ISSN
2183-5101
VIMΛNΛ
REVISTA
NA CAPA...
SEMANA DA TAROSOFIA
ÍNDICE
NESTA REVISTA VAI ENCONTRAR...
04
DR. PAPUS
BREVE BIOGRAFIA
14
LUA CHEIA
CABALA
EM ESCORPIÃO
CONCEITOS BÁSICOS
06
36
A SACERDOTISA
ELEMENTAIS
12
24
DA TERRA
O SEGUNDO ARCANO MAIOR
QUESTÕES
ENTREVISTA EXCLUSIVA A
ISABEL PARREIRA
18
CRISTAIS
ÓNIX
26
NO TAROT
28
COMO FUNCIONA O TAROT
08
SENTIMENTOS DE TAROSOFIA
16 22
APONTAMENTOS MITOLÓGICOS
11
COM AS CARTAS NA MESA
30
02 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
A PRIMEIRA REVISTA DE TAROSOFIA em português de Portugal
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Mário Portela
EDITORIAL Não posso mudar a direcção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para atingir sempre os meus objectivos... mesmo quando o vento está contra mim!
O mês de Maio é um mês sempre importante para o Tarot a nível mundial. Embora todos os dias sejam dia de tarot, 25 de Maio foi o dia escolhido por Den Elders, em 2003, para unir todos os tarólogos, amadores, curiosos e estudantes da área defendendo esta arte milenar contra a incúria e as campanhas de negatividade tão frequentes por parte de igrejas e seitas. «Quero um dia de celebração!» - disse ela numa entrevista da ATA - «Um dia de partilha do amor por esta ferramenta e de ultrapassar as nossas diferenças. Um dia onde todos nos possamos unir de forma saudável e divertida, num esforço de ajudar quem não sabe sobre Tarot a perceber que possui muitos atributos positivos.»
se não já bastassem os charlatães da área oracular. Nós homenageamos Den Elders e o seu propósito e celebraremos durante uma semana! Porquê apenas um dia se aparentemente tem dono? A profissão é onde gastarás a maior parte da tua vida e a única forma de ficares verdadeiramente satisfeito é acreditar que fazes um excelente trabalho. E a única forma de fazeres um excelente trabalho é amares aquilo que fazes!
Esta inovadora, como eu e qualquer tarósofo da minha equipa, afirmava que usava o tarot como ferramenta de orientação espiritual, crescimento interno, meditação e clarividência intuitiva. O propósito final deste dia seria então: «promover o uso do tarot como uma ferramenta humana, sem fronteiras, sem querelas, sem atropelos provocados por mal-entendidos, por ignorância ou por exploração do crescimento dos outros.» A ideia funcionou até chegar às mãos dos barões e duques, dos reis de ouros do mundo do tarot, que vivem em constante nove de espadas criando uma paranóia egóica e semeando não um dia de festa mas um dia de conquista de espaço e maledicência... como
ALGO MAIS... SOBRE A REVISTA VIMANA
A revista é inteiramente concebida por profissionais ou
que não espelha as opções da associação nem será em
alunos da TAROSOFIA LUSITANA e tem como público-alvo
qualquer altura revelada por respeito e privacidade.
pensadores livres, amantes, profissionais e curiosos da temática do Tarot e suas interdisciplinaridades. As ligações a ordens, associações ou demais instituições de cada um dos membros da equipa é uma opção pessoal
03 EXTRA 1 | EDIÇÃO 3 | MAIO 2015
NA CAPA... SEMANA DA TAROSOFIA
A edição especial...
O programa de festas!
O projecto VIMΛNΛ - Tarosofia Lusitana irá promover a semana da tarosofia de 24 a 30 de Maio, sendo igualmente uma espécie de aniversário, já que os elementos se juntaram nesta jornada a 1 de Maio de 2014. Muito fizemos em apenas um ano de trabalho de amor e esta semana celebrará todo um rol de novidades e melhorias que foram pensadas exclusivamente para os nossos seguidores, alunos e leitores.
Concluímos que era merecida uma edição extra da nossa revista, dado o sucesso real das edições anteriores. Funcionando como uma espécie de arauto para a semana que projectamos esta edição traz mais informação com a qualidade a que já os habituamos. Além disso, aprofundamos as temáticas que mereceram maior destaque dos leitores e prometemos seguir todas as sugestões válidas que nos decidirem remeter para:
Durante a Semana da Tarosofia teremos vários prémios a sorteio, voltarão eventos que experimentamos anteriormente, divulgaremos novidades no âmbito da literatura especializada, será feito o lançamento da capacidade de associação ao projecto e disponibilizaremos um sistema funcional de consultas de tarot e de oráculo elemental via email, skype, telefone, etc. A vantagem de estar desse lado...
tarosofialusitana@gmail.com
UMA EDIÇÃO ESPECIAL EXCLUSIVAMENTE PENSADA PARA SI!
04 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
INTERACTIVIDADE
BREVEMENTE
Gostava de colaborar connosco? A Revista VIMANA é cada vez mais um ponto de referência em Portugal e nos países de expressão portuguesa. Se é dada prioridade a alunos e associados na participação desta revista e demais projectos, estamos abertos a propostas e atitudes colaboracionistas com grupos ou indivíduos ligados de forma séria às artes do tarot, da astrologia, numerologia e Cabala. Encetamos recentemente em alguns projectos deste âmbito com os nossos irmãos do Brasil na tentativa de diminuir o fosso que o oceano cria entre nós. De igual forma outras parcerias estão a ser trabalhadas que eventualmente nos levarão a possuir uma versão da nossa revista em inglês. Se possui alguma ideia inovadora, proposta mirabolante ou algum produto dentro desta área que gostava de ver explorada, por si ou por nós, na revista contacte-nos:
tarosofialusitana@gmail.com
Só somos grandes porque está desse lado!
VIMΛNΛ Pictura o seu novo baralho de Tarot Do VIMANA Tarot (baralho exclusivo a alunos do Curso de Tarosofia) nasce este baralho que estará disponível a todos os associados logo que registado legalmente e impresso. Chama-se VIMANA Pictura e contém os 78 arcanos que foram revistos e sofreram uma alteração visual que uniformiza o aspecto dando um ar de pintura a óleo digital misturada com fotografia HD. Salienta a cor, a simbologia e os detalhes (perdendo o ar fotográfico do baralho mãe).
05 EXTRA 1 | EDIÇÃO 3 | MAIO 2015
LUA
Escorpião, signo de transformação e renascimento regido por Plutão e Marte pela Astrologia Moderna foi o palco desta Lua Cheia de 3 de Maio de 2015.
Nestes dias durante a sua influência, pode-se ter mais consciência de pontos de “pressão” na vida a nível energético, físico ou espiritual de tal forma que pode haver a sensação de estar a ser esmagado por uma força de pressão muito subtil.
Lua Cheia em Scorpio jmoreira
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Jorge Moreira
Os seus dias podem ter alguns momentos de fadiga, ansiedade e medos que só contribuem para um desconforto levando-o a ficar mais passivo e com necessidade de algum descanso. Esta Lua Cheia pede que elimine os incómodos, os maus hábitos e a toxicidade mental e física que está presente todos os dias e que só o prejudica. Embora, não esteja consciente disso será sem dúvida uma boa altura para analisar mais profundamente o que está errado consigo, ou que não é saudável para si. Pode ser uma fase desestabilizadora, mas gratificante e aliviante quando tudo termina. O que não faz bem, não faz falta e por isso é necessário transformar toda a “escória” presente, tal como eliminar o vício do tabaco, embora seja algo muito difícil de trabalhar, as vantagens são imensas. O acto de respirar fumo traduz-se numa atitude do qual está a negligenciar a sua própria saúde e cada cigarro, cada prego no caixão. Obviamente que este é um dos muitos exemplos do que nos pode matar e destruir aos poucos, mas trabalhar com a energia de escorpião nunca é fácil. Torna-se num período tenso, onde mergulha na sua própria escuridão mesmo sem ter noção do que está acontecer, algo lhe tira o ar,
06 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
CHEIA prende-o, deixando-o imóvel para voar livremente e todas as formas que usa para sair de toda essa podridão parecem não resultar, e pode ser sufocante.
SAIBA MAIS SOBRE A ASTROLOGIA NA TAROSOFIA Um eBook essencial...
Então eis que acontece uma verdadeira cura, o problema já foi percebido e enfrentado vezes sem conta e incomodou bastante, mas o suficiente para ter a sua consciência, e é nesse momento que sai vitorioso. Foi apenas um pequeno passeio na escuridão… É a aprendizagem de Escorpião, a habilidade de ver a Verdade com clareza. As áreas onde estão presentes os regentes de Plutão terão esta influência lunar na primeira metade do mês de Maio já que estão Marte em Touro e Plutão em Capricórnio. Ambas as configurações, são energias que estão mais direccionadas para questões materiais, para coisas mais sólidas e concretas, para que consiga trabalhar de forma mais prática e com algum pragmatismo. Seja como for, tudo o que se encontrar nestas áreas está intensificado, tanto para o bom como para o mau, dependo das decisões feitas por si como da própria sociedade em que está inserido. Influencia e desafia (Marte) os valores, status quo, as estruturas capricornianas (Governos, sistemas financeiros, política), a luta pela estabilidade e cria oportunidade de transformação e de renovação e também coragem.
A erupção do vulcão do Chile e o sismo no Nepal são grandes exemplos da força (elemento Terra) catalisadora que ambos provocaram sobre as estruturas.
Saiba tudo sobre a ligação entre a astrologia e o tarot, mais concretamente na vertente tarosófica. Uma abordagem simples e esclarecedora sobre um tema que habitualmente assusta os estudantes desta área por ser aparentemente complexo e exaustivo. Disponível gratuitamente online (por tempo limitado) e através de qualquer dispositivo (computador, tablet ou samrtphone).
WWW.TAROSOFIA.COM
07 EXTRA 1 | EDIÇÃO 3 | MAIO 2015
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As cartas de tarot são como 78 diferentes miradouros com vista para a sua vida.
