Em memória de Cira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

“EM MEMÓRIA DE CIRA” RELATÓRIO FINAL

CAMILA GONÇALVES FERNANDES LAYANE DOS SANTOS KARRÚ

Campo Grande FEVEREIRO/2016


EM MEMÓRIA DE CIRA

CAMILA GONÇALVES FERNANDES LAYANE DOS SANTOS KARRÚ

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. (Vídeo Documentário)

Orientador: Prof. Dr. Hélio Augusto Godoy de Souza

UFMS Campo Grande FEVEREIRO- 2016



SUMÁRIO

1

ALTERAÇÕES DO PLANO DE TRABALHO .................................................... 5

2

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ..................................................................... 6

2.1

Período Preparatório ........................................................................................ 6

2.2

Execução .......................................................................................................... 6

2.3

Demais atividades ............................................................................................ 8

3

SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS ............................................................. 9

3.1

Tipos de violência ............................................................................................. 9

3.2

Vídeo documentário........................................................................................ 10

3.3

Bibliografia ...................................................................................................... 15

3.3.1 Anais de eventos ............................................................................................ 15 3.3.2 Documentação Jurídica .................................................................................. 15 3.3.3 Livros .............................................................................................................. 15 3.3.4 Periódicos ....................................................................................................... 16 3.3.5 Redes, sites, e outros ..................................................................................... 16 4

OBJETIVOS ALCANÇADOS .......................................................................... 18

5

DIFICULDADES ENCONTRADAS: ................................................................ 19

6

DESPESAS (ORÇAMENTO) .......................................................................... 20

7

CONCLUSÕES .............................................................................................. 21

8

ANEXOS......................................................................................................... 22

8.1

Sinopse........................................................................................................... 22

8.2

Argumento ...................................................................................................... 23

8.4

Estrutura de Blocos/Sequências ..................................................................... 26

8.5

Roteiro ............................................................................................................ 29

8.6

Roteiro de Montagem ..................................................................................... 69


RESUMO O vídeo documentário “Em Memória de Cira” é um produto de comunicação de curtametragem que buscar recontar, a partir de depoimentos, a história de uma mulher que viveu 20 anos em cárcere privado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Vítima do próprio marido, Cira Igino da Silva e seus quatro filhos sofreram longos anos de ameaças, agressões e submissão. Após denúncias, o agressor foi preso em flagrante e Cira foi libertada no mês dezembro de 2013. Acometida por um tumor maligno, veio a falecer pouco mais de um ano depois de sua libertação. O caso teve grande repercussão na mídia regional e alcance nacional. Além de mantermos viva a memória de uma mulher que não perdeu a alegria de viver mesmo depois dos infortúnios de um relacionamento abusivo, pretendemos, por meios audiovisuais, chamar a atenção do telespectador para um assunto tão grave e comum, como a violência doméstica contra a mulher. A história é recontada pelo ponto de vista de pessoas que estiveram direta e indiretamente envolvidas com o caso. Foram utilizadas técnicas de entrevista.

PALAVRAS-CHAVE: Cárcere privado - violência doméstica -direitos humanos - violência contra a mulher


1 ALTERAÇÕES DO PLANO DE TRABALHO

Trabalhar com o tema violência doméstica1 contra a mulher no nosso trabalho de conclusão de curso era o plano desde o início do ano de 2015. A princípio pensamos em entrevistar diversas mulheres que sofreram com o esse tipo de violência, porém, ao analisarmos o caso da dona Cira, percebemos que seria interessante nos aprofundarmos exclusivamente em sua história. Nesse período, entramos em contato com a família da dona Cira e descobrimos que ela estava internada em um hospital, mas a família, em sua simplicidade, não soube nos dizer quão sério era o quadro médico. Nosso plano era conseguir uma autorização para entrevistá-la dentro do hospital, mas como ainda não tínhamos começado as gravações oficialmente, resolvemos deixar para o próximo semestre, na esperança de que ela melhorasse sua saúde e voltasse para casa. Quando recebemos a notícia da morte da Cira ficamos desesperadas, pois achávamos que a pauta do nosso trabalho havia caído. Nosso orientador, Hélio Augusto Godoy de Souza, foi muito atencioso em todo o processo de produção e nos mostrou que seria possível sim, dar continuidade ao trabalho, mesmo com o falecimento da nossa personagem principal. E foi dessa maneira que o nosso vídeo documentário se tornou uma homenagem à essa mulher e passou a se chamar “Em Memória de Cira”. A produção do vídeo documentário seguiu conforme o cronograma estabelecido no pré-projeto e a entrega do trabalho para os professores da banca foi adiantada para o início do mês de fevereiro. As entrevistas, filmagens e o roteiro de montagem foram concluídos de acordo com o estabelecido no cronograma e foram elaborados a partir do roteiro de produção e decupagem. A montagem e procedimentos técnicos de sonorização, masterização foram executados na última quinzena de dezembro de 2015 e os cortes e ajustes finais foram acertados no final de janeiro de 2016. Tivemos que realizar mais cortes do que esperávamos nas falas dos entrevistados, pois o tempo estipulado para o vídeo documentário havia excedido. Embora tenha sido usado o termo “Cárcere Privado” em várias partes do relatório para indicar que Cira ficou 20 anos aprisionada pelo companheiro, o caso até o presente momento ainda está em fase de julgamento, portanto o termo jurídico correto que classifica a situação que a vítima viveu é “Constrangimento Legal”. 1

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas foram: levantamento e pesquisa sobre o tema; filmagens e entrevistas; roteiro de produção; argumento; sinopse e estrutura de blocos. Ao final da apuração, fizemos o roteiro de montagem; a pré-edição; edição; cortes; escolha da trilha sonora; captura de imagens de apoio; sonorização; masterização; arte gráfica para DVD e finalização do produto.

2.1 Período Preparatório

Antes de iniciarmos a execução do trabalho foram realizadas reuniões de orientação para a definição do formato e tema do vídeo documentário. Também fizemos leitura de livros sobre como produzir um vídeo documentário, produção de roteiro e montagem. Assistimos vários vídeos documentários com temas semelhantes para nos basearmos na produção do roteiro. Realizamos pesquisas em base de dados de plataformas online sobre índices de violência contra a mulher no Brasil e no Estado de Mato Grosso do Sul, assim também como pré-entrevistas via telefone para apurarmos informações antes de fazermos as entrevistas gravadas.

2.2 Execução

No processo de pré-produção foram executados a pesquisa e levantamento de dados para se aprofundar no tema; seleção e pesquisa de fontes e depoentes; a sinopse que é uma síntese do conteúdo do trabalho; o argumento que foi a ideia inicial do documentário colocada no texto para visualização do ponto central da história; a estrutura de blocos que é o processo que antecede o roteiro e foi construída para uma melhor organização para que só depois fosse montado o roteiro de produção, que foi feito para guiar as filmagens e nortear o roteiro de montagem, elaborado a partir das entrevistas até então gravadas. Durante a produção foram feitos contatos e filmagens. As entrevistas foram realizadas a partir de um prévio contato via telefone para marcarmos o lugar e o

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horário da gravação. Com o equipamento devidamente preparado e testado, entrevistávamos a partir do roteiro de perguntas elaborado pela dupla. Nossa primeira entrevista foi feita com a câmera Sony HDR-FX7 3CMOS, mas não a utilizamos em outras gravações porque descobrimos que ela não filmava em HD. A partir disso fizemos uso da Nikon D1000 como câmera fixa para gravações principais. Para filmagens de ângulos diferentes e imagens de apoio, utilizamos a Canon T3i e a Panasonic GH4 Lumix. O Microfone de Lapela com fio Sony ECM 77B foi usado para a captação de áudio. As músicas utilizadas na trilha sonora foram selecionadas no acervo do sítio eletrônico <www.freeplaymusic.com>. Dentre os documentos utilizados, tivemos acesso ao Inquérito Policial n.º 3.121/2013 – DEAM 07/2014 (CIP) e a documentos pessoais da Cira, como Certidão de Nascimento, atestado de óbito e prontuários médicos. Durante a pós-produção foram realizados: o roteiro de montagem; cortes; pré-edição; edição; escolha da trilha sonora; sonorização; masterização; coloração e finalização. Dentre esses últimos, a pré-edição; edição; sonorização; masterização, coloração e finalização foram executados pelo editor de vídeos Mayk Britto, da empresa Oneye Films, contratado especialmente para editar o nosso trabalho. Devido à nossa falta de experiência com softwares de edição, optamos por recorrer a um profissional. Como autoras desse trabalho, nenhuma ação editorial foi tomada sem a nossa autorização ou direção. Ele também nos acompanhou em algumas filmagens, como as entrevistas com a família e a vizinha. Imagens, como as mãos digitando no início do vídeo, a casa que o seu Adão construiu para a filha e a rua onde a dona Cira morava foram feitas por ele. Todas as outras foram feitas pelas acadêmicas.

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2.3 Demais atividades

NĂŁo foram realizadas demais atividades.

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3 SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS

3.1 Tipos de violência

A violência é um dos fenômenos que emergiu no cenário mundial, como um dos problemas sociais contemporâneos mais complexos e graves, principalmente nos centros urbanos (SOUZA, 2002). Segundo Souza (2002, p. 258), a violência pode ser conceituada como “todo evento representado por relações, ações, negligencias e omissões, realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações que ocasionam danos físicos, emocionais, morais e ou espirituais a outrem”. Com base na autora, as raízes da violência se encontram nas estruturas sociais, políticas e econômicas, assim como na consciência humana. Para Minayo (2003, p. 26), é difícil definir a violência “por ser um fenômeno da ordem do vivido e cujas manifestações provocam uma forte carga emocional por quem a comete, em que a sofre e em quem a presencia”. Conforme Carvalho e Camargo (2010), pode-se presumir que a prática da violência pode ser suscetível a diversas esferas sociais, tais como cultura, sexo, fatos políticos, idade, religião, raça e classe social, assim a prática possui graus de risco diferenciados entre os indivíduos. Para Lucena et al. (2012, p. 1112) “entre as características que mais se recorrem para conceituar a violência de gênero, encontram-se: o emprego da força física (dimensão biológica) e a submissão e a opressão (dimensões psicológica e sociológica) ”. Conforme os autores, a violência doméstica contra a mulher torna-se diferente quando praticada por companheiros pessoais da vítima, tendo origem em diversos transtornos psicológicos, morais, biológicos e sociais, os quais dificultam a comunicação e convivência humana e social da vítima perante a sociedade. De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) (2015), desde a criação da Central de Atendimento à Mulher no Brasil, em 2005, foram registrados 4.124.017 atendimentos até o ano de 2014, neste mesmo ano, a Central realizou 485.105 atendimentos. Conforme a SPM, 27.369 relatos, dos 485.105 registrados em 2014, foram de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 de tráfico de pessoas (0,26%). 9


Segundo Cortizo e Goyeneche (2010), a violência doméstica contra a mulher é parte das analogias desiguais estabelecidas ao longo dos séculos entre homens e mulheres, com base no modelo europeu de família mononuclear burguesa, com fortes apelos moralizantes e papéis sociais claramente definidos. Entretanto, de acordo com Griebler e Borges (2013, p. 216), “a mobilização social ocorrida nos últimos anos, em prol de relações igualitárias e das mudanças na própria Lei, sobre os direitos da mulher, modificaram este cenário”. Ainda conforme os autores, estes movimentos auxiliaram para criação de marcos legais para a prevenção, intervenção e punição dos casos, em que tais direitos encontram-se violados. Em 7 de agosto de 2006 é aprovada a Lei no. 11.340, também conhecida como a Lei Maria da Penha, conforme seu art. 1 , possui como objetivo criar mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. A Lei Maria da Penha pode ser vista como uma conquista de demandas históricas dos movimentos feministas, pois a lei considera que qualquer tipo de violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos, não importa como ou onde, além disso o problema passa a ser do Estado e não mais da esfera privada (BANDEIRA, 2009). Assim, o objetivo deste estudo é retratar trechos da vida de Cira da Silva, uma mulher que foi vítima de violência doméstica, vivendo durante 20 anos em cárcere privado pelo companheiro. Visto que ela sofreu cárcere privado, previsto no artigo 148, parágrafo 2º, do Código Penal, sofrendo uma violência física, psicológica e sexual na forma da Lei Maria da Penha.

3.2 Vídeo documentário

John Grierson foi um dos pioneiros e fundador do movimento documentarista britânico dos anos 30 (PENAFRIA, 2005). Para Grierson, o documentário exercia a função de expor os problemas econômicos e sociais da sociedade em que estava inserido e deveria propor soluções para cada um desses problemas, sendo assim, um instrumento de utilidade pública. Segundo Ramos (2004), Grierson classificou suas produções não-ficcionais como documentárias e sua maneira de produzir e estilizar o fazer do documentário dominaram o cenário cinematográfico até o início da década de 60. 10


O Cinema Verdade/Direto desatou-se das diretrizes ideológicas do pensar e fazer giersoniano e emergiu na década de 60 como forma estilística dominante. Ao passo que os aparatos tecnológicos evoluíram, foi possível sincronizar o som ao movimento e assim a entrevista e o depoimento se tornaram elementos estilísticos do Cinema Verdade (RAMOS, 2004). A crítica ética à encenação e a progressiva elegia da reflexividade são dois momentos-chaves para a definição do campo da não-ficção, dentro do universo ideológico do Cinema Verdade. Nessa visão o documentário deve “jogar limpo” e sempre revelar o caminho percorrido na composição dos procedimentos enunciativos do discurso do discurso cinematográfico. O Cinema Verdade/Direto revoluciona a forma documentária, através de procedimentos estilísticos proporcionados por câmeras leves, ágeis e, principalmente o aparecimento do gravador Nara (RAMOS, 2004, p. 81). Segundo Nichols (2008) existem dois tipos de vídeos documentários, os de satisfação do desejo e de representação social2. O autor define os dois tipos de documentários como:

[...] Os documentários de satisfação de desejos são o que normalmente chamamos de ficção. Esses filmes expressam de forma tangível nossos desejos e sonhos, nossos pesadelos e terrores. Tornam concretos – visíveis e audíveis – os frutos da imaginação. [...] Os documentários de representação social são o que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta [...] (NICHOLS, 2008, p. 26).

