Mães de primeira viagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE JORNALISMO

MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM O laço da amamentação

Tayana Cristina de Mello Vaz

Campo Grande SETEMBRO/2016


MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM O laço da amamentação

Tayana Cristina de Mello Vaz

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientador: Prof.º Marcelo Vicente Cancio Soares

UFMS Campo Grande SETEMBRO - 2016


Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 5 1- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ......................................................................................... 7 1.1 Execução: .......................................................................................................................... 7 1.2 Dificuldades encontradas ............................................................................................ 11 1.3 Objetivos alcançados ................................................................................................... 11 ................................................................................................................................................... 11 2- SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS: ............................................................................. 13 2.1- Amamentação ................................................................................................................ 13 2.1.1- Principais motivos que causam dor ...................................................................... 15 2.1.2 - As vantagens de amamentar................................................................................ 16 2.1.3 Massagem Mohri Adaptada .................................................................................... 17 2.1.4 Doação de Leite ........................................................................................................ 17 2.1.4.1 Procedimento de coleta ........................................................................................ 18 2.2 Técnica.............................................................................................................................. 18 2.2.1 – Telejornalismo ........................................................................................................ 18 2.2.2 - Reportagem ............................................................................................................. 19 2.2.3 A pauta ....................................................................................................................... 21 2.2.4 Entrevistado e repórter ............................................................................................ 22 3- Considerações finais .......................................................................................................... 23 4- Referências ............................................................................................................................ 25 4.1 Livros ................................................................................................................................ 25 4.2 Periódicos ...................................................................................................................... 25 5 - ANEXOS ................................................................................................................................ 26


RESUMO No vídeo reportagem é desenvolvida a explicação das técnicas e benefícios da amamentação. São demonstrados alguns procedimentos que podem ser feitos durante a gestação até o nascimento do bebê. Relatos de quatro mães sobre as dificuldades que tiveram pela falta de orientação. Em entrevista, profissionais da saúde explicam o modo adequado do bebê lactar para que não cause dor e machucados; As características e os benefícios do leite materno e a alternativa para as mães que possuem uma grande produção láctea, a orientação e demonstração de como faz a doação do aleitamento.

Palavras-chave Comunicação; vídeo reportagem; gestação; amamentação; aleitamento materno; doação de leite.


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INTRODUÇÃO O vídeo reportagem traz informações e orientações sobre a fase da amamentação. São explicados procedimentos que podem ou não ser feitos nos seios durante a gestação; a importância da mãe, ainda no pré-natal como maneira preventiva, aprender a fazer a Massagem Mohri Adaptada1, que resulta no estímulo de toda a circulação vascular e a rede linfática das mamas desobstruindo os ductos, facilitando na hora da mamada. Apresenta como funciona o início do ciclo do aleitamento, e que, é importante que a gestante tenha uma assistência de profissionais capacitados para atendê-la e também, o apoio familiar é fundamental. Porém, é uma fase individualizada e que cada mãe e filho se adaptam de maneiras diferentes. Os procedimentos da prática da amamentação se aplicam para todas as lactantes, mas, há quem encontre dificuldades e por falta de orientação algumas acabam desistindo do ato. Durante a gestação, o corpo da mulher começa a se preparar, biologicamente, de forma apropriada e capaz de amparar todas as necessidades do recém-nascido. Com base nisso, o projeto experimental “Mãe de primeira viagem: o laço da amamentação” demonstra para as mulheres em geral, mães ou não, as técnicas que podem ser aplicadas para que não haja dificuldades durante o período do aleitamento e a explicação sobre a composição e benefícios do leite materno. O ponto central do projeto é a explicação técnica e demonstração educativa da forma que ato da amamentação é realizada na prática, mesmo que, algumas mulheres já tenham passado por dificuldades ou ouviram relatos de que é uma fase dolorida. O vídeo explica a importância de persistir no ato da amamentação, pois traz inúmeros benefícios para a mãe e principalmente para o recém-nascido. A composição do leite materno é especifica para sua espécie, ou seja, contém todos os nutrientes que o bebê precisa para seu desenvolvimento. Além de fornecer os principais fatores de defesa, é uma proteína homóloga que não causa reação alérgica. Na questão psicológica cria-se um vínculo materno em que a criança se sente mais segura e a mãe 1

Massagem dos movimentos das mamas que se aplica na base da musculatura peitoral resultando na desobstrução dos ductos causando alívio evitando o ingurgitamento.


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começa a conhecer o seu bebê. E a questão do desenvolvimento orofacial, o recémnascido que mama no peito tem uma melhor dentição, desenvolvimento neurológico, fonodiológica e psicomotor. Quatro mães de primeira viagem que participaram do vídeo, contam que, apesar de todo contratempo no início do aleitamento a persistência foi o ato mais gratificante e que o estímulo e a orientação dessa prática dever ser realizada para outras progenitoras. O leite humano é adquirido apenas de forma voluntária, e o vídeo mostra como funciona o passo a passo para as lactantes que possuem um excedente de produção e se interessam em fazer a doação de leite; explica a importância dessa execução e a maneira que o banco de leite atua em conjunto com mulheres voluntárias e, também, para bebês que precisam desse leite.


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1- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 1.1 Execução: O período de pesquisa começou no Hospital Maria Aparecida Pedrossian (Hospital Universitário - HU) em 2014, enquanto eu, aluna-mãe, participava de encontros que eram realizados semanalmente com um grupo de gestantes, em média dez mulheres, e era desenvolvido um projeto em que a cada encontro os residentes da unidade explicavam através de aulas e demonstrações com manequins todo o procedimento do período materno, desde a gestação até o nascimento. Durante os encontros quando a abordagem era sobre a amamentação, ficava evidente o medo e a insegurança das mães, e também por vivência, que essa incerteza influenciaria diretamente no ciclo do aleitamento materno podendo acarretar em uma sucessão de problemas. No princípio, para explorar o assunto, a busca da instrução teórica e prática, foi de acordo com as leituras em relação à amamentação, conversas com gestantes e com mães de primeira viagem que relataram o impacto na vida de uma mulher quando se inicia o aleitamento materno. O objetivo é esclarecer e entender a razão dessa fase ser tão complicada para algumas mulheres, pois, através de entrevistas com as progenitoras que tiveram dificuldade foi notória a semelhança dos problemas. Um roteiro de questionamentos sobre a amamentação foi feito para que a enfermeira da maternidade e a nutricionista do banco de leite pudessem explicar e demonstrar de como ocorre o processo e quais são as maiores dúvidas sobre esse período. As perguntas foram baseadas nos questionamentos feitos durante a participação dos encontros feitos no HU e na minha vivência como mãe. Quatro progenitoras se dispuseram a participar do vídeo contando sua experiência com a amamentação, como foi o procedimento desse período, as dificuldades encontradas e o que realmente falta de informação quando se trata do ato do aleitamento materno. De acordo com as explicações das duas especialistas sobre o conteúdo proposto no roteiro e o formato que seria abordado, visto que, atualmente é um tema controverso e o fato que na teoria é romantizada e na prática pode gerar um conjunto de problemas, pôde-se ser desenvolvido o vídeo reportagem através de cinco blocos:


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 Bloco 1: Desafios da amamentação A introdução do projeto em vídeo apresenta relatos de quatro mães que se dispuseram a participar, Camila Carvalho, Gabriela Zaleski, Taís Castro e Thaisa Morgana, que expõem as dificuldades e dúvidas sobre o período da amamentação. A explicação técnica é feita pela médica pediatra neonatologista, Aby Jaine; pela Coordenadora geral do Banco de Leite e Nutricionista, Elizabete Kamya e a psicóloga Tereza Alcântara; que abordam o desafio do aleitamento e as maneiras preventivas que podem ser executadas antes e depois da gestação para que não haja contratempo no início do aleitamento. As demonstrações da teoria para a prática, por exemplo, com o manequim de um seio e toda a sua estrutura anatômica, mostram a maneira correta do bebê abocanhar a mama para não causar fissuras. As profissionais explicam nesse bloco os problemas que ocorrem frequentemente com mães de primeira viagem logo no início da amamentação, como, o ingurgitamento/empedramento e fissuras nos seios que muitas vezes causam sangramento e que é uma consequência da posição e pega errada do bebê no seio da mãe, gerando desconforto na hora de amamentar por conta das fissuras e dificultando o bebe se alimentar de acordo com suas necessidades.  Bloco 2: Fator psicológico Sobre o fator psicossocial, a psicóloga Tereza explica que ela influencia diretamente desde a gravidez, e que, é importante a mãe ter apoio e orientação sobre os processos psicológicos e biológicos que ocorrem nesse período da gestação até a amamentação; e também, sobre a depressão pós-parto que geralmente desenvolve em mulheres que já tiveram um histórico de depressão antes mesmo de engravidar. 

