E D I Ç Ã O
E S P E C I A L
1 0
A N O S
F J J D - R I O
#
252
NOVEMRO 2018
DÉCADA DE OURO Referência no Brasil, FJJD-Rio completa dez anos em 2018 e TATAME relembra história da Federação liderada pelo casca-grossa Rogério Gavazza
+ ENTREVISTAS COM CARLÃO BARRETO, BEHRING, GM ÁLVARO BARRETO E GM JOÃO ALBERTO BARRETO
EDITORIAL
4
Parabéns, FJJD-Rio! Desde o fim da década de 1980 envolvido com o Jiu-Jitsu, o carioca Rogério Gavazza é certamente um nome a ser citado quando o assunto é a profissionalização do esporte no Rio de Janeiro e no Brasil. Além do papel como professor, o faixa-preta também é responsável por liderar os trabalhos na Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo e Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Rio. Uma das mais respeitadas federações de arte suave do país, a FJJD-Rio completa dez anos em 2018, e para celebrar esta data, preparamos uma edição especial da TATAME sobre a história da Federação e de Gavazza. Desde 2008, já foram mais de 130 passagens internacionais distribuídas, diversos campeões consagrados e muitas histórias marcantes. Para relembrar isso tudo, conversamos com Carlão Barreto, Sylvio Behring, GM Álvaro Barreto e GM João Alberto Barreto, todos figuras importantes ao longo desses dez anos. Os professores e lutadores, é claro, também têm presença na TATAME #252, com declarações de feras como Marcio André, Jackson Sousa, Vinicius Amaral, Júlio Cesar Pereira, entre outras. Para fechar com chave de ouro, você ainda encontra artigos exclusivos sobre “sistema de treinamento integrado” e “arte suave antibullying”. Boa leitura e até a próxima!
6
Dez anos de FJJD-Rio
12
Opinião: Professores
14
Entrevista: Sylvio Behring
16
Entrevista: João Alberto Barreto
18
Entrevista: Álvaro Barreto
20
Entrevista: Carlão Barreto
22
Perfil: Rogério Gavazza
30
Opinião: Lutadores
34
Jiu-Jitsu: Projetos
40
Na Arena
44
Saúde: Rafael Fonseca
48
Artigo: Treino
50
Saúde: Psicologia
Diogo Santarém, editor diogosantarem@tatame.com.br
@tatameoficial
facebook.com/tatame
@tatamemagazine
www.tatame.com.br
ENDEREÇO Rua da Quitanda, 185 sala 510 - Centro
Tel. (21) 3129-8031
CEP 20521-510 - Rio de Janeiro
TATAME ONLINE revista@tatame.com.br
revista, cabendo aos autores a responsabilidade pelos mesmos.
Flores parcerias@tatame.com.br | DIRETOR DE NOVOS NEGÓCIOS Claudio Cavalcante ccavalcante@
A revista TATAME é uma publicação mensal da editora Nova
tatame.com.br | DIRETOR COMERCIAL Marcos Castro mcastro@tatame.com.br | EDITOR Diogo
Tríade do Brasil Ltda. Nós não vendemos matérias, vendemos
Santarém diogosantarem@tatame.com.br | REPORTAGEM Mateus Machado mateus@tatame.com.
espaços para anúncios. É vedada a utilização, reprodução ou
br; Yago Rédua yago@tatame.com.br; Gabriel Carvalho; Camila Nobre | DESIGN E PROJETO GRÁFICO
apropriação dos textos, fotos e criações da revista TATAME sem
Nilmon Filho nilmon@tatame.com.br | ADMINISTRATIVO Viviane Carinho viviane@tatame.com.br
autorização expressa dos titulares dos direitos autorais.
TATA M E
#252
FOTO: DIVULGAÇÃO
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da DIRETOR EXECUTIVO Alexandre Esteves alexandre@tatame.com.br | DIRETOR DE PARCERIAS Fernando
capa
10 ANOS DE FJJD-RIO por Yago Rédua fotos divulgação
6
TATA M E # 2 5 2
7
DEZ ANOS
TRANSFORMANDO
O JIU-JITSU
Uma das mais respeitadas federações de Jiu-Jitsu do Brasil, a FJJD-Rio completa dez anos em 2018. Com uma proposta de valorizar os lutadores, o órgão liderado por Rogério Gavazza distribuiu mais de 130 passagens internacionais neste período e segue crescendo, com a promessa de fazer ainda mais pelo esporte!
NOVEMBRO 2018
capa
8
10 ANOS DE FJJD-RIO
O
Jiu-Jitsu é uma das modalidades esportivas mais praticadas no Brasil, mesmo não tendo os seus campeonatos transmitidos na TV - salvo raras exceções - e sem o status de ser um esporte olímpico. E com muita organização e a busca por eventos que se transformem em uma verdadeira festa da arte suave, Rogério Gavazza, presidente da FJJD-Rio, tem consolidado cada vez mais o Circuito Mineirinho como um dos eventos mais respeitado do país. A FJJD-Rio, assim como o Circuito, completam dez anos em 2018. No entanto, essa história começou em 1992, quando Rogério organizou a primeira Copa Gavazza, que perdurou até 2007. À TATAME, o presidente revelou que se inspirou em um evento que acontecia também no Rio de Janeiro, a Copa Atlântico Sul, para dar o seu pontapé inicial.
“O Marcos Vinicius Di Lúcia, que hoje mora nos Estados Unidos, fazia um evento de Jiu-Jitsu que era muito bacana, chamado de Copa Atlântico Sul. Tinha uns atrativos diferentes e sempre me chamou atenção. Quando ele foi embora do país, em 1991, no ano seguinte, como inspiração, criei a Copa Gavazza, em 1992. Eu sempre busquei fazer diferente, propostas inovadoras. Já naquela época, eu fazia lutas casadas. Eu consegui mobilizar uma mídia muito grande também. Os even-
tos passavam na TV, o Jornal dos Esportes cobria, rádios. Eu sentia que poderia fazer mais pelo esporte. Naquela época, o Jiu-Jitsu não era visto com bons olhos, ainda era uma modalidade largada”, relembra Gavazza. Com experiência em competições de Judô e Caratê, além de ter sido membro da Federação de Luta Olímpica, com o cargo de diretor de marketing, Gavazza buscou fazer diferente dos eventos da época. A proposta sempre foi valorizar os
“Eu sempre busquei fazer diferente, propostas inovadoras. Já naquela época, eu fazia lutas casadas. Eu consegui mobilizar uma mídia muito grande também. Os eventos passavam na TV, o Jornal dos Esportes cobria, rádios. Eu sentia que poderia fazer mais pelo esporte” Rogério Gavazza, presidente da FJJD-Rio
Liderado por Gavazza, Circuito Mineirinho reúne hoje algumas das principais competições de Jiu-Jitsu do Rio
TATA M E # 2 5 2
atletas, principalmente em relação à estrutura. “Como eu vim do Judô de base, tive a experiência de participar de grandes campeonatos nacionais e internacionais. Tinha disciplina, hierarquia e todo conceito do Judô. O que eu fiz: tentei reproduzir toda a organização dos eventos de Judô nos campeonatos de Jiu-Jitsu, mas sem perder o estilo do Jiu-Jitsu, que é diferente. Hoje, eu brinco e digo que nem me lembro que fui do Judô, porque eu vivo de forma intensa o Jiu-Jitsu (risos)”, contou o presidente, que trouxe o Festival Chupeta, tradicional no Judô, e rebatizou com o nome de Fes-
9
Tradicional nos eventos, Festival Kids é sucesso entre pais, crianças e demais participantes
tival Kids, que é um sucesso no Circuito Mineirinho. “Uma das coisas legais que eu trouxe do Judô, por exemplo, foi o Festival Chupeta, que eu
batizei no Jiu-Jitsu como Festival Kids, que são atividades lúdicas para as crianças. Deu tão certo, que hoje é um verdadeiro sucesso nos eventos”.
Era Mineirinho e FJJD-Rio Com a proposta de fazer um circuito de Jiu-Jitsu que durasse toda a temporada, Rogério pensou no nome Circuito Gavazza.
