O papel da TV UFMS na integração e divulgação da pesquisa, ensino e extensão |Heloísa Carvalho

Page 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE ARTES, LETRAS E COMUNICAÇÃO CURSO DE JORNALISMO

HELOÍSA MARIA CARVALHO FONTES

O PAPEL DA TV UFMS NA INTEGRAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO

Campo Grande (MS) NOVEMBRO/2018


O PAPEL DA TV UFMS NA INTEGRAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO

HELOÍSA MARIA CARVALHO FONTES

Monografia apresentada como requisito parcial para aprovação no curso de graduação em Jornalismo do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Sob orientação da Professora Mestre Débora Alves.

Orientador(a): Prof. (a). Ms. DÉBORA ALVES P. CABRITA

Campo Grande (MS) NOVEMBRO/2018


AGRADECIMENTOS À Deus! Em segundo lugar, à minha família que ficou ao meu lado me apoiando nos momentos em que eu pensei em desistir. Aos meus amigos que junto comigo caminharam ao meu lado durante essa trajetória e que levarei para sempre em meu coração. Eu amo vocês! Agradeço também aos meus professores que se dedicaram o seu tempo transmitidos os seus conhecimentos e pelas dicas de como se praticar um jornalismo de qualidade e com responsabilidade. Quero agradecer a professora Cristina pela contribuição com a minha pesquisa sobre televisões universitárias e ao professor Oswaldo pela atenção e o tempo disponível. À minha orientadora, Débora Alves que me acompanhou durante o processo deste trabalho. Quero agradecer também a revisora ortográfica Patrícia dos Santos. Aos meus entrevistados que contribuíram para este trabalho. Obrigada pela atenção! Obrigado a todos!


Que o “Mestre da Vida” lhe ensine a não a ter medo de viver e a superar os momentos mais difíceis da sua história. (Augusto Cury)


LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Portaria n.119/99. Resolve: criar a TV e Rádio Universitárias da UFMS .............................................................................................................12 Figura 2- "Vazio" de dois segundos entre o 1º bloco e o 2º bloco do LABJO.............................................................................................................24 Figura 3- Mudança da logo da TV UFMS......................................................44 Figura 4- Mudança do Geradores de Caracteres no telejornal da TV UFMS.............................................................................................................45 Figura 5 - Mudança do "cromaqui" do telejornal da TV UFMS .....................46


LISTA DE TABELAS Tabela 1- Início da participação das Universidades de Campo Grande no Canal Universitário Net 14. ......................................................................................... 14 Tabela 2- Relação dos programas da TVU em outubro de 2016, disponíveis na NET, canal 14................................................................................................... 22 Tabela 3- Relação dos programas da TVU em outubro de 2017, disponíveis na NET, canal 14................................................................................................... 23 Tabela 4- Relação dos programas da TVU em outubro de 2018, disponíveis na NET, canal 14................................................................................................... 25 Tabela 5- Relação entre propaganda e publicidade .........................................40


LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Distribuição das TV’s Universitárias nas cinco regiões brasileiras ..........................................................................................................................9 Gráfico 2- Classificação das matérias do Telejornal da TV UFMS no mês de outubro de 2016 .........................................................................................................................36 Gráfico 3- Classificação das matérias do telejornal de outubro de 2017.................................................................................................................37 Gráfico 4- Classificação das matérias do telejornal de outubro de 2018.................................................................................................................38 Gráfico 5- Classificação das matérias dos telejornais da TV UFMS 2016-2018 do mês de outubro .........................................................................................................................38 Gráfico 6- Classificação do conteúdo dos intervalos de out/ 2016 .........................................................................................................................40 Gráfico 7- Classificação do conteúdo dos intervalos em 2017 .........................................................................................................................41 Gráfico 8- Classificação da quantidade de conteúdo institucional nos intervalos de out/2018 .........................................................................................................................42 Gráfico 9- Classificação do conteúdo dos intervalos 2016-2018 .........................................................................................................................43


LISTA DE QUADRO Quadro 1- Matérias “Alunos de Física, constroem telescópios de PVC”. ......................................................................................................... ................26 Quadro 2- Matéria “Alunos do Ensino Médio fazem o cursinho Pró-Enem” ............................................................................................................... ..........27 Quadro 3- Matérias que mesclam o tripé: ensino, pesquisa e extensão. .......................................................................................................... ...............28 Quadro 4- Matérias exibidas pelo Telejornal UFMS .................................................................... ......................................................30 Quadro 5- Matérias exibidas no Telejornal UFMS de outubro de 2018...................................................................................................................33


RESUMO Esta pesquisa trata sobre a TV Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a TV UFMS, o objetivo é saber se a emissora cumpre o seu papel com o tripé: ensino, pesquisa e extensão. Para realizar este estudo, foi trabalhado com uma amostra dos telejornais do mês de outubro dos anos de 2016 a 2018, além dos vídeos institucionais. Para esta pesquisa exploratória se utilizou de dois principais métodos: análise de conteúdo e entrevista semiestruturada com os responsáveis pela implantação da TV UFMS e com a atual secretária de comunicação da instituição. Os resultados obtidos com essa amostra é que a TV UFMS trabalha com o tripé, porém o tema extensão prevaleceu. Ela também foi considerada institucional em algumas situações que trataram diretamente da reitoria, além dos vídeos institucionais. Assim, a mudança que ocorreu na TV com a nova gestão foi apenas a identidade visual. Palavras-chave: TV universitária – TV UFMS – pesquisa – extensão – ensino institucional.


ABSTRACT This research is about TV University of the Federal University of Mato Grosso do Sul, TV UFMS, the purpose is to know if the broadcaster fulfills its role with the tripod: teaching, research and extension. To carry out this study, we worked with a sample of the news programs from October 2016 to 2018, in addition to the institutional videos. For this exploratory research, two main methods were used: content analysis and semi-structured interview with those responsible for the implementation of UFMS TV and with the institution's current communication secretary. The results obtained with this sample is that UFMS TV works with the tripod, but the extension theme prevailed. It was also considered institutional in some situations that dealt directly with the rectory, in addition to institutional videos. Thus, the change that occurred in the TV with the new management was only the visual identity. Key words: University TV - TV UFMS - research - extension - teaching - institutional.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 1. TV UNIVERSITÁRIA E A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELEVISÃO UNIVERSITÁRIA (ABTU) .................................................................................. 4 2. TV UFMS...................................................................................................... 14 3. TV UFMS E O TRIPÉ DE INTEGRAÇÃO PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO...................................................................................................... 19 3.1 Classificação das matérias do Telejornal da TV UFMS de acordo com os critérios de pesquisa, ensino e extensão ......................................................... 28 3.2. TV UFMS e a ABTU .................................................................................. 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 47 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51 ENTREVISTAS..................................................................................................54 APÊNDICES......................................................................................................55 ANEXO............................................................................................................104


1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa exploratória tem como objetivo verificar se a programação da Televisão Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (TV UFMS) transmitida pelo Canal Universitário (CNU) da TV a Cabo Canal 14, operado pela NET, atende aos padrões sugeridos pela Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) e se o conteúdo do programa Jornalístico da TV UFMS está pautado no tripé pesquisa, ensino e extensão. Tripé de integração defendido pelo pesquisador Dr. Cláudio Magalhães (2013), presidente ABTU no mandato 2008-2012 e atual membro do Conselho Consultivo da Associação; e pelo Plano de Desenvolvimento Institucional da UFMS. Esta pesquisa pretende mapear, descrever e explicar as matérias veiculadas no telejornal da TV UFMS nos períodos de outubro de 2016, 2017 e 2018 e assim verificar se o programa jornalístico foi usado prioritariamente como produto institucional, veiculando matérias ligadas aos atos e resoluções da reitoria, ou se houve a diversificação de temas e assuntos. O mapeamento pretende esclarecer se a hipótese de “TV institucional” se confirma ou se o objetivo de veicular material da universidade ligado ao ensino, pesquisa e extensão foi atingido neste período. A hipótese de a TV UFMS ser pautada pelos interesses institucionais está relacionado aos fatos da TV estar vinculada à vice-reitoria, conforme Portaria n. 119 de 11 de fevereiro de 1999; ser subordinada diretamente à Secretaria de Comunicação Social e Científica da UFMS (Secom) e pelo fato dos profissionais que trabalham diretamente com a produção jornalística serem contratados por meio de empresas terceirizadas. Esse trabalho tem como objetivo também conceituar o que é TV Universitária; retratar a história da TV UFMS; apresentar as entrevistas com os responsáveis pela implantação da TV Universitária na UFMS e as pessoas encarregadas pela TV atualmente, além de propor melhorias para a TV UFMS, como incentivar a produção acadêmica por meio de outros formatos, realizar pesquisa de audiência e ter autonomia de produção. A TV UFMS foi a pioneira do Canal Universitário em Campo Grande/MS, criada em 10 de dezembro de 1997, dois anos após a promulgação da Lei da TV a Cabo de janeiro de 1995. A lei federal 8.977/1995,


2 no artigo 23, institui os Canais Básicos de Utilização Gratuita, entre eles “um canal universitário, reservado para o uso e compartilhado entre as universidades localizadas no município ou municípios da área de prestação do serviço” (ABTU, 2004, p. 189). Antes da lei, podemos destacar que a primeira experiência com televisão universitária no Brasil aconteceu em 1968 na Universidade Federal de Pernambuco, que tinha por objetivo promover a educação formal por meio da TV. Anos mais tarde em 1995, a Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC/SP) e a Universidade Federal de Santa Maria no Rio Grande do Sul passaram a veicular os programas específicos de Televisão Universitária. A Associação Brasileira de Televisão Universitária (2004, p. 05) define TV Universitária como “aquela produzida no âmbito das Instituições de Ensino Superior (IES) ou por orientação, em qualquer sistema técnico ou em qualquer canal de difusão, independente da natureza de sua propriedade”. De acordo com dados da ABTU (2004), das 57 TV’s Universitárias associadas até 2004; 19% já existiam antes de 1995, e as demais, (81%) foram criadas após a lei. Nesse trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre o conceito de Televisão Universitária, que estão baseados nos livros: TV Universitária: Limites e Possibilidades, do professor Flávio Porcello (2002); manual de TV Universitária, Cláudio Magalhães (2002), O Mapa da TV Universitária Brasileira, Alzimar Ramalho, (2011), entre outros. Outra bibliografia consultada foi o estudo de 2004, feito pela Associação Brasileira de Televisão Universitárias (ABTU), em que são apresentadas a definição e função das TVs Universitárias; e ainda, a monografia de conclusão de curso de Especialização Lato Sensu intitulada, Televisão Universitária: Padronização e Inovação de Linguagem, (2006) escrita por Cristina Ramos da Silva Ribeiro e Mara Rosa Ribeiro. Neste trabalho as autoras apresentam um estudo sobre as televisões universitárias de Campo Grande/ MS. Outra metodologia utilizada foram as entrevistas semiestruturadas, primeiro com os responsáveis pela instalação da TVU (UFMS), Professor Dr. Marcelo Cancio; com ex-vice-reitor da Universidade, professor Amaury de Souza e com o ex-diretor da TVU Dr. Rubens Aquino. Para tratar da TVU


3 atualmente a entrevistada foi a Secretária de Comunicação Social e Científica da UFMS professora Dra. Rose Mara Pinheiro. Também foram entrevistados o diretor da TV UCDB Jakson Pereira e a diretora da TV Pantanal (UNIDERP) professora Angélica Queiroz, ambos falaram sobre o papel da TV universitária dentro de suas respectivas instituições. Para este estudo, foram analisados os telejornais da TV UFMS de outubro de 2016, outubro de 2017 e outubro de 2018. Sabemos que os conteúdos estão disponibilizados no canal do Youtube da Universidade e na página do Facebook, porém optamos, por requerer à Secretaria de Comunicação Social Cientifica da UFMS (Secom) para que fossem fornecidas cópias dos programas que foram ao ar na NET Canal 14. O estudo exploratório foi escolhido, porque permite que o pesquisador tenha maior proximidade com o objeto de estudo, além de orientar na formulação de hipóteses.


4 1. TV UNIVERSITÁRIA E A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELEVISÃO UNIVERSITÁRIA (ABTU)

A televisão universitária notadamente está passando por uma nova fase marcada pelo barateamento dos equipamentos; na tentativa de produção experimental diferenciada dos modelos comerciais, uso de canais de distribuição livre e pelo aumento significativo no número de TV’S Universitárias. Visto que em 2010 foram identificadas 151 TV’s Universitárias com produção televisiva contra 20 em 1995, em todo o país, (RAMALHO, 2011, p. 16). O crescimento acentuado se deve se a publicação da Lei Federal 8.977 de 5 de janeiro de 1995, ou seja, a Lei da TV a Cabo. Essa Lei institui que “as televisões a cabo são obrigadas a reservarem sem custos para os assinantes os “Canais Básicos de Utilização Gratuita”. ABTU (2004, p. 05). Classificado por Magalhães como “o terceiro momento que definitivamente permitiu o crescimento da atuação das TV’s Universitárias como um novo gênero". (MAGALHÃES, 2018, p.06). De acordo com Frandikin (2003) citado por Magalhães (2017, p. 5), a televisão universitária viveu três momentos, o primeiro deles no final 1960 e início da década de 1970 quando o então governo militar viu na implantação de um sistema de televisão educativa uma maneira de fazer educação à distância. O segundo momento acontece no fim dos anos 1980 com a abertura democrática, período em que acontece uma nova leva de concessões para universidades e para o setor privado, que também foi contemplado. Importante ressaltar, historicamente, a TVU Recife da Universidade Federal de Pernambuco, é reconhecida como a primeira Televisão Universitária que desde 1968 passou a produzir conteúdo com o intuito de alfabetizar e educar as pessoas por meio da televisão. Ela (TVU Recife) surge em pleno exercício da ditadura do governo militar, com o objetivo de ser a primeira de uma série de TVs que integrariam um sistema nacional de emissoras educativas dentro de um plano nacional de alfabetização e educação básica através dos meios de comunicação em massa (MCM). (MAGALHÃES, 2013, p. 107).


5 Em 2012 a TVU Recife passou por reformulações e foram redefinidas a missão e a visão do núcleo composto por TV e Rádios FM e AM. O principal deles é promover a comunicação pública de maneira democrática e participativa, estimulando a formação crítica e a construção do conhecimento. Além de ser referência em comunicação pública, com excelência na produção e transmissão de conteúdos multimídia (UFPE, 2018, s/p)1. A tentativa de produção experimental, citada no início deste capítulo, se deve a utilização de novas tecnologias para a produção de programas com formato e linguagem voltados para o público jovem. As redes sociais, a facilidade na produção e divulgação de conteúdos digitais permitidos pela qualidade dos “smartphones”, canais de distribuição livre, apontava para o crescimento e experimentação diversificação dos produtos audiovisuais produzidos pelos universitários, sobretudo dos cursos de comunicação, além de um novo ciclo de produção e visibilidade das TV's Universitárias. E não um mero reprodutor dos modelos existentes. Com o objetivo de apoiar, orientar e congregar as Instituições de Ensino Superior (IES) que produzem televisão educativa e cultural foi fundada em 30 de outubro de 2000, a Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU). Segundo o portal online da ABTU, as IES possuem um suporte para explorarem as televisões nos seguintes aspectos: Orientações sobre o caminho que devem percorrer para operar canais de TV; Ajuda a superar as dificuldades de organizar a produção e de garantir um provimento regular de programação; Orientação administrativa, técnica e jurídica, além de representação junto aos organismos do Estado, como Ministério das Comunicações, Anatel, Ministério da Educação, Congresso Nacional, Poder Judiciário e demais instituições da sociedade (ABTU, 2018, s/p)2

A ABTU (2004) define Televisão Universitária como “aquela produzida no âmbito das IES ou por orientação, em qualquer sistema técnico ou em qualquer canal de difusão, independente da natureza de sua propriedade”. Ramalho (2006) no artigo denominado a Televisão Universitária como instrumento de difusão da cultura regional conceitua TV Universitária como: 1 2

Disponível em: https://www.ufpe.br/ntvru/sobre; Acesso em 11 nov.2018; as 18:53. Disponível em: https://www.abtu.org.br/objetivos. Acesso em 19 de abril de 2018; ao 12:41


6

(...) uma emissora ligada a universidades, centros universitários ou instituições de ensino superior (IES) e transmitida por canais de televisão abertos ou pagos, e/ou por meios convergentes (satélites, circuitos internos de vídeo, internet, etc.). Por tratarse de uma emissora pública, ou seja, sem fins lucrativos, é mantida pela própria instituição, portanto a sua produção deve estar voltada aos princípios básicos de qualquer instituição de ensino promovendo a educação, a cultura e a cidadania. Em última instância, é a extensão do ensino superior, ao possibilitar o acesso democrático à informação de que se produz na instituição. (RAMALHO, 2006, p.1).

Qualidade e relevância social são dois fatores que se esperam da programação da TV Universitária, além de uma programação diversificada estimulando a produção de conteúdos locais e regionais. Para a ABTU (2004), o conhecimento científico gerado na academia deveria chegar de forma rápida e eficiente por meio da produção audiovisual. A TV Universitária deve ser voltada para todo o público interessado em cultura, informação e vida universitária, no qual prioritariamente se inclui, é certo, o próprio público acadêmico e aquele que gravita no seu entorno: familiares, fornecedores, vestibulando, gestores públicos da educação, etc. (ABTU, 2004, p.5).

Flávio Porcello (2002, p. 08) ao analisar os limites e as possibilidades da TV Universitária defende a televisão como veículo dinâmico e eficiente, “a universidade precisa dar visibilidade para a sua produção acadêmica, para a exposição do pensamento e para a divulgação de suas incontáveis linhas de pesquisa”. A Associação reforça ainda que o papel da TV Universitária ultrapassa as fronteiras da instituição, “ela é mais do que uma TV estudantil, ela é a face da universidade, a expressão audiovisual de sua comunidade, de suas atividades e de seus projetos”. (ABTU, 2004, p.10). A ABTU surge com dois propósitos específicos, “o de representar o segmento politicamente nas mais diversas instâncias institucionais, em prol do fortalecimento do gênero e o de formar a RITU – Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária”. (MAGALHÃES e MOREIRA, 2018, p. 06) Para Magalhães (2002, p. 08) a televisão universitária deveria ser usada como instrumento de extensão, de experimentação, de prestígio, de


7 divulgação, até de construção de marca e explorada pelos acadêmicos com projetos culturais e sociais para que suas produções sejam vistas no ar fora dos limites da universidade. “A Televisão Universitária oferece a oportunidade de uma integração ativa entre ensino, pesquisa e extensão entre os seus atores principais: alunos, professores, dirigentes, funcionários e a comunidade”. (MAGALHÃES, 2002, p. 50). Porcello (2002, p.48) lança a pergunta sobre a missão da televisão universitária e em seguida responde. “Qual o papel de uma TV Universitária”? “A TV Universitária serve de elo entre o conhecimento obtido na instituição acadêmica e sua beneficiária mais direta: a sociedade”. Porcello (2002) acredita que a TV universitária deve munir a população local com informações sobre o universo do ensino superior que não estariam disponíveis em outros veículos de comunicação. Por isso quanto mais a televisão investir numa programação diferenciada, voltada para o público interno e para a comunidade, maior a possibilidade de sobrevivência e de avanços ela terá. “Ficar ligado a apenas um departamento – sujeito a movimentos políticos internos – deixa vulnerável a TVU. Quanto mais ela trabalhar para a universidade, mais será indispensável a ela.” (MAGALHÃES, 2013, p. 116). Marília Franco (2011), no prefácio da obra Mapa da TV Universitária Brasileira (2011); explica que as universidades sabem que ter uma televisão universitária é importante, mas não conseguem definir bem como e por onde integrar a TV de forma eficiente aos projetos das universidades. A TV UFMS, por exemplo, tem uma equipe de profissionais terceirizados que pauta assuntos, prioritariamente, envolvendo a comunidade acadêmica, os docentes e os trabalhos desenvolvidos pela reitoria. Para completar o tempo de uma hora de programa, utiliza, quando tem, os telejornais produzidos pelos acadêmicos na disciplina de telejornalismo. A TV UFMS costumeiramente conta com a colaboração de estagiários, mas em 2018 trabalhava apenas com três jornalistas formadas. (PINHEIRO, 2018). Diferente das universidades particulares, onde os alunos disputam uma vaga de estágio na TV universitária como oportunidade de montar um portfólio (RIBEIRO e RIBEIRO, 2006). De acordo com a secretária de Comunicação da UFMS Rose Pinheiro (2018), os acadêmicos de


8 Jornalismo da UFMS não demostraram interesse em realizar o estágio na TV da própria instituição. Entre as explicações dos estudantes para a falta de interesse é a impossibilidade de produzir programas com formato e linguagem diferentes do velho e conhecido telejornal. Entre as dificuldades apontadas estava a proibição da equipe, quando há estagiário, de sair da instituição no carro da TV. O que, às vezes, soa como contrassenso, porque na verdade, muitos querem mesmo é cobrir as mesmas pautas do jornalismo factual das emissoras comerciais. (RIBEIRO e RIBEIRO, 2006). O Mapa da TV Universitária Brasileira (2011), em 2010, identificou 151 Instituições de Ensino Superior com produção televisiva. “Considerando que em 1995 o número de televisões universitárias não passava de 20 em todo o país, o crescimento foi superior a 700%” (RAMALHO, 2011, p.) Do total de 151 IES veiculando em sinal aberto, no cabo, satélite, micro-ondas, na internet e em circuito interno, apenas 32 estão associadas à ABTU. Até o último levantamento de novembro de 2018, em Mato Grosso do Sul são associadas a TV UFMS, a TV UCDB e a TV PANTANAL. O gráfico 1 apresenta a distribuição de TV’s universitárias por região.


