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CAMPEONATO MUNDIAL SJJIF
Fotos divulgação SJJIF
MAIS UM
PASSO Em busca do Jiu-Jitsu olímpico, a SJJIF (Sports Jiu-Jitsu International Federation) realizou mais uma edição do seu Campeonato Mundial. O evento em Long Beach, na Califórnia (EUA), aconteceu no início de novembro, com disputas em todas as faixas, com e sem quimono, e distribuiu quase R$ 300 mil em prêmios.
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ma das novidades para o Mundial 2019, realizado de 8 a 10 de novembro, foi a divisão do absoluto em peso leve e pesado, o que vinha sendo uma reivindicação dos lutadores há algum tempo. No masculino adulto faixa-pre-
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ta com quimono, Isaac Doederlein levou o título na disputa mais leve ao superar Pablo Mantovani na final. O norte-americano também fechou decisão peso-pena com Kennedy Maciel, seu parceiro de treino. No absoluto dos pesados, por sua vez, o primeiro lugar foi
para Ronaldo Junior, que bateu o experiente Otávio Sousa. O faixa-preta da Atos Jiu-Jitsu ainda garantiu a prata nos meio-pesados após perder para Gabriel Almeida. Já nas disputas entre as mulheres, Nina Moura e Kendall Reusing ficaram com o ouro duplo.
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Campeões na faixa-preta com o quimono Nas divisões masculinas, outros atletas se destacaram. No peso galo, o japonês Masayuki Yoshioka foi o grande campeão ao derrotar o mexicano Florentino Morales na decisão. Já no super-pena, João Figueiredo bateu o norte-americano Arun Sharma para ficar com o título e o prêmio em dinheiro.
No peso leve, Lucas Valente impôs o seu jogo e derrotou João Mendes, enquanto nos médios o casca-grossa Otávio Sousa levou a melhor sobre Tom Gallicchio. Na divisão dos pesados, Vinícius Reis ficou com o título após fazer a final com Moisés Cavalcante, seu companheiro na Guigo JJ. Nos super-pesados, Rafael de Lima ganhou
a disputa do ouro contra Arnaldo Maidana. Juber Andino foi o campeão dos pesadíssimos. Nas disputas femininas no adulto faixa-preta, apenas a categoria dos pesados teve um confronto. Kendall Resing bateu Talita Treta e ficou com a medalha dourada. Nas demais categorias, não tiveram combates.
Com grandes performances, Isaac Doederlein (1), Lucas Valente (2) e Kendall Reusing (3) foram campeões e alguns dos principais destaques do Mundial 2019
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Filho da lenda Rubens Charles Cobrinha, Kennedy Maciel vem seguindo com sucesso os passos do pai
Emoções nas disputas sem o quimono Assim como no torneio com quimono, nas disputas sem o pano o absoluto também foi dividido. No leve, Pablo Mantovani conquistou o desejado ouro duplo. Na divisão, a vitória foi sobre Corey Brown, enquanto no peso aberto a vítima foi Cole Franson. Já Hélton Junior faturou o absoluto dos pesados sobre Julian Vanderlinden. No entanto, na final do super-pesado, o brasileiro acabou amargando o vice para Julian.
No peso pena, Cobrinha Jr - filho da lenda Rubens Charles Cobrinha - voltou a brilhar e ficou com o título após derrotar Geoffrey Villarreal na decisão. Fechando o fim de semana em alto nível, Otávio Sousa bateu Edmund Kim e faturou a dobradinha no Mundial - com e sem quimono - na divisão dos médios. Nos meio-pesados, Carlos Souza se sagrou campeão com vitória sobre César Herrera. Outro
que fez a dobradinha Gi & No-Gi foi Gabriel Almeida. O lutador da Checkmat, na segunda conquista, bateu Rafael de Lima no peso pesado. Destaques nas disputas com pano, Kendall Reusing e Nina Moura voltaram a se enfrentar no absoluto. Como não tiveram adversárias na categoria, cada uma já havia garantido mais um título. Na decisão do peso aberto, a norte-americana superou a brasileira e conquistou novo ouro duplo.
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Inclusão com diferentes tipos de atletas deficientes vem tendo cada vez mais destaque no Mundial da SJJIF
Mundial de Jiu-Jitsu e também da inclusão Assim como em edições anteriores, o Mundial da SJJIF contou também com o Parajiu-Jitsu, com atletas que possuem algum tipo de deficiência, o Special Jiu-Jitsu,
para competidores que tenham alguma deficiência mental, e o Deaf, exclusivo para deficientes auditivos, dando um show de inclusão em todas as áreas do esporte.