Mário Portela Muitos argumentariam sobre não existirem milagres, e eu pessoalmente nem os irei contradizer… mas acrescentaria que o milagre está nos olhos de quem vê! Assim, não há explicações milagrosas ou certeiras quanto ao porquê de o tarot espantosamente funcionar. Cada tarósofo, ao longo da sua experiência, chega às suas próprias explicações e não necessitam de ser necessariamente metafísicas e para não deixar a questão com esta sensação de falta de resposta posso adiantar a minha versão, que não é melhor do que qualquer outra. Utilizo frequentemente uma de duas explicações, mediante o tipo de resposta esperado ou o tipo de público-alvo. São, como outras, duas explicações plausíveis para o funcionamento do tarot uma mais do foro ‘científico’ e outra do foro místico. Do ponto de vista ‘científico’, assumamos, por uma questão de explicação, que possui um problema ou situação sobre a qual está a entrar em conflito. Aceitemos a premissa que poucas são as pessoas que procuram a ajuda de um método oracular quando a vida corre bem (a não ser em raras ocasiões menos importantes para este exemplo). Lembre-se que um tarot possui as mesmas 78 cartas que qualquer outro baralho de tarot. Todos os verdadeiros baralhos de tarot têm os mesmos arcanos, os mesmos naipes e seguem a mesma ordem simbóli-
COMO
FUNCIONA O
TAROT
08 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
ca, podendo ter diferenças mínimas geralmente do ponto de vista artístico ou temático. Assim, é o mesmo que dizer que se consegue ler correctamente um baralho então conseguirá eventualmente fazer o mesmo com qualquer outro. Com toda esta informação acima, chega ao Tarot com um problema em mente que até já lhe tira o sono e está a stressar a um ponto que já compôs mentalmente um sem número de cenários de resolução e estratégias. Mas, por alguma razão, viu-se incapaz de chegar a uma conclusão ou tomar qualquer passo que lhe aliviasse o problema. Provavelmente o problema parece demasiado complexo já e possui imensos factores e variáveis. É então que procura um oráculo de tarot. Imagine que as 78 cartas estão a rodar à volta da cabeça, num movimento circular tipo um grande carrossel. O movimento torna impossível ver as cartas, apenas as traseiras das cartas são visíveis e sendo assim são todas do mesmo tamanho, cor e configuração aos seus olhos. Mesmo assim, imagine que quer ir mais longe na aleatoriedade e fecha os olhos, conta até dez e agarra uma carta completamente à sorte, ao acaso… aleatória! Após ‘estudar’ a carta e reflectir fica em espanto por perceber que o conceito da carta aplica-se precisamente ao seu problema. como a tiragem da carta não podia ser mais aleatória – ou assim lhe parece – pergunta-se como isto pode ser possível. Para começar, explica o ramo da psicologia (C. Jung por exemplo, entre muitos outros), as 78 cartas de tarot representam uma componente específica da ‘psique’ humana ao longo dos tempos. Cada conceito foi projectado e refinado ao longo de séculos (milénios talvez) e como resultado cada carta pode ser descrita num par de palavras, numa frase, num parágrafo ou num livro inteiro. Vamos supor que o conceito que tirou
Cada carta é ao mesmo tempo precisa e dispersa ou objectiva e subjectiva.
do carrossel se refere a ‘amor’. Muitas coisas lhe vêm à cabeça se pensar em ‘amor’, não fosse este uma das temáticas principais da vida humana. A carta que tirou sobre ‘amor’ dá-lhe uma espécie de direcção conceptual que orienta directamente a uma eventual resolução do seu problema… independentemente de qual for o seu problema o ‘amor’ vai ser a solução e amar é a sua resposta. Concentrar-se no amor, de alguma forma, irá terminar a hecatombe de cenários caóticos que tinha na cabeça para resolver o seu problema. Agora pode concentrar-se. O amor provou ser o caminho que deve analisar. Na SUA imaginação, interpreta a carta, e é a SUA mente que decide como o amor se aplica ao seu problema. É o SEU EU que determina a importância da resposta e na SUA cabeça a resposta adequa-se como uma luva e à medida que aplica a resposta ao problema nota como assenta como uma luva! O amor, neste caso, torna-se o princípio básico para a sua próxima decisão. Então e se tivesse tirado outra carta? É suficiente perceber que qualquer que fosse a carta, a sua análise iria permitir concentração, foco, a eliminação da mencionada hecatombe de hipóteses que tinha na cabeça. A forma como o tarot foi perfeitamente conceptualizado, permite-lhe que entre em foco e se concentre num caminho específico. Tudo isto porque tirar uma qualquer carta, numa qualquer maneira, irá limitar a infinidade de hipóteses que ecoam na mente providenciando uma tábua de salvação, um ponto de partida e desatando o nó mental através do foco e concentração.
Qualquer carta de tarot se aplica igualmente a qualquer problema ou situação humana! Cada carta dá um ângulo diferente de visão sobre uma determinada questão como quando um fotógrafo decide fazer um retrato a alguém mas de ângulos diferentes, apanhando sempre o mesmo indivíduo mas diferentes cenários ou luminosidades. Alguns ângulos serão certamente mais agradáveis do que outros, mas todos serão igualmente reais e válidos.
As cartas de tarot são como 78 diferentes miradouros com vista para a sua vida. Nesta ordem de ideias se fizer uma tiragem de 3 cartas onde a primeira representa o passado, a segunda o presente e a terceira o futuro, não interessa realmente que cartas saem nem onde, pois todas estarão correctas. O que interessa é o quanto isso vai provocar o SEU EU a reagir após reflexão sobre aquele ângulo de análise! É com base nesta explicação que no passado, e cada vez mais, estudiosos de psicologia e comportamento humano utilizam cartas de tarot para agrupar a psicologia colectiva do ser humano ao longo do tempo e criar os arquétipos de análise psicológica. Claro que esta não é a minha explicação, mas é provavelmente a mais válida para explicar a uma grande maioria que atrás de um baralho de tarot não está uma velha com uma bola de cristal, um gato preto e um nome francês… e se estiver está apenas interessada no seu dinheiro, CORRA! Para uma boa parte das pessoas a minha explicação pessoal é mística e, naturalmente, mais esotérica. Exige, por isso, uma prova de fé ou um ‘pensar fora da caixa’. Suponhamos que está numa situação complexa há uma semana e todos os dias, de manhã, tira uma carta para o auxiliar a concentrar-se nessa exacta situação e como lidar com ela nesse dia. Cinco em sete desses dias, após baralhar e partir mais do que uma vez a carta que lhe saiu foi a mesma!
Como é isto possível?
09 EXTRA 1 | EDIÇÃO 3 | MAIO 2015
É como se o tarot o estivesse a forçar vezes sem conta a olhar as coisas de uma determinada maneira… provoca arrepio? A probabilidade estatística disto acontecer é infinitesimalmente pequena e no entanto aconteceu. Como é possível? O céptico argumentaria que a nossa memória é selectiva e que de alguma forma inconsciente sabes onde está a carta no baralho. Mas então e todas as cartas que se tiraram nas últimas semanas, diariamente, e que são maioritariamente diferentes a cada dia? E, de qualquer forma, se fosse uma ‘selectividade de memória’, não será que o nosso inconsciente nos está a tentar dizer alguma coisa? Seja como for, sabes no íntimo, que esta repetição exige que tomes uma atenção visceral a este ângulo de análise. Alguém experiente em tarot, um iniciado ou até um amador estudioso, não ficariam surpresos ou cépticos se lhe contasse esta experiência. Aliás, um bom tarósofo reagiria seguramente com um sorriso e um encolher de ombros, provavelmente comentando «acontece-me tantas vezes». Membros Golden Dawn defenderam um dia que «As fontes de informação mais poderosas vêm de dentro e o Tarot ajuda o indivíduo a contactar com o seu Eu Superior». É uma espécie de comunicação mística, onde o emissor (Eu Superior ou mente subconsciente) estende ao receptor (o Eu ou mente consciente) uma mensagem (o resultado da tiragem) utilizando um canal (as lâminas ou cartas de tarot) num determinado código (linguagem simbólica agregada às cartas da tiragem e suas nuances) dentro de um contexto específico (a pergunta em causa). O nosso Eu utiliza palavras para pensar o mundo físico, em conjunto com todos os outros seres… numa espécie de cosmogonia de «no princípio era o verbo». Tudo está interligado, numa conexão fantasticamente interdependente. Por outro lado, a mente subconsciente vive de símbolos que aprimorados nas cartas de tarot permitem o entendimento entre emissor e um receptor capaz de descodificar a mensagem.
10 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
Questionam-me frequentemente porque uns dizem uma coisa e outros outra de uma determinada carta e qual deles está certo… todos estão certos (desde que o façam tarosoficamente): os símbolos significam exactamente o que os símbolos significam para quem recebe a mensagem. Quando eu recebo a mensagem da tiragem que eu fiz, eu sou o receptor habilitado a descodificar o código do emissor, porque este enviou a mensagem para mim. Se outra pessoa recebe uma mensagem numa tiragem que faz é o significado que o código lhe transmite a ela que é válido, pois é ela a pessoa mais habilitada a compreender a mensagem do seu próprio Eu Superior. Cada um de nós interpreta os símbolos de forma diferente por causa de quem somos, do que sabemos e do que pensamos e passamos e ninguém nos conhece melhor que o nosso Eu Superior para enviar a mensagem correctamente codificada na nossa direcção. Esta é provavelmente a grande diferença entre o tarósofo, que compreende que o tarot é uma linguagem de comunicação simbólica e o tarólogo que se faz acompanhar de um manual de significados decorado e que não se apercebe que isso se transforma no ruído que dificulta a mensagem. Em suma, para mim, o Tarot de várias formas cria uma espécie de egrégora própria, uma força espiritual com acesso ao somatório do todo, quase como se fosse um rádio que toca a frequência de uma emissão sem se sintonizar por completo por exigir que o emissor perceba o código utilizado.
É quase caso para dizer… pergunta-te como tu realmente funcionas e perceberás no íntimo como funciona o Tarot!
APONTAMENTOS MITOLÓGICOS
SATURNO Rúben Rodri
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QUE ERA CRONOS PARA OS GREGOS...
Os romanos veneravam muitos deuses mas um destacava-se na maioria das cidades e províncias e de uma forma sazonal marcante: Saturno. Saturno, o deus mais complexo do panteão romano foi adoptado do grego Cronos cujos mitos e lendas são muito semelhantes ou idênticos. Para muitos o deus da agricultura, da colheita, da abundância e da renovação, para outros era o deus da dissolução, da riqueza material e do fim da opressão. As mais apetecidas das festas romanas, as Saturninas, eram celebradas entre o dia 23 de Dezembro e o dia 26 de Dezembro, mas em alguns locais começavam-se os preparativos decorativos pelo dia 11 de Dezembro… era uma época de pândega, festivais, troca de papéis sociais, liberdade de expressão ao extremo e troca de presentes compulsiva ao ponto de se comparar quem era capaz de dar mais e melhores presentes ou as mais belas e ricas festas. Saturno tem aspectos de autêntica antítese, tal como as suas duas esposas. Se por um lado Ops era a mulher dos recursos e da opulência, por outro Lua trazia a perda e a destruição coleccionando despojos de cada guerra como troféus.
