Conectados no tempo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS CURSO DE JORNALISMO

CONECTADOS NO TEMPO Inclusão digital na terceira idade

GISLLANE LEITE DAS VIRGENS DE MOURA BLUMA

Campo Grande MARÇO /2017


CONECTADOS NO TEMPO Inclusão digital na terceira idade

Gisllane Leite das Virgens de Moura Bluma

Relatório apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Projetos Experimentais do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Orientador: Prof. Dr.Marcelo Vicente Cancio Soares

UFMS Campo Grande MARÇO - 2017


SUMÁRIO

Introdução 1. Atividades desenvolvidas

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1.1 Execução

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1.2 Dificuldades encontradas

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1.3 Objetivos alcançados

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2. Suportes teóricos adotados

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2.1Terceira idade

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2.2 Inclusão digital

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2.3 Técnica jornalística

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2.4 Telejornalismo

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2.5 Dados

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Considerações Finais

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Referências

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Anexos

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RESUMO O vídeo reportagem Conectados no tempo: inclusão digital na terceira idade tem o objetivo de apresentar a importância da interação digital na vida dos idosos. Relatos de quatro fontes centrais, com idade a partir de oitenta anos, demonstram como eles percebem, descrevem e atribuem significado à experiência da utilização das tecnologias contemporâneas. Entrevistas complementares com profissionais explicam os benefícios físicos, emocionais e sociais que a inclusão digital traz para esse grupo da sociedade.

Palavras-chave Terceira idade; Inclusão digital; vídeo reportagem


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INTRODUÇÃO

O vídeo reportagem Conectados no Tempo – inclusão digital na terceira idade traz informações sobre os benefícios que a internet pode trazer para os idosos, nos campos psicológico, físico e social. Pretende despertar a importância da adaptação dos idosos às novas tecnologias. Destacando a inclusão digital na terceira idade como instrumento de integração e interação social, além de aumentar os recursos de comunicação superando os mitos e paradigmas ao manusear o computador e o celular. A relevância do assunto se faz pertinente para a sociedade porque a inclusão digital dos idosos reflete na qualidade de vida de todos ampliando as possibilidades para novos aprendizados. Os idosos representam uma considerável parcela da sociedade que está em crescente expansão, com necessidades e interesses peculiares acelera o desenvolvimento de serviços e produtos voltados para esse grupo. Mas apesar disso percebe-se que uma parte desta população permanece inerte as constantes mudanças tecnológicas. Por falta de simplificação, formas abrangentes de usabilidade, condições financeiras ou falta de interesse em estar inserido digitalmente, mesmo que tenham todas as condições para isso. O ponto central do projeto é demonstrar que a inclusão dessas pessoas traz benefícios como a ampliação das redes de relações, sociabilidade, elevação da autoestima, como também aquisição de novos conhecimentos possibilitando independência a estas pessoas. E que apesar de todas as vantagens tecnológicas existem pessoas que não tem interesse em estarem conectadas e aproveitam seu tempo com outras opções de entretenimento, conhecimento e informação. No vídeo reportagem é apresentada breve história de vida dos entrevistados, como eles vivenciam as diferenças tecnológicas no campo da comunicação, e utilizam a tecnologia . Algumas iniciativas, realizadas pelo setor público e universidades foram iniciadas com a intenção de proporcionar mais inclusão aos idosos. A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), criou em 1998, o Programa Universidade da Melhor Idade – UMI. O objetivo é de proporcionar uma melhor qualidade de vida para essas pessoas, integrando-as à sociedade, desenvolvendo diversas atividades entre elas o curso de informática. O programa de Extensão universitária – Universidade da melhor Idade teve inicio com a participação de 30 idosos e hoje conta com mais de 200 alunos, é relevante para o tema por oferecer oportunidade de inclusão


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para a terceira idade, estes idosos se sentem mais confiantes quando estão com pessoas que tem o mesmo objetivo, superar as barreiras do aprendizado. Atividades de integração e valorização da pessoa idosa desenvolvida nos Centros de Referência de Assistência Social - SAS e nos Centros de Convivência de Idosos, da Prefeitura Municipal de Campo Grande atende mais de três mil idosos, proporcionando atividades de inclusão, as aulas de informática são direcionadas para a imersão no mundo digital. O projeto Universidade Aberta à Pessoa Idosa – UnAPI/UFMS, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tem entre seus objetivos ofertar para à Terceira Idade da cidade de Campo Grande (MS) a imersão no ambiente acadêmico proporcionando diversas atividades que priorizam a educação e a saúde, além da troca de conhecimento entre os idosos e discentes dos mais diversos cursos de graduação da UFMS. Utilizando os mais diversos recursos, a UnAPI procura promover o bem-estar dessa parcela da população oferecendo várias opções de cursos como informática, estimulando a participação ativa dos idosos nos meios digitais. O vídeo também faz um contraponto com a opinião de uma fonte que não acha necessário a inclusão digital, ela relata que nesta fase do envelhecimento prefere se concentrar em atividades ao ar livre que proporciona para ela resultados mais favoráveis e prazerosos. Os avanços tecnológicos trouxeram grandes mudanças para a sociedade. A velocidade com a qual as tecnologias se desenvolvem deixa a população cada vez mais dependente das máquinas, com o intuito de acelerar e facilitar as atividades cotidianas. A velocidade com a qual as tecnologias se desenvolveram acabou por segregar essa parte da população. Os idosos representam uma considerável parcela da sociedade que estão em crescente expansão, com necessidades e interesses peculiares e que, em partes, permanece inerte as constantes mudanças tecnológicas por falta de simplificação na comunicação e formas mais abrangentes de usabilidade. Por meios audiovisuais pretende-se chamar atenção do telespectador para a importância da adaptação dos idosos às novas tecnologias, a relevância do assunto se faz pertinente para a sociedade, destacando a inclusão digital na terceira idade como instrumento que propicia integração, aumenta os recursos de comunicação, além das vantagens emocionais, físicas e sociais de estarem conectados.