9 Gráfico 1. Distribuição das TV’s Universitárias nas cinco regiões brasileiras.

TVs universitárias por região do Brasil (Ramalho, 2011, p. 27)

Do total de 151 TV’s, 17 estão concentradas na Região CentroOeste, sendo quatro em Mato Grosso do Sul, no período da pesquisa em 2010. Embora o crescimento seja acentuado, isso não significa que as antigas servem de modelo para as novas. A principal falha das TVs Universitárias é a falta de conteúdo para preencher a programação. Muitas delas dividem o espaço com os laboratórios dos Departamentos de Comunicação das Instituições, não tem equipamentos e equipes suficientes para produzir em grande volume, e na grande maioria das vezes acabam repetindo os conteúdos das TVs comerciais. As Tvs Universitárias não conhecem o seu público-alvo; as televisões também não conseguem ocupar todos os horários disponíveis com as suas produções o que gera uma grade de programação com muitas reprises desestimulante para o telespectador. (ABTU, 2004, p.07)

A programação das TV’s universitárias depende da capacidade de produção. O que as pesquisas demonstram é a baixa produção inédita nas TV’s Universitárias em todo país. Pesquisa da professora Dra. Alzimar Ramalho (2011), revela que as IES da região Centro-Oeste são as que mais


10 repetem a produção.

“A baixa capacidade de produção inédita é bastante

prejudicial ao segmento, pois obriga as TV’s a firmarem convênios com outras emissoras educativas públicas e privadas para

completar a

grade,”

(RAMALHO, 2011, p. 44). O problema da falta de produção acompanha a TV UFMS desde seus primórdios quando a universidade decidiu ocupar o espaço garantido por lei. Em entrevista para este trabalho, em 19 de setembro de 2018, o professor Dr. Marcelo Cancio explica que tomou a iniciativa de buscar a empresa operadora de TV a Cabo em Campo Grande/MS, para solicitar o espaço gratuito reservado para as universidades, mas havia uma questão que precisava ser resolvida: entregar a programação para que pudesse ser usado o sinal. Não existia na Universidade nenhuma estrutura para o funcionamento de uma televisão, existia apenas o laboratório de telejornalismo, então a alternativa ideal para ocupar o canal foi fazer uma seleção dos TCC’s (Trabalho de Conclusão de Curso) daquela época e de anos anteriores, pois era o único material que tínhamos no momento. Depois de um tempo isso ficou cansativo, porque eram os mesmos vídeos, nós não tínhamos uma produção, a gente ocupou o espaço, o canal, mas a universidade não tinha uma estrutura, uma equipe de TV. (CANCIO, 2018).

Mesmo com toda a dificuldade encontrada, ocupar os espaços conquistados pelas universidades é importante para dar visibilidade às ações desenvolvidas pela comunidade acadêmica, sobretudo quando o desafio é transmitir conteúdo que contenha informação e cultura de qualidade. TV Universitária não é lata em prateleira de supermercado, onde se compra por impulso ou hábito, como acontece com a programação da TV comercial. TV Universitária é como um livro na biblioteca: você só consome depois de escolher e para usar em consonância com o seu desejo de conhecimento. Se pudermos fazer isso e ainda entreter nosso telespectador, assim como as grandes obras-primas da literatura, estaremos, então, fazendo uma bela obra-prima na telinha do cidadão brasileiro. (MAGALHÃES, 2002, p. 53).

Quem sabe um dia a TV Universitária se transforme nesse precioso livro na estante da biblioteca, onde o estudante e a comunidade decidam abrir e explorar, como defende Magalhães (2002), ao comparar o produto que deveria ser oferecido pela TV Universitária em detrimento das televisões comerciais. Mas quanto mais raro, maior a possibilidade de se perder se não

00


11 00 houver o devido cuidado. Duas televisões consideradas símbolo e modelo para as demais fecharam. No Rio Grande do Sul a TV Unisinos e a TV UCS – Caxias do Sul TV’s Universitárias suspenderam a programação. Em nota no site da Universidade Caxias do Sul (2017)3, o diretor Ambrósio Luiz Bonalume explica que financeiramente é inviável a migração da UCSTV do sistema analógico para o digital. A UCSTV encerrou as atividades em 31 de janeiro de 2018, dos 18 funcionários, 13 foram demitidos. Já a TV Unisinos que mantinha parceria de 10 anos com o Canal Futura, para a transmissão da programação universitária, anunciou em 2016 que estava reestruturando a equipe e se desvinculando do Canal Futura. O motivo, segundo a diretora Marlise Brenol, em entrevista ao portal Coletiva.net4, é porque a universidade “foca em novas mídias para a formação de um profissional mais apto para se inserir na atual realidade do mercado de comunicação.” O presidente da ABTU, Fernando Moreira (2018) no editorial da Revista ABTU, edição n. 5, afirma que as duas TV’s “congregavam em suas produções o que melhor havia de produção audiovisual agregado ao ensino, à pesquisa e a extensão,” (MOREIRA, 2018, p. 03). O título do editorial resume o que a TV Universitária vive: “Tempos Estranhos”, ao mesmo tempo em que se fecham importantes TV’s universitárias e públicas, outras abrem com os mesmos sonhos e entusiasmo dos pioneiros. O que fazer para as televisões universitárias, que não estão no roll das inovadoras, não se perderem no enfadonho conteúdo apresentado e reapresentado exaustivamente? A alternativa apresentada pela USCTV será investir num modelo de plataforma digitalPlay que permita a interatividade e o acesso rápido e fácil ao conteúdo. “Trata-se da implantação de um projeto inovador, que usa plataforma de fácil acesso, mais adequado aos tempos de convergência tecnológica e de consumo por demanda, e de menor custo” (BONALUME, 2017, s/p). Quem sabe este será o caminho para as demais televisões universitárias.

3

USCTV não vai aderir ao sistema digital, disponível em https://www.ucs.br/site/noticias/16496/. Acesso em 12 nov de 2018. 4TV Unisinos reestrutura equipe e se desvincula do Canal Futura; Disponível em: https://coletiva.net/comunicacao/tv-unisinos-reestrutura-equipe-e-se-desvincula-do-canalfutura,127645.jhtml. Acesso em 12 de nov 2018.

3


12 00 2. TV UFMS A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul foi a primeira instituição a oferecer o curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, em Mato Grosso do Sul, em 1989. A TV Universitária da UFMS foi ao ar pela TV a Cabo em 10 de dezembro de 1997, mas a Portaria oficial, Figura 1; foi publicada em 11 de fevereiro de 1999 pelo então reitor Jorge João Chacha. A Portaria 119/99, resolve no art. 1º. Criar a TV e Rádio Universitária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (TVUFMS e FM UFMS) vinculadas à vice-reitoria. O art. 3º diz que as Competências e Atribuições da TV UFMS e FM UFMS serão fixadas por regimento próprio. Figura 1- Portaria n.119/99. Resolve: criar a TV e Rádio Universitárias da UFMS

Fonte: UFMS, 1999.


13 00 A história de implantação da TV Universitária da UFMS aconteceu assim que o decreto presidencial ganhou publicidade e chegou ao conhecimento do curso de jornalismo da UFMS. Prof. Dr. Marcelo Cancio, em entrevista para este trabalho em 19 de setembro de 2018, revela que pegou o decreto e levou até o vice-reitor Amaury de Souza que aceitou o desafio de implantar uma televisão universitária, para dar visibilidade às ações acadêmicas. Com a autorização da universidade, com a ciência da Operadora de TV a Cabo local, o professor que ministrava aulas de telejornalismo precisava fazer com que o conteúdo chegasse até a operadora, por que eles iriam apenas retransmitir via Cabo. Mas sem produção de conteúdo audiovisual específico para a televisão, a alternativa foi utilizar os recursos disponíveis na época. Nós tínhamos uma câmera do laboratório de telejornalismo que era para trabalhar com os alunos, não tínhamos gente contratada para fazer uma programação. Nós tivemos um problema inicial: Não existia uma TV a cabo na Universidade, ou seja, a TV por assinatura não chega até aqui. Então, não tínhamos como transmitir daqui para eles através de um sinal, então a alternativa foi essa, organizar uma fita com vídeos em sequências e entregar nessa TV Comunitária, porque ela já tinha toda uma estrutura de equipamento para ajustar esse material. O sinal era transmitido por um cabo que passava do equipamento da TV Comunitária para o prédio ao lado, e esse cabo chegava dentro dos transmissores da TV por assinatura e a partir daí era transmitido o sinal direto. (entrevista CANCIO, 2018)

A TV foi ao ar no dia 10 de dezembro de 1997, com o nome de TVU TV Universitária, inspirada na abreviação da TV Educativa, TVE existente no estado. O espaço foi ocupado com os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) selecionados dos anos anteriores que passaram a ser transmitidos pelo canal. Cancio (2018), explica que no início a novidade foi interessante para o curso e para as pessoas que tinham acesso aos canais fechados da TV a Cabo. Mas com o tempo passou a ficar cansativo, porque vídeos eram repetidos durante a programação. As outras universidades passaram a dividir o canal um ano depois. A UCDB iniciou a participação no Canal Universitário em novembro de 1998 e a UNIDERP em janeiro de 1999.


14 00 Tabela 1. Início da participação das Universidades de Campo Grande no Canal Universitário Net 14.

Fonte: Ribeiro e Ribeiro (2006, p.15) Em entrevista realizada no dia 01 de outubro de 2018, para a elaboração desta pesquisa, o primeiro diretor da TVU, jornalista Dr. Rubens Aquino explica que foi preciso muito trabalho e empenho da equipe que idealizou a TVU e aceitou o desafio de colocar a TV no ar. Nos anos 80, antigamente ali (prédio da TV UFMS) era o DCE, era um barracão de madeirite, aquela madeira de fazer cerca de construção; era um barracão com telhado de ertenit naquele mesmo formato que está ali e a assessoria de comunicação ficava em um cubículo perto da piscina. Quando foi no final dos anos 90 o DCE saiu dali e foi transferido para a sede construída perto da Caixa Econômica. Como o espaço ficou vazio e abandonado, então nós falamos: vamos tomar conta! Foi toda a minha equipe de jornalistas e ficamos no local, mesmo sabendo que era um barracão de madeirite e ali ficou sendo a assessoria de comunicação e a TVU, aí depois que o Peró (reitor Manuel Peró) assumiu, ele construiu a assessoria lá no prédio das araras. E o Chacha (reitor Jorge Chacha) autorizou construir o estúdio (TV UFMS) onde está até hoje. (AQUINO, 2018).

Atualmente a TV Universitária tem em sua grade programação jornalística, programas especiais e entrevistas. Em 2018 o setor de


15 00 Comunicação da universidade passou por reformulação e o nome da TV deixou de ser TVU para ser oficialmente chamada de TV UFMS. Na avaliação do professor Marcelo Cancio, vinte e um ano desde a primeira transmissão, a TV universitária é um canal ainda institucional, que precisa ter um olhar que não seja só para falar do reitor, das ações decididas pela reitoria. TVU (TV UFMS) deve produzir mais material sobre pesquisa, sobre extensão e também promover entrevistas e debates que não precisam ser necessariamente da Universidade, ela pode debater assuntos que são importantes para a sociedade; debate sobre saúde, educação, segurança e economia, que são assuntos fora do campus da Universidade, mas que pode se tornar um espaço de discussão sobre esses temas.(CANCIO, 2018).

Uma questão importante levantada durante a pesquisa exploratória está relacionada aos horários de exibição. A TV UFMS dificilmente consegue estabelecer um diálogo com o público universitário, com as donas de casa e o público em geral. A grade de programação é flutuante, a cada dia da semana o horário de transmissão da TV UFMS muda. Mas não é uma realidade apenas de Campo Grande/MS. A normativa das TV’s Universitárias permite adotar o modelo de Programação Rotativa onde há a divisão do tempo de transmissão entre o número de participantes do canal, alternando a grade, periodicamente, para que nenhuma das IES tenha privilégio de horários enquanto que as demais saem prejudicadas. Mas essa rotatividade impede a fidelização da audiência, cada vez mais difícil, não só para a UFMS como para as demais instituições. Dificilmente,

os

universitários

conseguem

acompanhar

a

programação da instituição onde estuda. Durante o zapping com o controle remoto é possível ter a “sorte” de assistir à produção da universidade. O canal que antes era dividido por quatro instituições conta atualmente apenas com a TV UFMS e a TV UCDB da Universidade Católica Dom Bosco. A fidelização a partir do horário é uma característica das televisões comerciais que procuram pautar (agendar) a vida das pessoas com horários rigidamente definidos como, por exemplo, as novelas, Jornal Nacional da TV Globo e/ou o jogo de quartafeira logo após o JN. Cláudio Magalhães (2002, p. 49) ao final da obra Manual para uma TV Universitária toma a liberdade de expor a opinião pessoal dizendo que as


16 00 universidades têm medo de fazer televisão. “O que tenho visto é uma tentativa de se fazer uma televisão universitária tendo como referência comerciais, ou simplesmente abre-se mão de utilizar um direito por temer que nunca se alcançará um suposto nível de qualidade estética e de conteúdo”. Em 2006, quatro anos depois da publicação de Magalhães, foi realizada análise das quatro Instituições de Ensino Superior de Campo Grande/MS, Ribeiro e Ribeiro (2006, p. 70) concluíram que as TV’s Universitárias repetem padrões televisivos comerciais, apresentam caráter de promoção institucional e são usadas pelos estudantes como uma ponte para o mercado de trabalho, “os acadêmicos de jornalismo estagiam produzindo os programas veiculados pelas universidades no CNU como se estivessem em uma grande vitrine para mostrar trabalho a futuros empregadores”(RIBEIRO e RIBEIRO, 2006). Característica presente na maioria das televisões associadas à ABTU, quando na verdade deveriam servir de contraponto às TV’s comerciais abertas. A proposta de produção semelhante às TV’s comerciais, constatada por Ribeiro e Ribeiro (2006), é uma tendência dos estudantes universitários que estão preocupados em montar o currículo com as principais matérias formatadas nos padrões aceitos pelo mercado de trabalho. “Falta criatividade e sobram conservadorismo e conformismo. Com isso, a função laboratorial da TV universitária é mal aproveitada, devido ao desinteresse estudantil pela experimentação”. (MAGALHÃES, 2013, p. 117). No início do segundo semestre de 2018, quando o estágio de três meses é obrigatório para os alunos do último ano, foi aberta a seleção para estagiários em todos os setores ligados à Secretaria de Comunicação Social e Científica (Secom) entre eles para a TV UFMS, mas de acordo com a secretária da Secom, professora Dra. Rose Mara Pinheiro, em entrevista no dia 24 de outubro de 2018, nenhum estudante de jornalismo fez a inscrição para concorrer às vagas da TV Universitária. “Então eu não tenho estagiário na TV, porque as pessoas não tiveram interesse em fazer o estágio” (PINHEIRO, 2018). Desde 2012 está no ar, na página da UFMS, a seguinte definição para a TVU (TV UFMS):


17 00 A programação da TVU (TV UFMS) conta com informação jornalística, programas especiais e entrevistas. Com o objetivo de atrair um público interessado em educação e cultura, a TVU (TV UFMS) passou a expandir a sua cobertura para as redes sociais. O registro das ações da UFMS e da comunidade tem consolidado a identidade da TVU (TV UFMS) como canal de destaque na sociedade. Uma televisão cada vez mais próxima das pessoas, a serviço da informação e da cidadania. (UFMS, 2012, s/p)5.

Professora Dra. Rose Pinheiro (2018) define a TV Universitária como um ambiente de experimentação de novos formatos e para a aprendizagem. Para preencher a programação de duas horas semanais a produção é feita pelos colaboradores terceirizados da TV Universitária e pelos alunos do laboratório de telejornalismo do curso de Jornalismo.

Uma hora é de

responsabilidade da TV UFMS e a outra uma hora do jornal laboratório. Quando o curso de jornalismo não consegue produzir, a TV UFMS entrega para a TVCom apenas uma hora. Foi o que aconteceu em outubro de 2016. Quando a programação total teve uma hora e ficou na grade de programação durante todo o mês. Em 2017 com a criação da SECOM foram feitas quatro divisões: jornalismo e mídias sociais, de planejamento visual, da editora e da radiodifusão educativa. Fruto desta reformulação, no início de 2018 a TV UFMS também passou pela reorganização estrutural. Uma delas foi a mudança do nome de TVU (TV Universitária) para TV UFMS como já previa a portaria de 1999. Houve uma reformulação na identidade visual e na logo da TV. “Outra mudança foi a associação com a ABTU, que não tinha. Hoje nós somos filiados à ABTU e nós temos uma nova identidade visual do nome até a forma de apresentação”. (PINHEIRO, 2018). Nesta gestão de 2018, a TV UFMS sede para o laboratório de telejornalismo equipamentos e dois funcionários. Eu tenho uma estrutura terceirizada para o curso, então eu ofereço para eles um editor de VT e um cinegrafista, que dão suporte para o laboratório. Já para a TV UFMS, eu tenho um editor de VT, três cinegrafistas, três repórteres e um editor executivo que coordena essa equipe. O servidor de audiovisual vai servir como um apoiador para as nossas coberturas e transmissões. Essa equipe, em conjunto, produz todo o 5

Disponível em: https://www.ufms.br/universidade/midia/tvu/ Acesso em 11 de nov. 2018.


18 00 material para a NET e para o Youtube, Facebook e Whatsapp. Grandes Universidades elas têm fundações de radiodifusão educativa, coisa que nós nãos somos. Nós temos 2 ilhas de edição, tudo digital; 3 câmeras digitais; 2 ilhas de edição; microfone; lapela; um carro para as produções da TV. (PINHEIRO, 2018).

A secretária Rose Pinheiro (2018) afirma que a parceria com o curso de jornalismo existe há muito tempo, isto é confirmado na programação de outubro de 2018, com os acadêmicos do quinto e sexto semestre. Assim as produções dos acadêmicos do LABJOR contribuem periodicamente com a TV Universitária da UFMS.


19 00 3. TV UFMS E O TRIPÉ DE INTEGRAÇÃO PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO

De acordo com Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 20152019; a missão da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul é “desenvolver e socializar o conhecimento, promovendo a formação e o aperfeiçoamento do capital humano”. (UFMS, 2017, p.11). Compromisso social assumido pela instituição que tem como princípio norteador “promover o ensino, a pesquisa, a inovação e a extensão com qualidade, sintonizadas com a inclusão social, o desenvolvimento sustentável e o aprimoramento do capital intelectual e humano da sociedade.” (UFMS, 2017, p. 13). Conceitos que resumem as diretrizes de atuação da UFMS. O Regimento Geral da UFMS (2011, p.18), no Capítulo III; Art. 58; define que a atividade de pesquisa na UFMS, “é considerada como função específica, tem como objetivo a investigação científica e a inovação tecnológica, a crítica e a difusão do conhecimento no âmbito da cultura, ciência e tecnologia”. Sobre o que a instituição define como extensão, o Regimento Geral da UFMS (2011) diz: Capítulo IV Da Extensão Art. 61. A extensão tem como objetivo estabelecer relações entre a UFMS e a sociedade, por meio de processos educativos, culturais, científicos e desportivos. Art. 62. As ações de extensão abrangerão cursos, estágios e serviços, realizados conforme plano e normas específicas. § 1º As ações de extensão sob a forma de cursos têm como objetivo difundir para a comunidade os conhecimentos produzidos pela comunidade acadêmica. (UFMS, 2011, p. 19).

