Da Base ao Pódio

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL FACULDADE DE ARTES, LETRAS E COMUNICAÇÃO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

DA BASE AO PÓDIO: DOCUMENTÁRIO SOBRE O CENÁRIO DO ESPORTE DE BASE EM MATO GROSSO DO SUL

DANIELLE OLIVEIRA MUGARTE MARIA CAROLINA AMORIM DE SOUZA LINS

Campo Grande DEZEMBRO/2017


DA BASE AO PÓDIO: DOCUMENTÁRIO SOBRE O CENÁRIO DO ESPORTE DE BASE EM MATO GROSSO DO SUL

DANIELLE OLIVEIRA MUGARTE MARIA CAROLINA AMORIM DE SOUZA LINS

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientador: Prof. Dr. Marcelo Vicente Cancio Soares

UFMS Campo Grande DEZEMBRO - 2017



SUMÁRIO Resumo

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Introdução

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1. Atividades desenvolvidas

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1.1 Execução

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1.2 Dificuldades encontradas

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1.3 Objetivos alcançados

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2. Suportes teóricos adotados

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2.1 Esporte

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2.2 Documentário

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2.3 Técnicas Jornalísticas

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3. Considerações finais

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4. Referências

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5. Apêndices

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5.1 Roteiro do documentário

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5.2 Guia de questionário de perguntas para as fontes

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5.3 Texto dos offs

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5.4 Ficha técnica do documentário

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5.5 Modelo de termo de autorização de uso de imagem

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RESUMO: Este trabalho aborda a situação do esporte de base em Mato Grosso do Sul, com ênfase nas modalidades do futebol, do judô e da ginástica artística. O esporte na fase infantojuvenil é fundamental para o desenvolvimento físico e motor do atleta, o que possibilita o bom desempenho do mesmo nas categorias profissionais. Além do fator de rendimento, o esporte é considerado uma das maiores formas de inclusão social, principalmente entre crianças e jovens, e é responsável por potencializar as relações de trabalho em equipe, competição e dedicação. No estado há carência de incentivo financeiro para os atletas e para os clubes que pertencem, tanto de recursos vindos da esfera pública quanto da esfera privada, que seriam os possíveis patrocinadores. A falta de apoio da população através da torcida e a pouca visibilidade nos meios de comunicação, que tratam o esporte de forma extremamente superficial e repetitiva, apenas com ênfase em placares e vendas de jogadores, também são fatores que contribuem para o esquecimento do esporte. A apuração do trabalho foi feita por meio da pesquisa bibliográfica, fontes documentais, pesquisa de campo, entrevistas e filmagens, e resultou na produção de um documentário de 27 minutos sobre o assunto. PALAVRAS-CHAVE: Jornalismo Esportivo - Documentário - Futebol - Judô – Ginástica - Mato Grosso do Sul


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INTRODUÇÃO O tema trabalhado no documentário “Da base ao pódio” é o esporte de base em três modalidades expressivas presentes em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, mas que não possuem grande investimento, o futebol, o judô e a ginástica artística. O período de iniciação esportiva é de suma importância para as modalidades atléticas, pois é a fase de aprendizado e aperfeiçoamento, de forma com que o atleta tenha condições de desenvolver todos os aspectos de suas capacidades motoras e cognitivas, físicas, mentais e emocionais. Porém, a situação do esporte é precária na cidade, não apenas para os atletas profissionais, mas também para os jovens que estão em um momento definitivo de suas carreiras: o de desenvolvimento. Não há grande investimento público (governo federal, estadual e municipal) e nem apoio da iniciativa privada. Durante a produção do documentário, a maioria dos entrevistados relataram não receber ajuda alguma do governo ou o apoio era insuficiente. A Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte) distribuiu neste ano (2017) 170 bolsas para jovens atletas de 12 a 17 anos, divididas em três categorias: 100 para o Bolsa-Atleta Estudantil, para os que se destacam em competições estudantis nacionais e internacionais, no valor de R$ 350,00; 50 para o Bolsa-Atleta Nacional para os talentos, com idade mínima de 14 anos, em campeonatos nacionais e internacionais, no valor de R$ 800,00, e 20 para o Bolsa-Atleta Pódio Complementar direcionada aos atletas do estado que já recebem bolsa federal, no valor de R$ 800,00. Mas essa quantia infelizmente ainda é escassa: 475 atletas se inscreveram para as 170 bolsas disponíveis. O valor da bolsa, segundo os entrevistados, ainda é pouco perto das necessidades que os atletas de base precisam, principalmente para material e viagens. Dos seis projetos abordados na pesquisa, apenas um de futebol e um do judô revelaram receber patrocínio privado e, ainda sim, confessaram ser uma quantia pequena. O trabalho abordou o esporte como uma das maiores ferramentas de inclusão social, principalmente para aquelas crianças que não possuem acesso a uma educação de qualidade e que veem no esporte a única chance de um futuro melhor. O esporte traz fundamentos como a disciplina, o respeito às regras e a interação, ideais que contribuem para a formação do sujeito social. Investir no esporte social é de uma importância que as autoridades parecem não enxergar.