“O Tempo sou eu que o faço!” Saturno representa o tempo e a auto-responsabilidade com o que fazemos com ele, um Titã, filho de Úrano (o Céu) e Gaia (a Terra). Segundo a Lenda, Úrano e Gaia teriam tido muitos filhos, todos eles Titãs, terríveis e devastadores, por isso, Úrano, atirava-os para o Tártaro (o Mundo Subterrâneo). Vendo os irmãos serem atirados para o Tártaro, Saturno fica revoltado e chega a um acordo com Gaia, sua Mãe, que já estava farta de ver os filhos serem atirados para o Tártaro. Por sua vez, Gaia afia uma foice e oferece-a ao seu filho, a qual Saturno usa para cortar os testículos do pai, mas Úrano não morre, o que “morre” é o seu reino que acaba por ser reclamado por Saturno. A foice é símbolo de Morte e de Colheita, uma nova esperança nasce sempre da Natureza e viria mais tarde a ser entregue à representação da morte. Mais tarde, lembrando-se do que um Oráculo lhe havia dito, Saturno come os seus filhos à nascença pois, segundo esse seria destronado por um Filho, tal como ele tinha feito ao Pai. O reinado de Saturno acaba quando Júpiter (Deus do Dia), o terceiro filho de Saturno - cuja mãe teria escondido e simulado a sua morte dando uma pedra enrolada em panos a Saturno – ordena a uma Ninfa que dê uma bebida ao seu Pai, que fica doente e vomita os seus irmãos, Neptuno e Plutão. Para se vingar Júpiter expulsa Saturno e toma posse do seu trono, casa-se com Juno e divide o reino herdado com os seus irmãos. Cronos é o equivalente de Saturno na Mitologia Grega, sendo as suas Histórias quase iguais por terem exactamente a mesma génese.
11 REVISTA NÚMERO 1 - ABRIL/MAIO 2015
O SEGUNDO ARCANO MAIOR
A SACERDOTISA
Chamam-lhe Sacerdotisa, Papisa, Alta Sacerdotisa ou Juno em vários e diferentes baralhos. c
ARTIGO ORIGINAL PUBLICADO EM TAROSOFIA.COM Autora: Sofia Quental
A Sacerdotisa é o segundo arcano maior e pode ser vista seguindo a jornada do louco, onde é considerada a mãe espiritual. Sendo o arcano número 2, representa a polaridade e o feminino mais metafísico, o Yin, que é uno com o Yang, o Mago, pai espiritual. É a lâmina que espelha a sensação de sabermos algo, e o que devemos fazer a seguir.
A Sacerdotisa personifica a Lei Mental do Hermetismo… Esta clama que todo o universo é mental ou Mente, uma criação na mente do todo. Tendo em conta que somos 99% de vazio, o que nós temos é uma ilusão de matéria, o que por si só mostra o poder desta lei. É uma ilusão partilhada. Sendo apenas uma ilusão, todas as ‘atrocidades’ na nossa vida também o são, sendo por isso passíveis de mudança se assim o decidirmos. Mostra que a nossa vida é aquilo que nós queremos.
Astrologicamente tem a lua (N) atribuída, planeta do oculto e que revela o que está por trás do véu. Na Sephiroth (Árvore da Vida) ocupa o décimo terceiro caminho, de Tiphareth (beleza) a Kether (coroa). Também chamada Ísis, antiga deusa egípcia da fertilidade, irmã e esposa de Osíris. É o Feminino expresso nas cartas, em conjunção com a Imperatriz, sendo que a Sacerdotisa lida com o lado mais metafísico (Lua) e a Imperatriz com o lado mais terreno (Vénus).
Também tem a sua carga de secretismo. Embora contenha o conhecimento ele está velado, e é libertado conforme a necessidade e a capacidade de retenção da pessoa. Assim, aparecendo pode ser um sinal de que há algo que tem de saber, mas necessidade de fazer algum trabalho e crescimento interno para o poder atingir. Tem normalmente a ver com algo que seja só seu (ou do consulente se for o caso). Até é possível ser algo que mais ninguém perceba sequer.
É a imagem da lei natural trabalhando nas profundezas da alma que, invisível, governa os so- A Lua é super presente na carta: a Tríplice Lunar que a nhos e a intuição! coroa, ou coroa de Ísis (deusa mãe) e ainda temos uma
O Arcano da Sabedoria, da Gnose, do Princípio Receptivo e da Intuição.
12 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
segunda representação da lua, no caso Rider-Waite, sendo o oculto (eu superior que só nos deixa saber o que temos de saber), o poder psíquico, a reflexão, a mudança de fase e devido à forma o signo zodiacal Touro; também temos de ter em atenção tudo o que ela afecta, as marés por exemplo, e as mulheres. Ainda na própria Sacerdotisa temos mais símbolos a ter em conta: o pergaminho, lida com conhecimento, oculto, milenar ou passado de boca em boca, ou pelo contrário necessidade de mais informação. O estar inscrito
COMO CARTA DO DIA
SACERDOTISA NO AMOR
O conselho de outras pessoas não o irá ajudar. É altura de olhar para dentro e dar ouvidos à sua voz interior.
O segredo da Sacerdotisa é a sua capacidade de compreender, separar e dar nome aos seus sentimentos, necessidades e intuições.
Um dia de introspecção!
como sendo a Tora puxa pelo lado mais rigoroso, e dá uma ligação directa à roda da fortuna, sendo uma versão da palavra Taro(t). Também tem a cruz ao peito, lugar do coração e todos os sentimentos associados, e sendo a cruz símbolo de religião e espiritualidade chama a atenção para a importância que estes têm na nossa vida. Por último, a fluidez das vestes, como que relembram água, oceanos, são os sentimentos e emoções privadas, que mantemos só para nós e que estão guardadas num sítio em que com este secretismo todo às vezes nem o próprio sabe o que está lá, o que pode ser perigoso. No cenário também existem diferentes elementos. Temos logo em primeiro plano as duas colunas; uma clara e outra escura com as inscrições B e J, os princípios Boaz e Jachin das colunas do Templo de Salomão (correspondem ao Yin e Yang), e mostram a polaridade. Temos também a cortina, que separa o indivíduo do todo, o interior do exterior, e também mostra que há algo velado ao exterior. Essa cortina contém folhas de palma e romãs, que marcam o que é nosso e exprimem-no, sendo que a romã é também um símbolo de sexualidade, abundância e generosidade. A pesar de tudo não se esqueça que são apenas informações que o podem ajudar na sua vida tarosófica. Não se esqueçam que numa tiragem que faça é consigo que o baralho vai comunicar, e se há algo que o chama mais à atenção, tem de dar a devida importância.
Olhe para dentro de si… O que projecta torna-se a sua realidade – mesmo que pareça fruto da sua imaginação.
Amor é... compreensão!
Lei Hermética do Mentalismo A Sacerdotisa na ilusão mental
O Todo é Mente; o Universo é mental.
VIMΛNΛ Tarot
A simbologia ao alcance de todos...
O símbolo da sacerdotiza ostenta uma lua que encima as colunas Boaz e Jachin...
13 EXTRA 1 | EDIÇÃO 3 | MAIO 2015
BREVE BIOGRAFIA DE
DR. PAPUS
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om
Bruno Pinho
Gérard Anaclet Vincent Encausse viria a ser o Dr. Papus, seguindo a obra Nuctemeron de Apolónio de Tiana
O médico que se tornou famoso no meio ocultista sob o pseudónimo de PAPUS, nasceu no dia 13 de Julho de 1865, na Coruña-Espanha, sendo filho de pai francês, o químico Louis Encausse, e mãe espanhola, de origem cigana, Irene Perez. O jovem Gérard foi criado, assim, num ambiente favorável a um futuro estudante de Alquimia e de Tarot. Em 1869 a família Encausse veio estabelecer-se em Paris, no bairro Montmartre, onde Papus iniciou os seus estudos, primeiro no Colégio Rollin, depois aos 17 anos, na Faculdade de Medicina de Paris. Ainda jovem, dedicou-se nas horas vagas ao Ocultismo. Papus passava as suas tardes na Biblioteca nacional de Paris ou na Biblioteca do Arsenal estudando os autores clássicos da Alquimia e da Cabala, tomando notas dos principais manuscritos tão zelosamente guardados há séculos nessas preciosas bibliotecas.
«Pode-se sempre dizer tudo, porque somente compreenderá quem deve compreender.»
14 VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
O INICIADO Papus teria sido iniciado por Henri Delaage em 1882, segundo ele próprio, na Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, ordem que teria sido fundada por Louis Claude de Saint-Martin no século XVIII, em França. Com apenas 17 anos, o jovem Papus passou a destacar-se no seio do Grupo que passou a integrar, pela seriedade com que procurava as chaves da Iniciação. O seu pseudónimo “Papus” foi retirado do Nuctameron de Apolónio de Tiana e significa o “médico da primeira hora”, aquele que não mede sacrifícios para atender os seus semelhantes.
Papus dedicou-se ao estudo da Luz Astral e de sua influência sobre as doenças e sobre a sua capacidade terapêutica, tal como ensinava Paracelso um dos pais da Medicina. O papel da mente e as suas relações com o Plano Astral e o Homem. Durante longos anos dirigiu as suas pesquisas sobre os fenómenos hipnóticos, espíritas, parapsicológicos, exteriorização da sensibilidade e do magnetismo. Fundou a Escola de Magnetismo de Lyon, tendo o Mestre Philippe de Lyon como seu Director. Os seus estudos do Corpo Astral e do Plano Astral não tinham como objectivo apenas a cura do Corpo, mas, principalmente, a cura da Alma, isto
é, a sua terapia pela iniciação. Fez da famosa divisa do Templo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo que conhecerás o Universo e os Deuses” o seu lema de trabalho iniciático e profissional. Estudou profundamente a Antiguidade Egípcia e os mistérios gregos e romanos, concluindo que entre eles a Ciência e a Iniciação estavam intimamente associadas. A Escola Hermética, também fundada por Papus, que tinha como professores famosos ocultistas da época, tais como Stanislas de Guaita, Sedir, Barlet, Peladan, Chamuel, Marc Haven, Maurice Barrès (academia francesa) Victor-Emile Michelet, entre outros, tinha como objectivo recrutar membros para as sociedades iniciáticas dirigidas por Papus (Ordem Martinista) e por Stanislas de Guaita (Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) que ainda existem hoje em pleno vigor, através de cursos, conferências, pesquisas ocultistas e publicações. Ensinavam o Hebraico, a Cabala, o Tarot, a Astrologia, a História Oculta, a Magia, a Medicina Oculta, focando principalmente o seu aspecto menos velado e mais científico. Papus é tido como o divulgador do Ocultismo Científico de Louis Lucas, que se baseia na Analogia, método que procura explicar o Invisível por inferência, a partir do Visível. Papus foi sem dúvida alguma um grande Mestre ocultista, destacando-se pela sua realização: escreveu mais de 160 títulos, entre livros, artigos, conferências, abordando tanto a medicina como o ocultismo. Os livros principais foram publicados na sua juventude, como o Tratado Elementar de Ciências Ocultas (23
anos), o Tarot dos Boémios (24 anos), o Tratado Metódico de Ciência Oculta (26 anos), a Cabala (27 anos) e o Tratado Elementar de Magia Prática (28 anos).