Para Nichols (2008) existem três maneiras do documentário se situar no mundo pela representação, a saber: a) o documentário oferece um retrato ou uma representação conhecível do mundo; b) o documentário significa ou representa os 2

Nichols classifica todos os tipos de produtos audiovisuais como documentários, evidentemente é um exagero, uma vez que um filme ficcional, é ficcional, e um filme documentário é um documentário. (nota do professor orientador)

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interesses dos outros, ao qual assume o papel de representantes públicos; c) o documentário representa o mundo, ao qual coloca diante de nós a defesa de um determinado ponto de vista ou uma determinada interpretação das provas. Segundo Godoy (1999), os sistemas audiovisuais são como próteses do corpo humano usados para conhecer e registrar o mundo em que vivemos, conhecimentos tais que serão transmitidos posteriormente a outras pessoas por meio de um processo chamado de “Compartilhamento de Consciência”. De acordo com o autor, Documentário e Ficção são duas coisas distintas, mas que não se encontram totalmente fora de um mesmo plano e ambos fazem uso das próteses e linguagem audiovisuais. Para o autor, a capacidade de um documentário em representar, registrar e perceber a realidade tem mais que ver com questões éticas e metodológicas do diretor do que com a não aceitação Realismo. Com base no Princípio da Incerteza de Heisenberg, Godoy (1999) justifica que a realidade pode ser acessada por diferentes pontos de vistas, portanto a seleção e organização realizadas por um cineasta na hora de produzir um documentário “faz parte do processo de acesso à realidade”. Porém, há quem discorde da relação do documentário com a realidade. A pesquisadora Rodrigues (2010) defende que a alegação de que o documentário representa a realidade é falho e o caracteriza como uma “utopia”. Segundo ela o documentarista não transmite a realidade em si, mas sim um registro direcionado pela sua própria visão de mundo ou pela visão imposta pelos mecanismos de poder. É pelo fato de estabelecer um olhar próprio e subjetivo sobre determinado assunto, que um filme nunca é uma mera reprodução do mundo. É impossível ao documentarista apagar-se. Ele existe no mundo e interage com os outros, inegavelmente. O fim último é apresentar sua visão sobre determinada realidade, seja uma visão própria ou imposta por determinado mecanismo do poder. Acima de tudo, um documentário transmite-nos, não a realidade, mesmo nos louváveis esforços em transmitir a realidade “tal qual” ela é, mas, essencialmente, o relacionamento que o documentarista estabelece com um tema (RODRIGUES, 2010, p. 63). Uma das características mais marcantes do documentário é que o mesmo possui um caráter autoral. A partir de seleções e escolhas que permeiam o processo de sua produção, e a criatividade utilizada em suas edições e montagens, cada autor carrega em sua obra traços que o identificam. Assim também, o documentário em si 12


possui características singulares que o diferencial de outras produções audiovisuais, seja lá qual for o tema. Porém, segundo Melo (2002), as fronteiras que delimitam as definições do que é ou não é documentário muitas vezes podem parecer incertas e “nebulosas”. Segundo Penafria (2001, p. 1):

O documentário ocupa uma posição ambígua e polêmica na história, teoria e crítica do cinema. Se por um lado, recorre a procedimentos próprios desse meio: escolha de planos, preocupações estéticas de enquadramento, iluminação e montagem, separação das fases de préprodução, produção, pós-produção etc; por outro, procura manter uma relação de grande proximidade com a realidade, respeitando um determinado conjunto de convenções: registro in loco, não direção de atores, uso de cenários naturais, imagens de arquivo etc.

De acordo com Melo (2002, p. 26) a principal diferença entre o documentário e o cinema de ficção é que o primeiro “não pode ser escrito ou planificado de modo equivalente a este último, o percurso para a produção do documentário supõe uma liberdade que dificilmente se encontra em qualquer outro gênero”. Por mais que haja um roteiro pré-definido, o documentário toma forma durante o processo de sua produção e só alcança seu formato final após a fase de produção e pós-produção. Para Melo (2002, p. 26) “o que parece permanecer sempre como característica fundamental do documentário é o fato de ser um discurso pessoal de um evento que prioriza exigências mínimas de verossimilhança, literalidade e o registro in loco.” O autor conclui que o documentário é uma obra pessoal, onde o autor exerce seu ponto de vista sobre a história que está sendo contada. “A subjetividade e a ideologia estão fortemente presentes na narrativa do documentário oferecendo representações em forma de texto verbal, sons e imagens. É impossível ao documentarista apagar-se” (MELO, 2002, p. 30). Para Penafria (2001) o documentário incentiva o debate sobre diferentes situações e pontos de vistas, abrindo os horizontes do telespectador e mostrando-o aquilo que muitas vezes lhe passa desapercebido. “Experimentar o pulsar da vida das 13


pessoas e dos acontecimentos do mundo no ecrã é o que o documentário tem de mais gratificante para nos oferecer” (PENAFRIA, 2001, p. 9). Com base nos autores que apresentamos, para nós o documentário é uma forma eficaz e dinâmica de compreensão de fatos, através dele é possível abrir horizontes e explorar histórias através dos registros realizados. O vídeo pode ser entendido por todos e através dele, é possível expor problemas que assolam a sociedade, e propor soluções. Um instrumento utilizado na coleta de dados em vídeo documentário é a entrevista. Segundo Gil (2008, p. 109) a entrevista é “[...] a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação”. Para Marconi e Lakatos (2011, p. 80) “[...] é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. As entrevistas podem ser caracterizadas como abertas, semiabertas e fechadas,

procedentes,

respectivamente,

de

questões

não-estruturadas,

semiestruturadas e estruturadas. Classificam-se como estruturadas as entrevistas que possuem perguntas fechadas e não apresentam flexibilidade, utilizada principalmente em pesquisas quantitativas. Já as abertas são não-estruturadas, pois oferecem liberdade na intervenção na fala do entrevistado e na elaboração de perguntas. Quanto as entrevistas semiabertas, possuem como foco questões semiestruturadas, uma vez que, partem de um roteiro-base, contudo as questões ficam em aberto (DUARTE; BARROS, 2011). Neste trabalho, foi utilizado a entrevista semiaberta com questões semiestruturadas, já que permite que as perguntas sejam ampliadas e organizadas de acordo com as respostas do entrevistado. Medina (2005) valoriza a importância do entrevistador prestar a atenção não só nas palavras do entrevistado, mas também nas expressões comunicativas. Segundo a autora, o entrevistador deve mostrar interesse pela conversa e oferecer estímulos constantes que incentivem o entrevistador a expor mais. Esses estímulos servem para mostrar que a relação é espontânea e vai além do interesse de obter informações. A autora cita que “se quisermos aplacar a consciência profissional do jornalista, discuta-se a técnica da entrevista; se quisermos trabalhar pela comunicação humana, proponha-se o dialogo” (MEDINA, 2005, p. 5). 14


3.3 Bibliografia

3.3.1 Anais de eventos GODOY, Hélio. Paradigma para fundamentação de uma teoria realista do documentário. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO, 8., 1999, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: COMPÓS, 1999. MELO, Cristina Teixeira. O documentário como gênero audiovisual. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 25, 2002, Salvador. Anais... São Paulo: INTERCOM, 2002. PENAFRIA, Manuela. O filme documentário em debate: John Grierson e o movimento documentarista britânico. In: CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO EM CONGRESSO NA COVILHÃ, ESTÉTICA E TECNOLOGIA DA IMAGEM, 3/6, 2005, Covilhã. Anais... Portugal: Universidade da Beira Interior, 2005. 3.3.2 Documentação Jurídica BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos, Brasília, DF, 7 ago. 2006. 3.3.3 Livros DUARTE, Jorge; BARROS, Antonio. Métodos e técnicas de pesquisa em comunicação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. 4. ed. São Paulo: Atica, 2005.

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MINAYO, Maria Cecília de Souza. Violência e saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2003. NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. 3. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008. PENAFRIA, Manuela. O ponto de vista no filme documentário. Portugal: Universidade da Beira Interior, 2001. RAMOS, Fernão Pessoa. Cinema verdade no Brasil. In: TEIXEIRA, Francisco Elinaldo. Documentário no Brasil: tradição e transformação. São Paulo: Summus Editoria, 2004. p. 81-96. SOUZA, Edinilsa Ramos de. Processos, sistemas e métodos de informação em acidentes e violências no âmbito da saúde pública. In:`MINAYO,Maria Cecília de Souza; DESLANDES, S.F.Caminhos do pensamento: epistemologia e método. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2002. p. 255-273. 3.3.4 Periódicos BANDEIRA, Lourdes Maria. Três décadas de resistência feminista contra o sexismo e a violência feminina no Brasil: 1976 a 2006. 2009.Sociedade e Estado, v. 24, n. 2, p. 401-438, 2009. CARVALHO, Lucimeire Santos; CAMARGO, Climene Laura de. Reflexões teóricas: família negra e o cotidiano da violência. Saude coletiva (Barueri), v. 7, n. 37, p. 2429, 2010. CORTIZO, Maríadel Carmen; GOYENECHE, Priscila Larratea. Judiciarização do privado e violência contra a mulher. Revista Katálysis, v. 13, n. 1, p. 102-109, 2010. GRIEBLER, Charlize Naiana; BORGES, Jeane Lessinger. Violência Contra a Mulher: Perfil dos Envolvidos em Boletins de Ocorrência da Lei Maria da Penha. Psico, v. 44, n. 2, 2013. LUCENA, Kerle Dayana Tavares de; SILVA, Ana Tereza Medeiros Cavalcanti; MORAES, Ronei Marcos de; SILVA, César Cavalvanti; BEZERRA, Italla Maria Pinheiro. Análise espacial da violência doméstica contra a mulher entre os anos de 2002 e 2005 em João Pessoa, Paraíba, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, n. 6, p. 1111-1121, 2012. RODRIGUES, Flávia Lima. Uma breve história sobre o cinema documentário brasileiro. CES Revista, v. 24, 2010. 3.3.5 Redes, sites, e outros INSTITUTO AVON/IPSOS. Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil 2011. Disponível em: 16


<http://www.migalhas.com.br/arquivo_artigo/art20130314-03.pdf>. Acesso em: 27 de outubro de 2015. SPM – Secretaria de Políticas para as Mulheres. Balanço Social 2014. Disponível em: <http://www.spm.gov.br/central-deconteudos/publicacoes/publicacoes/2015/balanco180_2014-versaoweb.pdf>. Acesso em: 27 de outubro de 2015.

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4 OBJETIVOS ALCANÇADOS

A partir dos objetivos iniciais propostos no pré-projeto e no relatório parcial, o trabalho foi cumprido dentro do prazo, bem como as etapas de filmagem e elaboração do roteiro de produção, montagem e edição. O projeto foi desenvolvido de forma satisfatória e positiva já que foi concluído antes do prazo preconizado pelo cronograma que foi elaborado pelo grupo. Os resultados são: SINOPSE ARGUMENTO ESTRUTURA DE BLOCOS ROTEIRO DE PRODUÇÃO ENTREVISTAS: ASSISTENTE SOCIAL ARIZA CARVALHO PSICÓLOGA ELENIZE ROLDAN PAI DE CIRA ADÃO SILVA CUNHADA DE CIRA SUENE VIZINHA DE CIRA ZENIR FILHO DE CIRA JAH SILVA FILHO DE CIRA MATEUS SILVA DEFENSORA PÚBLICA GRAZIELE DIAS MÉDICO ORTOPEDISTA RODRIGO LARAIA DELEGADA ROSELY MOLINA DECUPAGEM DE ENTREVISTAS PRÉ-EDIÇÃO EDIÇÃO DAS FILMAGENS MONTAGEM PESQUISA DE TRILHA SONORA SONORIZAÇÃO MASTERIZAÇÃO COLORAÇÃO REUNIÃO FINAL PARA FECHAMENTO DO PRODUTO

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5 DIFICULDADES ENCONTRADAS:

Como dito anteriormente, no início do projeto a nossa personagem principal faleceu e o nosso roteiro foi readaptado. No decorrer da produção do vídeo documentário também nos deparamos com alguns problemas técnicos. Uma das fitas da primeira câmera que utilizamos foi levemente danificada pela própria máquina, sem contar o fato de que descobrimos que ela não filmava em HD. Assim, trocamos o aparelho antigo por uma câmera digital emprestada pela faculdade. Quanto às fontes a serem entrevistadas, duas delas se recusaram a dar entrevista, mas logo as substituímos por outras que exerceram a mesma função no caso. Na execução do roteiro de montagem, encontramos dificuldade de delimitar os cortes das entrevistas, pois tínhamos que enquadrar o vídeo documentário na categoria de curta-metragem e temíamos que a compreensão da história fosse comprometida.

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6 DESPESAS (ORÇAMENTO)

SERVIÇOS Alimentação Combustível (Transporte) Serviços terceirizado de edição Impressão de cópias de documentos Capa para DVD e DVD virgem TOTAL

VALOR R$ 150,00 R$ 300,00 R$1060,00 R$ 120,00 R$ 35,00 R$ 1665,00

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7 CONCLUSÕES Quando começamos a produção do vídeo documentário “Em Memória de Cira” não imaginávamos o quanto seria enriquecedor e gratificante chegar ao final do processo. Além de adquirirmos conhecimentos teóricos e legislativos, a prática jornalística que realizamos em todos esses meses contribuiu grandemente para a nossa formação acadêmica. Apesar de não termos conhecido pessoalmente a dona Cira, personagem principal de todo o nosso trabalho, saber mais sobre sua história e personalidade, fez crescer dentro de nós uma empatia muito grande por ela. Por se tratar de um assunto tão delicado, a produção desse vídeo documentário contribuiu para o desenvolvimento da nossa sensibilidade, humanidade e ética. Com o auxílio do nosso orientador, todos os prazos foram cumpridos no tempo estipulado e não tivemos grandes dificuldades em executar e finalizar o produto. Ao terceirizar o trabalho de edição, percebemos que o vídeo documentário adquiriu um caráter mais profissional, que superou todas as nossas expectativas. Concluímos esse trabalho com a certeza de que o nosso melhor foi feito e que alcançamos nossos objetivos. Esperamos que a nossa dedicação e capacidade sejam notadas em cada trecho, imagem e fala do nosso vídeo documentário.