Criancas tiveram grande participação e roubaram a cena nas disputas com e sem quimono deste ano
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Confira os resultados completos: Faixa-preta / Adulto / Masculino / Gi Peso-galo: Masayuki Yoshioka Peso-super-pena: João Figueredo Peso-pena: Kennedy Maciel Peso-leve: Lucas Valente Peso-médio: Otávio Sousa Peso-meio-pesado: Gabriel Almeida Peso-pesado: Vinicius Reis Peso-super-pesado: Rafael de Lima Pesadíssimo: Juber Andino Absoluto leve: Isaac Doederlein Absoluto pesado: Ronaldo Júnior Faixa-preta / Adulto / Feminino / Gi Peso-super-pena: Thalía Munoz Peso-pena: Nathalie Ribeiro Peso-leve: Nívia Moura Peso-médio: Andressa Cintra Peso-pesado: Kendall Reusing Absoluto leve: Nívia Moura Absoluto pesado: Kendall Reusing Faixa-preta / Adulto / Masculino / No-Gi Peso-galo: André Pontes Peso-super-pena: Ari Tavira Peso-pena: Kennedy Maciel Peso-leve: Pablo Mantovani Peso-médio: Otávio Sousa Peso-meio-pesado: Carlos Souza Peso-pesado: Gabriel Almeida Peso-super-pesado: Julian Vanderlinden Pesadíssimo: Juber Andino Absoluto leve: Pablo Mantovani Absoluto pesado: Helton Júnior Faixa-preta / Adulto / Feminino / Gi Peso-médio: Nívia Moura Peso-pesado: Kendall Reusing Absoluto: Kendall Reusing
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bate-papo
JOÃO SILVA
Fotos divulgação
MUNDIAL
PRA VALER O Mundial da SJJIF (Sport Jiu-Jitsu International Federation) teve mais uma edição nos dias 8, 9 e 10 de novembro de 2019, na Califórnia (EUA). O evento distribuiu cerca de R$ 300 mil e contou com a participação de atletas oriundos de 55 países diferentes. Um dos pilares da Federação é, justamente, a globalização da arte suave com foco no programa olímpico. Em conversa com a TATAME, João Silva, presidente da SJJIF, fez um balanço da edição 2019 do torneio. “O evento foi ótimo, implementamos algumas mudanças e o campeonato foi bem. Cronograma seguiu dentro do horário e, às vezes, até adiantado. Isso é muito bom. Crescemos o Mundial neste ano em vários aspectos. Tivemos o maior número de competidores, 55 países foram representados e árbitros de oito nações”, analisou. Uma das novidades da edição deste ano foi a divisão do absoluto em leve e pesado. João disse que
a repercussão entre os atletas foi positiva e o modelo deve se mantido para os próximos anos. “A novidade do absoluto dos leves foi algo bem visto pelos atletas mais leves. Eles tiveram a oportunidade de ganhar um prêmio a mais e também um cinturão. Foi uma repercussão muito boa”, comentou o presidente. O Mundial também teve como destaque a inclusão e contou com Parajiu-Jitsu, com atletas que possuem algum tipo de deficiência, o Special Jiu-Jitsu, para competidores que tenham algu-
ma deficiência mental, e o Deaf, exclusivo para deficientes auditivos. João revelou que o número de praticantes dessas modalidades aumentou de forma considerável e que isso é importante para abrir um espaço cada vez maior. “Foi um crescimento maravilhoso. Subimos o número três vezes em relação ao último ano, no Special Jiu-Jitsu com 30 crianças e mais seis adultos. No ParaJiu-Jitsu tivemos um crescimento enorme de vários países, assim como no Deaf (deficientes auditivos)”, concluiu.
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entrevista
ISAAC DOERDERLEIN
Por Diogo Santarém Fotos divulgação SJJIF
VOLTA POR CIMA
Uma semana depois de ser derrotado em superluta no Abu Dhabi Grand Slam Rio de Janeiro, Isaac Doederlein deu a volta por cima no Mundial de Jiu-Jitsu 2019 da SJJIF. Com uma atuação de gala, o faixa-preta americano fechou a divisão dos penas e venceu o inédito absoluto peso leve, faturando 5 mil dólares como prêmio.