NO TAROT “Os boémios possuem uma Bíblia; esta Bíblia os faz viver, pois ela permite-lhes ler a sorte; esta Bíblia é também uma fonte perpétua de distracção, pois ela permite-lhes jogar. Sim, esse baralho de cartas chamado Tarot, que possuem os boémios, é a Bíblia das Bíblias. É o livro da revelação primitiva das antigas civilizações”. O Tarot dos Boémios, livro publicado em 1889 é uma obra indispensável para todos os que querem conhecer o Tarot e aprofundar o seu conhecimento sobre este segmento do mundo esotérico. Desvendados os mistérios, Papus mostra-nos chaves que decifram as 78 cartas, revelando detalhes dos Arcanos Maiores e Menores que nos permitem compreender o verdadeiro sentido das cartas, o seu carácter iniciático e esotérico. Demonstra a relação com outras duas ciências sagradas, a Cabala e a Numerologia, provando assim como os egípcios souberam de forma inteligente guardar dentro deste baralho todo o conhecimento que detinham sobre o Universo e o Homem.
Defendia a ideia da Eurasia, onde os povos europeus e asiáticos um dia se uniriam sob um só Governo e ideal!
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Ae rev xperiê ela dor ncia d es q a M Um ue edi co) certo tive taç ... ão d cas que n dia, c o Lo m afa ata, este erg uco s v u c t e a l a não nd io a so had , no o e âm ent tive qua té m ra m o na bito por ão qu qual lque im e ulhe escu do esti um s e vi a quer r das segu r jov ridão ma r e p gní , c v i o m n g o r r e con sse nifi esp ntr eoc u a a fico de neg o s o u c m c p l a s c p Cur o i tass ent or p do. ta q d açõ inh abe ritu so d Par e, rome prec erto oUma ue taa situaes traa mão los pr de do e Ta a n e . n e i ç A p r ros que além end sava. ques norm to pr ão. P spor Com tos q bsol ofia , foi de brilh da po com Uma trandoe floreecisav reso àta o m o seu ue ca uto on dos era cabeloavam orta, u a terr porta o censta a a, para sua eu espolhar iam pe de re mo p a i m c s d o m s n e l á o e a me Ape meu jorra m to eno à esp abr rio, á rece destr ensa lho d oce e as co a o s nto nas Fu dos das rme era e no rvo do oça gem o la fem stas ilên sm r r n c d um turo , co as q e q c c ais pas que m a coreUniverue eu hão d a árvada, coualquque g o de láinino, omo áio, apa o u o so e br sua s, e so a r e a g m e l a r p r ra p ilhav ves ntão me vança flores e, cad o se dos mrdara ara o hando ua qu ce (O te d na espr sse. ta, c a so um edi a. eio pelo utra -me e cai Loudo, e o g m e s i m r u t , a Inic a f ava par o se cad ndes anse momdimen fixam pela iad rent , fo a av da a cor e pr ios q ento são, ente a p e o rma anç ent es est ue o ede no do ar n rad pelh igio pro certo nde que sso por a um c par ando so a urav , foi an olh Siste uma au r ova e co ma m m b o quequitecam jorn m m Sol istur u nke o m to ada ais ar se a de r se eu . ate trançã apres sois e o, p ent pla ois a. A net ali mu as na lhe fren r Jorg e Mo te
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Entrevista com...
Isabel Parreira Co-Autora do lusitano Tarot de Portugal
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Alexa Duarte As palavras dos nossos poetas, cheias de esperança e crítica dirigidas ao povo português, ainda ecoam hoje e mantêm-se verdade. Mas, mesmo que envolta em memórias de glória, a nossa nação continua a provar-se capaz de gerar mentes inovadoras e com vontade de desbravar o desconhecido. Esse é certamente o caso da criadora do Tarot de Portugal, Isabel Parreira. Esta apaixonada pelas artes não limitou o seu engenho aos âmbitos das Letras e Teatro, tendo encontrado, numa noite com amigos, o fascínio pelo Tarot onde nasceria a base para o Tarot de Portugal. Para a concretização deste anseio, a Isabel resolve tomar controlo da conceptualização do baralho e fazer parceria com o seu marido, Carlos Santos Marques, que se tornaria responsável pela realização, em aguarela, das imagens das cartas. Se para uns, criar um baralho de Tarot é uma maneira de exprimirem as suas emoções mais íntimas e pessoais, este par de artistas conseguiu elevar o sentimento de tradição e de orgulho de uma Pátria inteira. Tal feito é conquistado neste baralho através a invocação de elementos muito estimados da nossa Cultura e História como povo lusitano – sen-
do tal representado pela majestosa Torre de Belém que cobre as costas das lâminas. Os Arcanos Maiores sofrem uma transfiguração (em termos de designação e de simbolismo), exibindo desde os trajes tradicionais portugueses, como n’A Alegria, a insígnias históricas como O Astrolábio e os mapas n’O Universo até representações culturais como as touradas n’A Astúcia. Por outro lado, os Arcanos Menores estão repletos de personalidades históricas como o Infante D. Henrique, D. Maria II ou mesmo o icónico Zé Povinho, tendo sido os naipes renomeados de Pensamento, Aventureiros, Vinhas e Corações. Desta forma, estes maravilhosos criadores conseguiram incor-
porar num baralho vários símbolos nacionais, mas ao mesmo tempo mantendo a imagiologia clássica associada ao Tarot em si, o que torna o Tarot de Portugal numa peça tanto artística, como funcional! Alexa: Para começar, gostaria que nos contasse um bocado acerca da autora deste Tarot: de onde vem, o que faz e gosta de fazer, como é a sua vida. Isabel: Chamo-me Isabel Parreira, nasci na Figueira da Foz, sou licenciada em Línguas e Literaturas Modernas; também frequentei o mestrado em Literaturas Modernas Comparadas, tendo seguido a vertente de Teatro do Absurdo. Sou professora do ensino oficial, algo que
“Ser professora permite-me lidar com jovens e com o constante inesperado...”
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me permite lidar com jovens a tempo inteiro e isto implica lidar constantemente com o inesperado. Gosto imenso de escrever, gosto sobretudo de criar, de desenvolver ideias novas... Tenho uma mente muito inquieta, como me dizem algumas vezes. Adoro viajar, sou daquelas pessoas que acha que devemos visitar um sítio novo todos os anos. Gosto de partir à descoberta, de aprender coisas novas e de visitar lugares onde nunca tenha estado antes... No meio de todos estas artes, como é que foi o seu primeiro contacto com o Tarot? O que lhe intriga e alicia nesta filosofia? Isabel: Sim, há uns anos atrás cheguei a dar aulas de Dramaturgia e de História das Artes do Espectáculo. Foi uma experiência extraordinária, conheci pessoas interessantíssimas e seres particularmente criativos. Foi mais ou menos por esta altura que conheci pela primeira vez um Tarot. Na verdade, não sabia muito sobre o assunto e só adquiri um baralho porque fiz uma rave cá por casa com uns primos do Porto, onde experimentámos vários jogos de cartas. O livro que seguíamos tinha como última sugestão um tal jogo de Tarot. Uma prima minha disse que lhe parecia que teria de ser jogado com cartas específicas. Fomos comprar, claro está. Quando chegámos a casa é que nos apercebemos do que se tratava. É fácil depreender que a rave prolongou-se pela noite adentro, com outros contornos, evi-
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dentemente. O que me alicia no Tarot é o facto de esta arte, assim o considero, ser uma fonte inesgotável de possibilidades e, como sou de letras, a simbologia dos arcanos, começando pelos Arcanos Maiores, é algo de fascinante. Uma vez mais… ir à “descoberta” de… e chego à conclusão que de cada vez que faço uma abordagem sobre o significado das cartas, a linguagem do Tarot parece completamente nova. Se aliar esta perspectiva ao facto de o Tarot poder ser utilizado como um meio terapêutico, penso que respondo à sua questão. De onde veio a inspiração para este projecto tão visionário como o patriota Tarot de Portugal? Isabel: Justamente durante uma pesquisa “porque sim”, sem qualquer outra intenção, dei-me conta que em tantos tarots - serão cerca de 10.000 baralhos de tarot no mundo inteiro -, não havia um único que fosse Português. De modo que lancei este repto ao meu marido e nasceu o primeiro baralho de tarot que “fala” português: o TAROT DE PORTUGAL. A ilustração das cartas coube ao seu marido, Carlos Santos Marques. Como funcionou a vossa parceria neste trabalho criativo, já que tinham de coordenar perfeitamente as duas vertentes? Isabel: Funcionou muito bem, embora em certos momentos não tenha sido nada fácil. O mundo do Tarot era um mundo completamente desconhecido para o meu marido. Esta
“Foi um revisitar da nossa história...” parte inicial foi a mais complicada, tanto mais que eu não conseguia explicar-lhe por “desenhos”. Mas depois, feita uma descrição daquilo que eu pretendia de cada arcano e a escolha da imagem que gostaria de ver representada em cada uma das cartas, tudo foi fluindo mais facilmente. Eu e o Carlos temos essa particularidade de não precisarmos de falar muito. O “drama” dele era mais quando eu ia espreitar ao atelier para ver como estava a correr a sua criação, ou ele próprio me chamava para eu ver, e ficava expectante quanto à minha reacção; e isto porque houve pelo menos dois que eu entendia que deveriam ter outra luz, outro je ne sais quoi… faltava-lhes um toque um pouco diferente. Aparte estes contratempos, tudo o resto era muito bem definido antes de se começar a passar para aguarela e ele próprio, em dado momento, também dava as suas opiniões, sobretudo ao nível das personagens/ personalidades que são visadas no Tarot de Portugal. Sucintamente, o que sente que esta experiência tão distinta lhe trouxe em termos de aprendizagem, quer profissional, quer pessoal? Isabel: A nível profissional, este trabalho obrigou-me a rever muito da nossa história o que é sempre uma mais-valia. Revisitar a história de Portugal, desde o terramoto de Lisboa, passando pelos reinados de D.Maria I e de D.Maria II, Invasões
Francesas... Além deste aspecto mais histórico, há também o literário: Almeida Garrett, Luís Vaz de Camões… entre outras personalidades. A nível pessoal, foi mais uma descoberta de certos aspectos que desconhecia relativamente a certas zonas do nosso país e mesmo algumas curiosidades: para todos os que adquirirem o Tarot de Portugal, garantidamente irão ficar surpreendidos. Quando teve aquela ideia inicial de criar um baralho sobre o nosso País, o que esperava acima de tudo conseguir? Isabel: Acima de tudo considerei, então, que era um projecto novo, inovador, não havia mais nenhum. Por conseguinte a palavra “original” assentou como uma luva na minha ideia. Mesmo sendo uma edição de autor, o certo e que as informações que nos pedem, o que estamos a projectar fazer, etc., valeu-nos desde logo um convite para participar no Northwest Tarot Symposium, que vai decorrer brevemente em Portland, Oregon onde, por motivos profissionais, não será possível marcarmos a nossa presença. Continuando em Portugal, como considera a perspectiva em geral da população em relação à arte esotérica do Tarot? Isabel: Muito titubeante, devo confessar. O mundo do tarot é um mundo muito vasto, que pode abranger muitas vertentes, mas a população, de uma forma geral, sente algum pudor ainda em falar sobre o assunto de forma descontraída. A não ser, claro, que participe de um ou outro eventos, em locais públicos, faça
workshops ou cursos afins, uma participação por vezes envolta nalgum secretismo. Quais são as características mais proeminentes no Tarot de Portugal que considera que atraem e prendem a atenção? Isabel: Desde logo a primeira reacção passa pelas ilustrações. Aliás “chovem” elogios assim que as pessoas vêem algumas imagens. A técnica de aguarela, não é uma técnica fácil de dominar. E desde o início foi sempre a minha escolha, porque é aquela por que sinto mais afinidade. Transmite-nos outra luminosidade, outra leveza… O outro lado da receptividade passa pela reacção de alguns tarólogos que já utilizaram o Tarot de Portugal e que dizem ser quase interactiva a relação cartas / leitura. Aliás tivemos o cuidado de ponderar muito bem todas as ilustrações, justamente por termos percebido que há baralhos de Tarot que são lindíssimos e que fazem as delícias de qualquer coleccionador, mas que depois em termos de leitura não resultam tão bem. Para finalizar, é de salientar a importância deste projecto a nível nacional, como um rejuvenescer do antigo espírito lusitano em áreas inéditas, ainda por explorar. Que novos domínios gostaria de ver os Portugueses explorar com estes ideais portugueses renascidos?
