1. o faraó chega em campo grande
Campo Grande, 14 de outubro de 1967. A edição de número 5.041 do jornal Correio do Estado, autointitulado como o “diário vespertino de maior circulação em Mato Grosso”, chegava às bancas e locais de venda na tarde de um sábado com uma notícia quente. A manchete principal, em letras garrafais ocupando de ponta a ponta a parte superior do jornal, dava conta de uma política de contenção de gastos articulada pelo então go-vernador do estado, Pedro Pedrossian. Preocupado com a situação financeira, o mandatário mato-grossense desde 31 de janeiro de 1966 pedia a seus secretários, de acordo com a matéria, que “limitassem ao máximo todos os gastos com a administração, concentrando os recursos postos à sua disposição nos investimentos de infraestrutura”. Já no centro da capa do periódico campo-grandense, uma reportagem creditada pelo veículo à “imprensa brasileira” discorria a respeito de um encontro do presidente Costa e Silva com um grupo de deputados estaduais e federais de Mato Grosso. O conglomerado dirigia-se ao Palácio do Planalto na intenção de denunciar novos “desmandos e corrupção” na gestão de Pedrossian, ao passo que, em resposta, o marechal afirmava estar “absolutamente afastada a hipótese de uma intervenção federal (...), pois o problema é regional”, que deveria “ser resolvido entre a Assembleia Legislativa e o chefe do Executivo estadual”. 15