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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - HABILITAÇÃO EM JORNALISMO
QUATRO DÉCADAS DO ESTÁDIO MORENÃO
Dayane Suellen Fernandes Renata Tano Portela
Campo Grande Julho/2013
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QUATRO DÉCADAS DO ESTÁDIO MORENÃO
DAYANE SUELLEN FERNANDES RENATA TANO PORTELA
Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social / Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
Orientador: Prof. Silvio da Costa Pereira
UFMS Campo Grande Julho/2013
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Sumário RESUMO: …............................................................................................ 03 1 – ALTERAÇÕES NO PLANO DE TRABALHO ….......................... 04 2 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS …............................................. 05 2.1 Período Preparatório …....................................................... 05 2.2 Execução ….......................................................................... 06 2.3 Revisão Bibliográfica …...................................................... 08 2.3.1 Livros …................................................................. 08 2.3.1 Periódicos …......................................................... 08 2.3.3 Outros Documentos …........................................ 08 3 – SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS …................................... 11 4 – OBJETIVOS ALCANÇADOS ….................................................. 16 5 – DIFICULDADES ENCONTRADAS …......................................... 18 6 – DESPESAS (ORÇAMENTO) ….................................................. 19 7 – CONCLUSÕES …......................................................................... 20 8 – APÊNDICES ….............................................................................. 22 9 – ANEXOS ….................................................................................... 36
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RESUMO: Este projeto Experimental de Conclusão do Curso de Comunicação Social / Jornalismo produziu uma revista que que tem por objetivo relatar fatos sobre o estádio universitário Pedro Pedrossian, popularmente conhecido como Morenão, que completou 40 anos em 2011. Localizado nas dependências da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), é o maior do Mato Grosso do Sul e o maior estádio universitário da América do Sul. O Morenão já recebeu importantes jogos e campeonatos, como a Taça da Independência, de 1972, além de competições de nível nacional. O estádio também é utilizado para abrigar, abaixo das arquibancadas, órgãos administrativos da UFMS, que hoje são mais usados que o próprio estádio.
PALAVRAS-CHAVE: revista – Morenão – estádio – futebol
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1- ALTERAÇÕES DO PLANO DE TRABALHO A revista seria, antes, nomeada “Os quarenta anos do estádio Pedro Pedrossian”, porém, o nome foi alterado para “Quatro décadas do estádio Morenão”, uma vez que o estádio já terá completado 42 anos na entrega do trabalho de conclusão de curso. Este trabalho chegou a ter uma primeira produção, que seria entregue e apresentada em março de 2013, mas foi adiado para julho, devido à necessidade de adequação e melhoria do material. A princípio, o trabalho foi produzido com foco na história do estádio Pedro Pedrossian. Após a coleta de dados, ficou clara a diminuição de interesse por parte dos torcedores de assistirem às partidas, que nos primeiros anos costumavam lotar o estádio. No início de 2013, alguns jogos no Morenão tiveram bom público a partir de incentivos por parte dos clubes, o que mostra que, após uma época de “decadência”, o estádio está voltando, embora lentamente, a atrair o público. Assim, a proposta da revista seria então destacar esse assunto. Porém, ainda neste foco, o material tomou outro rumo, mostrando um comparativo do estádio antigamente lotado de torcedores e, hoje, lotado por pessoas que trabalham nos órgãos administrativos localizados embaixo de suas arquibancadas. Isso ocorreu devido à notória mudança de cenário do estádio no decorrer dos anos, percebida próxima ao fechamento da revista. O Morenão deixou de ser reconhecido como estádio de futebol e agora é mais lembrado pelos órgãos administrativos que abriga.
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2- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 Período Preparatório: O ponto inicial do trabalho foi realizar uma pesquisa a respeito do tema abordado. Assim veio a constatação da escassez de material sobre a história do estádio Morenão. A primeira leitura efetuada foi a do livro Manual do Jornalismo Esportivo, de Heródoto Barbeiro, embora o mesmo não tenha oferecido informações suficientemente importantes para a realização do trabalho, pois este aborda mais a maneira como devem ser tratadas matérias a respeito de eventos esportivos, o que não era o caso, uma vez que o trabalho retrata a história de um estádio. Também foi feita a análise da 54ª edição da revista “Concreto e Construções” da IBRACON (Instituto Brasileiro do Concreto), que traz um artigo de professores da UFMS a respeito da estrutura do estádio e suas características. Na primeira qualificação, o livro “Jornalismo de Revista”, de Marília Scalzo, foi indicado e sua leitura rendeu um bom embasamento teórico, tanto quanto “O Estilo Magazine - O Texto em Revista”, de Sérgio Vilas Boas. Ambos os livros apresentam mais resoluções para revistas semanais ou quinzenais, e este trabalho desenvolvido será apenas uma edição especial, pois não haverá continuidade. Mesmo assim, estas leituras renderam importantes dicas para a produção de uma revista e técnicas de montagem deste tipo de material. .
Também se fez a retomada de um livro já estudado no segundo ano do
curso, “Notícia, um produto à venda: Jornalismo na sociedade urbana e industrial”, de Cremilda Medina, que aborda princípios básicos do jornalismo e da extrema importância da relação entre o jornalista e a veracidade dos fatos, o que, no caso deste trabalho, é essencial, uma vez que será aqui contada uma história, e não uma estória. “O que distingue o repórter é seu íntimo contato com a realidade, com o que está diante dos olhos, com o que concorre no momento de pousar do conhecimento sobre as coisas. Sua missa, função ou profissão é transmitir essa realidade a um grupo de pessoas, dando-lhes conta do que viu, do que sentiu, do que ouviu.” (p.86).
7 O livro “As duas histórias da Universidade: 1966-1978", de João Pereira da Rosa, também foi aproveitado, uma vez que trata, embora de maneira breve, da construção e inauguração do Morenão aos olhos do autor, que esteve presente em todo este processo.
