Sobre Elas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE ARTES, LETRAS E COMUNICAÇÃO CURSO DE JORNALISMO

REVISTA “SOBRE ELAS”

GABRIELA SANTOS GOMES DE CASTRO JULIANA CRISTINA SANTOS CARMO

Campo Grande AGOSTO /2017


REVISTA “SOBRE ELAS” GABRIELA SANTOS GOMES DE CASTRO JULIANA CRISTINA SANTOS CARMO

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientadora: Prof. Drª Rose Mara Pinheiro.

UFMS Campo Grande AGOSTO - 2017


SUMÁRIO Resumo

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Introdução

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1. Atividades desenvolvidas 1.1 Execução

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1.1.1 O projeto

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1.1.2 Projeto Editorial

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1.1.3 Projeto Gráfico

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1.2 Dificuldades encontradas

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1.3 Objetivos alcançados

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2. Suportes teóricos adotados

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2.1 A origem das Revistas

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2.2 A Revista Feminina

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2.3 A mulher e sua representação nas Revistas Femininas

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2.4 O Feminismo

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Considerações finais

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Referências

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Apêndice

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RESUMO A revista Sobre Elas é um produto jornalístico destinado ao público feminino interessado em assuntos de empoderamento e na busca pelos direitos das mulheres na sociedade. O objetivo da revista é oferecer ao público sul-mato-grossense um veículo que interaja com as mulheres a partir de uma leitura regional, baseada na realidade do feminismo no Estado. Por meio de entrevistas, obtivemos os seguintes conteúdos: feminismo, transexualidade, mães solos, direitos da mulher, violência doméstica, editorial de fotos, perfil de uma jovem feminista, coluna sobre superação, mulheres no empreendedorismo, no esporte e na engenharia. Escolhemos o formato revista devido à nossa identificação com o veículo de mídia e o tema correspondente à nossa vivência como mulheres e feministas.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Comunicação 2. Jornalismo de Revista 3. Revista Feminina 4. Feminismo 5. Mulher


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INTRODUÇÃO O Projeto Experimental da Revista Sobre Elas busca desenvolver matérias informativas e educativas, unindo conhecimento de mulheres que, apesar do preconceito, machismo, dificuldades do dia a dia, persistiram e conquistaram seu lugar na sociedade. A escolha do tema voltado às mulheres se deu, principalmente, pela falta de valorização das diversas características e capacidades do sexo feminino, além da baixa exploração do assunto pelos veículos de mídia em Campo Grande/MS, como a Revista Ímpar e Revista AL.SO que exploram padrões de beleza, elegância e glamour, tendo muitas vezes como capa mulheres de alto padrão, e a Revista Mood Conceito voltada para decoração, viagem, moda, cuidados com a beleza e o corpo. O objetivo da nossa revista é abordar temas que diferem dos exemplos citados assim, como empoderamento feminino, mulher no mercado de trabalho, relatos de mães solos, transexualidade, direitos da mulher etc. O formato revista juntamente com o gênero reportagem informativa permite um texto aprofundado e constituído a partir de entrevistas focadas na valorização das conquistas pessoais das mulheres de Mato Grosso do Sul e também do seu espaço na sociedade. Segundo Marília Scalzo (2011), revista é um encontro entre editor e leitor, um contato que une um grupo de pessoas e, nesse sentido, ajuda a compor a personalidade, isto é, estabelece identificações, dando a sensação de pertencer a um determinado grupo. Atualmente,

as

representações

femininas

não

mudaram

totalmente

seu

posicionamento. Poucas revistas veem a mulher de forma empoderada, forte e inteligente, como é o caso da Revista TPM, a qual nos motivou a abordar este tema em nosso projeto de conclusão de curso. Criada em maio de 2001, a Revista TPM (Trip para Mulher) tem como tema a vivência da mulher contemporânea no mundo real. Seu conteúdo é focado em contar


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histórias de forma original e fazer com que as leitoras busquem pensar e interagir com o mundo. Sua periodicidade é mensal, constituída por 11 edições anuais. A importância de estudar e abordar esse tema é devido a sociedade ter a necessidade de valorizar e respeitar os direitos das mulheres. Sem dúvida, se são tempos de discussão sobre a opressão, também são tempos de discussão sobre a emancipação. Com a produção da Revista Sobre Elas, contextualizamos para as leitoras o que é o feminismo, para que serve e a importância que existe por trás dessa palavra que para muitas (os) é utópica.


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1.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante o período de desenvolvimento do trabalho, foram realizadas as

seguintes atividades: a) Criação e definição do tema do produto; b) Pesquisas bibliográficas e leituras referentes ao tema; c) Estruturação e redação do projeto; d) Reuniões de acompanhamento com a orientadora; e) Análise exploratória e quantitativa a partir de um formulário para verificação de quais assuntos as mulheres de Campo Grande buscam em uma Revista Impressa e onde leem (Apêndice 1); f) Definição e elaboração das pautas (Apêndice 3); g) Busca e definição das fontes; h) Definição do profissional Samuel Nogueira como planejador gráfico; i) Definição das ilustradoras Ana Carolina Sandim e Raquel Vitorelo que compõem a revista; j) Definição da profissional Meryelle de Oliveira fotógrafa do editorial Empodere-se k) Entrevistas com as fontes; l) Decupagem das entrevistas; m) Montagem das matérias em editorias; n) Hospedagem do arquivo na plataforma Issuu (issuu.com/revistasobreelas); o) Conclusão e impressão do projeto final.

1.1 Execução: A iniciativa da criação de uma revista impressa feminina surgiu a partir de leituras de publicações já existentes com temas considerados por nós, autoras do projeto, como fúteis. A ideia voltada para o empoderamento da mulher tem como objetivo ampliar a visão das leitoras de Campo Grande/MS, empoderando-as. Com a definição do tema e a escolha do veículo, iniciamos uma pesquisa quantitativa (apêndice 1) para melhor compreender a visão das leitoras de revistas da


