UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
PALCOS MORENOS: SITE SOBRE A CENA TEATRAL DE CAMPO GRANDE (MS)
BÁRBARA CAVALCANTI DA SILVA GABRIEL DE BRITTO IBRAHIM
Campo Grande 2015/2
PALCOS MORENOS: SITE SOBRE A CENA TEATRAL DE CAMPO GRANDE (MS)
BÁRBARA CAVALCANTI DA SILVA GABRIEL DE BRITTO IBRAHIM
Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Orientador(a): Profª. Dr.ª Katarini Giroldo Miguel
UFMS Campo Grande 2015/2
SUMÁRIO
Resumo....................................................................................... 05
1 - Alterações no plano de trabalho......................................... 06
2 - Atividades desenvolvidas................................................... 07 2.1 – Período preparatório............................................... 07 2.2 – Execução.................................................................. 08 2.2.1 – Planejando o empreendimento........................... 09 2.2.2 – Palco Principal...................................................... 11 2.2.3 – Palcos Literários................................................... 13 2.2.4 – Palco Fotográficos............................................... 14 2.2.5 – Palco Radiofônicos.............................................. 16 2.2.6 – Palco Televisionados........................................... 17 2.2.7 – Bastidores............................................................. 18 2.3 – Revisão bibliográfica.............................................. 19
3 - Suportes teóricos adotados................................................ 21
4 - Objetivos alcançados.......................................................... 29
5 - Dificuldades encontradas.................................................... 30
6 - Despesas (orçamento)......................................................... 32 7 – Conclusões.......................................................................... 33 8 – Apêndices............................................................................ 35 Apêndice 01 – Modelo de negócios Canvas.................. 35
Apêndice 02 – Plano de negócios e marketing.............. 36 Apêndice 03 – Pesquisa de público................................ 41 Apêndice 04 – Home page de Palcos Morenos.............. 47 Apêndice 05 – Clipping e análise de matérias que abordam o tema teatro nos principais veículos de comunicação de Campo Grande (MS) .........................................................................................48
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RESUMO: A proposta de Palcos Morenos é a criação de um site com o intuito de colaborar com a divulgação da cena teatral em Campo Grande (MS) e produzir conteúdos experimentais. As matérias veiculadas buscam utilizar recursos pouco explorados nos meios de comunicação tradicionais locais, como as reportagens mais aprofundadas sobre o tema e a utilização de linguagens multimídias possibilitadas pela web. Além disso, procura-se explorar o produto enquanto possível empreendimento jornalístico, focado em um público específico e adaptado à realidade digital, não dependente exclusivamente da publicidade e de notícias factuais.
PALAVRAS-CHAVE: Comunicação – jornalismo e editoração – jornalismo cultural – teatro – Campo Grande – empreendedorismo
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1- ALTERAÇÕES DO PLANO DE TRABALHO Inicialmente o subtítulo do trabalho foi alterado de “site sobre a cena teatral de Campo Grande (MS)” para “veículo de comunicação especializado na cena teatral campo-grandense”, entretanto optou-se pelo retorno do termo “site” para que não haja um desentendimento e uma interpretação equivocada dos termos. Já que “veículo de comunicação” pressupõe qualquer meio onde são divulgadas notícias. Esses meios podem ser jornais, revistas, televisão, rádio e até a internet. Logo o termo “site” permite ume interpretação mais direta, objetiva e específica do que é o Palcos Morenos. O plano inicial se manteve o mesmo: explorar novas narrativas para web em um empreendimento jornalístico de cunho social, que busca contribuir para o fomento da divulgação de teatro e cultura por meio de gêneros textuais que permitam uma abordagem mais aprofundada do tema. O cronograma foi seguido sem alterações consideráveis no que se referem aos prazos de pesquisa e coleta de entrevistas e elaboração de matérias.
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2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 Período Preparatório: A concepção deste projeto de veículo de comunicação com uma vertente de negócio social foi incitada de modo especial por certas disciplinas do curso de Comunicação
Social
–
habilitação
em
Jornalismo
como
Redação,
Edição,
Fotojornalismo e principalmente Administração da Empresa Jornalística. Durante a atuação acadêmica nessas áreas, puderam ser desenvolvidas atividades que aos poucos convergiram para a idealização de Palcos Morenos. No âmbito da disciplina de Administração da Empresa Jornalística foi elaborado um plano de negócios que evidenciou a viabilidade de um site sobre teatro como empreendimento, de cunho social pois, mais que um negócio tradicional que busca o lucro, é uma atividade que busca dar visibilidade e favorecer grupos teatrais em Campo Grande. Além disso, a academia permite uma liberdade maior de experimentação do que o mercado de trabalho. Temas pouco explorados no dia a dia das redações devido ao modelo superficial de comunicação consolidado, podem ser trabalhados mais a fundo na universidade. Um tema em comum que se destacou foi o da cultura, tendo como o segmento do teatro como foco. A oportunidade de se trabalhar com este assunto em reportagens requeridas, não apenas pelas disciplinas mencionadas inicialmente, mas também em outras fundamentais que compõem a grade curricular, chamaram a atenção para a elaboração de um projeto ligado ao teatro. No período preparatório foram levantados também leituras das áreas citadas para embasamento teórico que justificasse o modelo de negócios proposto. Tal etapa foi essencial para uma reflexão profunda sobre o jornalismo atual e quais são os caminhos viáveis para se investir, em um período de mudança onde as novas mídias estão se consolidando cada vez mais. Para a produção das matérias veiculadas no site foram agendadas uma série de entrevistas e planejamento de cobertura fotográficas das peças.
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2.2 Execução: Para facilitar a execução do trabalho foi criada uma conta no Gmail (palcosmorenos@gmail.com) para uso de correspondência com as fontes e criação de formulários online pelo Google Forms, uso do canaldo Youtube para o upload de videos e outras funcionalidades da Google que o Gmail oferece. Além disso, com uma conta específica do site, foi possível criar um perfil exclusivo nas plataformas Issuu e Soundcloud, onde ficam expostos a fotoreportagem e os audios. Foi feito um planejamento de definição das seções do site que funcionam como editorias onde são alocadas as matérias. Com o intuito de explorar ao máximo a potencialidade da internet foram criadas editorias pensando no uso de recursos multimídia como áudio, foto, vídeo que podem aparecer exclusivamente em uma seção ou ser mesclado em uma matéria especial. Tudo pode ser localizado facilmente depois por uma ferramenta de busca ou por meio de navegação pelas seções do site. O nome “Palcos Morenos” faz alusão à Campo Grande, conhecida historicamente e turisticamente como “Cidade Morena”, devido à cor avermelhada de sua terra. Como é requisitado que o projeto experimental desenvolvido tenha forte cunho regional, o nome reforça essa ligação destacando a cena teatral da capital sul mato-grossense. O site foi criado na plataforma Wix que permite de forma mais barata, acessível e facilitada, utilizar recursos de personalização de layout e conteúdo viáveis para a proposta. A plataforma permite a criação de um site sem que precise entender muito de programação para web. O wix foi uma ferramenta que se encaixou na proposta já que o foco não é a construção do site em si, mas sim a forma como os conteúdos são apresentados e como se viabilizam em um novo modelo de negócio para um jornalismo idependente e que consolide mais sua função social. No caso de Palcos Morenos a função social está em proporcionar visibilidade aos grupos de teatro locais e a promover acesso à cultura. Após a criação da conta e planejamento do layout foi comprado um domínio para que o site possa ser acessado mais facilmente e que permita um upload para acervo de mídia maior. Com a compra e ativação do domínio, o site pode ser acessado pelo link: www.palcosmorenos.com.
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2.2.1 Planejando o empreendimento
Uma das propostas de Palcos Morenos é tornar o projeto viável como empreendimento
jornalístico.