Contudo, após uma reunião com a empresa de refrigerantes Mineirinho, o presidente da FJJD-Rio conseguiu o aval da marca e deu
início a uma das maiores parcerias de arte suave do Rio de Janeiro. “No fim de 2007, fiz um projeto e apresentei para o Minei-
NOVEMBRO 2018
capa
10 ANOS DE FJJD-RIO
10
Rudson Matheus recebendo passagem para o Mundial da IBJJF em 2015: lutador hoje é destaque nacional
rinho. Eles apostaram na ideia e conseguimos um patrocínio legal. Eu sabia que precisava segurar essa parceria com eles e fiz uma proposta de criar o Circuito Rio Mineirinho com quatro etapas. Eles adoraram a ideia e a Copa Gavazza, com o apoio do Mineirinho, tinha sido um verdadeiro sucesso”, apontou o mandatário. Logo após a oficialização do Circuito Rio Mineirinho para a temporada de 2008, Gavazza fundou a Federação. Toda a parte burocrática já existia, por conta de uma seletiva do ADCC - maior evento de luta agarrada do mundo - que foi organizada por Rogério, no Rio de Janeiro, em 2005. “A Federação começou a atuar em 2008, com o Circuito Rio Mineirinho. Antes, era uma federação de submission e grappling,
TATA M E # 2 5 2
“Eu vi que a proposta foi boa de premiar os atletas com passagens, as equipes e os atletas gostaram muito disso” fundada em 2005, quando fizemos uma seletiva para o ADCC. Já em 2007, fizemos uma ata e mudamos de nome, de federação de submission para a Federação de Jiu-Jitsu Esportivo. Aí, em 2008, começou a FJJE-Rio”, disse Gavazza, que explicou a troca para FJJD-Rio. “Quando criamos a Federação, ficamos em 2008 filiados a CBJJE, mas as nossas propostas não batiam muito e decidimos nos desligar. Para não ficarmos ligados a eles, trocamos de FJJE-Rio para FJJD-Rio. No fim de 2008, entramos com uma ata para
que acontecesse essa mudança. Até 2012, ficamos sem nos filiar a nenhuma confederação, com um trabalho só no Rio. Mas então passamos a ganhar muita visibilidade e atletas de outros estados começaram a vir participar de eventos”, acrescentou. Ao longo desses dez anos de Circuito Mineirinho, a FJJD-Rio premiou diversos atletas com passagens internacionais para eventos da IBJJF e, atualmente, para competições da UAEJJF, como etapas do Grand Slam em Londres, na Inglaterra, e Los Angeles, nos Estados Unidos. Além,
é claro, do grandioso World Pro, em Abu Dhabi (EAU). Gavazza contou que apoiar os atletas sempre foi um objetivo do órgão. “Eu vi que a proposta foi boa de premiar os atletas com passagens, as equipes e os atletas
gostaram muito disso. Grandes atletas que brilham no cenário internacional passaram pelo Circuito Mineirinho e ganharam passagens. Aí, fui aumentando as passagens. Nesses dez anos, demos mais de 130 pas-
sagens e muitos atletas moram lá fora com a oportunidade que nós demos para eles saírem do país para lutar. Com contatos e a divulgação do trabalho, conseguiram morar lá e sempre nos agradecem por isso”.
Surgimento da CBJJD Após se separar da CBJJE, a FJJD-Rio seguiu crescendo no Rio de Janeiro e atraindo competidores de outros estados, em especial da região Sudeste. Com isso, vendo que precisava de um amparo nacional, foi criada a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo, a CBJJD, que é presidida por Sylvio Behring. Gavazza exerce o papel de vice-presidente. “Já no fim de 2012, até para ter um respaldo junto a Secretaria de Esportes, tiramos a CBJJD do papel, que era algo já
engatilhado. A nossa diretoria é o grande diferencial. Conseguimos reunir os Grandes Mestres, João Alberto Barreto e Álvaro Barreto. São os dois que assinam pela CBJJD e FJJD-Rio desde o início. Tem o Sylvio Behring e o Carlão Barreto (Diretor Técnico), eu sou o operário (risos). Trabalho o tempo todo. Estamos sempre nos comunicando e trabalhando juntos”, comentou Rogério, que ressaltou também o trabalho fundamental e de excelência da parte administrativa, através da secretaria
com D. Leonor Abreu, Sr. Antônio Aragão, Bruno Martinelli e a Eliana “Lili”, que estão sempre a disposição dos filiados. “Eu não estaria com essa diretoria se não fosse o perfil desses membros. Temos uma formação dentro do esporte e também acadêmica. Com isso, realizamos cursos importantes para os atletas, lutadores, o que faz a diferença em nossa Confederação”, encerrou Gavazza, projetando um futuro ainda mais brilhante para FJJD-Rio, CBJJD, fãs, e claro, os praticantes da arte suave.
NOVEMBRO 2018
11
opinião
PROFESSORES por Yago Rédua
12
RECONHECIMENTO Em 2018, a FJJD-Rio completa dez anos. Neste período, muitas equipes e atletas fizeram parte da história da Federação e ajudaram a construir momentos incríveis dentro do ranking e da arte suave do Rio de Janeiro. A TATAME conversou com diversos líderes de equipes, como Julio César Pereira (GFTeam), Vinicius Amaral (Game Fight),
Rogério Poggio (Infight), Leandro Escobar “Tatu” (Soul Fighters), Cézar Guimarães “Casquinha” e Atanael Azevedo (Força Jovem),
“Eu acho muito importante (as passagens internacionais ao fim do Circuito Mineirinho), isso valoriza o atleta e motiva muito. Além de ser uma Federação organizada. Nós lutamos desde quando era Copa Gavazza, há muito tempo, lá no início da década de 1990” Julio César (GFTeam)
“Desde que eu e a equipe decidimos colocar o nosso contingente em uma etapa para conhecer, foi só sucesso. Criei uma amizade com o Gavazza, um respeito mútuo, vimos uma seriedade na organização. Um dos pontos positivos é toda a estrutura e condições para os professores, passagens internacionais, premiações com bicicleta e tudo mais. Essa relação vem se estreitando e caminhamos juntos nos eventos da FJJD-Rio”
e todos falaram sobre a evolução da FJJD-Rio neste período e a valorização aos lutadores. Confira as declarações:
“Eu sou super fã do trabalho do Rogério Gavazza. Nos conhecemos na Universidade Gama Filho, que hoje nem existe mais. As premiações que o Gavazza procura oferecer são sempre uma motivação. A minha equipe é satisfeita com isso. Muitos atletas que eu tenho já ganharam passagens internacionais. Eu só tenho a elogiar o trabalho de toda engrenagem. A cada ano que passa, os benefícios só aumentam” Vinicius Amaral (Game Fight)
Rogério Poggio (Infight)
“Nesses dez anos, a FJJD-Rio se tornou a organização com o melhor nível de lutadores e o evento que as principais equipes colocam seus atletas em busca da premiação das passagens internacionais. Avalio o incentivo da passagem como importante, porém as datas ainda comprometem a participação dos atletas, pois muitas vezes confrontam com o calendário da CBJJ e IBJJF. Mas mesmo assim é, hoje em dia, a principal federação de lutas do nosso estado, e que a equipe Soul Fighters prestigia com o que tem de melhor” Leandro Escobar “Tatu” (Soul Fighters)
TATA M E # 2 5 2
“Em evolução constante, organizacional e técnica. O Circuito Mineirinho ganhou cada vez mais notoriedade e espaço no cenário nacional. É um combustível (esse reconhecimento das passagens) essencial para motivar grandes equipes e, consequentemente, povoar os eventos com atletas de renome” Cézar Guimarães “Casquinha” (Top Brother)
“Neste período em que estamos participando, temos visto o empenho da FJJD-Rio em melhorar o nível dos campeonatos visando o futuro dos atletas, como com grandes oportunidades de carreira e futuro no Jiu-Jitsu para os atletas (via premiações com passagens internacionais)” Atanael Azevedo (Força Jovem)
entrevista
SYLVIO BEHRING por Diogo Santarém fotos divulgação
14
QUARTETO DE OURO Um dos membros que coordenam a FJJD-Rio e a CBJJD – ao lado de Rogério Gavazza, Carlão Barreto e do Grande Mestre Álvaro Barreto –, Sylvio Behring é uma referência da arte suave dentro e fora do Brasil. Aos 56 anos, o mestre faixa vermelha e preta 8º grau de Jiu-Jitsu segue atuante, e “abraça a causa” do esporte para levar o trabalho realizado a outro patamar.
C
om uma vida dedicada as artes marciais, Sylvio Da Matta Behring hoje ocupa o papel de vice-presidente da Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Rio de Janeiro e presidente da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Des-
TATA M E # 2 5 2
portivo. Acumulando os cargos com outros projetos pessoais, como sua equipe e os de defesa pessoal, o faixa vermelha e preta enxerga a evolução do trabalho realizado como positiva, segundo revelou em entrevista à TATAME. “Tudo o que foi acontecen-
do, aconteceu no seu tempo. A Federação só melhorou, nossa estrutura toda só melhorou. A experiência adquirida por tantos eventos em todos esses anos soma, e o Gavazza sempre em uma iniciativa de dar retorno aos atletas com premiações. Arris-
cando, muitas vezes, pois não tínhamos condições financeiras, mas dávamos o nosso jeito. Tivemos muitos prejuízos, mas nunca desistimos. O saldo é um trabalho sério, de comprometimento. Representar a Federação e a Confederação é abraçar a causa. É você ser realmente parte, estar ali junto. Onde estou, levo meu trabalho comigo, pelo mundo inteiro”, afirmou Sylvio. Em 2018, a FJJD-Rio comemora dez anos de existência. A marca histórica, além de muito significativa pelo que foi conquistado nesse tempo, representa também a união de Gavazza, Behring, Álvaro Barreto e Carlão Barreto nessa jornada que, no que depender deles, está apenas no começo. “Acredito que nós todos temos um papel muito importante, porque discutimos bastante, é uma Federação aberta, o Gavazza está ali sempre coordenando tudo. Vai tomar uma decisão e ele entra em contato com a gente, conversa. Ele é um cara proativo, está sempre à frente das coisas. O papel que nós (eu, Carlão e o GM Álvaro Barreto) exercemos na organização é de apoiar, legitimar, consolidar as ações dentro do nosso quarteto,
do nosso aval. Daquilo que nós mesmos já somos. Somos a credibilidade, temos uma imagem muito boa desenvolvida pela nossa atuação no esporte diretamente por tantos anos”, opinou o vice-presidente, que complementou sobre o futuro da Federação. “Na verdade, eu não olho pra trás, só olho pra frente. Nem dá tempo de olhar para trás, as coisas acontecem com tanta velocidade. Saudosismo é legal e tal, mas nessa função, não podemos pensar assim, temos que olhar pra frente e observar se estão fazendo alguma coisa que a gente não está fazendo e que poderia estar fazendo, tudo o que pudermos melhorar, sempre”. Ainda de acordo com Sylvio, o saldo do trabalho realizado ao longo desses dez anos é muito positivo. Porém, na pegada de seguir olhando para frente, é preciso analisar os prós contras, e ele garante que não tem medo de agir se preciso for para evoluir. “Muito mais prós do que contras nesses anos de Federação. Os prós são diversos, e acredito que ainda precisamos rever algumas coisas. São poucas coisinhas, mas que nos incomodam, e
que estamos tentando mudar de uma forma consciente, para que as pessoas entendam a necessidade da mudança, não é impor a mudança. Sempre bola pra frente. Estamos com grandes pessoas trabalhando com a gente direto, fazendo um trabalho maravilhoso. Então, creio que temos um saldo positivo com a Federação e ainda vem muito mais por aí”, projetou o faixa vermelha e preta. A arte suave agradece!