Bloco 3: Uma técnica alternativa: A Massagem Mohri Aadaptada

Os relatos das dificuldades e dúvidas que algumas mães de primeira viagem encontram no início da amamentação. Conforme a enfermeira do banco de leite e da maternidade do HU, Délia Paredes, há possibilidades de continuar amamentando mesmo com a mama fissurada e dolorida. Com estudos aprofundados feito pela enfermeira em relação a Massagem Mohri Adaptada, junto com a coordenadora do banco de leite do Hospital Universitário,


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incorporaram na unidade esse procedimento, oferecendo as puérperas2 um curso de automassagem, ainda na maternidade após a gestação, e que através dos movimentos suaves que são feitos na mama a dor diminui e elimina o ingurgitamento. E essa massagem é apresentada no vídeo de forma educativa para que, as mulheres (mães ou futuras) saibam os procedimentos que podem ser realizados num período de dificuldade na fase da amamentação. Além do preparo do seio através da massagem, outra demonstração será feita com manequim de uma boneca, que mostra a posição correta para que a mãe possa amamentar seu filho de forma confortável para ambos: é preciso acalmar o bebê e posicioná-lo de frente para a mãe. Ela vai usar o seu antebraço para apoiar a cabeça dele, segurando entre as nádegas e a perna e firmá-lo no corpo. Para encaixá-lo na mama, é necessário introduzir toda a parte da aréola dentro da boca do neném. 

Bloco 4: O Leite Materno

Estudos comprovam que o leite materno é o alimento perfeito e completo para o bebê. Esse bloco exibe a importância do aleitamento, e explicação sobre toda a sua composição, que de fato é especifica para a sua espécie e contém todos os nutrientes

que

o

recém-nascido

necessita

para

seu

desenvolvimento.

E

o

esclarecimento sobre como funciona a amamentação sob livre demanda e o tempo exclusivo do aleitamento materno sem a introdução alimentar. 

Bloco 5: Doação de Leite

O último bloco é apresentado como um estímulo para as mães que possuem um excedente de produção láctea, ou seja, mesmo com o bebê mamando possui um excesso de leite, e que elas venham a se candidatar para ser doadora desse aleitamento. É demonstrada a maneira que o banco de leite atua em relação ao cadastro e analises dos exames laboratoriais da voluntária para que ela possa realizar a doação, e a maneira que a unidade atua no processo de ensinar aquela mãe a realizar a retirada e fazer o armazenamento do leite. É ressaltada a importância de fazer a doação, pois as crianças que precisam desse alimento, geralmente, estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

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É o período que ocorre logo após o parto, também denominado de pós-parto. Nesta fase, o corpo da mulher está em processo de recuperação da gravidez, sofrendo uma série de modificações físicas e psicológicas.


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Para a realização do vídeo reportagem, foram executadas algumas técnicas jornalísticas como, a pesquisa em campo, quais as fontes poderiam participar do vídeo para falar em termos técnicos, no caso as profissionais da área da saúde, e sobre a vivência como mãe para relatar a fase da amamentação. Também foi elaborado um questionário para as profissionais explicarem o conteúdo de forma educativa e como de fato funciona o período da amamentação. Ao entrevistar algumas mães, o que chamou atenção entre uma delas é que, além dos problemas físicos que ela teve com o seio, ela continuou a amamentação, fez o tratamento que duraram alguns meses e em seguida passou a fazer a doação de leite. Com esse gancho, tornou-se significativo incluir a importância da doação do leite, e em formato de depoimento, as mães relataram a sua experiência. Em seguida, foi feita a decupagem e a transcrição de todas as entrevistas para facilitar a montagem do roteiro, visto que, foi feito um recorte do mundo materno abordando exclusivamente a amamentação. A montagem do roteiro para a edição do vídeo foi feito de acordo com a fase da amamentação, o período antes do parto pode-se fazer um preparo de maneira preventiva nas mamas, mas, sem que provoque machucados e a mulher consiga aprender a Massagem Mohri Adaptada, logo em seguida, é explicado os fundamentos da amamentação e sua importância, para que a mulher tenha consciência do ato técnico e afetivo desse período com seu bebê. O fato de ser uma nova fase e as mulheres geralmente terem mais dificuldade para executar aquilo que já se sabe ou ouviu falar da teoria, o objetivo é explicar como isso acontece na pratica. O objetivo foi alternar a teoria com a pratica, por mais que seja doloroso para algumas progenitoras, esse cenário não deve ser comum e não se aplica à todas puérperas, porem, há mulheres que encontram mais dificuldades na adaptação, é necessário dar o devido apoio e orientação. A produção do texto para off e passagem durante o vídeo foi baseado nas entrevistas feitas antes e depois das gravações, com objetivo de dar continuidade nas explicações ou introdução das falas das entrevistadas. Todo o processo de gravação e edição foram feitas através da colaboração do servidor técnico da UFMS, Antônio Marcos Vaz.


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1.2 Dificuldades encontradas Os contratempos encontrados aconteceram durante as gravações em função das profissionais realizarem atendimento no hospital e por conta da grande demanda de pacientes e poucos funcionários para auxiliar nos procedimentos, muitas vezes foram remarcadas as gravações. A maioria dos horários que elas estavam disponíveis não eram compatíveis com os da minha aula e/ou não tinha a disponibilidade dos equipamentos e do cinegrafista. Mas não foi uma conjuntura que impossibilitou a realização do projeto, visto que, houve um planejamento prévio. Em relação ao suporte técnico da faculdade, referente aos equipamentos ou referências bibliográficas não houve nenhuma complicação em conseguir. 1.3 Objetivos alcançados O objetivo do projeto foi buscar a explicação técnica sobre o ato de amamentar e a dificuldade que geralmente mães de primeira viagem encontram quando iniciam esse período. Existe uma extensão de ferramentas para buscar sobre o assunto, e durante a gestação, a mulher pesquisa esse conhecimento através de debates com pessoas que tiveram experiência ou que estão na mesma fase e já entendem um pouco sobre como sucede o processo de amamentar, busca através de sites, livros e outras referências para entender um pouco sobre esse novo mundo. O intuito de utilizar o formato de vídeo reportagem permitiu explorar as explicações das fontes técnicas de forma que elas pudessem utilizar exemplos e demonstrar com manequins, juntamente com a mãe voluntária, para demonstrar que apesar de ser fácil e prático na teoria. É importante que a mãe busque ainda na gestação, orientações de maneira preventiva; e quando a mulher já tem problemas como as fissuras, ingurgitamento, sangramentos entre outros problemas, que ela mantenha o aleitamento mesmo assim, pois corrigindo a forma de amamentar a dor não irá permanecer e consequentemente a mama vai cicatrizando mais rápido. A finalidade de apresentar os efeitos positivos em relação a mãe-filho, tanto para a saúde quando para o laço afetivo de ambos. É na amamentação o momento em