Em

consonância

Desenvolvimento

Institucional

com

o

Regimento

2015-2019;

Geral,

(2017),

institui

o

Plano cinco

de

áreas

estratégicas de atuação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul; 1.) Ensino de Graduação e Pós-Graduação; 2.) Pesquisa, Extensão e Inovação; 3.)

Integração

Nacional

e

Internacional,

Infraestrutura; e 5.) Eficiência da Gestão.

Atenção

ao

Estudante;

4.)


20 O plano contém o planejamento da universidade, com os objetivos e as metas de desenvolvimento para longo prazo, bem como as ações necessárias à concretização do planejamento estratégico. Sobre o que o PDI (2017) define como Pesquisa: A pesquisa na UFMS tem como princípio fundamental estimular o desenvolvimento do espírito científico, do pensamento reflexivo, incentivando o trabalho de investigação científica, com a inserção de eixos de pesquisa nas matrizes curriculares e nas temáticas de extensão, com vistas ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia, do conhecimento, da cultura. (UFMS, 2017, p. 32)

Embora as definições de pesquisa e extensão apareçam de forma clara e objetiva, o significado e aplicação do termo “ensino” perpassam por questões históricas e filosóficas. “"Ensinar", escreve Israel Scheffler, "pode ser caracterizado como uma actividade que visa promover a aprendizagem e que é praticada de modo a respeitar a integridade intelectual do aluno e a sua capacidade para julgar de modo independente"” (SCHEFFER apud PASSMORE, 1995, p. 01)6.

As políticas e diretrizes do ensino de graduação da UFMS, tendo como base a Legislação Nacional, são fundamentadas, principalmente, “na interdisciplinaridade, formação da cidadania, articulação entre as áreas do conhecimento e nas relações interpessoais, resultando na socialização do conhecimento”. (PDI, 2017, p. 28). As políticas educacionais do ensino superior baseiam-se em princípios de cientificidade, criatividade, criticidade, iniciativa, dinamicidade, inspirando e agilizando ações que possibilitem a oferta de uma educação que proporcione ao homem melhores condições de agir diante dos desafios que se lhe apresentam a cada circunstância de vida. (PDI, 2017, p. 28).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, define as diretrizes do ensino que se aplicam a todos os níveis educacionais. Princípios da igualdade de condições; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber. O parágrafo XI 6

Israel Scheffler, Reason and Teaching, London, 1973, p. 67; In.: O conceito de Ensino por John Passmore.Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/ensinar/passmore.pdf. Acesso em 13 nov. 2018.

00


21 0 – defende a vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. E o parágrafo XIII – garante o direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. CAPÍTULO IV DA EDUCAÇÃO SUPERIOR Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; (BRASIL, 1996)

A apresentação dessas definições e conceitos se fazem necessárias para que sejam analisados os telejornais da TV UFMS. Esta pesquisa definiu os meses de outubro de 2016, outubro de 2017 e outubro de 2018, com o objetivo de identificar se os programas seguem o tripé ensino, pesquisa e extensão adotado e defendido por Magalhães (2012) e pelo “Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFMS. “A garantia da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão apresentam-se como condição básica para a definição de metas e ações que serão priorizadas pela Instituição”. (PDI, 2014, p. 46). E levando em consideração a afirmação de Flávio Porcello (2002, p. 08) onde explica que, “a universidade precisa dar visibilidade para a sua produção acadêmica, para a exposição do pensamento e para a divulgação de suas incontáveis linhas de pesquisa”; este trabalho pretende avaliar se o tripé acima descrito foi utilizado. O primeiro passo foi apresentar a relação dos programas exibidos nos meses e anos definidos neste recorte, assim como o tempo de duração de cada programa. Em 2016, conforme Tabela 2, foram ao ar o programa Todas as Artes, com duração de 4’32” (quatro minutos e meio); Intervalo Cultural com 3’21” (três minutos e vinte e um segundos); Dica de Livro 3’10” (três minutos e dez segundos); Programa Entrevista dividido em dois blocos, o primeiro com 10’ (dez minutos) e o segundo com 16’ (dezesseis minutos); o Telejornal UFMS


22 00 dividido em dois blocos o primeiro com 12’07” (doze minutos e sete segundos) e o segundo com 11’15” (onze minutos e quinze segundos). O programa contou com cinco intervalos, um deles classificado como programa, pelo tempo e pelo tema, o Intervalo Cultural.

Tabela 2. Relação dos programas da TVU em outubro de 2016, disponíveis na NET, canal 14

Fonte: Arquivos da TV UFMS, 2016 De acordo com a tabela 2, o telejornal foi o último exibido em outubro de 2016. Com dois blocos, o jornal ocupou o 23’22” (vinte e três minutos e vinte e dois segundos) da programação de uma hora. Foram veiculadas seis matérias com duração média de quatro minutos. No ano de 2017, conforme Tabela 3, foram transmitidos na NET Canal 14 os telejornais da UFMS e O LABJOR do curso de jornalismo. Conforme os responsáveis pela TV UFMS, a programação do mês de outubro de 2017 foi cumprida, entretanto o tempo estipulado pela operadora NET só permitiu que os telejornais (UFMS e LABJOR) fossem ao ar. Já os outros programas: Dica de Livros e o Programa Entrevista foram disponibilizados nos


23 canais de veiculação da instituição, no Facebook e Youtube, mas os mesmos reforçam que toda a programação foi enviada para a NET. Com duração de 40 minutos, o telejornal foi divido em dois blocos: o primeiro com 28’59” (vinte e oito minutos e cinquenta e nove segundos) e o segundo com 10’42 (dez minutos e quarenta e dois minutos). Entre os blocos foi exibido propaganda institucional do governo do Estado de Santa Catarina, sobre campanha de Prevenção ao Abuso Sexual. Para dar início a LABJOR do curso de Jornalismo, foi exibido antes o programa Intervalo Cultural, este com duração de 2’44’’ (dois minutos e 44 segundos), que apresentou o Museu de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. O Laboratório de Telejornalismo, foi o programa que encerrou a programação de outubro de 2017. Neste telejornal os âncoras são os acadêmicos Raira Rembi e Carlos Yukio. Foram trabalhados os formatos: matérias e entrevista.

Tabela 3. Relação dos programas da TVU em outubro de 2017, disponíveis na NET, canal 14.

Fonte: Arquivos da TV UFMS, 2017

00


24 Não houve intervalo no LABJOR de outubro de 2017. Para fazer a transição do 1º bloco para o 2º bloco, teve um “vazio” de dois segundos, como ilustra a figura 2. Figura 2 – “Vazio” de dois segundos entre o 1º bloco e o 2º bloco do LABJOR

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Nos dois anos (2016 e 2017), os intervalos apresentados foram vídeos institucionais, em 2016 exclusivamente do Governo Federal e em 2017 de Governos Estaduais de Santa Catarina. Segundo a secretária de comunicação social da UFMS (Secom), professora Dra. Rose Pinheiro, no ano de 2018, a TVU, passou por reformulações na identidade visual, além da forma de apresentação dos programas. Em uma reorganização estrutural este ano, eu já como secretária de comunicação, nós mudamos o nome da TV. Ela não se chama mais TVU, agora é TV UFMS, e teve toda uma reformulação da sua identidade visual e do seu logo. [...] Nós temos uma nova identidade visual do nome até a forma de apresentação. (PINHEIRO, 2018)

Em 2018, conforme a Tabela 4, já com o novo formato, foram exibidos o Telejornal da TV UFMS, dividido em dois blocos, o primeiro bloco foi ao ar com 14’45” (quatorze minutos e quarenta e cinco segundos); e o segundo bloco do 25’13” (vinte e cinco minutos e treze segundos), divididos por um

00


25 00 intervalo de 5’34” (cinco minutos e trinta e quatro segundos), o restante da programação foi preenchido com o programa LABJOR (Jornal Laboratório), também divido em dois blocos, o primeiro com 4’11” (quatro minutos e onze segundos) e o segundo com 1’11” (um minuto e onze segundos). Tabela 4. Relação dos programas da TVU em outubro de 2018, disponíveis na NET, canal 14

Fonte: Arquivos da TV UFMS, 2018

No mês de outubro de 2018, o telejornal foi exibido na programação da TV UFMS. Os intervalos ainda possuem formatos institucionais, mas estes são próprios da UFMS, como afirmou Rose Pinheiro (2018) “nós fazemos produtos menores, são “minidocs” que são veiculados na TV e complementa a grade”. “Minidoc” é um codinome para disfarçar o que as TV’s comerciais chamam de vídeo institucional, por conta do conteúdo. A história de criação da UFMS, quem em 2019 completará 40 anos, está entre os vt’s institucionais e ocupa quase quatro minutos da programação.


26 3.1 Classificação das matérias do Telejornal da TV UFMS de acordo com os critérios de pesquisa, ensino e extensão

No telejornal de 2016, foram apresentadas ao todo seis matérias, dentre elas, uma que pode ser classificada como “pesquisa”. A matéria, Quadro 1, “Alunos de Física constroem telescópio de PVC”, os acadêmicos realizaram um estudo sobre o inventor do telescópio e sobre o objeto para construir telescópios usando tubos de PVC. A matéria foi classificada como pesquisa, porque os alunos tiveram que buscar as informações, com o auxílio do professor, e colocaram em prática o conhecimento adquirido em sala de aula. A pesquisa é predominante, porque eles tiveram que ter ações proativas.

Quadro 1. Matéria “Alunos de Física, constroem telescópios de PVC”

Fonte: Arquivo Telejornal UFMS 2016

Na classificação de “extensão”, o telejornal de 2016, Quadro 2, também apresentou apenas uma matéria: “Alunos do último ano do ensino médio se preparam para o vestibular no Cursinho Pró-Enem”. Como extensão é conceituada como “aquela que precisa estabelecer relações entre a instituição e a comunidade externa” (Regimento Geral, 2011, p.18), nesta matéria a UFMS permitiu que estudantes de escolas particulares e públicas, fossem até a instituição para realizarem a revisão das disciplinas antes do vestibular.

00


27 Quadro 2. Matéria “Alunos do Ensino Médio fazem o cursinho Pró-Enem”.

Fonte: Arquivo Telejornal UFMS 2016

Entretanto, as outras quatro matérias são mescladas com o tripé, ensino, pesquisa e extensão. O quadro 3, abaixo demonstra que elas se complementam entre si em determinadas situações, como reforça o PDI Ensino, pesquisa e extensão constituem aspectos indissociáveis da ação educativa, que se traduzem em um conceito emergente de sala de aula, que não se limita ao espaço físico da dimensão tradicional, mas compreende todos os espaços dentro e fora da Instituição em que se realiza o processo histórico-social, com suas múltiplas determinações, passando a expressar num conteúdo interdisciplinar/transdisciplinar, como exigência decorrente da própria prática. (PDI, 2014, p.46)

00


28 00 Quadro 3. Reportagens que mesclam o tripé: ensino, pesquisa e extensão

Fonte: Arquivo Telejornal UFMS 2016

Na matéria “Projeto do Pantanal leva alunos do ensino médio de uma escola estadual para conhecer o campus da Universidade”, a classificação permeia entre “pesquisa e extensão”, pois ao mesmo tempo em que os acadêmicos demonstram os resultados de suas pesquisas à comunidade externa, os alunos do ensino médio têm contato com os conhecimentos sobre a ciência. Com relação à matéria: “Curso de Arquitetura e Urbanismo apresenta os resultados de dois anos de pesquisa sobre o perímetro urbano de Campo Grande”, o tripé está bem visível, porque foi por meio do ensino docente repassado para os alunos que ambos resolveram investir na pesquisa que

demorou

dois

anos

para

ser

finalizada.

Os

resultados

foram

compartilhados com a comunidade externa, ou seja, com autoridades e pessoas que trabalham na área.


29 00 Na penúltima matéria, “Terceiro Festival Internacional de violão" pode ser classificada como “ensino e extensão”, pois professores do curso de música ofereceram para acadêmicos de outras Universidades a chance de estudar violão e apresentar as suas habilidades. Ao mesmo tempo, esses docentes repassavam os conhecimentos sobre o instrumento para os alunos. A

última

matéria

exibida

no

jornal

foi,

“UFMS

recebe

o

HackaTruck7caminhão que leva conhecimento sobre áreas de programação para os acadêmicos dos cursos de ciências da tecnologia da informação”. Aqui o “ensino e pesquisa” estão presentes, pois, os acadêmicos tiveram a ocasião de receber novos conhecimentos sobre as áreas da tecnologia com profissionais renomados e através da pesquisa eles precisaram construir um aplicativo para celular. Em 2017, a TV UFMS só exibiu o telejornal. O programa teve ao todo seis reportagens. No quadro 4; as matérias, em sua maioria, foram classificadas como “extensão”.

7O

HackaTruckMakerSpace é um projeto de capacitação profissional de estudantes de Instituições de Ensino Superior de Tecnologia da Informação em desenvolvimento iOS com aplicação em Internet das Coisas (IoT).


30 00 Quadro 4. Matérias exibidas pelo Telejornal UFMS

Fonte: Arquivos do Telejornal UFMS de 2017

O telejornal inicia com uma reportagem de 21 minutos sobre a “Semana Mais Cultura” da Universidade. Elas foram feitas pelas repórteres Ida Garcia e Gabriela Medrado. A primeira matéria se classifica como extensão, pois o evento oferecido pela instituição reuniu a comunidade externa e parceiros, além da participação dos alunos e professores. Também foi observado que durante a reportagem, houve a participação de autoridades e que junto com o reitor Marcelo Turine, assinaram um protocolo com a Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande; e com a Secretaria de Turismo e Cidadania do Estado. Por isso a matéria foi


31 00 classificada como híbrida, porque o enfoque mescla o trabalho de extensão do projeto Mais Cultura com a ação administrativa da reitoria durante o evento. De acordo com o manual de como se inserir uma televisão Universitária (2002), a TV universitária pode apresentar um formato institucional, ou seja, Ela é voltada para a divulgação da IES, com produções sobre as suas atividades, sua estrutura, seus objetivos e tudo o que mais possa oferecer ao telespectador uma imagem positiva da instituição. (MAGALHÃES, 2002, p.39)

Ainda na matéria da “Semana Mais Cultura”, a matéria que aborda as oficinas e os cursos oferecidos para os acadêmicos, se encaixa na classificação de “ensino”, pois os discentes tiveram a oportunidade de adquirir conhecimento por meio dos profissionais e professores que repassaram as suas ciências para a formação dos mesmos. A terceira matéria: “Curso de enfermagem presta atendimentos em várias áreas da saúde para os funcionários do SEBRAE”, ela se classifica novamente como extensão, pois segundo o Regimento da Universidade (2011, p.19) no capítulo IV, parágrafo 1º “As ações de extensão sob a forma de cursos têm como objetivo difundir para a comunidade os conhecimentos produzidos pela comunidade acadêmica”. A entrevista da coordenadora do projeto Gislaine Recaldes (2017), reforça o objetivo de programas de extensão. É uma ação que envolve tanto a comunidade e funcionários do SEBRAE [...] com essa devolutiva como forma de orientação, nós também mostramos para os alunos que a enfermagem também previne. (RECALDES, 2017)8

Ainda na classificação, a matéria “Simpósio de frutos nativos e exóticos” apresenta uma mistura entre pesquisa e extensão. Neste evento observa que o pesquisador se aproximou da comunidade externa para juntos investigarem sobre os benefícios dos frutos. Esses resultados foram expostos para pessoas que se interessaram pelo assunto e até para as próprias comunidades que contribuíram para o trabalho.

8Entrevista

de 0’30” com a professora Gislaine Recaldes, que compõe a matéria Curso de enfermagem presta atendimentos em várias áreas da saúde para os funcionários do SEBRAE; 2017; (no TC: 23’33’’ até 24’10’)’


32 00 A penúltima matéria "Projeto Universidade aberta para pessoa idosa realizou um evento para comemorar o dia nacional do Idoso”, na classificação é considerada como “extensão”, porque a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul por meio de parceria ofereceu para os idosos dias de reflexão e conversa sobre a qualidade de vida. O Regimento da instituição em seu artigo 61 destaca que a extensão “estabelece relações através de processos educativos, culturais, científicos e desportivos”. Neste evento os acadêmicos também participaram da festividade, porque eles trabalham e estudam essa população em algumas áreas da ciência. Já a última matéria, “Hospital Veterinário da UFMS ajuda animais na reabilitação por meio de células troncos”, há novamente uma entrelaço entre a “pesquisa e a extensão”. Neste VT se observa que a investigação cientifica realizada pelos professores e acadêmicos é a responsável pela cura dos animais que são adotados pela comunidade externa, como o exemplo do cachorro Léo. Nesta última análise do telejornal UFMS, programa exibido no mês de outubro de 2018, foram apresentados ao todo oito matérias, na qual foram identificados conteúdos contendo o contexto trabalhado nesta pesquisa, o tripé: ensino, pesquisa e extensão. O quadro 5, a seguir demonstra essa perspectiva.


33 00 Quadro 5. Matérias exibidas no Telejornal UFMS de outubro de 2018

Fonte: Arquivo Telejornal UFMS 2018

Na primeira matéria: “UFMS inclusiva. Universidade tem um carro adaptado para levar alunos e funcionários cadeirantes”, na classificação do tripé ela é considerada “extensão”, pois o meio de transporte utilizado pelos alunos se estendeu para a comunidade externa que frequenta as dependências da instituição. Na entrevista da chefe de Divisão de Acessibilidade e Ações Normativas Mirella Villa (2018), está a resposta que levou a esta classificação”. Com a matrícula dos alunos cadeirantes e a procura desse serviço de acessibilidade na DIAF [...] achamos por bem que a gente tivesse esse tipo de transporte não só para facilitar a acessibilidade desses alunos cadeirantes, como qualquer outra pessoa, seja ela da comunidade que precise por meio da


34 00 Universidade de diversas ações que precisam deste transporte. (VILLA, 2018)9.

Além do tripé, o telejornal trabalhou duas matérias com cunho institucional. De acordo com Magalhães (2002, p.39) a TV universitária pode trabalhar e transmitir as ações positivas desenvolvidas pela reitoria e pela Universidade. Este é o caso apresentado na segunda matéria exibida pelo telejornal: “Campanha "EU RESPEITO" trata sobre prevenção ao suicídio”. No texto da repórter Gabriela Medrado (2018), lido em off10 apresenta a indicação da classificação de cunho institucional. “A UFMS realizou em parceria com a liga acadêmica de saúde mental e o curso de enfermagem a Campanha Eu Respeito". Porém no decorrer da matéria é observado que os acadêmicos que participaram do evento, também são responsáveis por levar as informações de prevenção ao suicídio, por meio de palestras e atendimento para a comunidade. Por isso também foi classificada como uma matéria que aborda trabalhos de extensão desenvolvidos fora da instituição. A matéria seguinte, “Pesquisadora Vali Joana Pott é homenageada pela UFMS e recebe o título de honoris causa11” classifica-se como institucional, pois a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul realiza uma homenagem a uma professora que fez parte do corpo docente da instituição, além de ter reunido autoridades e a família da homenageada. A quarta matéria do Telejornal da TV UFMS, “Inauguração de uma Usina Fotovoltaica na UFMS” foi considerada como “pesquisa”, pois os alunos da Faculdade de Computação investigam a sujidade e a limpeza de sistemas fotovoltaicos. Segundo o art. 58 do Regimento da UFMS (2011, p.18), a atividade de pesquisa na Universidade é “considerada como função especifica, e tem como objetivo a investigação científica e a inovação tecnológica, a crítica e a difusão do conhecimento no âmbito da cultura, ciência e tecnologia”. A usina experimental está instalada na cidade universitária e servirá como modelo para fornecer energia para a própria instituição. 9Trecho da entrevista de 1’34” (um minuto de trinta e quatro segundos) com a coordenadora da DIAF, Mirella Villa, (TC de 02’14’’ até 02’48’).’ 10 Termo utilizado no telejornalismo para o texto lido pelo repórter e coberto com imagens correspondentes. 11 Quando a Universidade concede um título de honra para uma personalidade de destaque ou importância por seu trabalho.