Para
auxiliar,
uma
das
ferramentas
utilizadas,
principalmente por muitas start ups, é o modelo de plano de negócios Canvas (ver Apêndice 01). O modelo consiste em um mapa visual dos principais elementos que fundamentam a organização de um negócio. Ele considera 9 campos, sendo: segmento de clientes; relacionamento com clientes; canais; receitas; propostas de valores; atividades chaves; recursos chaves; parceiros chaves e custos. O desenvolvimento do Canvas é de extrema importância para se trabalhar posteriormente planejamentos mais detalhados e convencionais, como o plano de negócios tradicional e o plano de marketing (ver Apêndice 02). A escolha do Canvas é especialmente por sua facilidade e dinamismo na visualização da empresa como um todo. Assim, as problemáticas e dificuldades são visivelmente expostas, o que ajuda o empreendedor a identificar e consequentemente achar soluções. O Canvas normalmente é utilizado impresso em uma folha A3, onde os campos são preenchidos com post-its, para maior mobilidade e alterações. Desde a idealização de Palcos Morenos, o Canvas foi alterado pelo menos três vezes, e a tendência é continuar com as modificações até além da formação do plano de negócios completo. A ideia é que a ferramenta, por ser flexível, continue a ser utilizada no dia a dia de uma empresa. O primeiro campo é o segmento de clientes onde é exposto o público alvo que o projeto deseja atingir. No relacionamento com o consumidor ou com clientes é a parte das propostas que a empresa tem de interagir com seu público e os canais, são os meios utilizados para distribuir o produto aos utilizadores. A preposição ou proposta de valor é a descrição do que a empresa pretende oferecer, qual o diferencial que entrega ao cliente. E as atividades chaves são os meios como o valor será executado/desenvolvido. No campo recursos-chaves são descritos os aparatos utilizados para a execução das atividades. O campo de custos e receita é onde ficam os gastos que a empresa terá e de onde ela irá retirar seu lucro. Os parceiros-chaves
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são possíveis uniões com instituições que têm a mesma proposta que a empresa e, por isso, podem vir a complementar o desenvolvimento das propostas de valores. No público alvo estão artistas, diretores, professores, alunos e profissionais da área teatral. Para entender melhor esse público realizamos uma pesquisa, via Google Forms, divulgada pela internet, que ajudou a formatar o site de acordo com anseios reais. O questionário completo encontra-se no Apêndice 03. A pesquisa contou com 100 participantes e revelou que a maioria desses potenciais leitores são do sexo feminino e estão na faixa etária dos 18 aos 59 anos. Mais de 80% do potencial público de Palcos Morenos, conforme a pesquisa, possui ensino superior ou pós-graduação revelando a necessidade de textos mais elaborados e rebuscados. Contudo, apenas 35% deste público tem o costume de acessar pelo menos uma vez na semana algum conteúdo online sobre teatro. Uma observação interessante é que 60% dos participantes da pesquisa costumam ir ao teatro pelo menos uma vez ao mês e 95% se mostrou interessado em acessar um site com informações de peças locais. A pesquisa também revelou que 75% consideram insuficiente a cobertura teatral nos veículos de comunicação campo-grandenses. Dos tipos de conteúdos mais votados que despertam maior interesse neste público estão: uma agenda cultural local, matérias que contenham conteúdo multimídia (áudio, fotos e videos), artigos de opinião, críticas ou resenhas de peças teatrais, cadernos fotográficos e reportagens sobre grupos teatrais. Quanto a porcentagem relativa ao pagamento por uma parcela exclusiva desse conteúdo, 44% pagariam algum valor entre menos de 5 e até mais de 10 reais. A quantidade de pessoas que não pagaria por conteúdo exclusivo foi maioira em um total de 56%. Isso revela que a receita para manter o empreendimento não poderia contar exclusivamente apenas com assinantes. Logo, foi sugerido no Canvas outras fontes de rendimento como o oferecimento de assessoria de imprensa para os grupos teatrais, produção de portifólio documental e jornalístico de atores e trupes para inscrição em editais e até mesmo espaço publicitário no site para os parceiros. Tudo a um custo acessível para complementar a receita das assinaturas e manter o negócio social. Com os resultados da pesquisa de público foi possível identificar os assuntos de maior interesse do público e de acordo com isso foi definido uma série de seções do
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site. Foram elaboradas páginas editoriais para alocação dos conteúdos que mais tiveram votos na pesquisa. Das seções criadas estão: Palco Principal, Palcos Literários, Palcos Fotográficos, Palcos Televisionados e Palcos Radiofônicos e Bastidores. Sendo que o Palco Principal abrange as subseções Em Cartaz, Agenda Cultural, Opinião, Diário de Trupe e Personagem do Mês. Na sequência estão as explicações sobre cada seção.
2.2.2 Palco Principal O “Palco Principal” consiste na home page (ver print screen no Apêndice 04) com os destaques do site, ferramenta de busca, acesso às últimas notícias publicadas, espaço para banners publicitários e informações de dias e sessões de espetáculos que serão apresentados em Campo Grande. Esta editoria do site possui subseções que podem ser acessadas ao passar o mouse no botão Palco Principal pela barra de menus. As subeditoras são: “Em Cartaz”, “Agenda Cultural”, “Diário de Trupe”, “Opinião” e “Personagem do Mês”. “Em Cartaz” consiste no acervo de notícias gerais do site. Esta subseção é onde o leitor pode navegar pelas notícias em ordem cronológica descendente de postagem. Além de contar com a ferramenta de busca na home page, as matérias de todas as outras editorias podem ser encontradas facilmente pela página “Em Cartaz”. Ela pode ser acessada em: http://goo.gl/xraxo3. A “Agenda Cultural” contém a programação de espetáculos diária que acontece em Campo Grande. Ela foi feita para ser dinâmica e alterada a todo momento conforme as peças teatrais vão acontecendo na cidade. Para se ter um controle e não deixar de lado qualquer espetáculo que vai ser apresentado em Campo Grande foi feito um clipping minucioso das agendas dos grupos locais e nacionais. Assim esta sessão se torna como, o próprio nome diz, uma agenda diária de apresentações onde o leitor pode facilmente se planejar para assistir peças de seu interesse. Ela pode ser acessada ao se clicar no botão “próximas atrações” no ínicio da home page logo abaixo da barra de menus ou pelo link: http://goo.gl/1PXGRc.
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A subseção de “Opinião” foi elaborada com o intuito de se publicar textos do gênero opinativo sobre teatro. Nela foram publicados dois artigos assinados. Um por Bárbara Cavalcanti, integrante de Palcos Morenos, e outro por Eduardo Relly, ator e professor. Eduardo Relly escreveu um artigo sobre arte-educação para ser publicado nesta editoria de Palco Morenos. O segundo artigo “A crise dos Palcos Morenos” foi elaborado por Bárbara Cavalcanti no primeiro semestre do curso. O objetivo era questionar a falta de interesse pela área teatral na Capital. Ambos os artigos de opinião podem ser acessados ao passar o cursor do mouse sobre “Palco Principal” e clicar na subseção “Opinião” ou por meio do link: http://goo.gl/74MQLN. A proposta é que esse espaço seja colaborativo e receba contribuições de indivíduos e grupos interessados em opinar e discutir questões relacionadas ao teatro. Tudo por meio da sessão “Bastidores” onde há um formulário de sugestão de pauta. A subseção “Diário de Trupe” é outro espaço colaborativo onde as trupes e grupos teatrais podem relatar suas experiências com suas turnês ou temporadas de apresentações. A intenção é que a própria trupe ou grupo escreva sobre o processo de produção e montagem da peça. Contudo algumas dificuldades foram encontradas com relação ao deadline já que muitas peças tinham semanas e até meses de temporada, logo, aguardar por um depoimento de cada apresentação não acarretaria em tempo hábil para a formatação do projeto. Foi decidido que um repórter de Palcos Morenos acompanharia o grupo em apresentações de curta temporada para aperfeiçoar esse trabalho e gerar uma primeira experiência para o site. Entretanto a proposta é que depois dessa experiência inicial os grupos contribuam com suas próprias fotos e textos para criar um trabalho mais autoral de cada trupe. Com base nos depoimentos dos atores e diretores e na observação direta do repórter, foi construído o diário da peça “A Princesa Engasgada” do Teatral Grupo de Risco, apresentada em uma curta temporada em diferentes pontos de Campo Grande. Foi aproveitado o gancho de se apresentar em três lugares distintos da cidade para que o grupo relatasse quais foram a diferenças nas reações do público e que adaptações tiveram de ser feitas em cada espaço, visto que dois lugares eram espaços abertos (Feira Central e Praça da Bolívia) e outro era um local fechado (Centro Comunitário do
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Bairro Dom Antônio Barbosa). Levando em consideração esses lugares o Diário de Trupe do Teatral Grupo de Risco foi subdivido em intertítulos: O Bairro, A Praça e A Feira. O Diário pode ser conferido em: http://goo.gl/Awz4qZ. “Personagem do Mês” é a editoria que mensalmente conta com uma entrevista estilo pingue-pongue com alguma personalidade do teatro local. Os critérios para escolha desta “personalidade” está na relação de seu trabalho com o teatro, logo podem ser entrevistados atores, diretores, escritores, jornalistas, acadêmicos, artistas ou até professores, desde que tenham experiência na área. Para a entrevista mensal de estreia da subseção foram escolhidas duas acadêmicas de jornalismo que elaboraram como projeto experimental um livroreportagem com histórias de três principais grupos de teatro de rua da capital: Imaginário Maracangalha, Circo do Mato e Flor e Espinho. Foi elaborado um texto introdutório sobre as autoras Lorrayne Kasi e Luana Ayala e em seguida foi colocada a entrevista na integra, conforme decupagem da gravação. As autoras também foram fotografadas para ilustrar a matéria com fotos de perfil para que o leitor conhecesse as personagens. A entrevista completa pode ser conferida em: http://goo.gl/7ITHcy.
