Amor á Camisa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE ARTES, LETRAS E COMUNICAÇÃO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

AMOR À CAMISA A VIDA DE EX-JOGADORES DE CAMPO GRANDE - MS

Michael Franco

Campo Grande NOVEMBRO - 2017


AMOR À CAMISA A VIDA DE EX-JOGADORES DE CAMPO GRANDE - MS MICHAEL DAVID RUIZ FRANCO

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Vicente Soares Cancio

UFMS Campo Grande NOVEMBRO - 2017



SUMÁRIO Resumo

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Introdução

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1. Atividades desenvolvidas

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1.1 Execução

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1.2 Dificuldades encontradas

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1.3 Objetivos alcançados

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2. Suportes teóricos adotados

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2.1 O vídeodocumentário

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2.2 O futebol Sul-Mato-Grossense

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2.3 A entrevista

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3. Considerações finais

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4. Referências

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5. Anexos

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A. E-mail de autorização para uso da trilha 6. Apêndice

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A. Roteiros de entrevista

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B. Roteiro do documentário

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RESUMO O vídeodocumentário relata em 36 minutos a história de seis ex-jogadores de futebol de Campo Grande (Mato Grosso do Sul). É composto por entrevistas de ex-atletas que jogaram entre 1977 e 1990 e de um jornalista pesquisador do futebol Sul-Mato-Grossense. A obra não possui caráter biográfico, as histórias contadas pelas fontes trazem opiniões, fatos e a situação do esporte na visão deles. A obra busca mostrar à sociedade um tema ainda não contado, a vida dos cidadãos que trabalharam como futebolistas. O documentário trata também das condições trabalhistas que os jogadores eram submetidos, e as consequências que tais circunstâncias possuem na vida dos entrevistados, atualmente, como ex-atletas.

PALAVRAS-CHAVE: Comunicação, documentário, futebol, ex-jogadores, Campo Grande.


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INTRODUÇÃO Embora

sejam

frequentemente

procurados

como fontes para

matérias

jornalísticas, os ex-jogadores de futebol de Campo Grande participam dos relatos noticiosos como fontes relatoras do esporte, são chamados para falar de temas ligados à prática do futebol, no entanto, o âmbito pessoal dos personagens acabam esquecido. Em um levantamento feito na edição estadual do site esportivo Globoesporte.com, no período de janeiro a setembro de 2017, a última matéria que tem como fonte principal procurada um ex-jogador de futebol data de fevereiro1. Nela, o ex-atleta Ilsinho, contava histórias do Operário Futebol Clube, time em que atuou, porém, a publicação não informa nenhum fato da vida de Ilsinho, é relatada apenas a época em que o personagem jogava pelo time citado. A história dos ex-jogadores de futebol é um assunto que merece ser tratado com profundidade, pois nele podem ser explorados vários fatores ainda ocultos aos olhos da mídia tradicional. Podem ser frutos de pesquisas futuras separadamente os aspectos de vínculo empregatício2 entre atleta e clube, a falta de pagamento de salários e benefícios trabalhistas, assim também, como a discrepância do imaginário popular que representa o atleta como uma pessoa milionária e a realidade dos ex-jogadores que viveram outra época do futebol. Esta obra pode ser considerada um ponto de partida para que o assunto ganhe mais foco e investigação. O tema surgiu em decorrência de uma inquietação resultada da soma de três fatores. O primeiro deles, a carência de um estudo e/ou trabalho acerca do assunto. Podemos encontrar como base de exemplo a obra de Pedro Nogueira Heiderich e João Conrado Kneipp (2012), ‘O que era aquilo’, um vídeodocumentário em que é relatada uma fase específica do futebol e os jogadores são meros coadjuvantes o período retrato e não os protagonistas da história. Como segundo fator está a necessidade de mostrar à

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Disponível em <http://globoesporte.globo.com/ms/futebol/campeonato-sul-matogrossense/noticia/2017/04/bau-do-esporte-relembre-duelos-entre-operario-e-corumbaense-nomorenao.html> Acesso em 9 de setembro de 2017. 2 Fato jurídico que se configura quando alguém (empregado ou empregada) presta serviço a uma outra pessoa, física ou jurídica (empregador ou empregadora), de forma subordinada, pessoal, não-eventual e onerosa.


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sociedade que os atletas também são trabalhadores e podem ter direitos violados como qualquer outro empregado. Por último encontra-se o gosto particular pela investigação esportiva. Em tempos de grandes transações no futebol mundial, o que fica no imaginário popular é que todos os jogadores recebem quantias astronômicas. Porém, de acordo com o censo3 da Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol divulgado em 2016 a profissão de jogador de futebol no Brasil é uma das mais vulneráveis e está à mercê dos dirigentes. Os dados apontam que o jogador brasileiro fica 11 meses em um clube, enquanto que o menor índice da Europa é de 22 meses. O objetivo deste vídeodocumentário é relatar a história ainda não contada, de seis ex-jogadores de futebol de Campo Grande: Altimar Araujo, Amarildo Carvalho, José Alberto (Pastoril), Marcilio Vasconcelos, Nelson Barros (Chaveirinh) e Silvério Bernal (Biro-Biro). O vídeo está dividido em sei partes implícitas: Introdução, Contextualização do futebol da época, Questões trabalhistas, Valorização social e da torcida, Situação atual do futebol e Valorização dos ex-atletas. Os discursos não estão distribuídos literalmente desta maneira, o que se buscou foi unir temáticas semelhantes na mesma parte do documentário. Como objetivo secundário a obra busca não ser um trabalho biográfico, mas sim, uma pesquisa de cunho histórico que relatará a vida dos personagens embasada nos discursos, opiniões e memórias abordando pontos-chave: relações trabalhistas, valorização social da profissão e consequências que as circunstâncias da vida de atleta têm na vida atual dos personagens. Este documentário possui também uma sútil opinião do autor em determinados momentos com uso de imagens de apoio contraditórias com a fala das fontes. Por exemplo quando se fala em estádio lotado, a imagem mostrada é a da arquibancada feia, quebrada e vazia. Além de ser uma crítica do autor sobre a atual situação do futebol de Campo Grande, é também uma forma de aumentar a captação de informação do espectador que acompanha a situação real das dependências do Morenão.

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Disponível em < https://www.fifpro.org/noticias/un-hito-para-los-futbolistas-surcoreanos/es/> Acesso em 7 de setembro de 2017.


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O formato foi escolhido pensado na maior imersão do espectador na narrativa, de maneira que ele tenha maior entendimento do que é relatado. Bill Nichols explica que o documentário mostra um mundo que quem assiste o filme já vive e compartilha. É a realidade. [Os documentários] Tornam visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. Expressam nossa compreensão sobre o que a realidade foi, é e o que poderá vir ser. Esses filmes também transmitem verdades, se assim quisermos. (NICHOLS, 2005, p. 26)

O tema possui pouca bibliografia de apoio e referência, fato que reforça a importância de iniciar um estudo acerca do assunto para dar luz ao debate social sobre a problemática das diferenças de tratamento na relação entre clube e jogados em tempos passados e atuais.


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1- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 1.1 Execução: A escolha do tema foi concretizada em meados de março de 2017. Daí em diante iniciou-se o trabalho de levantamento de elementos necessários para a elaboração do produto, desde equipamentos como câmeras e tripés até a maneira de realizar a pesquisa teórica, que por sua vez, decidiu-se dividir em duas partes. A primeira delas, uma pesquisa bibliográfica sobre o suporte desejado e a outra uma pesquisa histórica acerca do tema escolhido. O andamento da pesquisa seguiu-se dessa maneira, porém de forma simplória, até o mês de junho com a entrega do pré-projeto de pesquisa inicial. Após os procedimentos iniciais da pesquisa, deu-se início, de maneira aprofundada,

ao

levantamento

bibliográfico

sobre

pesquisa

e

produção

de

vídeodocumentários. Foram procuradas obras escritas, de atores indicados pelo orientador, que argumentavam e explicavam pontos que um bom trabalho documental em vídeo deve possuir. Depois da pesquisa do produto, buscou-se por bibliografias que abordavam o assunto do trabalho. Nesta etapa, além de poucos livros e artigos encontrados, foi necessário assistir documentários que tratavam do tema de forma abrangente, mas que continham elementos de produção semelhantes ao desejado por esta obra. Foi o caso do vídeodocumentário Fora de Campo4, produzido pela Sesc TV (2006), com direção de Adirley Queirós5. Ao mesmo tempo que eram buscadas obras anteriores com temática semelhante, também eram procurados profissionais pesquisadores que poderiam aprofundar a imersão e aprimorar a qualidade da obra. Posteriormente buscou-se obras que contavam a história dos clubes de futebol de Campo Grande para auxiliar na escolha dos personagens do documentário. Depois de dias de pesquisa foi encontrada uma obra que unia duas vertentes históricas. O Almanaque do Futebol Sul-Mato-Grossense (2017) aborda a tanto a história do futebol

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Filme que tem enfoque nos jogadores e ex-jogadores da terceira divisão do futebol brasileiro. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=TfN1Eiy7Hx4> Acesso em 12 de agosto de 2017. 5 Ex-jogador de futebol que se tornou um premiado cineasta. Sem sucesso no esporte formou-se em comunicação na Universidade de Brasília.