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que a mãe passa a conhecer seu filho e os sinais que ele transmite com o vídeo conseguimos visualizar a importância desse ato. Apresentar o fato de que o psicossocial da mulher influencia fortemente no período materno era um propósito de esclarecer a maneira que ela irá conduzir a amamentação, ou até mesmo, mulheres que tiveram problemas e pararam precocemente do ato justificando como causa biológica o fato de “não ter mais leite”, por exemplo, sendo que esse processo geralmente acontece quando há uma interferência psicológica. Outra intenção do projeto experimental é a explicação dos casos de genitoras que tiveram depressão antes da gravidez e que tende a desenvolver o blues puerperal3. Um processo que se deve atentar, pois é uma fase delicada em que a mulher está se acostumando e fica cerca de 40 semanas com um neonato4 no ventre. A explicação sobre essa tristeza e o apoio que a mãe deve receber durante esse período foi importante relacionar com o fato de que, ela amparada e orientada a adaptação à fase será mais rápida e menos dolorosa. Com o andamento do projeto, as explicações técnicas mostraram a relevância de entender os componentes e benefícios do leite humano, e com a explicação técnica mostra o fundamento da mãe persistir no ato do aleitamento mesmo com dificuldades e principalmente, mas mulheres em geral, compreender a razão de amamentar e debater sobre o estímulo. Outro propósito é mostrar a significância da doação do leite materno. Muitas vezes as mulheres deixam de praticar o ato por medo de faltar para o seu filho. Porém, biologicamente, quando se extrai o leite ela já faz uma reserva para o seu bebê (quanto mais mama, mais leite será produzido). E muitas vezes as mães que tem um excedente de produção deixam de procurar as unidades de saúde para fazer a doação por conta dessa crença.

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É a tristeza pós-parto que atinge até 60% das mães e acontece nos primeiros dias que seguem o parto podendo durar até uma ou duas semanas. Os principais sintomas do blues são: mudanças repentinas de humor, perda do apetite e sentimento de solidão. 4 Criança recém-nascida.


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2- SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS: 2.1- Amamentação O leite materno é específico para a sua espécie e a composição desse alimento é voltado para o desenvolvimento neurológico e cerebral, além de fornecer os fatores de defesa necessários para o recém-nascido, como a proteína homóloga, ou seja, uma proteína em que não causa reações alérgicas ao bebê. A partir do sétimo mês de gestação a mulher começa a produzir o colostro e permanece em média até sete dias após o parto. Ele sai em pequenas quantidades, em média, a uma mãe pode secretar em torno de 10 ml por dia, o que é suficiente para sustentar o bebê. O colostro possui uma grande quantidade de monoglobina, com características de cor amarelada por conta da vitamina A que fornece proteção contra infecções. Atualmente a difusão de informação sobre a amamentação são inúmeras, porem, ainda não é totalmente eficaz. Os ensinamentos que são transmitidos para a mãe em relação ao aleitamento, leva a mulher a considerar que já é o suficiente e sabido o conhecimento sobre todo o processo que ocorrerá após o parto - ou assustador pelo excesso de informação. A gestação não termina no parto, a continuidade da gravidez ocorre na amamentação. Entende-se que não é somente a falta da explicação médica, mas o excesso de informação seja por internet, profissionais da saúde e até mesmo pela cultura familiar, que pode acabar interferindo no início do processo da amamentação. Muitas vezes a ansiedade da mãe deve ser observada e atendida por uma equipe de saúde, pois, essa ansiedade e nervosismo pode dificultar a amamentação causando diminuição da quantidade de leite provocando outros problemas. A prática da amamentação tem que acontecer de forma prazerosa, Carlos Varela (1987, p. 20) explica como a prática de amamentação tem que acontecer, "a alimentação ao peito é algo natural, e o natural é algo que merece apoio, incentivo e defesa". Geralmente todas as mulheres estão preparadas para amamentar; durante a gestação o próprio organismo vai adaptando as mamas para produzir o leite e quando o bebê nasce ele já está pronto para alimentar. Recomenda-se às gestantes a não mexer


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nas mamas, deixar evoluir normalmente, somente quando nascer é que o preparo é feito. O preparo que pode ser feito na gestação, é a mulher tomar sol nas mamas para que essa pele esteja fortalecida. Não é indicado esfregar a mama com esponja, pois há chances de tirar a oleosidade normal da pele gerando mastite5 e microlesões. Alguns motivos que levam as mulheres a desistirem precocemente de amamentar, muitas vezes são pela falta de apoio, ajuda ou informação. De acordo com a enfermeira Délia Paredes, quando a mãe está no período de pós-parto, muitas vezes com dor, o bebê fica agitado e não tem um auxilio familiar ou recebe várias informações - acaba confundido a mulher – e precisaria de ajuda tanto para cuidar dela mesma quanto para cuidar de um novo ser. A falta de habilidade para reconhecer os sinais daquele bebê gera insegurança, em consequência, ela pode acabar desistindo de amamentar. O tempo de mamada varia a cada criança, é aconselhável amamentar em livre demanda, em que o bebê vai mamar quanto tempo ele quiser de acordo com seu ritmo até que fique saciado. A nutricionista responsável pelo banco de leite do HU, Elizabete Kamya, explica que, quando o bebê esvaziar uma mama aí ele passa para a outra. Por que dessa forma, ele consegue extrair o leite anterior – o leite de início de mamada, que é rico em água e em fatores de defesa – por isso o neonato que mama no peito não precisa tomar água – e no final da mamada sai o leite gordo. Por isso é importante ele mamar tudo de um peito e depois passar para o outro peito. A médica pediatra, Aby Jaine, fala sobre a utilização de acessórios quando a mulher está com o seio machucado e que podem atrapalhar as mamadas, porque o protetor de mamilo é algo que está entre o bebê e a mama, então dependendo da situação, dificulta a pega. Além de favorecer o crescimento microbiano que pode infectar a mama por conta daquele leite depositado no acessório. De acordo com o Ministério da Saúde, exclusivamente, o bebê deve ser amamentado até o sexto mês de vida. Após esse período, ele continua recebendo esse leite, porém, já começa a fazer a introdução de outros alimentos. É importante continuar

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A mastite é um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama caracterizado principalmente pela dor. Dependendo do caso, ela pode ou não se tornar uma infecção bacteriana.


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com a manutenção da amamentação até dois anos ou mais, pois melhora o coeficiente de inteligência da criança. 2.1.1- Principais motivos que causam dor A enfermeira, Délia explica que não é fisiológico e nem normal que esse período seja doloroso – mesmo temporário - pois, o bebê nasce sabendo sugar, mas a mãe e ele precisam aprender a realizar a amamentação e para que se tenha uma boa pega. Quando o seio fica ingurgitado é porque está tendo um congestionamento de leite, ou seja, o organismo está produzindo em grande quantidade, porém não está sendo extraído, então ele acumula e fica a sensação de empedrado, com nódulos. Os casos de fissura ocorrem quando o bebê não faz a pega correta, ou seja, não está abocanhando a maior parte da aréola – área escura da mama – principalmente se o seio está cheio o bebê vai se concentrar no mamilo – bico do seio. Para que a criança não tenha dificuldade na pega, a mãe deve ter cuidado com a posição do bebê. Então, de acordo com FONSECA (1987, p. 56) as principais razões para o surgimento das fissuras – rachaduras – e sangramentos são o posicionamento incorreto do lactante, e, sua boca deve apoiar no mamilo e nunca puxálo. Quando aparecem as fissuras, o importante é não parar de amamentar. Limpar com agua filtrada e fervida, expor diariamente os seios no sol e evitar pomadas cicatrizantes, antibióticos ou outros antissépticos. Para que a dificuldade – e a dor - diminua nutricionista, Elizabete Kamya, explica que é preciso corrigir a pega para que não piore a situação da mãe. Pode ocorrer do bebê ingerir um pouco de sangue - por conta dos machucados na mama – mas não tem problema. Somente em casos extremos é preciso ser avaliado por uma equipe médica. A enfermeira Délia Paredes explica o processo da produção láctea, e que dentro da mama encontram-se os alvéolos onde se prepara o leite, depois os ductos que saem em direção ao mamilo e ficam no reservatório – seios lactíferos – onde ficam abaixo da aréola e o bebê vai fazer uma pressão com a boca e o leite vai sair pelo mamilo que deve estar no céu da boca do neonato.