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Os primeiros investimentos devem ser feitos na etapa de base do atleta. No entanto, essa não é a realidade local. Enquanto Minas Gerais, um estado que recebe talentos sul-mato-grossenses como a judoca Layana Colman, investiu em 2017 R$ 136.000 em bolsa atleta, sem contar as bolsas oferecidas aos atletas paraolímpicos, Mato Grosso do Sul investiu R$ 91.000. Isso explica e contribui para que o esporte adulto e de alto rendimento seja fraco e torne os atletas locais “invisíveis”. Outra vertente que é comum em Campo Grande é o fato de que atletas de alto nível técnico, que tiveram uma base sólida mesmo com as dificuldades, não conseguirem investimento e incentivo quando adultos, os impedindo de viajar até mesmo para competir. Os pais são os maiores investidores no esporte de base e são fundamentais para o crescimento das modalidades atléticas em Mato Grosso do Sul, contudo, essa não deveria ser a forma mais comum de investimento. Na maioria das vezes são pessoas advindas de classe social baixa e essa escolha envolve renúncias, trabalho árduo e sacrifícios financeiros. Foram estudados seis projetos durante a pesquisa. No futebol, o Clube Atlético Santista, uma escola de futebol voluntária criada por Edelson Ortiz Cordeiro que, juntamente com outros profissionais, investe no projeto a partir do próprio bolso. Além da escola, foi observada uma seletiva para as categorias de base do sub-11 e sub-13 do Operário Futebol Clube, e o trabalho feito no Náutico Futebol Clube. Na ginástica artística, o objeto de pesquisa é o Centro de Treinamento de Ginástica (Cefat). O único centro da modalidade no estado é municipal e recebe apoio da Federação de Ginástica de Mato Grosso do Sul. No judô, foram visitados o projeto Nota Dez, que acontece nas escolas públicas e a academia Judô Clube Rocha. O tema da pesquisa foi escolhido com o intuito de chamar a atenção para realidade do esporte de base no estado. Pouco valorizado pela mídia e pela população, o esporte é frequentemente visto apenas como uma forma de entretenimento e, muitas vezes de alienação, pelos próprios profissionais da comunicação e não é levado tão a sério quanto as demais editorias dentro do espaço jornalístico. Usado por diversas vezes para mascarar problemas sociais, o esporte é comumente utilizado pelos meios de comunicação para alienar (diminuir a capacidade de indivíduos de pensar) e criar fenômenos como fanatismo e idolatria. Durante o período da ditadura militar no Brasil, a mídia explorava o futebol como forma de distração. Ainda hoje a maioria das pautas


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esportivas são voltadas para resultados de competições, compras e vendas de atletas e recebem atenção total apenas quando eventos esportivos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol acontecem, enquanto é um tema rico que deveria ser explorado nas pautas políticas, econômicas, culturais e principalmente sociais. A intenção foi mostrar que o esporte, além de entretenimento, é uma forma de inclusão social. A prática do esporte pode transformar as vidas de muitas crianças e adolescentes, tirando eles da exposição das ruas, estimulando a superação de barreiras e limitações, além do crescimento das noções de solidariedade e respeito às diferenças. Com o esporte, o cidadão tem a oportunidade de exercer os seus direitos e compreender os seus deveres com disciplina e determinação, visto que por meio de jogos, as crianças relacionam-se com o mundo. Sempre que se pensa em inclusão social em bairros periféricos, da própria Campo Grande, pensa-se em esporte. Além disso, a pesquisa mostra a realidade de todos os profissionais que trabalham na área e que não são valorizados, pois apesar do conhecimento e esforço, são limitados pela falta de assistência material, locais adequados e incentivos salariais. É neste momento que entra a figura dos pais, importantes ferramentas nesta fase. Conhecidos como “paitrocinadores”, muitos deles são responsáveis no investimento do esporte de base, já que neste cenário a sociedade (iniciativa privada) e a esfera pública (governo federal, estadual e municipal) se omitem tanto no esporte de base quanto no esporte de alto rendimento, adulto. Os próprios profissionais da área de comunicação não enxergam a importância do esporte na vida das pessoas, por isso o assunto é tão ausente na mídia tradicional. Nos meses de setembro e outubro de 2017 um reality show da emissora de televisão Globo, chamado “Ippon, a luta da vida” mostrou um pouco da realidade de jovens lutadores de judô, que inclusive tinha como participante uma das maiores judocas do mundo Layana Colman, natural de Mato Grosso do Sul. Mesmo que visasse a audiência em cima das lutas, deu visibilidade e abriu porta para os atletas.


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1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades realizadas desde o início do trabalho foram as seguintes: a) Definição do tema; b) Pesquisas bibliográficas acerca do tema; c) Construção do pré-projeto feito e apresentado na disciplina Metodologia da Pesquisa Científica; d) Definição de vídeo documentário como suporte jornalístico para o trabalho; e) Escolha das modalidades futebol, judô e ginástica como parâmetro para a elaboração do trabalho, três das modalidades mais expressivas do estado; f) Levantamento das fontes que compuseram e ilustraram o tema; g) Levantamento das datas de treinos, jogos e campeonatos; h) Início da redação do projeto; i) Elaboração do cronograma com as datas levantadas conforme a disponibilidade das autoras; j) Criação de um roteiro de perguntas a serem respondidas pelas fontes; k) Primeiro contato com as fontes a serem entrevistadas e visitas aos locais a serem gravados; l) Gravação de takes para compor os offs do vídeo; m) Entrevistas na escola de futebol: Clube Atlético Santista e Náutico Futebol Clube; n) Entrevistas na sede do Operário Futebol Clube; o) Entrevistas no Cefat e na Federação Estadual de Ginástica; p) Entrevistas na academia Judô Clube Rocha; q) Entrevista no festival de judô do projeto Nota Dez; r) Entrevista com o presidente da Federação Estadual de Judô; s) Entrevista como o diretor-executivo da Fundesporte; t) Impressão de aproximadamente 100 autorizações para usar direitos de imagens das crianças que apareceram no vídeo; u) Autorizações; v) Seleção de material (quase 100 GB entre takes e entrevistas);


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w) Elaboração de roteiro a partir do material selecionado; x) Edição de entrevistas; y) Edição de takes; z) Edição de documentário; aa) Gravação de offs; bb) Montagem final do documentário.

1.1 Execução: O primeiro passo foi a definição do tema. O assunto foi trabalhado dedicadamente durante meses para a elaboração da 86° edição do Jornal Laboratório Projétil, que teve as Olimpíadas como carro chefe para a escolha e, desde então, com as descobertas feitas e a vontade de levar isso às pessoas o assunto continuou servindo de pauta para outras matérias em diversas disciplinas. Considerada a familiaridade com o conteúdo, percebeu-se que era possível se aprofundar no tema de forma a chamar a atenção da população em geral através do vídeo, já definindo a forma de apresentação do produto. Para o início do desenvolvimento foi feito o levantamento de livros, artigos e matérias sobre a importância do esporte para a sociedade e sobre o esporte na fase infantojuvenil. Na sequência, o mesmo procedimento foi executado para obter um referencial teórico para a produção de documentários. Em seguida foi necessário fazer um levantamento das fontes, que são os atletas, clubes, escolas e centros de treinamento que seriam os objetos de investigação do documentário, servindo como referência para cada modalidade. Alguns já haviam sido trabalhados anteriormente e outros conhecidos por meio da busca, como o Clube Atlético Santista. Foram pesquisadas datas e locais de treinos, jogos e festivais contemplados no período disponível para elaboração do trabalho. Com esse levantamento um cronograma para filmagens foi elaborado. Também foi feito um questionário de perguntas para as fontes estabelecidas, de forma a responder as questões levantadas pelo tema ao mesmo tempo em que abre possibilidade para novas descobertas. Em outro momento foi feito o primeiro contato com alguns dos entrevistados que fazem parte do vídeo documentário e consequentemente a pesquisa de campo foi


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realizada para conseguir informações preliminares, conhecer os espaços e os personagens.