2.2.3 Palcos Literários Para a sessão “Palcos Literários”, foram utilizados materiais já produzidos em outras disciplinas, em Redação IV e V para o jornal laboratório do curso, o “Projétil”. A primeira produção, “Palcos Femininos – maior liberdade de expressão no palco”, foi um pauta elaborada na temática do empoderamento feminino e os direitos humanos, envolvidos na presença feminina no teatro. A elaboração deste texto passou pela edição não apenas da equipe e da orientação, como de outros envolvidos no processo de elaboração do jornal laboratório. “Palcos Femininos – maior liberdade de expressão no palco” pode ser acessada no menu “Palcos Literários” ou em: http://goo.gl/Bp3QQn. A segunda produção “Qual é o melhor palco?” se trata de uma crônica e também foi elaborada para publicação no Projétil. Este texto se identificou com duas propostas de Palcos Morenos – a primeira, de ser da mesma temática do segmento do site e, por tanto, de interesse do público alvo. E também a crônica, como gênero
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opinativo, dá margem a maior liberdade de escrita e criação e de participação de profissionais que se sentem mais confortáveis em escrever este tipo de texto mais literário. Assim, a crônica também se tornou uma porta para um estilo que poderá ser futuramente elaborado pela colaboração de outros profissionais envolvidos com a cena teatral. “Qual é o melhor palco?” está disponível em: http://goo.gl/IHLuLV.
2.2.4 Palcos Fotográficos Na área de fotojornalismo, para editoria “Palcos Fotográficos”, produziu-se duas fotorreportagens “Joelma em Campo Grande” e “Branca de Neve às avessas”. Ambas disponíveis respectivamente em: https://goo.gl/pBq0MY e https://goo.gl/1R0pnj. Diagramadas no software Adobe InDesign, as fotorreportagens foram pensadas como uma narrativa fotográfica tradicional com fotos, textos e legendas. O suporte para veiculação foi a hospedagem no servidor Issuu na conta de Palcos Morenos, para a criação de um exibidor de pdf. As postagens que levam até as fotorreportagens no site de Palcos Morenos contém um texto introdutório com um link ao final para que cada uma seja acessada diretamente no Issuu. A fotorreportagem “Joelma em Campo Grande” trata-se de uma grande narrativa disposta em 16 páginas que relata a passagem da peça ganhadora de prêmios
nacionais de
teatro
pela
capital
sul-matogrossense.
O
gancho
da
fotorreportagem está na forma pela qual a peça promove intervenções na cidade e tem apresentações especiais para escolas públicas, o que fomenta um amplo debate sobre temas retratados como a questão da igualdade de gênero, discriminação, preconceito e transfobia. Todas essas temáticas são trabalhadas como pano de fundo na história de Joelma uma das primeiras transexuais da Bahia e do Brasil. Além de contar detalhes do processo de produção da peça,
a
fotorreportagem busca dar voz ao público presente no espetáculo, principalmente os estudantes das escolas públicas já que a peça tem um caráter educativo. Durante a passagem do espetáculo por Campo Grande, ocorreram várias atividades paralelas como intervenções artísticas promovidas por Fábio Vidal, ator que interpreta Joelma, e
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oficinas de técnicas de teatro e audiovisual realizadas por Edson Bastos, diretor da peça. Na narrativa publicada em Palcos Morenos busca-se relatar todo o processo de construção e passagem de Joelma pela cidade e como isso impacta quem participa das diversas atividades promovidas. Como a peça é proveniente de um curtametragem, ela explora elementos cinematográficos que dialogam com a obra audiovisual. Foram feitas imagens que deixassem isso evidente e atrativo para o leitor, tanto o que foi assistir a peça quanto para o que não teve a oportunidade de ir, mas se interessou pelo tema. Foram realizadas entrevistas com os estudantes presentes e foi feito um “fala povo” com fotos e depoimentos. Além disso, foram entrevistados o ator principal e o diretor, bem como outras pessoas que foram prestigiar a peça ou participaram do processo de produção como professores, acadêmicos de teatro e participantes das oficinas. Na fotorreportagem intitulada “Branca de Neve às avessas”, a proposta foi realizar uma narrativa semelhante a produzida em “Joelma em Campo Grande”, entretanto, de maneira mais enxuta. Foram trabalhadas sete páginas com as fotos dispostas em páginas inteiras para proporcionar maior apelo visual e despertar interesse do leitor. Apesar das imagens serem o foco da matéria, foi trabalhado um texto do gênero reportagem sobre a peça. Como foi a última apresentação do espetáculo que há cinco anos era encenado pelo grupo Cênika, as entrevistas revelam como foi trabalhar com a peça por todo esse tempo e quais as contribuições dos atores e do público para a construção e alterações da mesma. Para a produção de “Branca de Neve às avessas” foram feitas entrevistas antes da última apresentação no momento que os atores se preparavam para entrar no palco. Após a encenação da peça foram colhidos depoimentos de alguns pais e crianças que assistiram ao espetáculo. Além de ser um marco e uma das principais peças do grupo Cênika, foi optado pela cobertura da mesma, pois no site já havia uma fotorreportagem com uma temática mais educativa voltada para jovens e adultos. A proposta foi variar o tema e
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cobrir uma peça diferente da trabalhada em “Joelma”, já que “Branca de Neve às avessas” é uma sátira voltada para o público infantil e juvenil.
2.2.5 Palcos Radiofônicos Para a sessão “Palcos Radiofônicos” foram realizadas duas pautas. A estrutura desta parte do site ficou com áudios curtos e fotos com legendas descritivas sobre o áudio exibido. Para que o áudio pudesse ser usado, foi utilizada a plataforma “Soundcloud”, que possibilita a disponibilidade de um streaming da faixa em Palcos Morenos. A primeira pauta é sobre um espetáculo que aconteceu na Capital, no Auditório do Museu Marco intitulado “A Vassoura da Bruxa”. A apresentação era a última de uma temporada de teatro do Grupo Unicórnio, que aconteceu durante todos os fins de semana do mês de janeiro. A peça infantil deu brecha para que fosse discutida, com os artistas e com o público, a temática da importância do teatro na infância e no desenvolvimento da imaginação infantil. Foram entrevistados uma mãe de uma criança da plateia, além do diretor da peça e um ator. Os áudios expõem as opiniões de cada entrevistado, além de um breve trecho do próprio espetáculo. A matéria intitulada “Espetáculo ‘A Vassoura da Bruxa’ encerra temporada de Teatro nas Férias” pode ser acessada em: http://goo.gl/kD5y9W. A segunda pauta é sobre outra peça, exibida no Teatro Aracy Balabanian, intitulado “Subcutâneo”, da Companhia de Teatro a Dois e pode ser acessada em: http://goo.gl/kD5y9W. Com as mesmas técnicas, foi abordada uma temática mais adulta, em relação à anterior do teatro infantil. O tema das entrevistas elaboradas no dia da apresentação foi o preconceito com minorias, que também
é a temática
proposta no palco. Assim, a sessão se tornou um tipo de cobertura dos espetáculos, mas em versão de áudio e um com uma amostra do que o público poderá esperar ao ir ao teatro.
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2.2.6 Palcos Televisionados
Como a intenção do site é explorar todas as potenciais narrativas possibilitadas pela web, vários formatos de mídias foram utilizados nas matérias e cada formato foi essencial para definição de uma editoria. Temos as fotorreportagens nos “Palcos
Fotográficos”,
os
áudios
nos
“Palcos
Radiofônicos”
e
nos
“Palcos
Televisionados” a mídia trabalhada é o vídeo. Mesmo que o audiovisual esteja presente nesta sessão ela não é exclusivamente feita em vídeo. A reportagem produzida é estruturada em um texto base com informações essenciais que complementam o vídeo. Em determinado ponto da matéria o leitor precisa assistir a parte audiovisual, que contém imagens de apoio e uma entrevista, para conseguir entender o contexto completo da reportagem. A ideia é justamente colocar sempre um entrevistado em vídeo, como uma espécie de depoimento gravado em um estilo de minidocumentário com algumas imagens de apoio. O assunto abordado na matéria para esta seção foi o trabalho da Casa de Ensaio, projeto social que completa 20 anos em 2016. A Casa de Ensaio tem um trabalho voltado para a arte-educação de crianças e adolescentes. Uma das propostas da Casa é o ensino de teatro com o curso “Brincaturas e Teatrices”, carro-chefe da organização. Como as aulas ainda não haviam começado na época de produção dos vídeos, foi feita uma matéria relatando como era o trabalho da Casa e que impacto este trabalho de cunho social impacta na educação e formação das crianças que passam pela Casa de Ensaio. Para falar sobre o assunto foi agendada uma entrevista com Carol Dória, professora de Teatro da Casa. Cíntia Gonçalves, ex-aluna da Casa, relatou sobre como as aulas e oficinas da Casa de Ensaio influenciaram em sua formação. Cínthia gravou depoimento sobre sua passagem pela Casa e os frutos que isso lhe rendeu. As entrevistas foram gravadas na sede da Casa de Ensaio e editadas com o software Adobe Premiere e posteriormente publicadas no canal de Palcos Morenos no Youtube para serem incorporadas na matéria do site.
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O Palco Televisionado “Casa de Ensaio completa 20 anos com proposta de ensinar teatro brincando” pode ser acessado em: http://goo.gl/bTA5jK.
2.2.7 Bastidores
Os Bastidores consistem na última sessão onde o leitor pode se informar sobre a criação e objetivos de Palcos Morenos. Há uma breve descrição sobre o projeto e também o contato dos idealizadores. Nesta seção há também um espaço com formulário para os leitores que desejam enviar sugestões de pauta ou desejam relatar alguma crítica. O espaço também é destinado para os grupos que desejam colaborar com “Diário de Trupe” ou com artigos na editoria de “Opinião”.