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De acordo com a psicóloga, Tereza Alcântara, são raros os casos de mulheres que não tiveram leite, a maioria, que tem essa dificuldade depende de como ela está à frente a essa gravidez psicologicamente. Porque quando a mulher fica grávida, toda a identidade muda, ela passa de filha para ser mãe. Do ponto psíquico é uma grande mudança, principalmente, se ela não tiver um modelo da mãe – ou alguma figura materna – ela pode ter dificuldade para amamentar, podendo causar a depressão pós-parto ou o blues puerperal. 2.1.2 - As vantagens de amamentar É importante o primeiro contato do bebê com a mãe pois a puérpera fornece a humanidade para o recém-nascido, a interação faz com que a mulher entenda quem é aquela criança. O aleitamento materno não tem desvantagens, o que ocorre são o receio que as mulheres têm, Varela (1987, p.15) cita: Que seus seios fiquem caídos depois do período de amamentação, ou que vai se escravizar, ou que seu leite seja ruim ou escasso e, portanto, irá retardar o desenvolvimento de seu filho, ou que você possa perder o amor de seu marido, ou ainda que você fique debilitada, ou engorde. Na verdade, ocorre tudo o contrário.

Nenhuma mulher fica debilitada por amamentar seu filho e a realização deve ser de maneira tranquila, em ambientes contemplativos para que, de forma simultânea, a mãe e a criança sintam-se calmos e confortáveis durante todo o tempo da amamentação. A produção do leite não depende do tamanho dos seios; a mãe que amamenta tem no próprio corpo as instalações necessárias de esterilização. A criança que recebe exclusivamente esse alimento o risco de sofrer reações alérgicas, infecções gastrointestinais ou respiratórias são menores. Além da troca de carinho entre mãe e filho, a enfermeira Délia explica que o útero contrai e retrai, ou seja, involui, então ela sangra menos, a possibilidade de câncer de mama é menor, o peso volta mais rápido. Além da questão da saúde materna, oferecer um leite que não é materno envolve questões higiênicas do manuseio, em que os cuidados são redobrados, além do custo ser maior.


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2.1.3 Massagem Mohri Adaptada A Massagem Mohri Adaptada ou massagem dos movimentos das mamas, foi adaptada no setor da maternidade de banco de leite do Hospital Universitário pela enfermeira Délia Esmeyre Paredes, após um treinamento feito no Japão por três meses. E essa massagem provoca o relaxamento da musculatura peitoral, estimula toda a circulação vascular e a rede linfática que pega a base da mama, desobstruindo os ductos gerando maior fluidez do leite. De acordo com a enfermeira, fazer esse procedimento vai exteriorizar com facilidade, evitando o ingurgitamento que acontece geralmente no terceiro ao quinto dia após o parto. O ideal é que a puérpera aprenda – ou saiba que existe - a massagem ainda no pré-natal, e de maneira preventiva, ela pode começar a preparar pelo fato de já possuir o colostro. 2.1.4 Doação de Leite Fisiologicamente, a produção de leite é totalmente relacionada aos estímulos da lactação, quanto mais o bebê mamar, mais leite será produzido. Diante da explicação da nutricionista, Elizabete Kamya, as mulheres que possuem um excedente de produção, pode contribuir com os recém-nascidos internados na Unidade Terapia Intensiva Neonatal, abaixo do peso e a mãe não tem condições de amamentar – muitas vezes por não ter se recuperado do parto ou pelo estresse de ter o seu filho na UTI – por não ter produção de leite. As voluntárias podem se candidatar no banco de leite a ser doadora, e funciona da seguinte maneira: a equipe do banco de leite vai até a residência, faz o cadastro, coleta informações e leva os exames do pré-natal. Mediante os dados e exames laboratoriais a responsável medica da unidade vai dizer se aquela mãe está apta para fazer a doação. As mães que não possuem exames do pré-natal, usuárias de drogas licitas ou ilícitas – incompatíveis com o aleitamento materno – e até mesmo com o estado emocional, não são candidatas para ser doadoras.


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2.1.4.1 Procedimento de coleta A coleta de leite pode ser feita pela mãe ou pela equipe do banco de leite, ocorrendo duas situações, ela coletar pro seu bebê e guardar esse leite para que seja oferecido na sua ausência. Ou, no momento apropriado ela vai retirar e congelar aquele leite. A nutricionista Elizabete explica o processo para fazer à coleta: a mãe precisa prender os cabelos, colocar um lenço no cabelo e uma fralda no rosto – para evitar respirar, espirrar ou falar sobre o leite. É recomendado utilizar somente os frascos de vidro com tampa de plástico - que o próprio banco de leite fornece – porque ele não tem contaminante. A lactante vai lavar as mãos com água e com sabão e a mama somente com água. Fazer a massagem na mama e começar a fazer a expressão para despejar os primeiros jatos de leite para reduzir os contaminantes que existem naturalmente na pele e no seio. Após esse procedimento ela começa a coletar nesse frasco estéril e quando terminar a extração deve-se colocar de imediato no congelador. Frequentemente, o banco de leite faz retornos domiciliares além de verificar sempre se há dúvida ou realizar orientações, a unidade vai pegar esse leite e deixar novos frascos estéreis. O leite transportado da residência até o banco de leite precisa obrigatoriamente ser mantido congelado. Quando chega no banco de leite, esse alimento vai ser catalogado, numerado, rotulado, identificado e higienizado – para tirar o excesso de gelo – e vai ser armazenado. É feito o processamento de pasteurização, análises, troca de frascos, resfriamento – o tempo todo mantido na cadeia de frio – o leite só poderá ser distribuído depois do laudo laboratorial confirmar que ele está próprio para o consumo.

2.2 Técnica 2.2.1 – Telejornalismo Há formatos específicos de produção para os veículos de comunicação, e na televisão a estrutura é importância de um determinado fato. De acordo com Cancio (2005, p. 8), “na televisão, a noticia é produzida a partir da pauta, elaborada pelos pauteiros. Cinegrafistas e repórteres gravam e reportam o tema e os editores de texto e imagem finalizam a matéria”.


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É um processo atraente entre o jornalismo e a televisão e caracterizado por ser um processo com a de participação de vários profissionais, sejam da área da comunicação ou especialistas de outros setores. A clareza é um atributo indispensável ao jornalismo e diz respeito à objetividade narrativa com a compreensão imediata. O artigo sobre os métodos de analises do telejornalismo de Itania Gomes (2007, p. 7), o veículo permite a articulação em dimensões técnicas, sociais e culturais e tem como função institucional tornar a informação publicamente disponível. A natureza do fazer define o conceito de jornalismo numa determinada sociedade e o configura como uma instituição social. O como fazer se diz respeito a competência para efetivação do processo de produção da notícia. As circunstâncias do fazer se referem às condições empíricas nos quais o jornalismo se realiza e diz respeito às esferas de convivência que tornam o jornalismo também um fazer possível.