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8 ANEXOS

8.1 Sinopse

SINOPSE “Em Memória de Cira” é um videodocumentário que tem por objetivo recontar, através de depoimentos, a história de uma mulher que viveu 20 anos em cárcere privado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Refém do próprio marido, Cira Igino da Silva criou seus quatro filhos em condições precárias, em um ciclo constante de ameaças e agressões. O caso teve grande repercussão na mídia local e alcance nacional. Como produto final do trabalho de conclusão do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, este curta-metragem pretende fomentar a discussão e chamar a atenção do telespectador para um tema comum e relevante na sociedade: a violência doméstica contra a mulher.

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8.2 Argumento

DOCUMENTÁRIO: “EM MEMÓRIA DE CIRA”

ARGUMENTO “Em Memória de Cira” Mato Grosso do Sul é o quinto estado no ranking da violência contra a mulher. A média de mortes nesses casos específicos é de 6,1 para cada 100 mil mulheres, conforme dados da Casa da mulher Brasileira. Dentre todos esses casos, um em especial repercutiu nas mídias regionais e teve alcance nacional. Cira da Silva era empregada doméstica e viveu cerca de 20 anos em cárcere privado, vítima do próprio marido numa residência localizada no Bairro Aero Rancho em Campo Grande. Ela e seus quatro filhos, eram vítimas de ameaças e agressões constantes. Dona Cira, como ficou conhecida pela mídia, foi libertada em dezembro de 2013 por policiais militares e o agressor preso em flagrante, após a denúncia de uma agente de saúde. O caso foi um marco na luta contra a violência doméstica no Estado e foi assunto no programa “Mais Você” apresentado pela Ana Maria Braga. Dona Cira foi uma das convidadas do programa na época, juntamente com a delegada Rosely Molina, que acompanhou o caso. Infelizmente, dona Cira veio a falecer pouco mais de um ano depois de sua libertação, acometida por um câncer. Uma das principais leis do Brasil e que veio ser um ponto chave de investigação durante nossa pesquisa, foi a Lei Maria da Penha de número 11.340/2006. Aprovada por unanimidade no Congresso Nacional e assinada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi considerada em 2012, pela (ONU) Organização das Nações Unidas, como a terceira melhor lei do mundo no combate a violência doméstica. Segundo uma pesquisa realizada em 2011 pelo Instituto AVON/IPSOS denominada “Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher no Brasil”, 94% da população brasileira conhece a Lei Maria da Penha.

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Os casos de violência contra a mulher infelizmente continuam a acontecer em todo o país e no mundo. Através da história da dona Cira, queremos fomentar a discussão sobre esse tema, além de incentivar as mulheres que são vítimas a denunciarem todo e qualquer tipo de violência, seja ela psicológica, física, patrimonial ou sexual. Cira era uma mulher batalhadora e mãe prestativa que possuía uma alegria contagiante, apesar das dificuldades que teve que enfrentar nessa vida.

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8.3 - Cronograma e Plano de Produção ETAPA INÍCIO DA PRODUÇÃO

2.2.3 - CRONOGRAMA E PLANO DE PRODUÇÃO DURAÇÃO DESCRIÇÃO ABRIL/2015

PRÉ-PRODUÇÃO

30 DIAS

PRODUÇÃO

45 DIAS

PRÓ-PRODUÇÃO

30 DIAS

PRÉ-EDIÇÃO

20 DIAS

EDIÇÃO

30 DIAS

GRAVAÇÃO E IMPRESSÃO DE CÓPIAS TOTAL ENTREGA DO PRODUTO FINAL

5 DIAS

ÍNICIO DE PESQUISAS DE CAMPO SOBRE ENTREVISTAS E AGENDAMENTO DE FUTURAS ENTREVISTAS AGENDAMENTO E VERIFICAÇÃO E TESTES DE EQUIPAMENTOS, DESLOCAMENTOS, CONFIRMAÇÃO DE ENTREVISTAS E REALIZAÇÃO DAS ENTREVISTAS ARMAZENAMENTO DO MATERIAL FILMADO, DECUPAGEM E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL, CORTES. MONTAGEM SEGUNDO O ROTEIRO DO CONTEÚDO FILMADO, SELEÇÃO DE TRILHA SONORA E PRÉ MONTAGEM MONTAGEM DEFINITIVA, TRATAMENTO DE COR, AUDIO E EFEITOS NO VÍDEO GRÁFICA

160 DIAS FEVEREIRO/2016

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8.4 Estrutura de Blocos/Sequências

ESTRUTURA DE BLOCOS 1 – ABERTURA ABERTURA DO DOCUMENTÁRIO COM IMAGENS DE SIMULAÇÃO DO CASO DE CIRA E IMAGEM DE PESQUISA NO GOOGLE SOBRE O CASO TRILHA SONORA ESPECIFICA FADE PRETO E SOBE O NOME DO DOCUMENTÁRIO “ EM MEMÓRIA DE CIRA” TRILHA SONORA ESPECIFICA NOTICIAS EM VIDEOS E SOBREPOSIÇÃO DE NOTÍCIAS SOBRE O CASO. AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA 2 “LIBERTAÇÃO DE CIRA FADE PRETO COM DATA QUE CIRA FOI LIBERTA PLANO ABERTO E TRECHO DA ENTREVISTA DA ASSITENTE SOCIAL CONTANDO O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA PLANO FECHADO TRECHO DA ENTREVISTA DA DELEGADA ROSELY MOLINA CONTANDO O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA PLANO MEDIO TRECHO DA ENTREVISTA DA PSICOLOGA CONTANDO O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA 3 “LEI MARIA DA PENHA” FADE PRETO COM ESCRITA SOBRE LEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA TRILHA SONORA TRECHO DA ENTREVISTA DELEGADA ROSELY MOLINA SOBRE LEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA TRECHO DA ENTREVISTA DA DEFENSORA PÚBLICA QUE ACOMPANHOU O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA TRECHO DA ENTREVISTA DELEGADA ROSELY MOLINA SOBRE LEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA TRECHO DA ENTREVISTA DA DEFENSORA PÚBLICA QUE ACOMPANHOU O CASO AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA 4 “O CÁRCERE” FADE PRETO ESCRITO DETALHES DO CASO TRILHA SONORA

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TRECHO DO LOCAL ONDE A CIRA VIVEU NO CÁRCERE AUDIO DA ENTREVISTA DA ASSISTENTE SOCIAL ARIZA TRECHO DA ENTREVISTA COM RELATOS DE VIZINHA AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA TRECHO DA ENTREVISTA COM RELATOS DE VIZINHA AUDIO DO VIDEO DA ENTREVISTA MATÉRIA DE TV MOSTRANDO OS DETALHES AUDIO DO VIDEO 5 “MORTE DE CIRA” FADE PRETO COM FRASE COM A DATA DO DIA DA MORTE DE CIRA TRILHA SONORA TRECHO DE JORNAIS NOTICIANDO A MORTE DE CIRA TRILHA SONORA TRECHO DE ENTREVISTA COM O PAI DE CIRA SOBRE A MORTE DE CIRA AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA TRECHO DA ENTREVISTA COM A ASSISTENTE ARIZA SOBRE A MORTE DE CIRA AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA TRECHO DA ENTREVISTA COM A DELEGADA SOBRE A MORTE DE CIRA AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA 6 “QUEM ERA CIRA?” FADE PRETO COM FRASE LEMBRANÇAS DE CIRA TRILHA SONORA IMAGEM DE CIRA FELIZ, COM TRECHOS DE ENTREVISTA FALANDO SOBRE QUEM ERA CIRA AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA TRECHO DE ENTREVISTA DELEGADA MOLINA SOBRE OS MOMENTOS FELIZES DE CIRA AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA TRECHO DE ENTREVISTA DO PAI DE CIRA SOBRE MOMENTOS FELIZES AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA TRECHO DE ENTREVISTA DE FAMILIARES AUDIO DO VIDEO E TRILHA SONORA POR CIMA FADE BRANCO COM FRASE SOBRE “HERANÇAS DE CIRA” TRILHA SONORA IMAGEM DOS FILHOS DE CIRA ESTUDANDO E BRINCANDO TRILHA SONORA E NARRAÇÃO DE TRECHO DA ENTREVISTA DE ARIZA TRECHO DA ENTREVISTA COM OS FILHOS DE CIRA TRILHA SONORA FADE PRETO COM FRASE “CIRA FOI UMA DAS VÍTMAS....”

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TRILHA SONORA 7 “FIM” CRÉDITOS E VIDEO E FOTOS DE MAKING OFF AO LADO NO MESMO QUADRO. TRILHA SONORA

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8.5 Roteiro

ROTEIRO IMAGEM 1-ABETURA DO DOCUMENTÁRIO Fade in de preto para imagem da tela de um navegador (computador) fazendo pesquisa do nome de “Cira” e “violência” contra a mulher; O retorno da pesquisa mostram links para notícias de dona Cira, o cursor clica em imagens e direciona para fotografias de Cira; Fade out preto;

ÁUDIO 1-MÚSICA instrumental criando um clima de suspense; Música se mistura com ruído; RUÍDO do teclado de um computador digitando a pesquisa; A música continua no próximo plano;

2-Fade in preto aparece imagens de 2-MÚSICA continua; sombras na parede de uma mulher sendo RUÍDO de pancadas, socos e gritos e agredida por um homem grande; choro de mulher; 3-fade in preto e fusão com o nome do documentário “EM MEMÓRIA DE CIRA”; Fade out; 4- Fade in para composição de quadros justapostos sucedendo-se um ao outro com manchetes de notícias e vídeos sobre o caso; Fade out preto;

3-Música continua e volume aumenta;

4-RUÍDO de rotativas de jornais e FALA dos vídeos de telejornais sobrepostos e background(BG);

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PARTE 1 “LIBERTAÇÃO DE CIRA” 5-Fade in preto para letreiro com data que 5-MÚSICA instrumental de piano; Cira foi liberta; Fade out branco; 6-Fade in de branco para plano médio com 6-FALA assistente explica libertação do entrevista da ASSISTENTE SOCIAL cativeiro de Cira; Durante a explicação ARIZA; Ariza fica muito emocionada; RUÍDO do ambiente.

6.1 Montagem alternada com planos 6.1-FALA assistente explica libertação fechados em movimentos feitos por outra do cativeiro de Cira; Durante a câmera; explicação Ariza fica muito emocionada; RUÍDO do ambiente; 7-Fade in branco para plano médio com 7-FALA psicóloga explica o caso e entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; também sobre como Cira estava emocionalmente quando foi liberta do cativeiro; RUÍDO do ambiente;

7.1 Montagem alternada com planos 7.1-FALA psicóloga explica o caso e fechados em movimentos feitos por outra também sobre como Cira estava câmera; emocionalmente quando foi liberta do cativeiro; RUÍDO do ambiente; 8-Fade in branco para plano médio com 8-FALA delegada Molina explica o entrevista da DELEGADA ROSELY parecer dela sobre o caso de Cira e a MOLINA; visão dela sobre o momento que assumiu o caso e da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente; 8.1 Montagem alternada com planos 8.1 FALA delegada Molina explica o fechados em movimentos feitos por outra parecer dela sobre o caso de Cira e a câmera; visão dela sobre o momento que assumiu o caso e da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente; 9-Fade in de branco para plano médio com 9-FALA assistente explica o processo de entrevista da ASSISTENTE SOCIAL pós libertação de Cira; ARIZA; RUÍDO do ambiente;

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9.1-Montagem alternada com planos 9.1-FALA assistente explica o processo fechados em movimentos feitos por outra de pós libertação de Cira; câmera; RUÍDO do ambiente;

10-FALA psicóloga explica o parecer dela sobre o caso de Cira e a visão dela 10-Fade in branco para plano médio com sobre o momento que assumiu o caso e entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente; 10.1-Montagem alternada com planos 10.1-FALA psicóloga explica o parecer fechados em movimentos feitos por outra dela sobre o caso de Cira e a visão dela câmera; sobre o momento que assumiu o caso e da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente; 11-Fade in branco para plano médio com 11-FALA delegada Molina explica o entrevista da DELEGADA ROSELY parecer dela sobre o caso de Cira e a MOLINA; visão dela sobre o momento que assumiu o caso e da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente;

11.1- Montagem alternada com planos 11.1-FALA delegada Molina explica o fechados em movimentos feitos por outra parecer dela sobre o caso de Cira e a câmera; visão dela sobre o momento que assumiu o caso e da libertação de Cira; RUÍDO do ambiente; 12- Fade in de branco para plano médio com entrevista do pai de Cira, ADÃO 12-FALA seu Adão explica como foi ver SILVA; a filha ser libertada e encontrar ela, após os 20 anos sem vê-la; RUÍDO do ambiente; 12.1 Montagem alternada com planos 12.1- FALA seu Adão explica como foi fechados em movimentos feitos por outra ver a filha ser libertada e encontrar ela, câmera; após os 20 anos sem vê-la; RUÍDO do ambiente; 13-Fade in branco para plano médio com 13-FALA defensora pública explica o entrevista da defensora pública; parecer dela e vivência que teve na libertação de Cira; RUÍDO do ambiente;

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13.1- Montagem alternada com planos 13.1- FALA defensora pública explica o fechados em movimentos feitos por outra parecer dela e vivência que teve na câmera; libertação de Cira; RUÍDO do ambiente;

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PARTE 2 “VIOLÊNCIAS SOFRIDAS” 14-Fade in preto para letreiro escrito 14-MÚSICA INSTRUMENTAL PARA “violências sofridas”; Fade out branco; TODOS OS QUADROS; 15- Fade in branco para plano médio com 15-FALA psicóloga Elenize explica entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; quais tipos de violência a Cira sofreu e como estava o corpo dela no momento da libertação; RUÍDO do ambiente;