Imagens (takes) foram feitas para compor os depoimentos, offs e

transições do documentário. Visitas e entrevistas foram realizadas na seletiva da base do Time do Operário, com algumas das crianças, treinador da base e presidente do clube; depois com crianças do clube Náutico, professor e presidente do time. Realizou-se ainda entrevistas com Edelson, fundador do projeto Clube Atlético Santista e com algumas das crianças da escolinha; no Clube Judô Rocha com o treinador e jovens judocas; visita ao festival de judô do projeto Nota Dez e entrevistas com o fundador, Marcio Fernandes, e com coordenador, Altamir Rocha do projeto e por último, foram feitas visitas ao Cefat, onde se pôde acompanhar a rotina dos jovens atletas, além da dedicação dos treinadores. Após toda a coleta do conteúdo, foi feita uma seleção de entrevistas e imagens (takes). Com base nessa seletiva, um roteiro foi elaborado. Depois foi feita uma edição desse material para a montagem final do documentário, em que foi unido aos offs gravados. 1.2 Dificuldades Encontradas

Uma das dificuldades foi encontrar referenciais teóricos que tivessem como tema principal o esporte de base, principalmente materiais sobre o assunto no âmbito de Mato Grosso do Sul. Até encontrar o conceito do que seria “esporte de base” e quais categorias, sub-11, sub-13, sub-21, por exemplo, se encaixam nesta fase, foi complicado. Selecionar e filtrar as fontes também foi difícil. Algumas fontes do Centro de Treinamento de Ginástica de Campo Grande (Cefat) demonstravam estar receosos. Outros pareciam treinados para elogiar o incentivo dado pela Fundação Municipal de Esporte (Funesp). Marcar entrevista com algumas personalidades fortes do esporte local, como a judoca Layana Colman e o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) Francisco Cesário, não foi possível e isso alterou os planos do cronograma. O curso possui poucos equipamentos, como câmeras, microfones e iluminação extra, portanto o aluno, principalmente os que dependem totalmente desses


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recursos para a elaboração do produto, como é o caso do documentário, fica limitado. Não estão disponíveis sempre que o aluno precisa e limitam a qualidade do vídeo. O grande material gravado (takes, depoimentos) dificultou produzir um documentário mais curto, como pensado inicialmente.

1.3 Objetivos Alcançados O objetivo geral do trabalho, produzir um documentário que retrata a falta de investimento nas categorias de base e como isso contribui para a precariedade do esporte em Mato Grosso do Sul, foi concluído com sucesso. Alguns objetivos específicos traçados no planejamento do projeto foram alcançados de forma satisfatória, como conhecer o trabalho desenvolvido na escolinha voluntária de futebol Clube Atlético Santista e definir o projeto como “personagem” de abertura do vídeo; visitar o Cefat, escolas e projetos de judô. Identificar o perfil socioeconômico das crianças e jovens que fazem parte desses projetos, analisar os espaços e condições físicas onde essas crianças treinam e acompanhar competições locais também foram finalidades alcançadas. Contudo, algumas entrevistas não foram realizadas, pois algumas das fontes levantadas não foram acessíveis, como o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cesário, o diretor de planejamento de atividades desportivas da Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte), Luiz Stopa e a judoca Layana Colman.


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2. SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS: 2.1 Esporte

Quando se procuram livros, trabalhos, artigos ou até mesmo reportagens relacionados ao esporte de base focado no rendimento (prática que prepara o atleta especificamente para competições em uma determinada modalidade, diferente do esporte de participação) há poucos resultados. As pesquisas referentes ao esporte de rendimento infantojuvenil em Mato Grosso do Sul são escassas. O tema é pouco abordado em pesquisas acadêmicas, científicas e nos materiais jornalísticos. A maioria dos resultados encontrados são informações sobre competições e resultados de jogos, ou seja, nada aprofundado. No período das Olimpíadas no Brasil, em 2016, as emissoras de televisão, rádio e os web jornais investiram em reportagens que deixaram o esporte em pauta durante praticamente o dia todo. As trajetórias de atletas que venceram as dificuldades eram comuns, mas a dúvida do porquê esses veículos não trazerem profundidade sobre essas dificuldades continua. Apesar de o esporte ser uma ótima ferramenta de inclusão social, perseguir o sonho de virar atleta profissional é um desafio, apenas alguns conseguem alcançar o sucesso. Em um estado periférico como Mato Grosso do Sul, essa realidade torna-se bem mais difícil. Ser um atleta já não é fácil. Agora imagine ser um atleta em um estado onde o esporte é cada vez mais esquecido pelas pessoas, o poder público não oferece o investimento necessário e o patrocínio privado é mínimo. No ano que o país sediou os Jogos Olímpicos, foram poucos que puderam representar e levar em frente o nome do estado para o mundo. (MUGARTE, PEREIRA e LINS, 2016, p.36).

A atividade esportiva também tem como propósito formar e educar. Contribui para o desenvolvimento não apenas físico de crianças e jovens, mas também tem a capacidade de amadurecer o caráter social com conceitos de espírito de solidariedade, ética, disciplina e noção de responsabilidade.