A notícia televisiva tende a ter uma composição regular e características como: cabeça – off – passagem – sonoras e nota pé. O componente da imagem faz muita diferença por questões de credibilidade, mantendo o telespectador preso no fluxo televisivo com imagens estruturadas de acordo com a estética de produção de mercadoria. 2.2.2 - Reportagem O contexto da reportagem se desenvolve de acordo com as informações coletadas, o objetivo é demonstrar através desse vídeo que o público-alvo, no caso mulheres em geral, mas, principalmente as mães de primeira viagem, se situem diante dos depoimentos e dúvidas relatadas ao longo do vídeo. Como repórter, cumprindo a função de abordar o tema de forma que todos possam entender os procedimentos explicados, seja uma mulher ou até mesmo um homem, porque, ele também pode ajudar e orientar uma puérpera, é buscar estabelecer uma linguagem mais objetiva e menos técnica dos métodos apresentados. Buscar criar uma dinâmica para que o conteúdo não fique massivo, utilizando ferramentas como, por exemplo, o próprio contato com as fontes podem auxiliar numa visualização menos complexa e mais elabora e atrativa. A atualização sobre o tema trabalhado é essencial, e ao longo do desenvolvimento do projeto Mãe de primeira viagem: o laço da amamentação começou


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a ser repercutido nas redes sociais, uma lei que proibiria as mães amamentar em espaços públicos e em caso de violação implicaria o pagamento de multa no valor R$500,00 (quinhentos reais). Mas de acordo com pesquisa feita sobre este caso, foi encontrado que a notícia era falsa e o Projeto de Lei (PL) 843/2013 sancionado garante o aleitamento materno em qualquer estabelecimento. Segundo Ricardo Kotscho (2005, p. 08), o jornalismo não é uma ciência exata com técnicas que podem ser aprendidas em pouco tempo, mas antes de começar a escrever, é preciso que seja definido o porquê da escolha dessa profissão e o que quer dela, pois é um ramo que te proporciona a multiplicidade de estilos e ideias. De modo geral, não basta saber – ou pensar que sabe – escrever. Ser repórter é bem mais do que simplesmente cultivar belas-letras, se o profissional entender que sua tarefa não se limita a produzir notícias segundo alguma fórmula “científica”, mas é a arte de informar para transformar.

A reportagem pode ser contada de várias maneiras, mas vai depender de quem escreve, e Kotscho (2005, p. 71) ainda explica, “dependendo da cabeça e do coração de quem escreve desde que essa pessoa tenha caráter, princípios”. Ele não cita somente pela objetividade jornalística ou da neutralidade do repórter, “esse compromisso é que tem que nortear sempre o nosso trabalho – o resto a gente vai aprendendo com o tempo”. O relato deve ser feito de forma que permita o leitor questionar sobre aquela informação dada e que ele possa tirar suas próprias conclusões. A responsabilidade de quem se dedica a uma grande reportagem é essencial que o profissional busque um diferencial naquele projeto e o momento para que isso seja executado é fazer a busca previa sobre o assunto. A única maneira de diminuir os riscos é se calçar bem, antes: ler no arquivo do jornal tudo o que já se publicou sobre o tema, não só para se informar sobre ele, mas para não repetir uma história já contada. Depois, é montar com muita calma um roteiro. Saber direito quem você deve procurar em cada ponto desse roteiro, quais são os personagens, situações e lugares mais ricos – o que vier a mais, de imprevisto, é lucro. (KOTSCHO, 2005, p. 72)


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O diferencial de uma reportagem, além do olhar do repórter em buscar uma característica para o seu produto, é a capacidade de transformar um fato em que é facilmente encontrado em livros, internet, revistas e outras plataformas de buscas, em um vídeo que tenha sequencia uma ordem cronológica daquele tema, o que não fica cansativo e repetitivo. O espaço concedido para a reportagem especializada através da informação jornalística, de acordo com Nilson Lage (2006, p. 30) ela atribui uma estruturação de dados e a exposição do que é de interesse público, formando um todo compreensível e abrangente. O autor ainda destaca que o interesse jornalístico é relacionado a abrangência do público que a informação possa atingir. A informação é uma categoria que inclui a reportagem e que trata de um determinado assunto, deriva de uma “visão jornalística” dos fatos, ela é mais extensa e completa. 2.2.3 A pauta A pauta é o principal elo entre a produção e edição das matérias, e é necessária para organizar e visualizar o vídeo. A programação da pauta de reportagem, em que aborda fatos geradores de interesse e marcado numa perspectiva editorial, de acordo com Nilson Lage (2006, pag. 45) não se trata apenas de acompanhar o desdobramento de um evento, mas de explorar suas implicações, levantar antecedentes – em suma, investigar e interpretar. Recomenda-se que nas pautas de reportagem sejam feitas a inserção do assunto - o fato - de interesse, o que chamaria atenção, e no contexto da linha editorial, como exemplo, a saúde; fazer também, uma definição em termos de aproveitamento de todas as informações recebidas e verificar antecipadamente recursos e suportes técnicos disponíveis. Segundo Lage, a introdução da pauta é um aspecto técnico e apesar das vantagens que essa ferramenta oferece, há risco de distorções. Uma dos mais comuns é a rigidez do planejamento: pautas muito detalhadas e precisas, linhas editoriais rigidamente definidas conduzem a uma situação em que o repórter se limita a relacionar fatos, depoimentos e dados estatísticos conforme as interpretações que lhe chegam prontas – como se estivesse preenchendo um formulário. (LAGE, 2006, p. 41)


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É abundante a quantidade de informações no modo geral, e a dificuldade em selecioná-las para definir quais de fato abordam o interesse público é um processo que pode ser feito na pauta através de recortes e anotações. 2.2.4 Entrevistado e repórter A importante função da comunicação são as entrevistas, que no caso prático, segundo Medina (2005, p. 27) é possível desenvolver em três troncos: recolher fatos, informar e motivar. Sendo assim, a entrevista jornalística passa ser o momento de definição de pauta e sua consecução passando por quatro níveis: Primeiro, pesa o suporte delimitado pelo estágio histórico da técnica comunicacional. Segundo, o nível de interação social almejado pelo entrevistador. Terceiro, suas possibilidades de criação e de ruptura com as rotinas empobrecedoras das empresas e instituições comunicacionais. Quarto, um propósito que ultrapassa limites da técnica imediatista, ou seja, a tentativa de desvendamento do real – uma atitude de profunda especulação acerca da pauta.

O procedimento clássico da apuração de informações no jornalismo é através da entrevista. De acordo com Lage (2006, p. 38), os tipos de entrevista utilizados para realizar este projeto foram a “temática: aborda um tema, sobre o qual se supõe que o entrevistado tenha condições e autoridade para discorrer”, que pode ajudar na compreensão de um problema. “testemunhal: trata-se do relato do entrevistado sobre algo que ele participou ou assistiu”, refere-se ao ponto de vista particular da fonte, e que, eventualmente, ela vai expor de acordo com as suas próprias interpretações. A pesquisa de campo feita pelo repórter já dá a base sobre as perguntas que serão feitas para o entrevistado. No entanto, mesmo com a preparação de prévia de um questionário não constitui uma boa entrevista e sim, na maneira em que ela é conduzida. Mantendo o foco da conversa para que o entrevistado não desvie do tema; é saber perguntar sobre a resposta. Não questionar mais do que o necessário e nem insistir em perguntas improdutivas. A imagem do entrevistado no veículo de televisão cria uma importância no processo de percepção da mensagem e atribuição das intenções, devassando a intimidade a partir de dados como a sua roupa, gestos, olhar, expressão facial e ambiente.