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em Mato Grosso do Sul como a história dos clubes e alguns jogadores. O almanaque ganha credibilidade a mais pela atualidade. Com tais informações, sentiu-se a necessidade de procurar representantes específicos de cada clube de Campo Grande. Foram contatados o responsável pelo Museu do Operário Futebol Clube, o presidente do Comercial Esporte Clube e exintegrantes do Clube Esportivo Nova Esperança. As conversas foram gravadas apenas em áudio, pois tais fontes não seriam inseridas no produto final não colocaria tais fontes no documentário, elas serviram apenas como pesquisa para melhor conhecer a história dos clubes. Depois desses contatos, começou a ser elencada a primeira lista de dez exjogadores escolhidos como fontes para o documentário, composta por Neneca6 (Hélio Miguel), Amarildo (Amarildo Carvalho), Altimar (Altimar de Araújo Brito), Copeu (Carlos Cidreira), Tadeu Santos (Luiz Tadeu Santos), Arturzinho (Artur dos Santos Lima), Chaveirinho (Nelson Barros da Silva), Pastoril (José Alberto dos Santos), Cocada (Luiz Edmundo Lucas Corrêa) e Lima (Adesvaldo José de Lima). O critério utilizado para a confecção da lista foi a importância citada pelos entrevistados em referência a determinado jogador. Com toda a pesquisa preliminar pronta, foi entregue o projeto de pesquisa de trabalho de conclusão de curso no início do mês de setembro. Posteriormente todo processo executo já faz parte da produção concreta do produto final. Antes de entrar em contato com os ex-jogadores, a primeira entrevista marcada e gravada foi realizada no dia 20 de setembro, com o jornalista, pesquisador do futebol de Mato Grosso do Sul e autor do Almanaque do Futebol Sul-Mato-Grossense, Hélder Rafael. Esta fonte foi a primeira a ser entrevista para tomar seus relatos acerca da pesquisa feita para a construção livro, como embasamento para prováveis perguntas para os ex-jogadores. Com as informações obtidas na pesquisa bibliográfica, levantamento histórico, entrevistas com as fontes preliminares unidas a entrevista de Hélder Rafael, foi elaborado

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Todos os nomes dos jogadores seguem o mesmo padrão neste trabalho quando citados pela primeira vez. Primeiramente se grafa o nome ou apelido que o atleta tinha na camisa seguido do nome oficial entre parênteses. Posteriormente serão escritos apenas nomes ou apelidos que levavam na camisa.


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o roteiro de perguntas para as entrevistas com os ex-atletas. Posteriormente, iniciou-se uma longa busca pelos contatos dos ex-jogadores até que por intermédio do jornalista esportivo Artur Mário foi possível conseguir todos os contatos desejados. A partir do dia 30 de setembro iniciaram as conversas preliminares com as fontes, pois sentiu-se a necessidade de uma explicação aprofundada sobre o trabalho antes da entrevista oficial. Tais contatos foram realizados via telefone, mensagens e pessoalmente, dependendo da disponibilidade cada jogador. Nestas conversas preliminares foi percebida a rotina dos ex-jogadores, ao mesmo tempo que foi notada a indisponibilidade no atendimento e dificuldade para se realizar entrevistas. Com a recusa de algumas fontes, a lista passou por alterações até finalizar em um grupo de nove ex-jogadores, sendo eles: Altimar, Amarildo, Biro-Biro (Silvério Bernal), Chaveirinho, Marcilio (Marcílio Vasconcelos) e Pastoril. Em decorrência de todo o processo de negativas a pesquisa ficou sem entrevistas até o dia 1 de outubro. Não buscou-se montar imagens, levar os ex-atletas em lugares combinados para gravar a entrevista, a maioria delas aconteceu no próprio trabalho dos ex-jogadores. Partia-se do princípio “Se não estivesse me dando entrevista onde estaria?” e assim a entrevista era feita local, na tentativa quase impossível de tentar tirar futebol deles e deixar somente o lado cidadão e ser humano.. O primeiro ex-atleta a ser entrevistado foi Altimar Araújo Brito, que atuou no Operário em 1979 como meio-campista. O discurso do ex-jogador foi satisfatório para a produção do documentário, tendo em vista que foi feita uma contextualização do cenário futebolístico da época na medida em que problemas trabalhistas que ainda afetam a vida de Altimar foram revelados. A segunda entrevista foi realizada com Amarildo, ex-zagueiro do Operário em 1980. A fonte relatou histórias de muita valia para a obra, pois o ex-jogador foi bem contundente em suas falas citando a Federação de Futebol e as fracassadas tentativas de concorrer à presidência do órgão. Chaveirinho foi a terceira fonte entrevistada. O ex-atacante do Comercial em 1989 apresentou uma carga emocional preponderante para entrevista ao lembrar dos tempos de jogador com pouco dinheiro, ao falar do seu tempo de agora como professor


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de escolinha de futebol e ao falar sobre sua escolinha, da maneira como ensina os meninos. Biro-Biro foi o quarto ex-futebolista a contar sua vida. O ex-meia do Comercial de 1979 teve um discurso diferente ao dos outros. Ele contou que sempre teve carteira assinada e não tem problema algum em relação as Leis Trabalhistas, discurso antagônico ao seus contemporâneos. O ex-goleiro Marcilio seguiu a lista de entrevistados. O arqueiro que defendia os gols do Operáro de 1986 continuou na mesma linha de Biro-Biro. Marcilio relatou que por onde passo sempre recebeu corretamente. Outro foco do ex-jogador é o de que ele é um dos organizados dos Comerários7 festivos. O último a contribuir com a narrativa foi Pastoril, que recebeu o pesquisador na tapeçaria onde trabalha e contou que muitas vezes ficava três meses sem remuneração porque os clubes viviam apenas da renda dos estádios e ao mesmo tempo fala da desvalorização do ex-atleta atualmente. Com a última entrevista feita já no dia 15 de novembro em decorrência de desencontros e indisponibilidades, foi necessário acelerar o processo seguinte. Deu-se início, então, à busca de imagens de arquivos e fotografias antigas dos ex-jogadores na época em que atuavam. Para isso foram consultados os arquivos dos clubes Operário e Comercial, como também os sites Almanaque O GOL, Gazeta Press e Revista Placar. As filmagens de antigas partidas de futebol foram retiradas do documentário Operário de 1977 de autoria do próprio clube. Foram escolhidas também três trilhas sonoras diferentes: Pachabelly, de autoria livre8; Centroavante, da Banda Calote; e Brazuca, de Gabriel O Pensador, usadas em momentos específicos do vídeo. Desta forma, no dia 16 de novembro, foi elaborado o roteiro do vídeodocumentário após todas entrevistas serem assistidas e decupadas. A obra então, começou a ganhar forma com a separação das falas para início da edição. No dia 17 de novembro sentiuse

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a

necessidade

de

gravar

novas

imagens para

montar a

abertura

do

Comerário é o maior clássico do futebol Sul-Mato-Grossense jogado entre o Operário Futebol Clube o Comercial. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=W3NdQT3FOic> Acesso em 22 de novembro de 2017..


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vídeodocumentário. As filmagens foram realizadas no campo de futebol da Vila Popular, Região Oeste de Campo Grande. Posteriormente, no dia 18 de novembro, foram gravadas as imagens de apoio no Estádio Pedro Pedrossian, com filmagens de várias partes do estádio captadas de ângulos variados na tentativa de proporcionar maior imersão ao espectador. No mesmo dia foram feitas imagens de apoio também na antiga sede do Operário Futebol Clube, na Região Leste de Campo Grande. Com todo o conteúdo roteirizado e separado, o processo de edição foi iniciado no dia 19 de novembro, resultando na primeira prova do produto no 22. Com erros verificados e corrigidos, outra prova foi produzida no dia 25 de novembro, tendo mais detalhes a serem acertados. O produto final foi finalizado no dia 28 de novembro, pronto para ser entregue aos membros da banca.