de menos positivo, todos os países tendem a manter e/ou desenvolver características muito próprias. Temos o exemplo do Fado e, mais recentemente, do Cante Alentejano, únicos na sua essência em todo o mundo, donde serem considerados, actualmente, património imaterial da humanidade. Considero que a cultura portuguesa tem muito para dar e que os artistas deveriam focar-se mais na sua própria identidade. Muitos artistas procuram por vezes “lá fora”, o que está mesmo ao seu alcance, “cá dentro”. Antes de acabarmos, gostaria de dizer mais alguma coisa aos nossos leitores?
Por favor leiam mais, cultivem-se mais… o saber não ocupa lugar e a ignorância dá lugar à tirania. Quanto mais cultivarem o espírito maior a capacidade de argumentação, maior o potencial criativo, maiores probabilidades de sucesso. Se não tivesse conhecimento de tantos baralhos de tarot e não tivesse lido “quilos” de literatura acerca do assunto, como acham que conceberia um Tarot de Portugal? “Do céu, só cai chuva!” Saudações artísticas a todos!
Isabel: Penso que, independentemente da globalização, com tudo o que nos trouxe de mais positivo e
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ELEMENTAIS
DA
TERRA
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OS ELEMENTAIS DA TERRA
Eva Papoila Materializando a dimensão física dos corpos e contrapondo a volatilidade das suas componentes mental e espiritual, surge a sólida e imponente Terra. É o elemento que confere forma à essência de tudo. A sua aparentemente inabalável serenidade mascara o acumular de forças de dimensões intangíveis até à sua inevitável extroversão em irrascíveis erupções vulcânicas ou temerários abalos sísmicos. A Terra representa o templo do mundo físico, o trabalho, o dinheiro, os bens, a posse e o poder. Inspira ainda a vertente da confiança segura que constitui a pedra basilar das relações humanas nucleares, nomeadamente da família, de onde provimos como parte da intrincada malha cíclica da Natureza.
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Patente na marcadíssima e fortemente sólida cadência da sua vibração característica, está a inalienável ligação à vertente mais material dos vários domínios da vida que os elementais de Terra estabelecem. Essa marca energética é muito semelhante à sensação que nos pode ser transmitida pelo misticismo de uma floresta, pelo verde resplandecente de um campo, pelo perfume de um jardim, pela escuridão acolhedora de uma toca ou até pela humidade solitária de uma gruta em pedra repleta de musgo. Os elementais de Terra, de acordo com o paganismo regidos por Ghob, tomam as designações de Gnomos, Duendes ou Trolls, representando diferentes vertentes do mundo material. Com aparência humanóide, pequenas dimensões, pele enrugada e barbas brancas, envergando roupagens velhas e gastas e o seu característico gorro cónico, surgem os Gnomos, cuja influência se manifesta no domínio mineral. Estes elementais presidem, orientando, à deposição dos minerais nos arranjos que em tão belas e assustadoramente encantadoras formas nos deleitam. Os Gnomos tendem a viver aproximadamente 600 anos, durante os quais acumulam uma incrível sabedoria, e a ter uma morte em forma semelhante à dos seres humanos. Mas as semelhanças destes elementais connosco
Sentem-se cativados por condutas fortes, perenes, perfeccionistas e realistas. A sua influência exagerada pode ainda denotar-se em atitudes gananciosas ou no desenvolvimento de vícios.
tendem mesmo a estender-se ao seu comportamento. Os Gnomos gostam de espelhar os humanos nas suas actividades diárias, assim como de manifestar a sua presença através e durante a levada a cabo das mesmas. Presidindo, por sua vez, ao reino vegetal, surgem os Duendes. Estes encarregam-se do ciclo de crescimento das plantas. De pequena estatura, cabeça caracteristicamente cónica e pontiagudas orelhas, que perfeitamente se coadunam com as suas personalidades voláteis e peculiares, estes elementais pautam-se por uma curiosidade muito pura e original. Tendem ainda a ser bastante solícitos e generosos e a gostar de aliviar os humanos no peso da realização de algumas tarefas. Já os Trolls, de monstruosa envergadura, sangue negro e pele escamosa e flácida, manifestam predominantemente uma conduta teimosa e relativamente estuporosa. Por esta razão, as suas funções estão preferencialmente ligadas ao trabalho mais bruto, de mobilização ou destruição de pesos. Apesar da heterogeneidade das manifestações comportamentais dos diferentes elementais de Terra, a sua postura tende a abrigar-se sob o denominador comum de um grande sentido de humor. Estes seres, alegres por natureza, gostam de marcar claramente a sua presença com demonstrações de carácter mais ou menos
jocoso, que vão desde meros ruídos secos ao abrir e fechar de portas e até mesmo ao derrubar de objectos, escondendo-se quase imediatamente, como se mesmo de uma provocação se tratasse. São ainda elementais tendencialmente fiéis e solícitos tirando prazer da partilha das tarefas com os humanos que as executam. Apesar disto, os elementais de Terra não obedecem aos códigos morais pelos quais muitas vezes nos regemos. A sua lealdade é cega, e assim, por vezes, irracional. Gostam ainda do assumir do controlo e tendem a impor a própria vontade. Estes seres tendem a abominar a susceptibilidade, a irregularidade, o desleixo, a preguiça e a melancolia lenta de alguém um pouco mais lunático. Dado o contributo que tendem a ter na instigação da perseverança, da escrupulosidade, e da responsabilidade e no desenvolvimento das capacidades de sistematização e clarificação, a influência dos elementais de Terra normalmente preside a projectos que requerem estabilidade física e mental. Grandes decisões relacionadas com bens materiais, como compras, vendas ou heranças ou até mesmo decisões laborais ou subjacentes a grandes mudanças em termos familiares tendem a beneficiar da ajuda da Terra.
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CRISTAIS
ÓNIX a. ofi s o r @ta isabella
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ÓNIX E O AUTO-CONTROLO E ORGANIZAÇÃO RELACIONADA A CAPRICORNUS, LEO E GEMINI
Isabella Mello A Ónix é um cristal geralmente de cor negra e com um aspecto marmóreo, que pode ser encontrado em Itália, no México, Estados Unidos, Rússia e Brasil. Em termos de signos, está relacionado com Capricórnio, Leão e Gémeos. O seu uso está bastante associado a poderes mágicos e à prática de magia, sendo que se acredita que este cristal eleva e aumenta o significado das palavras e poderes de magia, algo bastante utilizado pelos índios Americanos e pelos Gregos e Romanos na antiguidade. Daqui decorre também que, quando usada em conjunto com outros cristais, a Ónix controla e consolida as suas acções e efeitos. Diz-se também que este cristal tem a capacidade de guardar as memórias de quem a usa e que, mais tarde, alguém com a capacidade de a decifrar poderá ter acesso às mesmas. Holisticamente falando, este cristal deve, primeiramente, ser usado por longos períodos devido ao facto de o seu poder de actuação ser gradual. Este é bastante eficaz no combate a problemas de pele, nomeadamente em infecções fúngicas ou feridas inflamadas, sendo também útil para queimaduras solares. Para estes efeitos, basta aplicar um elixir de Ónix várias vezes na pele durante o dia e, durante a noite, aplicar este mesmo elixir em compressas.
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A Ónix é também importante para o bloqueio de energias negativas, promovendo a auto-confiança, a noção de responsabilidade, aumentando, consequentemente, a probabilidade de ocorrer sucesso. É, por isso, útil para estudantes, professores ou advogados, isto é, é extremamente importante para aqueles em que é crucial manter o auto-domínio aquando os desafios do quotidiano. Pode também ser bastante eficaz em problemas a nível do sangue, ossos e espinal medula. Focando-me agora nos efeitos cristaloterapêuticos, este cristal tem grande utilidade no combate ao stress, quer físico quer mental, através do alinhamento de toda a energia do corpo e o aumento de ligação ao todo, funcionando assim como um guia. Deste modo, o indivíduo vai ser capaz de controlar melhor a sua vida através da noção e aplicação dos seus pontos fortes e da noção de futuro. A um nível psicológico, tem a capacidade de aumentar o auto-controlo para uma vida mais estável e alivia sensações de medo e preocupações, permitindo ao seu utilizador tomar decisões mais sensatas. Já a nível mental, promove o equilíbrio entre as forças do universo e as do indivíduo, promovendo, então, um equilíbrio do ying e do yang.
NA TAROSOFIA
LOJA ESOTÉRICA TERAPIAS HOLÍSTICAS
Rua Damião de Góis, 389-B R/C PORTO
No mundo do tarot, podemos associar a Ónix ao arcano Maior nº11, a Justiça. Este arcano remete-nos não para a justiça em termos legislativos, mas para a noção interior e acções daí decorrentes, que, consequentemente, levam a percepções individuais e características de cada indivíduo. Ora, quando se fundem ambas as realidades e o tarófoso utiliza uma Ónix, esta vai funcionar como um instigador e vai permitir que este utilize a sua intuição de forma organizada e orientada e, posteriormente, que este consiga transmitir a informação de uma forma mais terra-a-terra e credível, isto é, vai fazer uso do auto-controlo e organização impostas pelo cristal.
NA QUÍMICA
Dióxido de silício, também conhecido como sílica, cuja fórmula química é SiO2, maior componente nesta pedra
✓
Óptima no chakra
Estrela da Terra NA CRISTALOTERAPIA
Adquira as suas pedras e cristais seleccionados e preparados, comodamente sem sair de casa. VISITE
A Ónix promove o vigor, a estabilidade e a resistência, promovendo o aumento da auto-confiança e a defesa e controlo do ambiente circundante. Por proporcionar equilíbrio na mente e no corpo, assim como reforçar a mente, trata-se de uma boa pedra para aqueles que são distraídos por natureza.