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capital. A pesquisa foi feita por meio do Google Docs com perguntas baseadas em temas populares nas revistas brasileiras. O questionário era composto de três perguntas - duas de múltipla escolha e uma dissertativa - para entender qual o maior interesse e procura desse público em uma revista. As entrevistadas tinham entre 18 a 30 anos e a pesquisa foi divulgada em grupos da capital na rede social Facebook. Foram 47 respostas e, nas duas primeiras, 56% afirmaram que procuram aprender algo novo com a leitura de uma revista e 26% procuram temas voltados para a moda. Já a terceira pergunta dissertativa, apenas 18 das entrevistadas responderam o que mais sentem falta nas revistas femininas e, em sua maioria, questionaram a falta de representatividade das mulheres e a diversidade da beleza feminina. Em seguida, as autoras fizeram pesquisas bibliográficas e leitura de livros sobre conteúdos de empoderamento feminino, história do feminismo, importância do feminismo, opiniões e a trajetória até os tempos atuais. Organizaram a execução do projeto em editorias, foram feitas as pautas, escolha das fontes, contato com algumas delas, e as primeiras entrevistas e fotos. O contato com as fontes foi por meio de entrevistas presenciais e por e-mail. As fontes escolhidas foram desde mulheres em altos cargos na sociedade até mulheres de outras esferas sociais. A intenção é que as leitoras se sintam incluídas em cada matéria lida, a partir de vivência, opiniões de especialistas, histórias, fatos históricos, aumentando o conhecimento e tornando o assunto interessante. Para a produção gráfica da revista foi escolhido o designer gráfico Samuel Nogueira, da Agência Resultado, que atuou juntamente com as autoras para que o projeto coincida com as ideias propostas.

1.1.1 O projeto Ao longo da história, vê-se, nas páginas das revistas, a representação de uma mulher, supostamente, bela e ideal. A mídia reitera, até hoje, padrões de beleza inalcançáveis, que influenciam o cotidiano e a autoestima feminina. Por esse motivo, a


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revista Sobre Elas busca um contraponto sobre a imagem feminina representada pelas revistas, procurando a essência e a verdade sobre as mulheres. A revista Sobre Elas tem o interesse de mostrar aos leitores, principalmente feminino, a importância do empoderamento da mulher, com relatos de mulheres que batalham para mostrar onde querem estar na sociedade, além de entrevistas com especialistas e líderes de organizações para exemplificar o movimento feminista. Escolhemos fazê-la impressa justamente pelo fato de no Estado não termos grande variedade dessa mídia, e as publicações existentes, como as da Revista Ímpar, Revista Mood Conceito, Revista AL.SO, não são voltadas ao tema em questão. O estímulo é de preencher essa lacuna não explorada pela imprensa local, além da liberdade em desenvolver pautas com maior aprofundamento, devido a sua periodicidade que será semestral. O objetivo da elaboração da revista é fugir do comum, onde normalmente as revistas femininas mostram conteúdos sobre como cozinhar, agradar o companheiro, boa forma etc. A intenção é conscientizar as leitoras a serem felizes por suas próprias escolhas. “As mulheres começam a falar a partir de sua própria condição de mulher, condição esta que é constituída a partir do reconhecimento da opressão, do reconhecimento da história pessoal e coletiva de interesses e lutas próprias” (PINTO, 1994, p. 195).

1.1.2 Projeto Editorial A Revista Sobre Elas tem como público-alvo mulheres residentes em Mato Grosso do Sul na faixa etária entre 18 e 30 anos. O projeto editorial tem como proposta produzir uma revista com conteúdo jornalístico voltado para o público feminino e feminista de Mato Grosso do Sul. As editorias fixas são: Especialista responde - em cada edição da revista, traremos uma especialista diferente que trate de assuntos femininos (ginecologistas, psicólogas, advogadas etc.); Perfil – trará o perfil de uma mulher que tenha vivido


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situações problemáticas causadas pelo machismo, sendo em cada edição, um perfil diferente; Artigo - em cada edição uma mulher contará sua história de vida; Editorial de fotos Empodere-se – em cada edição traremos uma fotógrafa diferente e seu trabalho voltado para o empoderamento feminino; Sem Tabu – em cada edição haverá temas considerados polêmicos e poucos discutidos. As outras editorias irão mudar em cada edição e não há padrão de assuntos, apenas que serão sempre voltados ao universo feminino. Para a primeira edição, traremos pautas como: “Feminismo em pauta”, “Arbitrando o machismo - mulheres que trabalham como árbitras de esportes em geral”, “Mulheres empreendedoras”, “Desconstruindo preconceitos – Mulheres na engenharia” e “Da joia a corrente – mães solos”, entre outras. Foi produzida uma revista com 52 páginas com as seguintes editorias: - Editorial (1/2 página); - Quem somos (1/2 página); - Índice (1 página); - Mulheres no Esporte (4 páginas); - Mulheres Empreendedoras (6 páginas); - Especialista Responde (4 páginas); - Mulheres na Engenharia (4 páginas); - Artigo (2 páginas); - Editorial Empodere-se (11 páginas); - Mães Solos (4 páginas); - Feminismo (5 páginas); - Perfil (3 páginas); - Sem Tabu (7 páginas).


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1.1.3 Projeto Gráfico A revista “Sobre Elas” conta com 52 páginas, sendo nove matérias detalhadas e aprofundadas e um editorial fotográfico, além das ilustrações e fotos que compõem a edição da revista, nas matérias de acordo com os temas. Além de impressa, a publicação também está disponível on-line, no site issuu.com/revistasobreelas (ver apêndices 2A e 2B). A proposta gráfica é de responsabilidade do profissional de planejamento gráfico Samuel Nogueira, da Agência Resultado. O tamanho foi trabalhado em 210x280 e a fonte de texto predominantemente usada foi Neo Sans Pro, tendo tamanho variado. A paleta de cores da identidade visual da Revista está no apêndice 2C. Cada matéria possui fontes e cores diferentes em seu título. O logotipo da revista é despojado e bem feminino, sendo em dois tons: Rosa e Branco/P&B (ver apêndices 2D e 2E) A impressão da capa e contracapa da revista foi feita com papel Couchê 300g e as páginas de dentro em papel Couchê 70g.

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Dificuldades encontradas As dificuldades deste trabalho foram, principalmente, o curto prazo para a

realização das entrevistas, dificultando assim o agendamento com as fontes já que elas pediam prazos maiores do que tínhamos; fotografar as entrevistadas da maneira que queríamos, também foi uma grande dificuldade, devido à falta de tempo; houve mudanças nas fontes, no foco de algumas matérias e títulos, conforme íamos montando as editorias.

1.3

Objetivos Alcançados O principal objetivo concretizado, além de elaborar uma revista jornalística que

conscientizasse, informasse e valorizasse as mulheres de Mato Grosso do Sul, evidenciando o empoderamento feminino, foi conhecer e aprender com nossas entrevistadas a partir de seus relatos de lutas e conquistas para conseguir seu espaço na sociedade, nos dando a oportunidade de repassar esses conhecimentos à outras


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mulheres por meio deste projeto.