1.2 Dificuldades Encontradas O principal empecilho para o andamento do trabalho foi a indisponibilidade das fontes. Muitos ex-jogadores se mostraram resistentes a conceder entrevistas. Eles afirmaram que outros veículos de comunicação teriam deturpado suas falas e devido a isso, as entrevistas demoraram para serem agendadas. Outra dificuldade resultante da primeira, foi o pedido de alguns atletas para que as entrevistas já gravadas não fossem veiculadas. Os mesmos alegavam não querer mais problemas para si, devido ao teor crítico do vídeodocumentário. O ex-jogador Lima relatou que concedeu uma entrevista com temática semelhante e o foco da matéria foi alterado ocasionando problemas com o Grêmio do Rio Grande do Sul. Deste modo, após muita insistência, Lima optou por não participar. A falta de habilidade teórica do autor também foi fator que por vezes atrapalhou o andamento do trabalho. Com a dificuldade de produzir o relatório teórico da pesquisa a parte prática foi atrasada ao mesmo tempo. O receio dos ex-jogadores de falar sobre temas polêmicos exigiu esforço redobrado no momento das entrevistas. Contudo, as conversas prévias ajudaram com que as fontes entendessem o real sentido da produção.


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Outra adversidade enorme foi o áudio, em algumas partes há ventos e chiados. Principalmente chuva em quase todas as entrevistas. Mesmo com habilidade de edição, em alguns áudios se baixasse a música, a voz dos entrevistados também baixava. Por fim, o fato de fazer o trabalho individualmente dificulta a execução do trabalho quando unido aos problemas acima citados.

1.3 Objetivos Alcançados O objetivo satisfatoriamente alcançado foi o de conseguir transmitir a mensagem de que a temática é importante, pode e deve ser retratada. Acompanhando tal mérito, o trabalho também auxilia projetos futuros que queiram produzir uma pesquisa acerca do assunto. Confirmar a hipótese criada no início de todo processo também é proveitoso, pois confirmou-se pois o pressuposto de que os ex-atletas tiveram problemas com a Federação de Futebol local e com os clubes no que diz respeito à valorização profissional e social.


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SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS:

Como base inspiradora de produção documental e pesquisa jornalística esportiva foi usado o documentário ‘O que era aquilo?’, produzido em 2012 por Pedro Nogueira Heiderich e João Conrado Kneipp. A obra narra os áureos tempos do futebol Sul-MatoGrossense e resulta de uma vasta pesquisa acerca de um jogo específico em que um objeto voador não identificado foi avistado no estádio Morenão. Sem o âmbito sobrenatural, ficam entrevistas com ex-jogadores contando a história do esporte no estado.

2.1 O vídeodocumentário A filmografia de Robert Flaherty9 datada dos anos 20 é considerada pioneira em cinema documental. O cineasta se deslocou até uma comunidade esquimó para produzir o primeiro filme não ficcional da história intitulado Nanook, o esquimó (1922). Desde então, o documentário passou a ser visto como um registro do real, conforme afirma Lucena (2012, p.10) os documentários têm como cenário o mundo real e os indivíduos são os protagonistas. Penafria (199, p.45) cita em sua obra outro documentarista percussor do movimento. Segundo ele, John Grierson é fundamental para o real entendimento do gênero documental. Grierson acredita então que a capacidade de o cinema se movimentar e fazer seleções a partir da própria vida pode ser explorada numa nova forma de arte, possibilidade essa que tem sido ignorada pelos estúdios; no ator original ou nativo assenta uma melhor interpretação do mundo modernos através do ecrã e, finalmente, as histórias retiradas do próprio mundo são mais reais, em sentido filosófico, que as representadas, e o gesto espontâneo das primeiras assume, no ecrã, um valor especial. (PENAFRIA, 1999, p. 45)

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Robert Flaherty (1884, Iron Mountain, Michigan, EUA - 1951, Brattleboro, Vermont, EUA) foi um cineasta norteamericano, considerado como um dos pais do filme documentário no início do cinéma vérité (cinema directo). Também é o inventor da docuficção (gênero híbrido de documentário e ficção) Moana, de 1926.


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O documentário deve ser produzido com extremo cuidado, pois segundo Bill Nichols (2005), dele o espectador pode extrair três histórias: a do cineasta, a do filme e a de si mesmo, do público. Ao criar uma obra que envolve três diferentes enredos que podem interferir na interpretação do público, o cineasta deve considerar a seleção de todo material para que a reação do espectador ao receber a obra entrelaçada pelas três histórias seja semelhante a intenção do autor ao iniciar a produção. Frequentemente, procuramos considerar como um filme se relaciona com o trabalho anterior do cineasta e com suas próprias preocupações contínuas, com a maneira pela qual ele poderia compreender e explicar suas intenções e seus motivos, e como essas considerações se relacionam com o contexto social geral que a obra foi realizada. [...] No entanto, precisamos considerar declarações de intenção com reservas, já que a interpretação de uma obra e o efeito dela no público podem ser bem diferentes das intenções de seu criador.(NICHOLS, 2005, p. 94)

Ao escolher produzir um documentário, o autor tem o poder de mostrar ao público temáticas que não estão em destaque ou que não são tratadas pelos meios de comunicação. Documentário é considerado uma obra de representação social, de acordo com Bill Nichols (2005, p.26) “são o que normalmente chamamos de não-ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos do mundo que já ocupamos e compartilhamos”. Com essa carga de verdade e representatividade social que o documentário traz consigo, o autor pode explorar diversas oportunidades para conceber atenção para determinadas temáticas que não a possuem. Literalmente, os documentários dão-nos a capacidade de ver questões oportunas que necessitam de atenção. Vemos versões fílmicas do mundo. Essas visões colocam diante de nós questões sociais e atualidades, problemas recorrentes e soluções possíveis. (NICHOLS, 2005, p. 27)

A verdade e representação de temas negligenciados trazidas pelo documentário devem ser organizadas para a maior fidelidade entre o desejo do que o autor quer informar e no que é recebido pelo público. O teórico da comunicação David K. Berlo (1960) explica que a escolha de fatores conhecidos da fonte, como idioma, trilha e canal, são fatores preponderantes para se comunicar o que se deseja. Ao se comunicar algo, mesmo em um vídeodocumentário, deve se ater a fidelidade, uma vez que, como já dito, o documentário é um enlace de três histórias.


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Havendo um objetivo a comunicar e uma resposta a obter, o comunicador espera que sua comunicação seja o mais fiel possível. Por fidelidade, queremos dizer que ele obterá o que quer. Um codificador de alta fidelidade o que a fonte quer dizer. Um decodificador de alta fidelidade é o que traduz a mensagem para o receptor com total exatidão. (BERLO, 1960, p. 49)

Para se organizar todo o conteúdo se faz necessário um roteiro cinematográfico para que narrativa tenha sentido. Sérgio Puccini (2009) menciona que muitas vezes é impossível escrever um roteiro cena a cena para um documentário pois se filma antes, para posteriormente pensar na ordem narrativa com o conteúdo obtido, no entanto, é preciso ater-se para que a obra não fique sem sentido. A impossibilidade da escrita, na etapa de pré-produção, de um roteiro fechado, detalhado cena a cena, para filmes documentários ocorre ou em função do assunto ou da forma de tratamento escolhida para a abordagem do assunto. [...] Essa ausência de roteiro, às vezes valorizada e defendida naquilo que seria a diferença principal entre documentário e ficção, antes de ser um facilitador contribui para gerar dúvidas frequentes entre aqueles que buscam iniciar carreira como documentaristas. (PUCCINI, 2009, p. 177)