35 00 Na quinta matéria, “Alunos do ensino médio vão até UFMS para participar do projeto "A célula e a origem das doenças"”, foi classificada como “extensão”, pois por meio de atividades oferecidas pelos acadêmicos dos cursos de medicina e educação física, os alunos do ensino médio tiveram a oportunidade de aprenderem mais sobre a diabete. § 1º As ações de extensão sob a forma de cursos têm como objetivo difundir para a comunidade os conhecimentos produzidos pela comunidade acadêmica. (Regimento UFMS, 2011, p.19)

Na sexta matéria, “Faculdade de computação realiza workshop de Sistemas Computacionais na cidade universitária”, pode receber a classificação de “ensino”, porque profissionais e professores da área que estiveram na palestra puderam trocar experiências, tirar dúvidas e apresentar novas propostas dentro da área de sistemas computacionais. Na penúltima matéria, “Curso de Direito realiza jornada acadêmica de prática jurídica”, este evento foi considerado como “extensão”, pois ele faz parte de um projeto de extensão do curso, aonde os acadêmicos realizam atendimentos na área do direito para a comunidade externa. Na entrevista do coordenador do evento Aurélio Brites (2018), é reforçado o foco principal do encontro. “O objetivo da prática jurídica do curso de Direito da UFMS, é fomentar a educação jurídica por meio da extensão universitária [...] Nós fazemos com que os alunos tenham contato com o cidadão” (BRITES, 2018)12. Ainda na mesma matéria a vice-reitora da UFMS Camila Ítavo (2018), explica com funcionam os projetos de extensão, a partir do evento do curso de Direito. Os alunos querem aprender mais, desenvolver ações na área jurídica e para isso precisamos formar esses estudantes para que eles possam atender a comunidade. É uma via de mão dupla, onde os alunos se aprimoram nos conhecimentos jurídicos e nos atendimentos do cidadão e nós conseguimos ajudar a sociedade em vários setores e áreas do Direito (ÍTAVO, 2018).13

12Trecho da entrevista do prof. Dr. Aurélio Brittes, extraído da matéria. (TC de 32'32'' até 33'02').' 13Trecho da entrevista de 1’36” (um minuto e trinta e seis segundos) da vice-reitora Camila Ítavo, (TC de 33’04’’ até 33’40).


36 E por fim na última matéria exibida pelo telejornal de outubro de 2018, “Hospital Universitário tem grupo de apoio para pessoas que querem parar de fumar” se classifica como “extensão”, devido a relação que existe entre a Universidade e os pacientes. Em todos os telejornais analisados nesta pesquisa, foi observada a ausência de passagem do repórter, momento que o repórter transmite uma informação importante. As matérias são, em sua totalidade, compostas de entrevistas e narração do repórter. A única jornalista que aparece no vídeo é a Ida

Garcia

apresentadora

do

Telejornal

TV

UFMS.

O gráfico 2 representa a porcentagem dos conteúdos exibidos nas matérias do telejornal de outubro de 2016. Ao todo foram contadas quatro reportagens. A partir da análise classificatória de conteúdo feita observou-que foram veiculadas matérias com conteúdos classificados como Extensão; Ensino; Ensino e Pesquisa; Ensino e Extensão, cada uma com 25% do conteúdo total do programa. Gráfico 2: Classificação das matérias do Telejornal da TV UFMS no mês de outubro de 2016.

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

00


37 Gráfico 3. Classificação das matérias do telejornal de outubro de 2017

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Em 2017, no Gráfico 3 foram exibidas seis matérias, os conteúdos classificados como Extensão ocuparam 33% da programação do telejornal, Pesquisa e Extensão outros 33%, as matérias com temas classificados como Ensino e Institucional ocuparam, cada um, 17% do espaço do Telejornal da TV UFMS de outubro de 2017. No ano seguinte, em outubro de 2018, gráfico 4, com as mudanças consolidadas, foram exibidas oito matérias no Telejornal da TV UFMS. Há uma clara visão de que o tema “extensão”, com 37%, foi o tema mais abordado no telejornal. Seguido de, com 13% estão: Pesquisa; Ensino e Extensão; Ensino. Já as matérias Institucionais e as relacionadas à Ensino e Pesquisa ocupam 12% cada tema.

00


38 Gráfico 4. Classificação das matérias do telejornal de outubro de 2018

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Gráfico 5: Gráfico da classificação das matérias dos telejornais da TV UFMS 2016-2018 do mês de outubro.

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

00


39 00 Nos anos de 2016 a 2018, considerando apenas os meses de outubro dos referidos anos, foram exibidas 18 reportagens. Nas quais o tema sobre “Extensão” foi o mais explorado pelos telejornais, com 28%. Em segundo lugar ficou o tema “Pesquisa e Extensão”, com 17%. As matérias classificadas como: Ensino, Extensão e Pesquisa; ocuparam espaço de 6% cada tema. Pesquisa e as matérias Institucionais 5% cada. Já os temas e Ensino e Extensão; Ensino; e Extensão e Pesquisa tiveram 11% de participação cada. A classificação acima diz respeito ao conteúdo das matérias veiculadas dentro do Telejornalismo da TV UFMS. Entre os blocos, nos intervalos foram utilizados vt’s institucionais. Esses vt’s têm duas funções, dar visibilidade para as ações diretas da instituição, preencher e completar o tempo dos Programas De acordo com Lei 236 de 28 de fevereiro de1967, é proibida a veiculação de propagandas comerciais nas televisões educativas. A Tabela 5 traz as diferenças de conceito e objetivo da publicidade e da propaganda. A televisão educativa não tem caráter comercial, sendo vedada a transmissão de qualquer propaganda, direta ou indiretamente, bem como o patrocínio de programas transmitidos, mesmo que nenhuma propaganda seja feita através dos mesmos. (BRASIL, 1967)14

14 Constituição Brasileira de 1967 acessada em 9 de novembro de 2018. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del0236.htm. Acesso em 28 de out. de 2018


40 00 Tabela 5: Diferença entre Publicidade e Propaganda

Fonte: Santos e Cândido, 2017, p. 2 - 4)

Nos telejornais de outubro de 2016 a TV UFMS utilizou propagandas governamentais, como: Doação de Sangue (1’30”); Combate à dengue (0’30’’) e Investimentos sobre o Governo Federal (1’00”). Gráfico 6: Classificação do conteúdo dos intervalos de out/ 2016

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes


41 00 Esse tipo de produto se manteve ainda em 2017, porém apenas um vt institucional foi veiculado, desta vez foi a Campanha sobre a Abuso Sexual Infantil do Estado de Santa Catarina com duração de 1’30” (um minuto e trinta segundos). Além deste vídeo, foi transmitido o Intervalo Cultural de 39’38’’ até 41’58’’, ou seja, um total de 2’44’’ (dois minutos e 44 segundos). Gráfico 7: Classificação do conteúdo dos intervalos em 2017

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Com a nova gestão e reformulação do canal universitário da UFMS em 2018, o telejornal de outubro apresentou quatro propagandas institucionais, estas produzidas exclusivamente pela UFMS. Rose Pinheiro (2018), fala que esses vídeos são para complementar a grade. “Então nós fazemos produtos menores, são “minidocs” que são veiculados na TV e aí nós complementamos esta grade, além de termos uma dinâmica diferenciada” (PINHEIRO, 2018). O primeiro vídeo apresenta a história de criação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul aos 39 anos de federalização, com duração de três minutos (14’06’’ até 16’55’)’, em seguida vem a Campanha “Eu Respeito” em parceria com a Empresa Júnior de comunicação BRAVA. O vídeo teve duração de 0’45” (quarenta e cinco segundos 16’56’’ até 17’41”). As duas últimas propagandas são uma homenagem oferecida pela instituição para a esposa de Paulo Freire, Ana Maria Freire, com duração de 3’30” (três minutos e trinta segundos, ou seja do tempo 45’35” até 48’05”) e novamente a Campanha “Eu Respeito” com duração de trinta segundos (59’05’’ até 59’25’’). O gráfico abaixo mostra que 100% dos vídeos exibidos nos


42 00 intervalos são institucionais, levando em consideração apenas a quantidade de quatro, sem contar o tempo que somando ocupam um tempo de 7’45” (sete minutos e quarenta e cinco segundos).

Gráfico 8 – Classificação da quantidade de conteúdo institucional nos intervalos de out/2018

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Todos esses vídeos institucionais também são veiculados nas redes sociais da Universidade como o Facebook, Whatsapp. Já para o Youtube a proposta é criar uma TV na Web. No decorrer dos três meses dos três anos (2016-2018) foram exibidas oito propagandas institucionais. O gráfico de barras como mostra a quantidade de vídeos institucionais nos intervalos da TV UFMS na grade de programação.


43 00 Gráfico 9: Classificação do conteúdo dos intervalos 2016-2018

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Para explorar melhor a análise dos programas que a TV UFMS dispõe para os seus telespectadores, também foi analisada a grade completa dos meses de outubro de 2016, 2017 e 2018. Como esta pesquisa tem se embasado no autor Cláudio Magalhães, a classificação destes programas será fundamentada no livro “Manual para a TV Universitária”. No primeiro ano (2016) a programação iniciou com o “Todas as Artes”, (programa que existe desde a criação da TV UFMS), idealizado e produzido pela jornalista Gabriela Medrado. A edição outubro de 2016, apresentou as artesãs Débora Olszewski de Carvalho e Vanirade Carvalho (mãe e filha). É com o artesanato que ambas tiram o sustento da família. Conforme Magalhães (2002, p. 40) este programa se classifica como “cultural”, pois há um quadro especifico para veicular atividades culturais da própria instituição ou de outros. A responsável por produzir o programa “Todas as Artes” reforça que o objetivo do quadro é divulgar trabalho dos artistas de Campo Grande. Por falta de estrutura, a abrangência, às vezes, fica limitada. Desde a reformulação em fevereiro de 2018, a proposta do programa “Todas as Artes” é também divulgar trabalhos acadêmicos como: pintura, fotografia etc., “queremos mostrar que a UFMS também tem artistas”. (MEDRADO, 2018). Talvez uma analogia com o curso de Artes que oferece a disciplina de fotografia, assim como o Jornalismo. Sem deixar de lembrar o curso de Música.


44 00 Logo em seguida, ainda na programação de outubro de 2016, a jornalista Ida Garcia, apresenta o programa “Entrevista”, o convidado é o empreendedor Felipe Dibe. Este programa não se encaixa em nenhuma classificação, pois de acordo com os responsáveis que o produzem, ele é pautado para o interesse público, porém a prioridade é que suas fontes sejam pessoas da instituição UFMS. No ano seguinte, em 2017 foi exibido no Canal Universitário os telejornais da UFMS e o LABJOR. O mesmo aconteceu em 2018, a grade foi composta também com o material pedagógico do curso de Jornalismo. Este produto teve como âncoras os acadêmicos: Mariana Alvernaz e Jean Celso. Neste telejornal foram trabalhados os formatos: stand-up, entrevista e matérias. Na classificação de Magalhães, este programa é considerado “acadêmico”, pois é um projeto que foi produzido no laboratório audiovisual da Universidade. Acadêmica: é quase uma extensão dos projetos experimentais produzidos nos laboratórios audiovisuais da instituição, que atenda projetos dos cursos de graduação, auxiliando professores e estudantes ao oferecer uma outra opção de experimentação, veiculação e exposição de seus trabalhos. (MAGALHÃES, 2002, p. 39)

Na pesquisa também foi analisada a nova reconfiguração do telejornal. De acordo com a secretária de comunicação Rose Pinheiro (2018), houve mudanças na forma de apresentação dos programas e na identidade visual da TV. Elas aconteceram em fevereiro de 2018. A primeira modificação foi a mudança do nome da TV, ela deixou de ser chamada de TVU, para adotar o nome de TV UFMS. A figura 3 mostra a transição da logomarca da TV universitária de 2017 para 2018.

Figura

3

Mudança

do

logo

da

TV

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

Universitária

da

UFMS


45 00 No decorrer dos anos de 2016 e 2017 a logo-marca permaneceu a mesma e a nova marca deixou o fundo escuro e passou a predominar as cores da instituição, branca e azul, mais claras e com um visual mais limpo. A única característica que permaneceu foi a esfera, antes simbolizando o globo terrestre e agora o azul do céu com a ponta do paliteiro levemente inclinada para a direita. Outra modificação sofrida por meio da identidade visual foram os geradores de caracteres, Figura 4, (popularmente conhecido com G.C), tamanho e formato de fonte diferente dos anos de 2016 e 2017. Em 2018, os nomes dos entrevistados e de seus cargos deixam de ser em caixa baixa, sombreado. A nova identidade o nome do entrevistado aparece em caixa alta na cor branca, com a cor azul clara de fundo. Já a função em caixa baixa passa a ser escrita em preto com fundo branco. A logo da TV UFMS em formato de cubo ao lado esquerdo do GC, fica girando o tempo todo, o que causa um certo desconforto.

Figura 4 – Modificação dos geradores de caracteres no telejornal da TV

A apresentação do Telejornal TV UFMS continua sendo gravada no laboratório de telejornalismo do curso de jornalismo. Porém, a mudança perceptível foi a imagem utilizada “croqui”. Vale a pena explicar que o termo “cromaqui”, vem do inglês Chroma-key. De acordo com Sanches, Sementille e Tori (2009, p. 173), o “croma” (popularmente conhecido no jargão jornalístico) consiste na técnica de efeito visual que exige um fundo de cor homogênea, em


46 00 geral verde ou azul, para a extração do elemento do primeiro plano, consiste em colocar uma imagem sobre a outra anulando a cor padrão. O objetivo é proporcionar qualidade no recorte e suavidade na integração com o ambiente tridimensional da imagem ao fundo. As imagens na Figura 5 mostram esta transformação. Figura 5- Mudança do “cromaqui” no telejornal da TV UFMS

Fonte: Heloísa Maria Carvalho Fontes

3.2 TV UFMS e a ABTU A TV UFMS se associou em julho de 2018 à Associação Brasileira de Televisões Universitárias (ABTU). O principal objetivo, por meio dela, é que a TV possa se articular com as outras televisões universitárias do país. Rose Pinheiro (2018) explica o motivo de se vincular a esta instituição. Então a importância da ABTU, é nesse sentido de ampliar nosso leque de atuação e promover o intercâmbio com as outras TVs. Até em função dos desafios que a gente enfrenta, da parte de legalização, de expansão e de troca de formato e experiências com essas novas linguagens do jornalismo que estão presentes hoje e também participar dos caminhos da TV universitária e da TV como um todo (PINHEIRO, 2018).15

No início de 2019 a TV UFMS tem planos de se deslocar para o estádio Morenão, para que assim fique próxima à Rádio Educativa. Ela terá um estúdio próprio com novos cenários e provavelmente com plateia. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul também terá vínculo com a TV Cultura, a proposta será desenvolver um produto em parceria com o curso de jornalismo, chamado “Campus em Ação”.

15

Entrevista concedida por Rose Pinheiro à Heloísa Maria Carvalho Fontes em 24 de out. 2018 no Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul para o Trabalho de Conclusão de Curso: O papel da TV UFMS na integração e divulgação da Pesquisa, Ensino e Extensão.


47 00 CONSIDERAÇÕES FINAIS Depois de toda análise e classificação das matérias e conteúdo dos Telejornais da TV UFMS é possível dizer, que especificamente, os telejornais classificados em outubro de 2016, outubro de 2017 e outubro de 2018, abordaram temas relacionados ao tripé: Ensino, Pesquisa e Extensão. As propagandas institucionais também estão presentes, mas de forma menos agressiva e mais direta sem que o público seja enganado. Os vídeos institucionais deixam claro que são propagandas, diferente das matérias institucionais que são formuladas nos moldes jornalísticos para disfarçar a real intensão de propagar as ações e ideias ligadas diretamente à reitoria. Com relação ao tripé que a Universidade se apoia, o Telejornal da TV UFMS veiculou 18 matérias, das quais 28% foram trabalhados o tema “extensão”. A TV UFMS apresentou diversas reportagens mostrando as relações entre a Universidade e a comunidade externa com ações e visitas de alunos à instituição. No decorrer da pesquisa se considerou que em alguns momentos foi trabalhado o institucional. Este formato se apresentou, exclusivamente, nos anos de 2017 e 2018, ao todo foram ao ar três matérias: uma em outubro de 2017 e duas em outubro de 2018. A primeira mostrou que por meio de evento cultural “Mais Cultura”, o reitor Marcelo Turine assinando documentos, concretiza parcerias com os governos do Estado de MS e do Município de Campo Grande. A segunda matéria também foi um evento, na qual, a professora de Biologia Vali Joana Potti recebeu o título de Honoris Causas, na festividade estavam familiares e autoridades. Porém, não só matérias que apresentaram o modelo institucional, ainda no mês de outubro de 2018, foi ao ar uma matéria, onde mostra que a reitoria realizou um movimento sobre a prevenção do suicídio em parceria com o curso de enfermagem e com os acadêmicos. Nestes três acontecimentos podemos assegurar que indiretamente, a TV UFMS pode ter sido pautada pela assessoria de comunicação da Universidade, nos quais mostraram as ações realizadas pela reitoria. Além das reportagens, a TV também veiculou como forma de propaganda, vídeos institucionais feitos pela reitoria. A campanha “Eu Respeito” e o vídeo “39 anos de federalização da instituição” foram inseridas


48 00 como forma de divulgar as transformações que o veículo e a própria Universidade tiveram com a nova gestão. De acordo com a secretária de comunicação, houve uma modificação na forma de apresentação dos programas, na identidade visual e na nomenclatura, porém essas transformações só ocorreram na questão estética, que ficou mais moderna e limpa. Em relação aos conteúdos e seus formatos de linguagem, esses permaneceram os mesmos, com um diferencial, sem a colaboração de estudantes universitários, apenas com profissionais contratados. No decorrer dos meses analisados, entre 2016 e 2018, os assuntos continuaram sendo os eventos, as atividades acadêmicas e as ações da reitoria. Com base nos autores Magalhães (2013) e Ramalho (2011), para que a televisão universitária seja um local de experimentação de novos formatos, é necessária certa autonomia para que sejam pautados e abordados assuntos de interesse cultural, educativo, mas sem que, necessariamente, atendam a todas às demandas da assessoria de comunicação. A TV UFMS em determinadas situações continua cobrindo o reitor e o eventos que são promovidos pela IES com a participação dos reitores e seus representantes. Estão faltando atrativos, oportunidades, disponibilidade para que os acadêmicos tenham espaço para colocar em prática ações e ideias inovadoras. Por que não abrir a proposta de programas produzidos pelos acadêmicos utilizando seus smartphones? Com o compromisso de que sejam produzidos semanalmente, ou duas vezes por semana, programas inéditos de cinco a dez minutos, com linguagem voltada para o jovem, com edição dinâmica, com entrevistas curtas sobre assuntos que interessam aos jovens na faixa etária dos universitários. Movimentar os cursos para criar o hábito de acompanhar e assistir a programação da TV Universitária. Realizar Pesquisa de Campo e de Mercado para avaliar qual o público que assiste à programação da TV UFMS, pesquisa de opinião sobre os assuntos e forma de abordagem. Não temos dúvidas de que a TV UFMS cumpre seu papel social relacionado aos temas pesquisa, ensino e extensão, os dados comprovam isso. Matéria “UFMS abre inscrições para o curso de línguas – Projeto de extensão Projele” exibida em 08 de março de 2017, que não foi objeto deste estudo, mas ajuda a entender a importância da TV UFMS.


49 00 A matéria mostra os estudantes que passaram a noite na fila, quase 24 horas, para garantir uma vaga no curso de extensão de línguas. Entre os entrevistados estava a pós-graduanda Yaisa Millena de Araújo que recém havia passado por cirurgia e estava de cadeira de rodas com o pé inclinado para cima e que havia dormido na fila junto com os demais colegas. O trecho que continha a reclamação de que em plena era tecnológica era inadmissível uma universidade não ter um sistema de matrículas online, não foi ao ar, mas o fato de uma cadeirante e outras dezenas de estudantes terem montado barraca, levado rede para dormir no local, surtiu efeito. No segundo semestre de 2017, foi lançado o sistema online para os interessados em cursos de línguas. Em depoimento ao curta metragem “Vida de Estudante Universitário”, produzido durante o curso MovCine da UFMS em setembro de 2018, a acadêmica Yaisa Araújo reforçou que o problema foi resolvido por conta da matéria exibida pela TV UFMS. A própria matéria sobre a acessibilidade, em que mostra o quanto os alunos deficientes sofriam para se deslocar dentro da cidade universitária, repleta de calçadas esburacadas e agora podem contar com o veículo adaptado de leva e traz, não só a comunidade acadêmica, mas as pessoas que visitam a instituição, são exemplos de que a universidade e a TV estão em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional. Mas faltam atrativos, publicidade e propaganda sobre a própria TV UFMS, com a finalidade de divulgar os dias e horários da programação da UFMS. Utilizar as redes sociais como canal de distribuição dos programas de forma efetiva. Estimular o corpo docente para que os alunos do curso de Jornalismo tenham gosto e interesse em participar do laboratório de TV e do fazer televisão. Atualmente a única participação dos estudantes são as produções realizadas durante o semestre nas aulas de Telejornalismo. Mesmo com as falhas, a mais grave talvez seja a repetição de um único programa de uma hora durante 30 dias. Assim, podemos dizer a TVU UFMS é considerada uma televisão universitária, porque ela está inserida dentro de uma IES e é transmitida por canais abertos/pagos ou via satélite e que tem o objetivo de divulgar a educação, cultura e cidadania (MAGALHÃES, 2002, p.15). Durante os anos de 2016 a 2018, do mês de outubro, o telejornal divulgou muitas ações que a Universidade e os cursos ofereceram, também


50 00 trabalhou com o tripé: ensino, pesquisa e extensão, pois ela integrou professores,

funcionários,

estudantes,

comunidade

e

compartilhou

os

conhecimentos que são produzidos pelos acadêmicos para com a sociedade, porém o institucional em alguns momentos se tornou presente com matérias e vídeos institucionais. As oito entrevistas realizadas ao longo desse trabalho renderam informações que ainda poderão ser exploradas na continuidade futura deste trabalho. Uma das contribuições pode ser uma parceria com a TVE que já foi sinalizada essa possibilidade. Assim a TV UFMS teria mais visibilidade com a abrangência maior de público e seria mais atrativa para os acadêmicos.