Não deve ser usada durante o sono
PORTUGALMISTICO.COM
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A FORMULAÇÃO DE QUESTÕES
NO TAROT
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Sofi a Quental Normalmente a razão que nos leva a usar o Tarot ou alguma arte divinatória são questões que possamos ter. O que se reforça quando se trata de consultas a terceiros. A causa pode ser uma situação difícil , uma decisão, ou curiosidade. No entanto raro é o momento em que acontecerá só porque sim. O Tarot é uma ferramenta que responde, logo a forma como se pergunta tem um papel fundamental. Uma questão bem feita dá aso a uma resposta mais relevante. Da mesma forma, questões vagas dão respostas vagas. Há várias formas de perguntar algo, mas quando o fazemos devemos mostrar que temos noção de que a responsabilidade nos pertence. Por exemplo: 1. Devo pôr o meu pai num lar, ou tomar conta dele em minha casa? 2. O que preciso de saber para decidir a melhor solução para a vivência do meu pai?
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Na primeira pergunta abdicamos a responsabilidade de tomar a decisão. Queremos que a tiragem nos indique o que fazer. Na segunda opção pedimos apenas que elas nos dêem mais informação. Sabemos que está nas nossas mãos decidir. É tentador fazer perguntas como a primeira, mas devemos evitá-las ao máximo, assim como aquelas em que a resposta é sim ou não (salvo a excepção de usarmos uma tiragem específica) ou tiragens em que a resposta seja tendencialmente fechada. Assim sendo, que tipo de questões devemos fazer? Simples, devem ser sempre de resposta aberta, que deixem espaço para diálogo e explicações. Perguntas começadas com ‘como’ ou ‘o quê’.
Por exemplo: “Como posso melhorar a minha relação com...” ou “O que preciso de saber acerca...”. Estas perguntas permitem que o Tarot nos ofereça uma resposta detalhada, que é o que é suposto.
As lâminas gostam de falar. A pergunta também se deve focar em nós, e não nos outros. É muito tentador perguntar “Em que pensa o meu ex” ou “O que é que o meu patrão pensa de mim?”. Todos queremos saber o desconhecido e entrar na cabeça das outras pessoas. É natural querermos fazer este tipo de perguntas, se soubéssemos o que os outros pensam solucionaríamos alguns problemas, saberíamos o que fazer baseado
no que as outras pessoas pensassem. No entanto o Tarot acaba por ser uma linguagem, e não uma ferramenta de telepatia. Sim, podemos usar o Tarot para encontrar a razão para o comportamento de terceiros, mas é algo puramente especulativo. Em vez de fazer perguntas centradas no outro, mantenha-se focado em si e formule a questão de forma a que a resposta crie uma acção ou conselho. Em vez de “O que é que o meu patrão pensa de mim?” use “Qual a melhor forma de me apresentar perante o meu patrão?” Os últimos conselhos são para se manter neutro e positivo. Ao manter-se neutro deixa de ser tendencioso no resultado. É fácil começar uma leitura convencido que a sua posição é a certa, mas se quer verdadeiramente receber orientação precisa de estar aberto a diferentes pontos de vista. Manter-se positivo dá confiança à questão e remove um pensamento derrotista, para além de que o não acaba por ser uma palavra vazia. Por exemplo, temos uma pergunta negativa, que reformulamos para uma positiva. 1. Porque é que não consigo superar o meu medo de falar em público? 2. Como posso melhorar a minha capacidade de falar para grupos eficazmente? Se por um lado a primeira solução é válida por ser um ‘porquê’ e por possibilitar às lâminas uma indicação do problema, o objectivo principal da segunda é provocar uma resposta centrada em nós. Além de que a segunda mostra disponibilidade da nossa parte para efectivamente fazermos algo em relação ao problema.
O que acontece quando não há questão? Não se consegue lembrar de uma boa questão para o Tarot? Experimente perguntar-se o que vai na sua mente... se acordou a meio da noite em que estava a pensar ou sonhar? Claro que uma tiragem de carácter geral tem sempre lógica e algo nos irá dizer, mas será o mais benéfico no momento? Defina como objectivo algo que desperte a imaginação permitindo que questões mais profundas saiam do seu âmago. Após ter a pergunta colocada da forma correcta está na hora de activar a questão. Essa parte é mais ritualista, que aparece através da prática e do estudo do Tarot. Pode não ser o suficiente pensar na questão na nossa cabeça porque ela mantém-se interna e privada para nós próprios. Claro que se for uma auto-tiragem, não me parece grave nem disfuncional de todo, mas quando a terceiros é sempre bom ter um ambiente em que a energia se foca no assunto. Para terminar, uma chamada de atenção: pode ser tentador, principalmente se alguma lâmina não nos parece adequada à posição onde caiu, vaguear para outras tangências ou assuntos que não estejam directamente relacionados com a questão, mas sempre ter como base a pergunta e a forma como a tiragem foi formulada aquando do baralhar. E caso após reflexão a resposta continue a não fazer sentido a sua questão ou focalização não deve ter sido clara. Assim sendo, assegure-se que segue as etapas na criação da sua pergunta e tiragem , e com o conhecimento certo, as informação será revelada!
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oas enas pess o m o c sse maneira uso. Ne a o ã s a d m e , qual lh finições te dos ão pela por par uitas de z a a m r ic r t e a á t d r pode muito à sua p usar um O Tarot epende erente das de d a in r e r á t e t r s a u e o t sta certas usa. de Taro caram e formas ificado a que o n o m s e ig s t s e is p x o e , a nvolvisentido de dese fos. Não ido para t o a s n t e ó n r s e a z t m tal ra e fa os e lização; uma fer e do qu ia tarólog d o c n n m e o ie p c c e s o Tarot minas , tudo d uto-con so de lâ baralho oas usa to, de a u s n s o e e o p im m c s s Alexa Duarte e e sta h ia da conta e uto-con nte ou m a e m A maior e e m d a o , iv d o n it ã ura de rospecç área. Te ras intu se e int or esta e de leit zer leitu li p d fa á a s ”, n o id a ia c íd a d o a t p tas do , propicia tem atr ão, a ca o de au das “car de tudo a intuiç s se sen rument io t a o s t is íc a c n im in r u a c e t q a x m e s, u as ndo o ais tivo. Ma ssoal – agens, o s, entre elas qu te aqua e ia a p ir n c t p e ic s o t o e s o m t t r s ís õ r u n a z la e a me gico e o por a cções e particu s caract cipais r mento ló cções, a r atingid umana, er vária a a das prin h s e lv r s n o e e a v d e p n a d m e d pode se o u es. É ém des nstante ocionali icácia e editaçõ álise co ite tamb a persp to e em n , n m a r o e e ã m para m ç p la a a e t t t p r o r re de mepo aiores e em, o Ta a interp a acção no com g u M d a s s s d s e a r o a õ d o r n d b e d a a a rc pa smo riv ens pelos A ente de icas, me leitura. rigem e s ia/imag n o o a c g lm d d é e a lo t a a d t iv c o s , s n b o a s e sim cidas, represe são po diment que est pacient r enten ticante lógicos estabele o, cada ostrado a o io r ã já a m ç ic p s a m is o p m u a d ê r it s t m s u o u ão. os ne são da arquétip compaix científic nexões mpreen lisar ca s o o a s e o c c n o d o e a d e ã o d u e ç o t d s s c s ã estu pentrospe as rede ofício. E bservaç adas ao nhas de izar cert iência, in de de o o deste li s efectu n c a h r e a s n õ id g n ia r e r il o is o p c c c b s l e a m e d na h possíve reprimiria, auto odem d ao dese elhorias , memó s até aí ativos, é ao dia, p sociada e m s m s õ e r a o s g t o s a lu u n s Estas m c e iz s dein o ln m nd con lâminas sicológic ões ou de apre s enas 30 e mindfu ç p a p s o d e a lu o ã s o r s ç a s s r o o a e u p a it iv c d adas tações egada ue a leit nos pro s cognit m pratic interpre ita a ch rot, já q rocesso il e cionais a p n T s ib s s a o fu o s d d o s a que seja m p o e rm uito e çõ us ruir s pré-fo as, o qu cial no esconst a altera façam m n iv ia d t e o e e s a o d u s id a n q in , e , a s g e e a v o a , ç le tuir qu ais im conceit e algo d m pare e ponto emos in r de pre ovas e m tir dess s ou ne rtament a r n a e t a r c d s p e a e é t b u a , o n li Daí, pod q o t e nscie ais ade o de se de acçã nsáveis ciente. Is o subco m as m indivídu ta linha te impe l e cons ja s o n a e e d e s n sament o e m io e d d r c ia a p a in u id o uma m rev córtex r nem se a capac rot com hos. Seg pções p d a s o in T a e t e t o m s d n a o e e c r e p dos pelo t s cu o paon res irectam que pro a-as ca rem nov que as vo horiz n e e r t o v o o n n s t m e pende d e s t g m o e t n u a .M muit pratica ido e ida – is sempre lineares também para os ara a v ais sent , abrem p ja il m o a c s h id a fá m t e o n iv t c is u e c s lq e ma rnada perspe ao Todo eensíve torna-s a sua jo ligadas e novas m d e é compr t e r e n t e e n iv m v fo arem ofunda zes de de tom m é mais pr b m s de e ta decisõe
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VIMANA - TAROSOFIA LUSITANA
subo t n e m pensa tivas e d s a r linh agina a i m r i c s l i e a v , é possí tes novas e m vocação erta da b o c s n e s d as, pa ura e conscie s kármic a a proc
cilit liçõe r certas mbém fa a a r t r e e t d n a e ém des arot! a activid rtisma no T rma, est do tamb desde a r , n a fo s e h o a d d s it o s u p e io , pr como undo. D uestões o para m seu pró ientaçã uer seja gar no M r nestas q trem o (q o n lu m o o e u a c d r o e n a s u ã c e t do s pli en iraç e do lação. Tu ma com de insp /tarósofo e ue se av nscient s r le q o o o b a d c s g o o m r t le is lo u é p e a ó animar ara um ara aqu o os tar er um m modo m -caixa p eiram re a vida p é mesm t pode s a t u d o a d r q o a e e a T r u id u t o q q fo n r do se os. luções itual, já rceiros pessoal, Pode se objectiv para pa ra de so ão espir imento ç por vir. u s o c lv p o u m o v e o r s o c v o r e p n n s e e a m p e gica em u s des sad cia e da s plano dem a ló limite) o pessoas n o bito do n v u é iê e m t o e r c â a s n e s s p n o o e a x a n n d s Ainda nergés que tr ser, da e mpresa imento suas mu o lado e tabelec r uma e são do conceito d s e sca das n e e u a u m s g p b o r a o x a t e it e m e n á e e e a v ar or e ser tas se apro que lev bém um ensinam ou com ém pod e m b u m m la a q e e a t m s g s a a e a t o a d , it d r a ic a perm decora va abor ssionais á enraiz dante. tos mág uma no os profi ta prátic do estu arot est edimen s it e T c e o u d o , o ã r o e m ç d p d n ic r s r e n e o á t p tr is udo. oté depe essa a in riticado os ritua o por de a de est mais es t t c s ja n m o o a e e e t s v t s c u e im e m m c p d m como u ro”, des e conhe o, existe Num as as mae seja u r o futu miná-lo utro lad eender a base d smo qu le a r o d “ e x p r e o o m m o it o m o P e u a c . o , l que m ouve c ciência sentido em múlbjectivo stancia ente se imerso mesmo física da o mais o ue é sub lm á o t d q e a r s a N u e o a . n