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b3- Considerações finais O vídeo reportagem Mãe de Primeira Viagem: o laço da amamentação foi elaborado com o intuito de demonstrar para as mulheres - principalmente mães de primeira viagem - sobre a importância do aleitamento materno. Ressaltando os benefícios que esse período proporciona para o neonato e a puérpera. A explicação do processo fisiológico, natural, mas que é preciso ser aprendido. Promover o estimulo do aleitamento de forma que, a ação seja prioritária como melhoria da saúde e qualidade de vida das crianças. No entanto, o fundamental e importante é a humanidade em geral, além das mulheres –mães em geral – ter a conscientização sobre o fundamento desse período. Contribuir com a conscientização humana em que o aleitamento materno pode exercer um efeito protetor contra infecções e doenças respiratórias. Propagar no projeto que, além do carinho e proteção à criança, a amamentação é um ato de amor. A sua repercussão no desenvolvimento da criança e no relacionamento entre mãe-e-filho é difícil avaliar, apesar de que, o aleitamento materno é a continuidade da gestação. Apresentar uma técnica como uma alternativa para o aleitamento com sucesso, uma vez que, previne contratempos e machucados nos mamilos, garantindo a retirada efetiva pela criança. As vantagens – não só para as crianças como para a mãe – que são frequentemente a menor incidência de anemia, câncer de mama e de ovário além da anticoncepção. A maneira que as mulheres possam entender a prática e a forma de amamentar –com o leite pronto e na temperatura adequada – para uma amamentação bem-sucedida e despertar na puérpera o fator do sentimento profundo com o filho e da realização como mulher e mãe. A importância de ressaltar que cada mãe produz o leite ideal para o seu filho e com o ato da amamentação o recém-nascido fará uma digestão melhor, tendo menos chances de desenvolver doenças respiratórias e alimentares. As explicações sobre as dificuldades que ocorrem na amamentação, como por exemplo, rachaduras - fissuras -, empedramento e até mesmo sangramento no seio ocorre quando a criança não está fazendo a pega correta no peito da mãe, e por isso, é


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importante corrigir essa abocanhada sempre que estiver errada – para que não aumente os machucados – e o bebê consiga se alimentar de maneira adequada. Mostrar que o leite materno tem vantagens como, ser digerido facilmente, prático e econômico pois não necessita de esterilizador, mamadeiras e leite em pó. Além da segurança que a mãe transmite para a criança.


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4- Referências 4.1 Livros VARELA, Carlos Beccar. A arte de amamentar seu filho. Petrópolis. 5ª ed. 1987. FONSECA, Paulo Timóteo. Gravidez e Lactação: dietas e cuidados. Petrópolis. 1° ed.1987. FILHO, José Martins. Como e porque amamentar. São Paulo. 2° ed. 1987. CANCIO, Marcelo. Telejornalismo descoberto: a origem da notícia no jornalismo televisivo regional. Campo Grande. 1° ed. 2005. LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro. 6º ed.2006. KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo. 4° ed. 2000. MEDINA, Cremilda. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo. 5° Ed. 2008

4.2 Periódicos GOMES, Itania Maria Mota. Questões de método na análise do telejornalismo: premissas, conceitos, operadores de análise. UFBA. Artigo de pesquisa

disponível

em

<http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-

compos/article/view/126/126>. Acesso em 17 de dezembro de 2015.


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5 – ANEXOS Utilizado no desenvolvimento do vídeo reportagem: Mãe de primeira viagem – Amamentação: o laço da amamentação. O projeto é desenvolvido em cinco blocos com relatos de mães que tiveram dificuldade e com profissionais qualificados em suas respectivas áreas para responder e explicar de acordo com o roteiro. IMAGEM

ÁUDIO/SOM

MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM O laço da amamentação

SOM - máquina de escrever CABEÇA

Tayana

Alguns meses de enjoo, seguido pelos anseios incontroláveis por comidas estranhas, o aumento de peso, dores na coluna, a arte de arrumar os travesseiros preenchendo espaços entre o volume da barriga e o resto da cama. As longas histórias de quem já passou por isso. São sintomas e resultados da longa gestação// Mas, depois do nascimento do bebê, inicia a fase essencial para mãe e filho, a amamentação// E um novo mundo começa desabrochar quando se trata de “mãe de primeira viagem”. //

Sequencia de imagens de gestante, ultrassom, parto e amamentação.

SOM - Batimentos de um coração de bebê

O início do aleitamento GC Tayana Vaz Repórter

GC Taís Castro Nishikawa

Passagem Amamentar é um desafio que exige persistência e determinação// natural e instintivo// é preciso ser aprendido pela mãe e o recém nascido// Nem toda progenitora se depara com obstáculos nesse período// Porém// algumas mães de primeira viagem acabam encontrando uma grande dificuldade no inicio da amamentação // Sonora “Antes de eu ganhar o bebe eles falavam que amamentar doía mais que o parto e eu não


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Mãe do Arthur

GC Thais Morgana Gestante, 39 semanas

GC Aby Jaine da Cruz Montes Moura Médica pediatra neonatologista

GC Gabriela Zaleski Mãe da Isis – 1 ano 5 meses

Aby Jaine

acreditava. Ai eles falavam pra mim que tinha que se preparar, preparar e tudo e eu não acreditava. Realmente é uma dor bem intensa”

Sonora “Eu acho que a internet confunde mais ainda, porque você lê depoimento de muita gente e você acaba ficando confusa, porque você não sabe se aquilo é verdade, o que você vai seguir do que as pessoas falam, então eu acho que por um lado, quantos menos você procurar internet, é melhor Sonora “A teoria é super importante mas na pratica a teoria é outra. E muitas vezes a mãe de primeira viagem ela leu tudo, alias hoje nós temos o Dr. Google, internet que ajuda pra caramba e atrapalha ao mesmo tempo. Que coloca pra você ‘n’ situações e vai a mãe segue. Mas a gente tem que lembrar que tudo isso é individualizado então aquela posição que todo mundo fala que é maravilhosa as vezes pra aquela mãe não dá certo.” Sonora “A amamentação ela é complicada, ela não é fácil, principalmente para mãe de primeira viagem que não tá esperando, não conhece, á você fala muito simples, eu vou colocar meu filho no peito ele vai mamar e pronto e acabou. Não é bem assim“ Sonora São vários motivos, mas um deles eu acho que é a falta de informação, é falta de persistência e de ajuda, porque muitas vezes a pega errada leva a fissura, a dor ai vem o ingurgitamento, que se a mulher não for bem orientada ela tem dor, a fissura leva a mais ingurgitamento, mais dor, o ingurgitamento leva a fissura o bebê começa a chorar porque muitas vezes não consegue abocanhar a mama, então isso faz com que aquela historia que sempre preocupa as mães “ele tá com fome, meu leite não dá, não consigo amamentar e ponto final” e não é bem assim.


