TATAME #253

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RELEMBRE O PRIMEIRO BRASILEIRO POR EQUIPES, EM 1995

GALERIA DE FOTOS HISTÓRICAS DO CAMPEONATO

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM JÚLIO CESAR PEREIRA

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SETEMBRO 2019

PAPA TÍTULOS GFTeam domina Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes com seis títulos nas últimas dez edições e chega forte para 2019


EDITORIAL

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TATA M E

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TATAME digital Referência no mundo das lutas, a TATAME completa 25 anos em 2019. E como não poderia deixar de ser, segue os avanços do jornalismo moderno. Por isso, a partir deste mês, você que sempre leu nossas revistas impressas encontrará agora edições digitais, lançadas periodicamente. Para essa “estreia” preparamos um material especial sobre o Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes, que chega à sua 24ª edição neste ano. O torneio acontece no dia 7 de setembro, no Rio de Janeiro, e além de todos detalhes que envolvem o antes e depois, com informações e resultados, trazemos um conteúdo histórico a respeito do campeonato, um dos mais tradicionais do país. Entre os destaques da TATAME #253 estão uma entrevista com o Mestre Júlio Cesar Pereira, líder da GFTeam - time que venceu seis das últimas dez edições do Brasileiro por Equipes -, uma galeria de fotos exclusivas, além do “túnel do tempo”, relembrando tudo o que aconteceu no primeiro campeonato, em 1995. A TATAME, é claro, marcou presença na estreia da competição, que na época contou com o brilho de nomes como Fábio Gurgel, Roberto Traven, Royler Gracie, entre outros. Boa leitura e até a próxima!

Diogo Santarém, editor diogosantarem@tatame.com.br

SETEMBRO 2018


especial

CAMPEONATO BRASILEIRO DE JIU-JITSU POR EQUIPES Fotos Camila Nobre

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ENCONTRO

DE TITÃS

Considerado um dos torneios nacionais de maior prestígio na arte suave, o Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes terá sua nova edição realizada no próximo sábado (7), na Arena da Juventude, em Deodoro, no Rio de Janeiro - com cobertura completa da TATAME. A competição, organizada pela CBJJ/IBJJF, recebe anualmente algumas das principais academias do esporte, colocando em ação seus respectivos representantes na disputa em busca do prêmio de melhor equipe, o que torna os duelos emocionantes e com uma dose elevada de rivalidade. Nos últimos dez anos, GFTeam, com seis títulos, e Nova União, com quatro, dominaram o torneio. Para este ano, as duas agremiações estão garantidas, assim como Infight, Top Brother, Atos, Game Fight, Gracie Barra, R1NG BJJ, Qatar BJJ, Soul Fighters, Brazilian Top Team, entre outras. Sendo realizado desde o ano de 1995, o Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes sempre reuniu

grandes nomes da arte suave e, consequentemente, as principais equipes da modalidade. Na primeira edição, por exemplo, Fábio Gurgel, Roberto Roleta, Gigi Paiva, Roberto Traven e Royler Gracie estiveram em ação. Além deles, feras como Dedé Pederneiras, André Marola, Léo Vieira, Léo Leite, Fernando Tererê, Fábio Leopoldo, Bruno Bastos, Pé de Pano, Rolles Gracie, BJ Penn,

Demian Maia, Thales Leites, Fredson Paixão, Roger Gracie, Marcelinho Garcia, Celsinho Venícius, Robert Drysdale, Bruno Malfacine, Michael Langhi, Romulo Barral, Lucas Leite, Renato Babalu, Marcus Buchecha, Rodrigo Comprido, André Galvão, Lucas Lepri, Serginho Moraes, Rodolfo Vieira, entre outros grandes atletas disputaram o campeonato ao longo dos últimos anos.

SETEMBRO 2019


especial

CAMPEONATO BRASILEIRO DE JIU-JITSU POR EQUIPES

Fórmula de disputa Um dos principais diferenciais do Brasileiro por Equipes está em sua fórmula de disputa, onde cada academia forma equipes com sete atletas, sendo cinco titulares e dois reservas e, na hora do confronto, o treinador de cada uma numera, de forma confidencial, seus lutadores de 1 a 5. Os lutadores com números iguais se enfrentam (1 com 1, 2 com 2, e assim por diante) e a equipe que tiver três vencedores em uma melhor de cinco lutas avança na competição. A fórmula permite a um lutador seguir em frente mesmo que perca. A escalação pode levar uma equipe mais fraca a derrotar uma mais forte e, principalmente, provocar um sentimento de união entre os atletas.