it t r p t n , b o o e o r t r r a a logia, Ta er tic ter eh que o Ta numero pragmá t pode s ja, o qu ísico do m a f o e e o , r a s ã t a o la ç e u T a a id o r m o t b , n l, tico e a prepa mo a ca tificação e, no se ivinação dividua o de um portant ares), co ), a iden vista in para a d o m n e e o im o d lh c il d o , a o t r a o m t n a ã n iz b is ciais po po util da intuiç das qua de cada o essen te é um ando o o ã s s a t s ix a E n ic e . it t a a s d t u ís , a in r o a e (m m in Contud ada lâ as lâm a precis gnitiva. r caract crenças usada n as por c ica e co nal, que ta prátic érios e d g s t ia io a e ló is , s g ic o o u m d t lo a ic , c a o c s s r b r rt nciar nto im a, p De fa do leito gia (que experie hecime ntes à s filosófic is n r, , e lo a e o c a o c v o b ic ja s t e e s b d d ís e im u s s tica, m rdade aneira térias s cções p udo da e escola ito. É ve das rea ção artís arot, a m a. O est je T ia e iplinas fi u c s c o s o e li s d is r o á o d p r d n ia a a s l a me a rv a ia t tipla lança, ta íveis po indivisív ticos e em num a a própr n á g é b o e a m p a a iz e n ia t is d d g d n io e la gicos do func sta apre tima e a astrolo os estão tra esca imagioló s que n como tu auto-es s na ou nando e e s r r a e e d o e d t a õ m d , r , o n id s a d ã e a il d a ç t a ib táua nd en dos p ela sens las poss ra adeq odo de is dema interpre u p u a q m e it u m a s o it a r le la ir e s e a s p a u u t q . Pode as e es razer odas es minas, lê para a s um, por pessoais profund do ao p sar de t tir as lâ a cada s a e is n g a ia p a e r li a s iv g m r t e e c a s le t d a a je Por fim irar as sado n apazes Pode es imples a e sub outros). somos c mento u enas e s ar e adm ar é únic u v s u e r r r o q t b e a s e a s r o p b u in n (e o e a it s d m rea le em ção eté a fonte camos – de ser u rma de s próprio la m o ifi ó fo t e u p n r n a t o a e s a o s , r r m id o o e a o c d n que o T ual nos gíveis u mesm mpreen emos a endê-lo são tan ndos. O com o q senvolv u o es de co o mos ent e z ã e m d a n lh d s p a e o r u a t ia p a c e g n b e is er ss xão, bém o finalm s de um -nos ma -nos no estas en ta cone r d n s o e a e n e u m n a g r r q a u m e o q t o o d im c r d a que ando, respeito ns e pe nto nas e saben stamos as. E qu o saber rsonage e o tale inda qu o que e in é e , a d a , m p o n z d is e lâ e le u o b t s s e p a a b ia – -las s ais que e maior amos n s histór mirar a uperior horas d s. Mas m ndo peg so Eu S var e ad s elas sua a a r s a p ir u e o s e s s q s n d b o o r o a o n e id c s erd de arem om orv ente na e fortale stas e v descart lhos e c r e lm ndo abs a e e n r e a d h s o a c ip , s h b s c n e s t a e o o lâmin os pre isso, an tais, prin ções sã os noss am de n elemen ido. Por reocupa os com s c ix p e o e m s s h d s a ia n r s o o o s c n ã c o s s que a. físico, n as às n ar o de gia e do respost o plano ara a vid a ilumin sa ener s s p s s a a o o u d ia n s n u ju a s o g a d a n que são um balável ana não certeza ão, elas l e hum nhia ina t r a a a n p c io m temos a e c o d a c r a pedaços esposta apoio e ue uns o uma r q d temos o o n d a u is q que, ma nfusão dor e co erceber p m e t n as”, te as “cart
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DESCUBRA O SEU CAMINHO PELO
LABIRINTO DA SUA VIDA o f i a.c om
s aro t @ ntal sofiaque
TIRAGEM
Sofi a Quental Numa situação em que é imperativo dar mais poder ao nosso eu superior do que o costume para que o resultado seja particularmente único, é útil descobrir o caminho a traçar através de uma tiragem simples e reveladora.
mim, a tiragem ideal quando pretendemos analisar um processo que é um aparente labirinto mental para nós. Relembro particularmente que devemos assumir a responsabilidade do que fazemos e não fazer perguntas para as quais não queremos as respostas, daí O labirinto é uma tiragem que que a decisão de entrar no laserve para dar resposta a uma birinto deva seguir esta máxipergunta. Embora a olho nu ma. possa parecer que vá contra uma das ‘regras’ da tarosofia, Para se proceder à tiragem coa de definir a tiragem ao ba- meça-se por separar o Louco ralhar, quando analisada vere- do resto do baralho (servirá um mos que não é o caso. pouco como âncora ou nosso Faz todo o sentido que esta representante). tiragem se chame o Labirin- Ressalvo a importância de um to, pois tem o condão de tra- baralho ser constituído por çar uma trajectória, que pode todos os arcanos e não apeser mais ou menos clara, mas nas a estranha moda dos 22 será sempre útil. Faço maior arcanos maiores. Baralhe, enuso dela quando estou uma si- tão, todas as cartas (menos o tuação que é um pouco vaga e louco) e reserve 7 cartas que que acaba por ter demasiadas juntará numa pilha ao Louco pontas soltas, ou demasiadas (deve usar-se o método habivariáveis em jogo. Gosto par- tual, mas note que não as verá ticularmente do facto de nos ainda). Reserve agora o baramostrar até onde podemos ver, lho já que irá apenas trabalhar e de estar dependente do nós com as oito cartas da pilha do a maneira como encaramos o Louco. jogo. Pessoalmente uso-a para auto-tiragens, o que não anu- A sua tiragem começa agora... la que já a tenha usado em Baralhe as 8 cartas e comece consulta em casos pontuais e a dispor as cartas em linha até a ache funcional. Esta é, para lhe sair o Louco, que pára ime-
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diatamente a tiragem. É uma tiragem que pode ir desde uma lâmina a oito. As lâminas, ou cartas. vão responder ao seu labirinto contando uma história, expondo conselhos ou alertando através de avisos, umas vezes mais umas, outras mais outras. Mas e quanto à determinação do que vai significar cada lâmina na sua posição? Ao baralhar nós determinamos o necessário: a pergunta, a tiragem (vai contar uma história) e as lâminas (as necessárias para o caso). Também devemos ter em mente a estrutura tanto quando tiramos as 7 lâminas como quando as dispomos.
Mais vale olhar para trás e ter muitos erros, do que na nostalgia só ver o vazio.
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“Por meio de uma ginástica perseverante e gradual, as forças e agilidade do corpo desenvolvem-se (...) O mesmo se dá com os poderes da alma. Quereis reinar sobre vós mesmos e sobre os outros? Aprendei a querer” - Eliphas Levi
ALBEDO
EXPERIÊNCIAS FORA DA DENSIDADE CORPÓREA
(continuação do número anterior)
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Quando decidi iniciar a minha prática de oficina iniciática, passava já das duas da madrugada. Fora um dia intenso... fora um dia onde o simples sorriso de uma criança me mostrara o quanto eu havia cedido perante a sociedade, perante aquilo que me injectaram subliminarmente. Desde a meia-noite que me sentara, no local do costume, a observar a Lua e não rara vez o homem da lua me sorriu, num brilho prateado, recordando a minha descoberta. Sentia-me perante a revelação do décimo sétimo arcano tarosófico e o meu unio naturalis deixava lentamente de ser um estado inconsciente de não-diferenciação entre o Eu e o Todo. Percebera por fim porque eu fora nigredo tanto tempo, mas a minha consciencialização, embora dolorosa, libertara-me do processo de tenebrositas... a melancolia e o caos purificavam-se. Terminada a minha enantiodromia embarquei para fora da densidade física no esplendor de albedo. De alguma forma a oficina parecia-me diferente. Havia um brilho prateado no ar, uma espécie de luar intenso que fazia tudo reluzir de uma nova e agradável forma. Se antes já me sentia de regresso a casa, agora sabia que estava lá em pleno. Procurei o abade na poltrona do costume, mas ele não estava lá, o que de início me desiludiu. Tinha grandes expectativas. - A energia obedece à lei da polaridade, Albedo. - ouvi de repente, em tom jovial. Num salto olhei para o chão da sala adornado de padrões geométricos. Ali, uma criança sentava-se no chão. Aparentemente brincava com uma espécie de dados com várias formas geométricas. - Abade? - perguntei eu ainda confuso. - Chama-me Eliphas, Albedo. - sorriu-me com uma intensidade que não podia deixar de relembrar o libertador sorriso de criança que fora o meu ablutio.
- A energia tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. - continuou a criança. - O igual e o desigual são a mesma coisa porque os extremos tocam-se. - Abade... Eliphas, descobri o que há de mais monstruoso na Terra, porque descobri o que há de mais grandioso e sublime. Se tão grandioso é o AMOR, monstruoso é o ÓDIO! - Todas as verdades são meias-verdades, Albedo. Todos os paradoxos podem ser reconciliados. parecia que não me ouvira, e continuou a recitar a lei hermética da polaridade. - Na polaridade encontraste a dualidade, mas os opostos são os extremos da mesma coisa.
O AMOR E O ÓDIO SÃO SIMPLESMENTE MANIFESTAÇÕES DE UMA MESMA COISA, EM DIFERENTES GRAUS. Olhei a criança, o Eliphas, com ameno desidério. Tinha a certeza de ter atingido um estado angelical, amoroso, funcional. Tinha a certeza de trazer a resposta para o enigma que o abade havia imposto... mas agora, com estas afirmações concluíra que de facto descobrira apenas a superior e divina grandeza. - Então a resposta não é o ÓDIO? - perguntei, já imaginando o que iria ouvir. - Albedo, o AMOR é o que tudo move e que tudo é. O AMOR é, de facto, o que existe de mais grandioso. Porém, não é o ÓDIO a mais monstruosa das coisas na Terra... trata-se do oposto polar de AMOR... a ausência de amor. - O que há de mais monstruoso na Terra? - repeti a pergunta, mais para me certificar que era essa e que não a havia perdido na imunda pesquisa que fizera. - Vai Albedo! O teu processo iniciou. O objec-
tivo é uma porção desse processo. Ganhaste a pureza original, a receptividade da alma. Tal sacerdotisa de Ísis, chegou a altura de deixares a Lua repousar. Quando voltei ao meu quarto, sentia uma espécie de vazio por não ter a resposta do enigma. Contudo, o ter conhecido a mais grandiosa das coisas, por ter descoberto essa magnânima condição de AMOR fazia com que continuasse confiante. Mais do que confiante até... expectante e feliz! Olhei pela janela... a lua cheia começava a despedir-se da cúpula celeste e já alguns raios de sol despontavam no horizonte. Como habitualmente, despedi-me da minha madrinha prateada e fiquei ali, esperando a energia do amanhecer. À medida que o Sol despontava fechei os olhos e deixei que a luz me banhasse o rosto. Cada raio de sol reflectia em mim, como uma folha nova numa frágil planta que nasceu no jardim. Como a sensação de chegar ao fim da estrada... amar é assim! Senti que o calor me invadia o chakra cardíaco e o fazia crescer até ao plexo solar. Era como se o Sol despontasse dentro de mim... tinha em mim o globo solar... amar é assim! Do nada, vindo talvez do fundo do meu âmago eu consegui ouvir:
- Muito bem, eis que de Albedo te tornas Citrinitas!