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A inserção social do esporte que hoje lhe dá a grandeza de fenômeno tem uma trajetória que, em sua forma institucionalizada, teve início na Inglaterra no final do século XIX e início do século XX balizado em dois pilares complementares: o fornecimento do prazer para quem joga e para os espectadores, e a oportunidade da formação moral. [...] A partir dos autores, podemos apontar o esporte como um fenômeno sócio-cultural de grande impacto na contemporaneidade, presente na vida cotidiana das pessoas a partir de diferentes formas de manifestação. (GALATTI, 2006, p. 22-23).

Uma das justificativas do trabalho é mostrar que o esporte pode ser retratado pela mídia de outra forma além de resultados de jogos, venda de jogadores. O esporte pode ser visto como mais do que uma simples partida, luta ou performance em si, mas também como a trajetória leva esses atletas até lá, além de outros fatores que a ferramenta da prática esportiva pode proporcionar.

Assim, o esporte sempre foi e continua a ser utilizado como um instrumento capaz de alcançar uma série de objetivos externos a sua própria prática. Esta parece mesmo ser uma das mais importantes marcas que o diferencia do jogo, posto que este último se realiza unicamente em função do prazer de sua própria realização. O esporte, portanto, se caracteriza por ser um fenômeno que ultrapassa a sua simples realização enquanto jogo, ganhando novas e múltiplas dimensões que se desenvolvem e formam um universo ao redor do jogo, o universo esportivo. (LAUER, 2009, p.76).

Além disso, um dos benefícios encontrados no esporte infantojuvenil é oferecer a oportunidade de levar emancipação social, econômica e política para muitos jovens que infelizmente não possuem acesso a uma educação de qualidade.

É de suma importância a prática do esporte para retirar as crianças e adolescentes da rua, da prostituição infantil, tráfico de entorpecentes e, isolamento social. É notório que a prática esportiva tem como importância o desenvolvimento de hábitos saudáveis, mostrar o caminho e conquistas de suas metas, estimular a disciplina, trabalhar em equipe, respeitar o seu adversário, melhorar sua autoestima, além de proporcionar ascensão financeira e social. (SILVA e PONTES, 2013, p.4).

Um dos esportes que serviu de base para a pesquisa, como já dito, foi o judô. A modalidade é conhecida por desenvolver princípios básicos para as crianças, assim como outras artes marciais, prega a disciplina e a responsabilidade.


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Sendo o jogo utilizado como conteúdo ou estratégia de ensino para o desenvolvimento do conhecimento e do aprendizado, é de suma importância seu emprego nas aulas de iniciação esportiva do judô, principalmente na fase infantil, que pode despertar a essência do espírito lúdico dos alunos facilitando a assimilação epistemológica do conhecimento. (ARAÚJO, 2005, p.42).

2.2 Documentário

O documentário foi o suporte utilizado para expor o resultado final do trabalho produzido. De acordo com Carvalho (2006), documentário é “formato de produção audiovisual que lida com a verdade, mostra fatos reais ou não imaginários, o que normalmente chamamos de ‘não-ficção’". Para Penafria (1999, p.39) as características principais do documentário são: o registro das imagens e áudio in loco, ou seja, longe de estúdios e sim onde acontece o que pretende ser retratado. “A câmera de filmar vai de encontro ao mundo”; e a organização dessas imagens, esta parte, segundo a autora, impede que o trabalho se torne apenas uma mera descrição dos fatos e faz com que o documentarista vire “cúmplice das imagens enunciadas”. A organização do material filmado in loco é outro aspecto importante no documentário e o que mais suscita a motivação dos documentaristas. É, também, o que tem de mais especial o filme documentário. Este é, pela sua própria natureza, um convite à experimentação e à interpretação desse material (PENAFRIA, 1999, p.41).

Carvalho (2006, s.n.) concorda e complementa ainda que o documentário pode analisar temas contemporâneos sob um olhar crítico.

Nesse sentido, o documentário pode apresentar diferentes histórias ou argumentos, evocações ou descrições abrindo um espaço de reflexão sobre os principais acontecimentos do Brasil e do mundo, investigando as relações sociais e a realidade de diferentes países e culturas. (CARVALHO, 2006, s.n.)

Algumas vezes há confusão entre os conceitos de reportagem e documentário. Para Ramos (2008, p.58), o documentário pratica uma narrativa com um tratamento


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criativo e procura afastar-se dos temas atuais pautados nas reportagens, trazendo outros assuntos para o debate social.

A reportagem é uma narrativa que enuncia asserções sobre o mundo, mas que, diferentemente do documentário, é veiculada dentro de um programa televisivo que chamamos de telejornal. Do mesmo modo que a tradição do filme documentário flexiona uma narrativa com imagens/sons, estabelecendo asserções sobre o mundo, a fôrma do telejornal flexiona a narrativa assertiva sobre o mundo no formato programa telejornal (RAMOS, 2008, p.58).

Segundo Melo (2002, p.28), “o documentário pretende descrever e interpretar o mundo da experiência coletiva. Essa é a principal característica que aproxima o documentário da prática jornalística.” No entanto, a autora chama atenção para o trabalho de síntese que envolve a seleção e a ordenação das informações que serão mostradas, o documentário não é um retrato do real e sim uma construção da realidade social.

Ao contrário do que ocorre com os gêneros jornalísticos, nos quais se busca uma suposta neutralidade ou imparcialidade, no documentário a parcialidade é bem-vinda. O documentário é um gênero fortemente marcado pelo "olhar" do diretor sobre seu objeto. O documentarista não precisa camuflar a sua própria subjetividade ao narrar um fato. Ele pode opinar, tomar partido, se expor, deixando claro para o espectador qual o ponto de vista que defende (MELO, 2002, p.29).

Essa dubiedade do real e da construção dele é, conforme Nichols (2005, p.51), um dos maiores atrativos do gênero.

[...] a estrutura institucional do documentário suprime grande parte da complexidade da relação entre representação e realidade, e também adquire uma clareza ou simplicidade que deixa subentendido que os documentários têm acesso direto e verdadeiro ao real. Isso funciona como um dos principais atrativos do gênero.

Um dos objetivos da pesquisa foi revelar a situação atual em que o esporte de base vive na capital sul-mato-grossense. Para Nichols (2005), o filme documentário recorre às provas para fazer uma reivindicação.