15.1 Montagem alternada com planos 15.1- FALA psicóloga Elenize explica fechados em movimentos feitos por outra quais tipos de violência a Cira sofreu e câmera; como estava o corpo dela no momento da libertação; RUÍDO do ambiente;

16- Fade in de branco para plano médio 16- FALA assistente social Ariza explica com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL sobre a violência que Cira sofreu e como ARIZA; o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

16.1- Montagem alternada com planos 16.1- FALA assistente social Ariza fechados em movimentos feitos por outra explica sobre a violência que Cira sofreu câmera; e como o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

17-Fade in branco para plano médio com 17-FALA delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica sobre a violência que Cira sofreu MOLINA; como foi encontrada fisicamente e como era torturada pelo ex-marido; RUÍDO do ambiente;

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17.1- Montagem alternada com planos 17.1- FALA delegada Rosely Molina fechados em movimentos feitos por outra explica sobre a violência que Cira sofreu câmera; como foi encontrada fisicamente e como era torturada pelo ex-marido; RUÍDO do ambiente;

18-Fade in branco para plano médio com 18-FALA psicóloga Elenize explica entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; como Cira estava abalada psicologicamente e as reações que ela tinha nas sessões de terapia; RUÍDO do ambiente;

18.1- Montagem alternada com planos 18.1- FALA psicóloga Elenize explica fechados em movimentos feitos por outra como Cira estava abalada câmera; psicologicamente e as reações que ela tinha nas sessões de terapia; RUÍDO do ambiente;

19-Fade in de branco para plano médio 19- FALA assistente social Ariza explica com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL a continuação sobre a violência que Cira ARIZA; sofreu e como o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

19.1- Montagem alternada com planos 19.1- FALA assistente social Ariza fechados em movimentos feitos por outra explica a continuação sobre a violência câmera; que Cira sofreu e como o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

20-Fade in branco para plano médio com 20-FALA delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica sobre os tipos de violência e MOLINA; tortura que sofreu pelo ex-marido; RUÍDO do ambiente;

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20.1- Montagem alternada com planos 20.1-FALA delegada Rosely Molina fechados em movimentos feitos por outra explica sobre os tipos de violência e câmera; tortura que sofreu pelo ex-marido; RUÍDO do ambiente;

21-Fade in branco para plano fechado da 21-FALA vizinha Zenir explica sobre o VIZINHA na casa; andamento diário das agressões que via Cira sofrer e como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

21.1- Montagem alternada em plano 21.1- FALA vizinha Zenir explica sobre o fechado com movimentos feitos por outra andamento diário das agressões que via câmera; Cira sofrer e como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

22-Fade in branco para plano fechado da 22- FALA vizinha explica sobre o as VIZINHA II no portão; agressões que ouvia pelo muro e sobre como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

22.1- Montagem alternada em plano 22.1- FALA vizinha explica sobre o as fechado com movimentos feitos por outra agressões que ouvia pelo muro e sobre câmera; como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

23-Fade in de branco para plano médio 23- FALA assistente social Ariza explica com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL a continuação sobre a violência que Cira ARIZA; sofreu e como o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

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23.1- Montagem alternada com planos 23.1-FALA assistente social Ariza fechados em movimentos feitos por outra explica a continuação sobre a violência câmera; que Cira sofreu e como o ex-marido batia nela e nos filhos; RUÍDO do ambiente;

24-Fade in branco para plano médio com 24-FALA psicóloga Elenize explica as entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; causas e traumas que esse tipo de violência afeta na vida psicológica; RUÍDO do ambiente;

24.1- Montagem alternada com planos 24.1- FALA psicóloga Elenize explica as fechados em movimentos feitos por outra causas e traumas que esse tipo de câmera; violência afeta na vida psicológica; RUÍDO do ambiente;

25-Fade in branco para plano fechado da 25- FALA vizinha Zenir continua a VIZINHA na casa; explicação sobre o andamento diário das agressões que via Cira sofrer e como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

25.1- Montagem alternada em plano 25.1- FALA vizinha Zenir continua a fechado com movimentos feitos por outra explicação sobre o andamento diário câmera; das agressões que via Cira sofrer e como as crianças também eram agredidas pelo pai; RUÍDO do ambiente;

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26-Fade in branco para plano médio com 26-FALA psicóloga Elenize continua entrevista da PSICOLÓGA ELENIZE; explicação sobre as causas e traumas que esse tipo de violência afeta na vida psicológica e conclui o bloco de violência alertando sobre os tipos de violências que uma mulher muitas vezes sofre e não percebe que é a violência psicológica; RUÍDO do ambiente;

26.1- Montagem alternada com planos fechados em movimentos feitos por outra câmera; FADE OUT;

26.1-FALA psicóloga Elenize continua explicação sobre as causas e traumas que esse tipo de violência afeta na vida psicológica e conclui o bloco de violência alertando sobre os tipos de violências que uma mulher muitas vezes sofre e não percebe que é a violência psicológica; RUÍDO do ambiente;

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PARTE 3 “O CÁRCERE” 27-Fade in preto para letreiro escrito “O 27-MÚSICA instrumental utilizada para cárcere” os letreiros; 28-Fade in preto aparece imagens do muro em direção ao portão da casa e que se fecha bem forte evidenciando a trinca e o cadeado na filmagem;

28-MÚSICA instrumental de fundo indicando um clima de suspense e tensão; RUÍDO da trinca e rangido do portão se fechando com uma batida bem forte;

28.1- Montagem alternada em plano geral 28.1- MÚSICA instrumental de fundo e closes na trinca e cadeado; indicando um clima de suspense e tensão; RUÍDO da trinca e rangido do portão se fechando com

29-Fade in branco para plano fechado da 29-FALA vizinha Zenir explica sobre VIZINHA Zenir na casa; como era casa “cárcere” e quais as condições que a Cira sobrevivia com os filhos; RUÍDO do ambiente;

29.1- Montagem alternada em plano de 29.1- FALA vizinha Zenir explica sobre imagens do cárcere conforme a vizinha como era casa “cárcere” e quais as conta a história; condições que a Cira sobrevivia com os filhos; RUÍDO do ambiente;

30-Fade in preto aparece imagens do 30-MÚSICA instrumental indicando interior da casa, buraco que era o banheiro sofrimento e tensão; e cômodos que eram usados como quarto e cozinha; 30.1- Montagem com filtro escuro; 30.1-MÚSICA instrumental indicando sofrimento e tensão;

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31-Fade in branco para plano fechado da 31- FALA vizinha Zenir continua VIZINHA na casa; explicação sobre como era o “cárcere” e quais as condições que a Cira sobrevivia com os filhos; RUÍDO do ambiente;

31.1- Montagem alternada em plano 31.1- FALA vizinha Zenir continua fechado com movimentos feitos por outra explicação sobre como era o “cárcere” e câmera; quais as condições que a Cira sobrevivia com os filhos; RUÍDO do ambiente;

32-Fade in de branco para plano médio 32-FALA assistente social Ariza explica com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL como era o cárcere e o que Cira contava ARIZA; do lugar onde passou mais de 20 anos da vida; RUÍDO do ambiente;

32.1- Montagem alternada com planos 32.1-FALA assistente social Ariza fechados em movimentos feitos por outra explica como era o cárcere e o que Cira câmera; contava do lugar onde passou mais de 20 anos da vida; RUÍDO do ambiente;

33-Fade in branco para plano médio com 33-FALA da Delegada Molina sobre as entrevista da DELEGADA ROSELY condições da moradia de Cira e como a MOLINA; casa estava quando ela chegou na hora do resgate; RUÍDO do ambiente;

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33.1- Montagem alternada com planos 33.1-FALA da Delegada Molina sobre as fechados em movimentos feitos por outra condições da moradia de Cira e como a câmera; casa estava quando ela chegou na hora do resgate; RUÍDO do ambiente;

34-Fade in branco para plano fechado da 34-FALA vizinha explica sobre as VIZINHA II; condições da casa e que Cira tinha a chave porém não podia sair; RUÍDO do ambiente;

34.1- Montagem alternada com planos de 34.1-FALA vizinha explica sobre as imagens da casa; condições da casa e que Cira tinha a chave, porém não podia sair; RUÍDO do ambiente;

35-Fade in de branco para plano médio 35- FALA Ariza explica sobre a Cira ter com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL a chave e ter muito medo de sair e sobre ARIZA; como as crianças viviam isoladas dentro da casa; RUÍDO do ambiente;

35.1- Montagem alternada com planos 35.1- FALA Ariza explica sobre a Cira ter fechados em movimentos feitos por outra a chave e ter muito medo de sair e sobre câmera; como as crianças viviam isoladas dentro da casa; RUÍDO do ambiente;

36-Fade in branco para plano médio com 36-FALA delegada Molina explica sobre entrevista da DELEGADA ROSELY a privação de comida que Cira e as MOLINA; crianças sofriam, e das péssimas condições de higiene que eles sobreviviam; RUÍDO do ambiente;

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36.1- Montagem alternada com planos 36.1-FALA delegada Molina explica fechados em movimentos feitos por outra sobre a privação de comida que Cira e câmera; as crianças sofriam, e das péssimas condições de higiene que eles sobreviviam; RUÍDO do ambiente;

37-Fade in de branco para plano médio 37-FALA Ariza explica sobre como as com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL crianças iam a escola e tinham que ARIZA; voltar rapidamente para a casa e sobre o filho mais velho ter sido obrigado a deixar a escola para trabalhar de servente de pedreiro com o pai; RUÍDO do ambiente;

37.1- Montagem alternada com planos 37.1-FALA Ariza explica sobre como as fechados em movimentos feitos por outra crianças iam à escola e tinham que câmera; voltar rapidamente para a casa e sobre o filho mais velho ter sido obrigado a deixar a escola para trabalhar de servente de pedreiro com o pai; RUÍDO do ambiente;

38-Fade in branco para plano fechado da 38-FALA vizinha Zenir explica sobre VIZINHA ZENIR; como Cira e as crianças vivia sujas e sobre como ela dava comida escondida para Cira; 38.1- Montagem alternada com planos da 38.1- FALA vizinha Zenir explica sobre casa; como Cira e as crianças vivia sujas e sobre como ela dava comida escondida para Cira;

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39-Fade in branco para plano fechado da 39-FALA Ariza explica sobre o banheiro assistente social ARIZA na casa; no chão e que Cira comia apenas arroz e o que o homem trazia, e que ela complementava a alimentação com folhas e frutas que tinha em árvores do quintal da casa; RUÍDO do ambiente;

39.1- Montagem alternada em plano 39.1- FALA Ariza explica sobre o fechado com movimentos feitos por outra banheiro no chão e que Cira comia câmera; apenas arroz e o que o homem trazia, e que ela complementava a alimentação com folhas e frutas que tinha em árvores do quintal da casa; RUÍDO do ambiente;

39.2-Fade in branco para plano fechado 39.2-FALA vizinha Zenir explica sobre da VIZINHA ZENIR; as vezes que o marido de Cira batia nela porque a vizinha tinha dado pão ou bolo. Ela conta que tudo que eles recebiam de doação não podiam deixar vestígios, para o homem não agredi-los; RUÍDO do ambiente;

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PARTE 4 “A FAMÍLIA” 40- Fade in preto para letreiro escrito “ a 40-MÚSICA instrumental utilizado nos família”; outros letreiros; 41-Fade in de branco com plano geral da 41-MÚSICA instrumental; Música se família sentada num banco em frente à mistura com RUÍDO; casa e andando em frente à casa; RUÍDO do ambiente; 42- Fade in de branco para plano médio 42-FALA pai de Cira, Adão Silva explica com entrevista do pai de Cira, ADÃO como reencontrou a filha e como viveu SILVA; longe da mesma durante 20 anos; RUÍDO do ambiente;

42.1- Montagem alternada com planos 42.1-FALA pai de Cira, Adão Silva fechados em movimentos feitos por outra explica como reencontrou a filha e como câmera; viveu longe da mesma durante 20 anos; RUÍDO do ambiente;

43- Fade in de branco para plano médio 43-FALA cunhada SUENE explica a com entrevista de cunhada de Cira, visão dela do reencontro de Cira com a SUENE; família e o que achava sobre o exmarido de Cira; RUÍDO do ambiente;

43.1- Montagem alternada com planos 43.1-FALA cunhada SUENE explica a fechados em movimentos feitos por outra visão dela do reencontro de Cira com a câmera; família e o que achava sobre o exmarido de Cira; RUÍDO do ambiente;

44-Fade in de branco para plano médio 44-FALA seu ADÃO explica que sentia com entrevista do pai de Cira, ADÃO muita falta dos netos e que sempre quis SILVA; o bem para a filha; RUÍDO do ambiente;

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44.1- Montagem alternada com planos 44.1-FALA seu ADÃO explica que sentia fechados em movimentos feitos por outra muita falta dos netos e que sempre quis câmera; o bem para a filha; RUÍDO do ambiente;

45-Fade in de branco para plano médio 45-FALA cunhada SUENE explica que com entrevista de cunhada de Cira, mesmo não conhecendo a Cira, SUENE; enquanto a mesma vivia presa na casa e que o marido de SUENE sempre se lembrava da irmã com carinho; RUÍDO do ambiente;

45.1- Montagem alternada com planos 45.1-FALA cunhada SUENE explica que fechados em movimentos feitos por outra mesmo não conhecendo a Cira, câmera; enquanto a mesma vivia presa na casa e que o marido de SUENE sempre se lembrava da irmã com carinho; RUÍDO do ambiente;

46-Fade in de branco para plano geral de 46-MÚSICA instrumental de fundo filho de Cira DAVID brincando e se indicando emoção; Música se mistura escondendo atrás de uma viga de com RUÍDO; madeira; RUÍDO do ambiente;

47-Fade in de branco para plano geral da 47- MÚSICA instrumental indicando mãe de Cira sentada numa cadeira e filhos emoção; Música se mistura com RUÍDO; de Cira ao redor; RUÍDO do ambiente;