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2. SUPORTE TEÓRICOS ADOTADOS 2.1 A origem das Revistas

A revista é um formato dinâmico e versátil de mídia impressa. Atrair seus leitores devido a sua linguagem mais informal, permite a elaboração de diversos estilos de textos e apresenta uma estética exclusiva em que o texto e a arte são concomitantes. Seu diferencial está na estrutura, não é um livro e também não é um catálogo. Contém diversas informações específicas para o público-alvo, mesmo compactadas. “O jornalismo de revista contempla um leque amplo de temas. Por se tratar de um discurso marcado pela segmentação, e uma vez que a segmentação também se dá a partir dos objetos de interesses, as revistas trabalham com feixes de temáticas” (BENETTI, 2013, p. 52). As revistas, de acordo com Fátima Ali (2009, p.308), surgiram no século 17, durante o Iluminismo, publicadas por academias e sociedades científicas. A primeira publicação nesse formato, ainda de acordo com a autora, era alemã e foi veiculada em 1663 com o nome de Erbauliche Monaths Unterredungen (Edificantes Discussões Mensais). Fátima Ali (p.312) diz que as publicações das revistas tinham vida curta e a produção era complicada; o sistema de distribuição, primitivo; e as dificuldades financeiras, enormes. Um número maior de pessoas passou a ter acesso a esse universo editorial, só a partir de 1800, quando surgiu a primeira revista brasileira, chamada Correio Braziliense. O maior sucesso editorial brasileiro foi a revista O Cruzeiro, que surgiu em 1928. A revista, afirma Scalzo (2006), criou uma nova linguagem na imprensa nacional, por meio de publicações de grandes reportagens, com foco especial ao fotojornalismo. A revista semanal Veja foi criada em 1968, três meses depois do Ato Institucional número 5. “Isso significou censura durante 10 longos anos, apreensão de duas edições,


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corte de toda e qualquer verba de publicidade do governo e de suas empresas estatais (ALI, 2009, p.373). Com o surgimento da internet e seu avanço tecnológico, muitos temiam o fim das mídias impressas (revistas e jornais). Apesar da facilidade de veiculação das informações no século 21, “a história mostra que uma tecnologia pode substituir a outra, mas com os meios isso não acontece necessariamente. O que ocorre são ajustes e correções de rota”, afirma Scalzo (2006, p.51). De acordo com Scalzo (2006), a revista, além de ser um veículo de comunicação, produto, negócio, marca, objeto, conjunto de serviços, mistura de jornalismo com entretenimento, é também baseada numa confiança com o leitor, em aspectos como confiança, credibilidade, expectativas, idealizações, erro, pedidos de desculpas, acertos, elogios, brigas e reconciliações. Já para Ali (2009, p.18), a revista é um meio de comunicação com algumas vantagens sobre os outros: é portátil e oferece grande quantidade de informação por um custo pequeno. Mesmo que as referências tenham apresentado diferença quanto à definição do conceito de revista, as duas confirmam a importância desse meio de comunicação na vida de quem o usa, além de aproximar grupos de pessoas que se interessam por um assunto específico, o que gera responsabilidade pela criação de identidade social do sujeito que a lê. “A revista dá a sensação de pertencer a um determinado grupo”, Scalzo (2006).

2.2 A Revista Feminina Em 1693, a primeira revista feminina foi a The Ladies’ Mercury (O Mercúrio das Damas). Ali (2009) conta que a revista foi impressa em duas páginas e nelas haviam conselhos sentimentais em resposta às cartas que as leitoras enviaram, relatando suas desilusões amorosas. Apesar desse meio de comunicação só crescer, na época, as revistas ainda não alcançavam as grandes massas.


15 A revista The Ladies’ Mercury, conforme Ali (2009, p.317), era totalmente produzida na Inglaterra e por um brasileiro exilado pelo governo português, chamado José Hipólito da Costa. Além disso, Ali afirma que o foco da revista era político, tratava de assuntos comerciais, administrativos e a publicação era contra a escravidão e defensora da liberdade de imprensa. O conteúdo das revistas femininas, até a virada do século XX, era produzido por homens, desde conselhos culinários a novidades da moda e pequenas notícias. Em 1741, as mulheres conseguiram entrar para o meio a partir da escritora Eliza Fowler Haywood, com a revista inglesa chamada The Female Spectator (A Observadora). “Tratava-se de uma coleção de ensaios originados das cartas das leitoras, que escreviam contando seus problemas pessoais e reclamando das restrições que a sociedade patriarcal impunha às mulheres” (ALI, 2009, p. 314). A mulher era associada cotidianamente a boas maneiras, moda e cultura, características consideradas pela sociedade como referentes ao universo feminino. Fátima Ali (2009, p.319) conta que em 1827, no Rio de Janeiro, surgiu a primeira revista feminina, chamada O Espelho Diamantino, definida como uma revista de “política, literatura, bellas-artes, theatro e moda dedicada às Senhoras brasileiras”. Como resultado da aparição das revistas de fotonovelas nos anos 50, as mulheres passaram a ser consideradas consumidoras pelo mercado, de acordo com Scalzo (2006). Nove anos depois, com moldes de roupas encartados, a primeira revista de moda no Brasil, Manequim, foi criada. “As revistas femininas dos anos 50 divulgaram um modelo que preconizava para as mulheres o casamento, a maternidade e os afazeres domésticos como destino natural e inexorável” (DEL PRIORE; BASSANEZI, 2009, p. 611) O padrão de comportamento designado pelas revistas já apontava um modelo de comportamento a ser seguido pelas mulheres. “Essas imagens, mais do que refletir um aparente consenso social sobre a moral e os bons costumes, promoviam os valores de classe, raça e gênero dominantes de sua época”. (DEL PRIORE; BASSANEZI 2009, p. 609)