Divisão das categorias Juvenil masculino faixa-azul (atletas de 16 e 17 anos) – categorias de peso: leve e pesado Adulto masculino faixa-azul – categorias de peso: leve, médio e pesado Adulto masculino faixa-roxa – categorias de peso: leve, médio e pesado Adulto masculino faixas-marrom e preta (atletas das faixas marrom e preta lutam juntos) – categorias de peso: leve e pesado Adulto feminino faixa-azul – categorias de peso: leve e pesado Adulto feminino faixas-roxa, marrom e preta (atletas das faixas roxa, marrom e preta lutam juntas) – categorias de peso: leve e pesado Master 1 masculino faixas-marrom e preta (atletas das faixas marrom e preta lutam juntos) – categorias de peso: leve e pesado

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ÚLTIMAS EQUIPES

CAMPEÃS

2018 - GFTeam 2017 - GFTeam 2016 - Nova União 2015 - GFTeam 2014 - GFTeam 2013 - GFTeam 2012 - GFTeam 2011 - Nova União 2010 - Nova União 2009 - Nova União 2008 - Checkmat

Campeonato 2018 A última edição do Brasileiro por Equipes foi realizada em 2018, no tradicional Tijuca Tênis Clube. Na ocasião, com disputas da faixa-azul à faixa-preta, entre adultos e masters, o evento contou com duas equipes em destaque. No adulto marrom/preta peso

leve, Leandro “Tatu” Escobar, líder da Soul Fighters, integrou e instruiu seu time ao título, após vencer o grupo da Almeida Jiu-Jitsu na grande final. Na divisão dos pesados, a GFTeam - campeã geral - ficou com o ouro ao superar a Zenith JJ.

SETEMBRO 2019


entrevista

JÚLIO CESAR PEREIRA Por Yago Rédua Fotos Camila Nobre

HEGEMONIA Nas últimas dez edições do Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes, a GFTeam faturou nada menos do que seis títulos. Uma das escolas mais vitoriosas da arte suave nos últimos tempos, a academia tem ligação com o torneio antes mesmo de virar a Grappling Fight Team. Ainda como parte da antiga Universidade Gama Filho, o Mestre Júlio Cesar Pereira, atual líder da GFTeam, já treinava alunos e participa dos campeonatos. Naquele período, o time UGM desempenhava bons papéis e rivalizava com grandes escolas como Brazilian Top Team, Brasa e Alliance. Nesta década, a equipe, que tem sua matriz localizada no Méier, Zona Norte do Rio, venceu seis vezes o evento, sendo atual bicampeã com os títulos de 2017 e 2018. Apenas a Nova União, em 2016, interrompeu a sequência vitoriosa da GFTeam. Em entrevista à

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“Acho que o Brasileiro por Equipes é um dos campeonatos mais legais que tem” TATAME, o Mestre Júlio comentou esse sucesso da academia e relembrou o passado sob o apoio dos professores Pedro Gama Filho e Paulo Jardim, que na época ajudavam a fomentar o Jiu-Jitsu no Rio de Janeiro. “Eu acho que o Brasileiro por Equipes é um dos campeonatos mais legais que tem e a

galera aqui na academia curte muito também. Então, desde a época do professor Pedro Gama Filho, nós lutamos esse campeonato. No início foi difícil, mas teve uma época que começamos a ganhar e emendamos diversos títulos. É muito bacana esse campeonato”, destacou o faixa-coral.