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Imagem de apoio com Gabi Zaleski

Gabi Zaleski

Aby Jaine

Gabi Zaleski

GC Elizabete Kamya Coordenadora Geral do Banco de Leite/ Nutricionista

Off Com uma gestação complicada, Gabriela Zaleski foi atrás de grupos relacionados ao novo mundo materno. Porém não recebeu orientação de como seria amamentação. Nem mesmo durante os dois dias na maternidade após o nascimento da Isis. Sonora “Eu não fiz nenhuma preparação pra amamentar, nada, apenas as leituras mesmo, apenas assim, apenas o que eu havia lido tudo, as experiências que eu tinha de mãe, de tia, de avó e que ainda sim não eram muitas” ////////////////////////// Passaram esses dois dias quando eu estava saindo da maternidade eu percebi que o meu seio estava ficando muito dolorido, que o bico do meu seio tava ficando muito dolorido e avermelhado, mas eu falei, á deve ser o leite descendo, alguma coisa. Sonora “A mama muitas vezes não está como a gente programou, a gente leu...famosa frase “na pratica a teoria é outra” , então a gente precisa de ajuda, de paciência, a gente que eu diga estou falando de todas as mães, paciência.” Sonora Só que assim, demorou acho que um mês mais ou menos pra conseguir cicatrizar essa ferida. E nesses dias não foi uma e nem foi duas vezes que eu tive vontade de desistir, de pegar a primeira mamadeira que eu visse na minha frente e dar pra ela. A dor era insuportável, era pesado, a minha mãe amarrava uma fralda na mãe e eu mordia a fralda pra conseguir amamentar ela, porque eu chorava de dor, de tanta dor que eu sentia. Sonora “O seio ele fica ingurgitado, fica empedrado porque esta tendo um congestionamento de leite, ou seja, o organismo, o seio esta produzindo leite em grande quantidade só que esse leite não está sendo extraído, então ele ta ficando acumulado no seio, daí fica a sensação do leite que esta empedrado, que fica em nódulos”


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Tayana

Imagens de apoio da enfermeira Délia com o manequim

Délia (explicando o procedimento de abocanhar com manequim do seio)

Taís Castro

Aby Jaine

Off Quando a mama está machucada, as vezes causar sangramento, e pelo fato do bebê mamar, não tem problema dele ingerir um pouco de sangue. Somente em casos extremos, dai é preciso ser avaliado por uma equipe médica. Porém, para que não piore a situação da mãe em relação a esses machucados na mama, a orientação é corrigir a pega, como explica a enfermeira, Délia Paredes. Sonora “Porque ele tem que encaixar o queixo aqui...o leite ser ejetado na boquinha dele” (Toda explicação de onde o bebê tem que abocanhar pra não causar fissura) Sonora “Eu tive rachaduras, muitas bolhas igual de calo no pé como se tivesse desfolado, bastante sangramento no começo, uma sensação de ardência contínua nos seios por causa das feridas, e ai quando ele mamava no começo, estourava uma bolha e já aparecia outra, tinha esse sangramentos no sutiã mesmo e eram feridas que doíam continuamente no começo.” Sonora “A dor vai diminuir à medida que cicatriza aquela fissura e que a mãe esvazia a mama... quando o bebê não consegue esvaziar totalmente a mãe esvazia pra conseguir melhorar”.

Uma técnica alternativa “A Massagem Mohri Adaptada”

Tayana Imagens de apoio enfermeira Délia

Délia Esmeyre Paredes Enfermeira da maternidade e banco de leite

OFF Apesar das dificuldades encontradas pelas mães de primeira viagem é possível utilizar algumas técnicas para que a amamentação seja prazerosa, como por exemplo, a Massagem de Mohri Adaptada

Sonora “É porque é suave, porque não oferece dor... Eu coloco como cinco passos dessa massagem”


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Alternar imagens da Délia realizando os procedimentos com a mãe se automassageando

Off Massageie as mamas com as duas mãos, segurando toda a mama e fazendo movimentos circulares de cinco a seis vezes no sentido horário e anti-horário. Segurando as mamas com as duas mãos, faça movimentos de lateralização, alternando com suavidade para a esquerda, para a direita, para cima e para baixo; Apoie a mama com uma mão, e com a outra mão espalmada faça massagem com leve pressão em toda a mama. Com as mãos abertas, faça a massagem e pressione com suavidade sobre a aréola, para facilitar a drenagem do leite. Expressão: com o dedo polegar acima da aréola e o indicador abaixo da aréola; pressionar levemente para dentro, em direção à parede torácica, para ordenhar um pouco do leite que se encontra no complexo aureolo mamilar, para deixá-lo macio e o bebê não ter dificuldade para a pega

Délia Cobrir com imagem da massagem feita pela enfermeira

Tayana

Délia (alternar com imagem da mãe se auto massageando)

Sonora “Isso vai estar fluindo melhor após a massagem e claro, vamos estar desobstruir os ductos. Porque se esse liquido todo fica parado, essa mama fica muito cheia que chama comumente de mama empedradas, fica muito tensa, dolorosa, não vai circular pra lado nenhum e geralmente no terceiro dia tem um inchaço mesmo, retensão de liquido total fica muito mais difícil pra mãe receber a massagem.” Passagem O ideal é que a mãe aprenda essa massagem pelo menos no pré-natal para que após o parto ela comece a preparar a mama de maneira preventiva. Sonora E se fazer a massagem esse colostro vai se exteriorizar com mais facilidade. E nós vamos estar já preparando essa mãe com medidas preventivas pra evitar o ingurgitamento que acontece geralmente do terceiro ao quinto dia, que nós vamos estimular todinha essa circulação e não vamos deixar ficar


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empedrado. Porque ao tocar assim a gente sente os nódulos e é ali que precisamos fazer mais massagem pra dissolver isso e deixar fluir toda essa circulação. Mães amamentando Cinco segundos

Trilha sonora

FATOR PSICOLÓGICO Passagem As mulheres que relatam os casos de que não tiveram leite ou que o leite demorou pra descer, muitas vezes foi influenciado pelo fator psicológico.

Tayana

GC Terezinha Alcântara Silva Psicóloga do Hospital Dia Professora Esterina Corsini - Hu

Sonora “Principalmente se ela for de primeira viagem, ela fica com medo do leite não ser suficiente pro bebê... senão, às vezes, ele demora mais um pouco, principalmente se ela está muito ansiosa. ///////////////////////// “Quando a mulher fica grávida, tá, tem todo, muda,vai mudar a identidade dela, ela vai passar de ser filha, pra ser mãe. Isso é uma mudança muito grande do ponto de vista psíquico, e se ela, se de repente essa mudança, se ela não tiver o modelo da mãe, da avó, seja lá quem cuidou dela, ela vai ter dificuldade pra amamentar, ela vai ter depressão pós-parto, quer dizer, se não tiver uma rede de apoio.”

O LEITE MATERNO

Tayana

Elizabete

Off A partir do sétimo mês de gestação a mulher já começa a produzir o colostro, que dura em média até o sétimo dia após o parto. Sonora “O colostro ele sai em pequenas quantidades as vezes, em média, uma mãe pode secretar em torno de 10ml por dia e esse volume é suficiente para o bebe, para sustentar o bebê. E ele é muito rico em vitamina A, o que é importante por causa da questão da


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proteção contra infecções pro bebê e ele tem muitos fatores de defesa. Então por isso é muito importante a mãe oferecer esse pequeno volume, esse colostro que já tem uma cor amarelada justamente por causa da quantidade de vitamina A que está presente.”