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A revista Claudia nasceu em 1961, no Brasil, juntamente com a ascensão da indústria de eletrodomésticos e a origem das produções fotográficas de culinária, moda e beleza, afirma Scalzo (2006, p. 34). Dois anos depois, a visão das mulheres para com as revistas passou a ser modificada. A psicóloga e colunista da revista Claudia, Carmen da Silva, escrevia sobre temas pouco falados, como machismo, alienação e solidão. Nos anos 70, o trabalho passou a ser mais presente na vida da população feminina, e as revistas seguiram o mesmo caminho. Um exemplo é a revista Nova, lançada em 1973 no Brasil. “Neste momento, começam a aparecer também revistas que não tratam as mulheres como simples donas de casa e mães, mas como profissionais em busca de realização. Nova e Mais, por exemplo, são dessa época” (SCALZO 2006, p.34) Apesar do escândalo que a revista Nova causou devido a assuntos ligados a sexualidade estamparem suas capas. “Os anunciantes se recusavam a programar seus anúncios, os maridos não permitiam que as mulheres a lessem”, afirma Ali (2009, p. 374). Porém as publicações tiveram sucesso desde a sua primeira edição. Hoje, Marília Scalzo (2006) afirma que as mulheres são representantes da maior parte no mercado de revistas e que, apesar da variedade de temas, da evolução do papel da mulher na sociedade, ainda se vê uma segmentação voltada exclusivamente para assuntos de beleza, família e estética. “Podemos reconhecer ainda hoje, traços dos Anos Dourados em certos costumes e valores que definem, unem ou separam, e até estabelecem hierarquias entre homens e mulheres”, afirmam Del Priore e Bassanezi (2009, p. 637).

2.3 A mulher e sua representação nas Revistas Femininas A representação social das mulheres na mídia é estereotipada como as responsáveis pelas tarefas domésticas, por cuidar dos filhos mesmo que trabalhe fora de casa. Até dois séculos atrás, a mulher vivia sem direitos, reconhecimentos e eram totalmente desacreditadas pelos homens e pela sociedade. “Mulher, mal necessário


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confinado nas atividades sem brilho, ser inferior sistematicamente desvalorizado e desprezado pelos homens: isso desenha o modelo da ‘primeira mulher’” (LIPOVETSKY, 2000, p. 234). De acordo com Buitoni (2009), no decorrer do século 19, nasceram duas direções dentro da imprensa feminina: a progressista, que defendia os direitos das mulheres e o direito à educação e a tradicional, que valorizava as virtudes domésticas e as qualidades “femininas”, classificada por Lipovetsky (2000, p.235) como “esposa-mãe-educadora”, não permitindo a liberdade de ação fora do lar. Na virada do século 20, o retrato da mulher nas revistas ainda era tradicional, como no caso da Revista Feminina, que circulou por 22 anos entre 1914 e 1936, onde resumia-se a mulher aos afazeres domésticos e ao cuidado da família. Segundo Luca (2013), nas publicações “o casamento e a maternidade eram tratados como os pontos culminantes da vida da mulher, razão mesma de sua existência”. Mesmo que a conservação e o recato dos “bons costumes” tenham sido predominantes, a representação do corpo feminino já aparecia de uma forma discreta. O autor Sant’Anna (2013, p. 106) afirma que, “nas revistas mundanas da década de 1900, os traseiros das senhoritas da elite carioca apareciam em tufos, ressaltados por cinturas apertadas”. Na época, os padrões do corpo feminino eram baseados em muitas curvas, diferente dos dias de hoje, onde a magreza é considerada sinônimo de beleza. “Os regimes aconselhados pela imprensa destinavam-se, sobretudo, a ganhar volume corporal. Magreza acentuada era sinônimo de doença e pobreza, assemelhava-se ao raquitismo e à neurastenia” (SANT’ANNA, 2013, p. 106). Em 1950, o comportamento das mulheres era cada vez mais destacado, mesmo que elas estivessem ainda enquadradas nos padrões predefinidos pelas publicações da época, sendo tida como prostituta aquelas que não seguissem as boas condutas. As revistas da época classificavam as jovens em moças de família e moças levianas. Às primeiras, a moral dominante garantia o respeito social, a possibilidade de um casamento-modelo e de uma vida de rainha do lar –


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tudo o que seria negado às levianas. Estas se permitiam ter intimidades físicas com homens; na classificação da moral social estariam entre as moças de família, ou boas moças, e as prostitutas. (BASSANEZI, 2013, p. 610)

Comportamentos fora dos padrões estipulados na época, afastavam as mulheres da possibilidade de um dia casar, já que eram consideradas impuras. De acordo com Bassanezi (2013), as revistas cooperavam com esse estilo de vida e afirmavam que meninas que agissem de maneira contrária, iriam sofrer consequências futuras. Mesmo que a chegada dos anos 50 tenha ajudado as mulheres a avançar no âmbito profissional, o preconceito ainda era predominante e fortemente alimentado pela mídia, que na maioria das situações, não concordava com as conquistas femininas. A maior atenção nas publicações de revistas era voltada para a beleza, com artigos sobre como ter um casamento feliz e sem infidelidade. “Embelezar-se para o marido era uma obrigação da boa esposa e fazia parte da receita para manter o casamento” (BASSANEZI, 2013, p. 628). A década de 60 chegou e junto dela veio a inclusão total das mulheres na sociedade de consumo. O momento de vender artigos sobre eletrodomésticos, beleza e decoração diretamente para as mulheres foi iniciado. “Tudo que vai dentro de uma revista está diretamente ligado ao produto (moda e maquiagem, por exemplo) ” (BUITONI, 2009, p. 104). Mesmo que as mulheres tenham conquistado o direito ao trabalho, não significou mudança na sociedade. Elas ainda eram direcionadas aos interesses tradicionais domésticos e referentes à beleza. A revista Claudia foi criada nessa época, e trazia muitos anúncios de produtos para higiene, beleza, roupas, remédios, móveis, utensílios e eletrodomésticos, de acordo com Luca (2013). Nas últimas décadas do século 20, revistas feitas para a “nova mulher” foram lançadas. Publicações como as revistas Nova e Mais eram voltadas para a mulher preocupada com a carreira profissional e não com a rotina doméstica, além de abordar questões sexuais e domínio sobre o próprio corpo.