2.2 Execução: A primeira reunião com o Prof. José Márcio Licerre, que seria a princípio o orientador do trabalho, foi realizada em setembro de 2013. Na ocasião, foram decididas quais pessoas seriam entrevistadas e onde seria buscado material para o desenvolvimento do trabalho. A partir daí, foram entrevistados Jair Sartorelo, que cuida da administração do estádio há 12 anos e trabalha na UFMS há 40, e o técnico em administração Alberto Pontes Filho, que há 33 anos exerce suas atividades nas dependências do Morenão. Após a decupagem do material destas entrevistas, o material da revista começou a ser escrito. Ainda em setembro, foi feita uma busca por fotos do arquivo da Assessoria de Comunicação Social da UFMS, mas não foi encontrada nenhuma foto que estivesse de acordo com o que era pretendido para ser utilizada na revista. Em outubro de 2012 foi feita uma visita ao ARCA (Arquivo Histórico de Campo Grande), para procurar relatos históricos e fotos do estádio Pedro Pedrossian, porém, mais uma vez, foi constatada a falta de material histórico que trate especificamente do Morenão. Outra visita ao ARCA foi feita em fevereiro de 2013 para consultar antigos jornais do Correio do Estado que foram arquivados, os quais continham matérias e reportagens da inauguração do estádio, de alguns importantes jogos e outros fatos. Ainda em outubro, foram consultados trabalhos de conclusão de curso entregues pelos acadêmicos dos anos anteriores, para que fosse feita uma análise dos relatórios e também dos trabalhos realizados no formato de revista. Durante o mês de novembro, foram feitas as primeiras fotos do estádio Morenão que seriam utilizadas para ilustrar a revista. Outras imagens foram feitas em fevereiro, maio e junho de 2013. Em janeiro de 2013, o fotógrafo Roberto Higa foi entrevistado e fez-se também uma consulta de suas fotografias do estádio Morenão, das quais,
8 algumas foram selecionadas para serem usadas na revista. Neste mês também foi feita entrevista com o técnico-administrativo da UFMS, Celestino Gonçalves, que trabalhou como auxiliar na administração do estádio até meados da década de 80. Apenas com essas entrevistas, uma revista foi montada durante os meses decorrentes, até abril de 2013, quando o trabalho seria apresentado, mas, por decisão do grupo, juntamente com o orientador, foi escolhido adiar a apresentação por mais um semestre para que a revista pudesse ser aprimorada. No mês de abril, houve a troca de quem orientaria o trabalho, passando agora a ser o professor Silvio da Costa Pereira. Outra alteração no trabalho foi o enfoque da revista, que deixou de ser apenas para contar a história do estádio, mas também para avaliar e comparar seu uso nos seus primeiros anos e atualmente. A revista foi refeita, reaproveitando os textos da versão anterior, porém com acréscimo de informações. No período de abril a julho, foram entrevistados o dirigente do clube Portuguesa-MS, Marino Gomes, o Presidente do Operário, Tony Vieira e o Vice-Presidente Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Marco Tavares, que expuseram histórias do clube e também esclarecimentos a respeito de como é administrado o dinheiro dos jogos realizados no Morenão. Para tanto, Jair Sartorelo também foi contatado por mais vezes para esclarecer algumas dúvidas que foram surgindo, inclusive sobre como o estádio é alugado para jogos, para onde vai o dinheiro, quem deve pagar, etc. Foram entrevistados também o arquiteto Carlos China e o engenheiro José Francisco Lima, ambos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, que falaram sobre a estrutura do estádio e sobre a influência que essa obra teve sobre o desenvolvimento de Campo Grande. Por último, o Chefe da Divisão de Revitalizações e Adequações dos Espaços Físicos da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFMS, Raony Grau e Silva, que falou sobre as obras que o estádio passou recentemente e como o dinheiro é investido para reformas no estádio e na universidade.
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2.3 Revisão Bibliográfica: 2.3.1 Livros ROSA, João Pereira da. As duas histórias da Universidade 1966-1978. Campo Grande: Núcleo de Imprensa Universitária, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul –UFMS, 1993. p 54-56. MEDINA, Cremilda. Notícia, um produto à venda: Jornalismo na sociedade urbana e industrial. São Paulo: Summus Editorial, 1978. 191 p. VILAS BOAS, Sergio. O estilo magazine: o texto em revista. São Paulo: Summus, 1996. SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 3 ed. São Paulo: Contexto, 2008. 129 p.
2.3.2 Periódicos: LIMA, José Francisco, et al., Relatório de Vistoria Técnica Preliminar do Estádio Pedro Pedrossian – Comissão constituída pela Portaria n° 679/2007 – UFMS: Campo Grande, 2007.
2.3.3 Outros documentos: Registro de atividades financeiras do estádio universitário Pedro Pedrossian. Campo Grande, 1973. “Código de Obras”, Disponível em: <http://www.iab.org.br/images/stories/ codigodeobrascampogrande.pdf >. Acesso em: 15 jan. 2013. “Troféu Pedro Pedrossian”, Disponível em: <http://www.flamengo.com.br/ flapedia/Trof%C3%A9u_Pedro_Pedrossian>. Acesso em 15 jan. 2013. “Estatuto do Torcedor”. Disponível em: <http://ouvidoria.vasco.com.br/upload/ estatuto_do_torcedor.pdf>. Acesso em 15 jan. 2013. KFOURI, Juca, (01.03.2011), “Clube dos 13, vida e agonia”, Folha de São Paulo, Disponível em: <http://blogdojuca.uol.com.br/2011/03/nascimentoe-agonia-do-clube-dos-13/>. Acesso em 20 jan. 2013. SIQUEIRA, Rosana (26.08.2011), “Terra vermelha garantiu a Campo Grande o título de ‘Cidade Morena’”, Correio do Estado, Disponível em: <http://www.correiodoestado.com.br/noticias/terra-vermelha-garantiu-a-campogrande-o-titulo-de-cidade-mo_122336/ >. Acesso em 20 jan. 2013.
10 “UFMS tem que retirar nomes de pessoas vivas de seus prédios”, Disponível em: <http://www.prms.mpf.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/noticias/2011/09/ ufms-tem-que-retirar-todos-os-nomes-de-pessoas-vivas-de-seus-predios>. Acesso em 21 jan. 2013. “LEI Nº 6.454, DE 24 DE OUTUBRO DE 1977”, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6454.htm>. Acesso em 21 jan. 2013. Ingressos para a Mini-Copa: Já à venda. Correio do Estado, Campo Grande, 02 jun. 1972. Capa, p. 01. Paraguai massacrou a Venezuela. Correio do Estado, Campo Grande, 12 jun. 1972. Capa, p. 01 Pedrossian ovacionado pelo público no Morenão. Correio do Estado, Campo Grande, 1972. Merecida vitória do Paraguai: 1x0. Correio do Estado, Campo Grande, 15 jun. 1972. Capa, p. 01 Surpresa no Morenão: Bolívia 1x Iugoslávia 1. Correio do Estado, Campo Grande, 19 jun. 1972. Capa, p. 01 Caiu parte da marquise de o “Morenão”. Correio do Estado, Campo Grande, 20 jun. 1972. Capa, p. 01 Mini-Copa acabou em CG: todos partiram. Correio do Estado, Campo Grande, 21 jun. 1972. Capa, p. 01. MORENÃO: engrenheiros examinam a marquise. Correio do Estado, Campo Grande, 1972. A propósito do Morenão. Correio do Estado, Campo Grande, 13 mar, 1971. P.02 Vereador cuiabano de luto oficial pelo “Morenão. Correio do Estado, Campo Grande, 11 mar. 1971. Capa, p.01. Inaugurado ontem o “Morenão”. Correio do Estado, Campo Grande, 08 mar. 1971. Capa, p.01. Um OVNI, espetáculo na Capital. Correio do Estado, Campo Grande, 08 mar. 1982. Capa, p.01. Galo aumenta chances; a luta ainda é difícil. Correio do Estado, Campo Grande, 08 mar. 1982. Capa, p.01. OVNI’s no céu de Campo Grande. Correio do Estado, Campo Grande, 08 mar. 1982. P.04.