“Acredito que nós todos temos um papel muito importante, porque discutimos bastante, é uma Federação aberta, o Gavazza está ali sempre coordenando tudo”
Gavazza por Sylvio Behring “É um cara especial, uma pessoa extremamente importante no esporte. O Gavazza conseguiu unir pessoas da mais alta credibilidade, não foi a toa. Tenho total confiança nele, uma pessoa honesta,
um trabalhador, muito trabalhador. Faz as coisas acontecerem, não deixa pra amanhã. Eu só tenho elogios a tecer ao Gavazza, se tornou um grande amigo e irmão, e no que ele precisar de mim, pode contar comigo”.
NOVEMBRO 2018
15
entrevista
JOÃO ALBERTO BARRETO por Yago Rédua fotos divulgação
16
TATA M E # 2 5 2
PALAVRA DE
17
QUEM VALE Membro do Conselho de Mestres da FJJD-Rio e da CBJJD, o Grande Mestre João Alberto Barreto é um dos maiores ícones da história do Jiu-Jitsu ainda vivo. O faixa-vermelha foi estrela do programa de TV “Heróis do Ringue”, na extinta emissora Continental, no fim da década de 1950, e até hoje segue participando diretamente da expansão da arte suave.
E
m entrevista à TATAME, o aluno e amigo de Hélio Gracie falou sobre a importância que a FJJD-Rio tem tido na difusão do Jiu-Jitsu nesses dez anos de existência, principalmente no Rio de Janeiro. O Grande Mestre também exaltou o trabalho que vem sendo realizado pelo núcleo técnico da entidade. “Eu diria que esse trabalho ao longo do tempo se tornou um histórico da maior importância para o desenvolvimento do Jiu-Jitsu brasileiro. A regência com Rogério Gavazza, Sylvio Behring, Carão Barreto e Álvaro Barreto está sendo, realmente, um trabalho excelente na preparação e na organização dos campeonatos”, disse João Alberto, que prosseguiu. “É algo fantástico, porque já transcendeu para o universo internacional das lutas e o Jiu-Jitsu Gracie. Eu diria que a FJJD-Rio merece os meus aplausos. Estão ampliando a prática do Jiu-Jitsu
“É algo fantástico, porque já transcendeu para o universo internacional das lutas e o Jiu-Jitsu Gracie. Eu diria que a FJJD-Rio merece os meus aplausos. Estão ampliando a prática do Jiu-Jitsu nacional e internacional, a Federação está de parabéns” nacional e internacional, a Federação está de parabéns”, apontou. Através do Circuito Rio Mineirinho, a FJJD-Rio e a CBJJD têm distribuído passagens internacionais para os campeões do ranking. Ao todo, foram mais de 130 prêmios dados neste período, permitindo que diversos atletas pudessem participar de competições nos Estados Unidos, Europa e também nos Emirados Árabes Unidos. Segundo o Grande Mestre, hoje aos 81
anos, isso faz parte do processo de profissionalização e globalização da arte suave. “A importância desse fato é porque o profissionalismo é uma independência dos professores que têm os seus alunos, que fazem campeonatos. A sociedade é competitiva. Isso é uma coisa de grande importância. Dá a oportunidade do atleta viver financeiramente do Jiu-Jitsu. Isso é uma evolução social de grande importância”, encerrou.
NOVEMBRO 2018
entrevista
ÁLVARO BARRETO por Yago Rédua fotos divulgação
18
EVOLUÇÃO CONSTANTE Presidente do conselho de mestres da FJJD-Rio e da CBJJD, o Grande Mestre Álvaro Barreto representa uma história viva da evolução do Jiu-Jitsu mundial. Trabalhando junto com as diretorias das entidades, como Rogério Gavazza, Sylvio Behring e Carlão Barreto, o faixavermelha apoia e incentiva o crescimento da arte suave.
TATA M E # 2 5 2
19
F
alando à TATAME, Álvaro resumiu os dez anos da FJJD-Rio e fez uma análise do trabalho realizado: “Nós estamos vendo tudo com muito bons olhos, porque a FJJD-Rio, desde o começo, há dez anos, não deixou de focar no desenvolvimento do Jiu-Jitsu. Hoje, é uma realidade isso. Todos os anos, estamos cada vez melhores, evoluindo na organização, no número de atletas, com uma quantidade enorme de crianças, jovens, adultos e masters. Eu só posso parabenizar essa equipe por todo esse trabalho”, disse. Um dos maiores diferenciais do ranking anual da FJJD-Rio /
CBJJD são as passagens para eventos internacionais de Jiu-Jitsu, como as competições da UAE Jiu-Jitsu Federation. O Grande Mestre classificou isso como um “plus” e garantiu que o trabalho é voltado para exaltar cada vez mais os atletas. “Isso é o plus, é o algo a mais. Porque a FJJD-Rio tem como visão premiar os grandes atletas e possibilita-los a integração com o Jiu-Jitsu internacional. Por isso que essas passagens vieram para graduar e elevar o nome do nosso Jiu-Jitsu e o respeito por nossos atletas que se destacam durante a temporada”, encerrou.
“Isso é o plus, é o algo a mais. Porque a FJJD-Rio tem como visão premiar os grandes atletas e possibilitalos a integração com o Jiu-Jitsu internacional. Por isso que essas passagens vieram para graduar e elevar o nome do nosso Jiu-Jitsu e o respeito por nossos atletas que se destacam durante a temporada”
NOVEMBRO 2018
entrevista
CARLÃO BARRETO por Diogo Santarém fotos divulgação
20
TRABALHO
PELO LEGADO Um dos grandes nomes do Jiu-Jitsu brasileiro e ex-lutador de MMA, Carlão Barreto hoje atua diretamente nos “bastidores” do esporte. Além de comentarista do Canal Combate, o faixa-preta acumula outras diversas funções, e como diretor técnico da FJJD-Rio, celebra os dez anos da Federação em 2018.
TATA M E # 2 5 2
“F
orjado nos tatames”, como ele mesmo se define, Carlão Barreto, atualmente aos 50 anos de idade, é um dos grandes nomes por trás do ótimo trabalho realizado pela Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Rio de Janeiro e a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo (CBJJD). Ao lado de Rogério Gavazza, presidente da FJJD-Rio, Sylvio Behring, vice-presidente, e grande equipe, Carlão atua diretamente para o desenvolvimento da arte suave no Rio e ao redor do Brasil. “A Federação está crescendo, estamos mais estruturados, novas ‘cabeças pensantes’ estão chegando para nos ajudar nesse crescimento, e isso é ótimo. Com trabalho sério, humildade e dedicação, o céu é o limite! Dez anos é uma marca muito bacana, bem simbólica. Creio que, olhando pra trás, vemos que já fizemos muitas coisas, mas sabemos que estamos no meio da jornada, ainda temos muito para fazer”, analisou Carlão em entrevista à TATAME. Sempre mais envolvido com o MMA, afinal, se aposentou em 2005 com um cartel de 25 lutas profissionais, Carlão viu esse cenário começar a mudar após participar de um curso de arbitragem na Federação de Luta Olímpica, na época gerenciada por Rogério Gavazza. “Eu já conhecia o Gavazza pelos eventos que ele organizava. Então, fui participar de um curso de arbitragem na Federação de Luta Olímpica e lá surgiu a ideia de organizar uma Federação de Grappling, que foi criada. Pouco tempo depois, criamos também
a Federação de Jiu-Jitsu, aproveitando o fato de que todos os envolvidos (eu, Gavazza e o Sylvio Behring) tinham uma história nessa modalidade e o objetivo em comum de retribuir ao Jiu Jitsu o que ele fez pela gente”. Começava, então, uma jornada de aprofundamento por parte de Carlão na arte suave. Hoje figura atuante na FJJD-Rio e CBJJD, sempre presente nos eventos das organizações, Carlão teve um início discreto, mas desde já com o foco principal no crescimento do Jiu-Jitsu.