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2.3 Revisão Bibliográfica: As áreas do jornalismo especializado e cultural, fotojornalismo, ciberjornalismo e de modelos de negócios para o jornalismo foram as mais utilizadas como apoio teórico para a realização do projeto. As referências abaixo contribuíram para a estruturação do site como um empreendimento jornalístico social especializado na cobertura de teatro. ABIAHY, Ana Carolina de Araújo. O jornalismo especializado na sociedade da informação. Universidade Federal da Paraíba, 2000. COSTA, Caio Túlio. Um modelo de negócio para o jornalismo digital. In Revista de Jornalismo ESPM nº 9, 2014. DA LUZ JUNIOR, N. L.; SANTOS, M. S. Whiplash.net: a prática da colaboração e do jornalismo especializado em cultura na web. In: CONFERÊNCIA BRASILEIRA DE MÍDIA CIDADÃ: conferência sul-americana de mídia cidadã, 6., Paraná, 2010. Anais..., Paraná: Faculdade de Pato Branco, 2010. p. 512. Disponível em: <http://goo.gl/ZG1eKs>. Acesso em: 29 nov. 2015. FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. (Coleção Comunicação) 2. Ed. – São Paulo: Contexto, 2004. HENN, R.; SALLET, B. Novas narrativas fotográficas no ciberjornalismo: O acontecimento no campo do sensível. Revista ECO-Pós, [S.l.], v. 15, n. 1, p. 92-112, Fev. 2014. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/eco_pos/article/view/1194>. Acesso em: 02 dez. 2015. LONGHI, R. R. Formatos de linguagem webjornalística: a fotorreportagem revisitada In: SOSTER, Demétrio de Azeredo; LIMA JUNIOR, Walter Teixeira. Jornalismo digital: audiovisual, convergência e colaboração. EDUNISC, 2011. ______________. O audiovisual como gênero expressivo e sua reconfiguração no jornalismo online. Revista Estudos da comunicação, nº 16, p. 69-88, junho de 2014. MELO, José Marques de. A opinião no jornalismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1994. MIRANDA, N. M. ; Jornalistas em cena, artistas em pauta: a cobertura jornalística dos espetáculos teatrais baianos realizadas pelos jornais A Tarde e Correio da Bahia na década de 90. 2001. 267 f. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) – Escola de Teatro, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2001. PINHO, J. B. Jornalismo na internet: planjamento e produção da informação onlline. São Paulo: Summus (Coleção novas buscas em Comunicação; v. 71), 2003.
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SEBRAE O que são negócios de impacto social. Disponível <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/sebraeaz/O-que-s%C3%A3oneg%C3%B3cios-sociais> Acesso em 07 mar. 2016.
em:
SILVA, Amanda T. P. O perfil jornalístico: possibilidades e enfrentamentos no jornalismo impresso brasileiro. Temática (João Pessoa. Online) , v. 10, p. 1-11, 2009 SOUSA, Jorge Pedro. Introdução à história às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis: Letras Contemporâneas Florianópolis, 2004. SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística. 5ª ed. São Paulo: Summus Editorial, 1986. STYCER, Maurício. Seis Problemas. In: Rumos do Jornalismo Brasileiro. Felipe Lindoso. São Paulo : Summus : Itaú Cultural, 2007.
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3- SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS O projeto experimental foi idealizado a partir de duas áreas principais. A primeira está na produção jornalística e editorial sobre o cenário cultural das artes cênicas em Campo Grande. A segunda está no empreendedorismo de vertente social e busca evidenciar a viabilidade técnica e financeira de um site jornalístico que não seguisse um modelo de matérias veiculadas dos meios de comunicação convencionais locais. Já que a “necessidade de mudança no modelo de negócio é visível. Não há mais como ignorar a realidade digital e, cada vez mais, as empresas tradicionais entendem que devem encarar o momento de disrupção” (COSTA, 2014, p.82). Esta afirmação vai de encontro com a ideia de Coelho (2007, p.24), que reforça que “o jornalismo cultural deve ser um espaço de inovação”. Na capital sul-mato-grossense não existe um veículo de comunicação especializado em um público-alvo tão específico, como no caso dos leitores interessados por teatro. A periodicidade do conteúdo teatral nos jornais, principalmente nos sites, depende dos releases nas caixas de entrada dos emails das redações. Essa afirmação foi constatada com uma análise exploratória dos jornais O Estado de Mato Grosso do Sul e Correio do Estado e dos sites Campo Grande News e Midiamax durante os meses de setembro a outubro de 2015. Sem efeitos estatísticos, mas para conhecer o cenário da cobertura teatral na capital realizamos uma clippagem que segue no apêndice 05, que nos permitiu constatar que apenas as editorias como a “Agenda” do caderno de Artes & Lazer do Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul e o dia para crônica no Caderno B do Correio do Estado, se assemelham a proposta de Palcos Morenos. Já as seções “MidiaMais” do site Midiamax e “Lado B” do Campo Grande News, que abordam assuntos de cunho mais cultural, apenas reproduzem o que é feito no impresso. Como foi observado no clipping: a maioria das matérias ignoram as potencialidades da web, como a exploração de recursos multimídia de fotos, vídeos e gráficos, o que deixaria a narrativa mais enriquecida.
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Palcos Morenos também se diferencia de um meio de comunicação tradicional, pois além do lucro, o que se busca é proporcionar maior visibilidade social a um determinado grupo, no caso os grupos teatrais. Como o objetivo da proposta não é exclusivamente o lucro, ela acaba se configurando como um negócio social, que segundo publicado no site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), consiste em um modelo recente que considera a viabilidade econômica de uma intervenção social e estruturase em planos de negócios já consolidados como o modelo Canvas, por exemplo. Ainda segundo a descrição de negócios sociais presente no site do Sebrae, há várias vertentes de pensamento que modelam este tipo de empreendimento. A que mais se adéqua a proposta de Palcos Morenos é a linha de pensamento de Muhammad Yunus, um dos percussores do negócio social. Na linha de pensamento de Yunus o lucro deste modelo de empresa pode servir apenas para recuperar o capital investido sem direito à dividendos para os colaboradores, ou seja, o lucro deve ser reinvestido na empresa e destinado à ampliação dos benefícios sociais que ela propõe. A construção do site tomou como base os conceitos fundamentais de jornalismo
especializado
e
ciberjornalismo
para
apresentação
de
conteúdo
personalizado. Optar por trabalhar com um público tão específico, que no caso de Palcos Morenos são os interessados em teatro, se tornou tendência nos novos modelos de negócio para jornalismo. A partir da perspectiva de Abiahy (2000, p.11), “ao invés de procurar atingir a maioria das pessoas através de uma única mensagem, a nova ótica dos meios de comunicação é trabalhar uma mensagem direcionada a uma audiência específica”. Os sites especializados em determinados assuntos são definidos por Ferrari (2004, p. 36) como portais verticais. Estes portais:
representam o perfeito casamento entre comunidade e conteúdo, uma vez que permitem personalização e interatividade com o usuário. Apresentam audiência segmentada, com tráfego constante e dirigido. Conseguem a fidelidade do usuário por meio de serviços personalizados.
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Há outra definição apontada por Ferrari (2004) referente a outro tipo de portal: os portais horizontais. Este tipo de mídia reúne generalidades noticiosas sem se especializar em um conteúdo específico. Isso acaba por reproduzir o modelo impresso tradicional consolidado que segundo Costa (2014, p.66), quando se refere aos resultados de uma pesquisa realizada pelo Tow Center.
(...) a internet acabou com a integração horizontal dos veículos de comunicação tradicionais. Os meios impressos, por exemplo, conseguiam reunir em um mesmo exemplar as notícias do dia, informação, textos relevantes, opinião, o horóscopo, as colunas sociais, as receitas de comida e os esportes e todos liam ‘o que mais houvesse nesse pacote [impresso] por pura inércia.
Os benefícios de se investir em uma área tão segmentada, não só como o teatro, mas como qualquer outra, são as evidências de que nas circunstâncias da mídia digital atual, os sites especializados “conseguem melhores resultados na cobertura de seus temas do que os sites generalistas – o que é óbvio.” Em contrapartida os sites generalistas, oriundos da imprensa tradicional “costumam reproduzir, na web, a mesma estrutura editorial da publicação impressa”. (COSTA, 2014, p.88) Exemplos de veículos de comunicação com um nicho segmentado como propõe “Palcos Morenos” serviram como referência para aprimoramento de conteúdo e estratégias para fidelização de público. A análise de Da Luz Junior e Santos (2010) sobre o site Wishplast.net, especializado na cobertura de conteúdos relacionados ao heavy metal, esclarece que a segmentação de conteúdo expõe “a possibilidade de encontrar uma quantidade maior de desdobramentos e de aprofundamentos a respeito de um determinado acontecimento” (DA LUZ JUNIOR e SANTOS, 2010, p. 525). Para a estruturação das páginas editoriais de Palcos Morenos, tal como sugere Pinho (2003, p.146), deve-se primeiramente organizar uma homepage que funcionará “como um ponto de entrada para o usuário acessar o conjunto total de páginas que estão disponíveis”. Também segundo Pinho (2003), a página principal deve conter elementos que de imediato chamem a atenção de quem abre o site. Se não há uma organização hierárquica que evidencie o conteúdo principal além de tudo mais que o site tem a oferecer, corre-se o risco de o leitor abandoná-lo.