Tendo em vista o alto valor social e de poder de transmissão de uma mensagem do gênero documental esta obra procura levar com extremo cuidado e tratamento os relatos dos personagens até o espectador. Ao abordar um tema desconhecido ou pouco conhecido por quem assiste, ‘Amor à Camisa’, é embasado principalmente no fator de que além de filme de não-ficção, baseado em fatos, o documentário também é fonte de conhecimento, desta vez, conhecimento sobre quem fez parte da história do esporte mais popular do mundo. 2.2 O futebol Sul-Mato-Grossense O primeiro campeonato Sul-Mato-Grossense de futebol aconteceu em 1979, dois anos após o desmembramento do estado de Mato Grosso uno. A edição contou com nove clubes e trouxe uma sensação de liberdade aos torcedores e esportistas do estado. Segundo Hélder Rafael (2017) “em 1979 o futebol sul-mato-grossense libertou-se das amarras nortistas e passou a caminhar com as próprias pernas”. O autor destaca a falta de trabalhos de pesquisa acerca do futebol, inclusive como fonte de dados para jornalistas em pautas esportivas diárias. “Por diversas vezes


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esbarrei na dificuldade de encontrar informações precisas sobre o futebol do nosso Estado” (RAFAEL, 2017, p. 9) Desde a primeira edição do campeonato estadual os times da capital se mostram superiores nas competições, daí então, cabe enquadrar a história deste documentário nos ex-jogadores de Campo Grande. Naqueles tempos, embora houvesse um número razoável de clubes no interior na disputa, quem predominava eram os times da Capital – mais especificamente Comercial e Operário, agremiações com melhor estrutura e que disputavam as divisões superiores do Campeonato Brasileiro. (RAFAEL, 2017, p. 11)

Porém o futebol Sul-Mato-Grossense apresentou uma queda gradativa e desastrosa. Poucos conseguem relatar de que maneira chegamos a esta situação, desta forma cabe analisar e apontar erros no que acontece atualmente no esporte para assim projetar planos de melhoria. Para Hélder Rafael (2017, p.1119), um dos principais problemas do futebol do Estado é o calendário. Quando a série A estadual termina, a maioria dos clubes da elite entra em recesso exceto quem vai disputar a série D do Brasileirão no segundo semestre Mas em geral a jornada no torneio nacional é breve: nossas equipes não têm força suficiente para brigar por um acesso e são eliminadas nas fases iniciais. (RAFAEL, 2017, p.119)

O calendário é apenas um fator que impede a evolução ou renascimento do futebol Sul-Mato-Grossense. Rafael (2017, p.120) conclui que a fala de iniciativas dos órgãos gestores do futebol contribui para a precarização do futebol, chamando o ato de inércia. O futebol sul-mato-grossense já viveu seu auge em décadas passadas. Revelava bons jogadores, confrontava grandes rivais, enchia as arquibancadas. A realidade atual, porém, é bem diferente. Nenhum jogador é formado em nossos gramados. Nossos clubes deixaram de ser protagonista no cenário nacional [...] Diante dessa situação, estamos dominados pela inércia. (RAFAEL, 2017, p.120)

É nítida a carência de bibliografia especializada acerca do tema em Mato Grosso do Sul tanto é que para esta pesquisa foi usada apenas uma obra sobre o futebol, obras esta que nasceu depois de 40 anos de futebol em terras sul-mato-grossenses. No Manual do Jornalismo Esportivo, Herótodo Barbeiro e Patrícia Rangel (2006) destacam


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a carência de qualidade da pesquisa jornalística esportiva em nível nacional. Laurindo “Lalo” Leal Filho comenta a opinião e crítica dos autores da obra sobre os profissionais da área. “Há um empenho dos autores em enfatizar a necessidade do aprimoramento constante do jornalista que cobre a área esportiva. Além da necessária humildade para saber que não sabe de tudo.” (FILHO, Laurindo, 2006, p. 12)

2.3 A entrevista Para um documentário como este, que é resultado de entrevistas com fontes designadas, seja na posição de pesquisadores, ou como participantes da narrativa. O repórter que deseja captar informações de outras pessoas para que sua obra seja produzida deve ter conhecimento técnico e teórico para conseguir o relato que deseja e que a fonte consiga responder as questões. O fator sensível de identificação com a fonte é destacado por Cremilda Media (1990), como fator preponderante para que o produto final cause também sensibilidade ao espectador. Um repórter que se debruça sobre o entrevistado para sentir quem é outro, como se estivesse contemplando, especulando uma obra de arte da natureza, com respeito, curiosidade, por certo esses fluídos positivos de uma percepção aberta chegarão por complexos sinais à percepção do entrevistado. (MEDINA, 1990, p. 31)

Barbeiro e Rangel (2006) apontam como elemento primordial na pesquisa jornalística esportiva, ressaltando a escolha e seleção das questões como ingredientes principais para a produção de uma boa reportagem. [...] uma matéria que responda às perguntas básicas é o dever de todo profissional do jornalismo esportivo. Uma boa reportagem depende de boas perguntas feitas para as pessoas certas no momento adequado. Se fizer bom uso desse instrumento de trabalho, o repórter esportivo tem tudo para ser um bom profissional. (BARBEIRO e RANGEL, 2006, p. 21)

Medina (1990) critica a formação de um espetáculo no ato da entrevista. O sensacionalismo também não deve estar presente durante o trabalho do jornalista. Devese buscar entrevistar sem expor o entrevistado ao ridículo, nas perguntas não devem haver preconceitos, ou pender para um julgamento pessoal do entrevistador. Neste documentário buscou-se entrevistar sem pré-julgamentos, tentou-se não deixar que opiniões pessoais tivessem teor nas perguntas para os ex-atletas. Fez-se com


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que as fontes respondessem o que era perguntado e a partir daí gerar uma conversa que buscasse debater fatores citados pelos entrevistados. Cremilda Medina (1990), ressalta ainda, a habilidade que o repórter deve ter de saber relacionar-se com os outros para que esse relacionamento possa ser capaz de ser uma conversa criadora. “O entrevistador deve investir de imediato na própria personalidade para saber atuar numa interrelação criadora” (MEDINA, 1990, p. 11)


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CONSIDERAÇÕES FINAIS Este documentário tem como um dos seus objetivos dar o ‘pontapé inicial’ para

que outras pesquisas se interessem pela temática. Para que vejam que o assunto pode ser explorado e focado de várias formas e maneiras O jornalista deve ser o voyeur da problemática e este tema está repleto delas. Este trabalho buscou mostrar uma história por muitas vezes oculta e que ainda merece muito mais estudo. É singular cada entrevista contida nesse trabalho. Os ex-atletas abriram suas vidas para esse projeto afim de auxiliar no processo de dar luz ao assunto que é a própria vida de ex-jogador. Notou-se também a necessidade que cada uma das fontes tinha em falar o que sentia, eles precisavam desabafar, dessa vez, desabafaram com o espectador do documentário. O público poderá notar uma abordagem humanizada da temática e poder imergir em uma outra época através das fotos e vídeos, assim como também no depoimento dos personagens. Irá notar também a existência de um problema que se mostra sem solução para os ex-atletas que sofreram com a falta de direitos no período em que trabalhavam com futebol. Pode-se perceber a vontade que os ex-atletas têm de querer mudar o futebol, fazer com que ele volte a ser como antes. Em seus discursos, compreende-se que a situação está ruim para todos os amantes do futebol, mas está boa para quem o gerencia. Desvalorizados desde a época em que estavam atividade até hoje, para eles, só resta o desabafo, a reivindicação e a crítia. Por fim, este vídeodocumentário oferece uma abordagem diferente do que já foi produzido na temática. O enfoque aqui, está nos ex-atletas e não no futebol como frequentemente acontece. Que ao terminar de assistir este filme o espectador possa reconhecer a existência de uma problemática, considere que alguém deva voltar o olhar para os exatletas e mude o jeito de pensar sobre estes cidadão comuns, pessoas como todas as outras que apenas decidiram labutar e sustentar a vida com um esporte de alto rendimento.


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8.

REFERÊNCIAS

BABEIRO, H.; RANGEL P. Manual do jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2006. BAPTISTA, Bastos L. Realismo e formalismo como polos de composição fílmica. 2014. 241f. Dissertação de Pós-Graduação - Universidade de São Paulo BERLO, David K.O processo da comunicação: introdução a teoria e prática 9. ed. São Paulo: Fundo de Cultura, 1970. BOGO, A.; CENTENO P. Futebol é mais que um jogo. 2015. 83f. Trabalho de conclusão de curso – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2015. FORA DE CAMPO. São Paulo: SescTV (51 min.) son., color. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=TfN1Eiy7Hx4> Acesso em 12 de agosto de 2017. HEIDERICH, P, N.; KNEIPP, J. O que era aquilo?. 2012. 87f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2012. LUCENA, Luiz Carlos. Como fazer documentários: conceito, linguagem e prática de produção. São Paulo: Summus Editorial, 2012. MEDINA, C. Entrevista: O diálogo possível. São Paulo: Ática, 1990. NICHOLS, B. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005. OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE. Operário Futebol Clube de 1977. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wDBJLouS6xs> Acesso em: 16 set. 2017. PENAFRIA, Manuela. O filme documentário: História, identidade, tecnologia. Lisboa: Edições Cosmos, 1999. PUCCINI, S. Introdução ao roteiro de documentário. 2009. 190f. Universidade Estadual de Campinas, 2009. RAFAEL, H. Almanaque do Futebol Sul-Mato-Grossense. Campo Grande: Edição do Autor, 2017. SCHINNER, Fernando, C. Manual dos locutores esportivos. 1. Ed. São Paulo: Panda Books. VOGEL, D. Fábulas do gol- As crônicas esportivas de Nelson Rodrigues. Florianópolis: Insular, 2012.