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[...] o documentário reivindica uma abordagem do mundo histórico e a capacidade de intervenção nele, moldando a maneira pela qual o vemos esse gênero ainda preservava em sua tradição de sobriedade em sua determinação de influenciara a maneira pela qual vemos o mundo e procedemos nele. (NICHOLS, 2005, p.69).

Para a pré-produção foram marcadas entrevistas para coletar informações preliminares. Sobre isso, Puccini (2009) diz:

Pré-entrevistas marcam o primeiro contato entre documentarista, ou sua equipe de pesquisadores, e os possíveis participantes do documentário. São úteis tanto para fornecer informações, ou mesmo aprofundar informações já coletadas, como para servir de teste para se avaliar os depoentes como possíveis personagens do filme no que tange ao comportamento de cada um diante da câmera (no caso de pré-entrevistas gravadas em vídeo) e a articulação verbal do entrevistado. (PUCCINI, 2009, p. 33).

As entrevistas foram gravadas para construir os personagens da pesquisa. Pucinni (2006, p.100) afirma que a exploração deste recurso é o ponto de sustentação da estrutura discursiva do filme e característica fundamental do documentário. “Grosso modo, poderíamos dizer que a entrevista está para o documentário assim como a encenação está para o filme de ficção”. A edição do vídeo é outra parte essencial do trabalho. Sobre esta fase da pósprodução. Pucinni (2009, p.175) fala que:

A etapa de montagem do filme documentário marca o momento em que o documentarista adquire total controle do universo de representação do filme. Aqui não importa mais o estilo do documentário, toda a montagem implica em um trabalho de roteirização que orienta a ordenação das seqüências, define o texto do filme dando forma final ao seu discurso. Mesmo no caso de não ser escrito no papel, o roteiro do filme virá impresso na maneira como este se apresenta ao espectador; será marcado pelas escolhas do documentarista que definem as imagens e os sons do documentário.

2.3 Técnicas Jornalísticas Na produção do documentário foram utilizadas técnicas jornalísticas aprendidas durante o curso, como produção de pauta, questionário e entrevista. Caputo


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(2006, p.45) afirma sobre o roteiro de perguntas que “o ideal é que antes das entrevistas o jornalista prepare um pequeno roteiro com algumas perguntas que julgue fundamentais”. Mas, atenta para que o repórter não se prenda a ele e se permita a fazer perguntas que surgirem na conversa com a fonte. As entrevistas foram grande parte da produção do trabalho. De acordo com Lage (2003), “a entrevista é o procedimento clássico de apuração de informações em jornalismo. É uma expansão da consulta, objetivando, geralmente, a coleta de interpretações e a reconstituição de fatos”. O referencial teórico utilizado para a realização do documentário ajudou a guiar o processo desde o entendimento do tema até a fase de pós-produção.


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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa sobre o estado do esporte de base do Mato Grosso do Sul resultou no documentário “Da base ao pódio”. As modalidades escolhidas para ilustrar a situação foram o futebol, a ginástica artística e o judô. O trabalho possui uma análise a partir de imagens e depoimentos do estado em que treinam os jovens atletas locais. Para a construção dele foram feitas pesquisas bibliográficas, visitas a alguns dos lugares previamente, para colher informações básicas e conhecer os futuros entrevistados e suas histórias. Um questionário com perguntas essenciais para as possíveis fontes foi feito e que ajudou a guiar grande parte das entrevistas. As filmagens deram início primeiramente pelos projetos de futebol, seguidos do judô e por o último o Centro de Treinamento de Ginástica de Campo Grande (Cefat). A proposta do trabalho foi mostrar a situação atual em que os jovens atletas se encontram no estado, os desafios que enfrentam para seguir o sonho de se transformarem em atletas profissionais, a busca pelo incentivo e o apoio da família. Destacar o papel do esporte como ferramenta de inclusão social e os benefícios que eles acarretam para quem começa desde cedo, não só físico como psicológico. Entretanto no estado há carência de investimento para os atletas e para os clubes que pertencem, tanto da esfera pública quanto da esfera privada, que seriam os possíveis patrocinadores. Mas, pelo o que foi apurado na produção do documentário, essa realidade infelizmente se permanecerá por mais algum tempo, já que as autoridades locais do esporte parecem ter um ar de conformismo e de acomodação com a atual situação.


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4. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Rafael Vieira. Judô: da história à pedagogia do esporte. Goiânia, 2005. 114p. CAPUTO, Stela Guedes. Sobre entrevistas: teoria prática e experiências. Petrópolis, 2006. 170p. CARVALHO, Márcia. O documentário e a prática jornalística. Revista PJ: BR. São Paulo, 7. ed. 2006. GALATTI, L. R. Pedagogia do Esporte: O livro didático como um mediador no processo de ensino e aprendizagem dos jogos esportivos coletivos. 2006. 141 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2003. LAUER, R. N. O esporte como meio de prevenção e combate ao uso de drogas: análise de um discurso. 2009. 135f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. MELO, Cristina Teixeira Vieira. O documentário como gênero audiovisual. Comunicação & Informação, Goiânia, v. 5, n. ½, p. 25-40. Jan./dez. 2002. MUGARTE, D. O.; PEREIRA, L. F.; LINS, M. C. A. S. Na Zona de Rebaixamento. Projétil. Campo Grande, p. 36-37. out. 2016. NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. 5 ed. Trad. Monica Saddy Martins. Campinas: Papirus. Editora, 2005. 270 p. PENAFRIA, Manuela. O filme documentário: História, identidade, tecnologia. Lisboa: Edições Cosmos, 1999. 134 p. PUCCINI, Sérgio (2009). Roteiro de Documentário: Da pré-produção à pós produção 2 ed. São Paulo: Papirus. 144 p. RAMOS, Fernão. Mas afinal... O que é mesmo documentário? São Paulo: Senac, 2008. 447 p. SILVA, J. L; PONTES, J. A. A importância do esporte para o desenvolvimento social: uma análise do incentivo de programas federais. In: JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS, 6, 2013, São Luís. Anais... São Luís: EIXO, 2013. p.1-8.