PERMISSÕES ESPECIAIS DE PUBLICAÇÃO DADAS PELO AUTOR QUE PRETENDE ANONIMATO
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a ofi ros a t @ jmoreira
.co m
Jorge Moreira
CA B A L A
Quando falámos ou aprendemos sobre Tarot, é preciso ter em conta a sua história e de onde vem. Voltando atrás, e quando digo atrás falo a épocas anteriores a qualquer forma de religião, mesmo antes do judaísmo.
Definições da cabala variam de acordo com a tradição e objectivos daqueles que a seguem, a partir de sua origem religiosa, como parte integrante do judaísmo, a sua posterior cabala cristã, Nova Era, e adaptações sincréticas ocultistas supra-milenares. Se nunca ouviu falar de Cabala, então saiba que Tarot e a Cabala tem fortes conexões. Grande parte das formas da Cabala ensina que, cada letra, cada número, e acento na Escritura contém um sentido escondido. Na realidade tudo se baseia na ideia generalizada da importância do som e nas várias formas de o analisar, quantificar, manipular e utilizar. A Árvore da Vida é uma das representações da Cabala que inclui certos conceitos místicos, que bem interpretados e decifrados ajudam a entender o seu ensino. Se examinar ao detalhe a Árvore da Vida, vai encontrar elementos tarosóficos e não só. Constituída por 10 Esferas chamadas de Sephiroth (plural), conectadas por 22 caminhos. Em cada um desses caminhos existe uma letra do Alfabeto Hebraico e um Arcano Maior, representando assim 22 Arcanos Maiores do baralho de Tarot. Perceber cada um desses caminhos vai ajudar a entender o conhecimento da cabala e por si só a base do Tarot, sendo uma ferramenta essencial para o entendimento da Tarosofia. Então poderá perceber que cada Arcano Maior possuiu um determinado significado e esse está relacionado com os caminhos que conectam cada Sephirah.
As Sephiroth Segundo a tradição cabalística, as Sephiroth representam a manifestação de Ain Soph (O Absoluto), um princípio incompreendido à natureza humana que forma assim a Árvore da Vida. É algo que não pode ser compreendido com os 5 sentidos e ultrapassa o nosso pensamento e lógica, mas que engloba todas as manifestações à nossa volta. Não tem nome, não tem forma, não se compreende... então é o Absoluto. Sendo a Árvore da Vida um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, cada uma das Esferas representa estados de consciência, parte da natureza humana ou até do próprio Universo. Ou seja, é entendida microcosmicamente pelo Homem vista de baixo para cima e macrocosmicamente de cima para baixo, numa perspeti-
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va mais universal, que muitos tenderão dogmaticamente a chamar divina. Parte do princípio que homem terá de passar por um processo de evolução e aprendizagem, então ele “ascende” experimentando Esfera a Esfera, percebendo cada Caminho e completando assim a sua aprendizagem. Na tarosofia, podemos observar através de um Arcano Maior, o Caminho que precisámos de dar mais atenção e assim entender a melhor forma de o percorrer com a ajuda da simbologia presente. Ao conectar Esfera a Esfera por ordem numérica, percebemos a forma de um relâmpago, e daí chamar a essa sequência, o Relâmpago Brilhante que pode ser visto como elemento na lâmina A Torre. Este relâmpago parte da mítica e super-presente Espada Flamejante, assunto complexo para ser abordado num pequeno artigo introdutório.
Os Pilares Observando a Árvore da Vida podemos perceber que a conjuntura dos Caminhos e Sephiroth forma 3 colunas, designadas por Pilares. Para melhor compreensão imagine o símbolo do Ying-Yang sendo um conceito básico do Taoísmo que expõe a dualidade de toda a manifestação do Universo conhecido, duas forças opostas mas complementares. Á esquerda, encontra-se o Pilar da Severidade (Boaz) sendo a representação do arquétipo feminino da Dualidade. À direita, encontra-se o Pilar da Misericórdia (Jachin) sendo a representação do arquétipo masculino da Dualidade. No meio, podemos observar o Pilar do Equilíbrio que integra o balanço das duas forças opostas, sendo o elo fundamental para a sua compreensão. À primeira vista podemos associar o Pilar da Severidade à energia masculina, mas de facto é feminina porque denomina-se por ser uma energia repressora, “que consegue conter algo”. Enquanto o Pilar da Misericórdia é característico de ser masculino, porque a sua estrutura tem como base uma energia mais explosiva e liberal, que é difícil de conter. Tudo isto é visto do ponto de vista cabalístico, e não se rege pelos significados que estamos habituados a racionalizar. Esses pilares podem ser vistos na lâmina A Sacerdotisa, representando a sabedoria para atingir o entendimento da Dualidade entre o Pilar da Severidade e o Pilar da Misericórdia.
Os nossos ‘pilares’ O texto mais importante da Cabala é o Zohar (Esplendor), elabora sobre boa parte do material encontrado no Sêfer Yetzirá e no Sêfer HaBahir. Obra cabalística por excelência, trata-se de um comentário esotérico e místico sobre a Torah (o Pentateuco do Antigo Testamento), escrito em aramaico. O Zohar propõe que a alma humana possui três elementos, nefesh, ru’ach, e neshamah. O nefesh é encontrado em todos os seres humanos e entra no corpo físico durante o nascimento; é a fonte da natureza física e psicológica do indivíduo. As outras duas partes da alma não são implantadas durante o nascimento, mas criadas lentamente com o passar do tempo e o seu desenvolvimento depende das acções e evolução do indivíduo.
ה ָ ל ּ ָב ַ ק
CONTINUA...
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LEITORES REAIS
TESTEMUNHOS REAIS UMA BREVE SELECÇÃO DOS VÁRIOS TESTEMUNHOS QUE RECEBEMOS
Todos os testemunhos e mensagens abaixo são reais, comprovados e a sua difusão é devidamente autorizada pelos emissores
MATERIAL DE PRIMEIRA Comentário de Facebook
Já conhecia o conteúdo e já tinha lido quase tudo online pelo iPad., mas sou mulher de papel real. Recebi a revista e devo dizer que é material de primeira, nunca vi em Portugal uma impressão tão boa!
DEVOREI O CURSO! Email M. Paixão, Alenquer
Obrigado pela excelente qualidade deste curso e já que me pedem uma crítica construtiva aqui fica a minha... a única coisa que senti falta foi de haver um manual com o material do curso para eu adquirir e guardar para consulta e até ensinar os meus filhos. É que não tenho nada mais a apontar.
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ESTOU FASCINADA!
Ana Pombal, S. Pedro do Sul Eu sempre tive um grande fascínio pelo Mundo do Tarot, mas há cerca de um ano atrás comecei a sentir um chamamento dentro de mim e sabia que teria que aprender. Enquanto procurava na internet por um curso que me ensinasse a viver com as cartas, deparei-me com o Curso de Tarosofia, foi amor à primeira vista. A descrição que encontrei no site tarosofia.com sobre este curso ia de todo de encontro ao que eu pensava sobre o Tarot e não pensei duas vez em inscrever-me! Fui seleccionada :D mas, com todas as expectativas que criei, este curso tem superado tudo o que imaginava... Tem uma linguagem simples, ensina-nos muito além do que pode vir em qualquer livro, está muito bem estruturado e torna a aprendizagem das 78 cartas muito interessante. Ensina-nos a viver com o baralho, a interpretá-lo e não a decorá-lo. Estou fascinada! Obrigado Vimana -Tarosofia Lusitana e obrigado Mário Portela por este trabalho fantástico que tens desenvolvido.
Toda a revist a ortográfico..e.stá em desacordo e continuará !
FICHA TÉCNICA
INFORMAÇÕES RELEVANTES Nome Registado Revista VIMANA
Registo de Propriedade Mário Portela Associação Tarosofia Lusitana
O SITE ESTÁ FABULOSO!
Comentário de «Davi» no site tarosofia.com Desde que encontrei este site só encontrei matérias de muito interesse e mesmo com a diferença no português é de muita utilidade e o site está fabuloso, moderno e limpo (...) Abraços fraternos do outro lado do atlântico.
Edição 3 Extra 1 Maio 2015
Director/Redactor/Produtor Mário Portela Design Gráfico registado 3796055 Distribuição VIMANA - Tarosofia Lusitana Portugal Místico ISSUU
MUITO BOM
Comentário de Facebook por Manuela Barbosa (...) é que esta muito pratico e esclarecedor :D muito bom mesmo :D Parabéns fico aguardar a publicação [em papel]
Ainda o KARMA
Comentário de Facebook Acompanho ao pormenor as vossas publicações há uns seis meses (...) tenho notado o que eles fazem (...) Só tenho a dar os parabéns pela reacção, pela maturidade e por não lhes alimentarem o ódio!
ESTE BARALHO É MÁGICO
Email de um aluno (anónimo a pedido) Tenho cerca de 15 baralhos diferentes e considero-me um coleccionador mas o baralho vimana é qualquer coisa do outro mundo porque em tiradas sinto que ele fala comigo literalmente (...) é quase assustador (...)
Colaboradores nesta Edição Mário Portela, Sofia Quental, Jorge Moreira, Alexandra Duarte, Eva Papoila, Ana Paula Claro, Bruno Pinho, Rúben Rodrigues, Isabel Parreira, Isabella Mello, «Albedo»
A revista VIMANA é pertença da associação - Tarosofia Lusitana dirigida a leitores e estudantes interessados nas temáticas versadas. A subscrição é automática para membros em versão digital e encontra-se disponível a não-associados mediante custo justo e adaptado ao suporte. A versão impressa está disponível através dos serviços de distribuição apresentados como válidos. O conteúdo da revista não reflecte necessariamente o ponto da associação e está sob a responsabilidade do seu autor devidamente identificado. Todo o conteúdo encontra-se protegido por copyright (e registos agora legais) e não pode ser reproduzido ou difundido sem autorização expressa e escrita da associação.
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02 REVISTA NÚMERO 1 - ABRIL/MAIO 2015 2183-5101
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