Aby Jaine Mãe na maternidade amamentando

Taís Castro

Camila Carvalho Mãe da Giovana

Tayana

Sonora “Assim que o neném nasce, hoje o recomendado é que se coloque pra mamar logo na primeira hora de vida, com ajuda, porque parto normal a mãe ainda tá toda livre, no parto cesárea a mulher ta deitada, o braço sem movimento porque esta pelo campo cirúrgico , ai sim recomenda-se que com ajuda já coloque a criança ao seio tentando fazer com que tenha uma pega certa. Eu sei que é muito fácil a gente falar com a pega certa mas soa os detalhes que a gente vê a ponta do nariz encostadinho na mama, o queixo encostado, o lábio inferior viradinho” Sonora “eu acho que todo sacrifício vale a pena. Depois que sarou, passou todas essas dores, que meu corpo acostumou era sensação mais gostosa do meu bebê chorar e eu saber ‘ai tá na hora de eu amamentar’, e era aquela sensação bem gostosa e prazerosa de amamentar ele, de ver ele. Saber que ele tava tendo o alimento mais saudável que ele podia” Sonora “Mas a partir do momento que ela conseguiu mamar pela primeira vez, mesmo com a dor, eu ficava chorando às vezes de dor, porque dói demais, incomoda demais, mas em momento nenhum eu pensei em desistir, não pensei em dar menos o peito pra ela, nem nada. Todas as vezes que ela pede, eu ofereço o peito pra ela, e ela já fica mais tranquila.” Passagem Por questões orgânicas, o aleitamento materno tem a eficácia de uma vacina que favorece no desenvolvimento da arcaria dentária e o psiquismo do bebê. Normalmente é orientado que o ele esvazie todo o leite de uma mama pra depois passar para outra.


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Elizabete cobrir com imagem mãe amamentando

Aby Jaine

Tayana

(Destacar o texto em negrito)

Elizabete (cobrir com imagem de mãe

Sonora O que a gente fala é amamentar sob livre demanda. O Que quer dizer isso? O bebê vai mamar quanto tempo ele quiser que cada bebê tem o seu ritmo. Então dai ele precisa mamar até que ele fique saciado. E quando que a mãe vai trocar de mama? Quando ele esvaziar uma mama ai ela passa para outra mama. Porque isso? Porque dessa forma o bebê consegue extrair o leite anterior que é o leite de inicio da mamada, que é rico em água, é rico em fatores de defesa, então por isso que o bebê que mama no peito não precisa tomar água por causa desse leite, o primeiro leite que sai e no final da mamada, quando a mama já esta ficando vazia é que sai o leite gordo. Sonora “E eu acho que tem uma outra coisa que é muito importante o meu leite foi feito para o meu filho, então a gente sabe que se eu pegar leite de N mulheres, de N mães, e for fazer uma dosagem de tudo que tem, dificilmente a gente vai pegar um leite que exatamente composição do outro. Então na media, todos tem tudo que o bebê precisa, mas até nisso a natureza é sábia, é individualizado. O melhor alimento para o meu filho é meu leite. Eu acho que isso deixa a gente assim, a gente mãe super poderosa não é?” Passagem Um estudo feito pelo Ministério da Saúde de 1999 à 2008, com objetivo de verificar a situação da amamentação e a alimentação complementar no Brasil analisou a evolução dos indicadores de aleitamento materno no conjuntos das Capitais Brasileiras e DF. Porém, estamos distantes do cumprimento das metas propostas pela Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde em relação ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e manutenção da amamentação até o segundo ano de vida ou mais. Sonora “Exclusivamente amamentado, o bebê tem que ir até o sexto mês. Após o sexto mês o bebê continua amamentando só que dai a gente já faz a introdução dos novos


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amamentando criança +6 meses)

Tayana

Aby Jaine

alimentos, alimentação saudável, e o bebê vai ser alimentado ao seio até dois anos ou mais. Porque até os dois anos? Justamente pra favorecer, melhorar o coeficiente de inteligência do bebê, o desenvolvimento cerebral pro bebê. Então é importante esse amamentar até dois anos justamente por causa desse desenvolvimento cerebral do bebê” Passagem Alguns anos atrás, a prática da amamentação cruzada era muito comum. Eram as famosas mães de leite. A mulher tinha uma grande quantidade de leite e amamentava a filha da prima, da irmã, vizinha. Hoje essa conduta não é indicada por conta dos riscos de doença que pode transmitir para a criança Sonora “Se uma criança que mamou no peito da mãe e de uma vizinha, aparece com uma patologia depois, com uma doença depois, da onde veio? Então a gente evita” ////////////////////// O mais recomendado atualmente é que tendo excesso de leite vá até aos bancos de leite, doe. Porque esse leite será pasteurizado e encaminhado pra quem precisa.

DOAÇÃO DE LEITE

Elizabete Imagem de apoio do banco de leite

Tayana Cobrir com imagem do banco de leite

Sonora “As mães que estão amamentando e tem um excedente de produção, ou seja, o bebê mamou e ainda tem um excesso de leite, ela pode ligar no banco de leite e se candidatar a ser doadora. E como que funciona isso? A equipe do banco de leite vai até a residência, faz o cadastro, coleta as informações e traz seus exames. Esses dados todos são avaliados pela responsável médica pelo banco de leite. Então a responsável médica, a médica vai dizer se a mãe pode ou não ser doadora. Mediante seus dados de cadastro e exames laboratoriais” Off A coleta de leite pode ser feita pela mãe ou pela equipe do banco de leite. Sendo duas situações que podem ocorrer: a mãe coletar


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Elizabete Imagem de apoio da mãe fazendo a doação no banco de leite

Tayana

Tais Castro

pro bebê dela e congelar para ser oferecido na sua ausência ou retirar esse excesso de leite e congelar para o banco de leite. Sonora “E como que é o processo no domicílio? Toda vez que a mãe for fazer a coleta ela precisa prender os cabelos, colocar um lenço no cabelo, uma fraldinha do rosto, pra evitar respirar ou espirrar, ou falar sobre o leite. Precisa utilizar um frasco de vidro com tampa de plástico que o próprio banco de leite vai fornecer esse frasco estéril, então ele não tem contaminante e a mãe pode fazer a primeira coleta nesse próprio frasco. //////////////////////////////////// e ela vai lavar bem as mãos com água e sabão e a mama somente com água,não é pra passar sabonete, detergente na mama, porque isso resseca e pode fissurar a mama, ressecar a mama. Fazer a massagem na mama e começar a fazer a expressão. //////////////////// os primeiros jatos de leite que sai ela precisa desprezar, por que? Pra reduzir os contaminantes que existem naturalmente na pele e pode ter no seio também. Depois ela vai começar a coletar nesse frasco estéril, terminada essa extração, ela vai tampar e colocar a data no frasco e imediatamente no congelador. Num próximo momento que ela for fazer uma nova retirada, ela vai precisar de um copo ou uma xícara fervida, porque daí aquele frasco tá no congelador. Passagem A mãe que tem excesso de produção láctea pode contribuir para a recuperação de recémnascidos de alto risco

Sonora “Alem de eu conseguir amamentar o meu eu conseguia doar, porque durante os primeiros quinze dias de vida dele ele precisou de leite, de doação pra conseguir sobreviver. Então eu queria retribuir e ai ficou prazeroso tanto pra mim amamentar meu filho quanto ajudar as outras crianças”


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Tayana Imagens de mães amamentando

OFF com trilha É na amamentação que o afeto, toque e carinho é maior. O bebê receberá da mãe um contato intimo de aconchego e calor, os mesmos que sentia no útero. Uma relação de continuidade, proporcionando a dupla mãe-filho estreitar os laços de afetividade

Nome do projeto

Som Batimentos do coração

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Curso de Comunicação Social – Jornalismo Projeto experimental – 2016

Produção, Redação, Reportagem, Edição de texto – Tayana Vaz Imagens e edição de imagens - Marcos Vaz Orientação – Prof. Marcelo Cancio Agradecimentos: As mães que colaboraram com os depoimentos Camila Carvalho Gabriela Zaleski Taís Castro Nishikawa Thais Morgana

Ficha técnica

As profissionais Aby Jaine da Cruz Montes Moura Médica pediatra neonatologista - HU Délia Esmeyre Paredes Enfermeira da maternidade e banco de leite HU Elizabete Kamya Coordenadora Geral do Banco de Leite/ Nutricionista- HU Terezinha Alcântara Silva Psicóloga do Hospital Dia Professora Esterina Corsini - HU


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