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3- SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS A ideia de produzir uma publicação que trace a história do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, desde quando seu projeto de construção ainda estava no papel e era apenas uma ideia do governador, então em atividade, Pedro Pedrossian, aproximadamente no ano de 1969, até os dias atuais, partiu da intenção de retratar a história do estádio que completou 42 anos em março de 2013. Não se trata da vontade apenas de contar uma história de um monumento, mas sim de produzir um arquivo histórico do estádio que tem grande valor no que diz respeito ao desenvolvimento de Campo Grande, e também do Mato Grosso do Sul, e que não possui material de consulta ou referência em termos de registro textual. O estádio popularmente conhecido como Morenão, é o segundo maior estádio universitário da América Latina em termos de capacidade e o maior da América do Sul. O gramado da arena desportiva já foi palco de grandes jogos e clássicos do futebol nacional e internacional. O estádio Morenão, desde sua inauguração em 7 de março de 1971, em Campo Grande, é frequentado por um público composto por pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais. Até meados da década de 90, o Morenão vivenciou tempos de arquibancadas lotadas mesmo nos jogos que hoje são considerados menos atrativos para a população. A partir daí, e não se pode nomear apenas um motivo, o estádio passou a ser menos frequentado principalmente nos jogos a nível estadual. Na primeira década dos anos 2000, o então palco de movimentados jogos se transformou em arena de shows e festas. Grandes eventos, como shows de pagode, sertanejo e também festivais de música eletrônica, passaram então a serem ali realizados, voltados quase exclusivamente para o público jovem, mudando o cenário do estádio. A história do estádio Pedro Pedrossian é considerada patrimônio público por pertencer à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Portanto, diz respeito,
não
só
à
população
campograndense,
mas
também
aos
sul-mato-grossenses em geral, uma vez que o estádio fez parte do plano divisionista que visava o desenvolvimento do sul do estado de Mato Grosso, antes que esse fosse desmembrado no ano de 1977.
12 Pretende-se, com o trabalho desenvolvido em forma de revista, alcançar todas as pessoas que anseiem conhecer e entender um pouco mais sobre a história do Morenão. Ou seja, a revista poderá adquirir a função de material de consulta aos que efetuarem uma pesquisa que envolva o estádio ou apenas ser utilizada como meio de entretenimento. “As revistas vieram para ajudar na complementação da educação, no aprofundamento de assuntos, na segmentação, no serviço utilitário que podem oferecer a seus leitores. Revista une e funde entretenimento, educação, serviço e interpretação dos acontecimentos” (SCALZO, 2008, p.14).
A revista, intitulada “Quatro décadas do estádio Morenão”, servirá tanto como fonte de informação, como produto para distração e passatempo, abrangendo assim um vasto público. “Texto de revista, já dissemos, tem endereço certo. Conhecendo o leitor, sabe-se exatamente o tom com que se dirigir a ele. É preciso escrever na língua do leitor ou, como diria o jornalista Eugênio Bucci, em “leitorês”.” (SCALZO, 2008, p. 76). O publico alvo foi definido como pessoas que se interessam pela história de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande, uma vez que a revista ficará disponível apenas em locais de consulta, como a biblioteca da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e o Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA). Para tanto, o produto traz um texto simples, de leitura fácil, porém rico em informações. “O texto para uma revista também segue os padrões jornalísticos, mas isto não impede que palavras, frases e períodos tenham um “rebolado” diferente.” (VILAS BOAS, 1996, p. 18). A revista “Quatro décadas do estádio Morenão” é monotemática, característica mais comum a livros. Porém, o formato revista foi adotado para que fosse possível casar imagens e textos de maneira a deixar a leitura visualmente mais atrativa. “Se, na TV, o texto completa a imagem, na revista semanal de informações, a imagem completa o texto” (VILAS BOAS, 1996, p. 35). A respeito de embasamento teórico, tomamos como referência a obra “Jornalismo de Revista”, de Marília Scalzo e “O estilo magazine: o texto em revista” de Sérgio Vilas Boas. Ambos os livros tratam da produção de revistas periódicas, o que não é o caso deste trabalho, que será uma edição única.
13 Apesar disso, os livros fornecem conhecimento para a produção de revista por duas acadêmicas de jornalismo que não tiveram na grade de aulas a matéria “Jornalismo de revista”. Vilas Boas retrata como deve ser a linguagem utilizada pelo jornalista nas revistas, mostrando que o texto pode ser mais livre em termos de estilo do que o utilizado em jornais diários, que é mais engessado. Porém, ressalta que o texto jornalístico deve ser claro e de compreensão imediata. Fala também sobre a importância das imagens para ilustrar as matérias e reportagens e como elas completam o texto, o que foi feito nesta revista sobre o Morenão, onde textos e fotos foram reunidos a fim de que haja total entendimento do que foi escrito. Segundo Vilas Boas, a diagramação e a arte gráfica da revista também tem importância, para que o material seja atrativo para o leitor, mas lembra que “a informatização não garante a qualidade da informação” (VILAS BOAS, 1996, p.107), portanto é preciso criatividade, mas, principalmente, conteúdo. No livro de Marilza Scalzo ela retrata a importância da revista de se aprofundar em determinado assunto, trazendo ao leitor o que nenhum meio mostrou antes. A revista não pode se limitar em fazer um resumo de notícias da semana, mostrando tudo o que o leitor já viu: “É sempre necessário explorar novos ângulos, buscar notícias exclusivas, ajustar o foco para aquilo que se deseja saber, e entender o leitor de cada publicação. Nas redações de jornais ou de telejornais, quando acontece um terremoto, por exemplo, tudo treme. É preciso correr atrás da notícia em cima da hora. Nas revistas, a redação não treme. Ou treme bem menos. Se for para falar do terremoto, será necessário descobrir o que ninguém sabe sobre ele, explica-lo de forma diferente.” (SCALZO, 2004, p.41).
Com isso, mostramos, em uma revista de edição especial, a história do estádio que é desconhecida por muitos, trazendo um ângulo histórico e jornalístico, como nunca foi mostrado antes. Como também relatado em seu livro, Scalzo fala sobre a versatilidade que a reviste permite, oferecendo variados recursos gráficos que nos ajudam a contar histórias de modo diferente dos outros meios de comunicação. Na revista “Quatro Décadas do estádio Morenão” exploramos as fotografias, que mostram por si só a história das arquibancadas lotadas, juntamente com os textos que nos trazem uma compreensão sobre o material publicado.