SETEMBRO 2019


entrevista

JÚLIO CESAR PEREIRA

Reza a lenda no esporte que mais difícil do que ganhar é se manter no topo por tanto tempo. Isso, aliás, é tarefa para poucos na história. Exige esforço, dedicação e muita concentração. Por isso, o líder da GFTeam afirmou que todos dentro dos diversos núcleos espalhados pelo Rio de Janeiro e Brasil seguem empenhados em busca de um único objetivo: manter a GFTeam no lugar mais alto do pódio. “Nós estamos ganhando e isso cada vez motiva mais, não queremos perder essa primeira colocação de jeito nenhum, por isso temos mantido essa hegemonia no Brasileiro por Equi-

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pes”, apontou o casca-grossa. O campeonato deste ano acontece na Arena da Juventude, no Parque Olímpico de Deodoro, Zona Oeste do Rio, no próximo sábado (7). A edição vai reunir, mais uma vez, grandes atletas que estarão representando suas equipes na briga pelo título, e o Mestre Júlio Cesar, que vai em busca do tricampeonato, contou que a preparação foi a melhor possível e espera um evento bem disputado. “A expectativa para este ano é que entrem mais equipes na competição para ficar com um glamour ainda maior em relação aos últimos anos”, concluiu.


Início no esporte e criação da GFTeam Hoje uma figura respeitada internacionalmente e líder de uma das principais equipes de Jiu-Jitsu do mundo, Júlio Cesar começou no esporte por influência dos amigos. Sempre muito tímido, logo de cara notou a transformação que a arte suave já fazia sobre ele e se apaixonou de vez. “Comecei em 1974, na Vila da Penha, com o professor Salomão. Na época com 9 anos de idade, eu tinha vários amigos que treinavam na academia e isso me deu motivação para treinar. A maior transformação que o Jiu-Jitsu fez comigo foi em relação a

timidez. Eu era muito tímido, ainda sou. Mas desde que eu entrei no Jiu-Jitsu, me apaixonei pelo esporte. Naquela época eu jogava Futebol também, as pessoas me criticavam, falavam que eu era vagabundo, para arrumar um emprego, e hoje em dia essas mesmas pessoas são meus fãs, elogiam o meu trabalho”, disse, relembrando ainda do saudoso Pedro Gama Filho, um dos principais responsáveis pela criação da GFTeam. “Dentro da minha carreira eu tive a oportunidade de conhecer o Pedro Gama Filho e o Paulo

Jardim, que foram duas pessoas importantíssimas na minha trajetória. Se hoje a GFTeam está onde tá, em cinco continentes, eles são dois dos principais responsáveis. Depois o professor Pedro veio a falecer, mas continuamos com o nome em gratidão. Tivemos que nos mudar da Universidade para uma sede no Méier, acabar com a equipe Gama Filho e montamos a GFTeam, que continua como a sigla Gama Filho Team, uma homenagem a tudo o que ele fez, não só pela equipe, mas por mim, que apenas dei continuidade ao trabalho”.

SETEMBRO 2019


especial

CAMPEONATO BRASILEIRO DE JIU-JITSU POR EQUIPES

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TÚNEL

DO TEMPO Campeonato consagrado no cenário nacional, o Brasileiro de Jiu-Jitsu por Equipes chega à sua 24ª edição em 2019. O primeiro evento foi em 1995, reunindo grandes nomes do esportes, e a TATAME, é claro, esteve presente nesse marco histórico da arte suave! Um dos destaques foi Fábio Gurgel, hoje líder da Alliance, que relembrou seu combate contra o também casca-grossa Roberto Roleta, eleito na época o ponto alto da competição. “Lembro que naquela época era comum os faixas-marrom e preta lutarem juntos, eu já tinha inclusive lutado contra o Amaury (Bitetti) uns anos antes, eu de preta e ele de marrom. A luta contra o Roleta foi a final entre Alliance e

Gracie Barra (na época Barra Gracie), ele de faixa-marrom ainda, e o Amaury era o árbitro, por coincidência. Fui raspado para fora do tatame, o Roleta ganhou dois pontos, restavam dois minutos para terminar ele estava na frente, mas faltando um minuto e meio consegui passar a guarda dele virar a luta. Foi uma luta duríssima, passei um susto (risos), mas no final deu tudo certo e a Alliance foi campeã”, contou Gurgel.