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48-Fade in de branco para plano médio 48-FALA filho de Cira JAH conta como com entrevista do filho de Cira, JAH; era a mãe e a falta que sente dela; RUÍDO do ambiente;

48.1- Montagem alternada com planos 48.1-FALA filho de Cira JAH conta como fechados em movimentos feitos por outra era a mãe e a falta que sente dela; câmera; RUÍDO do ambiente;

49-Fade in de branco para plano médio 49-FALA filho de Cira MATEUS conta com entrevista do filho de Cira, MATEUS; como era a mãe e a falta que sente dela; RUÍDO do ambiente;

49.1- Montagem alternada com planos 49.1-FALA filho de Cira MATEUS conta fechados em movimentos feitos por outra como era a mãe e a falta que sente dela; câmera e quadro com foto do menino e da RUÍDO do ambiente; mãe juntos;

50-Fade in de branco para plano médio 50-FALA filho de Cira JAH conta como com entrevista do filho de Cira, JAH; está a vida após a morte da mãe e como está lidando com a escola; RUÍDO do ambiente;

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50.1- Montagem alternada com planos 50.1-FALA filho de Cira JAH conta como fechados em movimentos feitos por outra está a vida após a morte da mãe e como câmera; está lidando com a escola; RUÍDO do ambiente;

51-Fade in de branco para plano médio com imagens do pai de Cira, ADÃO SILVA caminhando e mostrando a casa que fez para ela;

51-FALA seu Adão explica a casa que fez para a filha no próprio terreno com materiais de construção doados e mostra os cômodos e móveis da casa; RÚIDO do ambiente;

51.1- Montagem alternada com planos 51.1-FALA seu Adão explica a casa que fechados em movimentos feitos por outra fez para a filha no próprio terreno com câmera; materiais de construção doados e mostra os cômodos e móveis da casa; RÚIDO do ambiente;

52-Fade in de branco para plano médio 52-FALA seu Adão continua explicando com imagens do pai de Cira, ADÃO SILVA sobre a casa que fez para a filha; caminhando e mostrando a casa que fez RÚIDO do ambiente; para ela;

52.1- Montagem alternada com planos 52.1-FALA seu Adão continua fechados em movimentos feitos por outra explicando sobre a casa que fez para a câmera; filha; RÚIDO do ambiente;

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53-Fade in de branco para plano médio 53-MÚSICA instrumental indicando com imagens da família em frente a uma harmonia e felicidade; parede azul escrito Jesus; RÚIDO do ambiente e de vozes das pessoas conversando e se ajeitando para tirar uma foto em família;

53.1- Montagem alternada com planos 53.1-MÚSICA instrumental indicando fechados em movimentos feitos por outra harmonia e felicidade; câmera; RÚIDO do ambiente e de vozes das pessoas conversando e se ajeitando para tirar uma foto em família;

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PARTE 5 “O CASO NA MÍDIA” 54-Fade in preto para letreiro escrito “O 54-MÚSICA utilizada nos quadros de caso na MÍDIA”; letreiros anteriores; 55- Fade in para composição de quadros 55- FALA dos vídeos de telejornais justapostos sucedendo-se um ao outro sobrepostos e background(BG); com manchetes de notícias e vídeos sobre o caso; Fade out preto; 56- Fade in branco para plano médio com 56-FALA Delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica sobre a repercussão do caso na MOLINA; mídia; RUÍDO do ambiente;

56.1- Montagem alternada em plano 56.1-FALA Delegada Rosely Molina fechado com movimentos feitos por outra explica sobre a repercussão do caso na câmera; mídia; RUÍDO do ambiente;

57-Fade in branco para trecho de 57-FALA do trecho da entrevista de Ana entrevista de Cira no programa de Ana Maria Braga junto Cira e Delegada Maria Braga da Rede Globo; Rosely Molina; RÚIDO ambiente do vídeo;

57.1- Montagem de vídeo num quadro 57.1-FALA do trecho da entrevista de centralizado na tela; Ana Maria Braga junto Cira e Delegada Rosely Molina; RÚIDO ambiente do vídeo;

48


58- Fade in branco para plano médio com 58-FALA Delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica sobre a entrevista no programa MOLINA; e como preparou Cira para o programa; RUÍDO do ambiente;

58.1- Montagem alternada em plano 58.1-FALA Delegada Rosely Molina fechado com movimentos feitos por outra explica sobre a entrevista no programa câmera; e como preparou Cira para o programa; RUÍDO do ambiente;

59- Fade in branco para plano médio com 59-FALA assistente social Ariza explica entrevista da ASSISTENTE SOCIAL sobre a preparação de Cira para o ARIZA; programa de TV e doações que Cira recebeu após participar do programa; RUÍDO do ambiente;

59.1- Montagem alternada em plano 59.1-FALA assistente social Ariza fechado com movimentos feitos por outra explica sobre a preparação de Cira para câmera; o programa de TV e doações que Cira recebeu após participar do programa; RUÍDO do ambiente;

49


60-Fade in branco para plano médio com 60- FALA Delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica da alegria de Cira ao saber que MOLINA; ia ao programa e como lidou com os jornalistas que a entrevistavam e câmeras dos jornais da Capital; RUÍDO do ambiente;

60.1- Montagem alternada com imagens 60.1- FALA Delegada Rosely Molina da delegada caminhando e contando o explica da alegria de Cira ao saber que caso; ia ao programa e como lidou com os jornalistas que a entrevistavam e câmeras dos jornais da Capital; RUÍDO do ambiente;

61-Fade in branco para plano médio com 61- FALA Ariza sobre as entrevistas que entrevista da ASSISTENTE SOCIAL deu sobre o caso e como os jornalistas ARIZA; abordavam o caso; RUÍDO do ambiente;

61.1- Montagem alternada em plano 61.1- FALA Ariza sobre as entrevistas fechado com movimentos feitos por outra que deu sobre o caso e como os câmera; jornalistas abordavam o caso; RUÍDO do ambiente;

50


62-Fade in branco para plano médio com 62-FALA Delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY explica como o caso dela foi abordado MOLINA; pela mídia e o que ele auxiliou na luta e incentivou denúncias de violência contra a mulher; RUÍDO do ambiente;

62.1- Montagem alternada em plano 62.1-FALA Delegada Rosely Molina fechado com movimentos feitos por outra explica como o caso dela foi abordado câmera; pela mídia e o que ele auxiliou na luta e incentivou denúncias de violência contra a mulher; RUÍDO do ambiente;

63-Fade in branco para plano médio com 63-FALA Delegada Rosely Molina entrevista da DELEGADA ROSELY concluiu o benefício que as divulgações MOLINA; trouxeram em doações para Cira; RUÍDO do ambiente;

63.1-FALA Delegada Rosely Molina 63.1- Montagem alternada em plano concluiu o benefício que as divulgações fechado com movimentos feitos por outra trouxeram em doações para Cira; câmera; RUÍDO do ambiente;

51


PARTE 6 “A DOENÇA DE CIRA” 64-Fade in preto para letreiro “A doença de 64- MÚSICA utilizada nos quadros de Cira”; letreiros anteriores; 65-Fade in branco para plano médio com 65-FALA médico explica prontuário entrevista do MÉDICO; médico e causas da doença, dentre outros termos técnicos; RUÍDO do ambiente;

65.1- Montagem alternada em plano 65.1-FALA médico explica prontuário fechado com movimentos feitos por outra médico e causas da doença, dentre câmera; outros termos técnicos; RUÍDO do ambiente;

66- Fade in branco para plano médio com 66- FALA médico explica prontuário entrevista do MÉDICO; médico e causas da doença, dentre outros termos técnicos; RUÍDO do ambiente;

66.1- Montagem alternada com quadro no 66.1- FALA médico explica prontuário canto superior da tele mostrando o médico e causas da doença, dentre prontuário médico; outros termos técnicos; RUÍDO do ambiente;

67- Fade in branco para plano médio com 67-FALA psicóloga Elenize explica o entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; parecer dela da causa da doença; RUÍDO do ambiente;

67.1-Montagem alternada em plano 67.1-FALA psicóloga Elenize explica o fechado com movimentos feitos por outra parecer dela da causa da doença; câmera; RUÍDO do ambiente;

68- Fade in branco para plano médio com 68-FALA assistente social Ariza explica entrevista da ASSISTENTE SOCIAL sobre as dores que Cira sentia e retrata ARIZA; trechos de visitas que fez ao hospital; RUÍDO do ambiente;

52


68.1- Montagem alternada em plano 68.1-FALA assistente social Ariza fechado com movimentos feitos por outra explica sobre as dores que Cira sentia e câmera; retrata trechos de visitas que fez ao hospital; RUÍDO do ambiente;

69- Fade in branco para plano médio com 69-FALA adão silva explica como ficou a entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; perna da filha e como ela estava doente e também as visitas que realizou no hospital para vê-la; RUÍDO do ambiente;

69.1- Montagem alternada em plano 69.1-FALA adão silva explica como ficou fechado com movimentos feitos por outra a perna da filha e como ela estava câmera; doente e também as visitas que realizou no hospital para vê-la; RUÍDO do ambiente;

70- Fade in branco para plano médio com 70- FALA médico explica o prontuário e entrevista do MÉDICO; expõe o parecer técnico sobre a doença que levou Cira a óbito; RUÍDO do ambiente;

70.1- Montagem alternada com quadro no canto superior da tele mostrando o prontuário médico com sobreposição de cenas da fachada do hospital do Câncer e macas e quarto do hospital;

70.1-FALA médico explica o prontuário e expõe o parecer técnico sobre a doença que levou Cira a óbito; RUÍDO do ambiente;

53


71-Fade in branco para plano médio com 71-FALA psicóloga Elenize explica a entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; influência e que depressão pode influenciar o aparecimento de outras doenças; RUÍDO do ambiente;

71.1- Montagem alternada em plano 71.1-FALA psicóloga Elenize explica a fechado com movimentos feitos por outra influência e que depressão pode câmera; influenciar o aparecimento de outras doenças; RUÍDO do ambiente;

72-Fade in branco para plano médio com 72-FALA assistente social Ariza explica entrevista da ASSISTENTE SOCIAL como estava a perna dela e os exames ARIZA; que ela fez e consultas que acompanhou; RUÍDO do ambiente;

72.1- Montagem alternada em plano 72.1-FALA assistente social Ariza fechado com movimentos feitos por outra explica como estava a perna dela e os câmera; exames que ela fez e consultas que acompanhou; RUÍDO do ambiente;

73-Fade in branco para plano médio com 73-FALA psicóloga Elenize explica entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; quando deu alta da terapia de cira ela estava bem e feliz; RUÍDO do ambiente;

73.1- Montagem alternada em plano 73.1-FALA psicóloga Elenize explica fechado com movimentos feitos por outra quando deu alta da terapia de cira ela câmera; estava bem e feliz; RUÍDO do ambiente;

54


74-Fade in branco para plano médio com 74-FALA seu Adão fala sobre as entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; saudades que sente da filha; RUÍDO do ambiente; 74.1-Montagem alternada em plano 74.1 FALA seu Adão fala sobre as fechado com movimentos feitos por outra saudades que sente da filha; câmera; RUÍDO do ambiente; 75- Fade in branco para plano médio com 75-FALA Ariza explica sobre os entrevista da ASSISTENTE SOCIAL momentos finais de Cira e se emociona; ARIZA; RUÍDO do ambiente;

75.1- Montagem alternada em plano 75.1-FALA Ariza explica sobre os fechado com movimentos feitos por outra momentos finais de Cira e se emociona; câmera; RUÍDO do ambiente;

76- Fade in branco para plano médio com entrevista do MÉDICO; Montagem alternada em plano fechado com movimentos feitos por outra câmera;

76-FALA médico finaliza o bloco e conclui a causa do falecimento a partir das informações obtidas no prontuário médico; RUÍDO do ambiente;

76.1-Montagem alternada em plano 76.1- FALA médico finaliza o bloco e fechado com movimentos feitos por outra conclui a causa do falecimento a partir câmera; das informações obtidas no prontuário médico; RUÍDO do ambiente;

55


PARTE 7 “ O ADEUS DE CIRA” 77-Fade in preto para letreiro escrito a data 77-MÚSICA instrumental fúnebre; da morte de Cira e data do falecimento; Fade out; 78- Fade in para composição de quadros justapostos sucedendo-se um ao outro com manchetes de notícias e vídeos sobre a morte de Cira; Fade out preto; 79- Fade in para imagem da fachada do local do velório e cenas do velório;

78-FALA dos vídeos de telejornais sobrepostos e background(BG);

79-MÚSICA fúnebre; RÚIDO do ambiente;

79.1- Montagem alternada em plano 79.1-MÚSICA fúnebre; fechado com movimentos feitos por outra RÚIDO do ambiente; câmera;

80- Fade in branco para plano médio com 80- FALA adão silva explica como reagiu entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; ao saber da notícia; RUÍDO do ambiente;

80.1- Montagem alternada em plano 80.1- FALA adão silva explica como fechado com movimentos feitos por outra reagiu ao saber da notícia; câmera; RUÍDO do ambiente;

81- Fade in branco para plano médio com 81- FALA Ariza explica como reagiu ao entrevista da ASSISTENTE SOCIAL saber da notícia onde ela estava e se ARIZA; emociona fortemente; RUÍDO do ambiente;

56


80.1- Montagem alternada em plano 81.1- FALA Ariza explica como reagiu ao fechado com movimentos feitos por outra saber da notícia onde ela estava e se câmera; emociona fortemente; RUÍDO do ambiente;

82- Fade in branco para plano médio com 82- FALA adão silva explica como reagiu entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; ao saber da notícia; RUÍDO do ambiente;

82.1- Montagem alternada em plano 82.1- FALA adão silva explica como fechado com movimentos feitos por outra reagiu ao saber da notícia; câmera; RUÍDO do ambiente;

83- Fade in branco para plano médio com 83-FALA Psicóloga explica como reagiu entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; ao saber da notícia e diz não ter acreditado quando recebeu a triste notícia; RUÍDO do ambiente;