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9.

ANEXOS

ANEXO A – Email com autorização para uso de trilha sonora


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10.

APÊNDICE

APÊNDICE A- Roteiro de entrevistas Raphael Siqueira Lopes – Responsável pelo Museu do Operário

1) Qual é seu nome completo 2) Quantos anos você tem? 3) De onde surgiu essa vontade de ser o curador do Museu? 4) E a paixão pelo futebol de MS? 5) Quais jogos mais marcaram a história do Operário? 6) Quais jogadores são considerados ídolos do clube? 7) Eles São valorizados? 8) Eles tinham boas condições de trabalho? 9) Quanto ganhavam? 10) O que falta para que eles tenham mais visibilidade? 11) O que falta para o futebol regional voltar aos bons tempos? 12) A Federação valoriza o futebol? Kléber Tolentino Paes Ferreira – Torcedor do Comercial 1) Qual é seu nome completo 2) Quantos anos você tem? 3) De onde surgiu essa vontade de pesquisar sobre seu time do coração? 4) E a paixão pelo futebol de MS? 5) Quais jogos mais marcaram a história do Comercial? 6) Quais jogadores são considerados ídolos do clube? 7) Eles São valorizados? 8) Eles tinham boas condições de trabalho? 9) Quanto ganhavam? 10) O que falta para que eles tenham mais visibilidade? 11) O que falta para o futebol regional voltar aos bons tempos? 12) A Federação valoriza o futebol? 13) Como torcedor você sente falta de valorização dos ex-atletas?


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Hélder Rafael – Jornalista e pesquisador do futebol de MS 1) Qual é seu nome completo 2) Quantos anos você tem? 3) De aonde surgiu essa vontade de pesquisar sobre o futebol de MS? 4) Poderia fazer uma rápida linha do tempo contando a história do esporte? 5) Quais jogos mais marcaram a história do Operário? 6) Quais jogos marcaram a história do Comercial? 7) Quais jogadores são considerados ídolos do futebol Sul-Mato-Grossense? 8) Quais jogadores atuaram fora do estado? 9) Eles São valorizados? 10) Eles tinham boas condições de trabalho? 11) Por que o futebol de MS entrou em decadência? 12) O que é necessário fazer para voltar aos bons tempos? 13) O que você acredita que aconteceu com a torcida que lotava o morenão? 14) A Federação valoriza o futebol? 15) A mídia valoriza o futebol? Altimar Brito – Ex-jogador de futebol 1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles? 5) Vamos aprofundar mais no futebol de Mato Grosso do Sul. Quanto tempo você ficou no Operário e no Comercial? 6) Você veio do Palmeiras em que ano? 7) Quantos anos você tinha quando veio do Palmeiras? 8) Ao chegar aqui você sentiu alguma diferença logo de cara? 9) Você notou alguma diferença na infraestrutura entre o Palmeiras e o Operário? Quais?


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10) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente de São Paulo? 11) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado? 12) E nos clubes fora de Mato Grosso do Sul? 13) Vamos falar da sua carreira como um todo, aqui no Mato Grosso do Sul e também fora do Estado. Tinha carteira assinada? 14) O salário era bom? 15) Recebia em dia? 16) A falta de pagamento fez com que você passasse alguma necessidade financeira? 17) Você chegou a recorrer na justiça essas faltas de pagamento? 18) Sua dificuldade para aposentar é decorrente de irregularidades trabalhistas no futebol? 19) Voltando no tempo mais uma vez, você pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 20) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 21) A torcida valorizava vocês como trabalhadores? 22) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 23) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 24) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 25) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 26) Por que você fala que o presidente precisa sair? 27) Qual o primeiro passo para que o futebol daqui volte a crescer? 28) O que a Federação deveria fazer hoje? 29) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 30) O que falta para os ex-jogadores? 31) Você acha que a situação pode mudar? 32) Vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense? Amarildo Carvalho – Ex-jogador de futebol


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1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles? 5) Quanto tempo você ficou no Operário? 6) Como foi sua transição do Operário para o Palmeiras? 7) Quantos anos você tinha quando foi para o Palmeiras? 8) Pode repetir em que ano você foi transferido para o Palmeiras? 9) Hoje em dia vemos transições milionárias. Você que passou por isso em outra época, pode me contar como era o cenário das transições e particularmente a sua? 10) Além de ser transferido aqui no Brasil, você também jogou na Europa. Pode contextualizar também como era esse mesmo cenário fora do país? 11) Ainda como contextualização, quantos anos você tinha quando jogava pela Europa? 12) Você recebia alguma coisa nesses processos de venda e empréstimo para outros clubes? 13) A negociação era feita com empresários ou diretamente com os jogadores? 14) Você que passou por clubes de variadas localidades, pode me dizer a principal diferença que você notou do futebol de Campo Grande para o de outros lugares? 15) No âmbito da infraestrutura, a dos clubes de Campo Grande era boa? 16) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente de São Paulo? 17) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado? 18) Cite as diferenças de gestão que você encontrou naquela época comparando o Brasil com os países da Europa que você jogou. 19) Você falar da sua carreira como um todo, aqui no Mato Grosso do Sul e também fora do Estado. Tinha carteira assinada? 20) O salário era bom?


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21) Recebia em dia? 22) A falta de pagamento fez com que você passasse alguma necessidade financeira? 23) Você chegou a recorrer na justiça essas faltas de pagamento? 24) Pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 25) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 26) A torcida valorizava vocês como trabalhadores? 27) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 28) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 29) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 30) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 31) Você já tentou disputar uma eleição para presidência da Federação. Por que não continuou? 32) Por que ninguém consegue tirar o presidente do poder? 33) O que a Federação deveria fazer hoje? 34) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 35) O que falta para os ex-jogadores? 36) Ainda vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense? Nelson Barros (Chaveirinho) – Ex-jogador de futebol 1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) De onde veio o seu apelido? 5) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles? 6) Você é considerado um ídolo do Comercial? 7) Você ganhou destaque dessa proporção em algum outro clube? 8) Quantos anos você tinha quando iniciou a carreira no profissional?


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9) Você começou em um clube de bairro, como era esse cenário de clubes de futebol existirem em bairros afastados do Centro? 10) Depois de jogar muito aqui, você rodou o Brasil. Qual a principal diferença que você notou entre o futebol do Mato Grosso do Sul e os outros Estados? 11) Você recebia alguma coisa nesses processos de venda e empréstimo para outros clubes? 12) Na época em que você jogava a estrutura oferecida pelos clubes era boa? 13) Você alguma vez já teve dificuldade em treinar ou jogar devido a falta de estrutura? 14) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente dos outros Estados? 15) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado? 16) Cite as diferenças de gestão que você encontrou naquela época comparando o futebol Sul-Mato-Grossense com os outros lugares por onde passou. 17) A carteira dos jogadores era assinada? 18) O salário era bom? 19) Recebia em dia? 20) A falta de pagamento fez com que você passasse alguma necessidade financeira? 21) Você chegou a recorrer na justiça essas faltas de pagamento? 22) Pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 23) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 24) A torcida valorizava vocês como trabalhadores? 25) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 26) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 27) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 28) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 29) O que a Federação deveria fazer hoje?


