizada pelos emissores

OBRIGADO MESMO! Comentário de Facebook

Este livro sobre a ligação entre a astrologia e o tarot é das melhores coisas que li... e tenho imensos livros de tarot. Aqui está tudo e correctamente explicado. Obrigado mesmo!

QUERO MAIS DOIS

Email Sónia Avilar, Águeda Desde que mostrei este oráculo na minha loja onde fazemos sessões de estudo de esoterismo que se tornou uma obrigação todos fazrem tiragem semanal. Bate tudo certo e tão bem explicado em cada carta! Quero mais dois porque duas amigas querem para elas (...)

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AGORA SIM! TUDO FAZ SENTIDO! Testemunho de Alberto Soares, terapeuta

Desde muito jovem que o tarot me fascinou , cada um dos arcanos maiores era aos meus olhos um livro completo repleto de mistérios , sendo os 22 arcanos maiores uma verdadeira biblioteca ! Acontece que sempre encarei os meus baralhos de forma muito intuitiva , quase mediúnica ! Durante todos estes anos nunca encontrei um curso de tarot que conseguisse preencher a minha necessidade de saber sobre o mundo fascinante do tarot , em toda a sua vertente profunda e iniciática , uma porta aberta para os mistérios da vida e do ser humano ! Sempre busquei mais do que um simples curso onde ensinavam apenas a por cartas ! Depois que conheci a Tarosofia e iniciei o curso , encontrei o que sempre procurei , algo muito mais que um simples curso que ensina a por cartas ! Para mim a Tarosofia é uma viagem de auto conhecimento , uma verdadeira aventura filosófica e iniciática , rumo ao nosso Eu , ao nosso ser mais profundo ! Muito mais que aprender a por cartas é um caminho de auto conhecimento e desenvolvimento , mental , psíquico e espiritual ! Cada lamina permite uma fantástica viagem , a mundos desconhecidos assim como a nossa natureza mais profunda , á essência dos outros . Ao meditar sobre uma determinada lâmina abre se para mim uma fonte inesgotável de saber , as respostas estão lá aguardando por mim ! A minha vida e o meu Caminho ganhou outro sentido ao conhecer a Tarosofia ! Agora sim ! Tudo faz sentido !


FICHA TÉCNICA

INFORMAÇÕES RELEVANTES Nome Registado Revista VIMANA

Registo de Propriedade

ESCLARECIMENTO DE QUESTÕES Sobre o nosso Oráculo

Ao longo dos últimos meses os que adquiriram o oráculo VIMANA Elementia colocaram algumas questões importantes e aproveitamos o espaço para esclarecer ao pormenor. Perguntaram sobre mais tipos de tiragem, como fazer consultas, que tipo de apoios e cursos haveria, etc.

2016 estará repleto de novidades nesta área.

Já em Janeiro será lançado um website exclusivamente dedicado ao nosso fabuloso oráculo onde o autor e outros utilizadores do oráculo estarão disponíveis para ensinar, desenvolver e aprofundar as questões e dúvidas que possam surgir. Há muito além de um simples oráculo, trata-se de um sistema coeso de comunicação elemental que o leva numa viagem esclarecedora, sempre positiva. O novo website terá ainda ligação com a ACADEMIA onde estarão disponíveis mini-cursos de formação nesta excelente ferramenta oracular e terá ainda um local onde apenas os detentores de um oráculo conseguirão aceder para que possam trocar e partilhar experiências. Além disso o oráculo será também editado em mais 3 idiomas (português do Brasil, inglês e espanhol) alargando assim o âmbito e a cobertura mundial para que finalmente esteja ao alcance de todos.

O calendário VIMANA Elementia o que é?

O sistema oracular não se prende apenas às cartas do oráculo. Os elementais polvilham os dias do ano e seguem uma natureza própria astrológica onde cada dia tem o seu significado permitindo a exploração personológica e até kármica dos indivíduos. Este sistema será revelado algures por Março de 2016 e estará disponível ao público em geral de forma bilingue (português e inglês).

Toda a revist a ortográfico..e.stá em desacordo e continuará !

Mário Portela Associação Tarosofia Lusitana

Edição 7 Extra 2 Dezembro 2015

Director/Redactor/Produtor Mário Portela Design Gráfico registado 3796055 Distribuição VIMANA - Tarosofia Lusitana Portugal Místico ISSUU Colaboradores nesta Edição Mário Portela, Sofia Quental, Jorge Moreira, Alexandra Duarte, Eva Papoila, Isabella Mello A revista VIMANA é pertença da associação - Tarosofia Lusitana dirigida a leitores e estudantes interessados nas temáticas versadas. A subscrição é automática para membros em versão digital e encontra-se disponível a não-associados mediante custo justo e adaptado ao suporte. A versão impressa está disponível através dos serviços de distribuição apresentados como válidos. O conteúdo da revista não reflecte necessariamente o ponto da associação e está sob a responsabilidade do seu autor devidamente identificado. Todo o conteúdo encontra-se protegido por copyright (e registos agora legais) e não pode ser reproduzido ou difundido sem autorização expressa e escrita da associação.

Contactos

TAROSOFIA.COM Direcção: tarosofialusitana@gmail.com Publicidade: tarosofialusitana@gmail.com Distribuição: portugalmistico@gmail.com

Registo Internacional (ISSN)

39 EDIÇÃO 7 - DEZEMBRO 2015 2183-5101


40 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA


Em nome de toda a equipa tenha um excelente 2016!

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