“O Jiu-Jitsu precisa de gente competente e bem intencionada, querendo oferecer melhores eventos, premiações e capacitação profissional dos professores” “No início eu apenas atuava colaborando com ideias e ajudava em alguns eventos. Eu tinha outros afazeres que me tomavam muito tempo. Era mais envolvido com o MMA, mas nos últimos dois, três anos, tenho tido uma participação maior, mais próxima do dia a dia das organizações. Tenho a consciência que o Jiu-Jitsu precisa de pessoas bem
intencionadas trabalhando pelo seu crescimento, e nossa equipe é composta por gente capacitada e que vive o esporte. Me sinto honrado em poder contribuir um pouco para o crescimento desse esporte que amo tanto”, afirmou o experiente faixa-preta, que complementou sobre o seu grande objetivo. “O Jiu-Jitsu precisa de gente competente e bem intencionada, querendo oferecer melhores eventos, premiações e capacitação profissional dos professores. O crescimento tem que ser sólido, esse é o nosso objetivo com a Federação e a Confederação”. Em dez anos de FJJD-Rio, são mais de 130 passagens internacionais distribuídas para atletas de todo o Brasil. Os números, contudo, seguem crescendo, e com o apoio dos refrigerantes Mineirinho e uma equipe qualificada, Carlão projeta um futuro de sucesso, destacando o trabalho para deixar um legado. “Sou um cara forjado nos tatames, aprendi e aprendo muito sobre a vida com o Jiu-Jitsu. Entre outras artes, são anos dedicados ao mundo das lutas, boa parte da minha vida. Sou um aprendiz, tenho muito desejo de aprender e crescer como pai, cristão, marido e como homem do esporte, das lutas. Essa é a minha missão, compartilhar conhecimento. Na FJJD-Rio e CBJJD como diretor técnico e também como vice-presidente da CBMMAD (Confederação Brasileira de MMA Desportivo), não estou aqui para fazer dinheiro ou ter poder, estou aqui para deixar um legado de trabalho, de conquistas para as futuras gerações”, garantiu Carlão.
NOVEMBRO 2018
21
perfil
ROGÉRIO GAVAZZA por Yago Rédua fotos divulgação
22
UMA VIDA NAS ARTES MARCIAIS Presidente da Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Rio Janeiro, Rogério Gavazza, aos 57 anos, tem uma vida inteira dedicada às artes marciais. Começou aos 7 anos no Judô, mudou para o Caratê e foi ingressar na arte suave, hoje sua maior paixão, apenas no fim da década de 1980. Uma história de aprendizado, respeito e um legado imensurável para o esporte!
TATA M E # 2 5 2
C
arioca da gema, como o próprio se define, Rogério Gavazza tem sua vida ligada ao esporte desde pequeno. Nascido em 1961, o professor sempre recebeu a influência do pai, Thaciano Gavazza, adepto do Caratê, para ingressar nas artes marciais. No entanto, naquela época, como descreveu Gavazza, as crianças só podiam fazer Judô a partir dos 7 anos. Foi quando começou sua relação com os tatames, que perdura até hoje. O presidente da FJJD-Rio ficou por cerca de oito anos no Judô, mas depois mudou de arte marcial e foi parar no Caratê. Ao relembrar esse período, o carioca contou que a modalidade era bem diferente do modelo praticado atualmente. “A primeira luta que eu fiz foi o Judô. Nessa época, o ano era 1968, e não se podia fazer Judô com menos de 7 anos. O meu pai, que era militar do Exército Brasileiro, me colocou para praticar e dava muita força para eu e meus irmãos nas artes marciais. Eu fiz Judô até completar 15 anos, e então o Caratê começou a crescer
muito. Era diferente, porque era feito no chão, não no tatame, não podia usar protetor de mão, nem protetor de dente. Eu comecei a fazer e fiquei dez anos direto só no Caratê”, relembra Gavazza em entrevista exclusiva à TATAME. Após um hiato, Rogério voltou ao Judô para poder seguir se graduando e abrir uma academia junto com o irmão Thaciano Gavazza na década de 80, mas precisamente em 1986. Como sempre teve o objetivo de trabalhar com artes marciais, cursou Educação Física - ingressou na Castelo Branco, mas concluiu na Gama Filho - para ter uma base maior como professor. “Eu tive que voltar a competir Judô para me graduar, quando eu já tinha fundado a Associação Gavazza de Lutas, com o meu irmão. Nós dois fizemos Educação Física, no começo da década de 80. Fomos formados na Gama Filho e fundamos a academia. Por isso, voltei para o Judô e me graduei. Então, assumi a turma de Judô das crianças e fomos desenvolvendo o trabalho na academia. Eu peguei a faixa-preta pela federação (de Judô)”, destacou o professor.
Bruno Martinelli, secretário administrativo e Eliana Guimarães, a Lili, secretária da Federação
História no Judô e Caratê Embora trabalhe integralmente com o Jiu-Jitsu nos dias atuais, com o desenvolvimento da modalidade no cargo de presidente da FJJD-Rio e vice-presidente da CBJJD, Gavazza teve trabalhos marcantes no Judô e Caratê, como contou à TATAME. “Foi um trabalho muito produtivo no Judô e no Caratê, modalidades que formamos diversos campeões. Lembro da Daniela Polzin, integrante da Seleção Brasileira de Judô, campeã pan-americana em 1999 e de diversos títulos nacionais, ficou conosco da faixa branca até a marrom. Fui técnico da Seleção Brasileira de Caratê, na África do Sul, da equipe feminina no Mundial de 1996, além de formar atleta campeão do Pan-Americano e vice campeão mundial, também na África do Sul”, apontou.
Rogério Gavazza e Carlão Barreto com Sr. Antônio Aragão, secretário geral e Dona Leonor de Abreu, tesoureira
NOVEMBRO 2018
23
perfil
ROGÉRIO GAVAZZA
24
Início no Jiu-Jitsu Gavazza tinha que conciliar o tempo entre treinar para competições e dar aulas em sua academia, localizada na Zona Norte no Rio de Janeiro, no bairro do Grajaú. Se preparando para uma competição de Judô na Argentina, Rogério decidiu treinar Jiu-Jitsu para aprimorar o chão. A partir deste momento, a arte suave nunca mais saiu da sua vida.
Iniciada em 1992, Copa Gavazza fez sucesso e durou até o ano de 2007
TATA M E # 2 5 2
“O Jiu-Jitsu foi entrar na minha vida mesmo quase no fim da década de 80. Eu tinha uma competição de Judô na Argentina e, para melhorar o meu chão, fui treinar Jiu-Jitsu. Os meus primeiros treinos foram na Kyoto. Fui me graduando e competindo. Na sequência, coloquei o Jiu-Jitsu na academia Gavazza e participava das competições pela equipe da
Gama Filho, da Alliance também”, contou Gavazza, que seguiu: “Lembro bem que o primeiro professor a dar aula de Jiu-Jitsu na minha academia foi o Paulo Caruso (discípulo do GM Oswaldo Alves), em 1990. Passaram por lá também o Léo Castelo Branco, o Dedé Pederneiras colocou um faixa-preta para dar aula e o mestre Júlio Cesar Pereira (na época
UGF), que também esteve por um período, me graduou após vencer o Internacional de Master (1999) pela Gama Filho, foi aí que eu assumi as turmas de Jiu-Jitsu e assim fui desenvolvendo em paralelo ao Judô”. Campeão brasileiro em 1995 e campeão do Internacional de Master em 1999, Gavazza deu alguns detalhes de como era a rotina de treinar e aplicar aulas: “Eu conseguia dividir o meu tempo para poder dar aula e treinar para as competições lá na Gama Filho, no horário do meio do dia, no treino que era focado para competições. Na parte da noite, atendia os meus alunos. O problema foi que eu comecei a dar muita atenção a organização de competições no início da década de 90, bem antes da FJJD-Rio, que foi fundada em 2007. Eram cerca de três, quatro eventos por ano no mínimo. Me envolvi com
25
Localizada no bairro do Grajaú, Escola de Lutas Gavazza é referência no Rio de Janeiro
a Luta Olímpica, quando fui diretor de marketing, organizando o Campeonato Brasileiro de Luta Olímpica e fazendo parte da organização do Pan-Americano da modalidade, seletivas para o ADCC, eventos de Judô e submission. Quando fui ver, estava muito envolvido com a gestão de eventos e vi que não estava mais
com tempo para treinar e competir. O meu foco passou a ser preparar atletas e promover a luta através de grandes eventos, algo que sempre busquei com meus patrocinadores, com uma valorização dos atletas com premiações em viagens internacionais”, disse o faixa-preta, que realizou a primeira Copa Gavazza em 1992.
Como de costume na arte suave, parceria entre atletas expande os tatames e atinge o ambiente familiar
NOVEMBRO 2018
perfil
28
ROGÉRIO GAVAZZA
Legado como professor Com sua vida dedicada às artes marciais, Gavazza busca formar mais do que campeões dentro dos tatames. O professor, que ostenta a faixa-preta de Judô, Jiu-Jitsu e Caratê, contou que tem como objetivo formar pessoas que se preocupem com a parte saudável, que se exercitem e, sobretudo, tenham caráter. “A semente que eu tento plantar em cada pessoa que entrou na minha academia é que eles não se desenvolvam só na luta, mas como pessoa, o caráter. Perdemos o contato com alguns que pararam de treinar, por causa da vida pessoal, do trabalho, mas normal. Também temos muitos membros que estão junto comigo há anos, que entraram jovens. É legal ver que continua a amizade, respeito. O meu objetivo não é que a pessoa seja faixa-preta, competidor... Pode até ser, mas eu quero, de verdade, que eles adotem a luta como uma filosofia de vida. Quem faz
Das crianças até o master, Jiu-Jitsu é aplicado para somar na vida de qualquer praticante
o Jiu-Jitsu ou qualquer outro tipo de luta, tem que gostar de praticar. Com a atividade física, a pessoa pode ter uma vida mais saudável. O respeito aos mais graduados não tem que ser só na
Fundada em 1986, Escola de Lutas Gavazza já formou diferentes gerações de faixas-preta
TATA M E # 2 5 2
academia, se você encontra um mestre em uma festa, tem que respeitá-lo. Sempre passei isso para os meus alunos”, destacou o responsável pela FJJD-Rio e CBJJD (Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo). Amante de esportes, Rogério destacou o valor da luta para a formação de uma pessoa. O professor garantiu que a modalidade tem o poder de transformar mestres e alunos, jovens e adultos. “Não há outra modalidade esportiva sem ser a luta, bem empregada, é claro, que tem essa relação de aluno e professor. De respeito, carinho e amizade. Passamos, muita das vezes, mais tempo com os nossos alunos do que a própria família. Cria, naturalmente, um laço quase de pai e filho, bom para todos”.
opinião
LUTADORES por Yago Rédua fotos divulgação
30
GRATIDÃO Em dez anos de FJJD-Rio, diversos nomes consagrados da arte suave passaram pelos tatames da Federação. Alguns ainda em início de carreira e que, posteriormente, chegariam ao posto de campeões no MMA, caso de Rafael dos Anjos, ex-detentor do título peso-leve do UFC. Para celebrar essa data especial, a TATAME conversou com quatro feras que fizeram parte da história da companhia liderada por Rogério Gavazza, e não faltaram elogios.