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Desvitalização do ideal da mulher do lar, legitimidade dos estudos e do trabalho femininos, direito ao voto, ‘descasamento’, liberdade sexual, controle da procriação: manifestações do acesso das mulheres à inteira disposição de si em todas as esferas da existência, dispositivos que constroem o modelo de ‘terceira mulher’. (LIPOVETSKY 2000, p. 236)

A mulher segura e confiante passou a ser a nova temática de algumas revistas, mas sem deixar de alcançar a mulher do lar e dependente. Porém, o objetivo de discurso continuava sendo o mesmo: agradar os homens e mostrar que os mesmos eram o centro do universo feminino. “Todo esse dispêndio de energia e capital é feito a partir da perspectiva, opinião e gosto masculinos, uma vez que é esse o personagem que comanda todo o enredo” (LUCA, 2013, p. 459). O culto ao corpo toma a frente na vida das mulheres nos anos 90, e passa a ser usado como artigo de compra e venda na sociedade de consumo. Para Buitoni (2009, p. 141), “o corpo assume o posto de elemento essencial na construção da imagem das pessoas”. Com essa mudança nos padrões estéticos e comportamentais, as revistas passam a explorar novos caminhos para chegar ao público alvo. Manequins, atrizes e modelos fotográficas ditam o padrão a ser seguido diariamente. Vidas e corpos passam a fazer parte do imaginário feminino por meio de entrevistas na imprensa, biografias e sites. Não há beleza sem saúde – eis de onde vem o primado da forma, do shape, do fitness. (DEL PRIORE, 2013, p. 244)

A falta de representações dos diversos biotipos físicos femininos na mídia resultam na falta auto identificação das leitoras, pois as revistas possuem padrões estereotipados de mulheres ideais. De acordo com Luca (2013, p. 464), “o pressuposto é a existência de um modelo ideal – aquele que toda a leitora deve perseguir – e que poderia/ deveria ser atingido por qualquer um”. As afirmações banais e impessoais sobre o corpo feminino vindas das publicações das revistas, apresentam-no como matéria moldável, independente das características individuais de cada mulher. A grande maioria dos meios de comunicação segmentados para mulheres continua sugerindo representações, padrões e temas pré-definidos como “coisas de


20 mulher”. “Os temas tradicionais da imprensa feminina resumem-se a meia dúzia de itens: moda, beleza, culinária, decoração, comportamento, celebridades, um conto e etc.” (BUITONI, 2009, p. 25). A busca pela beleza perfeita continua. Não muito diferente dos padrões criados no final do século passado, ainda se idealiza um corpo magro, porém malhado e saudável. De acordo com Del Priore (2013), a indústria cultural ensina às mulheres que cuidar do binômio saúde-beleza é o caminho seguro para a felicidade individual. Quando esse tipo de caracterização limitada acontece, acaba ficando subentendida a impossibilidade da mulher de se interessar por assuntos da atualidade, como política, economia e acontecimentos factuais. “Realmente, tenta-se criar um mundo da mulher para que ela fique só dentro dele e não saia” (BUITONI, 2009, p. 24). Apesar dos grandes avanços no âmbito social, os padrões resistem ao tempo, como é o caso do culto ao corpo. É o que diz Lipovetsky (2000), quando afirma que a mulher moderna ainda se sujeita ao estafante culto à beleza e à magreza. A tendência futura é a própria mulher desconstruir esses velhos paradigmas, diminuindo cada vez mais a desigualdade social dos gêneros e a subjetividade com que é tratada. “Aos antigos poderes mágicos, misteriosos, maléficos atribuídos às mulheres sucedeu o poder de se auto inventar, de projetar e construir um futuro indeterminado” (LIPOVETSKY, 2000, p. 237)

2.4 O Feminismo Em meio às imposições colocadas diante da mulher sobre um modelo ideal de vida, ações e escolhas, o feminismo surge para mudar o conceito de vivência das mulheres na sociedade. A Revista Sobre Elas busca conscientizar suas leitoras a compreender como o movimento as ajudam a alcançarem seus direitos. De acordo com o artigo ‘O movimento feminista: algumas considerações bibliográficas’ de Laís Paula Rodrigues de Oliveira e Latif Antonia Cassab, o feminismo surgiu com a Revolução Francesa (1789 – 1799) e a Revolução Americana (1755-1781),


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com início no cenário das ideias iluministas, reivindicando direitos sociais e políticos, como o direito ao voto, através da mobilização de mulheres de vários países. Durante a Revolução Francesa, um livro publicado por Mary Wollstonecraft, “A Vindication of the Rights of Woman” (1792) (Uma Reivindicação pelos Direitos da Mulher), é um marco porque apresenta a prática da teoria liberal dos direitos intransferível do homem, para lutar pelo direito das mulheres, principalmente de direito à educação, mas também reivindicações aos direitos trabalhistas, maternidade e às expressões na questão social. Ao longo do século XX, ainda de acordo com o artigo, surge uma nova vertente, o Feminino Liberal, que retrata a capacidade das mulheres em manter a sua igualdade através de suas próprias ações e escolhas, liberdade de defesa política e econômica, passou por diversas fases, se fortaleceu e perdeu prestígios na sociedade, mas uma nova fase iniciou promovendo outras conquistas, e ficou conhecido na época por Feminismo Radical. Segundo Kamylla Lemos, o feminismo radical surgiu entre as décadas de 60 e 70 e defende que a maior das opressões que as mulheres sofrem é o patriarcado. Por aceitarem apenas mulheres em seu movimento, muitas vezes são consideradas transfóbicas. O movimento segue um modelo de abolicionismo, onde acreditam que para alcançar a libertação é necessário que algumas coisas sejam destruídas de fato, como, por exemplo, a prostituição. O feminismo negro, de acordo com Lemos, surge no Brasil junto com o movimento negro durante os anos 80. Além das questões de gênero, a mulher negra sofre duas opressões, por ser mulher e por ser negra. O transfeminismo surgi para questões voltadas de pessoas trans (alguém com identidade de gênero diferente de sua função biológica). Por falta de visibilidade e exclusão de alguns movimentos feministas, o transfeminismo criou sua própria organização e estrutura. O feminismo interseccional é um movimento que abrange outros tipos de opressões, como de gênero, raça e classe social. É o movimento mais receptivo com os homens. Mulher, acorda! A força da razão faz-se ouvir em todo o universo: reconhece teus direitos. O poderoso império da natureza já não está limitado por preconceitos, superstições e mentiras. A bandeira da verdade


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dissipou todas as nuvens da parvoíce e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças, precisou recorrer às tuas (forças) para romper seus grilhões. Tornado livre, ele fez-se injusto em relação à sua companheira. (GOUGES, 1791, p. 4)