14 IDEIA DO DESENHO DE PÁGINA A ideia de executar o trabalho final no formato de uma revista traz uma preocupação com tamanho, ilustração, fotos, diagramação além de outros pontos estéticos. Como o tema abordado da publicação é sobre um estádio de futebol, que remete a esporte, as paginas deveriam remeter o mesmo sentido. A diagramação foi feita sempre pensando em dar destaque as fotografias, principalmente por se tratarem de fotos praticamente exclusivas e históricas dessas quatro décadas de estádio. As paginas não foram sobrecarregadas porque apesar do tema ser esporte, trata-se de uma publicação de trabalho de conclusão de curso que deve obter um ar mais sério, mas sem deixar sua característica original do tema. As paginas estão “clean” com detalhes em verde para remeter aos gramados do estádio Pedro Pedrossian. Como a revista tem o intuito de contar a história do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, a disposição de ordem das matérias foi feita em ordem cronológica, começando com a construção e finalizando com os dias atuais. O projeto final foi executado no tamanho 30x42 cm (aberta), e com 24 paginas ao total. ABERTA
FECHADA
42 cm
21 cm 30 cm
15 - DIAGRAMAÇÃO
Titulação
Fotografia
Corpo de texto
16 4- OBJETIVOS ALCANÇADOS Conforme propusemos ao início do trabalho, conseguimos apurar a história do estádio Pedro Pedrossian, em seus fatores principais, como o motivo pelo qual o mesmo foi construído, e como isso se concretizou. Pudemos entrevistar pessoas que vivenciaram momentos no estádio e que também fizeram parte dessa história. Após concluídas as entrevistas e coleta de fotografias, pudemos então montar uma primeira revista, casando textos e imagens para que os relatos ficassem bem explicados e fáceis de serem entendidos. Ainda assim, a revista não estava definitiva e não foi apresentada na primeira banca, em março de 2013. Desde o início do trabalho, foram entrevistadas duas pessoas que auxiliam na administração do estádio, Jair Sartorelo e Alberto Filho, um renomado fotógrafo que possui um grande acervo de imagens e histórias sobre o estádio, Roberto Higa, que inclusive cedeu algumas de suas fotos para ilustração da revista. Além de Ademar Gevaerd, ufólogo que falou a respeito de um episódio ocorrido no Morenão com a suposta aparição de um OVNI. Para coleta de materiais históricos, foram consultados o jornal Correio do Estado, o Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA) e a ata com registro dos jogos, público pagante e renda que fica no estádio Morenão. No dia 05 de maio fomos ao jogo da final do campeonato sul-matogrossense no estádio Morenão para fotografar o estádio e também conversar com a torcida e reunir dados de fonte. Delas, apenas o dirigente da Portuguesa-MS foi entrevistado, pois não conseguimos contatar outras pessoas. A partir dele, conseguimos o contato do presidente do Operário, Tony Vieira, que também foi entrevistado, além do torcedor Operariano, Carlos Versoza. Ouvimos também Marco Tosta, vice-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, que esclareceu questões financeiras dos jogos que são realizados no Morenão. O arquiteto da Coordenadoria de Projetos e Obras da UFMS, Carlos China e o engenheiro civil, professor na UFMS, José Francisco, foram entrevistados a respeito de questões da estrutura do estádio Morenão. Por fim, Raony Grau, que trabalha na Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFMS foi
17 contatado para explicar como são feitos as reformas e os trabalhos de manutenção do estådio e, ao mesmo dia, aproveitamos para tirar fotos que ilustrassem os trabalhos de reforma que foram feitos no ano de 2013.
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5- DIFICULDADES ENCONTRADAS: Houve dificuldade para encontrar material histórico do estádio que pudesse ajudar a complementar o trabalho de produção da revista. Poucos relatos históricos foram encontrados e utilizados, como matérias e notícias de jornais antigos e um livro publicado pelo então Reitor na época da construção do estádio Morenão, João Pereira da Rosa. Outros empecilhos estão relacionados à entrevistas. Foram feitas tentativas de entrevistar o ex-Reitor João Pereira da Rosa e o ex-governador Pedro Pedrossian, mas não foi possível, devido a problemas de saúde e horários não compatíveis de ambos. Foram procurados também a arquiteta Zuleide Higa, responsável pelo projeto de reforma do estádio para competir à vaga de sediar a Copa do Mundo de 2014 e o ex-governador Wilson Barbosa Martins, mas ambos não cederam entrevista. José Ambelino, um senhor que trabalhou nas construções do estádio, também foi contatado, mas infelizmente não pode ceder entrevista devido a problemas pessoais. O arquiteto Angelo Arruda foi procurado também, mas não foi possível o contato com ele. O sociólogo Paulo Cabral também foi contatado, pois era um possível entrevistado que saberia sobre a história do Morenão, porém, relatou que quando chegou em Campo Grande, o estádio já havia sido construído e indicou que João Pereira da Rosa fosse entrevistado.
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6- DESPESAS (ORÇAMENTO) Gastos com transporte: aprox. R$ 150,00 Gastos com a impressão da primeira edição da revista: R$ 165,00 Gastos com a impressão dos primeiros relatórios: R$ 15,00 Arte e diagramação da revista: R$ 150,00 Impressão da segunda edição da revista: R$ 150,00 Total: R$ 630,00
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7- CONCLUSÕES A revista “Quatro décadas do estádio Morenão” seria, a princípio, uma forma de contar a história do estádio, desde sua construção até os dias atuais, com a justificativa de que não há ainda um trabalho desta forma. Os materiais encontrados, através de pesquisa, são livros que contam a história do Morenão em três ou quatro parágrafos, de forma muito breve. Ao decorrer do trabalho, após pesquisas em jornais antigos e entrevistas com pessoas que, de alguma forma, fizeram ou fazem parte da história do Morenão, resolvemos mudar o foco da revista. Ainda contando sua história, atentamos para como o estádio tem sido utilizado ao passar dos anos. Como em suas primeiras décadas os jogos eram de arquibancadas cheias e, hoje, custam a reunir 2 mil torcedores. O estádio perdeu sua característica esportiva e agora é considerado quase um prédio que abriga órgãos administrativos da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Mudamos a vertente do trabalho, mas com dificuldade. Alguns entrevistados apontam a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul como a principal culpada da decadência do futebol sul-mato-grossense e, consequentemente, do esvaziamento dos jogos e a diminuição de interesse por parte dos torcedores em relação aos jogos que acontecem no Morenão. Isso porque não há campeonatos durante o decorrer do ano, apenas o campeonato estadual sul-mato-grossense, que não dura mais do que dois meses. Sendo assim, os jogadores não podem depender do futebol para sobreviver e treinam pouco, pois não há incentivo monetário para que eles possam treinar o ano inteiro sem que precisem de outro emprego. Isso resulta em jogadores que não se destacam no futebol. Os torcedores tem essa vontade de assistir a bons espetáculos nos jogos e com grandes jogadores, mas isso acaba não acontecendo no Mato Grosso do Sul, levando os estádios ao esvaziamento. Mas, apesar disso, o nosso trabalho não está voltado para o futebol em si, por isso nos abstemos a colocar na revista apenas os possíveis motivos de falta de torcedores nos jogos, uma vez que esse assunto gera polêmica e vai além de problemas com o estádio Morenão. A revista foi escrita com relatos fiéis ao que as fontes nos contaram. Porém, um problema que colocamos aqui é a quantidade baixa de pessoas entrevistadas. A princípio tivemos dificuldades em pensar quem deveria ser entrevistado, mas não foi esse o único problema. Percebemos que há uma falta de vontade por parte de algumas pessoas em conversar conosco, possivelmente por ainda sermos acadêmicas e o trabalho não estar veiculado a nenhum meio de comunicação. Tivemos maior facilidade com as pessoas que estão no âmbito acadêmico, como professores e técnicos-administrativos da UFMS. De qualquer forma, decidimos
21 prosseguir com o trabalho desta forma. Apesar da baixa quantidade de entrevistados, escrevemos as matérias buscando sempre estar do lado da verdade, uma vez que este é o papel do jornalista.
Para concluir o trabalho, contamos com o acadêmico de Jornalismo, também da UFMS, Gustavo Arakaki. Ele ficou encarregado de diagramar a revista que, agora, possui uma aparência mais jornalística do que a primeira edição que não foi apresentada.