TATA M E # 2 5 2
FOTO MÁRCIO ANDRÉ: FLASHSPORT
Hoje campeão mundial pela IBJJF, Márcio André deu seus primeiros passos no Circuito Rio Mineirinho
31
A
o longo dos últimos anos, dezenas de atletas aproveitaram as chances oferecidas pela FJJD-Rio através de suas competições, que por muito tempo, davam como forma de premiação passagens de avião para a disputa de torneios como o Pan-Americano e o Mundial, ambos da IBJJF. Mais recentemente, através de uma nova parceria, os lutadores que se destacam no ranking da Federação - o Circuito Mineirinho - recebem a oportunidade de lutar as grandes competições da UAEJJF, como o World Pro, em Abu Dhabi. Hoje faixa-preta e morando nos Estados Unidos, o jovem Márcio André foi um entre vários atletas que se destacaram nos torneios da Federação de Gavazza e, desta forma, pôde dispu-
tar os principais campeonatos do mundo através das premiações concedidas pela FJJD-Rio. Agora um nome consolidado no esporte, “Marcinho” ostenta diversos títulos, mas faz questão de mostrar sua gratidão pela época em que lutou no Rio de Janeiro. “Foi um período muito legal e importante para a minha carreira. Lutei bastante no Rio de Janeiro e as competições organizadas pelo Gavazza sempre tiveram um nível muito bom. É a profissionalização do esporte. É muito gratificante ver federações que premiam os atletas dessa forma. Você vê que seu trabalho gera resultados bons para sua carreira. Sou muito grato a ele e a FJJD-Rio pelas oportunidades e pela importância que deram à minha carreira e também a de muitos atletas”, disse Marcinho.
Rafael Vital, em 2011, já recebendo premiação especial da Federação
Faixa-roxa na arte suave, Polyana Viana é uma das promessas do Brasil no UFC - maior organização de MMA do mundo - atualmente. Com um jogo de chão bem afiado, a paraense segue na ativa pela FJJD-Rio sempre participando de superlutas, e com vontade de competir mais vezes, fez elogios ao trabalho de Gavazza e sua equipe nos últimos anos. “Eu gostei muito da organização da FJJD-Rio, fui muito bem recebida e foi uma honra para mim. É tudo muito bem feito, o ginásio lotado, deu até um nervoso de lutar lá, porque estou acostumada a lutar nos campeonatos de interior (risos). A experiência foi incrível e eu gostei muito de poder me testar dentro do Jiu-Jitsu lutando por uma federação tão séria e importante para o esporte. O Gavazza e todos os outros estão de parabéns pelo grande trabalho realizado nos últimos anos”, afirmou. Com uma larga experiência no esporte, Renan Vital foi mais um brasileiro que partiu para os Estados Unidos em busca de um futuro melhor. Professor de Educação Física, o faixa-preta recebeu suas primeiras oportunidades de lutar fora do país por conta dos bons resultados em etapas da FJJD-Rio. Em tom emocionado, Renan expôs toda sua gratidão a Rogério Gavazza, que segundo o próprio, é um dos grandes incentivadores do esporte no Brasil.
NOVEMBRO 2018
32
LUTADORES
“O período em que eu participava dos eventos do Gavazza na FJJD-Rio foi um momento que considero um dos mais importantes na minha carreira como professor e competidor. Eu estava cursando a faculdade de Educação Física, dando aulas, treinando e competindo o circuito, que era muito disputado, pois grandes nomes da arte suave marcavam presença. Na época, as premiações eram passagens para lutar eventos no exterior, como Pan-Americano e Mundial,
em um sorteio entre os campeões, e eu consegui”. “O professor Rogério Gavazza sempre foi uma pessoa muito querida por todos, sempre respeitou o esporte e os Atletas, fazendo com que nós nos sentíssemos como verdadeiras celebridades. Ele sempre trabalhou para o crescimento do esporte como um todo, ele sim fazia acontecer. Sou muito grato a ele e orgulhoso demais por ter participado de uma federação com tamanha seriedade como a FJJD-Rio. Hoje
em dia sou professor de Jiu-Jitsu, professor de Educação Física (licenciatura plena), dou aula nos EUA e trabalho com arbitragem em eventos. Fico feliz em ver que, como eu, outras pessoas tiveram oportunidade de se beneficiar e tentar mudar de vida, de sair do país, conhecer outras culturas e lugares, lutar o Mundial de Jiu-Jitsu, poder crescer na vida ou pelo menos tentar. Acredito que o Jiu-Jitsu precisa de mais pessoas sérias como o Gavazza”, agradeceu Renan.
Começo de uma trajetória vitoriosa Multicampeão no Jiu-Jitsu nos dias atuais, Jackson Sousa, ainda como faixa-marrom, foi um dos grandes destaques nos campeonatos da FJJD-Rio. Suas performances e títulos o credenciaram a receber premiações que o projetaram para grandes torneios mundo afora. Atualmente, o carioca mora em Londres, na Inglaterra, e com momentos memoráveis ao longo de sua carreira, relembrou o período vencedor nas etapas que disputou no Rio de Janeiro. “Realmente, o Gavazza foi e é uma pessoa muito importante no cenário do Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro. Era uma competição onde ele dava oportunidades dos atletas se destacarem no torneio, e ao mesmo tempo, dava oportunidades para os atletas viajarem para competir na IBJJF, pelo campeonato Mundial de Jiu-Jitsu. Lembro que disputei as etapas e ganhei praticamente todas na faixa-marrom. Na final das etapas, eu ganhei a passa-
TATA M E # 2 5 2
Hoje fera da Checkmat internacional, Jackson Souza já brilhou no Circuito Mineirinho
gem para o Mundial, em 2013. Ao mesmo tempo, lembro de um grande evento que ele fez no Maracanãzinho, onde ele organizou uma competição que deu passagens para todas as faixas, da azul à preta. Foi um período muito bom. Eu estava muito focado nos meus treinamentos, porque sabia que teria uma chance de pisar nos Estados Unidos caso eu tivesse um bom desempenho nos
torneios do Gavazza. Acabei me destacando e tendo essa chance, que foi muito importante na minha vida. O Gavazza sempre valorizou todos os atletas, e isso fez com que as competições organizadas por ele ficassem cada vez maiores. Era uma harmonia enorme, muitas academias prestigiavam o evento, era uma energia surreal. Sempre serei grato pelo que ele faz e ainda faz pelo esporte”.
FOTO: DIVULGAÇÃO IBJJF
opinião
ร xito Arte, medalhas que valorizam qualquer conquista!
Entrega rรกpida e pontual Qualidade e diversidade Produtos personalizรกveis 25 anos no mercado Milhares de clientes atendidos
Atendemos todo o Brasil exitoarte.com.br
contato@exitoarte.com.br 41 3699-8200
jiu-jitsu
PROJETOS por Mateus Machado fotos divulgação
34
TATA M E # 2 5 2
35
JIU-JITSU PARA TODOS Ao longo dos seus dez anos de história, a FJJD-Rio tornou o Jiu-Jitsu um esporte possível e rentável para muitos atletas que têm o sonho de viver da modalidade. Rogério Gavazza - presidente da Federação -, entretanto, foi mais longe, e nos últimos anos, também fez com que diversas crianças e jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro pudessem mudar de vida através da arte suave, além de expandir sua prática para os mais diversos segmentos.
NOVEMBRO 2018
jiu-jitsu
36
PROJETOS
Copa UPP Em 2011, com a “explosão” do Jiu-Jitsu nas comunidades carentes, Rogério Gavazza, ao perceber o crescimento constante de projetos sociais nestes locais, resolveu expandir o programa e, desta forma, promoveu a Copa UPP, como conta a seguir. “Temos milhares de projetos sociais inseridos nas comunidades do Rio de Janeiro. Em 2011, o Jiu-Jitsu começou a explodir nessas comunidades carentes. Neste mesmo ano, tínhamos alguns projetos sociais inscritos, o meu telefone tocou e era o Cabo Teixeira, professor de Jiu-Jitsu da UPP da Providência. Ele queria inscrever crianças em nosso Circuito. Fizemos uma reunião, passei a apoiar, dei algumas bolsas de inscrições e entrei em contato com outros professores das UPPs. Com esse sucesso, tive a ideia de reunir as UPPs, o que era, afinal, a proposta da pacificação. Na época, criei a Copa UPP. Ali, eles iriam lutar dentro da regra, da disciplina, porque era uma competição de Jiu-Jitsu. Todos adoraram a ideia”. “A primeira edição foi no Maracanãzinho, com 13 equipes e o apoio da LBV e Super Rádio Brasil. No ano seguinte, já no Clube Municipal, foram 20 UPPs e quase mil atletas. Foi muito bom. Cada criança desfilava com a placa, todas com muito orgulho. Depois disso, decidi juntar todos os líderes e criar a UPP Rio, que seriam todos competir juntos. Eles lutaram dois ou três anos juntos. Consegui arrumar patrocínios para ajudar nas inscrições das crianças carentes. A FJJD-Rio não tinha
TATA M E # 2 5 2
como dar isenção para todos, eram 200 ou 300 atletas, então, eu fechei com a Secretaria de Esportes e empresas privadas para viabilizar. Lembro que em 2014 foram 300 atletas, o ano todo, sem custo nenhum. Mandamos atletas das UPPs até para os Estados Unidos”, relembrou Gavazza. Policial militar responsável técnico pela equipe UPP Rio, o Sargento Flávio Teixeira comentou sobre o início da relação com Gavazza em prol do projeto, que começou no Morro da Providência, e o resultado imediato entre as crianças após as primeiras conquistas.