SETEMBRO 2019


especial

CAMPEONATO BRASILEIRO DE JIU-JITSU POR EQUIPES Por Marcelo Alonso

PRIMEIRO CAMPEONATO BRASILEIRO POR EQUIPES Ginásio da Universidade Gama Filho, subúrbio do Rio de Janeiro, 6 de maio de 1995. Em quatro ringues os confrontos entre as equipes se sucediam simultaneamente. A agilidade das lutas garantiam emoção ao público e muito trabalho para os treinadores, que corriam de um dojo para o outro procurando dar instruções aos seus atletas. O Jiu-Jitsu mostrou mais uma de suas faces, a competição por equipes. Com uma organização bem feita pela Confederação, começando com a

escolha de um local apropriado, os problemas do Brasileiro de 1994 não se repetiram e as lutas transcorreram normalmente sem que houvesse invasão. Pondo em prática uma nova forma de disputa, a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu (CBJJ) conseguiu contagiar todos os envolvidos no evento. Cada equipe contava com cinco atletas titulares e dois suplentes, fato que proporcionava maior poder de fogo aos treinadores que podiam substituir seus atletas a

Equipes da Alliance e Gracie Humaitá, campeãs do torneio de 1995, reunidas durante o evento

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cada nova etapa. Os confrontos entre as equipes eram decididos em cinco lutas feitas pelos titulares, e a que obtivesse o maior número de vitórias sagrava-se vencedora da etapa. A sutileza da regra contribuiu para aumentar mais ainda a expectativa geral. Os atletas foram divididos em dois pesos, até 73kg e acima de 73kg, e três faixas. Portanto, tivemos seis categorias em disputa: duas na faixa-azul, duas na faixa-roxa e duas nas faixas-marrom/ preta, que são juntas.


Faixas-preta vs marrom Minutos finais de uma luta histórica: a guarda, até então intransponível, é passada. Mas com a persistência dos fortes, Fábio Gurgel, faixa-preta, espanta a zebra e garante o primeiro ponto para a equipe Alliance. A luta entre Gurgel e Roberto Magalhães “Roleta” - equipe Barra Gracie - foi a primeira da dura caminhada da Alliance até a conquista do título. A etapa prossegue com Castello Branco pegando o braço de Rommel Cardoso e marcando Alliance 2 a 0. Roberto Traven, em uma disputa acirrada com Daniel Simões, ganha por pontos e marca 3 a 0. Etapa definida, a última luta é apenas para cumprir tabela, Alexandre Paiva entra no ringue e não dá chance a Eduardo Lima. Final Alliance 4 x 0 Barra Gracie. O confronto entre as equipes acima de 73kg nas faixas-marrom/preta continua com a vitória da equipe Barra Gracie sobre a Crézio Jiu-Jitsu, que tinha ficado de baia. Com apenas três equipes nesta categoria, a vitória qualificou a Barra Gracie para disputar a final contra a Alliance. Iniciados os combates, o time de faixas-preta da Alliance fez valer sua experiência e repetiu o placar da primeira etapa. Castello Branco derrotou Roleta, Gurgel superou Eduardo Lima, Paiva ganhou do pesado Daniel e, na última luta da noite, Jamelão venceu Rommel.

Royler comanda equipe Encabeçando sua equipe de guerreiros, o representante da família Gracie mostro que além der ser bom em ação é um excelente comandante. Seu exército composto todo por faixas-marrom levou a batalha contra os combatentes da Alliance. Saulo, o batedor da tropa, venceu “Leosinho” com uma queda. Barreto, um soldado obstinado, não deu chances para Roninho e derrotou o inimigo com um estrangulamento pelas costas. A guerra chegou à sua hora decisiva e se fez necessária a presença do comandante. Com uma estratégia de combate digna dos grandes líderes, Royler sobrepujou o valente Marcelo Mendes quando ele

menos esperava, finalizando com um estrangulamento. Com a guerra definida, restava aos oponentes lutarem por sua honra. Entram na arena os gladiadores Paulinho e Muzio e, em uma batalha dura, os rivais buscam a vitória até o último momento. No fim a maior combatividade de Paulinho o fez vencedor. E quando o exército inimigo parecia derrotado, Cleber, encarregado de proteger a retaguarda, se deparou com o valente Ratinho, disposto a vingar a guerra perdida. Porém, Cleber mostrou porque foi escolhido para um posto tão importante e triunfou por pontos. Fim de batalha: Gracie Humaitá 5 x 0 Aliance. Os guerreiros do Humaitá vencem a categoria até 73kg.

SETEMBRO 2019



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