51 REFERÊNCIAS ABTU – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TELEVISÃO UNIVERSITÁRIA. Os meios de Comunicação nas Instituições Universitárias da América Latina e Caribe, 2004. Disponível em http//:www.unesdoc.unesco.org. Acesso 21 de out. de 2018 BRASIL, Decreto-Lei 236, de 28 de fevereiro de1967. Complementa e modifica a lei 4.117, de 27/08/1962 (que institui o código brasileiro de telecomunicações). Disponível em: < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0236.htm>. Acesso em 11 de nov. de 2018 BRASIL, Decreto-Lei nº. 4.117, de 27 de agosto de 1962. Instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4117.htm>. Acesso em 12 de nov. de 2018 BRASIL, LDB nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn1.pdf. Acesso em 4 de dez. de 2018 BONALUME, Ambrósio. USCTV não vai aderir ao sistema digital. Disponível em https://www.ucs.br/site/noticias/16496/. Acesso em 12 nov. de 2018. CAMPO GRANDE (Mato Grosso do Sul). Plano de Desenvolvimento Institucional. Decreto nº 85 de 2014. Disponível em: <http://ufms.br/>. Acesso em 29 de out. de 2018. CAMPO GRANDE (Mato Grosso do Sul). Plano de Desenvolvimento Institucional. Decreto nº 71, de 12 de setembro de 2017. Disponível em: <http://novopdi.ufms.br/>. Acesso em 29 de out. de 2018. CAMPO GRANDE (Mato Grosso do Sul). Regimento da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Decreto nº 78, de 22 setembro de 2011. Disponível em < https://www.ufms.br/regimentos-ufms/>. Acesso em 29 de out. de 2018 DE CARLI, Ana Mary Sehbe, TRENTIN, Ary Nicodemus (org). A TV na Universidade. Caxias do Sul: ICS, 1998. FRADKIN, A. Histórico da TV Pública/Educativa no Brasil. Em B. CARMONA, M. FLORA, & e. a. (org.), O desafio da TV Pública: uma reflexão sobre sustentabilidade e qualidade. Rio de Janeiro: TVE Rede Brasil, 2003. FRANCO, Marília. As Evidências da Dúvida. In. RAMALHO, A. Mapa da TV Universitária. Viçosa, MG. E. Anadarco, 2011. Prefácio, p. 7-11. Disponível em: www.abtu.com.br/pubicacoes. Acesso em 11 de nov. de 2018. JORNAL LABORATÓRIO UFMS. TVU, O QUÊ?. Ano 17, s/n. Agosto de 2007.

00


52 00 MAGALHÃES, Cláudio. In. Intercom: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2017, Curitiba. TV Universitária como Projeto de empreendedorismo, inovação e intercionalização da Instituições de Ensino Brasileiras. Disponível em http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-3037-1.pdf. Acesso em 12 de nov. de 2018 MAGALHÃES, Cláudio. Manual para uma TV universitária. s/e. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2002. 64p. MAGALHÃES, Cláudio Márcio. Televisão Universitária como ensino, pesquisa e extensão: 45 anos da experiência brasileira. In.: Revista da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS. Porto Alegre, v. 19, n.1, p. 106126, jan./jun. 2013; MOREIRA, Fernanda. Tempos Estranhos. Revista ABTU, Minas Gerais, nº, p.3, s/m. Disponível em: www.abtu.com.br/pubicacoes. Acesso em 11 de nov. de 2018. PORCELLO, Flávio Antônio Camargo. TV Universitárias: Limites e Possibilidades. 1. ed. Porto Alegre: Editora PUC Rio Grande do Sul, 2002. 146p. RAMALHO, A. Mapa da TV universitária brasileira: versão 3.0. Viçosa, MG: Anadarco, 2011. Disponível em: www.abtu.com.br/pubicacoes. Acesso em 17 de set. de 2018. RAMALHO, Alzimar Rodrigues. A TV universitária como instrumento de difusão da cultura regional. Disponível em: http://www.abtu.org.br. Acesso em 9 de nov. de 2018. RIBEIRO, Cristina R.S; RIBEIRO Mara. Televisão Universitária: Padronização e Inovação de Linguagem. 2006. 83f. Monografia (Curso de Especialização lato Sensu em Teoria e Práticas Contemporâneas do Jornalismo) – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Campo Grande. SANCHES, Silvio R.R. A Utilização da Técnica de Chromakey para a Composição de Cenas em Ambientes de Realidade Misturada. 2007. 150 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Centro Universitário Eurípides de Marília – Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, Marília, SP, 2007. SANTOS, Anderson; CÂNDIDO Daniele. In. Intercom: Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2017, Curitiba. Por um conceito de Propaganda e Publicidade: divergência e convergências. Disponível em http://portalintercom.org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-1973-1.pdf, p. 2-4. Acesso em 12 de nov. de 2018


53 00 SCHEFFLER, Israel. Reason and Teaching, London, 1973, p. 67; In.: O conceito de Ensino por John Passmore. DisponĂ­vel em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/ensinar/passmore.pdf. Acesso em 13 nov. 2018. TV Unisinos reestrutura equipe e se desvincula do Canal Futura. DisponĂ­vel em: https://coletiva.net/comunicacao/tv-unisinos-reestrutura-equipee-se-desvincula-do-canal-futura,127645.jhtml. Acesso em 12 de nov. 2018.


54 ENTREVISTAS AQUINO, Rubens. Campo Grande, MS. 01 de out. de 2018 CANCIO, Marcelo. Campo Grande, MS. 19 de set. de 2018 GARCIA, Ida. Campo Grande, MS. 13 de nov. de 2018 MEDRADO, Gabriela. Campo Grande, MS. 14 de nov. de 2018 QUEIROZ, Angélica. Campo Grande, MS. 09 out. de 2018 PEREIRA, Jackson. Campo Grande, MS. 08 de out. de 2018 PINHEIRO, Rose Mara. Campo Grande, MS.24 de out. de 2018 In.: Telejornal TV UFMS SOUZA, Amaury. Campo Grande, MS. 27 de set. de 2018


55

APÊNDICES Entrevista com o Professor Marcelo Cancio em 19/09/2018 Heloísa Carvalho: Como surgiu a ideia de se instalar uma televisão universitária na UFMS? MC: Com essa Lei a Cabo, a gente se inteirou aqui dentro do curso, eu me inteirei também porque eu estava no laboratório de telejornalismo de que a lei permitia que um dos canais da TV a cabo era destinado às universidades. Então, em uma conversa com o Amaury, que naquela época era vice-reitor e tinha muita ligação com o jornalismo. Me lembro de ter falado para ele sobre a possibilidade de a universidade utilizar um dos canais da TV a cabo para transmitir esse sinal. Com a legislação em mãos e a informação da possibilidade de ter um canal, nós agendamos uma reunião na direção da TV a cabo, naquele tempo não se chamava NET. Então nós conversamos com os responsáveis e falamos que era da universidade e que nós tínhamos um canal para ser utilizado, ele disse que sim e que era verdade, mas que tínhamos que entregar a programação para utilizarmos o sinal, que hoje é o 14. Essa notícia era boa, porque afinal de contas, nós tínhamos direito. Não existia na Universidade nenhuma estrutura para o funcionamento de uma televisão, existia apenas o laboratório de telejornalismo, então a alternativa ideal para ocupar o canal foi fazer uma seleção dos TCCs (trabalho de conclusão de curso) daquela época e de anos anteriores que era o material que tínhamos no momento. Com esses vídeos feitos pelos alunos, nós começamos enviar para a TV a cabo esse material em sequencias desses trabalhos que eram transmitidos pela programação. No início foi uma novidade e interessante. Depois de um tempo isso ficou cansativo, porque era os mesmos vídeos, nós não tínhamos uma produção, a gente ocupou o espaço, o canal, mas a universidade não tinha uma estrutura, uma equipe de TV. Nós tínhamos uma câmera do laboratório de telejornalismo que era para trabalhar com os alunos, não tínhamos gente contratada para estar fazendo uma programação. Nós tivemos um problema inicial: Não existia uma TV a cabo na Universidade, ou


seja, a TV por assinatura não chega até aqui. Então não tínhamos como transmitir daqui para eles através de um sinal, então a alternativa era essa, organizar uma fita com vídeos em sequências e entregar nessa TV Comunitária, porque ela já tinha toda uma estrutura de equipamento para ajustar esse material, tanto da UFMS quanto da UCDB e da UNIDERP. O sinal era transmitido por um cabo que passava do equipamento da TV Comunitária e esse cabo chegava dentro dos transmissores da TV por assinatura e a partir daí era transmitido o sinal direto. Eles fizeram uma conexão direta da TV comunitária que recebia a nossa fita em BETACAM ou em VSH, não me lembro do suporte, mas nós entregávamos gravado e copiado em sequência e eles dali transmitiam para a TV a cabo e eles jogavam o sinal no ar. Em seguida, as outras universidades, UCDB e a UNIDERP se inteiraram e descobriram que tinham direitos e começaram a enviar o material também para TV Comunitária e eles começaram a utilizar o mesmo sistema que nós utilizávamos para transmitir na TV a cabo. E foi feita uma programação de passar duas horas da Universidade, duas da TV UCDB e duas da UNIDERP, posteriormente entrou a Estácio ou a UNAES, não me lembro, mas iniciou com a UFMS. Essa programação se repetia durante a semana, era um espaço nativo para as universidades, mas faltava produção (TVU – UFMS) porque os TCCs eram feitos uma vez por ano. Os primeiros trabalhos eram exibidos exaustivamente para a TVU, depois com o tempo percebeu-se que existia a necessidade da Universidade ter uma equipe, que não podia ser o laboratório, mas muito claro desde o início, que não tinha gente o suficiente para trabalhar e produzir material para a TVU, uma vez que a gente trabalhava com os alunos e eles estavam no processo de aprender e não de produzir diariamente ou semanalmente a TVU e aí posteriormente foi criado esse espaço, essa equipe que houve uma desvinculação dessa programação que era produzida pelo laboratório de telejornalismo para ser feita uma programação da Universidade com a equipe, com pessoas contratadas, com cinegrafistas, com equipamento, pois todo o equipamento inicial era do laboratório.


Não me recordo quanto tempo levou para surgir esse espaço chamado TVU para produzir material da Universidade e não um material do curso de jornalismo, porque o curso sempre ofereceu produtos produzidos pelos alunos, eu posteriormente fiz projetos de extensão que foi o “Conexão Universitária” para produzir entrevistas com profissionais, feito pelos estudantes e fizemos alguns trabalhos que o laboratório fornecia para a TVU para ser exibido dentro dessa programação que a TVU tinha direito. Então, ela (TVU) foi criada de uma maneira improvisada, mesmo sabendo que seria dessa forma, porque naquela época de 1997 aquele canal da TV a cabo que era destinado para as universidades fosse ocupado. Acho que existiu um mérito, iniciativa do curso, do Amaury também por concordar com esta ideia e tivemos a iniciativa de ocupar o espaço da TV a cabo e posteriormente teve todo um trabalho para montar. Hoje em dia a TVU tá mais estruturada, precisava ter mais, desde o início era um problema a questão da condução, um carro para se locomover com a equipe. Então tudo isso impedia que a TV da Universidade tivesse uma programação mais coerente e mais voltada para a Universidade e também para falar de outras questões como problemas sociais. Basicamente foi isso. Eu acredito que depois deve ter sido feito um documento da Universidade, alguma portaria para mostrar que a instituição estava ocupando aquele espaço que ela tinha direito. Então foi assim, uma coisa espontânea e foi amadora, porque a gente foi, mas sabia que não tinha produção suficiente, não tinha estrutura, mas por outro lado se nós não ocupássemos aquele espaço ia ficar vazio, o canal 14 não ia ter nenhuma programação. Quem iniciou foi a UFMS com a iniciativa de procurar saber, de levar a legislação, de ter essa reunião e de efetivamente colocar alguma coisa no ar, não tinha nem uma caracterização da TVU, simplesmente eram programas (TCCs) que rodavam na programação e se repetiam. Aquilo foi importante no ponto de vista de mostrar que a universidade tinha direito a um canal dentro de uma TV por assinatura, porque a universidade desde aquela época lutava para ter uma emissora de rádio e sabia que em canal aberto a universidade não teria na televisão, como não tem até hoje. Então é uma maneira de ocupar espaço para ser visto pela sociedade e que


naquela época era uma coisa muito nova, porque a Lei é de 1995, a TVU começou em 1997. Era um outro tempo, a TV aberta tinha um espaço muito maior, não existia as redes sociais e a internet estava iniciando. A Universidade não tinha um canal para mostrar para a sociedade. Heloísa Carvalho: Qual a importância da TVU? MC: A TVU é muito importante porque embora fosse improvisada, ela estava mostrando que a universidade tinha um canal. Mas eu acho que a TV Universitária tem uma importância grande, porque a Universidade tem a oportunidade de mostrar, pois, é um canal importante para atingir uma parcela significativa da população. Quem tem TV a cabo tem a possibilidade ou não de ver a TVU, mas pelo menos a instituição está mostrando ali e não é só isso, ela pode criar um acervo, materiais ou um registro histórico das pesquisas, dos congressos, ou seja, de tudo que acontece na Universidade pode ficar registrado na TVU. Então é uma maneira que hoje existe dela se mostrar para a sociedade, naquela época, mais ainda pelos reduzidos números de canais que tinha. Por isso que naquele tempo era mais importante esse espaço ocupado pela Universidade. Nós sabíamos desde o início que a TVU não tinha uma estrutura de funcionamento. Nas universidades particulares, isso foi mais rápido e mais fácil porque eles simplesmente montaram uma equipe, contrataram pessoas e passaram a produzir, aqui na universidade dependia de concurso, de seleção, de contratação de jornalistas, cinegrafistas e editores. Demorou um tempo, não sei quanto, mas ela está aí funcionando há 21 anos. O diretor da TVU foi o Rubens Aquino e outras pessoas passaram pela televisão porque tinha afinidade na área da comunicação. A importância da existência de uma TV Universitária é proporcionar uma programação diferenciada para um público que não quer ver algum outro tipo de programa na TV comercial. A TVU tem a função de oferecer uma programação mais intelectualizada, mais elaborada do ponto de vista do conhecimento. Ela vai oferecer ao telespectador um produto para que ele tome conhecimento de pesquisas que são realizadas dentro da Universidade, de trabalhos de extensão, de coisas que são feitas na cidade universitária que a


maior parte da população de Campo Grande não conhece. Então a TVU ela tem que oferecer debates, questões que normalmente não se discute na TV comercial e assim mostrar para a população outro tipo de informação... E a Universidade gera muito conhecimento. Heloísa Carvalho: Vocês conseguiram atingir um público com a TVU no início que ela começou a ser transmitida? MC: Não houve uma pesquisa, o que a gente percebia era que como a TV a cabo estava iniciando e tinha um público especifico dentro de Campo Grande, nós recebíamos comentários ou os próprios alunos que fizeram os vídeos. Dentro da Universidade os funcionários que tinham a TV a cabo começaram assistir e perceber que a UFMS tinha um canal. Mas, claramente, nós percebíamos que a instituição tinha uma programação, então percebeu que naquele instante, em 1997 a UFMS estava mostrando para a sociedade campo-grandense que ela tinha uma produção e que ela estava exibindo. Então se apresentou duas situações ao mesmo tempo: uma que tinha precariedade da produção (negativa) e outra, que era positiva, mostrar que a Universidade estava ocupando um espaço. Heloísa Carvalho: Quais eram os conteúdos que a TVU transmitia com esses TCCs? MC: Teríamos que pesquisar os trabalhos de 1997, porque a TVU já foi criada no final do ano e dos anos anteriores. Eu me lembro de um que se repetiu várias vezes que falava sobre o Pantanal, mas eu não consigo me lembrar das sequencias dos vídeos que entraram naquela época. Eu sei que antes tiveram vídeos sobre o futebol no MS. Não vou me lembrar dos vídeos que fizeram parte das transmissões. Nós tivemos dificuldades para selecionar os vídeos para a exibição. De acordo com o crescimento das transmissões, se levava uma fita e trazia a outra.


Heloísa Carvalho: Na sua opinião, a TVU trabalha com o tripé: ensino, pesquisa e extensão? MC: Penso que trabalhar o ensino, pesquisa e extensão eu diria que não. A TVU ainda é uma emissora, um canal ainda muito institucional, que precisa ter um olhar que não seja só para falar do reitor, das ações decididas pela reitoria. Esses dias eu descobri que abriu uma portaria dizendo que a TVU não pode ficar cobrindo ações da reitoria. A TVU, no meu entendimento, permitiu que alunos tivessem esse vínculo e essa atuação mais rotineira. Eu não sei se ela cumpre ensino, pesquisa e extensão, eu acho que a TVU ainda está no processo, mesmo com 20 anos ela tenha ainda que evoluir, no sentido que se torne mesmo um espaço dentro da Universidade, com uma estrutura que permita isso: com a participação dos alunos, que mostre mais as pesquisas, eu acho que de alguma maneira faz. Mostrar os projetos de extensão, os programas e trabalhos de alunos dentro dos telejornais. O laboratório está ensinando os alunos e organiza programas e esse material produzido pelos alunos foi veiculado pela TVU, neste ponto ela está cumprindo este papel, isto tinha que ser com mais frequência, assim nós sabemos que o processo de produzir televisão com os alunos é mais lento, porque estamos ensinando a eles como se faz e se produz uma TV. A TVU como um núcleo dentro da Universidade teria a função de produzir mais material independente da produção que os alunos realizam no laboratório de Telejornalismo. Esse núcleo TVU deve produzir mais material sobre pesquisa, sobre extensão e também

promover

entrevistas

e

debates

que

não

precisam

ser,

necessariamente, da Universidade, ela pode debater assuntos que são importantes para a sociedade, debater sobre saúde, educação, segurança e economia, que são assuntos fora do campus da Universidade, mas que pode se tornar um espaço de discussão sobre esses temas. Eu acho que para a TVU funcionar mesmo com uma rotina de trabalho, como uma TV comercial, ela precisa se estruturar mais, como estúdio, equipe, orçamento. Ela precisa ter uma estrutura dentro da Universidade que permita uma produção mais contínua, mais permanente, mais constante de temas universitários ou sociais e educativos. Embora ela (TVU) tenha melhorado, ela


ainda é tímida perto das outras instituições (Universidades Públicas) que tem toda uma estrutura de equipamento. A TVU produz, mas precisa produzir mais, só que precisa melhorar a estrutura. Com três jornalistas, três cinegrafistas, um editor e com equipamento reduzido; então ela vai produzir menos. Esse tripé então ele é cumprido, mas de uma maneira que poderia ser melhor, a TVU poderia ter uma estrutura que estimulasse o contato com outros estudantes, para que ele tenha contato todo dia (bolsas de extensão). A estrutura física e financeira impede que a TVU produza mais. O que a gente conseguia, era tentar produzir coisas dentro do laboratório para encaminhar para TVU, como uma forma do curso que está contribuindo com a TV. Heloísa Carvalho: Na sua opinião, a programação (telejornal, Todas as Artes e Entrevista) exibida hoje pela TVU é pouca? MC: Se nós formos pensar no ponto de vista de produção, eu acho que é pouco. A Universidade não está estruturada para produzir televisão, a TV aqui sempre foi um núcleo que tem todas as limitações e carências possíveis. A televisão exige muitos aparatos (cenários, locomoção, ligação de telefone...) é uma série de necessidades que uma televisão exige que a TVU não tem. A principal função de uma televisão é produzir conteúdo. A TVU tem esse mérito de estar existindo até hoje mesmo com toda a carência que ela tem, mas ela pode melhorar. Heloísa Carvalho: A TVU sofreu modificações, o senhor conseguiu acompanhar essas mudanças? MC: Um pouco sim... Do nada que não existia para agora, pois nesse momento ela tem um espaço físico, tem equipamentos, contratações (jornalistas, editores...) que foram feitas para ela começar a funcionar. Eu acho que a TVU em 20 anos, teve uma evolução, talvez não tenha tido uma evolução tão importante pelo espaço que ela representa dentro da Universidade. Tem que se considerar o espaço e todos os equipamentos como uma conquista nesses 20 anos, poderia ser melhor e maior, poderia! De todas essas pessoas que passaram pela reitoria mantiveram a TVU, ela não deixou de existir, ninguém a extinguiu porque não funciona. A TVU está funcionando até hoje é um mérito dela.