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8 - APÊNDICES Decupagem das entrevistas Entrevista com Jair Sartorelo e Alberto Pontes Filho: Prof Jair: Mini-Copa, comemoração aos 150 anos de independência do Brasil. Jogaram no Morenão as seleções da Bolívia, a que na época era Iugoslávia, o Peru e o Paraguai. Eu: Que ano foi? Prof Jair: 1972. Foi o sesquicentenário, né? 150 anos de independência do Brasil. E teve um fato que ocorreu, que cerca de 100m² da marquise caiu, mas só que caiu as 22h, não tinha mais ninguém, foi depois do jogo Bolívia e Iugoslávia. - Confirmando dados: Nome do Estádio: Estádio Pedro Pedrossian Capacidade: 30 mil. “Por que que de 45 mil ele reduziu para 30? Por causa do estatuto do torcedor. O estatuto do torcedor determina o espaço mínimo para cada pessoa, e esse número é controlado pelos bombeiros. Eles vêm, veem a área disponível, divide pelo espaço que cada pessoa tem que ter. Outros dados -> no papel entregue pelo prof. Livro de João Pereira da Rosa, o primeiro Reitor da Universidade. Prof. Jair: Hoje o estádio, todas as partes dele são ocupadas por Unidades Administrativas. Então hoje a gente está com programa de assistência à saúde do servidor, a gráfica, arquivo central, museu de arqueologia, tem o laboratório que mede a intensidade de raios, tem a casa da ciência que está vindo pra cá também, tem a sala de dança, sala de canto, tem alojamento para alunos. Eu: O sr. está aqui há quantos anos? Prof. Jair: No Morenão, 12 anos, na UFMS, 40 anos. - Ligação para o Técnico Administrativo Alberto. Eu: Tem alguma história na construção, algum causo? Prof. Jair: Não, a única coisa que contam é que, quando foi inaugurado, um pequeno espaço não estava pronto, então, para dar impressão de que estava
23 pronto, pintaram de verde. A pessoa olhava lá do outro lado, enxergava que estava verde (verde era a cor do .?.). Eu: Tem mais algum projeto de reforma para agora? Prof. Jair: Nós estamos agora com um projeto grande que deve sair essa semana, que é a vedação das juntas de dilatação para evitar a entrada de morcegos. Isso vai acabar. Então vai ser feito um trabalho de vedação das juntas de dilatação e os morcegos vão migrar para um outro local. Ninguém vai matar os morcegos aqui, só vamos fazer com que eles procurem um outro habitat. Para esse ano também temos que mexer com acessibilidade. O estádio, quando ele foi construído, não se pensou em acessibilidade, não tem um elevador, não tem uma rampa, não tem nada. E essa acessibilidade será construída no portão 25, já está definido. E também sanitários para portadores de deficiência. Nós temos um prazo até novembro para estar pronto isso aí. E a gente faz a manutenção diária, porque ele é um estádio velho. Day: Há algum registro sobre o caso do disco-voador? Alberto: Não, que eu saiba não. A não ser que alguém da imprensa, na época, tenha tirado fotos. Naquela época muitas emissoras do Rio de Janeiro estavam trabalhando aqui no jogo. Eu também nem sei se deu tempo dos fotógrafos que estavam ali registrarem porque foi uma coisa muito rápida. Era uma coisa muito estranha mesmo. Eu: Agora que trocou o gramado, não vai mais poder ter shows aqui? Prof. Jair: Eu não posso afirmar se não vai ter show ou se vai ter show, mas a intenção é de não se fazer show. Porque às vezes pode ter show em que o palco fique na pista e o público na arquibancada, por exemplo, show gospel, o pessoal não usa o gramado. Mas NO gramado, não. No gramado não vai ter mais nenhum tipo de evento. Eu entendo que, tendo toda a cobertura necessária, não há danos, porque se você olhar os grandes shows em SP e no RJ são no Morumbi e no Engenhão, e não existe problema nenhum. Porque existe uma estrutura própria chamada (?), que é um produto importado, que ele é quadriculado, coloca-se no gramado, pode ficar lá 10, 15 dias e não abafa, porque a grama consegue respirar, se chover, escorre a água.
24 Não tem custo exato de manutenção devido à quantidade de unidades no Morenão. “Só no gramado nós temos 3 pessoas para cuidar, e esse trabalho tem que ser intenso, porque tem que cortar grama, ver se aparece algum fungo, ver se aparece alguma erva-daninha. O trabalho é rotineiro e diário”. Alberto: Então, essa lenda, esse fato que nós presenciamos foi em 1982. Num jogo entre Operário e Vasco da gama. Estava em mais ou menos uns 15, 20 minutos do segundo tempo de jogo, naquele momento eu fui levar a parcial da venda ali pros (repórteres ??) E naquele instante cruzou em cima do estádio, pegando sentido auto-cine pra cá, um luz muito forte. Ninguém soube identificar o que seria, daí então começou: “deve ser um disco voador”, porque era bem parecido. Era redondo e tinha umas luzes muito fortes. E foi uma questão de 3 ou 4 segundos mais ou menos, e até parou o jogo e ficou todo mundo olhando aquela visão. E aí foi onde surgiu, a Tupi do Rio, a emissora do Rio de Janeiro que estava aqui, também escreveu da história do disco voador em campo grande, do estádio Morenão, e assim surgiu, e até hoje, volta e meia vem pessoas pra saber sobre a história do disco voador. Que na verdade foi acontecido, foi real. Mas ninguém identificou mesmo se era um disco voador, ou que objeto que seria aquilo. Avião não era Renata: Viram que tinha uma coisa e viram a luz... Alberto:
era um equipamento grande, e a luz muito forte, e até ficamos
olhando, porque do jeito que ela vinha, nós achamos que ia bater no placar do estádio, e dali foi embora. Isso aconteceu em 1982, o estádio com muita gente, com 24.573 pagantes. Então tava muito cheio o morenão. 2’12 : E outro fato quando as pessoas correram, que o estádio estava também lotado, foi no jogo do Operário contra o São Paulo . No lado da descoberta, do outro lado do estádio, o homem do cachorro quente puxou o carrinho lá, e ele saiu gritando que o morenão estava caindo. 2’30 E daí o pessoal da arquibancada começou a correr da arquibancada descoberta pra geral, naquele tempo ainda tinha público na geral em baixo... De cima pularam pra baixo, e foi um transtorno. Foi uma coisa de louco,
25 desesperador. E quando os jogadores viram aquilo, teve alguns que correram pro vestiário, e o árbitro parou o jogo, foi aquela coisa de maluco. 2’59 E em relação ao raio como o professor Jair falou, tava uma chuva fraca e deu aquele trovão muito forte, e ele caiu próximo aquela torre do estacionamento central, e daí naquela os jogadores ficaram com muito medo, porque tem estádio que passa a fiação por baixo do gramado, e quando dá aquilo dá um choque nos jogadores, mas aqui no Morenão não aconteceu, porque a fiação não passa por baixo do gramado. Mas os jogadores de fora, que era campeonato brasileiro também, correram por causa desse motivo, acharam que ia dar aquele choque. Dayane: 3’44: Essa do carrinho de cachorro quente, alguém conversou com o cara depois? Alberto: 3’49 Sim, depois a própria polícia militar conversou, e ele disse que fez aquilo, mas sem intenção nenhuma, que ele puxou o carrinho e achando que era aquela brincadeira de torcedor. Renata: 4’01: Mas e depois o jogo seguiu normal? Alberto: 4’04: Não, seguiu normal depois o jogo. Depois que acalmou tudo, que a policia descobriu... E naquele tempo tinha os alto-falantes do Morenão, daí o locutor falou que foi o barulho. Por que o estádio, principalmente quando tiver o Galvão Bueno aí, ele vai falar: “tremeu!” mas tem que tremer mesmo, se não ele quebra, por isso que ele tem as fendas, ele tem que fazer isso. Se você tiver que colocar aqui no Morenão 15 mil pessoas e todo mundo andar ao mesmo tempo, ele faz isso - movimento de balanço com as mãos – todo estádio tem que ter o ???