83.1- Montagem alternada em plano 83.1-FALA Psicóloga explica como fechado com movimentos feitos por outra reagiu ao saber da notícia e diz não ter câmera; acreditado quando recebeu a triste notícia; RUÍDO do ambiente;

84- Fade in branco para plano médio com 84- FALA Delgada Molina explica como entrevista da DELEGADA ROSELY reagiu ao saber da notícia e como lidou MOLINA; com os sentimentos de raiva do agressor ao saber que Cira veio falecer; RUÍDO do ambiente;

57


84.1- Montagem alternada em plano 84.1- FALA Delgada Molina explica fechado com movimentos feitos por outra como reagiu ao saber da notícia e como câmera; lidou com os sentimentos de raiva do agressor ao saber que Cira veio falecer; RUÍDO do ambiente;

85- Fade in branco para plano médio com 85- FALA Ariza explica como foi o entrevista da ASSISTENTE SOCIAL velório; ARIZA; RUÍDO do ambiente;

85.1- Montagem alternada em plano 85- FALA Ariza explica como foi o fechado com movimentos feitos por outra velório; câmera; RUÍDO do ambiente;

86- Fade in branco para plano médio com 86- FALA psicóloga explica como foi o entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; velório; RUÍDO do ambiente;

86.1- Montagem alternada em plano 86.1- FALA psicóloga explica como foi o fechado com movimentos feitos por outra velório; câmera; RUÍDO do ambiente;

87- Fade in branco para plano médio com 87- FALA Vizinha Zenir explica a reação entrevista da VIZINHA Zenir de Cira; que sentiu quando soube do falecimento de Cira e diz que se aprontou rapidamente para comparecer ao velório; RUÍDO do ambiente;

58


87.1- Montagem alternada em plano 87.1- FALA Vizinha Zenir explica a fechado com movimentos feitos por outra reação que sentiu quando soube do câmera; falecimento de Cira e diz que se aprontou rapidamente para comparecer ao velório; RUÍDO do ambiente;

88- Fade in branco para plano médio com 88- FALA Cunhada SUENE explica entrevista da cunhada de Cira; SUENE como a família ficou triste e mesmo conhecendo tão pouco tempo a cunhada sente falta dela; RUÍDO do ambiente;

88.1- Montagem alternada em plano 88.1- FALA Cunhada SUENE explica fechado com movimentos feitos por outra como a família ficou triste e mesmo câmera; conhecendo tão pouco tempo a cunhada sente falta dela; RUÍDO do ambiente;

59


PARTE 8 “LEI MARIA DA PENHA” 89-Fade in preto para letreiro escrito “ Lei 89-MÚSICA instrumental utilizada nos Maria da Penha”; letreiros anteriores; 90-Fade in preto para plano médio com 90-MÚSICA instrumental de fundo imagens de pessoas na rua andando, indicando atenção; mulheres na praça; Música continua no próximo quadro;

90.1-Montagem com infográfico 90.1-MÚSICA instrumental de fundo centralizado na tela sobreposta às indicando atenção; imagens com estatísticas de violência Música continua no próximo quadro; contra mulher no estado de Mato Grosso do Sul;

91-Fade in branco para imagens da 91-MÚSICA instrumental de fundo fachada da CASA DA MULHER indicando atenção; BRASILEIRA; Música continua no próximo quadro;

91.1- Montagem alternada em plano 91.1-MÚSICA instrumental de fundo fechado com movimentos feitos por outra indicando atenção; câmera; Música continua no próximo quadro;

60


92-Fade in branco para imagens da 92-MÚSICA instrumental de fundo recepção da casa da mulher brasileira, indicando atenção; pessoas caminhando e sentadas na RUÍDO do ambiente da recepção; recepção, delegada Molina caminhando;

92.1-Montagem alternada em plano 92.1-MÚSICA instrumental de fundo fechado com movimentos feitos por outra indicando atenção; RUÍDO do ambiente da recepção câmera;

93-Fade in branco para plano médio com 93-FALA da delegada Molina sobre a lei entrevista da DELEGADA ROSELY Maria da penha; MOLINA; RUÍDO do ambiente;

93.1- Montagem alternada em plano 93.1-FALA da delegada Molina sobre a fechado com movimentos feitos por outra lei Maria da penha; câmera; RUÍDO do ambiente;

94-Fade in branco para plano médio com 94-FALA da defensora pública sobre as entrevista da DEFENSORA PÚBLICA; leis e os procedimentos legais utilizados para proteger essas mulheres vítimas da violência; RUÍDO do ambiente;

61


94.1-Montagem alternada em plano 94.1-FALA da defensora pública sobre fechado com movimentos feitos por outra as leis e os procedimentos legais câmera; utilizados para proteger essas mulheres vítimas da violência; RUÍDO do ambiente;

95-Fade in branco para plano médio com 95-FALA da delegada Molina sobre os entrevista da DELEGADA ROSELY dados e estatísticas de violência contra MOLINA; a mulher no Mato Grosso do sul; RUÍDO do ambiente;

95.1-Montagem alternada em plano 95.1-FALA da delegada Molina sobre os fechado com movimentos feitos por outra dados e estatísticas de violência contra câmera; a mulher no Mato Grosso do sul; RUÍDO do ambiente;

96-Fade in branco para plano médio com 96-FALA defensora pública explica entrevista da DEFENSORA PÚBLICA; como foi defender Cira e quais argumentos utilizou; RUÍDO do ambiente;

96.1- Montagem alternada em plano 96.1-FALA defensora pública explica fechado com movimentos feitos por outra como foi defender Cira e quais câmera; argumentos utilizou; RUÍDO do ambiente;

97-Fade in branco para plano médio com 97-FALA da delegada Molina sobre os entrevista da DELEGADA ROSELY dados e estatísticas de violência contra MOLINA; a mulher no Mato Grosso do Sul; RUÍDO do ambiente;

62


97.1- Montagem alternada em plano 97.1-FALA da delegada Molina sobre os fechado com movimentos feitos por outra dados e estatísticas de violência contra câmera; a mulher no Mato Grosso do Sul; RUÍDO do ambiente;

98-Fade in branco para plano médio com 98-FALA da defensora pública sobre a entrevista da DEFENSORA PÚBLICA; defesa de Cira e de outras mulheres aqui em Campo Grande e como a justiça vê esses casos; RUÍDO do ambiente;

98.1- Montagem alternada em plano 98.1-FALA da defensora pública sobre a fechado com movimentos feitos por outra defesa de Cira e de outras mulheres câmera; aqui em Campo Grande e como a justiça vê esses casos; RUÍDO do ambiente;

99-Fade in branco para plano médio com 99-FALA da delegada Molina sobre entrevista da DELEGADA ROSELY como a lei defende os agressores e qual MOLINA; o ponto de vista dela da sentença que o Juiz deu para o agressor de Cira; RUÍDO do ambiente;

99.1- Montagem alternada em plano 99.1-FALA da delegada Molina sobre fechado com movimentos feitos por outra como a lei defende os agressores e qual câmera; o ponto de vista dela da sentença que o Juiz deu para o agressor de Cira; RUÍDO do ambiente;

63


PARTE 9 “QUEM ERA CIRA?” 100- Fade in preto para letreiro escrito 100-MÚSICA instrumental utilizada nos “Quem era a Cira?”; letreiros anteriores; 101-Fade in branco para plano médio com 101-FALA seu Adão explica quem era a entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; filha para ele; RUÍDO do ambiente;

101.1- Montagem alternada em plano 101.1-FALA seu Adão explica quem era fechado com movimentos feitos por outra a filha para ele; câmera; RUÍDO do ambiente;

102-Fade in branco para plano médio com entrevista da ASSISTENTE SOCIAL ARIZA; Montagem alternada em plano fechado com movimentos feitos por outra câmera;

102- FALA Ariza explica quem era cira e os alguns momentos marcantes que viveram juntas; RUÍDO do ambiente;

102.1- Montagem alternada em plano 102.1- FALA Ariza explica quem era fechado com movimentos feitos por outra cira e os alguns momentos marcantes que viveram juntas; câmera; RUÍDO do ambiente;

103-Fade in branco para plano médio com 103-FALA Suene conta que cira era uma entrevista da cunhada de Cira SUENE; mulher muito alegre; RUÍDO do ambiente;

103.1-Montagem alternada em plano 103.1-FALA Suene conta que cira era fechado com movimentos feitos por outra uma mulher muito alegre; câmera; RUÍDO do ambiente;

64


104-Fade in branco para plano médio com 104-FALA delegada Molina conta que entrevista da DELEGADA ROSELY Cira era uma mulher guerreira; MOLINA; RUÍDO do ambiente;

104.1- Montagem alternada em plano 104.1-FALA delegada Molina conta que fechado com movimentos feitos por outra Cira era uma mulher guerreira; câmera; RUÍDO do ambiente;

105-FALA seu Adão diz que cira era 105-Fade in branco para plano médio com uma mulher muito caprichosa e feliz entrevista do pai de Cira ADÃO DA SILVA; apesar das adversidades da vida; RUÍDO do ambiente;

105.1- Montagem alternada em plano 105.1-FALA seu Adão diz que cira era fechado com movimentos feitos por outra uma mulher muito caprichosa e feliz câmera; apesar das adversidades da vida; RUÍDO do ambiente;

106-Fade in branco para plano fechado da 106-FALA vizinha Zenir conta que Cira VIZINHA ZENIR na casa; era uma mulher feliz, persistente e sonhadora; RUÍDO do ambiente;

106.1- Montagem alternada em plano 106.1- FALA vizinha Zenir conta que fechado com movimentos feitos por outra Cira era uma mulher feliz, persistente e câmera; sonhadora; RUÍDO do ambiente;

65


107-Fade in branco para plano médio com 107-FALA psicóloga Elenize conta que entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; Cira era uma vencedora e que admirava muito a sorriso de Cira; RUÍDO do ambiente;

107.1- Montagem alternada em plano 107.1-FALA psicóloga Elenize conta que fechado com movimentos feitos por outra Cira era uma vencedora e que admirava câmera; muito a sorriso de Cira; RUÍDO do ambiente;

108-Fade in branco para plano fechado da 108-FALA vizinha Zenir conta que Cira VIZINHA ZENIR na casa; tinha muita esperança; RUÍDO do ambiente;

108.1- Montagem alternada em plano 108.1-FALA vizinha Zenir conta que Cira fechado com movimentos feitos por outra tinha muita esperança; câmera; RUÍDO do ambiente;

109-Fade in branco para plano médio com 109-FALA Ariza conta que Cira era uma entrevista da ASSISTENTE SOCIAL mãe zelosa e amava muito os filhos; ARIZA; Montagem alternada em plano RUÍDO do ambiente; fechado com movimentos feitos por outra câmera;

109.1- Montagem alternada em plano 109.1-FALA Ariza conta que Cira era fechado com movimentos feitos por outra uma mãe zelosa e amava muito os filhos; câmera; RUÍDO do ambiente;

110-Fade in de branco para plano médio 110- FALA JAH sobre a saudade que com entrevista do filho de Cira, JAH; sente da mãe e que ela cuidava muito deles; RUÍDO do ambiente;

66


110.1- Montagem alternada com planos 110.1- FALA JAH sobre a saudade que fechados em movimentos feitos por outra sente da mãe e que ela cuidava muito câmera; deles; RUÍDO do ambiente;

111-Fade in branco para plano médio com 111-FALA psicóloga Elenize conta que entrevista da PSICÓLOGA ELENIZE; Cira era uma vencedora e que admirava muito a sorriso de Cira; RUÍDO do ambiente;

111.1- Montagem alternada em plano 111.1-FALA psicóloga Elenize conta que fechado com movimentos feitos por outra Cira era uma vencedora e que admirava câmera; muito a sorriso de Cira; RUÍDO do ambiente;

113-Fade in de branco para plano 1 com 113-MÚSICA instrumental de fundo imagens da internet de Cira sorrindo e indicando felicidade; alegre com filhos; RUÍDO do vídeo; 114-Fade in de branco para plano 2 com 114-MÚSICA instrumental de fundo imagens da internet de Cira sorrindo e indicando felicidade; alegre com filhos; RUÍDO do vídeo; 115-Fade in de branco para plano 3 com 115-MÚSICA instrumental de fundo imagens da internet de Cira sorrindo e indicando felicidade; alegre com filhos; Fade out; RUÍDO do vídeo;

67


PARTE 10 “FINAL” 116- Fade in preto para foto de CIRA 116-SILÊNCIO sorrindo e data de nascimento e morte e texto dizendo que o documentário fez uma homenagem a ela e todas as mulheres que já sofreram violência doméstica; 117- Fade in para sobe créditos

117-MÚSICA instrumental

118-Fade in preto para créditos com 118- MÚSICA continua; sobreposição de quadros de vídeos e fotos RUÍDO de vozes dos vídeos do making do making off; off;

119-FIM

119-SILÊNCIO

68


8.6 Roteiro de Montagem

ROTEIRO DE MONTAGEM (obs: após as filmagens foram feitas as decupagens das entrevistas e organizados os trechos que seriam efetivamente utilizados, dando origem a este roteiro) PLANOS/

DEIXA

MINUTOS

VÍDEO

ENTREVI STADOS HISTÓRICO 1º

A história de vida da dona Cira se

DELEGA-

resumiu aos fatos que foram trazidos 00:43 – 2:11 DSC_6934

DA

para a unidade policial. Nós temos

MOLINA

um canal de denúncia que não é só da Delegacia da Mulher, é do país todo que é o Disque 180. Então é um canal onde as pessoas podem fazer denúncias

gratuitamente

sem

precisar se identificar. Chegou para nós

que

havia

uma

mulher,

juntamente com os seus filhos, em situação de cárcere, presa, né, sem poder

sair

e

Paralelamente

se nós

locomover. disparamos

nossos investigadores para que fossem até lá e paralelamente a polícia militar também se deslocou para o local com a denúncia de uma agente de saúde. Chegaram ao local e

constataram

senhora

a

que havia

dona

Cira,

essa

casada,

segundo o que foi apurado o marido saía para trabalhar e a deixava fechada de casa, com o portão 69


trancado, inclusive no muro da casa tinha um espelho onde dava pra se verificar quem estaria chegando, se aproximando da casa. Ela possui 4 filhos, todos menores e a situação era dramática, porque as condições de vida do local, eram sub-humanas. 2º