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5. APÊNDICES 5.1 Apêndice 1 Roteiro do documentário

Imagem

Áudio/ Sonoras Bloco 1: Vinheta

Fade out Sobe som música de introdução Imagens de todos os esportes Música Fade in (preto) Título (DA BASE AO PÓDIO) Música sobe som + desce som Fade out (preto) Bloco 2: Apresentação do documentário + Escola do Edelson Efeito de sobreposição + João Pedro Deixa: Tenho 10 anos Tela preta Música João Pedro Deixa: jogador de futebol Alan Lavesques Deixa: tornar jogador Roger Duarte Copa do mundo Takes esportes Música + Off 1 Danielle Mugarte - deixa: as tardes treinando Desce som música Edelson Ortiz GC: Deixa: atleta com a gente Edelson Ortiz Fundador do Clube Atlético Santista Takes do clube Atlético Santista Música sobe som Takes crianças treinando João Pedro GC: Deixa: gostava muito dele João Pedro 10 anos Alan Lavesques GC: Deixa: surgiu meu sonho de ser jogador Alan Lavesques 20 anos Fade in (preto) Sobe som música Fade out (preto) Bloco 3: Náutico Takes náutico

Música + Off 2 Maria Carolina Lins deixa: quem cuida agora é ele Desce som música


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Júlio Cesar Nunes GC: Júlio Cesar Nunes Treinador do Náutico Futebol Clube Brian Teixeira GC: Brian Teixeira 13 anos Alexandro Romeu GC: Alexandre Romeu 13 anos Gabriel Domingues GC: Gabriel Domingues 13 anos Efeito de transição + Júlio Cesar

Deixa: ter essa oportunidade

Deixa: quis jogar também

Deixa: me incentivaram a jogar bola

Deixa: querendo ser Deixa: São Paulo agora

Brian Teixeira Legenda: Jogador chamado para o Grêmio na categoria sub15* Gabriel Domingues

Deixa: um pouco mais

Deixa: crescer um pouco mais

Fade in (preto)

Sobe som música Bloco 4: Operário

Fade out + Takes seletiva do

Off 3 Danielle - deixa: renovando o time

operário

Desce som música

Gabriel Gomes GC: Gabriel Gomes 13 anos Endrell Gomes GC: Endrell Gomes 13 anos Efeito de transição +Estevão Petrallás GC: Estevão Petrallás Presidente do Operário Futebol Clube Neilo Ribeiro GC: Neilo Ribeiro Professor de base do Operário

Deixa: maneira que não conhecia

Deixa: comecei a jogar lá

Deixa: Bons jogadores

Deixa: sem investimento na base, nessa criança, é difícil


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Tela preta + Edelson

Deixa: ajuda financeira dos pais

Júlio Cesar

Deixa: vende pastel

Estevão Petrallás

Deixa: três categorias de base

Júlio Cesar

Deixa: todo esse processo

Silvio Lobo GC Deixa: não temos como prender Silvio Lobo Diretor executivo da Fundesporte Fade in (preto) + jogadores Sobe som música + Todos os meninos entrevistados + do futebol contam inspirações. Deixa: eu Fade out (preto) quero ser também + desce som música Bloco 5: Ginástica artística/ Cefat Tela preta + Caio Luppi

Deixa: a gente fez milagre

Imagens Caio e do Cefat

Sobe som música + Off 4 Maria Carolina - deixa: desenvolvimento corporal + desce som música

Caio Luppi GC: Caio Luppi 18 anos Gabriella Colombelli GC: Gabriella Colombelli Coordenadora do Cefat Caio Luppi João Gabriel GC: João Gabriel França Professor do Cefat Elaine Nagano GC: Elaine Nagano Presidente da Federação de Ginástica de Mato Grosso do Sul Fabiana Luppi GC: Fabiana Luppi Mãe do Caio

Deixa: aconteceu nada demais

Deixa: é voltado para nossas crianças Deixa: não dá pra suportar nada

Deixa: mas é a nossa realidade

Deixa: Devido à segurança

Deixa: é com isso que a prefeitura ajudava


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Caio Luppi

Deixa: mas com o que tem dá pra se virar

Fade in + Takes crianças treinando

Música sobe som + desce som música

no Cefat + Fade out Erika Morel GC: Erika Morel Professora do Cefat Gabriela Colombelli

Deixa: tanto conquistas, quanto

Elaine Nagano

Deixa: as meninas também

João Gabriel

Deixa: tendo ou não infraestrutura o

frustrações Deixa: pensamento diferente

trabalho vai ser desenvolvido Caio Luppi

Deixa: não vou desistir desse sonho

Fade in (preto)

Sobe som música Bloco 6: Projeto Nota Dez

Fade out (preto) + Imagens do

Música + Off 5 Danielle - deixa: criando o

festival de judô Nota Dez

projeto nota dez + desce som música

Marcio Fernandes GC: Marcio Fernandes Fundador do projeto

Deixa: mais de cinco mil crianças

Altamir Rocha GC: Altamir Rocha Coordenador do projeto Márcio Fernandes Altamir Rocha

atendidas pelo estado do Mato Grosso do Sul

Deixa: e assim vice-versa Deixa: é preciso oferecer às crianças

Márcio Fernandes

Deixa: acrescentar alguma coisa na sua vida Deixa: por todo estado

Altamir Rocha

Deixa: poder manter esse projeto

Fade in (preto)

Sobe som música Bloco 7: Judô Clube Rocha

Imagens da frente do Clube e dos atletas treinando

Música + Off 6 Maria Carolina deixa: o local é uma forma de retribuição + desce som música


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Diogo Rocha GC: Diogo Rocha Técnico da equipe principal e de base do Judô Clube Rocha Efeito de fusão + Imagens Layana Colman lutando

Deixa: descobrir o talento e mandar eles pra fora Off 7 Danielle - deixa: títulos internacionais e nacionais

Legenda: Imagens Internet Fusão + Diogo Rocha

Deixa: aqui dentro do estado

Tela preta + Diogo Rocha

Deixa: coordenação motora, psicomotricidade

Hernanes Souza GC: Hernanes Souza 18 anos Fantine Figueiredo GC: Fantine Figueiredo 18 anos Vinicius Rios GC: Vinicius Rios 20 anos Cesar Paschoal GC: Cesar Paschoal Presidente da Federação de Judô de Mato Groso do Sul Hernanes Souza