26 Entrevista com Marino Gomes:
Eu: isso é uma coisa que a gente fala, que mostra ali os dados que a gente tem é do público pagante, mas tem as pessoas que não pagam e tudo mais, e mais as pessoas que pulam e tudo mais. Marino: só pulava. As torcidas dos clubes não eram espertas igual são hoje. Além de eles cobrarem o clube, eles entram de graça. Hoje entram de graça. Antes eu não sei como era, mas eu creio que ninguém entrava de graça, porque não tinha torcida organizada. Hoje tem essas torcidas organizadas que eles entram de graça pra ver os jogos, então não vai dar renda! Se você quer que o seu clube ganhe, você tem que ajudar ele. Eu: é, isso que eu ia falar, é o único incentivo que você vai dar e... Marino: é isso aí, se não tem renda, como é que vai fazer? A renda ali é pra você tirar dinheiro do bolso e se tiver que pagar alguma coisa, paga lá. Porque na hora do jogo tem um monte de delegado da Federação lá só pra ver a renda lá e já pegar a parte que toca eles que na verdade nem era pra passar nada para eles. Mas eles pegam também. É muito complicado isso. O futebol aqui é complicado. Em são Paulo, se um cara fizer isso aí, os caras tiram ele de circulação. Aconteceu uma vez em são Paulo lá com o vice-presidente da federação de futebol e os caras tiraram ele. Tiraram porque lá ninguém aceita essas coisas... só a gente. Liguei na CBF, conversei com o diretor de financeiro lá, falou “bicho, é vocês aí que resolvem”. Vocês vão ver muita história ainda sobre isso. Isso não vai ser só eu que vou falar. Eu tenho coragem de falar pq eu não vivo de futebol, futebol pra mim é de brincadeira, eu faço pq eu gosto. Se eu vivesse lá, eu ia ser igual eles, ficar na mão dele (diretor da fundesporte), pq todos os clubes aí devem pra ele, então ele faz o que quer. Quem não deve acho que é o CENE, a Portuguesa, o Operário. Um cara q pode falar muito é o Toni Vieira. Esse vai te falar um mt de coisa que vc precisa saber sobre o Morenão também. Acho que agora ele tá na sede do Operário na Julio de Castilho. Day: seu pai falava alguma história sobre a construção do morenão? Tipo acidente com operários ou alguma coisa do tipo.
27 Marino: então, não pq eu era mt pequeno. Eu fui lá umas duas ou três vezes a noite andar de caminhão. Ai até uma meia-noite eu ficava lá, mas ele nunca falou. Até pq ele foi um cara que ficava mais fora do que dentro de casa por causa do trabalho. Eu acho que meu pai nem nunca assistiu um jogo no Morenão. Tem um sindicato aí, que é o SinderSul, lá tem umas pessoas que trabalharam no morenão. Inclusive não sei se é o financeiro ou o presidente de lá que trabalhou na construção. A época dos jogos que eu ia, eu comecei a ir lá por 76, eu tinha acho que 12 anos. Aí tinha um cidadão que trabalhava no Dersul e ficava de caminhão, de caçamba. Ele morava pertinho de casa, aí eu olhava, não tinha ninguém em casa, corria e subia na caçamba e ia lá assistir jogo. Dps que “esse aí” entrou na federação começou a ir só pra baixo o futebol. Day: vc acha que a atual administração do Morenão também tem relação com isso? Marino: não, creio que não. Pelo menos pra mim, o seu Jair, sempre que eu precisei ele me “cedeu” o Morenão (alugou) e ele nunca fez nenhuma restrição lá. - época do maravieski era mais lotado... É que na época não eram outros que estavam na Federação, eram outras pessoas com outras cabeças, que queriam levar o futebol a sério mesmo. Hoje aqui o negócio virou financeiro. - “os caras são desqualificados”. Ali não tem ninguém que saiba nada. Se souber de alguma coisa, é o tal do Cezário. Enquanto o futebol daqui estiver na mão desses, nós não vamos pra lugar nenhum. Ninguém vai subir e ninguém vai descer. - mostrou foto do jogo da portuguesa, estádio “vazio”, com aproximadamente 100 pessoas.
28 Entrevista com José Francisco: Eu: Como o estádio foi construído tão rápido? Prof.: O estádio quem projetou foi a ETALP, escritório técnico Arthur Luiz Pitta, na época o Pitta era um dos maiores escritórios de projetos estruturais de SP . O Pedrossian havia criado lá em Cuiabá a UFMT e criou aqui a UEMT. Lá criou também o estádio Verdão e aqui o Morenão. É que a técnica de construção do estádio, o estádio em geral tem uma técnica, pelo menos os antigos, muito simples. O estádio, se você olhar, são os pórticos, de concreto puro. Concretou, tá pronto, não tem acabamento, não tem azulejo, pintura, etc, então por isso que faz rapidamente. A fundação eles fizeram de tubulão, são buracos, poços a céu aberto. E o estádio é em módulo, tem várias juntas de dilatação, então o pessoal fazia uma parte, ao mesmo tempo o pessoal podia fazer a outra parte, independente, então várias equipes iam fazendo o estádio, até que aquilo fechava. Hoje os estádios modernos são mais completos de se fazer. A parte de acabamento é maior, por questão de vestiário, segurança, acessibilidade, essas questões que antigamente não se pensava muito. Se olhar o Morenão, ele não tem acessibilidade. Eu: hoje em dia as reformas dos estádios demoram mais do que a construção do morenão durou. Prof.: Justamente, a reforma do estádio é mais difícil de fazer. O ideal hoje é pegar outro local e fazer outro estádio, é mais barato do que você derrubar um estádio e reformar. Eu não sei até hoje pq os estádios brasileiros foram todos derrubados, mas enfim, é mais caro e mais demorado. Processo de demolição, retirada de entulho, reforço de fundação que as vezes tem que ter. As estruturas de cobertura hoje são mais simples do que eram essas de concreto, já partiram para a metálica, estrutura tracionada. São concepções diferentes. Vc tá preocupada como uma obra antiga saiu tão rápido. Mas é que a tecnologia antiga também era boa. Hoje mudou um pouquinho, mas era boa. As tecnologias foram evoluindo, mas as complexidades das obras também evoluíram. Eu: a respeito do projeto que seria feito para a Copa