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Em “Palcos Morenos” assim que o site é aberto o leitor se depara já no topo com a barra de menus para que assim possa navegar pelas outras seções. Logo abaixo há um espaço para as próximas atrações da seção “Agenda Cultural” ao lado de um espaço para publicidade. Embaixo desse espaço existe uma barra fixa que apresenta as editorias em destaque: “Personagem do Mês”, “Opinião” e “Diário de Trupe”. A intenção é que essas três subeditorias mantenham-se sempre neste local que é de visão privilegiada do leitor, dando assim devido destaque e importância. Na sequência na parte esquerda o leitor pode encontrar mais destaques que variam conforme o que é postado. Estes destaques não são de uma editoria fixa, podem ser das mais variadas dependendo da relevância do assunto abordado. À direita há uma ferramenta de busca seguida de uma lista com as últimas notícias do dia alocadas na subseção “Em Cartaz”. Para a criação das editorias, foi pensado algo que fosse mais intimista e reconhecível pelo público alvo Por isso os nomes das seções fazem referência ao teatro: Palco Principal, Palcos Fotográficos, Televisionados, Radiofônicos e Bastidores. Ao passar o mouse sobre o menu Palco Principal, que leva a home page do site, o internauta se depara com as subseções “Em Cartaz”, “Agenda Cultural”, “Opinião”, “Diário de Trupe” e “Personagem do Mês”. Segundo Pinho (2003, p. 150), “todas as páginas internas devem possuir um título próprio. [...] O título pode fornecer informações importantes sobre a estrutura hierárquica do site e indicar ao navegante em que ponto ele se encontra”. Para escrever e, posteriormente, publicar sobre a área cultural é preciso dar ainda mais espaço para a criatividade. Em seu artigo, Stycer (2007) enumera uma série de problemas que ele, com diversas experiências como repórter da editoria de cultura enfrentou e ainda enfrenta em sua rotina. Ele também lista uma série de soluções que podem traçar uma guia para novas narrativas culturais, nos diferentes meios de comunicação - o que é uma das propostas de Palcos Morenos. Uma destas soluções é a essência do conteúdo que foi publicado no site.
E por fim, é preciso coragem, coragem de publicar. De apostar em assuntos ainda não consagrados. Coragem de acreditar na sua sensibilidade, que é uma coisa que um editor precisa ter. Coragem para dizer: “Isso aqui é coisa boa!” (STYCER, 2007, p.75)
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Como “Palcos Morenos” tem como proposta investir em um público singular, no caso interessados em acessar conteúdo de jornalismo cultural focado em teatro, uma das maneiras de expressar a singularidade é por meio da opinião. O texto opinativo, como no caso da crônica “Qual é o melhor palco?” publicada na seção “Palcos Literários”, é uma das bases do projeto. Conforme Melo (1994), o gênero da crônica no jornalismo é “a opinião do jornalista, entendido como profissional”. (Melo, 1994,
p.102).
Entre
os
gêneros
opinativos,
a
crônica
possui
determinada
independência, o que vai de encontro com toda proposta do projeto e a elaboração do conteúdo. Esse pensamento serve de embasamento também para a proposta da subseção “Opinião” do “Palco Principal”. Outra subseção do “Palco Principal” é o “Personagem do Mês” que consiste em uma entrevista de perfil de personalidades que estão relacionadas com o teatro em Campo Grande. Segundo Sodré e Ferrari (1986, p. 125):
Há muitas maneiras de narrar uma história, mas nenhuma pode prescindir de personagens. Também são inúmeras as formas de apresentá-los, caracterizá-los ou fazer com que atuem. De qualquer modo, existe sempre um momento da narrativa em que a ação se interrompe para dar lugar à descrição (interior ou exterior) de um personagem. É quando o narrador faz o que, em jornalismo, convencionou-se chamar de perfil.
Como bem explica Silva (2009, p.07) “quase sempre é por meio da entrevista que se conhece o personagem, e, por conseguinte, reconstrói-se a sua história”. A maneira escolhida para apresentar o personagem na editoria em questão de Palcos Morenos foi a de se utilizar um discurso direto. Este discurso deve consistir em:
um texto inicial que mostre os principais pontos que fizeram com que determinada pessoa seja perfilada, com suas informações principais e pequena porção da sua história. Após essa apresentação inicial seguese a entrevista, geralmente pingue-pongue, com as perguntas do entrevistador e resposta do entrevistado, quase sempre de maneira pouco pessoal e distante. Uma espécie de fechamento sobre aquele perfil/personagem pode vir como um fragmento no final, após a entrevista em si. Não há narrador para expor as informações do perfilado ou escrever as impressões vistas ao longo da entrevista.
(SILVA, 2009, p. 07)
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A definição de Silva vai de encontro ao que foi produzido na entrevista do “Personagem do Mês”. Há uma apresentação inicial sobre quem são os personagens e qual o motivo da entrevista para contextualizar o tema para o leitor. Logo após, segue a entrevista completa no estilo pingue-pongue. A subseção “Diário de Trupe” tem como função dar o devido destaque a grupos ou trupes locais que raramente conseguiriam um espaço expressivo em um veículo de comunicação tradicional e não segmentado. Logo a intenção de promover visibilidade em Palcos Morenos deve ultrapassar as barreiras de viabilidade econômica, já que o site se trata de um negócio social. Uma alternativa para se dar o devido apoio para valorizar os grupos locais, foi acompanhá-los em sua rotina de apresentações e criar o “Diário de Trupe”. A proposta é que o próprio grupo participante desta seção produza a própria narrativa, entretanto, como pode haver conflito de agenda e o grupo acabe por demorar a enviar o material, há a possibilidade de um repórter de Palcos Morenos acompanhar a temporada de apresentações e colher os depoimentos. Assim o próprio repórter cria um texto com declarações transcritas na íntegra sobre a experiência do grupo. Com isso é possível dar um destaque autoral do trabalho realizado das trupes. (...) o espaço destinado à cobertura dos espetáculos teatrais é significativo, porém os conteúdos das matérias jornalísticas não deixam transparecer o conjunto dos elementos da linguagem do espetáculo teatral (encenador, texto, ator, espaço cênico e arquitetura teatral — cenografia, iluminação, figurino, acessórios, sonoplastia e música), determinantes da relação do espectador com o espetáculo (MIRANDA,
2001, p. 56). Ainda conforme a autora, a necessidade de um profissional de cobertura de espetáculo surgiu a partir da década de 1980, quando os cadernos culturais passaram a dar espaço à produção teatral crescente. Assim, enquadra-se como “factual” a cobertura de espetáculos, em especial as estreias e peças realizadas por atores de renome. No entanto, Palcos Morenos procura ir além dos critérios convencionais de publicação teatral. O “Diário de Trupe” também reforça essa quebra de tradicionalismo, possibilitando uma narrativa diferente na cobertura de espetáculos.
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Já as experiências com as fotorreportagens para a editoria de “Palcos Fotográficos”, basearam-se em um dos gêneros fotojornalísticos provenientes do impresso, definidos por Sousa (2004): as histórias fotográficas ou picture stories. Em “Joelma em Campo Grande”, por exemplo, foi possível produzir uma fotorreportagem de 15 páginas composta por 25 fotos, diagramada com um texto com mais de 10 mil caracteres. Em um veículo impresso não caberia espaço para tal publicação. O site proporciona assim a liberdade para criação de uma narrativa fotojornalística aprofundada como explicam Henn e Sallet, (2012, p. 04):
Há uma diferença cultural entre as histórias fotográficas contadas pelo impresso e as narrativas fotográficas contadas na web. Tratar as narrativas fotojornalísticas dessa forma colocam-nas no espectro mais amplo das narrativas ciberculturais. [...] Os usos dos blogs por fotojornalistas, por exemplo, expandem a liberdade destes profissionais, descentralizando os discursos hegemônicos nos veículos tradicionais.
Entretanto a web permite o uso de vária outras mídias, muitas vezes de modo convergido em uma só matéria. O uso de conteúdo multimídia com foto, vídeo e áudio é essencial para o aproveitamento do que a internet vem a oferecer. Tais recursos contribuem para a elaboração de um conteúdo diferenciado e de qualidade para o público, e possibilita uma imersão do leitor na reportagem, o que proporciona uma experiência única, tendência nos novos modelos de narrativas jornalísticas. Como evidencia Longhi (2011, p. 200):
A fusão de formatos, como o som e a fotografia nos slideshows, está a comprovar que, mais do que a presença decisiva da imagem fotográfica nos meios digitais, tais produtos fotojornalísticos abrangem com facilidade não apenas o registro estático, [...], mas também o som, numa combinação de materialidades, onde o áudio dá movimento à narrativa de imagens.