“Procurei algumas federações e foi quando encontrei o Gavazza. Eu não o conhecia na época, mas ele me tratou muito bem, aceitou a ideia e, de cara, me deu nove inscrições gratuitas. Eu paguei dez inscrições do meu bolso, peguei as nove que ele me deu e começamos o trabalho. Quando a molecada chegou no morro com medalhas foi um ‘boom’. A gente tinha 20 alunos na turma e de repente a gente passou para quase 200 alunos, porque começamos a tirar as crianças das comunidades para levar a um clube, disputar um campeonato com balança, árbitro e tudo organizado, com
uma perspectiva totalmente diferente que eles conheciam”, disse Teixeira, exaltando o apoio recebido desde então. “Dessas medalhas que conseguimos, tivemos muita divulgação da própria assessoria de imprensa da UPP e as empresas que participavam dos projetos de pacificação. Elas começaram a apoiar o projeto do Jiu-Jitsu, como a LBV, por exemplo. Essas empresas começaram a custear o valor das inscrições, quimonos e o projeto foi crescendo ainda mais com a parceria do Gavazza, pois ele fazia um valor diferenciado para a gente também, para podermos colocar um número cada vez maior de crianças”.
O sucesso da Copa UPP também se deve aos apoios que a FJJD-Rio recebeu durante o período. Pedro Paulo, superintendente da Super Rádio Brasil/LBV, falou sobre a experiência de ajudar na organização do evento. “Foi uma experiência espetacular, porque nós unimos o Jiu-Jitsu e o Caratê no Maracanãzinho em uma parceria com a SUDERJ e o Governo do Estado. A gente conseguiu levar 600 atletas das duas modalidades. Essa parceria surgiu de uma ação que nós viabilizamos o Maracanãzinho a pedido do Rogério Gavazza e, em contrapartida, nós teríamos a realização da primeira Copa UPP, que foi um sucesso, um marco,
onde reunimos diversas comunidades e ainda conseguimos realizar mais duas edições. Foi algo incrível, resultado da parceria entre Rádio Brasil, FJJD-Rio, Prime Esportes, LBV e SUDERJ”.
lho com as crianças desde o primeiro ano do fundamental até o vestibular e, com certeza, se isso retornasse, seria um sonho voltando a se realizar. Eu só tenho a agradecer ao presidente Rogério Gavazza pelo trabalho que faz e
sempre fez, buscando ajudar os alunos a nível estadual e até nacional”, destacou Márcio, que ao longo do Intercolegial, revelou os atletas Patrick Gaudio e Marcos Carrozzino, hoje faixas-preta e multicampeões no esporte.
Intercolegial Um dos grandes propósitos da FJJD-Rio sempre foi a introdução do Jiu-Jitsu nas escolas do Rio de Janeiro. Desta maneira, Rogério Gavazza promoveu três edições do Intercolegial, evento que reunia colégios da cidade e desenvolvia a competição entre os jovens acadêmicos. Responsável pelas equipes de Judô e Jiu-Jitsu da Rede MV1, que sempre se destacou nos torneios realizados, Márcio Tubarão relembrou com alegria o período, destacando a boa atuação de seus alunos. “Todas as edições do Intercolegial que a FJJD-Rio promoveu, graças a Deus, a Rede MV1 conseguiu alcançar a primeira colocação. São 12 anos que trabalho na escola, fazemos traba-
NOVEMBRO 2018
37
jiu-jitsu
38
PROJETOS
Copa CAARJ Em parceria com a Federação, a CAARJ, Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro, realizou em 2017 a primeira Copa de Jiu-Jitsu para advogados e estagiários ligados a OAB (Ordem de Advogados do Brasil). O evento foi pioneiro na arte suave para uma determinada classe, que visa, acima de tudo, a interação e o entretenimento. O sucesso da competição foi tanto que fez com que novos membros do Jiu-Jitsu que também são advogados ou estagiários em Direito pudessem ser “atraídos” para a prática do esporte, como revelou Wagner de Oliveira, diretor das Copas e do setor de convênios. “A iniciativa do torneio e o sucesso dos núcleos de Jiu-Jitsu da CAARJ não só atraíram novos membros, como criaram zonas de convivência entre advogados, que fortaleceram o ‘networking’ e a troca de experiências. O su-
“Com a parceria com a Federação, alcançamos a participação de aproximadamente 200 atletas em cada torneio. O campeonato deste ano trouxe uma interação entre os estados ao atrair competidores da Paraíba, Bahia e Recife” cesso dos torneios nos trouxe a certeza de que estamos no caminho certo de combater o sedentarismo da advocacia. Os advogados percebem que estamos investindo na qualidade de vida deles e aproveitam a oportunida-
Copa CAARJ visa estimular a melhora da qualidade de vida dos advogados
TATA M E # 2 5 2
de. A CAARJ tenta atingir todos os gostos com diferentes núcleos esportivos além do Jiu-Jitsu, como o feminino de futebol, o de Muay Thai e o de basquete”, afirmou Wagner, antes de concluir. “O balanço da nossa parceria é muito positivo. Com a parceria com a Federação, alcançamos a participação de aproximadamente 200 atletas em cada torneio. O campeonato deste ano trouxe uma interação entre os estados ao atrair competidores da Paraíba, Bahia e Recife. Além dos torneios, realizamos seminários e ‘workshops’ com aulas ministradas por profissionais do esporte e de defesa pessoal, como o ex-lutador do UFC e bicampeão nacional de Jiu-Jitsu Amaury Bitteti. A CAARJ espera expandir o número de núcleos e centros de treinamento de Jiu-Jitsu para que possa receber novos praticantes e prolongar o trabalho de prevenção do sedentarismo entre a advocacia”.
39
Copa Arnold Classic Brasil Considerada uma das maiores feiras multiesportivas do mundo, a Arnold Classic Brasil também promove um verdadeiro show envolvendo as artes marciais. Sempre com a intenção de expandir o Jiu-Jitsu a novos públicos e segmentos, Rogério Gavazza comentou sobre o trabalho que realiza ao promover eventos de sua Federação no evento, que recebe milhares de pessoas a cada ano que passa. “A Copa Arnold Classic Brasil começou em 2012 e eu cheguei a organizar em 2010 e 2011, ainda quando era outro evento, realizado no Píer Mauá, onde também tinham eventos de luta. Quando veio para o Brasil essa feira, eu dei continuidade de fazer os eventos de Jiu-Jitsu e a importância foi enorme, primeiro por estar em uma feira multiesportiva, das mais conceituadas do mundo, e quando ela foi realizada no Rio, nos quatro anos, nós tivemos muito mais partici-
pantes, uma vez que ela ainda não ‘pegou’ muito em São Paulo, já que ela é realizada no mês que tem o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu lá. Mas quando era no Rio, foi um sucesso, tivemos que limitar as inscrições. É um evento diferente, sempre foi muito aguardado pelos praticantes de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro”, analisou Rogério, para complementar: “Primeiro, é um evento diferenciado, porque geralmente as competições do Jiu-Jitsu são frequentadas, no seu público em geral, por parentes e amigos da academia e competidores, e na feira, como é uma feira multiesportiva, com muitos estandes com vendas de roupas de várias marcas de materiais esportivos, tem pessoas que não estão nem ligadas ao Jiu-Jitsu e passam por acaso ali no pavilhão e assistem um pouco a competição. Tem também importância para as crianças, principalmente, por
estarem ao lado do Arnold, tirar foto com ele, que é um ídolo, então é bem legal. E nós da Federação nos sentimos bem honrados em ser a entidade escolhida para organizar até hoje o Arnold. Agora em São Paulo temos o Carlos Alexandre também, o Alê, que é o nosso braço direito em competições lá, e com certeza vai crescer também, já temos uma ideia de triplicar o número de participantes. Vamos com tudo”.
Arnold Schwarzenegger cumprimenta Rogério Gavazza
NOVEMBRO 2018
na arena por Redação fotos divulgação
40
Prime Jiu-Jitsu no Rio Foi realizado no fim de outubro, no Clube Municipal, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Prime Jiu-Jitsu Experience. O evento fez parte da oitava
etapa do ranking da FJJD-Rio, o Circuito Brasil Open Mineirinho. Além das disputas para concorrer às passagens internacionais para eventos da UAEJJF ao fim da temporada, as superlutas agitaram o público presente. Em alta no UFC, Jéssica Bate-Estaca finalizou Lunna Vieira. Também atleta do Ultimate, Polyana Viana foi superada por Alexia de Castro nos pontos. Outro lutador da organização de
MMA, Luis Henrique KLB venceu Thalles Gigante em um no combate de submission. O narrador Rhoodes Lima, por sua vez, venceu o ator Raul Gazolla por pontos, em um confronto que mobilizou o público. Quem também arrancou aplausos de todos presentes no Municipal foi Diogo Lavigne, que tem Síndrome de Down e finalizou Miltinho Vieira, ex-UFC, em superluta especial.