29 Prof: Existiu um projeto de reforma. A Prefeitura Municipal de Campo Grande, com a arquiteta Zuleide Higa, ela fez todo um projeto, demos uma assessoria rápida lá. Foi um projeto arquitetônico basicamente. O projeto dela ficou bem bom. O projeto é complicado porque tem muitas exigências. A questão de acessibilidade, a ideia é assim, o cadeirante tem que chegar no estádio, tem que ir até o seu assento, sem ajuda, sozinho, dali ele tem que sair, sozinho, ir ao sanitário, voltar, sem ajuda de ninguém. Isso que é a parte mais complicada, ela fez tudo, por isso que vai encarecendo. Eu: tem alguma coisa pra cair no estádio? Prof: Não! Ele teve um risco em 72, quando caiu a marquise, aí refizeram e tal. Aí radiografaram o estádio inteirinho e não tinha mais nada. O estádio deu dois problemas em termos estruturais, não de uso. Um a impermeabilização em cima, que a marquise é toda impermeabilizada. Tava uma porcaria. Com isso, as partes de baixo da marquise tem umas partes rebocadas, tava com risco de cair o reboco. Isso eu falei pro Reitor que era o Peró, o Peró interditou o estádio uma época, liberou só a parte da arquibancada descoberta. Até que foram lá, refizeram a impermeabilização e acabou o problema. Outro problema que tem, mas é uma coisa bem longe ainda, do lado de lá (lado do estacionamento), a base dos pilares estava sendo atacada, agora parou. Por causa da uréia, urina mesmo. Ureia ataca o concreto e ataca o aço. O pessoal saia dos jogos, ia lá e urinava. Mas só na parte de lá. Se reparar tem uns descascados nos pés dos pilares, mas que não é relevante. Mas risco de cair não tem absolutamente nenhum. O estádio está velho, essa é uma verdade, ele tem que ser reformado em termos da utilidade dele, mas em termos de risco do usuário, não tem nenhum. EU: e por que a queda da marquise ocorreu? Prof: (explicação do papel!!) “quando se coloca o concreto mais o aço, se chama concreto armado”. “O estádio a grosso modo tem a marquise, a arquibancada, as vigas, os pilares, os pórticos, fundação. Como é que isso aqui –marquise- tende a cair? Para baixo. Esse material aqui chama concreto. O concreto é muito bom para compressão e péssimo para tração, por isso que colocam uma armadura, a
30 ferragem, bem na parte tracionada. Ao mesmo tempo que a parte de cima está sendo tracionada, a parte de baixo está sendo comprimida. Na execução, essa armadura que tinha que estar na parte tracionada. Quando se coloca concreto mais aço, isso aqui chama concreto armado. Na execução, essa armadura que tinha que estar na parte superior, isso o pessoal chama de armadura negativa, feita para combater o chamado ‘momento negativo’, ou seja, momento em que traciona em cima e comprime embaixo. Isso aqui os peão pisa em cima, andando na obra, no momento da concretagem essa armadura fez isso ‘ deformou e veio pra baixo. Ou seja, isso aqui não existiu onde deveria estar. Tanto que só caiu a parte da ponta. Deu tração aqui, não tinha armadura, essa parte ruiu. Porque a armadura ficou na parte inferior. Ela estava na parte de compressão, onde não era necessário armadura, por isso que caiu. São erros. Antes da concretagem isso deveria ser verificado. Mas são aqueles erros por causa da pressa da obra, que acaba passando.
31 Entrevista com Carlos China: Eu: explicação sobre o trabalho China: Então vcs queriam saber algumas coisas pitorescas, técnicas a respeito disso, né. Eu sou arquiteto e o que eu sei a respeito do estádio também não é muita coisa, teríamos que fazer uma pesquisa um pouco mais minuciosa. – cópias das plantas – Eu estou aqui na universidade desde 1985, estou aqui há 28 anos, e nesses 28 anos eu comecei a trabalhar, salvo erro, no portão 18 do Morenão. Na época, a Coordenadoria de Projetos e Obras funcionava por ali. Ao lado disso aqui era a gerência de recursos humanos. Bem, o meu primeiro contato com o estádio foi aqui, quando eu comecei a trabalhar na universidade, e realmente eu achei o estádio, na minha óptica, bonito pra caramba, achei bonito, a estrutura é bonita, é uma estrutura bem agradável, apesar de vc estar aqui perto e ver aqueles ‘pilarzões’, é uma coisa bonita... o concreto em si é bonito. Para a época, nos retratando a época que isso foi idealizado, no final da década de 60, 1967/1968. Nós temos umas plantas bem antigas aqui, que na época era UEMT, e todos os projetos eram feito na capital da época, em Cuiabá. E nós temos esses desenhos aqui, antigos, estão se esfarelando. -Isso nós até tínhamos falado há alguns anos que seria bom escannear, para você resguardar a memória, que é importante, não só para a universidade, mas para a cidade e para a sociedade. A universidade, com o estádio, ela abraça a comunidade em torno dela. Não só em torno dela, Campo Grande e fora. Se a seleção brasileira joga aqui, um grande evento, aí vem o pessoal de Dourados, Três Lagoas, do Norte, do Sul, de tudo quanto é lugar.Bem, então esses desenhos deveriam ter um cuidado maior. O que é que aconteceu, quando a gnt começou a trabalhar ali, tinha o GRH e a imprensa universitária aqui, e uma marcenaria que também funcionava ali. E a universidade vai crescendo, e por falta de espaço, por falta de investimento, não investimento dos nossos gestores, mas na década de 70, vivenciamos a crise do combustível, dps a hiperinflação, na década de 80.. então a falta de crescimento na universidade, pq os gestores não conseguiam as verbas, o próprio crescimento fez com que houvesse uma demanda de ocupação dos espaços do morenão. E isso a gente vem vivenciando até hoje.
32 Eu voltei lá agora, depois de 20 anos e o arquivo morto funciona ainda nesse setor onde era a engenharia ... O estádio, em si, está sendo ocupado por atividades que a universidade necessita. Do MEU ponto de vista, essa estrutura foi ocupada não com o objetivo que deveria ter sido. Eu, como arquiteto, ocuparia esse estádio com atividades voltadas para a comunidade. Assim como os sambódromos do Rio e SP, o samba é uma vez por ano lá, mas durante o ano funcionam escolas. E nós? Eu: Das vezes que vimos, tem vários órgãos da universidade lá, mas para a comunidade, apenas uma sala de canto e uma de dança. China: Ah, teve um projeto muito legal que funcionou ali, que era o cursinho Morenão, que era um projeto legal. Mas as vezes o próprio gestor está com uma vontade de utilizar melhor isso e acaba não utilizando em função de certas imposições. Hoje eu vejo isso ocupado com várias partes administrativas. Eu gosto de fazer um parâmetro que é entre o uso do estádio pela universidade e o atendimento à comunidade. O estádio teve as festas, shows, etc. Esses foram alguns usos do morenão. Com o advento da copa no Brasil, campo grande foi uma candidata a cidade-sede. Não vingou. Eu não tive contato com o projeto mas escutei falar muito bem. Mas, acima de tudo, para a arquitetura, qualquer coisa assim desse porte, você não tem um jogo que vá lotar 40 mil lugares diariamente. Então a coisa tem que ser reversível, você lota o estádio num evento e durante os outros dias, vc tem alguma coisa para ofertar para a comunidade. Essa é a minha ideia sobre o estádio. -mostrando cópias dos desenhosEu: A universidade teve alguma ligação com o projeto da construção? China: Isso deve ter sido concebido em 1967. E o projeto que eu tenho ali data de 68. Em cargo do departamento de obras públicas de Mato Grosso. Então tudo era feito em Mato Grosso. Um fato interessante, em arquitetura desportiva, que se fazia um complexo poliesportivo, um estádio grande e um estádio pequeno (maracanã e Maracanãzinho, mineirão e mineirinho, morenão e moreninho) e o nosso não fugiu a essa regra. Aparece esse nome Ribeiro Franco construções. – envolvimento do Niemeyer nas construções da UFMS.