Na editoria “Palcos Radiofônicos” buscou-se fusão de foto e áudio, como sugere Longhi na citação acima. Apesar das fotos não estarem dispostas em um slideshow, a narrativa das matérias publicadas na editoria especializada em áudio
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contam com uma série de fotos intercaladas com os áudios. As fotos as legendas que as acompanham abrem uma “deixa” para o áudio que será ouvido. Cada áudio contém uma gravação com um personagem da matéria e logo antes de ouvir a gravação o leitor se depara com uma foto do entrevistado em questão que vai dar apoio visual ao que ele ouve. Assim, som e imagem se combinam proporcionando ao leitor uma possibilidade de interpretação diferenciada e sinestésica. Além da combinação de foto e áudio de modo a permitir um tipo diferenciado de interpretação das narrativas do site, segundo Longhi (2014, p. 74) “a trajetória do jornalismo, nos meios digitais, tem mostrado que o audiovisual ganhou enquanto forma expressiva e de produção”. A força dos vídeos na web se consolida mais, ainda conforme Longhi (2011, p. 04), pois “a ascensão do You Tube [...] seja como comunidade de usuários, de espectadores, seja como fonte para o jornalismo, e espaço de entretenimento, mostra também o grande poder das narrativas audiovisuais”. Seguindo o raciocínio da autora, há uma evidência de que é essencial para qualquer empreendimento jornalístico da web, que pretende se consolidar com seu público, o uso a linguagem audiovisual. Por isso Palcos Morenos conta com a editoria “Palcos Televisionados” cuja proposta é mais simplista, com vídeos curtos que contém apenas imagens de apoio e dos entrevistados sem muitos efeitos rebuscados. Contudo, mesmo que não haja uma produção grandiosa o uso de vídeo integrado ao texto, por mais simples que sejam, é de muito valor para enriquecer a narrativa de uma matéria, principalmente por ser uma forma de transmitir o conteúdo de maneira atrativa ao leitor para que este se matenha interessado no conteúdo. Conforme Kolodzy (2009 apud LONGHI 2011), uma pesquisa realizada em 2004 pela Pew Foundantion revela que o público compreende e dá preferência para matérias jornalísticas mais visuais que contenham fotos e vídeos, pois estas são de mais fácil compreensão.
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4- OBJETIVOS ALCANÇADOS Os objetivos básicos foram alcançados. Um total de 11 matérias foram publicadas e distribuídas pelas editorias do site. Além de protagonizarem o projeto piloto, elas servem de base para o desenvolvimento de outras narrativas que possam surgir para a continuação do site. É possível notar também que Palcos Morenos cumpriu a maioria das metas propostas, pois:
proporcionou um espaço em um site segmentado na produção jornalística focada na cena teatral campo-grandense para dar visibilidade aos grupos locais;
resgatou gêneros jornalísticos opinativos e fotojornalísticos que, mesmo pouco explorados na mídia local, possuem um alto potencial de aceitação pelo público;
produziu
conteúdo
aprofundado
de
modo
que
possibilite
a
experimentação jornalística da área cultural, não focando-se apenas na abordagem simplista.
planejou o site como um empreendimento que pode ser executado a longo prazo e não apenas como um projeto pontual.
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5- DIFICULDADES ENCONTRADAS: A maior dificuldade encontrada foi entender como um site pode ser estruturado pela ferramenta Wix. Apesar de ser bastante intuitivo, organizar as seções é desafiador, pois requer um planejamento detalhado de como cada página será acessada por meio de links. O Wix pode não ser o meio mais adequado para a criação de um site de notícias por trabalhar com conteúdo mais estático, e um veículo de comunicação necessita ser fluído, com constantes atualizações. Porém é possível estruturar tudo em um estilo blog que “imite” um portal noticioso, mas sem as totais funcionalidades de um mesmo. Para quem trabalha com recursos financeiros limitados a plataforma gratuita funciona bem, já que para encomendar um site com perfil totalmente jornalístico com sistema e próprio de inserção de matérias e layout personalizado, sob encomenda ficaria em torno de R$ 3000,00. Além da dificuldade de como planejar o site, foi bem desafiador conseguir conciliar o tempo de leitura, redação do relatório, elaboração das seções e produção de reportagens. Algumas atividades ligadas ao teatro que podem ocorrem pela manhã ficam inviáveis para a cobertura, pois ambos os acadêmicos fazem estágio no período matutino e trabalham eventualmente durante a tarde. Logo a cobertura de peças foi limitada as que mais se adequavam ao horário livre. Apesar de possuir equipamento fotográfico razoável próprio, quando se trabalha com diferentes tipos de mídias é necessário um bom computador para uma edição de qualidade. Neste quesito houve dificuldade com softwares livres de diagramação e edição de imagens. Quando optou-se por um software licenciado, como um da Adobe por exemplo, não havia requisitos suficientes de sistema para operá-lo apropriadamente causando certos transtornos e erros, não tão marcantes, mas que influenciaram na finalização da edição das fotos e vídeos. O Diário de Trupe foi uma das sessões que não foi escrita como se pretendia: de forma totalmente colaborativa sem intervenção do escritor. A ideia era de que o grupo mandasse um texto escrito por seus próprios integrantes, relatando as experiências com a temporada de apresentações. Entretanto, como as trupes estavam
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ocupadas com ensaios e outros projetos, e não conseguiram cumprir o deadline proposto, foi necessária uma adequação. Logo a alternativa encontrada foi ir até o local das apresentações, seguir a agenda do grupo, fotografar e colher as entrevistas e decupar uma série de depoimentos que foram transcritos na editoria em formato de diário. Outro ponto falho é que não foi possível dar espaço a todas as produções teatrais que aconteceram durante o decorrer do trabalho. Assim, ainda ficou uma lacuna a preencher que só com uma dedicação exclusiva ao site e, talvez, uma equipe maior seria possível.
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6- DESPESAS (ORÇAMENTO) Como utilizamos softwares livres e plataformas gratuitas, o custo de produção a princípio será bem menor do que um grande negócio jornalístico. Inicialmente os custos que iremos arcar são relacionados à compra de domínio para o site. A assinatura total de um domínio personalizado para a plataforma Wix com a qual estamos trabalhando fica em torno de R$ 180 anuais. Tal aquisição se faz necessária não apenas para dar mais credibilidade ao site com o domínio www.palcosmorenos.com, mas também por que a assinatura de um plano Premium oferece vantagens como maior espaço de armazenamento online de materiais como fotos, vídeos, áudios e qualquer outro elemento gráfico que demanda uma quantidade enorme de espaço digital. Outros gastos como transporte para realização de entrevistas, impressão de relatórios e manutenção de equipamento fotográfico totalizaram cerca de R$ 500,00. A produção e edição das fotos, vídeos e áudios foram por conta própria. Não houve a utilização de terceiros. O equipamentos utilizados foram de smartphones e câmeras DSLR que tiveram um custo aproximado de R$ 3500,00. Como já possuíamos o equipamento e não foi necessário emprestar da universidade nem alugar.
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7- CONCLUSÕES “Palcos Morenos” é um projeto criado diante da necessidade de suprir a lacuna de cobertura jornalística cultural segmentada no teatro conforme observados pela análise do clipping dos principais veículos de comunicação locais. Diante do fortalecimento de novos modelos de negócio para o jornalismo, Palcos Morenos busca se adequar a nova realidade digital por meio da experimentação e inovação. A proposta do site resgata gêneros textuais pouco explorados localmente como, por exemplo, as grandes reportagens narrativas, descritivas e fotográficas, artigos de opinião, crônicas e outros. Na questão de segmentação de conteúdo fica evidente uma tendência dos meios de comunicação online que procuram cada vez mais conhecer as particularidades de suas audiências. A criação de nichos comunicativos contribui também para se pensar modelos que se sustentem além da publicidade e ofereçam conteúdo mais aprofundado sobre determinado tema. O uso de recursos da web permite a replicação de conteúdo já consolidados como os textos tradicionais do impresso e as fotorreportagens. Mas, além disso, trabalhar com o site fez possível explorar o uso de várias mídias nas matérias das alocadas nas editorias de Palcos Morenos. As narrativas ficaram mais enriquecidas e diferenciadas do que é veiculado no dia a dia das editorias de cultura dos meios de comunicação tradicionais Campo Grande. A inovação de se incorporar as diversas potencialidades que a internet oferece nas reportagens produzidas, vai ao encontro a proposta de novos modelos de negócios para o jornalismo. O objetivo principal de ajudar na divulgação e consolidação da cena teatral foi atingido. Primeiramente foi possível elaborar pautas que fogem da divulgação convencional. Assim, foi possível dar visibilidade aos grupos teatrais locais e valorizálos dentro do meio artístico local. Este objetivo também fortalece compromisso que Palcos Morenos tem com a cultura campo-grandense na área do teatro, tornando-o um modelo de empreendimento jornalístico de caráter social. O projeto do site faz com que se repense o modelo de comunicação tradicional existente na capital sul mato-grossense. Palcos Morenos mostra que é
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possível exercer um jornalismo de qualidade, que não seja totalmente dependente da publicidade se tornando refém da mesma. Com a experiência adquirida, agora existe um tipo de parceria entre o site e os grupos teatrais locais, uma vez que eles tomaram conhecimento da iniciativa e se mostraram dispostos a um trabalho cooperativo. Além disso, o site mostrou viabilidade de continuar como projeto futuro e abre premissas para outros similares.