Lutadora do UFC, Bate-Estaca vem se destacando também nos tatames da FJJD-Rio
Classificação por equipes Após Vinícius Amaral, líder da Game Fight, declarar que a equipe iria entrar em peso nos eventos da FJJD-Rio/CBJJD, a resposta foi imediata na classificação geral por equipes no adulto/master. O time ficou em primeiro lugar com 20 medalhas de ouro, 17 prata e 14 de bronze. O Top 5 ainda foi preenchido com a GFTeam em segundo, Infight em terceiro, Pitbull na quarta posição e Soul Fighters fechando o pódio das cinco melhores equipes. As categorias do infantil ao master ficaram cada vez mais acirradas com a etapa realizada no último sábado. Porém, as disputas ainda estão abertas. Logo após o evento, a FJJD-Rio divulgou que a última etapa terá pontuação tripla. Ou seja, ao invés do título na divisão valer 900 pontos, o vencedor vai levar 2.700. Serão realizadas a Taça Guanabara e a Taça Brasil Master, desta vez, na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico, dia 1 de dezembro.
Festival Kids com Gazolla Sempre uma atração a parte, o Festival Kids, que é comandado pelo professor e faixa-preta Maurício Abreu, desta vez recebeu o apoio do ator Raul Gazolla. Os dois proporcionaram atividades lúdicas para as crianças, que interagiram e se divertiram.
TATA M E # 2 5 2
Além de enfrentar Rhoodes Lima em superluta, Gazolla também comandou atividades entre as crianças
41
Após sucesso da primeira edição, Circuito Sul Fluminense promete voltar com tudo em 2019
Circuito Sul Fluminense Chegou ao fim, no último dia 3 de novembro, o primeiro o Circuito Sul Fluminense, organizado pela FJJD-Rio no interior do estado do Rio de Janeiro, em Paty do Alferes. Foram realizadas três etapas ao longo da temporada e os vencedores do ranking garantiram vaga em etapas internacionais do Grand Slam da UAE Jiu-Jitsu Federation, como em Los Angeles (EUA) e Londres (ING).
O Troféu Sul Fluminense, que fechou o ranking 2018, foi disputado em alto nível técnico. Diversos lutadores de Paty do Alferes e região, além de atletas que saíram do Rio de Janeiro, engrandeceram as disputas na terra do tomate. Presidente da FJJD-Rio, Rogério Gavazza citou a sensação de “missão cumprida” e projetou um ano ainda melhor em 2019.
“A nossa sensação ao fim da primeira temporada do Circuito Sul Fluminense é de dever cumprido. Trabalhamos duro para levar um campeonato de qualidade para uma região forte dentro do Jiu-Jitsu, mas que não era valorizada até então. Vamos seguir na mesma pegada para 2019, com a expectativa de melhorarmos ainda mais o evento”, afirmou.
Arte suave no MS Fábio Rocha é o atual presidente da Federação de Jiu-Jitsu Desportivo do Mato Grosso do Sul (FJJD-MS). Atleta desde 1996 e faixa-preta, ele falou sobre o cenário atual do esporte no estado e fez boas projeções para 2019. “O cenário do Jiu-Jitsu pantaneiro é muito favorável. Desde novembro de 2017, quando as federações se unificaram, o número de participantes nos eventos cresceu muito, e a cada dia que passa ganhamos mais força no cenário nacional. Um exemplo foi a quarta colocação no Campeonato Brasileiro da CBJJD, em julho desse ano, além do primeiro Brasileiro do Centro-Oeste, que contou com 800 atletas”, comentou Fábio, prosseguindo. “Em 2019 será o ano que o Mato Grosso do Sul terá grandes eventos em parceria com a CBJJD. Teremos novamente o Brasileiro Centro-Oeste e um campeonato sul-americano”, completou o presidente, que também é líder da equipe GFTeam MS.
NOVEMBRO 2018
na arena
42
Brasileiro Master O dia 16 de setembro foi histórico para o Jiu-Jitsu nacional. Aconteceu no Rio de Janeiro, no Clube Municipal, o primeiro Brasileiro Master da modalidade, organizado pela CBJJD em parceria com o CBEM – Comitê Brasileiro de Esporte Master. Um dos ícones da arte suave, o GM João Alberto Barreto, que compareceu ao ginásio, fez elogios a iniciativa. “A minha leitura sobre esse campeonato é altamente positiva. Veja bem: quando se fala em master, nós estamos falando de mestres. Pessoas que tiveram no espaço de tempo e de sua existência uma prática no maior sistema de lutas do mundo e chegaram a uma condição técnica que têm em seus espíritos o sentimento agonístico e competitivo. Vai além disso, porque com as competições, eles estão tentando melhorar cada vez mais os níveis de rendimento. O Brasileiro Master vem coroar a própria
natureza do evento. É formidável”, opinou a lenda do esporte, que faz parte da diretoria da CBJJD e também da FJJD-Rio. Salvador Perrella, dirigente do CBEM, destacou toda estrutura e festa em prol do Jiu-Jitsu. Além disso, citou como um “marco” a organização do evento para a classe master. “Olha, a CBJJD e a FJJD-Rio
estão de parabéns. O evento foi muito bem organizado, bem estruturado. Sempre dá para melhorar, porque queremos sempre o melhor, mas é muito bacana. Muita movimentação, muita gente. É um marco esse primeiro Campeonato Brasileiro Master de Jiu-Jitsu da CBJJD e do CBEM junto ao Jiu-Jitsu”, disse Salvador.
Superlutas agitam ginásio Como é tradicional nos eventos da CBJJD / FJJD-Rio, as superlutas agitaram o público no Municipal. Jofre Blayde, da Nova União, foi um dos destaques ao finalizar Fábio Pipoca, da Game Fight. Atleta da Soul Fighters, Márcio Romão venceu Edson Diniz, da Infight, e destacou a valorização recebida pela organização do Brasileiro Master. Além da dupla, Romeu Patrick, também da Soul Fighters, Diego Asenjo, da Nova União, e Gustavo Amarock, da GFTeam, saíram vitoriosos em seus respectivos duelos. Nas disputas normais, o grande destaque do evento foi Marcelo Gallo, que conquistou o ouro duplo no Brasileiro Master. O lutador, que carrega o próprio nome da equipe, levou a divisão até 69kg e o absoluto no master 1. Outro ponto alto foi na cerimônia oficial de abertura, quando a CBJJD graduou o Mestre Cirval à faixa-vermelha de Jiu-Jitsu. A homenagem foi concedida pelos também GMs e irmãos João Alberto Barreto e Álvaro Barreto, ícones do esporte
TATA M E # 2 5 2
saúde
RAFAEL FONSECA por Mateus Machado fotos divulgação
44
DOUTOR
CASCA-GROSSA Com 36 anos, Rafael Fonseca é a prova de que a prática da Medicina e do esporte podem estar ligadas diretamente. Atualmente médico ortopedista, médico do esporte e cirurgião de joelho, o paulista é amante das artes marciais e praticante de Jiu-Jitsu, o que torna seu relacionamento com atletas de alto rendimento ainda melhor.