De acordo com Ana Salvatti Fahs, do site Politize, no período de 1500 a 1822, no Brasil vivia-se uma cultura enraizada de repressão às minorias. As mulheres eram propriedade de seus pais, maridos, irmãos, os chefes da família. Nessa época a luta das mulheres era para o direito à vida política, educação, direito ao divórcio e o acesso ao mercado de trabalho. Conforme Fahs, durante o Império (1822-1889), as mulheres conquistaram o direito à educação. Nísia Floresta foi a fundadora da primeira escola para meninas no Brasil e foi uma grande ativista nas causadas femininas. Algumas mudanças começaram a acontecer no mercado de trabalho durante a greve das costureiras em 1907 e 1917, com influência de imigrante europeus. Uma das reivindicações da paralisação estavam a regularização do trabalho feminino, a jornada de oito horas e a suspensão do trabalho noturno. Em 1917 foi aprovada a resolução de salário igualitário pela Conferência do Conselho Feminino da Organização Internacional do Trabalho e a aceitação de mulheres no serviço público. Segundo Fahs, em 1932, a manifestação do movimento feminista se deu a partir da luta pelo direito ao voto, sendo visível a partir das eleições do mesmo ano no Rio Grande do Norte. No período da luta contra ditadura militar (1964-1985), muitas mulheres participaram ativamente. Na década de 80, ainda de acordo com Fahs, o movimento feminista ganha força juntamente com outros movimentos sociais, como: movimento contra o racismo, influenciado pelas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. Em 1984, o Conselho Nacional da Condição da Mulher foi criado promovendo campanhas para a inclusão dos direitos da mulher na Carta Constitucional. Em 1990, a maior luta era contra a violência doméstica, ganhando maior apoio em 2006 com a criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340), uma importante ferramenta de proteção às mulheres que sofrem


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violência doméstica e familiar. A lei reconhece como violência contra a mulher, a violência física, psicológica, sexual, patrimonial e violência moral. Fahs explica que movimento feminista trouxe uma trajetória com grandes conquistas. Porém, a caminhada continua quando se diz respeito aos direitos da mulher e igualdade de gêneros. O grande desafio atual consiste na superação de uma sociedade antropocêntrica, com o equilíbrio entre homens e mulheres.


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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização da Revista Sobre Elas partiu do interesse mútuo das acadêmicas de adquirir ainda mais conhecimento sobre o papel da mulher na sociedade e o valor do feminismo na vida de cada uma, e assim, poder repassar o aprendizado para tantas outras pessoas. É fato que alguns meios de comunicação, hoje em dia, melhoraram sua visão quanto ao “universo feminino”. Porém, também é fato que ainda existem muitos outros que não valorizam as lutas e conquistas femininas. Nós, como acadêmicas de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo e mulheres, temos como dever, romper essas barreiras através de projetos tão importantes como este, que valoriza e mostra histórias de pessoas que não se deixaram levar por rótulos impostos pela sociedade. As entrevistas nos fizeram obter maior conhecimento sobre o quanto precisamos de “sororidade” entre nós, mulheres. Essa palavra ainda não existe no dicionário. Na prática, ela significa “fraternidade”, solidariedade entre irmãos. É como se a primeira fosse a versão feminina da segunda. O significado dessa - ainda nova - expressão no português dos brasileiros carrega mais do que o entendimento sobre ser solícita e estar atenta ao bem-estar de toda e qualquer menina e mulher. São questões que passam pelo que as pensadoras feministas definem como dimensão ética, política e prática do feminismo contemporâneo. Os temas abordados na revista são reflexos da própria sociedade. O veículo de comunicação escolhido foi justamente para retratar essas histórias de maneira profunda, dando ênfase a cada mulher entrevistada, valorizando seus passos e almejando que as mudanças na sociedade sejam sempre positivas para elas. Durante nossa graduação aprendemos a importância de nos aprofundarmos nos fatos e, principalmente, nos mantermos humanos diante de variadas situações. Nosso projeto nos colocou em prática na profissão, tivemos a oportunidade de ouvir, aprender


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e escrever histórias que deveriam estar com mais evidência na mídia. O jornalismo é isso informar, conscientizar pensando no benefício de outros para que as pessoas, no caso da nossa revista, mulheres, se sintam empoderadas e conscientes de seus direitos. A Revista Sobre Elas nos abriu o leque de nossas capacidades como futuras jornalistas. As entrevistas nos fizeram acreditar que a profissão que escolhemos é a certa e que o jornalismo vai além do que hoje em dia é passado. Elaborar matérias em profundidade faz com que o jornalista se torne o mediador entre pautas importantes e pouco divulgadas na sociedade, dando a oportunidade de gerar discussões e reflexões.


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4. REFERÊNCIAS ALI, Fátima. A arte de editar revistas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. BASSANEZI, Carla. A era dos modelos rígidos. In: BASSANEZI, Carla; PEDRO, Joana Maria (Org.). Nova História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, p. 469-512. BENETTI, Marcia. Revista e jornalismo: conceitos e particularidades. In: TAVARES, F. M. B.; SCHWAAB, R. (Org.). Revista e seu Jornalismo. Porto Alegre: Penso, 2013. P. 44-57. BUITONI, Dulcília Helena Schroeder. Mulher de papel: a representação da mulher pela imprensa feminina brasileira. São Paulo: Summus, 2009. DEL PRIORE, Mary. Conversas e histórias de mulher. São Paulo: Planeta, 2013. DEL PRIORE, Mary; BASSANEZI, Carla. História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009. GOUGES, Olympe de. Déclaration des droits de la femme et de la citoyenne. In: Bibliothèque Jeanne Hersch. Textes fondateurs. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/article/viewFile/911/10852> LAHS, Ana Salvatti. Movimento feminista: História no Brasil. Disponível em <http://www.politize.com.br/movimento-feminista-historia-no-brasil/>. Acesso em: 30 maio 2017. LEMOS, Kamylla. O movimento feminista e suas vertentes. Disponível em <https://medium.com/@kamyllalemos/o-movimento-feminista-e-suas-vertentes3492875e162a>. Acesso em: 30 maio 2017. LIPOVETSKY, Gilles. A terceira mulher: permanência e revolução do feminino. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. LUCA, Tania Regina. Mulher em revista. In: BASSANEZI, Carla; PEDRO, Joana Maria (Org.). Nova História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, p. 447-468. NUNES, Júlia; ARAÚJO, Denise. A Representação Feminina na Mídia: Revista Glamour. Novo Hamburgo: Feevale, 2017.