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8 – APÊNDICES Apêndice 01 – Modelo de negócios Canvas
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Apêndice 02 – Plano de Negócios – Palcos Morenos: site sobre a cena teatral em Campo Grande (MS) Palcos Morenos é um site com conteúdo segmentado em teatro da Capital. Com conteúdo especializado na cena teatral, que busca ir além da cobertura de espetáculos veiculadas nos meios de comunicação tradicionais e locais. O aprofundamento jornalístico oportuniza que a produção teatral tenha um espaço único e dedicado apenas ao segmento. Missão: Nossa missão consiste em difundir cultura e fornecer um espaço segmentado para a cena teatral, que ainda não existe nos demais meios de comunicação, além de fomentar a área e motivar o consumo do teatro como entretenimento na Capital. Equipe: Produção e edição dos acadêmicos de comunicação social com habilitação em jornalismo - Bárbara Cavalcanti e Gabriel de Britto Ibrahim
Segmentos de clientes – mercado, público alvo geral e nichos
ARTISTAS, DIRETORES, PROFESSORES, ALUNOS DAS ARTES CÊNICAS E PROFISSIONAIS DA CULTURA GERAL: Eles estão diretamente relacionados com o conteúdo da revista, fazendo assim parte da essência da proposta da empresa.
LEITORES EM GERAL, JOVENS, ACADÊMICOS E PROFESSORES: Estes elementos formam o público padrão de leitores e consumidores dos conteúdos veiculados nos meios de comunicação. É a partir dos leitores que o conteúdo existe. Acadêmicos e professores poderão até fazer parte da construção do site, dependendo de seu conhecimento especializado ou gosto diferenciado. Os jovens são um público promissor, uma vez que, em Campo Grande, cada vez mais jovens se envolvem nas artes cênicas. Além disso, com a facilidade do acesso à internet, a probabilidade deles acessarem um site pode ser maior.
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS: Com a possibilidade de ocupar os filhos, especialmente durante o período de férias, com entretenimento diferenciado o site tem a possibilidade de ajudar os pais na hora de escolher onde levar as crianças para se divertirem. Para o site, este tipo de família, com crianças, constitui um público alvo em potencial.
REPÓRTERES E EDITORES DE CULTURA: Existem profissionais que, nos meios de comunicação tradicionais locais, por falta de espaço ou por terem de
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seguir uma linha editorial específica do veículo, não têm a liberdade de escrever e produzir conteúdo, tal como o de Palcos Morenos. Como um dos objetivos do site é produzir um espaço colaborativo, ao lerem o material, os repórteres e editores de cultura se também se tornam um público alvo que o site busca atingir e ainda possíveis colaboradores.
ENTIDADES DISPOSTAS A INVESTIR EM TEATRO: O conteúdo do site se torna um tipo de portfólio para que empresas e entidades possam conhecer nosso trabalho e assim se tornarem parceiros.
Relações com clientes – fidelização e acompanhamento
ESPAÇO PARA O LEITOR E PARA OS GRUPOS, OPINIÃO: O leitor receberá vez no site com uma sessão de comentários. Os artistas, por meio da seção “Diário de Trupe”, receberão um espaço onde suas opiniões serão transcritas na íntegra. Assim, terão uma produção própria e única, em um espaço diferenciado. Na seção opinião, atores, diretores, professores e demais interessados poderão expor suas opiniões, como colunistas, por meio de material próprio.
AGENDA CULTURAL: A agenda cultural trará ao receptor uma relação de todos os espetáculos que acontecem na cidade por um espaço de tempo ainda indefinido.
DESCONTOS EM APRESENTAÇÕES: Para o leitor cadastrado no site, a ideia de um tipo de fidelização, é fornecer meia entrada para os leitores nos espetáculos e assim também incentivar a frequentar o teatro.
Canais – comunicação e alcance
Site: www.palcosmorenos.com;
Redes sociais como Facebook, Soundcloud e Issuu;
Plataforma de possíveis parceiros, como SESC, UFMS e UEMS;
Divulgação pelo meio das próprias trupes de teatro
Proposta de valor – novidades, benefícios e diferencial
VENDER CULTURA E DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS TEATRAIS: Estes são os principais valores que formam a essência da empresa.
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INCENTIVO À PRODUÇÃO ARTÍSTICA LOCAL: com a divulgação especializada, um dos objetivos é valorizar os artistas, motivando-os assim a produzir mais e cada vez melhor.
INCENTIVO A FREQUENTAR O TEATRO, DESPERTAR O INTERESSE PELO TEATRO LOCAL: são apostas que dependem pouco do nosso esforço e mais do interesse e da vontade do receptor – o que em relação ao teatro é pouco aqui no estado. São objetivos que podem dar muito certo, no entanto têm uma grande probabilidade de dar errado.
Receitas – Caixa e recursos iniciais
PUBLICIDADE, ASSINATURAS, PARTE DO CACHÊ DOS ARTISTAS E PATROCÍNIO: Toda a receita depende muito da aceitação do público do site – uma vez que sem retorno, ninguém estaria disposto a investir.
PAGAMENTO POR CONTEÚDO: O pagamento por conteúdo exclusivo se torna tipo uma “assinatura”, oferecida pelo site.
ASSESSORIA E PRODUÇÃO DE PORTFÓLIO PARA OS GRUPOS: Como oferta pontual, o site oferece este serviço como fonte de receita.
Atividades principais – recursos chaves que transformam o valor em produto Reportagens sobre trupes e espetáculos; entrevistas perfil de atores e diretores; colunas críticas e resenhas; cartas do e para o leitor; crônicas e poesias de artistas locais; caderno fotográfico; links para sites e projetos de artistas; programação completa de espetáculos; agenda cultural; produção audiovisual; Recursos chaves – recursos que a proposta de valor precisa
FÍSICO: instalações próprias, carro, computadores, máquinas fotográfica;
EQUIPES: divulgação, fotográfica, redatores, design gráfico, fotógrafos, planejamento e logística;
MARCA REFERÊNCIA EM TEATRO E CULTURA: é um recurso bastante utópico, uma vez que poderíamos esperar nos tornar um meio de comunicação referência em questão destes assuntos, bastando apenas nosso nome para vender o produto;
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Parceiros principais – fornecedores e parcerias
SESC, UFMS E UEMS: o SESC é um parceiro ideal para atividades que envolvem a propagação do teatro, uma vez que ele mesmo investe pesado neste ramo; as universidades poderiam formar parcerias por meio dos cursos de administração, jornalismo, música, artes cênicas, plásticas e visuais. O desafio de tentar uma parceria com o SESC é separar seu nome do da empresa, sem ficar apenas em sua sombra. As universidades, como órgãos públicos, fraquejam na questão dos recursos disponíveis.
TRUPES DE TEATRO LOCAIS: elas são a essência do trabalho da empresa, embora também tenham poucos recursos disponíveis.
EMPRESAS DISPOSTAS A INVESTIR EM TEATRO: Capital em potencial.
REPÓRTERES E EDITORES DE CULTURA: Com uma parceira, há a possibilidade de criar um espaço de divulgação mútua de conteúdo nos diferentes veículos. Além disso, conforme a afinidade, disponibilidade e vontade dos profissionais, poderão também receber um espaço de produção de crônicas, artigos de opinião ou demais textos no site.
LOCAIS DE APRESENTAÇÕES TEATRAIS: Os próprios locais espalhados pela cidade poderão se tornar possíveis pautas em potencial para o site e assim publicar publicidade no site, além de divulgar o trabalho.
Estrutura de custos – despesas e capital (valores estimados) Serviço ou produto
Preço
Salário dos jornalistas Parcela de equipamentos Entradas para sessões de teatro Transporte Domínio na plataforma wix
2 x R$ 2.000 R$ 1.000 R$ 50 R$ 300 R$ 180
TOTAL
R$ 5.530
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Plano de marketing – pensar e planejar para o mercado PÚBLICO DE INTERESSE: artistas, professores, estudantes, jornalistas, profissionais do ramo cultura em geral; POSICIONAMENTO E MISSÃO: comércio, divulgação, dar voz ao teatro dentro da cultua local de MS e difusão do jornalismo cultural; OBJETIVOS E METAS: incentivo à produção local artística, resgate de gêneros, entretenimento, despertar o interesse pelas atividades teatrais e aumentar o público nas salas de teatro; PRODUTOS E SERVIÇOS: site jornalístico; PREÇO: ‘assessoria’ de baixo custo para trupes e espetáculos, site com exibição e acesso gratuito; conteúdos exclusivos pagos. AVALIAR RESULTADOS: quantidade de público no teatro, acesso e retorno do leitor por meio das cartas e comentários online; SITUAÇÕES:
De mercado: não existem revistas ou sites deste tipo aqui no estado; Do produto ou serviço: não existem divulgações ou meio de comunicação segmentado deste tipo aqui no estado; Da concorrência: nenhuma;
DISTRIBUIÇÃO: por meio da plataforma online: www.palcosmorenos.com MACROAMBIENTE: valorização da comunicação, do teatro, da produção teatral em MS, da cultura local e do jornalismo cultural e literário;
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Apêndice 03 – Pesquisa de público
Este formulário tem por finalidade conhecer o potencial público para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos acadêmicos Bárbara Cavalcanti e Gabriel Ibrahim do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), intitulado "Palcos Morenos". "Palcos Morenos" consiste em uma plataforma online que objetiva a inovação tanto de conteúdo, quanto estrutural para a cobertura jornalística de teatro na capital do Mato Grosso do Sul. É um site onde o público pode ter um contato mais íntimo com informações sobre os espetáculos que passam pela cidade como todos os envolvidos em sua produção. As perguntas abaixo são para fins estritamente acadêmicos e servirão de base para a elaboração do projeto experimental.