33 Fora isso, nós reproduzimos esses desenhos, agora na parte digital para preservar a parte histórica. Então é por isso que esse desenho é relativamente novo. “Isso é uma poesia de concreto armado”, é muito bonito. A coisa é muito apaixonante quando a gente fala de arquitetura, pq arquitetura é essa abrangência toda (falando sobre o ‘universo’ universitário em si). Eu: Como uma obra grande como essa (considerando a época e o tamanho da universidade em 70) afeta a cidade? China: Nós interferimos em tudo, uma coisa monstruosa que era o estádio, num local que a cidade era deserta. Não tinha nada aqui, era tudo mato. Toda cidade começa a funcionar, geralmente, em beira de rio, o miolo, ali onde a cidade começa a se desenvolver. Campo Grande foi no centro ali dos rios, dos córregos, e em função da linha férrea, do traçado ferroviário. Alguém teve a visão (acho que tinha dois locais para implantar a universidade, falaram com o Pedrossian se ia implantar a cidade universitária aqui onde está hoje ou lá onde é a UCDB). Com a implantação dessa obra gigantesca, do estádio, depois
os
blocos
embrionários,
do
CCBS,
CCHS,
CCET,
começou
pequenininho. A nossa reserva é uma reserva plantada, não é uma reserva natural! Tudo aqui era um brejo, que dá pra ver ali onde ficam as quadras cobertas, pode ver que ali era um brejo. E, construído isso, começa a haver um êxodo, a população começa a se deslocar para em torno da universidade. Isso atrai a população e a cidade cresce! E a gente espera que com isso, venham benefícios pro entorno, pra comunidade. Segurança, saúde, diversão, lazer... Eu te falo que isso é uma verdade, porque, em Paranaíba, nós fomos escolher o terreno para as obras da universidade, e foi escolhido na saída para minas. Eu passei lá uns meses atrás e está lotado de casa! Não tinha nada e agora está lotado de casas. Nova Andradina, Coxim. A cidade cresceu o entorno da universidade. Todo o impacto que te traz um empreendimento desses, um empreendimento educacional, obrigação do governo, educação gratuita, etc, ele está ofertando para a sociedade educação, equipamentos esportivos, culturais, teatro (glauce rocha), etc etc, e a cidade começa a se aglutinar ordenadamente em volta disso. Aconteceu isso aqui e aconteceu nos campi do interior, então isso é uma coisa boa. É óbvio que sempre tem algumas coisas negativas.
34 Eu: Teve algum projeto daqui de reforma ou reestruturação do estádio? China: Se ouve algum projeto de reestruturação aqui da nossa coordenadoria (CPO)? Bom, daqui não teve. Cabe ao reitor, etc, se propor a fazer. Talvez alguma coisa de iniciativa de projeto de revigoração do Morenão possa ter partido do curso de arquitetura, que é uma área que você tem que propor, não fica só na parte fictícia. Se bem que hoje não é só revitalização. Temos que ter um cuidado muito grande quando a gente fala em público, não são 10, 20 pessoas. E isso não é só pelo ocorrido na boate Kiss, não é só fogo, você hoje tem uma série de exigências de mobilidade, acessibilidade e SEGURANÇA. Eu: o estádio tem alguma peculiaridade, comparado a outros? China: Ele é um estádio universitário, compreende a pista de atletismo, então ele atende ao curso de educação física. Eu to até pensando, como é que um cadeirante, como um estudante paraplégico ou um aluno que use muletas, ele consegue chegar aqui dentro numa boa? (dentro do estádio). Então esse estádio, um estádio para ser completo tem que atender a isso. E aí entra a crítica, mas é crítica construtiva. Eu: e algum problema que tenha no estádio? China: O problema que eu ia te falar era esse que vc já falou com o prof. De civil né, da queda da marquise. Nós temos também um problema de ecologia, dos morcegos, das juntas. Eu sei que ali tinha morcego e abelha. Quando a gente trabalhava ali tinha até abelha. Abelha vc chama o corpo de bombeiros e consegue resolver, mas morcego é crime ambiental vc matar. É que tem anos e anos que nós (CPO) não fazemos nada a respeito do estádio. Eu sei que pra ter jogos oficiais, laudos de vistoria, laudos de corpo de bombeiros, etc etc e tem que ter sempre um profissional responsável por isso. Hoje nós (CPO) só fazemos projetos de obras novas. Tem uma equipe só de manutenção. Pró-reitoria de infraestrutura. - A fazenda escola, antigamente, produzia e fazia um feirão aqui (no morenão). Uma utilização voltada para a inclusão da sociedade é importante para você não ficar com um gigante adormecido.
35 Entrevista com Jair Sartorelo: Jair: O Moreninho foi construído em 1974, pouco tempo depois do Morenão, e era para atender ao curso de educação física. Foi construído com verba federal – moreninho, quadras cobertas (na época descobertas). “Ginásio Coronel Eric Tinoco Marques”, que na época foi quem conseguiu o dinheiro. Pista de atletismo atende ao curso de educação física, à comunidade em geral, aos projetos de extensão e normalmente os concursos da Prefeitura e do Estado são feitos aqui. Antigamente tinha competições de atletismo aqui, mas a Prefeitura construiu uma outra pista na Vila Nasser, então a Federação de Atletismo mudou-se para a Vila Nasser, porque a federação não pode ficar aqui no estádio. Pró-reitoria de Infraestrutura – responsável por todas as obras do campus. O valor do aluguel do estádio para jogos de futebol é fixo, instituído pelo Conselho Diretor no ano de 2009. Sem uso de refletores R$1.100 Com uso de refletores em sáb. dom. e feriados R$1.500, em dias úteis R$2.500, porque o valor da energia é diferenciado Isso para jogos do campeonato estadual. Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro são R$9.000, independente de uso de refletor ou não. O valor do aluguel é recolhido pelo que a gente chama de Guia de Recolhimento da União. Eles pagam no Banco do Brasil. E esse dinheiro entra no Tesouro Nacional. Esse dinheiro fica como recurso próprio da universidade, ele não fica exclusivamente para o Morenão. – Fica para a Pró-reitoria de Planejamentos (PROPLAN). A Universidade não tem participação nenhuma na bilheteria nem na exploração do bar. Serviços à comunidade: Sala de dança (Cia Unidança), Coral, Escola de Conselhos e os Laboratórios de Pesquisa.
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9 - ANEXOS