Heloísa Carvalho: Para o senhor, qual é o papel de uma Televisão Universitária? MC: A televisão universitária precisa produzir conteúdo que esteja relacionado com produtos, pesquisas e produções da Universidade e além disso produzir conteúdo que sejam diferenciados, no ponto de vista das TVs comerciais. Que produza conteúdos de cunho social, debater temas sociais, educativos, científicos e de todos os assuntos ligados à sociedade, como: saúde, segurança, violência, também debater temas atuais que existem em cada momento, como um debate político. A função da TVU é produzir conteúdo que exibam conhecimento, informação tanto da própria Universidade, que produz conhecimento, quanto de fora da instituição. Todas as televisões deveriam ter esse papel, que informam para uma massa de gente, ela tem a obrigação de buscar conteúdos informativos que possibilitam que esses conteúdos sejam úteis para a vida das pessoas. Exemplo: quando você fala de uma pesquisa sobre saúde, você está contribuindo com essas pessoas. Assim essas pesquisas vão contribuir para e evolução dessas pessoas. A televisão, não só a TVU, elas têm um papel importante de transformar a vida das pessoas e melhorar a vida das pessoas no ponto de vista do conhecimento. Quanto mais conhecimento você tem, maiores possibilidades você tem de entender o mundo que te cerca, de viver melhor. Como a TV fala para milhões de pessoas, elas deveriam ter essa obrigação de estar sempre com conteúdos muito informativos, eu acho que ela pode ter entretenimento também, mas, com altruísmos, conhecimento e valores que sejam importantes na sociedade (acho que é outra contribuição que a TVU deve ter), ter valores positivos (dignidade, honestidade, responsabilidade, respeito) e que assim possa fazer as pessoas entenderem e refletirem fazendo-as melhorarem. Então, a TVU quando mostra alguma pesquisa da Universidade, ela está mostrando para as pessoas que assistem que a instituição produz aquele tipo de conhecimento. Ao meu ver não só as TVUs, mas as televisões têm que ter essa responsabilidade de produzir isso. Já as TVs comerciais visam ao lucro. A TVU não tem que ganhar dinheiro a TVU tem como obrigação produzir conteúdo social-educativo.


Entrevista com Amaury de Souza – Ex-vice-reitor da UFMS em 27/09/2018 Heloísa Carvalho: Como foi a instalação da TVU na visão administrativa da Universidade? Amaury Souza: A NET não queria disponibilizar o canal para nós, porque ela queria faturar. Até que um dia eles falaram para nós que a gente poderia botar no ar, mas nós não tínhamos nada para pôr no ar, o que ia colocar?

conversamos na TV comunitária e o responsável falou que nós podíamos deixar ali, então levamos o vídeo cassete. Nós ocupamos um bom tempo o espaço ar devido as fitas que iam e voltavam. Quando a gente começou a discutir a TVU dentro da Universidade, você tinha a assessoria de comunicação, a reitoria (vontade política) e o Marcelo Cancio pelo departamento de jornalismo. Heloísa Carvalho: Qual foi o custo dos equipamentos? AS: Não teve custo, foi zero. Quando a gente a colocou no ar teve uma boa vontade política da reitoria, mas aí que começaram os novos problemas: quando entramos no ar nós não tínhamos material, equipamento... nada. A professora Ruth montou um projeto, comprou os equipamentos, que eram BETACAM e depois veio o jornalista Candido, ele foi responsável por incorporar a TVU pela administração. Nós ocupamos o espaço do laboratório de TV, onde tinha as ilhas de edição, os equipamentos... O departamento de jornalismo não viu com bons olhos, porque politicamente era uma exploração de uma mão de obra extremamente qualificada e barata dos alunos, então eles resistiram, pois, defendiam os interesses deles e dos acadêmicos. Nós não tínhamos dinheiro, foi uma época de muito sacrifício dentro da Universidade, porque foi o tempo do FHC. O único gasto que nós tivemos foi com a contratação de dois cinegrafistas e um editor Nós seguramos a TVU no grito, é lógico que ela foi melhorando, começou a ter algumas programações, como eventos culturais que o Candido cobria e que era transmitido na TVU, mas nós não discutíamos uma linha de programação, fazíamos um jornal que era na área da ciência e na tecnologia, era uma programação semanal. Eu defendia que na Universidade tinha que ter


programas de: saúde, cultura, tecnologia e inovação, assim nós não ficávamos com programas igual da TV aberta e que a TVU seria um grande laboratório, mas a gente foi segurando, segurando... e levou a TVU. Aí veio um detalhe muito grande: Hélio Godoy, tinha uns equipamentos top de linha e aí a gente pegou, mas ele não permitiu que nós usássemos. Aí nós começamos dar uma certa estrutura para a TVU. Nós conversamos em um encontro com o Priolli sobre o intercâmbio de material entre as Universidades e isso deu certo, porque nós começamos fazer essa troca. Nós tivemos muito material, muita entrevista que realizamos no Pantanal e rendeu bastante fruto. Queríamos fazer parte da ABTU, mas não tínhamos nada, pois, precisaríamos pagar e os problemas que tínhamos era financeiro e político. Outra forma de divulgarmos os materiais, era pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), mas não deu certo devido as vontades políticas, a gente queria montar também uma rede de televisão universitária que funcionasse, onde o pessoal de São Paulo estivesse vendo matérias da gente e o pessoal daqui visse os de São Paulo, ou seja, queríamos que tivesse interação, mas não conseguimos. Nós contratamos pessoas para fazer edição, câmeras... Eu acho que na minha opinião não devia contratar ninguém, eu achava que a TVU tinha que ser dos alunos para eles aprenderem a fazer a televisão. Nós pensamos em transformar o anfiteatro do CCHS em um teatro para a TV, mas era difícil, porque não tinha dinheiro, equipamento e lá era o único anfiteatro da instituição. Fazer coisas alternativas era difícil e NET não chegava lá. Na época eu pensava: não era só você ter a TVU e pegar o que a Universidade produzia e jogar para a comunidade para atender os anseios dela; era você fazer da TVU um laboratório para os alunos interagirem com outros cursos. Para você gerar e colocar no ar não veio de mão beijada, ela foi conquistada. A TVU foi ao ar depois de muitas reuniões. Nós seguramos por muito tempo a TVU no ar antes de dividir com as outras instituições, enquanto elas estavam se preparando nós já estávamos lá na frente com produções e programas.


Heloísa Carvalho: Como era a audiência? AS: As pessoas acreditavam que nós iríamos atender a sociedade, que a gente iria levar uma série de novidade, porque a Universidade gera tecnologia, então quando jogávamos as coisas no ar (monografia, entrevistas) as outras universidades vieram se apropriar do canal. Eu achava que só quem deveria ter televisões universitárias eram as instituições que teriam o curso de jornalismo. Heloísa Carvalho: Quais foram as dificuldades para se instalar a TVU? AS: Não foi fácil instalar a TVU, mas quando a NET permitiu e que nós colocamos no ar ela gerou muitas coisas boas, discussões boas, criou-se outro clima dentro do curso e da instituição. A parte mais importante é que a TVU foi para o ar. Entre o Rubens, eu e o Marcelo nós tivemos uma primeira etapa que foi a discussão com a NET, sempre se encontrando e discutindo, quando se acertou aí Rubens foi cuidar da assessoria, o Cancio foi cuidar do jornalismo e eu voltei para a reitoria. Todas as produções eram feitas no laboratório do departamento de jornalismo, depois ela foi crescendo...Os equipamentos também faziam parte do departamento. Aí que vem o gancho, por eu achar que ela fosse um canal universitário, uma TV universitária ela seria um grande laboratório que você teria que treinar para atender a demanda de mercado. Heloísa Carvalho: Como o senhor foi o responsável pela implantação da TVU, qual é a função de uma televisão universitária dentro de uma IES? AS: Eu acho que ela é tudo, porque mostra e dá visibilidade para universidade. A universidade gera ciência, tecnologia, educação, a universidade forma gente, recursos humanos, formadores de opinião. A universidade é extremamente crítica, ela está inserida na comunidade porque ela recebe esta comunidade. A TVU hoje pode fazer tudo, ela dá visibilidade, credibilidade, ela leva e traz informação e traz a necessidade da comunidade. A TVU é um canal de informação que você tem hoje, é o elo de ligação entre a universidade e a comunidade. Por isso que eu acho que a TVU não pode morrer, devemos dar um tratamento para ela melhor que a gente imagina.


Entrevista com Rubens Aquino – Diretor da TVU em 01/10/2018 Heloísa Carvalho: Por quanto tempo o senhor coordenou a TVU? Rubens Aquino: Antes da inauguração, nós fomos até a sede da TV a cabo e eles falaram: olha, se vocês tiverem interesse tem um canal aberto para vocês. Só que os equipamentos são por conta de vocês. Naquele tempo, final dos anos 90, o sistema operacional de televisão (já estava mudando bastante), mas estávamos atrasados no sentido de fita, câmera e máquinas para rodar as gravações, que era VHS ou super VHS. Para poder colocar no ar eu tinha um aparelho de vídeo cassete, então eu levei na 15 de novembro, na TV comunitária. Então em um aparelho de VHS, foi que nós o colocamos a disposição para conectar pelo fundo do quintal da TV comunitária que ela exibia programações comunitárias, era canal 11 se não me engano. Então colocou conectado a TV a cabo e ali nós começávamos a produzir com a câmera VHS e editar em uma editora de super VHS e exibimos nesse aparelho meu e os primeiros programas eram exibidos ali. Nós éramos os únicos na época, e fui eu que cunhou a palavra TVU. Era TVU UFMS, mas ficava esquisito falar, como existia a TVE que eu gostava muito e é mais fácil você falar, TVE... TVU... U de universitário, de Universidade, de UFMS e na época nós mandamos fazer os microfones com a logomarca. A TVU foi ao ar no dia 10 de dezembro de 1997, com a grande força do reitor Jorge Chacha e do vice-reitor Amaury de Souza, eles foram os responsáveis pela parte burocrática e eles deram a maior força para que isso acontecesse. Então em 97 até 2000, foi bastante incipiente o nosso sistema, porque nós não tínhamos, equipamentos, não tínhamos câmeras, era tudo improvisado. Era câmera e equipamentos de casa, quando precisávamos comprar alguma coisa, nós comprávamos do próprio bolso (cabo, microfone), havia toda a dificuldade do mundo, mas conseguíamos fazer e criar algumas coisas. No ano 2000, mudou de reitor, que era o Peró. Heloísa Carvalho: Qual era a grade de programação daquela época?


RA: Nós estabelecemos uma grade de programação, depois de três anos, tínhamos uma vasta grade. Tínhamos 13 programas, quatro saíram da grade e nove permaneceram: um de economia, saúde, Todas as artes, o telejornal, nomes e livros, tinha um de educação física, de entrevista... De todos que iniciaram continuaram o “Todas as artes” e o telejornal. Os nove programas ficaram no ar de 2000 até 2008: dois mandatos do reitor Peró, foram oito anos. Eu fiquei na TVU até 2008 e me desliguei em 2009, quando entrou a reitora Célia e aí depois disso os programas fora saindo do ar, antes da gestão da Célia, todos os nove estavam no ar. Heloísa Carvalho: O seu Amaury me disse que os equipamentos que conseguiram na época, foram da professora Ruth que emprestava para a TVU? RA: Tem que entender duas coisas: tem a TVU que é da parte administrativa, que era da reitoria e assessoria de comunicação e tinha a do curso, um estúdio que depois até foi construído pelo Chacha também e pelo Amaury, que posteriormente os estudantes de jornalismo praticavam ensino aprendizagem, a parte prática de televisão. O curso também produzia programação com alunos e professores. Nesse meio de campo, a Ruth conseguiu os equipamentos do curso e nos emprestou porque nós tínhamos apenas uma câmera VHS para gravar, não tínhamos dinheiro, recurso, nem nada, só havia aquele meu equipamento (vídeo cassete). Quando a Ruth foi conseguindo equipamento, aí substitui aquela velharia que tinha lá, mas aí depois o Peró comprou câmeras digitais, foram 16 câmeras que são as que estão até hoje lá. Heloísa Carvalho: Como era a estrutura (espaço) da TVU? RA: Nos anos 80, antigamente ali (prédio da TV UFMS) era o DCE, era um barracão de madeirite, aquela madeira de fazer cerca de construção; era um barracão com telhado de ertenit naquele mesmo formato que está ali e a assessoria de comunicação ficava em um cubículo perto da piscina. Quando foi no final dos anos 90 o DCE saiu dali e foi transferido para a sede construída perto da Caixa Econômica. Como o espaço ficou vazio e abandonado, então nós falamos: vamos tomar conta! Foi toda a minha equipe de jornalistas e ficamos no local, mesmo sabendo que era um barracão de madeirite e ali ficou


sendo a assessoria de comunicação e a TVU, aí depois que o Peró (reitor Manuel Peró) assumiu, ele construiu a assessoria lá no prédio das araras. E o Chacha (reitor Jorge Chacha) autorizou construir o estúdio onde está até hoje. Heloísa Carvalho: Quem eram as pessoas que trabalhavam na TVU naquele momento? RA: Eu abri 12 vagas para estagiários remunerados, alguns foram produtores, outros repórteres, quem quisesse voluntariamente podia, nós não fechávamos portas para ninguém. Conseguimos estagiários pagos pela FAPEC e depois baixamos para nove e por fim chegou a seis devido à falta de dinheiro. Mandamos adesivar o carro com a logomarca da TVU, era uma Golzinho velho e o microfone com o cubo. Este carro ficou disponível, então quando tínhamos matéria a noite nós levávamos os acadêmicos e íamos por aí.

Heloísa Carvalho: Qual era/é o propósito de ter uma televisão universitária dentro da instituição? RA: Duas razões: uma dar visibilidade da Universidade para a sociedade e dar satisfação para as pessoas de que nós existimos e mostrar o que a Universidade está fazendo; a outra é dar chance para que a comunidade acadêmica pratique comunicação, então essa era a ideia, porque se o curso tinha um programa e nós também abríamos estágios e vagas para estudantes, que é a atividade fim, que é o aluno, a formação dele era muito interessante para a gente. Não era uma TV de profissionais para profissionais, era uma televisão que era bem-feita, porque os estudantes faziam com garra e mais afinco e assim fazíamos mais programas. As TVs se interessavam pelas coisas que nós fazíamos com experimentalismo, mas isso precisa ser feito com estudantes. Atualmente houve um enxugamento nos programas, foi o Peró que fez a modernização e a digitalização. Com o tempo eu percebo que ele se desvinculou do curso e se tornou um corpo isolado, que não era proposta inicial, se você tem câmeras e pessoal, então


você tem capacidade de fazer programas e assim tem horas no ar. Nós tínhamos duas horas no ar e preenchíamos as duas horas. Até 1998 só a TVU compunha o canal universitário da NET. Heloísa Carvalho: Como era a aceitação do público/ audiência? RA: Tinha sempre pessoas que comentavam as coisas que eles viam, as TVs assistiam e tinha gente da TVU que foram contratados pelas televisões comerciais. Ela revelou muita gente. Só tinha três jornalistas e a maioria eram estagiários, nós apenas coordenávamos os estudantes. Então em vez da TV crescer, ela diminuiu. Entrevista com o Diretor da TV UCDB, Jackson Pereira 08/10/2018 Heloísa Carvalho: Conte uma breve história da TV UCDB? JP: A TV UCDB nasceu aqui na Universidade no final da década de 90, junto com a criação dos cursos de comunicação, na época era o primeiro curso de Publicidade Propaganda e Relações Públicas, depois Jornalismo e Rádio/TV. Ela sempre foi estruturada com equipamentos mais modernos. O laboratório de comunicação (LABCOM) foi criado nesta época junto com a televisão para ser suporte junto com os cursos de Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade Propaganda e Rádio/TV e ao mesmo tempo ser um apoio da comunicação institucional. Então no começo, a TV serviu mais como laboratório, tanto que um dos principais apresentadores e repórteres que nós temos hoje surgiram naqueles projetos experimentais que a gente tinha no início dos anos 2000. Não vou lembrar de todos os diretores da TV UCDB, mas teve um músico que foi diretor; o Henrique Chuto que durante muitos anos foi responsável pela TV UCDB e a quase três anos, pouco mais de dois anos eu estou respondendo pela TV, juntamente com a coordenadoria de comunicação da Universidade. Heloísa Carvalho: Atualmente como a TV UCDB se estrutura? JP: Nós temos três ilhas de edição; 1 sala de suitcher (direção de TV); 2 estúdios; 3 cinegrafistas; 2 técnicos de áudio; 5 estagiários de produção; e 1 responsável técnico.


Heloísa Carvalho: Essas pessoas, tirando os estagiários, elas são terceirizadas ou contratadas pela faculdade? JP: Todos são funcionários da Universidade. A maioria são egressos dos cursos de comunicação. Heloísa Carvalho: Os estagiários são todos bolsistas ou voluntários? E em qual semestres eles estão? JP: São todos bolsistas, nós não temos estagiários voluntários. Como a comunicação ela demanda muito para o mercado, principalmente de alunos de quarto, quinto semestre para frente, nós damos oportunidade desde o início. Então, a gente não limita: tem que ser do sétimo semestre! A partir do momento que surge a vaga, nós abrimos uma seleção e se o aluno se encaixar dentro do que a gente espera de um estagiário, ele vira estagiário do LABCOM. Hoje nós temos estagiários de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Design. Os estagiários em sua maioria ficam na produção, mas eles auxiliam nos programas e das atividades de dentro do laboratório. Lembramos que eles não são estagiários da TV UCDB, eles são alunos que ajudam na produção dos programas da TV UCDB. Heloísa Carvalho: Quais os programas que a TV UCDB apresenta hoje? JP: Nós temos um programa institucional, que é o Estúdio Livre que é o responsável por mostrar as ações desenvolvidas dentro da Universidade. Os outros são ligados ao curso de Jornalismo da UCDB, que são o ‘Deu Certo!’, ‘Joga na Roda’ e o ‘Enfoque TV’. Ao todo são quatro programas. Heloísa

Carvalho:

Os

alunos

que

auxiliam

na

TV

UCDB

têm

acompanhamento/orientação dentro da TV UCDB? JP: Tem. Nós temos profissionais de rádio/TV e Jornalismo dentro do laboratório. Eu como sou formado nestas duas áreas, sou apto a orientá-los. Além disso conto com uma pessoa, que é a Atiene que me auxilia na produção e nesta gestão dos estudantes. Heloísa Carvalho: Além da produção, há algo mais que os alunos auxiliam na TV UCDB?