Deixa: comecei a fazer Deixa: eu nunca parava

Deixa: fui evoluindo de turma

Deixa: aquele mesmo empresário

Deixa: Como atleta é difícil

Vinicius Rios

Deixa: consegue algum benefício

Silvio Lobo GC Silvio Lobo Diretor executivo da Fundesporte

Deixa: segurar seus atletas aqui

Vinicius Rios

Deixa: ir pra outra cidade

Hernanes Souza

Deixa: do apoio de outro estado

Cesar Paschoal + takes dos pais

Deixa: aquele espírito de competitividade

Fantine Figueiredo

Deixa: tudo é eles

Vinicius Rios

Deixa: meus únicos apoios foram meus pais


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Fade in (preto) + Takes judô Rocha +

Sobe som música + desce som música

Fade out (preto) Judocas entrevistados

Judocas falam do sonho de ir para uma olimpíada. Deixa: ir paras as olimpíadas

Diogo Rocha

Deixa: crescimento deles

Técnicos e professores entrevistados

Técnicos e professores falando sobre

falando sobre sonhos

sonhos. Deixa: realização profissional também

Estevão Petrallás

Deixa: não teremos um futuro

Diogo Rocha

Deixa: não é só descobrir talentos e sim formar cidadãos Fim créditos

Fade in (preto)

Sobe som música + desce som música

Créditos Fade out (preto)

5.2 Apêndice 2 Guia de questionário de perguntas para as fontes

Fontes:

Órgãos: Fundesporte Federação de Ginástica de Mato Grosso do Sul Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

Esporte: Técnicos ou Treinadores das três modalidades Clubes locais de futebol Escolinhas de futebol


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Cefat Academia de artes marciais (Rocha)

Fundesporte Qual o incentivo financeiro e social que o estado oferece para a fase infantojuvenil do esporte? Existe uma verba específica para para os campeonatos de base? Há alguma parceria entre as federações e empresas privadas e a fundesporte Como são classificados os atletas e times que recebem investimento do estado para competições? O que falta para o estado se tornar referência em talentos para as principais modalidades de esportes e como manter eles aqui para nos representar?

Em todas as Federações: Qual o papel da federação?

FFMS Quais os campeonatos locais que o futebol de base local oferece? Qual o apoio financeiro que recebem? A federação ajuda de que forma os times locais a desenvolverem jovens talentos? Por que muitos jogadores das categorias de base não conseguem ascensão para o time principal? Qual a porcentagem de jogadores da base que se mantiveram no time e que fecharam contrato com times de outros estados ou países?

FGMS O apoio econômico da federação vem do governo, de parceria com empresas privadas ou dos próprios pais? Existem campeonatos de base locais e como funcionam? Por que a ginástica de Mato Grosso do Sul não possui centros de treinamento para adultos e o que acontece com as crianças e adolescentes quando atingem a idade?


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FJMS O apoio econômico da federação vem do governo, de parceria com empresas privadas ou dos próprios pais? Existem campeonatos de base locais e como funcionam? Grandes destaques nacionais e internacionais no judô são do estado, mas assim que podem, viajam para treinar e representar outros lugares. Por quê?

Clubes locais de futebol Presidente do clube Como é feita a seleção para os times de base? Os jogadores que representam o time na fase de base são os mesmos que são efetivados para o time principal? Por que muitos jogadores que passam pelos clubes locais não querem ficar para representar o estado? Como funcionam as transferências e os direitos federativos e econômicos?

Treinador Como é pra você treinar possíveis futuros talentos do futebol brasileiro? Há diferença entre os treinos dos meninos da base para os dos adultos? Além do talento e da técnica, o que contribui para o crescimento do atleta? Como são as condições de treinamento aqui e o que poderia melhorar? Qual seu sonho como profissional do futebol/ judô/ ginástica e quais seus sonhos para essas crianças?

Atletas de todas as modalidades Quando começou o sonho de ser jogador/judoca/ginasta? Sua família te ajuda com esse sonho? Quais são suas inspirações no esporte? Pretende viver do futebol/judô/ginástica ou acredita que precisará de outro emprego para se manter?


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Pretende continuar representando o estado? Quais são as lutas que você enfrenta para manter esse sonho vivo? Como o esporte te ajuda no seu desenvolvimento pessoal e a se sentir parte da sociedade? Qual é seu maior desejo na sua carreira?

Escola de ginástica (CEFAT e alguma particular) Como é feita a seleção das crianças? Qual a importância dos aparelhos para o treinamento da ginástica? Como vocês conseguem mantê-los por tanto tempo? Como é feita a compra de novos? Como os pais ajudam financeiramente no centro? (viagens...)

Academia de artes marciais (Judô Rocha e alguma pública) Qual a importância do treinamento do judô desde a infância para o desenvolvimento do atleta? Como é feito este trabalho aqui com esses jovens? Quais as histórias de sucesso? O que melhorar para manter os atletas de sucesso treinando aqui no estado?

5.3 Apêndice 3 Texto dos offs

OFF 1 - INTRODUZINDO O DOCUMENTÁRIO + ATLÉTICO SANTISTA PÉS DESCALÇOS E UM SORRISO NO ROSTO DE UMA CRIANÇA QUE SONHA EM SER ATLETA// MOTIVAÇÃO/ DISCIPLINA/ APOIO DA FAMÍLIA E DETERMINAÇÃO SÃO FATORES QUE MANTÉM O ESPORTE DE BASE VIVO EM MATO GROSSO DO SUL// DA BASE AO PÓDIO É UM DOCUMENTÁRIO QUE RETRATA A FALTA DE INVESTIMENTO NAS CATEGORIAS INFANTOJUVENIS DO JUDÔ/ DA GINÁSTICA ARTISTICA E DO FUTEBOL//. O CLUBE ATLÉTICO SANTISTA É UM PROJETO QUE ATENDE ATUALMENTE CENTO E CINQUENTA JOVENS CARENTES DESDE DOIS MIL E ONZE// EM MEIO