S
ua vivência com a arte suave rende frutos dentro e fora dos tatames. Além da prática do esporte, Rafael pôde, através do seu trabalho, ajudar diversos
TATA M E # 2 5 2
atletas ao longo dos anos. O começo de sua paixão pelo Jiu-Jitsu, porém, aconteceu bem antes, como contou em um bate-papo exclusivo. “Comecei no Jiu-Jitsu em
1993, não era nada que estava no auge, era uma coisa bem no primórdio, principalmente em São Paulo. Nessa época, eu fazia natação na academia e aí eu conheci o pessoal da luta, o meu mestre,
que é o Maurício, e o pai dele que era meu professor, meu mestre e hoje já é falecido, Adilson, os dois responsáveis pela equipe Bonsai de Jiu-Jitsu, que me acompanha até hoje. Com eles eu sigo já faz muito tempo e aprendi muita coisa, desde os ensinamentos do tatame, o que você pensa da vida, como conduzi-la com dignidade, comprometimento, honra, respeito, hierarquia, são coisas básicas para qualquer pessoa que é praticamente de Jiu-Jisu, não só um lutador”, disse o ortopedista, que também citou os principais desa-
fios em conciliar a vida na medicina com os treinos. “Eu entendo que o principal desafio, como qualquer profissional, é o tempo. Para conciliar o tempo com a atividade profissional é o mais complicado. Então, hoje, uma das clinicas que eu trabalho fica bem próxima da academia Bonsai, e eu consigo conciliar meu horário do almoço com o horário de treino, essa é a única forma que consigo baixar uma certa regra para ter uma medida certa de treinos e a parte médica. Hoje eu faço uma suplementação
pré e pós treino e consigo levar bem esse horário de atividades”. Com uma carreira consolidada na Medicina, com várias especializações e trabalhos envolvendo atletas de sucesso das artes marciais, Rafael Fonseca falou um pouco sobre sua função na área, ressaltando a experiência e feitos acumulados ao longo dessa trajetória. “Sou médico ortopedista de formação, especializado em medicina do esporte e cirurgia do joelho. Hoje, eu tenho atividade profissional tanto no campo de
Ícones do MMA e do Boxe, Anderson SIlva (acima) e Popó (à direita), respectivamente, fazem parte da clientela de Rafael Fonseca
NOVEMBRO 2018
45
saúde
46
RAFAEL FONSECA
pesquisa, pois sou pesquisador, e tenho uma infinidade de trabalhos publicados, palestras dadas e também na área de consultório que trabalho há bastante tempo e opero alguns pacientes. Então, tem um nicho muito importante de pacientes de alto rendimento, atletas totalmente diferentes de atletas convencionais ou de fins de semana, e isso me leva a alguns nichos diferentes de pacientes dentro do esporte, seja ele Jiu-Jitsu, futebol, natação, crossfit, etc., cada atleta tem uma demanda diferente, e eu consigo tratar e cuidar desses atletas tanto de forma preventiva como de forma curativa. Eu trabalho muito forte na prevenção da lesão, na suplementação, na orientação nutricional com a equipe multidisciplinar, com a parte de reabilitação, fisioterapia e até mesmo a parte de cirurgia para alguns que venham a necessitar”. Dono de uma lista extensa de lutadores que já estiveram sob seus cuidados, Rafael citou,
TATA M E # 2 5 2
“Eu trabalho muito forte na prevenção da lesão, na suplementação, na orientação nutricional com a equipe multidisciplinar, com a parte de reabilitação, fisioterapia e até mesmo a parte de cirurgia para alguns que venham a necessitar” além da experiência na medicina, o fato de praticar o Jiu-Jitsu há muitos anos como um dos fatores essenciais para se ter um conhecimento melhor da causa envolvendo lesões em atletas de alta performance na modalidade. “O que me ajuda muito é eu já ter sentido o que ele (atleta) sente, já ter sentido dor no movimento, já ter tido dor no golpe, já ter tido restrição de peso, uma infinidade de intercorrências que um atleta sofre. É claro que eu não tenho essa pretensão de viver da luta, no sentido esportista, mas eu vivo da luta no sentido médico, já sofri bastante coisa que o atleta so-
fre, e isso me ajuda muito bem a entender os dois lados. O atleta é uma pessoa que não desiste e isso é uma coisa que é importante demais, e muitas vezes eu vejo que os médicos ‘convencionais’ acham que uma lesão pode parar um atleta, e não é bem por aí. O que eu vejo é o seguinte: a lesão pode impulsionar um atleta muitas vezes, é a hora que você mostra quem é homem e quem é menino, quem está disposto a ser alguém e quem não está disposto a se dedicar tanto assim. A luta me mostra isso até hoje, que muitas coisas podem ser superadas, até limitações cirúrgicas”, finalizou.
artigo
TREINO Prof. Especializado Ricardo Raposo FOX Performance
48
SISTEMA DE
TREINAMENTO INTEGRADO
N
o ambiente prático (preparação física, aulas coletivas, assessorais esportivas, etc.) nota-se que nos programas de treinamento, o sistema respiratório é abordado como consequência das atividades propostas e não como objetivo principal. A mecânica da ventilação pulmonar não é trabalhada amplamente e nem especificamente. Dessa maneira, o atleta ou praticante fica sem obter todos os benefícios físicos, fisiológicos e mentais que estão acessíveis. Diante desta lacuna, perguntamos: por que, dentro de um sistema de treinamento, não aprimorar a parte respiratória com exercícios específicos?
O exercício respiratório e o desenvolvimento “consciente” do centro integrado do controle da respiração (cérebro, pulmões e musculatura responsável) é um dos principais componentes do Sistema de Treinamento Integrado.
“A respiração é um processo fisiológico que tem uma poderosa influência sobre o processo psicológico” Professor Orlando Cani
Três pilares formam um poderoso sistema de recuperação e revitalização: 1. Técnicas específicas de respiração 2. Posturas específicas para uso pré, durante e pós-treinamento 3. Técnicas específicas de relaxamento, alongamento e flexibilidade
Mais informações através de profraposo@hotmail.com e thacianogavazza@hotmail.com (preparação física, cursos, palestras, consultorias, etc.) * Ricardo Raposo de Carvalho (FOX Performance) Especialista há mais de 30 anos na complementação do treinamento de atletas: Vôlei, Tênis, Triátlon, Iatismo, Judô, Jiu-Jitsu, Equitação, Esqui e outros * Thaciano Gavazza Formado em Educação Física, Pilates e 2º Dan de Judô (campeão brasileiro master - 2015)
TATA M E # 2 5 2
49
As vantagens do Sistema de Treinamento Integrado vêm sendo cada vez mais comprovados em pesquisas científicas. E aí surge a pergunta: por que a respiração? Pois movimento sem respiração não existe. É preciso oxigenação, sempre!
Resultados e benefícios • Aumento da resistência à fadiga • Melhora da capacidade de suportar pressões • Menor desgaste e maior capacidade de recuperação pós-exercício • Melhora da capacidade de concentração • Contribuição na dissolução das tensões e do estresse físico, mental e emocional • Equilíbrio dos sistemas simpático e parassimpático • Produção de endorfinas e serotoninas • Aumento da consciência corporal: fator que está intimamente ligado ao aprendizado • Despertar do autoconhecimento = sabedoria = inteligência • Satisfação e bem-estar
Por que usar? • Excelente ganho nas performances • Valoriza ainda mais os patrocinadores e seus investimentos • Extensão do tempo de permanência do atleta em competições • Grande utilidade na prevenção de lesões por esforço repetitivo = L.E.R. ou D.O.R.T. • Maior satisfação em sua vida esportiva
Por que acreditamos? Pois o sistema vem demonstrando eficiência e resultados para todo tipo de público: praticantes do dia a dia, assim como também em atletas de elite de várias modalidades. Além disso, esse é o nosso propósito: compartilhar conhecimentos. Em suma, não se trata aqui de escrever um tratado sobre treinamento. Como treinadores, propomos um método que também se dirija a outros níveis do ser e que não seja exclusivamente físico. Apresentamos novas possibilidades e instrumentos para desenvolver seu potencial no campo esportivo, pessoal e profissional. Uma fonte de saúde física, mental e emocional. Porque, além de parecer bem, é importante estar bem e sentir-se bem.
NOVEMBRO 2018
50
PSICOLOGIA
ARTE SUAVE ANTIBULLYING O combate ao bullying é um movimento cada vez maior ao redor do mundo, e os faixas-preta da Gracie Barra RJ, Gustavo Oddone e Murillo Neto, utilizam a prática para melhorar a autoconfiança, autoestima e o condicionamento físico de crianças e adolescentes.
E
m meio à preparação e viagens para competir nos abertos do circuito da IBJJF, os atletas brasileiros aproveitam a temporada em Arizona, nos EUA, para passar à comunidade americana a eficiência do Jiu-Jitsu não só no seu caráter técnico de defesa pessoal, mas como uma ferramenta de desenvolvimento físico e principalmente psicológico contra o bullying. Como se vê nos Estados Unidos e no Brasil, é difícil saber quando as brincadeiras de mau gosto podem resultar em atos de violência. Porém, para isso, há uma saída: a prática do Jiu-Jitsu como forma de combate, cujo foco principal é a autoconfiança. Segundo Gustavo Oddone, faixa-preta primeiro grau, inspetor da Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) e dono de inúmeras conquistas na arte suave, é importante desde cedo combater esse tipo de violência nas escolas e ensinar novas técnicas próprias de defesa. “A nossa finalidade é ensinar o Jiu-Jitsu para a criança poder se defender de uma situação adversa em seu ambiente social”, explicou. De acordo com o professor, que treina na academia Gracie Barra Praia, no Rio de Janeiro, o bullying nas escolas vem crescendo consideravelmente e a prá-
TATA M E # 2 5 2
Bullying vem sendo cada vez mais combatido, e na arte suave não é diferente
tica da arte suave como forma de reação à essas atitudes trágicas tem se mostrado bastante eficaz, pois, além de ser uma atividade física de alta intensidade, ainda ajuda os pequenos a desenvolverem uma maior confiança. Já o campeão mundial Murillo Neto, faixa-preta terceiro grau, fundador da escola Gracie Barra Praia e diretor técnico do Gracie Camp, ambos no Rio, conta que a abordagem se inicia pela parte técnica do Jiu-Jitsu mas, conforme o aluno vai aprendendo sobre a filosofia do esporte, percebe que o contato físico como forma de defesa será seu último recurso. “A criança passa a entender que, ao mesmo tempo que ela se sente segura para se defender, o contato físico deve ser evitado de qualquer forma. E que agora, mais
autoconfiante, ela não vê a forma de evitar o combate como uma frouxidão ou algo do gênero. A sensação de incapacidade é que afeta o ser humano, mas claro, sempre estando preparado para as vias de fato”, disse Neto. Murillo ainda afirmou que o Jiu-Jitsu permite à criança viver mais, a torna confiante para andar por diversos lugares, além de ver culturas e conhecer pessoas diferentes sem receio. “A arte que a gente ensina é para o aluno usar todo dia e para o resto da vida”. Segundo os professores, a intenção das aulas, tanto no Brasil quanto nos EUA, é apenas combater o bullying sem agressão e transformar a vida por onde passam, ou seja, devolver para a comunidade o que o Jiu-Jitsu vem fazendo por eles. Oss!
FOTO: MIKE ANDERSON JIU-JITSU PHOTOGRAPHY
saúde