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30) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 31) O que falta para os ex-jogadores? 32) Ainda vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense? 33) Hoje você tem uma escolinha de futebol, o que você passa da sua experiência para os garotos? 34) Eles têm a visão certa do futebol? Silvério Bernal (Biro-Biro) – Ex-jogador de futebol 1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) Você nasceu no interior. Como foi sua vinda para a Capital para jogar futebol? 5) Como surgiu seu apelido? 6) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles? 7) Havia muitos jogadores oriundos do interior de Mato Grosso do Sul? 8) Você disse que começou no futebol através de uma peneira. Na época havia muitas dessas seleções de jovens jogadores? 9) Você jogou muito também no interior paulista. Qual a principal diferença que você notou entre o futebol do Mato Grosso do Sul e o de lá? 10) Voltando na história de você começar bem novo. Na época, a estrutura do Comercial incentivava o crescimento dos jogadores tanto social como profissional? 11) Você alguma vez já teve dificuldade em treinar ou jogar devido a falta de estrutura? 12) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente dos outros Estados? 13) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado?


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14) Cite as diferenças de gestão que você encontrou naquela época comparando o futebol Sul-Mato-Grossense com os outros lugares por onde passou. 15) A carteira dos jogadores era assinada? 16) O salário era bom? 17) Recebia em dia? 18) Pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 19) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 20) A torcida valorizava vocês como trabalhadores? 21) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 22) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 23) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 24) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 25) O que a Federação deveria fazer hoje? 26) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 27) O que falta para os ex-jogadores? 28) Ainda vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense? 29) Hoje você está empregado no órgão mantenedor do esporte no Estado. Você acredita que isso é uma forma de reconhecimento por tudo que fez no futebol? Marcilio Vasconcelos – Ex-jogador de futebol 1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) Você é Campo-grandense? 5) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles?


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6) Qual era estrutura dos clubes que você atuou aqui, principalmente do Operário? Questão de Centros de treinamentos, campos, áreas de lazer? 7) Você alguma vez já teve dificuldade em treinar ou jogar devido a falta de estrutura? 8) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente dos outros Estados? 9) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado? 10) Cite as diferenças de gestão que você encontrou naquela época comparando o futebol Sul-Mato-Grossense com os outros lugares por onde passou. 11) A carteira dos jogadores era assinada? 12) O salário era bom? 13) Recebia em dia? 14) Pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 15) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 16) A torcida valorizava vocês como trabalhadores? 17) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 18) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 19) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 20) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 21) O que a Federação deveria fazer hoje? 22) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 23) O que falta para os ex-jogadores? 24) Ainda vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense? 25) Hoje você está empregado no órgão mantenedor do esporte no Município. Você acredita que isso é uma forma de reconhecimento por tudo que fez no futebol? 26) Você é principal organizador dos jogos festivos de ex-atletas. De onde surgiu essa ideia e essa vontade de manter o grupo reunido?


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José Alberto dos Santos (Pastoril) – Ex-jogador de futebol 1) Qual é seu nome e sua idade? 2) Você jogava em qual posição? 3) Qual número você levava na camisa? 4) Por que esse apelido pouco convencional? 5) Muitos ex-jogadores falam que quem vinha de fora era mais valorizado. Você sentiu isso? 6) Você pode fazer um rápido histórico da sua carreira no futebol contando por mais clubes jogou e quanto tempo ficou em cada um deles? 7) Você pode comparar a infraestrutura do Vasco e do Operário na época? Havia discrepância? 8) O futebol era competitivo? 9) Você alguma vez já teve dificuldade em treinar ou jogar devido a falta de estrutura? 10) Sobre o tratamento que a Federação tinha com os clubes e por tabela, com os jogadores. Era diferente dos outros Estados? 11) Você era tratado como profissional pelos seus patrões aqui no Estado? 12) Cite as diferenças de gestão que você encontrou naquela época comparando o futebol Sul-Mato-Grossense com os outros lugares por onde passou. 13) A carteira dos jogadores era assinada? 14) O salário era bom? 15) Recebia em dia? 16) Você disse que os clubes viviam da renda e também disse que a média de público era de 25 mil pessoas. Não entrava dinheiro suficiente para que os jogadores recebessem em dia? 17) Pode contar como era o futebol de Campo Grande na época que você jogava? 18) Você pode fazer uma rápida comparação entre o futebol da época e o futebol atual? 19) A torcida valorizava vocês como trabalhadores?


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20) Como era o tratamento da torcida com os jogadores? 21) Como você define a situação atual do futebol de Campo Grande? 22) Para você, qual é o motivo da decadência do futebol de Campo Grande? 23) A Federação de Futebol aqui do Estado é atuante? 24) O que a Federação deveria fazer hoje? 25) A sua classe de ex-atletas é valorizada? 26) O que falta para os ex-jogadores? 27) Ainda vale a pena gostar do futebol Sul-Mato-Grossense?


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APÊNDICE B – Roteiro do documentário ROTEIRO IMAGEM

ÁUDIO Introdução

00:00 - 00:20 – Imagens do Estádio Morenão iniciando pela fachada e continuando com imagens da estrutura deteriorada do local.

Trilha Pachabelly – Áudio Livre

00:21 - 00:36 - Altimar

Trilha Fala: “Tinha as rivalidades, as torcidas, esse morenão enchia [...] bem disputado”

00:40 - 00:51 - Pastoril

Trilha Fala: “Nem todos os clubes pagavam INSS. Não pagavam nada [...] se eu meter um clube na justiça”.

00:52 - 01:12 - Amarildo

Trilha Fala: “Eles registravam a gente [...] recebíamos pouco”.

01:12 - 01:35 - Chaveirinho

Trilha Fala: “A gente era preso ao clube pra você sair tinha que pedir autorização [...] sempre recebia menos que os de fora.” Abertura

01:36 - 01:41 – Imagens montadas para a abertura.

Trilha Centroavante – Banda Calote

01:42 - 01:48 - Imagens montadas para a abertura.

Trilha Centroavante – Banda Calote

GC: UM FILME DE MICHAEL FRANCO 01:49 – 02:06 - Imagens montadas para a abertura.

Trilha Centroavante – Banda Calote

02:07 – 02:11 Campo de futebol com

Trilha


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opacidade baixa ao fundo e surge o título do filme.

Centroavante – Banda Calote

GC: AMOR À CAMISA GC: A história de ex-jogadores de Campo Grande - MS FUTEBOL DA ÉPOCA 02:12 – 02:43 Hélder Rafael 02:18 – 02:28 – GC: HÉLDER RAFAEL GC: Jornalista Esportivo 02:44 – 03:12 – Fade out. Imagens de arquivo da partida de futebol ocorrida em 1977.

Fala: “A partir da divisão do estado nós vivíamos um cenário muito positivo [...] numa final de Campeonato Brasileiro em 1977”. Narração do jogo.

02:49 – 02:56 - GC: Operário 1 x 0 São Paulo GC: Morenão - 1977 02:57 – 03:08 - GC: Imagens GC: Operário FC - Youtube 03:13 – 03:39 – Altimar

Fala: “Que hoje se ganha muito e reclama que joga [...] a gente tinha”.

03:17 – 03:27 – GC: ALTIMAR GC: Meia – Operário 1979 03:40 – 03:50 – Foto de Altimar na época de jogador.

Fala: “A gente vê hoje [..] fisiologista”.

GC: Altimar – Nacional (SP) GC: Gazeta Press - 1985 03:51 - 04:13 - Altimar

Fala: “Fisioterapeuta [...] do que dentro da sua casa mesmo”

04:14 – 04:41 - Pastoril

Fala: “O futebol hoje, ele mudou muito [...] de hoje como antigamente nem antigamente como hoje”.

04:18 – 04:28 – GC: PASTORIL GC: Meia – Operário 1981 04:42 – 05:09 - Amarildo 04:47 – 04:57 – GC: AMARILDO

Fala: “Era sempre difícil você ser jogador de futebol [....] não é fácil”.


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GC: Zagueiro – Operário 1980 05:10 - 05:20 – Imagem de Amarildo no Fala: “Disciplina principalmente [...] Palmeiras. jovem entrando no esporte fica muito preso”. GC: Amarildo – Palmeiras (SP) GC: Arquivo do Palmeiras 05:21 – 05:38 - Amarildo

Fala: “jogador de futebol ou vai ser uma pessoa normal [...] você não consegue nada na vida”.

05:39 - 06:24 – Marcílio

Fala: “A gente não pode ser hipócrita de pensar, puxar a sardinha só para o nosso lado [...] era muito gostos, era muito bom”

05:45 – 05:55 – GC: MARCÍLIO GC: Goleiro – Operário 1986 06:25 – 06:38 - Biro-Biro 06:28 – 06:36 – GC: BIRO-BIRO GC: Meia – Comercial 1979 06:39 - 06:48 – Imagem capa do Jornal Correio do Estado ilustrando a fala

Fala: “Não existia essa divisão de clube, de campeonatos [...] os clubes daqui jogavam de iguais.” Fala: “Com os outros grandes clubes também [...] série A, B, C, D.”