“A cira era empregada doméstica. E 7:25 – 8:21

PSICOLÓ

quando, numa ocasião, ela estava

GA

passando por uma obra, um homem

ELENISE

mexeu com ela, começou a se

009_3914

aproximar dela, ela sempre via aquele homem lá. Esse homem era o Ângelo, que era o ex-marido dela, pai dos filhos dela. E ele se aproximou, começou a procurar, se aproximar e começou a conquistar e começou a xavecar, a falar... E ela foi se encantando pela forma que ele falava, pelas coisas que ele falava e ela foi aceitando então toda aquela, todo aquele galanteio. Só que ele tinha um relacionamento. E ela disse então “ou eu ou ela”, né. Não dá para ser amante. E ele então decidiu ficar com ela. ”

3ºSEU

“Ela veio aqui e disse que ia casar

ADÃO

com ele, eu gosto dele, aí eu disse 1:59 – 2:21

MVI_5257

olha minha filha você que sabe, você que vai viver, eu não gostei dele não, pelo jeito dele eu vi que ele não é boa 70


gente, você é quem sabe, então ela disse, pois eu gosto dele, então está bom. ”

“Ele era um homem de religião, ia

PSICOLÓ

para igreja e tal, e de repente ele foi 8:29 – 8:44

GA

deixando a religião e se tornando um

ELENIZE

alcoólatra. E começou a buscar o

009_3914

álcool, então ele, antes costumava chegar em casa numa boa, agora começou a chegar alcoolizado. ” “Ela disse que quando nasceu o

ASSITENT primeiro filho, aí ele começou a 9:00 – 9:28

Entrevista

E SOCIAL mudar o comportamento dele e ele 9:35 – 9:43

Ariza

ARIZA

começou

com

as

agressões,

xingava, né. Mas ela achava que era normal, pois às vezes ele estava alcoolizado, então, ele sempre bebia e todas as vezes que ele bebia, ele agredia. Os anos foram passando, foram

nascendo

mais

filhos,

o

primeiro foi o Zaqueu e depois o Jah.”

6º ADÃO

SEU “Fui la na delegacia dei queixa la na delegacia das mulher ai a delegada 3:38 – 4:31

MVI_5257

mandou buscar eles la na casa deles ai foi ela ele e esse filho mais velho , os outros ainda não era nascido, ai na frente da delegada ela falou na 71


frente da delegada, meu pai não prestava para mim, ele me jogava na rua com a barriga grande meu pai judiava de mim, mas com medo dele, pois ele ameaçava ela se ela falasse bem de nós ele ia matar todo mundo, ai ela falava isso ai, mas falava com medo né, com medo dele matar ela, matar nós da família inteira né, eu não entendia isso aí.”

VIOLÊNCIA 7ºELENIZ

“E aí começou, ela engravidou e aí

E

cuidava da casa e ele foi cada vez 9:00 – 9:31

009_3914

segurando ela dentro de casa. Ela deixou de trabalhar porque tinha os filhos para cuidar. E chegou o momento que ela era o saco de pancada dele. “A vida não está legal”, apanha. “Ah, eu briguei lá fora, é tu que vai apanhar”. Então as coisas começaram a ficar muito diferente daquilo que ele tinha prometido, aquilo que eles viviam no começo. ” 8ºDEFENS “Olha, não é a primeira vez que a ORA

gente atende um caso de uma 7:14 – 7:44

GRAZIEL

mulher que ficou em cárcere privado

E

pelo marido, mas com tanto tempo

010_0312

assim foi a primeira vez que a gente atendeu aqui na defensoria. Nunca 72


ninguém permaneceu tantos anos nesse ciclo de violência e levada a agressões tão sérias né, como foi no caso

dela,

ela

constantemente

era

violentada

né,

apanhava

muito, sofria muito. ”

9ºELENIZ

“Quando eu encontrei a Cira, ela

E

estava,

muito 4:46 – 5:32

fisicamente,

009_3914

machucada. Ela tinha roxos nos braços, nas nádegas. Ela tinha o rosto machucado e ela tinha uma alma destroçada. Ela tinha medo de tudo, ela tinha pavor do agressor. Ela tinha medo mesmo, muito medo. E ela não tinha, por exemplo, os dentes da frente, o que deixava ela muito envelhecida, muito judiada. ”

10º

SEU “Estava machucada, judiando dela,

ADÃO

judiava

muito

dela,

ela

vinha 6:39 – 6:57

MVI_5257

sofrendo, tinha marca de panela... quente que ele chegava nela para queimar, chutava a perna dela. Destroçou a perna dela...” 11º ARIZA

“Ela não entendia muito o que era o estupro né, ela não sabia dizer. Mas 15:22

– Entrevista

ela disse assim, que todos os filhos 15:32

Ariza

ela teve porque ela quis. ” “A diferença de um para o outro, do 15:40

primeiro para o segundo, é de um 16:18 ano e do outro, do Jah para o Mateus 73


é quase cinco anos e do Mateus para o Davi também é cinco anos, teve um tempo, né. Eu acredito que nesse período ela perdeu algum filho, ela dizia que às vezes ela estava gestante, ele batia e ela acabava perdendo o bebê, abortando, né. ” (Acho importante ela falar dos filhos, pq é a única parte que fala todos os nomes deles, e o mayk pode colocar imagem dos 4 enquanto ela fala.)

12º

“Os filhos também sofreram muita

DEFENSO

violência

RA

psicológica,

física, há

muita

violência 5:25 – 5:39

relatórios

010_0312

nos

processos comprovando isso, todos eram vítimas de violência ali dentro e aguentaram por muitos anos essa violência. ” 13º

“E quando eles vinham falar eles

ELENIZE

tinham que ajoelhar nos pés do pai 11:45

– 009_3914

para falar, eles não podiam falar 11:56 assim, era ajoelhado, com a cabeça baixa senão já apanhava. ” 14ºDELEG “As violências sofridas são muitas, e ADA

aí eu ressalto que a lei Maria da 4:14 – 5:58

DSC_6934

Penha foi muito feliz quando ela descreveu quais são as formas de violência que uma mulher pode sofrer, que são cinco formas: a violência física, moral, psicológica, 74


patrimonial e sexual. E no caso da dona

Cira

vislumbrar

a

gente

todas

inicialmente

conseguiu

elas.

ela

Porque

estava

toda

marcada, toda, ela tinha marcas, hematomas, nas pernas, nos braços, nas costas, no rosto e questionada ela disse que havia apanhado com cabo de vassoura. Ela não tinha os dentes da boca, porque ela disse que ele tinha quebrado com socos, que ele desferia no rosto dela. Moralmente ela estava destruída, porque as ofensas, as injúrias, os xingamentos, eram constantes. A colocação

dela

numa

condição

inferior, “você não presta, você é uma vagabunda, você não vale nada”, eram constantes. Então, a violência moral, era completamente caracterizada.

A

violência

psicológica, muito mais, “se você sair daqui eu te mato”, se os meninos saírem daqui eles serão mortos por bandidos da rua”, enfim. A violência patrimonial porque ela não tinha nada e o pouco que se tinha ali era destruído, devassado. E a violência sexual que ela se constrangeu demais em contar. Era íntimo demais para ela. ”

75


15º

“As pessoas ainda têm na cabeça, e

ELENIZE

não é só homem não, tem muita 10:29

– 009_3915

mulher que acredita, que a única 11:15 violência é quando apanha. “Ah, ele não te bateu, você não sofreu violência”.

Ser

ameaçada,

xingada,

ouvir

ser

toda

essa

humilhação, não é violência? Então, quando as mulheres chegam para nós

atendermos

no

Centro

de

Atendimento, elas chegam assim, com a alma machucada. E a alma machucada é muito pior que um corpo machucado. Porque um roxo, corte, isso vai fechar, o corpo vai curar. Mas a alma é muito difícil. ” CÁRCERE 16º

“Ela se casou muito nova, a partir daí

DELEGAD

ela

A

emprega doméstica, um período,

tinha

trabalhado

como 6:39 – 7:12

DSC_6934

mas quando ela foi morar com ele, ela ficou restrita ao lar. E a partir daí ele não deixou mais ela ter contato com o mundo externo. Tanto que o avô, o pai dela, pensou que ela tinha morrido, o pai dela não conhecia os netos, ele foi conhecer os netos através de uma fotografia que eu mostrei. ” 17

Embora ele levasse ela em alguns

DEFENSO

lugares, por exemplo, quando ela foi 6:02 – 6:30

RA

ter os bebês, ela teve que ir para o

010_0312

76


hospital, não fez o pré-natal de todos os bebês. Então algum pré-natal ele levou ela para fazer, mas sempre ela estava com ele e sendo vigiada por ele. As crianças iam à escola, não todos, dois frequentavam a escola, mas

eles

sempre

constantemente

estavam

vigiados,

eles

tinham que ir e voltar. ”

18

“A pior coisa que aconteceu é que

ELENISE

ele foi levar a Cira para morar num 9:33 – 10:32 009_3914 lugar que ela nunca tinha visto. Ela não sabia que lugar era aquele. Um lugar muito distante de onde a família morava. A família dela. E ele nunca ensinou para ela “olha, você vai sair daqui você vai pegar esse ônibus, e você vai chegar na casa...”, não. Ele disse para ela “olha, para sair daqui você tem que ir comigo” e ela não sabia sair daquele bairro. E um dia ele disse para ela “tua família, o teu pai morreu”. Ele foi dando notícia de que a família dela tinha acabado. contato

Como

não

tinha

a

família,

não

essa

família,

ela

com

encontrava

ela

acreditou. E aí ela achava que estava sozinha no mundo. Então se ela saísse, fugisse, ela ia para onde?

77


Que casa? Que amigos? Não tinha. ” 19

“Embora ela tivesse a chave da

DEFENSO

residência,

RA

permanentemente vigiada por ele e

ela

se

sentia 5:07 – 5:24

010_0312

ela não podia sair da residência, não conseguia sair em razão dessa tortura psicológica que era feita com ela, dentro da casa dela e com os filhos. ” 20

“Para se ter uma ideia, ali não tinha

DELEGAD

banheiro, era apenas um buraco no 2:11 – 2:51

A

chão, o fogão onde ela cozinhava

DSC_6934

era uma placa de metal onde se colocava lenha. Na casa o alimento que existia era apenas arroz, arroz cozido e arroz cru. Não tinha chuveiro elétrico, não tinha chuveiro, eram duas fileiras de tijolos, enfim, uma situação super precária, mas que da rua não dava para ver porque os muros eram

muito

altos e

fechados. ” 21 ARIZA

“Teve aquela vida muito difícil e ela achava que era impossível ela sair, 10:49 alguém encontrá-la, alguém olhar 11:21

– Entrevista Ariza

para ela e ajudar. Tanto é que o Zaqueu o mais velho ele via na televisão

que

várias

mulheres

tinham sido resgatadas e tinham ido para

um

abrigo

ou

centro

de

atendimento e ele convidava a mãe 78


para deixar tudo, mas ela tinha muito medo, muito medo mesmo. ”

22

SEU “Foi um sofrimento de 22 anos,

ADÃO

sofrendo eu e minha velha, nós 9:29 – 10:13 MVI_5257 sofrendo sem ela, sabendo que ela estava lá não podia ir lá, que se fosse lá ou nós ‘punha-se’ o pé, ela, ele falava que não era para ela receber nós, ele deixou até revolver com ela lá, que por acaso eu chegasse lá ou a mãe dela era para ela atirar em nós, eu tenho um sentimento disso que é só Deus para tirar, você está me entendendo? É só Deus para tirar esse sentimento. ”

23

“A dona Cira, ela foi considera

DEFENSO

vítima, inicialmente, de um cárcere 2:08 – 2:53

RA

privado. Ela estava em casa, na casa

010_0312

dela, juntamente com os filhos e ela era impossibilitada de sair de lá. Então essa foi a denúncia inicial que o Ministério Público fez contra o agressor. ameaça

Por e

lesão

sequestro.

corporal, Ele

foi

denunciado no dia 4 de janeiro de 2014. O boletim de ocorrência foi realizado dia 18 de dezembro de

79


2013 e em 4 de janeiro de 2014 ele foi denunciado por esses crimes. ”

24

“Quando ele chegou 11 horas para VIDEO

VIZINHA

almoçar já estava tudo cercado, ficou VIZINHA polícia lá, no canto, polícia ali, polícia aqui e nós tudo aqui na casa da vizinha

escondidos,

quando

ele

chegou para almoçar já estava a menina da saúde, estava ela e eles, a polícia parece que tinha dois policiais lá dentro, daí ela pegou, daí as crianças gritava, aquele mais velho falava assim: “mãe, pelo amor de Deus, olha só o que a senhora foi fazer, o pai vai matar nós”, falava para ela. Aí a menina da saúde começou a explicar e conversar, aí quando ele desceu da bicicleta a polícia chegou por trás dele e algemou ele e levou ele. Foi tudo tão ligeiro. Não deu tempo de reagir, porque no que ele foi abrir o portão para entrar, já tinha polícia lá dentro, já estava lá fora esperando, no que ele foi abrir que ele não ia esperar que ia vir alguém lá de fora para esperar ele ali na frente. ” LIBERTAÇÃO 80


25

“De imediato ela foi conduzida para

DELEGAD

a Delegacia da Mulher e aí já se 2:53 – 3:33

A

iniciou a surpresa da situação.