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O GLOBO. Que horas ela chega? Mulher trabalha cada vez mais que homem. 2016. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/economia/ que-horas-ele-chega-mulhertrabalha-cada-vez-mais-quehomem-18718278>. Acesso em: 23 mai. 2016. OLIVEIRA, Lais Paula Rodrigues de; CASSAB, Latif Antonia. O movimento feminista: algumas considerações bibliográficas. Disponível em <http://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT10_La%C3%ADs%20Paula%20Rodri gues%20de%20Oliveira%20e%20Latif%20Cassab.pdf>. Acesso em: 29 maio 2017. PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2007. PINTO, Céli Regina Jardim. “Participação política da mulher no Brasil: limites e perspectivas”. In: SAFFIOTI, Heleieth I.B. e MUNOZ-VARGAS, Mônica (orgs). Mulher brasileira é assim. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, p. 195-230. 1994. SANT’ANNA, Denise Bernuzzi. Sempre bela. In: BASSANEZI, Carla; PEDRO, Joana Maria (Org.). Nova História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2013, p. 105-125. SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. Curitiba: Contexto, 2006.


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APÊNDICE 1 Pesquisa de Dados:


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Acha que falta algo nas Revistas Femininas? RESPOSTAS:

Falta falar de política e fazer com que a mulher aprofunde mais nesse assunto. Um toque que diferencie das demais. Mais sobre vida real, menos photoshop e vida perfeitas. Mais conteúdo irrelevante Parar de mostrar a mulher como um objeto, como se fôssemos algo só para satisfazer os homens. Mulheres reais, diversidade racial e de classe, temas de relevância social que abrange às classes minoritárias, feminismo e interseccionalidade, discussões sobre gênero e aprofundamento em assuntos relacionados à saúde da mulher


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Falta mostrar a diversidade da beleza feminina. A maioria das revistas só traz mulheres brancas, magras e representam um padrão não condizente com a realidade brasileira. Se ajudar, minha sugestão é essa, deem voz à diversidade! Conteúdo voltado para as necessidades reais das mulheres, e não coisas do tipo "como segurar seu homem", "como emagrecer para agradar seu homem", e coisas assim. Quero uma revista que me enxergue enquanto mulher plena, tratando de assuntos que digam respeito da minha existência e individualidade. Falta tratar as mulheres como verdadeiros sujeitos de suas vidas e não objetos. Algumas publicações, como a TPM realizam tentativas nesse sentido, mas necessita-se de temas menos fúteis... Mais notícias científicas Menos fofoca e mais algo que seja útil e "pé no chão". Mais reportagens conscientizadoras Não costumo ler revista feminina, gosto mais de revista de ciências e curiosidades, talvez esse tipo de tópico... Acho que falta conteúdo útil, de caráter informativo mesmo. Uma revista que abrace o universo feminino da maneira diversificada que ele realmente é: contemplando mulheres que gostam de "feminices" e as que não gostam. E PRINCIPALMENTE, uma revista que não reforce estereótipos que diminuem a mulher e que não reproduzam os padrões de beleza que nos são impostos. Mais conteúdo interessante Não falta: sobra Photoshop! Ninguém se parece com as mulheres das revistas- nem elas mesmas... Devem parar de mostrar famosos, como se nossas vidas girassem em torno deles, acabar com o machismo e erradicar padrões de beleza intangíveis. Acho que falta ter mulheres de vários tipos, não apenas brancas, magras etc.


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APÊNDICE 2

Apêndice 2A: Profile – Issuu

Apêndice 2B: Logo – Issuu

Apêndice 2C: Paleta de Cores – Revista Sobre Elas


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Apêndice 2D: Logotipo rosa e branco – Revista Sobre Elas

Apêndice 2E: Logotipo P&B – Revista Sobre Elas


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APÊNDICE 3

PAUTA 1 ● Editoria: Feminismo ● Título: Feminismo em Pauta

Tema e Questão Central: Entrevista com militantes do movimento feminista de Campo Grande e/ou Mato Grosso do Sul.

Enfoque: Como é dirigido e caracterizado o movimento feminista no Estado; por quem; onde são os encontros; as pautas; os principais problemas; o que é o feminismo a partir das militantes.

Contextualização: Feminismo é um movimento social e político que tem como objetivo conquistar o acesso a direitos iguais entre homens e mulheres e que existe desde o século XIX. No período do Brasil Colônia (1500-1822), vivia-se uma cultura enraizada de repressão às minorias. As mulheres era propriedade de seus pais, maridos, irmãos, os chefes da família. Nessa época a luta das mulheres eram para o direito à vida política, educação, direito ao divórcio e o acesso ao mercado de trabalho.

Principais Perguntas: O que feminismo? Qual a diferença entre feminismo e femismo? Tabus relacionados ao tema Dúvidas mais frequentes dos leigos do assunto Vivência da entrevistada no movimento O que a levou a entrar nas causas feministas?


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Fontes: Nuala Lobo - militante feminista do Levante Negro Fernanda Reis - historiadora e militante feminista Juliana Benfatti - advogada

PAUTA 2 ● Editoria: Mulheres na Engenharia ● Título: Desconstruindo Preconceito

Tema e Questão Central: Destaque da mulher em profissões consideradas como predominantemente masculina.

Enfoque: Abordar os principais conflitos no mercado de trabalho; o crescimento da mulher nesse meio; quais são as dificuldades diárias em campo; o porquê de escolher essa profissão, apesar do machismo predominante.

Principais Perguntas: O que a levou a escolher esse curso? Quais os desafios encontrados na graduação? Ano do início dos estudos? Qual a maior dificuldade na carreira? Há recusa de clientes por ser mulher? Há diferença no salário da mulher e do homem nesse meio? Por que seguir os passos da mãe? O que a fez decidir? A mulher tem ganhado espaço nessa profissão?

Fontes: Jania Acorsi: mãe, engenheira civil, proprietária de uma construtora Thais Acorsi: filha, acadêmica de engenharia civil


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PAUTA 3 ● Editoria: Mulheres Empreendedoras ● Título: Mulheres Empreendedoras

Tema e Questão Principal: Destaque da mulher sul-mato-grossense no empreendedorismo regional

Enfoque: Entrevista com 2 ou 3 empreendedoras de ramos diferentes; entender as dificuldades e formas de lidar com elas; a valorização da mulher neste meio.

Contextualização: De acordo com Sebrae/MS 102 mil mulheres compõem os diversos ramos de atividades econômicas no Mato Grosso do Sul. Aproximadamente 8 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e mais de 500 mil na Região Centro Oeste, onde o estado está inserido. Satisfação Pessoal, liberdade para liderar e tomar decisões estão entre os pontos positivos apontados pelas empreendedoras para abrir um negócio próprio. Atualmente 46% dos negócios abertos na região Centro-Oeste estão nas mãos de mulheres.