GC: Capa do Correio do Estado GC: 7 de março de 1982 06:49 – 07:13 - Biro-Biro

Fala: “E a nossa aqui Capital que deveria ter um clube de expressividade [...] glorioso do nosso futebol”.

07:14 - 07:29 – Chaveirinho

Fala: “Ia muita gente no estádio [....] filas imensas”.

07:30 – 07:40 – Imagens da bilheteria e Fala: “Lá da avenida Calógeras com a da rampa do Morenão ilustrando a fala. Ernesto Geisel [...] os ônibus iam superlotados.” 07:41 – 07:53 - Chaveirinho

Fala: “Eu ainda tive a felicidade de pegar o Estádio Pedro Pedrossian cheio [...] clubes da Capital principalmente”.

07:54 - 09:08 – Fade out e inicia o vídeo de uma antiga partida de futebol

Narração do jogo

07:59 – 08:32 - GC: Operário 2 x 0


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Vasco GC: Morenão – 1982 08:34 – 08:53 – GC: Imagens GC: Operário F.C. – Youtube Questões Trabalhistas 09:09 - 10:03 – Fade out. Hélder Rafalel

Fala: “O Operário acabou contraindo muitas dívidas, deixando de pagar tributos trabalhistas [...] que pudesse tomar o lugar dessa dupla”.

10:04 - 08:10 – Altimar

Fala: “Tinha carteira assinada, tudo, mas nem registravam [...] amor ao clube”.

10:25 – 10:49 - GC: ProFut GC: Lei de 2015 que obriga os clubes a acertarem todos os direitos trabalhistas. 10:50 – 11:00 – IMAGEM: Foto antiga de Altimar jogando pelo Juventude.

Fala: “Por amor à camisa, por amor à profissão [...] viaja mas sabia que”

GC: Altimar – Nacional (SP) GC: Gazeta Press (1985) 11:01 – 11:07 - Altimar

Fala: “As coisas eram meio encobertas [...] era diferenciado né”.

11:08 – 11:17 – Pastoril

Fala: “Os times de futebol viviam muito da renda [...] como era possível os caras fazerem o pagamento em dia”.

11:18 – 11:28 - IMAGEM: Foto antiga de Pastoril com o time do Vasco da Gama.

Fala: “Era impossível fazer o pagamento em dia [...] tinha que esperar uma renda boa”.

11:19 – 11:27 - GC: Pastoril – Vasco (RJ) GC: Arquivo do Vasco - 1963 11:28 - 11:47 - Pastoril

Fala: “No segundo jogo uma renda boa [...] agora hoje não, se você pegar uma camisa”.

11:48 – 11:57 - IMAGEM: Fotos de camisas de clubes dos anos 70 para

Fala: “De um time, qualquer time [...] de sessenta, setenta e oitenta você não vê


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ilustrar a fala.

um”

GC: Uniformes da década de 70 11:57 – 12:02 - Pastoril

Fala: “Patrocínio na camisa [...] só tinha isso aqui”.

12:03 - 12:12 - IMAGEM: Foto antiga de Pastoril em um jogo do Operário.

Fala: “Não tinha mais nada [...] até eu fico meio”

GC: Pastoril – Operário (MS) GC: Almanaque O Gol – 1971 12:12 – 12:14 - Pastoril

Fala: “Surpreso quando esses times falam que está sem dinheito”.

12:15 – 12:35 - Amarildo

Fala: “Na época era cruzeiros, tantos milhões de cruzeiros [...] tinha seu salário só e não existia o empresário.

12:36 - 12:44 – IMAGEM: Foto antiga Fala: “Que era um erro se nós de Amarildo com a equipe do Palmeiras tivéssemos empresário [...] como outros jogadores de Campo Grande que GC: Amarildo – Palmeiras (SP) também estão” GC: Revista Placar - 1986 12:45 - 13:10 - Amarildo

Fala: “Que já pararam de jogar futebol [...] eu queria era jogar no Palmeiras e pronto”.

13:11 – 13:20 - Chaveirinho

Fala: “Só um pequeno exemplo [...] aqui no Mato Grosso do Sul.

13:21 – 13:30 - IMAGEM: Foto antiga de Chaveirinho na equipe do Comercial

Fala: “É uma pena né [...] mas é a grande realidade e hoje não mudou a história, a história é a mesma”.

GC: Chaveirinho – Comercial (MS) GC: Arquivo do Comercial – 1994 13:31 – 14:04 - Chaveirinho

Fala: “Os atletas daqui são menos valorizados, nós não temos calendário [...] principalmente no meu término de carreira”.

14:05 – 14:14 - IMAGEM: Foto antiga de Chaveirinho atuando pelo Comercial

Fala: “Eu vivia falando para os jovens [...] eu passo essa informação para eles”.

GC: Chaveirinho – Comercial (MS)


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GC: Arquivo Pessoal 14:15 – 14:24 - Chaveirinho

Fala: “Porque eu não tive essa informação quando era jovem [...] a gente espera que mude esse cenário sul-mato-grossense”.

14:25 – 14:44 - Biro-Biro

Fala: “Nós tínhamos a carteira de trabalho era feito sim [...] ninguém ganhava o que se paga hoje a um jogador”.

14:45 – 14:54 - IMAGEM: Foto antiga de Biro-Biro na equipe do Operário

Fala: “Com o tempo isso foi mudando com as infiltrações de empresários [...] que fazem hoje jogadores”.

GC: Biro-Biro – Gurani (SP) GC: Arquivo do Guarani - 1983 14:55 – 15:38 - Biro-Biro

Fala: “Então na minha época foi muito assim coração, amor pela camisa [...] hoje criança já nasce o filho, já quer que seja jogador de futebol”.

15:39 – 15:45 - Marcilio

Fala: “Acho que poucos os clubes que eu joguei tiveram uma coisa pendente para trás. Aqui no operário ...”.

15:46 - 15:53 – IMAGEM: Foto antiga de Marcilio na equipe do Operário.

Fala: “... eu não tive problema [....] fui campeão pelo misto do Mato Grosso também”.

GC: Marcílio – Operário GC: Arquivo do Clube 15:54 - 16:02 - Marcilio

Fala: “Disputei brasileiros por lá [....] era uma coisa mais enxuta e os times davam conta”.

16:03 – 16:43 - Altimar

Fala: “No Palmeiras mesmo tem coisas que ficaram lá para trás [...] quando eu for aposentar eu vou estar aqui neste mundo anda”.

16:43 - Efeito Flash 16:44 – 16:51 - Altimar

Fala: “No Bahia mesmo eu tive agora esses tempo atrás [...] retorno de dinheiro da...”


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16:53 - 17:00 - IMAGEM: Foto antiga de Altimar atuando pelo Bahia

Fala “... da primeira vez que eu passei no Bahia [...] constava como recolhido e não foi recolhido”.

GC: Altimar – Bahia (BA) GC: Revista Placar – 1978 17:01 – 17:26

Fala: “Aí agora, questão de quatro meses [...] a gente recolhia sempre pelo menor salário”.

17:27 – 18:06 - Amarildo Carvalho

Fala: “Esses jogadores que vinha de fora, que vinham do Rio, de grandes clubes [...] isso foi acabando, foram pendendo...”

18:07 – 18:18 - IMAGEM: Filmagens da Fala: “Sedes, aqui mesmo na brilhante antiga sede do Operário para ilustrar a o comercial tinha um campo enorme [...] fala. perderam porque dívida trabalhista”. GC: Antiga sede do Operário GC: Bairro Santa Mônica 18:19 – 18:24 - Amarildo

Fala: “Mas isso já vinha de trás, eram promessas não cumpridas [...] jogador era um trabalhador”.

18:25 – 18:44 - Chaveirinho

Fala: “A gente gostava muito disso, acabava superando essas adversidades [...] me privou, não me fez falta”.

18:44 – Efeito Flash 18:45 – 18:49 - Chaveirinho

Fala: “Eu trabalhei num clube aqui da Capital, Operário Futebol Clube”.

18:50 – 18:58 - IMAGEM: Foto antiga de Chaveirinho atuando pelo Operário.

Fala: “E eu tive que colocar na justiça [...] fui receber depois de dezesseis anos”.

