Gigante de chumbo

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6. atrasado, mas quase lá

O ano de 1970 se aproximava de sua metade. Segundo nova estimativa revelada pela licitação de término da obra, restavam pouco mais de seis meses para a inauguração do estádio. O primeiro prazo firmado pelo governo estadual já fora rompido em abril daquele ano. O sumiço do dinheiro arrecadado com as vendas de cadeiras cativas, de responsabilidade da LEMC durante a gestão de Levy Dias, não foi justificado à nova diretoria da entidade, o que causou o rompimento da associação entre a liga e o governo estadual de Pedro Pedrossian. Na edição do dia 4 de junho de 1970, o Correio do Estado publica um trecho do relatório providenciado pela CODEMAT, que assumiu a edificação do estádio após a saída da LEMC. De acordo com o fato noticiado, o Morenão já custara Cr$ 1.959.594,14 aos cofres públicos, em que a maioria do valor havia sido empregada na construção civil, com Cr$ 1.640.602,60. Os serviços preliminares de terraplanagem e movimento de terra saíram por Cr$ 117.259,32, enquanto as “despesas realizadas pela Liga Esportiva Municipal Campograndense” somaram Cr$ 212.732,22. O diário vespertino não especifica quais foram estas despesas empregadas pela LEMC, responsáveis por quase o dobro dos gastos com a terraplanagem. O jornal ainda explica que Cr$ 805.258,17 do montante eram representados por promissórias a vencer, enquanto Cr$ 224.281,82 eram provenientes de receitas das cadeiras cativas comercializadas pela liga campo-grandense. Ou seja, ao contrário do que se prometeu 63


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