JP: No caso do programa ‘Estúdio Livre’, eles auxiliam na produção e no acompanhamento das gravações. Já com relação aos programas produzidos pelo curso de jornalismo: ‘Deu Certo.’, ‘Joga na Roda’ e ‘Enfoque TV’, ali eles não atuam, porque são os próprios acadêmicos que desempenham essas gravações de acordo com o professor da disciplina pede. Heloísa Carvalho: Os programas feitos pelos acadêmicos, além do Estúdio Livre também são transmitidos pela NET? JP: Sim! Esses programas que eu te falei são os que nós disponibilizamos. Mas por exemplo: temos o período de férias e nós não temos programas “gaveta”, então para não ficar muito chato, repetitivos os programas, nós tiramos um e colocamos outro. Lembrando que esses programas são por temporadas, tem a temporada do ‘Deu Certo’ e tem a temporada do ‘Joga na Roda’. Heloísa Carvalho: Só para confirmar: esses programas são transmitidos pelo canal da NET e divide a programação com as outras instituições? JP: Nós disponibilizamos lá e também nas redes sociais. Heloísa Carvalho: A programação é transmitida daqui, ou vocês entregam os materiais para a NET? E de quanto em quanto tempo? JP: Nós entregamos. O programa ‘Estúdio Livre’ entregamos semanalmente e os programas que os acadêmicos produzem são entregues de acordo com a demanda. Por exemplo: se eles gravam dez programas na semana, nós entregamos os dez. Todas as TVs Universitárias fazem a produção interna, salvam no HD e entregam lá na NET. Heloísa Carvalho: Qual é a função da TV UCDB dentro da instituição, como televisão universitária? JP: Bom... ela serve como um apoio para os cursos de comunicação, para você formar bem o aluno, ou seja, é importante que eles tenham uma ligação com as empresas de comunicação, no caso da TV UCDB, é importante para que eles desde o início saibam como funciona uma televisão, para quando eles estiverem no mercado.


Institucionalmente é importante para a Universidade estar mostrando a qualidade de seus produtos acadêmicos e as produções realizadas dentro da instituição. Heloísa Carvalho: Os alunos e funcionários podem sair da instituição para fazer externas? Como funciona isso? JP: Nós temos toda uma estrutura, de acordo com os agendamentos dos professores. É o professor que agenda com o profissional, é esse profissional que vai fazer este material. Nós temos um carro, motorista que levam esses acadêmicos e esses profissionais para acompanhar fora do campus. Mesmo porque a Universidade desenvolve muitas atividades e muitos trabalhos fora. Um exemplo de um projeto do curso de comunicação, que é as72 horas’ de jornalismo, em que eles vão a campo aprender um pouco mais sobre como é o mercado. Assim eles acabam desenvolvendo matérias. Heloísa Carvalho: Vocês cobrem todas as editorias nos programas? JP: No caso dos acadêmicos, os temas ficam a cargo dos professores da disciplina. Agora no programa institucional a gente dá atenção para a questão da educação, da cultura e do esporte. Heloísa Carvalho: A Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) tem uma classificação de formatos para os programas de televisões

universitárias:

institucional,

cultural,

científico,

social/comunitário, acadêmico, documental, entretenimento e educativa. Em qual desses formatos a TV UCDB se classifica? JP: Na verdade a TV universitária, ela faz todas essas classificações que você citou. Nós somos uma TV educativa, então nós tentamos educar com os nossos programas. A classificação aí seria uma televisão educativa. Heloísa Carvalho: Para quem a TV UCDB é produzida? Quem assiste a TV UCDB? JP: A gente faz os programas de uma forma que os nossos estudantes produzem situação de mercado. No mercado de trabalho você vai fazer programas para todas as classes. Então assim, a TV universitária, é mais fácil


perguntar para a TV (NET) se eles têm uma pesquisa, qual é o público, porque no caso da produção, se eu falar para você: Olha produz só para a classe A ou para uma determinada classe, eu não estou preparando os nossos estudantes. Especificamente nós não temos um público direcionado, o público são as pessoas que se interessam por um material acadêmico, por uma TV institucional. Nunca fizemos um levantamento de audiência. A TV globo faz o conteúdo à noite para uma família que está em casa, então ela começa com o jornal, depois vai para a novela, depois para uma série e depois para um filme. No período da tarde ela já pega aqueles estudantes que se interessam por filme, depois a Malhação e na parte da manhã, são mais programas para dona de casa. Então por período você segmenta. Diferente da TV universitária, que você produz material educativo que ele possa ver por qualquer público e a qualquer hora. Então assim, não dá para falar qual é o meu público; o meu público é todo mundo, quando se quer atingir todo mundo ou você atinge ninguém ou você atinge mesmo. Como não se tem uma pesquisa de mercado perguntando: Você assiste uma TV universitária ou não? O que você assiste? É difícil você falar sobre o público daquele período. Eu acho que não é o perfil da TV universitária segmentar um público, porque a produção universitária tem que ser direcionada para todos os públicos. Heloísa Carvalho: Vocês são vinculados a ABTU? JP: Sim, somos. Heloísa Carvalho: Você coordena a TV UCDB, então eu te pergunto: O que é uma Televisão Universitária para a instituição Universidade Católica Dom Bosco? JP: A TV universitária tem dois objetivos: o primeiro é de servir como apoio para os acadêmicos que vão para o mercado de trabalho, ou seja, ela tem que ser um espaço para que quando você produz algo na academia, este produto seja visto por alguém. Então o primeiro passo, ela só existe dentro de uma Universidade, porque a Universidade forma um aluno. A TV Universitária na


minha opinião, o primeiro objetivo dela é servir como auxílio e apoio para o estudante de comunicação social. Em um segundo momento, é de extrema importância para a Universidade mostrar o que esses alunos estão produzindo, mostrar o que a Universidade coloca à disposição dos cursos para essas produções institucionais e universitárias. Então, eu acho que a importância é essa, a importância de você ter uma TV universitária é você auxiliar a formação do aluno e abrir um espaço para mostrar o que ele está produzindo. Nós estamos fazendo isso muito bem nos últimos anos, uns dos principais profissionais que a gente tem hoje no mercado de comunicação, eram “carinhas” daqui da TV universitária que se destacaram aqui e foram para o mercado. Heloísa Carvalho: A ABTU classifica que a TV universitária ela tem que apresentar: cultura, educação e cidadania. A TV UCDB faz isso? JP: Sim, ela faz isso. Heloísa Carvalho: Nas pesquisas que eu estou realizando o autor Flávio Porcello e outros autores que estão estudando a TV universitária, dizem que essa televisão deve trabalhar com o tripé: ensino, pesquisa e extensão. A TV UCDB trabalha nesse tripé? JP: Também. Os projetos desenvolvidos pelo programa ‘Enfoque TV’, que é um projeto de extensão que envolve o curso de jornalismo, então ali a gente envolve extensão. Os professores que trabalham nesses projetos também desenvolvem pesquisas ligadas a comunicação e muitas dessas pesquisas também são realizadas ali naquele espaço. O ensino é o que eu tentei te passar na pergunta anterior. O ensino quando você abre para o aluno um laboratório que conta com equipamentos de qualidade, com uma estrutura que não deixa a desejar no mercado externo, isso faz com que o ensino dele seja muito mais forte e que ele saia mais preparado para o que ele vai encontrar no futuro com o mercado de trabalho, então nós conseguimos desempenhar ensino, pesquisa e extensão dentro do nosso laboratório de comunicação.


Entrevista com diretora da TV Pantanal/UNIDERP, Angélica Queiroz em 09/10/2018 Heloísa Carvalho: Quando você começou na TV Pantanal? Como era quando fazia parte da NET? Angélica Queiroz: Eu comecei em 2003, logo que me formei, quando tinha uma produção de TV para a televisão universitária. Na época nós produzíamos duas horas de programação, para isso a gente tinha as equipes da manhã e da tarde. Eram sete estagiários de manhã e sete estagiários à tarde, nós tínhamos uma equipe de produção muito grande para colocar essas duas horas de programação. Nós tínhamos programas temáticos, programação voltada para a instituição, que na época se não me engano era ‘UNIDERP em Dia’, que eram ações da instituição que os alunos faziam essas produções e tínhamos programa temático de moda, agro e ambiente, saúde, nós tínhamos muita coisa. Aí quando a Anhanguera adquiriu a UNIDERP, visão deles em relação à TV universitária era outra e com isso o número de funcionários diminuíram um pouco, então a gente percebeu que nós não conseguiríamos fazer essas duas horas de programação, quando surgiu a possibilidade de ir para a TV Educativa (TVE), para nós foi um salto muito grande, porque para mim, particularmente, porque nós preferíamos ter um espaço voltado para Mato Grosso do Sul, nós temos 22 municípios, do que as nossas 28 horas de programação na TVCOM que é só Campo Grande, nós não tínhamos a visibilidade que nós temos hoje. Hoje eu posso dizer para você que na rede nós temos mais visibilidade que eu tinha na TVCOM, isso coincidiu com a redução de equipe que eu tive, que no caso eram os editores, os cinegrafistas, a gente não tem tudo isso, mas quando veio a possibilidade da TVE, nós preferíamos deixar de pagar a TVCOM, porque era R$ 2.600 por mês, nós não temos este espaço gratuito. Para nós nos tornarmos uma TV pública/ universitária nós pagamos R$500 todo ano para a ABTU. A TV universitária é como se fosse uma TV educativa que é feita por profissionais, com uma grade de programação. Nós somos totalmente diferentes, porque somos uma produção totalmente acadêmica, então a gente


preferiu ter esse tipo de produção. Na época nós tínhamos uma produção acadêmica, mas com jornalistas. A jornalista Tania Soter produzia material da casa e o resto eram os alunos. Heloísa Carvalho: Quanto tempo vocês permaneceram na NET? AQ: Foi de 1998 até 2013 ou 2014. A professora Fabiana assumiu a coordenação do curso de jornalismo, foi a partir dela que nós decidimos abrir mão. Nós também não queríamos fazer igual a TVU que passa uma hora de programação e depois reprisa essa uma hora, a gente queria manter a nossa produção e queríamos manter a qualidade de produção por conta da equipe que a gente sempre teve. Hoje nós continuamos com uma equipe de qualidade e a programação reduziu um pouco, então nós retiramos os programas e transformamos em quadros temáticos, esses que nós desenvolvemos dentro da disciplina de telejornalismo. No ano passado eu pedi para os alunos produzirem um programa de debate, o programa de debate nós também tínhamos na grade de programação. A TVCOM ainda não passou para o digital. Então o que nós tínhamos que fazer? Nós gravávamos tudo em full HD, pegava essa programação, reduzia a qualidade dela para que pudesse ser veiculada. Então a qualidade é horrível, o som não era legal, a imagem não era legal e a gente sempre fazia essa crítica, os nossos telespectadores faziam essa crítica. Um dia a gente tinha o projeto ‘Som da Concha’, então nós fazíamos toda a cobertura dele e toda a programação, por isso eu tinha que reduzir a qualidade para a TVCOM, isso fazia com que os músicos reclamassem. Essa situação saiu no jornal já. Então nós tínhamos esse embate com eles (TVCOM) “o pessoal está reclamando!”. A gente meio que falou assim: nós vamos ficar pagando, sendo que nós temos um espaço aberto na TV Educativa. Nós também migramos para a internet. Então a gente não viu esse meio político, que é a TVCOM como um espaço legal para nós. Heloísa Carvalho: Então a mudança da TV Pantanal para a TVE foi uma decisão da instituição? AQ: Sim, foi da instituição. Resolvemos não participar mais da TVCOM.


Heloísa Carvalho: Quais eram os programas que vocês produziam quando estavam na TVCOM? AQ: Então a gente tinha o programa ‘UNIDERP em DIA’, que era voltado para ações da Universidade (Institucional); o ‘Saúde em Pauta’; o ‘Sob Medida’; tinha o programa ‘Especial do Mês’ , onde a gente trazia músicos; Nós também participamos do ‘Som da concha’ que ficou no ar por 3 ou quatro anos; ‘Personalidades’, que nós trabalhávamos com depoimentos, então a gente trazia alguma personalidade para contar a história dela, como por exemplo: nós já trouxemos o Caetano Veloso e o programa ‘Entrevistando’. Eram 7 ou 8 programas e a gente foi reduzindo, porque a equipe diminuiu e a produção reduziu, então, consequentemente, nós teríamos como segurar duas horas de programação. Heloísa Carvalho: A TVE abre espaço para as outras Universidades? AQ: Já houve um tempo que a gente tinha espaço na TVE e nesse período o Bosco, diretor da TVE resolveu abrir esse espaço para as Universidades. Nós produzíamos para a TVE um programa chamado ’Página 1’ onde os alunos produziam tudo a gente só fazia a finalização dele. Os alunos apresentavam, além de escolhermos as melhores matérias para ser veiculadas na TVE. Era um programa de meia hora e passava toda quinta-feira e reprisava no final de semana. Então nós já tínhamos essa experiência e foi bem legal. Em 2012 eu e mais um aluno criamos o blog da TV Pantanal e resolvemos tentar colocar a nossa programação na internet. Então a gente resolveu criar e nós atualizávamos com os programas dos alunos. Esses programas se transformaram em um quadro dentro da programação. Nós não estamos trabalhando com a programação, mas com o que o aluno produz, então por exemplo, se tiver um documentário, nós mandamos para TVE. Na realidade nossa preocupação é com os alunos e não muito com a programação. Muitas vezes para eles somos apenas uma suplementação dentro da disciplina, então a gente molda-os para produzirem a matéria, gravação de off... Eu posso te falar que o que éramos antes, nós não somos agora: primeiro pela questão dos números de funcionários que diminuíram, hoje eu tenho um cinegrafista de manhã e uma para o turno da tarde e da noite, eles também são do curso.


Como eles estão na época de TCC eu perco esses funcionários, porque eles estão atendendo os alunos. Então por isso, nós não tivemos mais essa preocupação de... Ah! Vamos montar uma grade de programação e colocar na TV. Na TVE nós também temos a nossa produção, o que a gente produz também colocamos. Hoje nós temos o programa ‘UNIDERP em Ação’, que na época era um programa ao vivo, esse programa ficou no ar por um tempo, aí parou de fazer. Dentro de UNIDERP em Ação nós temos todas as ações dos cursos. A gente trabalha também com esse programa e com o ‘Jornalismo em Revista’. Heloísa Carvalho: Quais os programas que TV Pantanal possui que não tem cunho pedagógico? AQ: Todos os nossos programas são produzidos pelos alunos do curso, mas que não são pedagógicos: ‘UNIDERP em Ação’ produzido para as ações da instituição, que tem meia hora de produção, porque o nosso espaço na TVE é de 30 minutos. O outro programa é o ‘Jornalismo de Revista’, que é como se fosse uma revista eletrônica, por exemplo, neste programa os alunos podem produzir outras coisas, não apenas da Universidade. Nós continuamos produzindo o programa ‘Entrevistando’ que é um programa de estúdio e aí a gente trabalha com os nossos alunos que são estagiários remunerados e voluntários. Heloísa Carvalho: Quantos estagiários vocês possuem remunerados? AQ: Estagiários remunerados, nós temos 2 que é um de manhã e o outro de tarde. E estagiários voluntários, nós temos três que trabalham na TV, mas aí eu não posso te afirmar se são fixos, porque, às vezes, eles vêm para produzir um VT só, mas eles vêm. E à tarde é mais, porque eles produzem o UNIDERP Notícias (programa de rádio), então tem 6, 7 alunos voluntários, esses mesmos alunos produzem para o ‘UniFolha’.


Heloísa Carvalho: Quais as tarefas que os alunos desempenham dentro da TV Pantanal? AQ: Aqui ele faz desde a produção da pauta até a apresentação do telejornal. Ele tem essa prática de tudo um pouco: ele tem conhecimento de apuração, produção de pauta, ele tem o conhecimento de reportagem, ele vai para a rua gravar, ele também tem a noção de texto. A partir do momento que ele desenvolve o texto, ele grava o áudio que vai ser editado. Então eles têm um contato com a edição de texto, isto é uma área muito importante dentro da televisão. Quando termina a matéria dele, ele pode apresentar o telejornal, ou seja, ele tem tudo. Eles também têm técnica de entrevista quando trabalha com o programa de estúdio, em que ele improvisa. O programa ‘Entrevistando’, existe desde a Débora e ela foi uma das primeiras pessoas que apresentou. Então nesse programa que o aluno coloca a cara para bater, porque é um falso ao vivo. Ele tem que saber improvisar, saber contextualizar uma pergunta. Esses momentos também servem na hora que vão fazer uma entrevista de rua. Então, eles trabalham todas essas áreas. A base ele vai ter, mas a profundidade só quando for para o mercado. Eu acho importante essa parte de produção, porque a gente é assistido, isso faz com que as pessoas liguem solicitando um aluno específico. Os alunos têm acesso a tudo e tem o conhecimento do que se faz dentro de uma televisão, por exemplo: se for parar na produção de pauta, ele vai ter conhecimento. Esse é o diferencial deles.

Heloísa Carvalho: Só reforçando, todos os quadros que vão ao ar pela TVE são os acadêmicos que produzem? AQ: Tudo o que a gente faz aqui, os profissionais atuam como supervisores. A minha função aqui, além de coordenar o laboratório de TV, eu também oriento o aluno, como: se a pauta está certa; se na hora da entrevista ele conseguiu fazer o contato com o entrevistado; o que tem que falar; no momento da passagem; os cinegrafistas também ajudam no que falar...

A principal função


nossa é apenas orientá-los, mas a produção é toda deles. Nós não produzimos, são os próprios acadêmicos. Heloísa Carvalho: Podemos considerar que a TV Universitária é um laboratório de aprendizado para os alunos? AQ: Sim. Na verdade, a função da TV Universitária é ser a extensão da instituição. Fazer mais ou menos o que a gente faz, ou seja, fazer a divulgação das ações da Universidade. Hoje tem muita TV Universitária que tem o perfil de uma televisão pública, que é o caso da TV Educativa.

Por exemplo: no

Amazonas, a TV de lá tem a função de uma TV Educativa, porque lá eles não têm uma TV educativa... A TV universitária para eles é uma TV educativa, desde horário de programação com profissionais. Heloísa Carvalho: Qual é a função da TV Pantanal? Você pode fazer um paralelo quando ela era transmitida pela NET e agora com a TVE? AQ: A TV Pantanal, é a extensão da UNIDERP, com ações sobre os cursos. O professor Pedro Chaves, criou a TV para isso, era um órgão suplementar da Universidade e ele queria fazer a divulgação da instituição. Até porque na época, nós éramos a menina dos olhos dele para tudo. Por exemplo: a formatura era lá em Três Lagoas, a gente ia até lá para fazer ou vamos passar uma tarde com o secretário na fazenda dele no Pantanal, nós íamos juntos para fazer. A gente tinha papel, que meio de assessoria dele. Mas na verdade a realidade da TV sempre foi fazer extensão da instituição e acredito que até hoje ela é assim. A televisão sempre tem que estar à frente da Universidade, porque a gente sabe que o vídeo é mais do que um registro fotográfico, então estamos em todos os momentos e ações que o reitor participa, ele também sabe que temos um arquivo riquíssimo de imagem. Nós somos tudo para a instituição e estamos em tudo. Esse perfil de extensão não deixou de ser, claro que é com o número de funcionários que temos. Eu posso te falar: Você consegue fazer a TV que você fazia há dez anos? Não posso falar isso porque eu preciso de equipe para isso. A redução na equipe também é devido a entradas de alunos no curso, a instituição nunca deixou de trazer para nós os produtos tecnológicos. Todo ano nós recebemos material


novo e são equipamentos caros, eles nunca deixaram de investir, mas por outro lado o número de profissionais diminuiu muito. É impossível fazer uma TV com pouca equipe. A TV universitária na TVE são as produções que nós temos, conseguimos entregar a programação semanalmente, ou seja, toda quinta temos que entregar a programação, porque o programa passa aos sábados. Nós temos um banco de arquivos que eu posso disponibilizar para eles, como os TCCs que produzimos depois que é aprovado pela banca. Não deixa de ser uma produção, mas voltada para a TV educativa. Nós temos o UNIDERP em Ação, que nós fazemos para isso. O que eu fizer de programação é o que vai para a TVE. Tento fazer algo separado, porque o que nos dá visibilidade é o Facebook. O blog que criamos se tornou um arquivo de imagens. A TVE está passando para o sistema digital, entretanto os nossos materiais são transmitidos ainda em sinal analógico, o que faz a qualidade diminuir. Então assim nós gravamos em alta resolução, mas para mandar para a TV educativa precisamos converter para o outro formato. A produção que fazemos é menor, porque meia hora de programação é no mínimo cinco matérias e isso nós fazemos todos os dias. Nós entregamos, não trabalhamos lá dentro. Nós produzimos o material e enviamos para eles divulgarem nos horários deles. A nossa parceria é de toda semana um material novo. São 30 minutos que ficamos no ar. Os programas são as matérias, por exemplo: se tivermos um assunto sobre meio ambiente, nós colocamos a vinheta aí ele é como se fosse um quadro da minha produção. Heloísa Carvalho: A Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) tem uma classificação de formatos para os programas de televisões

universitárias:

institucional,

cultural,

científico,

social/comunitário, acadêmico, documental, entretenimento e educativa. Em qual desses formatos a TV Pantanal se classifica? AQ: A TV Pantanal se classifica como educativa, ela trabalha com a educação. Educativa porque está dentro da instituição. A partir do momento que eu tenho um material informativo, automaticamente, ele se torna instituição. Não estou


fazendo publicidade da Universidade, estamos transmitindo informação. Por exemplo: se os alunos do curso de fisioterapia vão até o asilo, nós estamos passando informação que os alunos da instituição estão realizando uma ação social e as vozes são: Universidade e o projeto social. Nós falamos educativa, por causa desse sentido, porque está dentro da instituição. A TV educativa ela engloba todos os formatos citados. A nossa programação é informativa, porque passamos informação e somos uma TV educativa, porque estamos dentro de um ambiente de ensino. Ela é informativa e não deixa de ser educativa. Heloísa Carvalho: Para quem a TV UNIDERP é produzida? Quem a assiste? AQ: Boa pergunta. Nós fazemos nossa produção para atingir o público que assiste o nosso material. O nosso público não está aqui, ele está em todos os lugares, por esse motivo saímos bastante. O meu público são os alunos que produziram, as pessoas que deram as entrevistas, seus familiares e a sociedade em um todo. Eu acho que seria geral. Hoje nós visamos essa questão do Facebook, na internet, o nosso público não fica mais voltado só para aquilo e hoje eu tendo o espaço na TV educativo, eu consigo atingir outros municípios também e o nosso feedback são os comentários na rede social e se eu for pôr a estatística do blog, tem pessoas de outros países que assistem a nossa programação. Não é pouca coisa. O nosso público alvo é quem está envolvido na ação. Não tem um público específico. Heloísa Carvalho: Quantas pessoas trabalhavam com você quando estavam na NET e atualmente? AQ: Olha, quando eu entrei aqui na Universidade em 2003, nós tínhamos duas equipes completas, cinegrafistas e auxiliar; duas equipes no período da tarde e duas a noite. Na época do professor Chaves, os funcionários trabalhavam oito horas, mas como a equipe entrou com uma ação o que fez com que a equipe diminuísse. Na época quando eu entrei aqui, eu tinha uma equipe completa de manhã e de tarde e eu tinha 14 estagiários remunerados para a TV, ou seja, 7 de manhã e 7 de tarde. Isso foi até 2007 né... Aí quando a professora