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m dos grandes nomes da nova geração do Jiu-Jitsu nos Estados Unidos, Isaac Doederlein deu show no Mundial 2019 da SJJIF, realizado de 8 a 10 de novembro, na Califórnia (EUA). Após fechar a divisão dos penas com Kennedy Maciel, seu amigo e companheiro de treino, Isaac voltou com tudo para o absoluto e, se aproveitando da nova divisão em peso leve e pesado, derrotou Pablo Mantovani na final para conquistar o ouro. Em entrevista à TATAME após o evento, Isaac analisou a mudan-
ça no absoluto feita pela SJJIF e elogiou a iniciativa: “Acredito que essa mudança foi muito importante. Eu acho injusto ter grandes prêmios por apenas um absoluto, eles precisam dar uma chance para nós, concorrentes menores, mostrarmos nossa técnica”, disse o faixa-preta, que faturou US$ 5 mil com o título. Faixa-preta de Rubens Charles Cobrinha, o americano também comentou a sensação de encontrar Kennedy Maciel, filho de Cobrinha e seu parceiro de treino, na final dos penas, e elogiou a organização do campeonato.
“Foi uma honra fechar com o Kennedy! Ele é como meu irmãozinho. Eu tenho treinado com ele toda a sua carreira, desde que ele começou. Foi uma honra testemunhar seu crescimento como atleta de Jiu-Jitsu, mas também como pessoa. Não há ninguém com quem eu gostaria de dividir o tatame mais do que ele”, afirmou, completando sobre o Mundial. “Eu senti a concorrência muito difícil (nas lutas). Acredito que o que a SJJF está fazendo é ótimo para o esporte. Eles têm uma grande visão em espalhar o Jiu-Jitsu por todo o mundo”, encerrou Doederlein.
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entrevista
RONALDO JR
Por Yago Rédua Fotos divulgação SJJIF
EM ASCENSÃO Aos 23 anos e recém-graduado faixa-preta, Ronaldo Junior foi um dos grandes destaques do Mundial de Jiu-Jitsu 2019 da SJJIF. A jovem promessa da Atos faturou o absoluto peso pesado, US$ 5 mil de prêmio e garantiu: quer fazer história em 2020!
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ivendo seus primeiros passos na faixa-preta, Ronaldo Junior vem colecionando títulos importantes, como a medalha dourada no absoluto dos pesados no Campeonato Mundial 2019 da SJJIF, realizado no começo de novembro. O evento foi disputado na Califórnia (EUA) e pagou cerca de R$ 300 mil em prêmios. Em entrevista à TATAME, a jovem promessa da Atos, que também conquistou a prata na sua categoria, negou que tenha ficado uma “pontinha de frustração” por não levar o ouro duplo e exaltou a proposta da Federação em valorizar os atletas. “Na verdade, não (pontinha de frustração por não ter conquistado o ouro duplo). A minha categoria foi praticamente um aquecimen-
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to para o absoluto que era o que realmente importava na competição. A SJJIF está fazendo um grande trabalho reconhecendo os atletas da forma que merecemos e, dessa vez, eu tive o privilégio de ser campeão absoluto e ganhar toda a premiação”, destacou Ronaldo, que faturou US$ 5 mil. Na decisão do absoluto peso pesado, Ronaldo superou o casca-grossa Otávio Sousa. A disputa pelo título foi acirrada entre os competidores e a vitória para o atleta da Atos veio por 2 a 0 nos pontos. Feliz com a conquista, o faixa-preta destacou a oportunidade de enfrentar um nome mais experiente do Jiu-Jitsu. “É sempre válido testar nossas técnicas contra atletas mais experientes. Eu vejo esses desafios como uma forma de crescer
como atleta, tivemos uma luta de oito minutos e consegui sair com a vitória por pontos”, opinou. Focado agora no Mundial No-Gi da IBJJF, que acontece entre os dias 12 e 15 de dezembro, também na Califórnia (EUA), Ronaldo Junior fez uma análise deste começo de trajetória na faixa-preta. O pupilo da fera André Galvão, que foi graduado em junho deste ano, garantiu que pretende fazer história em 2020. “Tem sido uma experiência muito boa até agora. A faixa-preta é bem diferente das coloridas, porque não se pode cometer erros durante o combate. Eu venho também tendo bons resultados. Estou no caminho para fazer história em 2020”, concluiu Ronaldo Junior, campeão mundial nas faixas roxa e marrom.
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