Principais Perguntas: O que é empreendedorismo para elas? Por que abrir uma empresa? Pontos positivos de estar à frente de uma empresa Dificuldades enfrentadas à frente de uma empresa O que elas desejam para o futuro?

Principais fontes: Ludmilla Azambuja - proprietária da loja de roupas Dalu


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Renata Kelen - maquiadora profissional e proprietária do Studio Renata Kelen Maria Fernanda Said - proprietária da confeitaria Sweet Maria Fabiana Cabral da Empresa Street Bags – Em 2015 foi destaque Nacional do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios na categoria Microempreendedor Individual (MEI)

PAUTA 4 ● Editoria: Perfil ● Título: Sarah Santos

Tema e Questão Principal: História de vida de uma jovem deficiente física e feminista.

Enfoque: Traçar um perfil de uma mulher com deficiência física e que apesar dela, batalhou para ganhar seu espaço na sociedade.

Principais Perguntas: História Quais os maiores problemas enfrentados na sociedade? Sofre preconceitos? Acessibilidade O mercado de trabalho para pessoas com deficiência Como é trabalhar com a Luciana Azambuja Quais suas experiências como a militância

Fonte: Sarah Santos - deficiente física e feminista

PAUTA 5 ● Editorial: Empodere-se


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Fotos de Meryelle de Oliveira

PAUTA 6 ● Editorial: Sem Tabus ● Título: Transexualidade Nua e Crua com Zoe Ibanês

Tema e Questão Principal: O que é o transexualidade.

Enfoque: História de uma garota trans de Campo Grande/MS

Contextualização: A transexualidade é um termo introduzido em 1953, pelo psiquiatra norte-americano Harry Benjamin, para designar um distúrbio puramente psíquico da identidade sexual, caracterizado pela convicção inabalável que tem um sujeito de pertencer ao sexo oposto. A importância de esclarecer o assunto se dá pelo fato das pessoas não se aprofundarem no tema ou buscarem informações. Muitos têm o tema como “frescura” por parte da pessoa que quer mudar de sexo e não se importa em se inserir no tema para compreender o sentimento dessas pessoas.

Principais Perguntas: O que é transexualidade? Preconceito Tabus a serem esclarecidos Qual o procedimento caso alguém queira mudar de sexo Qual a duração do tratamento?

Fonte: Zoe Ibanês – Transexual


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PAUTA 7 ● Editoria: Mães Solos ● Título: Da joia a corrente

Tema e Questão Principal: O dia a dia de mulheres que viraram mães jovens.

Enfoque: Os preconceitos; as dificuldades; os anseios; a vida social e amorosa; as desistências e as conquistas.

Contextualização: De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde em maio deste ano, a quantidade de adolescentes grávidas no Brasil caiu 17% entre 2004 e 2015. As informações levantadas pelo Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) apontam para uma queda, entre mães de 10 a 19 anos, de 661,2 mil nascidos vivos, em 2004, para 546,5 mil, em 2015.

Principais Perguntas: Quais os desafios enfrentados na família? Medos sentidos Como é a vida social de uma mãe jovem Quais tabus precisam ser quebrados na sociedade? Maiores desafios do dia a dia. Estudos, mercado de trabalho etc.

Fontes: Tayana Vaz - jornalista, mãe solo Bárbara Lima – acadêmica de engenharia civil e mãe solo


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PAUTA 8 ● Editoria: Especialista Responde ● Título: Dúvidas frequentes sobre os direitos da mulher

Tema e Questão Principal: Dúvidas sobre direitos da mulher.

Enfoque: A primeira edição da revista, contará com uma advogada para sanar as principais dúvidas sobre os direitos das mulheres.

Principais perguntas: O que é a lei Maria da Penha? E qual a sua importância na vida das mulheres? Além dessa lei, quais outras que defendam as mulheres, existem? O que fazer caso uma mulher sofra algum tipo de assédio? Onde ela pode denunciar ou/e ser amparada em Campo Grande? Qual a sua opinião quanto a situação atual das mulheres na sociedade?

Fonte: Luciana Azambuja – subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres de Mato Grosso do Sul

PAUTA 9 ● Editoria: Mulheres no Esporte ● Título: Arbitrando o Machismo

Tema e Questão Principal: Mulheres sul-mato-grossenses no futebol, judô e boxe

Enfoque:


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Entrevista com árbitra de futebol, árbitra de judô e árbitra de boxe; abordar o machismo vivenciado por elas diariamente; as soluções; o que a fez escolher essa profissão.

Contextualização: Há décadas as mulheres batalham por seu espaço na sociedade. No futebol não é diferente. É cada vez mais comum a presença feminina dentro e fora das quatro linhas: sejam elas torcedoras, jornalistas, jogadoras, musas ou árbitras. A chegada de Emily Lima ao comando da seleção brasileira feminina é o primeiro passo para que o Brasil se torne de fato o “país do futebol”. Não só no Brasil, mas também no mundo, são dadas poucas oportunidades para que as mulheres possam comandar seleções em grandes competições. Algumas das técnicas que ganharam espaço são: Maria Helena Cardoso, técnica da seleção feminina de basquete em 1980 e início de 1990; Lang Ping, primeira pessoa no planeta a conquistar o título olímpico de vôlei, como jogadora, em Los Angeles, em 1984 e como treinadora, no Brasil, em 2016; Silvia Neid – A alemã comanda a seleção de seu país desde 2006. Ex-jogadora, ela venceu a Copa do Mundo de 2007 e ganhou a medalha de ouro nos Jogos do Rio de Janeiro. Também foi premiada pela Fifa ao ser eleita a melhor treinadora do mundo em 2016.

Principais Perguntas: O que a fez optar por essa profissão? Quais foram os primeiros obstáculos? O machismo é predominante? Há assédio? Se sim, como você lida? Conte um pouco sobre sua rotina no trabalho.

Fontes: Flávia Ferreira - árbitra internacional de boxe Jéssika Cheverria - árbitra de futebol federada pela FFMS Lilian Trovatto - árbitra de judô


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PAUTA 10 

Editoria: Artigo

Título: Nunca desistir. Nunca se render

Tema e Questão Principal: Relato de uma jovem com deficiência, mãe, vlogueira

Fontes: Angel Magalhães


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