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AO CAMPINHO DE TERRA BATIDA COM TRAVES ANTIGAS E LINHAS APAGADAS DO BAIRRO DOM ANTONIO BARBOSA/ OS JOVENS PASSAM AS TARDES TREINANDO//. OFF 2 - NÁUTICO NO BAIRRO SANTO ANTÔNIO/ O GRAMADO RALO DO CAMPO DE FUTEBOL SEDIA OS TREINOS DO NÁUTICO FUTEBOL CLUBE// ABERTA EM MIL NOVESSENTOS E SESSENTA E NOVE A ESCOLINHA DUROU VINTE E QUATRO ANOS E RETOMOU SUAS ATIVIDADES HÁ TRÊS// O CLUBE ERA DO AVÔ DO JÚLIO /MAS APÓS O SEU FALECIMENTO QUEM CUIDA AGORA É ELE//. OFF 3 - OPERÁRIO O TIME ALVINEGRO MAIS TRADICIONAL DO ESTADO JÁ PERCEBEU A NECESSIDADE DE INVESTIR NA BASE// O OPERÁRIO FUTEBOL CLUBE/ MESMO COM O LEGADO/ PASSOU POR UMA CRISE E AGORA SE RECUPERA RENOVANDO O TIME//. OFF 4 – GINÁSTICA ARTÍSTICA DEZ ANOS// ESSE FOI O TEMPO QUE CAIO LUPPI DE DEZOITO ANOS PASSOU TREINANDO GINÁSTICA ARTÍSTICA NO CEFAT/ CENTRO DE TREINAMENTO DE GINÁSTICA DE CAMPO GRANDE/ ATÉ SE MACHUCAR// HISTÓRIAS COMO A DELE SÃO COMUNS ENTRE JOVENS QUE DESENVOLVEM O TALENTO/ MAS PARAM/ POIS OS APARELHOS NÃO SUPORTAM O DESENVOLVIMENTO CORPORAL//. OFF 5 - JUDÔ NOTA DEZ VESTIR O QUIMONO/ DESCALÇAR OS PÉS E PARTIR PARA A LUTA// O TATAME PARECE PEQUENO QUANDO SE TEM SONHOS GRANDES// ALÉM DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO/ MOTOR E PSÍQUICO QUE O ESPORTE PROPORCIONA/ NO JUDÔ É CULTIVADO O SENTIMENTO DE GRATIDÃO AOS MESTRES E UMA FORMA DO EX-JUDOCA/ O DEPUTADO MARCIO FERNANDES/ RETRIBUIR ISSO FOI CRIANDO O PROJETO NOTA DEZ//.


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OFF 6 - JUDÔ CLUBE ROCHA TATAME DE MUITOS TALENTOS/ MATO GROSSO DO SUL É DESTAQUE NA MODALIDADE// GRANDE PARTE DESSES ATLETAS PASSARAM PELO JUDÔ CLUBE ROCHA/ EM CAMPO GRANDE// ASSIM COMO O PROJETO NOTA DEZ/ FUNDADO EM MIL NOVECENTOS E SETENTA E NOVE PELO SENSEI JOÃO ROCHA/ O LOCAL É UMA FORMA DE RETRIBUIÇÃO//. OFF 7 - LAYANA A JUDOCA LAYANA COLMAN DE VINTE ANOS CONHECE BEM ESSA REALIDADE// COMEÇOU AOS NOVE ANOS NO PROJETO NOTA DEZ E POUCO TEMPO DEPOIS FOI PARA A ACADEMIA ROCHA// LAYANA HOJE CARREGA O TÍTULO DE CAMPEÃ DAS OLIMPÍADAS DA JUVENTUDE ENTRE OUTROS TÍTULOS INTERNACIONAIS E NACIONAIS//.

5.4 Apêndice 4 Ficha técnica do documentário

Título: Da Base ao Pódio Ano de produção: 2017 Duração: 27 minutos Classificação: Livre Produção: Danielle Oliveira Mugarte Maria Carolina Amorim de Souza Lins Entrevista: Danielle Oliveira Mugarte Maria Carolina Amorim de Souza Lins


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Filmagem e Edição: Danielle Oliveira Mugarte Redação: Danielle Oliveira Mugarte Roteiro: Maria Carolina Amorim de Souza Lins Roteiro de perguntas: Danielle Oliveira Mugarte Maria Carolina Amorim de Souza Lins Narração: Danielle Oliveira Mugarte Maria Carolina Amorim de Souza Lins


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5.5 Apêndice 5

Modelo de termo de autorização de uso de imagem TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM MENORES DE IDADE Eu _________________________________________________, de nacionalidade ________________, menor de idade, neste ato devidamente representado por meu responsável legal ____________________________________________, de nacionalidade ________________, estado civil ________________, portador da Cédula de identidade RG nº.__________________ , inscrito no CPF sob nº ______________________, residente na Av/Rua __________________________, nº _________, no município de ________________________________ AUTORIZO o uso de minha imagem em todo e qualquer material entre imagens de vídeo, fotos e documentos, para ser utilizada no documentário sobre esporte de base, produzido pelas alunas do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Danielle Oliveira Mugarte e Maria Carolina Amorim de Souza Lins para o trabalho de conclusão de curso. A presente autorização é concedida a título gratuito, abrangendo o uso da imagem acima mencionada em todo território nacional e no exterior, das seguintes formas: (I) out-door; (II) busdoor; folhetos em geral (encartes, mala direta, catálogo, etc.); (III) folder de apresentação; (IV) anúncios em revistas e jornais em geral; (V) home page; (VI) cartazes; (VII) back-light; (VIII) mídia eletrônica (painéis, vídeos, televisão, cinema, programa para rádio, entre outros). Fica ainda autorizada, de livre e espontânea vontade, para os mesmos fins, a cessão de direitos da veiculação das imagens não recebendo para tanto qualquer tipo de remuneração.

Por esta ser a expressão da minha vontade declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja a ser reclamado a título de direitos conexos à minha imagem ou a qualquer outro, e assino a presente autorização em 02 vias de igual teor e forma. ______________________, dia _____ de ______________ de ___________.

(assinatura) Nome da criança: Por seu Responsável Legal: Telefone p/ contato:


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