*Obrigatório Qual a sua faixa etária? * sou menor de 18 anos tenho entre 18 e 59 anos tenho 60 anos ou mais
Qual o seu sexo? * masculino feminino
Qual a sua escolaridade? * ensino fundamental ensino médio ensino superior
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pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado)
Você costuma acessar sites/blogs/fanpages que tenham conteúdo especializado em teatro? * Sim, diariamente Sim, 3 vezes por semana Sim, de uma a duas vezes na semana Não
Você costuma ir ao teatro? * Sim, mais de 2 vezes ao mês Sim, uma vez ao mês Nunca
Estaria disposto a acessar conteúdo sobre peças teatrais da cidade? * Sim Não
Que tipo de conteúdo te interessaria? (Pode marcar mais de uma opção) * agenda cultural artigos de opinião/crítica/resenha conteúdos multimídia (vídeos e fotos) reportagens sobre grupos/diretores história do teatro crônicas e poesias de artistas locais caderno fotográfico
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fórum de produção artística do leitor Outro:
Você estaria disposto a pagar por uma parcela exclusiva deste conteúdo? * O conteúdo exclusivo consistiria em materiais como vídeos e fotos inéditas dos bastidores com depoimento de diretores, atores, equipe técnica e acesso ilimitado de artigos de opinião de especialistas sobre a cena teatral na cidade. Sim, pagaria mais de 10 reais Sim, pagaria de 5 a 10 reais Sim, pagaria menos de 5 reais Não pagaria
Na sua opinião, faltam matérias sobre o teatro local nos principais veículos de comunicação de Campo Grande? * Sim Não Não observado
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Total de Respostas: 100
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ApĂŞndice 04 â&#x20AC;&#x201C; Home page de Palcos Morenos (www.palcosmorenos.com)
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Apêndice 5 – Clipping e análise de matérias que abordam o tema teatro nos principais veículos de comunicação de Campo Grande (MS) Clipping Correio do Estado 25/09 - 25/10 Caderno do tipo cultural "Correio B"
DATA
TÍTULO
DESCRIÇÃO
25/10
"Montagem teatral apresenta drama contemporâneo"
27/09
"UFMS promove maratona cultural"
30/09
"Capital sedia encontro com organizadores"
06/10
"Privação da liberdade é mote de espetáculo”
09/10
“Montagens inspiradas no universo infantil"
16/10
"Grupo teatral promove oficina de teatro de sombras"
18/10
"Espetáculo destaca contos tradicionais de MS"
22/10
"Grupo conta história indígena"
13/10
"Espaço divulga manifestações culturais"
24/10
"Diversidade Cultural em destaque"
nota de divulgação de uma peça teatral em Dourados nota de divulgação da Semana Mais Cultura da UFMS nota de divulgação de edital cultural notícia sobre construção de peça notícia sobre construção de peças nota sobre oficina de um grupo do Distrito Federal em CG nota de divulgação de espetáculo notícia sobre espetáculo do Distrito Federal em CG nota sobresarau cultural em Três Lagoas notícia de divulgação do Sarobá
Análise: A maioria do conteúdo das matérias se resume a notas informativas e superficiais conforme a factualidade do assunto. Há algumas notícias que trabalham alguns conteúdos de modo mais aprofundado, mas são pouco frequentes como se pôde observar. As notas sobre os espetáculos se resumem na divulgação do evento, quando relevante. Além das matérias tradicionais veiculadas no Correio B, dentro do caderno há espaços onde a cena teatral ou cultural pode ser retratada como a seção “Crônica” veiculada todas as terças-feiras e a seção “Perfil” presente nas edições dominicais.
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Clipping O Estado MS 25/09 - 25/10 Caderno do tipo cultual "Artes&Lazer"
DATA
TÍTULO
DESCRIÇÃO
25/09 26/09
"Para apoiar a Casa de Ensaio, artistas realizam sarau com atrações amanhã" "Brincando com Manoel"
28/09
"Aprendendo a crescer"
28/09
"Semana de cultura da UFMS oferece programação gratuita com atrações" Evento regional debate o programa Rumos do Itaú"
notícia sobre sarau beneficente notícia de divulgação de uma peça teatral de Corumbá em CG notícia de divulgação de espetáculo divulgação da Semana Mais Cultura da UFMS notícia sobre projeto cultural em Campo Grande notícia sobre produção teatral em Campo Grande nota sobre projeto na Morada dos Baís notícia sobre espetáculo do Distrito Federal em Campo Grande notícia de divulgação de uma peça teatral em Dourados
01/10
07/10
"Companhia teatral seleciona artistas para nova produção"
15/10
"Projeto 'Dramas Escondidinhos' realizado no Sesc"
23/10
"Cultura indígena sob luz e sombra"
25/10
"Paixão Platônica nos palcos"
Análise: Percebe-se uma quantidade maior de notícias com conteúdo mais aprofundado do que o concorrente “Correio B”. Entretanto o tamanho da matéria pode ser reduzido com a presença de anúncios. Além das matérias colocadas no clipping diariamente são veiculadas notas sobre peças de produtoras que anunciam no jornal. Outros espaços destinados à cobertura cultural são: a seção Agenda que tem uma página especial para o fim de semana mas a maioria conta com informações sobre eventos em boates e bares. Um meio interessante de fomento de O Estado MS é o benefício para assinantes, que ganham 50% de desconto em teatro. Eventualmente há um espaço especial cultural diferenciado voltado para a literatura "Poesia, Prosa e Verso à janela". Neste veículo, o teatro também tem apenas o espaço de divulgação, não de conteúdo específico.
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Clipping Campo Grande News 25/09 - 25/10 Editoria do tipo cultural "Lado B"
DATA
TÍTULO
DESCRIÇÃO
01/10
“Itaú divulga programa de fomento a arte hoje no SESC Morada dos Baís” “Circo, parque, histórias e arte para quebrar rotina na festa do Dia das Crianças”
notícia sobre projeto cultural notícia com agenda de atividades para o dia das crianças notícia com agenda de atividades para o dia das crianças notícia com agenda cultural do fim de semana reportagem sobre peça de grupo de Brasília
10/10
10/10
Praça Bolívia terá domingo de atrações circenses para comemorar Dia da Criança
23/10
Vá de Sarobá ou de teatro no fim de semana que terá 2 bons espetáculos Com sombra e luz, companhia de Brasília conta a história da lenda Iara
24/10
Análise: Há uma inexistência de notas. Nota-se que a editoria preza por assuntos que possam ser trabalhados de modo mais aprofundado. Foi um dos únicos veículos que possui uma publicação do gênero reportagem com um número considerável de fotos e um tamanho maior devido a liberdade que o ciberjornalismo proporciona. Mesmo assim ainda carece de outros elementos nas narrativas que poderiam ser aproveitados como o uso de vídeo e áudio. Um ponto a ser colocado em evidência é que o grupo de teatro que foi retratado na reportagem não é local e sim nacional.
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Clipping Midiamax 25/09 -25/10 Editoria do tipo cultural "Midiamais"
DATA
TÍTULO
DESCRIÇÃO
01/10
Sem programa para o fim de semana? Dê uma olhada na nossa agenda cultural Leitura dramática em Corumbá terá 'Eva Peron' e'As Quatro Gêmeas' de Raul Damonte Rafinha Bastos apresenta novo stand-up comedy em Campo Grande neste sábado “Arte de Quinta” aborda o lado criança dos adultos neste sábado Espetáculo reúne teatro e circo para retratar o Pantanal AGENDA: Fim de semana tem festival, circo, ilusionismo e muito mais Casa de Ensaio estreia grupo de dança com espetáculo que tem até o passinho carioca
nota com agenda cultural do fim de semana notícia sobre apresentação em Corumbá notícia sobre atração nacional notícia sobre peça de comédia notícia sobre apresentação em Dourados nota com agenda cultural do fim de semana notícia sobre projeto de arte-educação
01/10 03/10 07/10 10/10 15/10 15/10
Análise: É evidente a ausência de conteúdo aprofundado. O gênero mais trabalhado é notícia. As matérias são bem diretas e objetivas e seguem o padrão de texto jornalístico da pirâmide invertida. A frequência de postagens possui um longo intervalo de tempo. Poucas fotos são trabalhadas, geralmente utiliza-se uma só de destaque que “abre” a notícia. Assim como o “Lado B” não há registro do uso de outras mídias como áudio e vídeo.