DSC_6934

Primeiro porque ela não quis vir para a delegacia, ela estava temerosa de que, o autor, o agressor, marido dela, tinha um horário determinado para chegar em casa e se o almoço dele

não

estivesse

pronto,

ela

sofreria represálias. Então, ela já não queria vir de medo. E as crianças também,

todos,

assustados

de

entrar num carro e se deslocar para qualquer lugar que fosse. ” 26

“Quando eu a encontrei, ela estava

ELENISE

com muito medo porque ela não 12:38

– 009_3914

sabia o que ia acontecer com ela. Ela 13:11 não sabia o quanto ela estaria protegida. Para ela a qualquer momento ele ia aparecer, ia levar, ia acabar com ela. Ela tinha o tempo todo aquele medo, aquele pânico, da presença, de que ele chegasse. Ela estava dentro da delegacia e ela tinha a impressão de que ele ia chegar. ” SEU “Então eu deixei, esqueci dela, esqueci dele, eu não fui mais atrás, 5:20 – 5:49 ADÃO até que um dia com 22 anos chegou 8:45 – 9:13 aqui a notícia que seu genro está preso e você vai lá na delegacia que está tudo lá sua filha com a família, está tudo lá. ” 27

MVI_5257

81


28 ARIZA

“Vieram aqui me buscar, aí lá nós encontramos tudinho, abraçamos, eu fiquei muito contente de estar lá, fiquei muito satisfeito, muito contente de ter encontrado eles que isso aí eu não tinha sossego. Agora eu estou tendo sossego. ” “A dona Cira, eu a conheci no dia 18 de dezembro de 2013, após a 00:45 - 1:11

Entrevista

passada dela pela Delegacia da

Ariza

Mulher, quando a delegada Molina me ligou dizendo que tinha um caso que deveria ser encaminhado para a Casa Abrigo, que ela não tinha onde ficar naquele momento com quatro filho

e

ela

precisava

do

abrigamento. ” 29

“Ela ficou abrigada, nós temos a

DELEGAD

Casa Abrigo aqui no Estado, então

A

ela ficou abrigada por 90 dias. Então

2:02 – 2:41 DSC_6935

ela e os filhos, nesse período, eles tiveram

o

psicossocial. sociais,

acompanhamento Então

psicólogos,

assistentes médicos,

dentistas, então aí é que eu digo que a rede funciona, porque além da Delegacia da Mulher fazendo esse trabalho de responsabilização do autor, nós tínhamos que cuidar também da parte dela, né, da família, dela e dos filhos. ” 30 ELENISE

“Todo tempo que ela esteve na Casa Abrigo, esteve abrigada, ela estava 2:16 – 2:40 em atendimento comigo, no Centro de Atendimento; quando ela saiu da

009_3914

82


Casa Abrigo, que ela foi para casa da família, ela continuou em atendimento e ela só parou quando ela entrou em processo de alta, e aí ela estava bem e nós terminamos o procedimento, todo o tratamento. ” 31 “Então a gente foi notando que logo DEFENSO quando ela saiu da casa né, que ela 8:44 – 8:59 foi libertada, passou a ficar na Casa RA Abrigo, depois na casa do pai, do seu Adão, ela foi retomando a felicidade dela. ” 32 “E com a ajuda da população, de DELEGAD empresários, o pai dela estava 5:55 – 6:05 construindo uma casa para ela e A para os filhos ali do lado. ” 33 SEU Vídeo do seu Adão mostrando a casa que ele construiu para a dona ADÃO Cira. LEI 34

“Qualquer caso de violência se

DELEGAD

aplica a lei Maria da Penha, violência 8:24 – 8:49

A MOLINA doméstica

e

familiar.

010_0312

DSC_6935

DSC_6934

Então,

inicialmente, ao chegar a notícia do crime a primeira providência da Delegacia da Mulher é se inteirar dos fatos,

registrar

um

boletim

de

ocorrência e nessa situação nós lavramos o auto de prisão em flagrante. Então de imediato ele foi autuado e foi encaminhado para o poder judiciário. ” 35

“Todas as medidas cíveis e criminais

DEFENSO

que a defensoria pôde entrar, a 11:14

RA

defensoria entrou. Ele foi preso. Ao 11:38

– 010_0312

final o que houve foi uma discussão 3:22 – 3:40

83


do crime que ele havia praticado. Se foi

cárcere

privado

constrangimento

ou

ilegal.

se

foi

E

na

sentença, entendeu-se que pelas provas do processo, não conseguiu enquadrar no crime de cárcere privado. “Então ele teve o total de pena de 2 anos,

9

meses

e

10

dias,

inicialmente em regime aberto. Até sair essa sentença ele ficou preso. Depois como saiu em regime aberto, foi solto. Então, essa sentença saiu dia 6 de junho de junho de 2014. ” 36

SEU “A justiça nossa é boa, mas tem hora

ADÃO

que ela falha também, então a justiça 00:00

– MVI_5259

justa nossa é a justiça de Deus, que 00:26 a justiça de Deus é justa, a justiça de Deus não falha, agora a justiça da terra falha, são boas, mas elas falham. ” 37

“Esse processo ainda não acabou. O 3:41 – 4:03

DEFENSO

processo criminal. Ele vai ser levado 4:19 – 4:35

RA

agora pela Defensoria Pública de

010_0312

segunda instância de defesa da mulher para o STJ, para o Superior Tribunal de Justiça lá em Brasília. A gente

está

recorrendo

dessa

sentença tentando provar que o que houve foi um cárcere privado e não constrangimento ilegal. ”

84


“Porque a gente entende que ela estava numa situação de violência tão grande dentro dessa casa que ela não tinha força, não tinha condição psicológicas de sair, de se livrar, dessa violência que ela estava sofrendo dentro da casa. ” DOENÇA 38

“Ela chegou no Hospital do Câncer

MÉDICO

sendo encaminhada do Hospital 01:42 – 2:53 DSC_6936 Universitário. Ela teve um problema com relação ao esposo dela e foi mandada

para

o

Hospital

Universitário. Chegando lá, havia um problema na perna e foi feita uma primeira cirurgia nela nesse Hospital Universitário e essa cirurgia não evoluiu de uma maneira cicatricial normal. E aí houve a hipótese, houve uma sugestão de que ali naquela perna havia algo de errado, por isso foi solicitado uma vaga para o Hospital

do

Câncer,

para

uma

melhor averiguação porque uma cicatriz feita numa pessoa normal e que conduz o caso normalmente, ela tende a cicatrizar com 15 a 21 dias, de duas a três semanas, e não foi o que aconteceu com a dona Cira, não houve a cicatrização dessa primeira cirurgia

realizada

no

hospital

universitário. ” 85


39 ARIZA

“Quando ela adoeceu, a irmã dela me avisou, ‘não está bem e tal’. Fui 25:45 visitar

vi

que

realmente

era 26:41

– Entrevista Ariza

complicado, uma semana antes dela falecer eu fui até o hospital e quando eu a vi eu assustei né, porque quinze dias antes ela estava bem e ela disse assim para mim: ‘Ariza eu não vou viver muito tempo’, eu falei: não claro que não, Deus vai te curar, falei assim para ela. E ela disse assim para mim: ‘não, eu sei que não vou viver por muito tempo, essa doença não é fácil e eu sei que já atingiu outros órgãos’. Então ela já tinha consciência que ela não estava bem e ela disse assim para mim, ‘eu quero que você fale para o meu pai para ele ficar tranquilo, pois eu já perdoei o Ângelo’, então foi algo, assim, que me marcou muito. ” 40

“Ela foi encaminhada para o nosso

MÉDICO

Hospital do Câncer, Alfredo Abrão, 02:54 – 4:09 DSC_6936 onde ela passou por uma avaliação. Nesta

avaliação

a

gente

diagnosticou, fizemos o diagnóstico, de um sarcoma muscular e um tumor, um câncer, que acontece na musculatura da coxa dela e essa é uma doença muito grave. Dentre a nossa

investigação,

certo,

nós

descobrimos que ela tinha já, além 86


do câncer originário na coxa do lado direito, ela tinha já metástase, tanto para pulmão e depois, dentro da internação,

com

algumas

convulsões que ela teve, a gente descobriu que ela tinha também metástase cerebral, então é um quadro oncológico muito grave a gente chama de estádio 4, significa que o câncer não está mais só no local de origem na coxa e sim já estava espalhado por todo o corpo dela. ” 41

“A

gente

sempre

acompanhou,

CUNHAD

quando precisava ir no hospital levar 2:12 - 3:18

A SUENE

eles, eu ia com eles, mas uma coisa

MVI_5263

que me marcou muito, assim, até vou chorar, foi o dia que ela pediu para levar eles no sábado, ela morreu na segunda, né, eu levei eles, na hora do almoço, para eles não ficar muito em cima dela, aí eu falei, assim, que ia levar eles, aí ela disse: ‘deixa eles ficar mais um pouquinho comigo’, né, aí eles ficaram mais um pouquinho com ela. A gente como mãe, assim, a gente fica pensando, porque não podia ter ficado mais, se possível o dia inteiro. Isso me marcou muito. Ela está num lugar melhor, né. O sofrimento foi rápido, o que a gente pediu para 87


Deus, Deus proporcionou. E agora tem 4 filhos que estão aí, né. Mas a gente vai cuidar. ” 42

“Ela começou a ter convulsões,

MÉDICO

dificuldade respiratória, tudo por 5:47 – 6:33

DSC_6936

conta dessas metástases que já estavam nessas localizações. Então, até a gente conseguir estabiliza-la clinicamente certo, até conseguir que ela conseguisse, que ela fizesse o

pós-operatório

dela

de

uma

maneira mais segura, que teria que ser no Centro de Cuidado de Terapia Intensivo, CTI, a gente precisava segura-la

num

hospital

com

medicação na veia forte para que ela não sofresse, para que ela não tivesse dor, mas a evolução da doença foi tão rápida que nem deu tempo de opera-la, ela acabou falecendo da doença. ” MORTE 43

“Eu sei que o momento da morte é

DELEGAD

algo que eu não gosto nem de 7:26 – 8:07

DSC_6935

A MOLINA lembrar porque mexe muito com a gente, é.... A explicação que eu dou é que Deus só leva para Ele quem está pronto. Se a pessoa não está preparada para ir, Deus não leva não. Eu quero acreditar nisso porque ela viveu um ano, um ano e meio de muita paz. De muita tranquilidade, 88


uma vez que ela estava com os pais, junto com os filhos, numa situação de não violência. ” 44 ARIZA

“Foi assim, bastante difícil para mim, né, porque eu amava muito e ela 29:22 marcou muito a minha vida. ”

29:35

– Entrevista Ariza

CENAS VELÓRIO QUEM ERA CIRA 45

“A Cira era uma mulher encantadora 00:21

ELENISE

no

sentido

de...

Ela

– 009_3916

sempre 00:28

melhorava o meu humor.”

1:16 – 2:05

“Ela era muito para frente assim, eu digo de... De bem com a vida. Apesar de tudo que aconteceu com ela, até mesmo na delegacia, o dia em que eu a encontrei, ela estava com medo, estava apavorada, mas ela me recebeu como se eu fosse amiga dela. Sabe, ela não falou assim “quem é você? ”. Não, ela era aberta com as pessoas, era uma pessoa que recebia sempre o outro como um possível amigo. Não era desconfiada, apesar de tudo que ela viveu. E ela era uma mulher muito alegre. Muito alegre. Ela não tinha os dentes da frente no começo, né, mas ela ria assim mesmo. Ela não colocava a mão, ela ria! Porque era dela. Ela não conseguia esconder ou 89


fingir que ela, quando estava com vontade de rir, ela ria. ” 46

“Era isso que eu via na dona Cira, 10:16

DEFENSO

uma pessoa que foi resgatando, 10:31

RA

sabe, sua alegria de viver. Que em todo

esse

processo,

ela

– 010_0312

foi

resgatando o sorriso, o brilho no olhar e a alegria de viver. ” 47

SEU “Tem horas que eu fico vendo ela na

ADÃO

minha frente. Coitadinha, ela nunca 00:56 – 1:28 MVI_5259 me respondeu nada, tudo que eu pedia para ela fazer, ela fazia, ela era

uma

menina

‘paciensosa’,

caprichosa com a casa, limpava a casa, lavava sua roupa, cuidava dela tudo certinho, tudo que a gente falava com ela, ela estava pronta para fazer, não reclamava nada, ela pra mim é do meu coração, Deus que abençoe não tenho nada que reclamar. ” 48

“Uma mulher muito simples, mas

DELEGAD

muito batalhadora, muito guerreira e 3:16 – 3:34

DSC_6935

A MOLINA com muita esperança de que as coisas

fossem

melhorar.

A

preocupação dela era sempre de colocar os filhos para estudar, de tirar os filhos daquela situação. ” 49 ARIZA

“A dona Cira era uma pessoa boníssima, nossa ela tinha, assim, 17:01 uma bondade, um coração de ouro, 17:16

– Entrevista Ariza

90


porque ela era apaixonada por aqueles filhos. ”

50

JAAH “Ela era a melhor mãe, né, e que ela

FILHO

tinha mais carinho, eu tinha mais 00:28

– MVI_5262

carinho por ela, ela me ajudava e eu 00:55 também ajudava ela nas coisas que ela

fazia,

no

sentimento

dela,

quando ela ficava triste e o abraço que eu lembro, que ela me dava. ” 51

“Sempre ela ia lá conversar comigo,

CUNHAD

tudo que ela passou, tudo que ela 03:24

A SUENE

sofreu.... O coração dela podia 03:40

– MVI_5263

chorar por dentro, mas ela sempre sorria. ” 52 ADÃO

SEU “O que eu tinha hoje para falar para ela é que Deus que abençoa ela e 2:44 – 3:37

MVI_5259

que agora ela está sossegada, está tranquila e quando ela estava aqui ela estava desassossegada. O que eu tenho para falar para ela é que você

está

tranquila

sossegada,

porque você está nas mãos de Deus. Você já saiu aqui desse inferno, porque aqui na terra é um verdadeiro inferno você está me entendo? Morte, guerras, filho contra pai, pai contra filho, é só inferno, ela está num lugar tranquila, eu queria estar no lugar dela, onde é que ela está. É o que eu tenho para falar para ela, que eu queria estar onde ela está, 91


mais perto de Deus, onde eu vou estar tambÊm. �

92


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