Leocardeia assumiu eles tentaram padronizar, porque na época eles não ganhavam um salário de acordo com a Lei do estágio, eles ganhavam menos. Então a professora resolveu padronizar com o grupo de São Paulo, que era a Anhanguera. Depois disso eu passei a ter três estagiários de manhã e três à tarde, estes da tarde faziam o UNIDERP Notícias. Mas, eu não posso falar para vocês: Ah, a Anhanguera que mudou, na verdade foi a estrutura que mudou da própria produção da TV. Na época tinha um diretor e um jornalista, a gente chegou a ter quatro jornalistas aqui, mas aí o diretor acabou saindo, então ficaram só os jornalistas e aí estes jornalistas saíram também e não houve necessidade de se completar, porque houve uma redução de aluno. Existe também toda uma questão econômica. As pessoas que trabalham aqui, acabam também por serem os técnicos. Houve uma mudança, não só pela instituição, mas economicamente

mesmo,

porém

eles

não

deixam

de

investir

em

equipamentos. Nós temos o estúdio de TV com 3 espaços para os programas: Entrevistando, um cenário que acaba utilizando outros programas neles, que é aquele de cortina branca, o Zepeling que é de Publicidade e Propaganda e por fim o Croma; duas ilhas de edição; uma redação; um auditório com cenário; uma técnica; um arquivo; quatro profissionais; cinco câmeras profissionais. Na verdade, a TV Pantanal engloba tudo: laboratório de rádio, TV e fotografia.

Heloísa Carvalho: Há alguma coisa que você queira complementar na nossa entrevista? AQ: Para nós não foi uma perda, eu não vejo como uma perda. Eu troquei Campo Grande para o Estado inteiro, mas quem assiste a TVE? Não importa. E outra a gente se focou mais na internet. Nossas visualizações de matérias são muito grandes e a gente consegue atingir o que nós queremos e isso agrada muito a direção da instituição. E cada vez mais a solicitação de matérias da casa tem aumentado mais, porque antes era nós que íamos atrás, hoje são eles que vem. Tem gente de fora que vem falar de eventos para nós.


A gente tem um programa que não lançou ainda que é o ‘Regionalizando’ que é um programa musical, que a gente vai voltar a produzir para a Internet. Nós percebemos que o nosso público era o da internet e que basta para nós. A produção que fazemos hoje já basta para transmitir na internet. A gente tem uma visão de comercial. Nós nos completamos, eu acho que estamos satisfeitos com o que temos. Heloísa Carvalho: A TV Pantanal trabalha com o tripé da TV universitária: ensino, pesquisa e extensão? AQ: Sim. A pesquisa é uma delas, a divulgação cientifica, porque nós temos o mestrado hoje, a pós-graduação, eventos de pesquisa que a gente participa Entrevista com a Rose Pinheiro em 24/10/2018 Heloísa Carvalho: O que é uma televisão Universitária para a UFMS? Rose Pinheiro: Em janeiro de 2017 é criada a SECOM, Secretaria Especial de Comunicação Científica, então foi feita uma reorganização da estrutura administrativa. A SECOM cria na época quatro divisões: jornalismo e mídias sociais, de planejamento visual, da editora e da radiodifusão educativa. Essa divisão de radiodifusão educativa eu fiquei chefe dela de fevereiro de 2017 a fevereiro de 2018. A Radiodifusão educativa abrange: Rádio Educativa UFMS 99,9 e a TV UFMS. Então desde de fevereiro de 2017 eu cuido dessa gestão da área da radiodifusão educativa, ela é uma experimentação e do compromisso com a formação da Universidade com os seus cursos, no nosso caso de comunicação/jornalismo. Então ela é um laboratório, continua sendo de aprendizagem, para isso logo lá por março e abril, nós fizemos um projeto de extensão chamado: “Parceria Radiodifusão Educativa com o curso de jornalismo”. Isso foi criado para estreitar os laços entre os nossos veículos oficiais e o curso de jornalismo. É importante dizer que a gente já pegou essa relação próxima da TVU com o curso de jornalismo e aí como é a gestão? Entendo a TV Universitária como um ambiente de experimentação para a aprendizagem, para você experimentar


diversos formatos. A Universidade já tem um contrato da exibição dos seus produtos com a NET, canal 14 via TVCOM há muitos anos. Então a gente faz transmissão das duas formas: pelo canal da NET e pela plataforma do Youtube. Há uma produção, não só feita pelos colaboradores terceiros da TV Universitárias, mas também temos produção feita pelo laboratório de telejornalismo do curso de jornalismo. O ideal era somar esses esforços semanais. No contrato nós temos duas horas de programação semanal, mas a gente não consegue entregar isso, nós só conseguimos entregar hoje com a presença/participação do curso de jornalismo. Então isso já existe desde o começo. A TV Universitária entrega uma hora de programação e a outra uma hora é do curso de jornalismo. Embora, nós não temos uma presença de alunos agora na minha composição de produção, eu tive no ano passado. Por exemplo, quando eu estava como chefe de divisão, a gente tinha estagiários do curso de jornalismo na TV, mas hoje eu não tenho, mas foi uma coisa muito interessante, porque nós abrimos uma grande seleção para a Universidade como um todo em todas as áreas da SECOM e eu não tive nenhum candidato de jornalismo para a TV Universitária. Então eu não tenho estagiário na TV, porque as pessoas não tiveram interesse em fazer o estágio. A gente entende por TV universitária como um canal importantíssimo para a Universidade, ou seja, ela leva conhecimento, divulga as ações cientificas, abre as portas da Universidade para a sociedade. TV é uma prestadora de contas: o que ela faz, como ela faz, de que forma ela faz. Mas além dessa via de divulgação científica, a gente tem uma via de experimentação de laboratório de um órgão de extensão da formação dos nossos alunos. Heloísa Carvalho: Quais as mudanças que a TV sofreu com a nova gestão? RP: Em uma reorganização estrutural este ano, eu já como secretária de comunicação, nós mudamos o nome da TV. Ela não se chama mais TVU,


agora é TV UFMS, e teve toda uma reformulação da sua identidade visual e do seu logo. Outra mudança foi a associação com a ABTU, que não tinha. Hoje nós somos filiados à ABTU e nós temos uma nova identidade visual do nome até a forma de apresentação. Além dessa participação com o Youtube e com a NET, nós estamos desenvolvendo produtos voltados para as mídias sociais. Para o Youtube, nós temos o objetivo de criar uma web TV, uma plataforma de TV na Web. A gente tem programas menores com a identidade visual e com o logotipo da UFMS voltado para o Facebook, Whatsapp, com isso nós conseguimos passar produções via dispositivos digitais. Tudo isso vem complementar a minha atuação. Heloísa Carvalho: Quando vocês se associaram na ABTU? Vocês precisam seguir alguma norma? RP: Nós nos associamos em julho de 2018. Não. A única coisa que precisamos é manter uma interlocução com ela, a gente pode utilizar os produtos que são disponibilizados pela RITU que é a rede de intercâmbio. Nós também temos o apoio jurídico e operacional. A ABTU faz ao mesmo tempo essa aproximação nossa com as outras TVs Universitárias. Então a importância da ABTU, é, nesse sentido, de ampliar nosso leque de atuação e promover o intercâmbio com as outras TVs. Até em função dos desafios que a gente enfrenta, da parte de legalização, de expansão e de troca de formato e experiências com essas novas linguagens do jornalismo que estão presentes hoje e também participar dos caminhos da TV universitária e da TV como um todo. Heloísa Carvalho: Qual a estrutura dela hoje? RP: A estrutura eu posso falar, porque nós temos uma estrutura praticamente terceirizada, então eu tenho um único servidor da Universidade, que um técnico de audiovisual, que está locado na TV Universitária. Fora isso eu vou ter... aí é interessante, porque essa gestão desse contrato de terceirizado, a gestão, os recursos em termos de equipamento são todos da SECOM, mas com esses


funcionários terceirizados eu dou suporte para o laboratório de jornalismo. Sai do meu recurso, do recurso da secretaria. Então é isso que eu te falo, essa parceria já existe há muitos anos e nós a mantemos até hoje, tanto em termos de produção quanto em termos de suporte do que é produzido no laboratório de jornalismo. Então há um intercâmbio e uma interrelação muito grande em termos de equipamentos, laboratório, de equipe entre a SECOM e o curso de jornalismo. Eu tenho uma estrutura terceirizada para o curso, então eu ofereço para eles 1 editor de VT e 1 cinegrafista, que dão suporte para o laboratório. Já para a TV UFMS, eu tenho 1 editor de VT, 3 cinegrafistas, 3 repórteres e 1 editor executivo que coordena essa equipe. O servidor de audiovisual vai servir como um apoiador para as nossas coberturas e transmissões. Essa equipe em conjunto elas produzem todo o material para a NET e para o Youtube, Facebook e Whatsapp. Grandes Universidades têm fundações de radiodifusão educativa, coisa que nós nãos somos. Nós temos 2 ilhas de edição, tudo digital; 3 câmeras digitais; 2 ilhas de edição; microfone; lapela; um carro para as produções da TV. Heloísa Carvalho: Esses funcionários da TV são pagos pela empresa terceirizada? RP: Sim. Nós fazemos uma licitação para a contratação de uma empresa especializada em fornecimento de mão de obra para essa finalidade. Foi feito um processo com as empresas e aí foram contratados. Esse contrato é para a rádio, TV, aqui para a SECOM e para a gráfica, então foi um contrato bem grande, com vários lotes e com vários profissionais para que esse trabalho fosse realizado. Nós veiculamos na NET os TCCs do curso, a área da televisão. Nós fizemos todo um levantamento do material produzido, contatamos os orientadores e os alunos. Eles nos forneceram a veiculação desse material e desde então, fazemos a complementação da grade com a veiculação dos projetos experimentais dessa área.


Heloísa Carvalho: Vocês pagam o espaço na NET? RP: Nós não pagamos para a NET. A operacionalização do canal universitário é

feita

por

uma

empresa

chamada

TVCOM,

que

faz

também

a

operacionalização do canal comunitário desde sempre. É essa empresa que tem a exclusividade de operacionalizar o canal 14 da NET. Nós pagamos para que essa empresa faça a transmissão do nosso produto para a NET. Nós pagamos R$ 2.600 por mês. Heloísa Carvalho: Vocês também têm parceria com a TV Educativa? RP: Sim, mas isso é uma outra parceria que firmamos em fevereiro deste ano com a Fertel. Ela também permite troca de informação; recursos de equipamentos, mão de obra, de produção tanto para a TV educativa da Fertel, quanto para a Rádio Educativa, por meio dessa parceria, eles exibem alguns dos nossos produtos, como o programa Entrevista. Heloísa Carvalho: A TV UFMS tem três programas: Entrevista, o Telejornal e o Todas as Artes, porém o Todas as Artes só teve duração de 5 minutos, por quê? RP: Sim diminuiu. O que nós estamos fazendo na NET: essa produção que fazemos para Facebook para as redes sociais também está indo para a NET. Então nós fazemos produtos menores, são “minidocs” que são veiculados na TV e aí nós complementamos esta grade. O que é importante entender que essa produção do curso de jornalismo, não é constante em termos de mês, pois ela depende da dinâmica da disciplina, então no começo do mês você não tem nada, porém nós continuamos com as duas horas de programação. Como a gente complementa? A alternativa foi veicular os TCCs realizados nos semestres anteriores. São os documentários, os telejornais... Todos esses produtos são recentes. Nos primeiros meses, eu não tenho veiculação, não tenho produto do jornalismo para complementar, mas no final do semestre eu tenho o material e com isso eu completo a grade.


Heloísa Carvalho: Muitos autores trabalham o tripé da televisão universitária que é ensino, pesquisa e extensão. A TV UFMS cumpre isso? RP: Então essa é a primícia de toda a Universidade, que é a indissociabilidade desse tripé. Então qualquer coisa que vamos desenvolver e em qualquer veículo de comunicação de Universidade a gente tem que abranger toda essa situação da instituição. Então como eu faço isso: no programa Entrevista eu vou ter um pesquisador que tem um projeto de pesquisa, mas eu tenho um professor que faz um trabalho diferenciado, aí eu vou ter um projeto de extensão, que complementa as informações. Por exemplos, nós fazemos o telejornal, que faz as coberturas dos eventos. Os projetos de extensão abrem a Universidade para a sociedade, não só fazendo a extensão efetivamente, ou seja, eu vou atuar fora da Universidade, mas eu trago a sociedade para dentro da instituição. Então eu tenho essas duas possibilidades. Nós cobrimos os eventos, os congressos, workshops, palestras, cursos... Claro que a gente não consegue cobrir todos eventos, mas a gente tenta abranger a maior parte do que consegue. Heloísa Carvalho: A Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU) tem uma classificação de formatos para os programas de televisões

universitárias:

institucional,

cultural,

científico,

social/comunitário, acadêmico, documental, entretenimento e educativa. Em qual desses formatos a TV UFMS se classifica? Pode-se considerar que o telejornal é um programa institucional? RP: Não, ele também é institucional. Mas não se limita a isso. Foi como eu te falei, ele vai cobrir ações que são dos próprios cursos. Por exemplo: você teve o evento que eu promovi ano passado, e ele vai ser coberto pela TV universitária, ele não era da instituição. Ele era de uma professora do curso de jornalismo. O que eu entendo por institucional: nós fizemos durante o ano de 2017 e 2018 visitas aos campuses. Então esta administração, criou um programa chamado “Reitoria Itinerante” e visitou todos os campus com toda a gestão, levávamos


um/ dois dias de reunião no campus e reunindo ali todos os pró-reitores, todos os secretários... todas as pessoas que participavam da gestão, isso é institucional e com isso nós fizemos esse “minidocs”, para as mídias sociais e, eventualmente, era transmitido para o canal da NET. Então é um programa institucional. Eu não entendo que um programa de entrevista que cobre as coisas que acontecem dentro da Universidade como institucional, porque na verdade ele sempre vai ter esse olhar de ensino, pesquisa e extensão. Ela é uma TV Educativa, porque ela leva essa ideia de divulgação de conhecimento que é produzido dentro da Universidade e ao mesmo tempo é um ambiente de experimentação e aprendizagem. Então ela tem os dois formatos: ela leva o conhecimento e ela fortalece o conhecimento. Então a TV UFMS é uma televisão educativa. Heloísa Carvalho: Então pode-se dizer que ao mesmo tempo que a TV UFMS informa ela também educa? RP: Sim, mas ela vai além, quando eu falo que ela fortalece o conhecimento, é no sentido de que ela amplia a formação do estudante de jornalismo. TV é um veículo laboratorial nesse sentido, porque ela abre a formação para o curso. É diferente se eu faço um programa que vou passar na minha sala de aula, agora eu estou abrindo que ele seja transmitido por uma TV, com uma audiência potencialmente maior que uma sala de aula. Eu também tenho uma outra responsabilidade social, que é o que eu estou produzindo. É uma mão dupla: eu estou mostrando o que é produzido de conhecimento dentro da comunidade e ao mesmo tempo eu reforço esse conhecimento produzido dentro da instituição, por quê? Porque eu estou abrindo a repercussão dele na sociedade. Heloísa Carvalho: Só para confirmar: os programas que a TV UFMS apresenta hoje é o Telejornal, Entrevista e Todas as Artes. RP: Isso. Além de os “minidocs” que tem uma dinâmica diferenciada e que complementa a grade.


Heloísa Carvalho: De quanto em quanto tempo é entregue a programação da TV UFMS para a NET? RP: O contrato que nós temos é semanal, quer dizer, que eu tenho a possibilidade de veiculação de duas horas semanais, mas eu consigo entregar semanal. Antes, no contrato com a TVCOM a programação era dividida entre as quatro Universidades e hoje ele é restrito à UFMS e à UCDB. A Nossa programação é rotativa com a UCDB o dia inteiro. Heloísa Carvalho: A TV UFMS vai ser realocado para o Morenão? RP: Temos um planejamento e a gente vai unir a Radiodifusão Educativa, vamos colocar a rádio e a TV no mesmo ambiente. Isso é importante falar, porque quando eu assumi a secretaria havia uma interrelação entre as áreas. Então nesse contrato que eu te falei, respectivamente da TVU, nós estamos fazendo uma integração das pautas e coberturas jornalísticas de toda a Universidade. Não faz sentido eu ir em um mesmo evento com a TV, a rádio, a assessoria e as mídias socias. Então isso vai culminar quando estivermos ocupando o mesmo espaço da Radiodifusão Educativa, que vai ser compartilhado entre a TV e a Rádio UFMS 99,9. A previsão é começo de 2019. Nós vamos construir um estúdio, mudar os cenários dos programas, vamos construir salas para fazer entrevistas menores, ter um estúdio com plateia. Heloísa Carvalho: Qual o público da TV UFMS? Quem assiste? RP: Ela é produzida para a comunidade acadêmica e para a sociedade de Mato Grosso do Sul. Nós temos uma percepção do público que comentam nas plataformas sociais e nas redes sociais. Heloísa Carvalho: Os jornalistas saem da instituição? RP: Eventualmente sim. Como a TV tem esse viés de divulgação cientifica, do conhecimento que é produzido dentro da Universidade, o foco é cobrir o que está dentro da instituição, mas eventualmente tem situações e momentos em que algumas coisas é da Universidade, mas que não está dentro da cidade universitária, então eu vou precisar ir até o ambiente que está sendo realizado.


A maior parte da nossa produção está dentro da cidade universitária e dentro do campus. Heloísa Carvalho: Você acha que a TV UFMS tem capacidade de produzir mais programas? RP: Eu acho que a nossa ideia é de conseguir atender as parcerias que a gente tem e a produção que é estipulada pela TVCOM. O meu desejo é entregar as duas horas semanais que eu tenho de contrato. Quando assumi no ano passado, nós tínhamos dois cinegrafistas e dois repórteres. Hoje nós temos 3 repórteres e 3 cinegrafistas, já aumentamos uma dupla de produção, com esse objetivo de fortalecer a produção da TV para todas as frentes que a gente tem. Nós temos parcerias com o canal Futura e estamos em andamento com a TV Cultura com a nossa produção. Para levar a nossa produção à exibição nacional. Isso é muito bacana, mas para isso eu preciso ter uma produção maior e ser mais constante nas nossas coisas. O canal Futura exibe alguns “programetes” que se chama “Pelo Campus”. Todas as Universidades que tem parceria com o canal têm suas produções transmitidas na grade de programação do canal Futura. Já com a TV Cultura a proposta é desenvolver um produto em parceria com o curso de jornalismo chamado “Campus em Ação”.


104

ANEXOS



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.