GC: Chaveirinho – Operário (MS) GC: Arquivo pessoal 18:59 – 19:04 - Chaveirinho

Fala: “E as pessoas ainda carregam mágoa da gente como atleta que defendemos as cores do clube”

19:05 – 19:09 - Pastoril

Fala: “Eu joguei em clubes que às vezes o pagamento atrasava três meses”.


40

19:09 – Efeito Flash 19:10 – 19:12 - Pastoril

Fala: “Mesmo com todos esses problemas de pagamento atrasado”.

19:13 – 19:19 - IMAGEM: Foto da Equipe do Operário Campeã de 1981

Fala: “Diretoria se matando para pagar a gente [...] eu sou um cara feliz...”

19:20 – 19:24 - Pastoril

Fala: “...porque eu deixei um legado [...] posso falar de peito aberto”.

19:25 – 20:06 - Altimar

Fala: “Salário nosso ele era um salário que tinha meses que durava sessenta dias [...] e a gente ia levando”.

19:47 – 19:59 - GC: Bicho GC: Premiação e/ou remuneração paga por bom desempenho em campo.

20:07 – 21:29 – IMAGEM: Jogo data de Narração do jogo. 1977 entre Operário e Grêmio. 20:08 – 21:29 - GC: Grêmio 3 x 3 Operário GC: Estádio Olímpico 1977 GC: Arquivo TVE/Operário FC 21:30 – Efeito de Fade out. Torcida 21:31 – 21:43 - Marcílio

Fala: “A torcia tinha todo esse contato na rua, nos jogos [...] isso é legal”.

21:44 – 22:31 - Amarido

Fala: “Até hoje nós que pertencemos ao passado [...] mas aqui ninguém ajuda”.

22:32 - 23:07 - Biro-Biro

Fala: “Antigamente os jogadores daqui eram muito reservados [...] pedir autógrafo, camiseta”.

23:08 – 24:09 - Chaveirnho

Fala: “O torcedor é paixão né [...] quando a gente para de jogar é uma mudança muito rápida”.

24:10 – 24:31 – Pastoril

Fala: “Nós quando íamos pros coletivos sexta-feira a poliesportiva era pequena [...] quando tinha um comerário.


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24:32 – 24:42 - Imagens de arquivo mostrando a torcida e ilustrando a fala.

Fala: “Quando tinha um jogo Operário e Corumbaense [...] Operário e Pontaporanense, entendeu”.

GC: TV Morena – Arquivo 24:43 – 25:16 - Pastoril

Fala: “O estádio era lotado sempre [...] tudo passa né, fazer o que?”.

25:17 – 25:24 - Altimar

Fala: “A torcida era fantástica [..] pedir autógrafo”.

25:25 – 25:40 - IMAGEM: Filmagens da Fala: “Hoje você não vê um jogador arquibancada do Morenão pegar autógrafo [...] Arturzinho, Lima”. 25:41 – 26:27 - Altimar

Fala: “Neneca goleiro [...] torcedor para você aí na rua”. Situação atual do futebol

26:28 – 26:53 - Hélder Rafael 26:34 – 26:44 – GC: HÉLDER RAFAEL GC: Jornalista Esportivo

Fala: “O que está ao alcance da Federação eu também vejo que eles estão deixando a desejar [...] ou pro torcedor que vem ao estádio”.

26:54 – 27:06 - IMAGEM: Filmagens do Fala: “Nós temos hoje uma fórmula de lado de fora do Morenão para ilustrar a disputa que é a mesma desde 2010 [...] fala. campeonato previsível. 27:07 - 27:30 - Hélder Rafael

Fala: “Até os adversários são os mesmos [...] mexer com o coração do torcedor mesmo.

27:31 – 27:53 - Amarildo

Fala: “Aqui não tem gestão cara [...] CBF manda dinheiro para o nosso futebol e não é pouco”.

27:33 – 27:43 – GC: AMARILDO GC: Zagueiro – Operário 1980 27:54 – 28:07 - Pastoril 27:56 – 28:06 – GC: PASTORIL GC: Meia – Operário 1981 28:08 - 28:50 – Altimar 28:13 – 28:23 – GC: ALTIMAR GC: Meia – Operário 1979 28:50 – Efeito Flash

Fala: “Nosso futebol acabou [...] todo mundo sabe porque o nosso futebol acabou”. Fala: “A gente vê aí se perpetuando num cargo [...] são horríveis”.


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28:51 – 29:13 – Altimar

Fala: “O nosso futebol, o nosso Estado precisa parar [...] dar o impulso para voltar”.

29:14 – 29:20 – Amarildo

Fala: “Eu quero ter oportunidade de competir [...] participar de uma eleição”

29:21 – 29:32 - IMAGEM: Recortes de matéria ilustrando a fala.

Fala: “Não quero como eu saí na época [...] num evento e me falaram assim...”

29:33 – 29:42 - Amarildo

Fala: “...você quer sair mesmo, você está falando muito [...] existe ameaça também meu amigo”

29:43 – Efeito Flash 29: 44 – 29:51 - Amarildo

Fala: “Futebol é política [...] você acaba também largando”.

29:52 – 30:06 - Amarildo

Fala: “Infelizmente não pensam, por que não pensam? Porque vai ter custo [...] não pensam assim.”

30:07 – 30:15 - Amarildo

Fala: “Você viu o raio que caiu [...] tinha que cair na cabeça de alguns aqui né”.

30:16 – 30:31 – Marcilio

Fala: “A gente vê muito reconhecimento das pessoas [...] que a gente tem para melhorar tudo em si”.

30:18 – 30:27 – GC: MARCILIO GC: Goleiro – Operário1986

Valorização pós-carreira 30:32 – 31:11 - Biro-Biro 30:41 – 30:50 – GC: BIRO-BIRO GC: Meia – Comercial 1979

Fala: “A gente percebe que existe em outros estados [...] e ajudar esses exjogadores”.

31:12 – 31:53 - Pastoril

Fala: “Nós não somos valorizados [...] não valoriza mesmo”.

31:53 – Efeito Flash 31:54 – 32:26 - Pastoril

Fala: “Eu não vou ficar pedindo serviço pros caras [...] a bola é quadrada?”.

32:27 – 32:48 - Amarildo

Fala: “Se fosse valorizado no nosso Estado [...] tomara que esses que estão jogando hoje em dia futuramente sejam valorizados.


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32:49 – 33:58 - Altimar

Fala: “Aqui no nosso Estado é horrível [...] o cara te dá uma carteirinha para você poder ir ao estádio”.

33:59 – 34:44 - Chaveirinho

Fala: “Agora você imagina eu vinte anos vivendo de futebol tenho minha escolinha de futebol”.

34:05 – 34:15 – GC: CHAVEIRINHO GC: Atacante – Comercial 1989

34:45 - 35:07 - IMAGEM: Filmagens da Fala: “Hoje eu falo às claras com os escolinha de futebol para ilustrar a fala. meninos que estão sonhando em jogar futebol [...] antes daqueles noventa 34:45 – 35:07 - GC: Arquivo Pessoal minutos tem todo um trabalho”. 35:08 – 35:32 - Chaveirinho

Fala: “O psicológico é muito importante, o apoio da família [...] daquele cidadão daquele homem daquele pai de família”.

35:33 – Inicia Fade out.

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

35:39 – Inicia Fade in. – Para imagens montadas para o encerramento semelhantes à abertura.

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

35:43 – Inicia encerramento

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

36:03 – Surge o título. TEXTO AMOR À CAMISA A história de ex-jogadores de futebol de Campo Grande - MS

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

36:09 – TEXTO: REALIZADO POR MICHAEL FRANCO

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

35:13 – 35-14 – Fade out geminado a um Fade in surgindo o texto AGRADECIMENTOS 35:15 – TEXTO: AGRADECIMENTOS Alberto dos Santos Altimar Brito Amarildo Carvalho Artur Mário Banda Calote Gabriel O Pensador

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador


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Guilhermina Ruiz Hélder Rafael Higinio Ruiz Jackson Nogueira Joel Silva Luiz Carlos Prieto Marcelo Cancio Marcilio Vasconcelos Mariana Vilela Mikaelly Franco Nelson Barros Operário FC Paulo Sérgio Silvério Bernal 36: 37 – TEXTO: PARA A MAJESTADE, O FUTEBOL

Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador

36:40 – Fade out.

Fade out Trilha Brazuca – Gabriel O Pensador


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