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O vídeo reportagem também pretende demonstrar que a tecnologia pode facilitar e ajudar o idoso na sociabilização da informação e possibilitar uma nova forma de relacionamento, distanciando o isolamento social, quebrando o “tabu” de que é complicado, propiciando a percepção da possibilidade de usar a tecnologia em diversas situações da sua vida. A inclusão destas pessoas traz benefícios como a ampliação das redes de relações, elevação da autoestima, como também aquisição de novos conhecimentos, possibilitando a essas pessoas independência.


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1- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 1.1 Execução O vídeo reportagem foi desenvolvido a partir da abordagem do tema inclusão digital da terceira idade, a relevância física, psicológica e social quando inseridos nos meios digitais. A importância sobre o tema foi destacada através da observação direta, depoimentos dos próprios idosos relatando as dificuldades, anseios e descobertas. Inicialmente para explorar o assunto foram feitas pesquisas bibliográficas sobre terceira idade, inclusão digital e técnicas de reportagens. Foram elaborados dois roteiros de questionamentos para direcionar as entrevistas, um para os idosos e outro para a população em geral de campo Grande. O roteiro de perguntas foi importante para poder identificar o interesse no processo de inclusão digital do idoso. Em outra etapa foram feitas pesquisas de campo, no Centro de Convivência dos idosos Vovó Ziza, Universidade Católica Dom Bosco, no Programa Universidade da Melhor Idade – UMI e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, no projeto Universidade Aberta à Pessoa Idosa – UnAPI, para tentar descobrir o grau de interesse em relação a inclusão tecnológica e quem já utilizava a internet. Encontrei duas fontes no Centro de Convivência Vovó Ziza, que se dispuseram a participar do vídeo contando suas experiências na utilização da internet. As outras duas fontes foram selecionadas, porque através delas, surgiu o meu interesse pelo assunto inclusão digital na terceira idade, uma já era inclusa e a outra não. A partir disso pude perceber as diferenças existentes entre os que utilizam os meios digitais e os que não querem utilizar. A seleção da idade dos idosos foi um fator relevante, porque essa tecnologia não fez parte da vida destas pessoas quando eram mais jovens. Quando a internet surgiu, elas já estavam na terceira idade, durante os encontros com os entrevistados ficava evidente que a perspectiva do idoso em relação à tecnologia é diferente da geração atual. Para a terceira idade a tecnologia é um meio de comunicação diferente que presenciaram. Na produção do vídeo reportagem foram executadas algumas técnicas jornalísticas como, a pesquisa de campo, pré-roteiro, seleção das fontes principais, colaboradores e profissionais capacitados para relatar as questões psicológica, física e social da terceira idade.


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Ao entrevistar as fontes principais o que chamou atenção foram as peculiaridades e conexão nas falas, as experiências de vida de cada um e a maneira que expressam seus anseios e necessidades, querem aprender sempre. Os depoimentos dos profissionais tiveram conexão em relação aos benefícios que as tecnologias digitais trazem para todos os aspectos na terceira idade. Em seguida, foi feita decupagem das entrevistas e a transcrição de alguns trechos para facilitar a produção do roteiro, um recorte foi feito para poder destacar as experiências de vida destes idosos. Foi observado que hoje utilizam não só o computador, mas também estão migrando para o aparelho celular, consideram a comunicação mais rápida e eficaz. A montagem do roteiro para edição do vídeo foi feita de acordo com a ordem de cada entrevista. A produção do texto para off e passagem durante o vídeo foram baseadas em pesquisas de dados e nas entrevistas. Como uma das fontes não tem interesse em utilizar a tecnologia, deu gancho para mostrar que na terceira idade os idosos estão aproveitando a vida, saindo da imobilidade e se divertindo sem a necessidade de estarem inseridos digitalmente. As imagens foram capturadas com o apoio do cinegrafista do curso de jornalismo da UFMS, Nelson Mandú, porém, a edição foi paga, o editor da instituição não tinha agenda para realiza-la. A edição foi realizada pelo experiente profissional Araqem Jorge, que me orientou na seleção das imagens e detalhes para valorizar o vídeo reportagem.

1.2 Dificuldades Encontradas

As gravações tiveram que ser adiadas porque houve o recesso na universidade, durante esse período não pude utilizar os equipamentos, também tive que esperar a disponibilidade do cinegrafista que durante a semana tinha que dar suporte aos acadêmicos da disciplina de telejornalismo. Mas isso foi resolvido com a ajuda do meu orientador e do cinegrafista que viabilizaram as gravações no sábado de manhã. Outra dificuldade encontrada foi que dois entrevistados centrais foram hospitalizados por esse motivo as gravações foram remarcadas. Os horários das entrevistas das fontes oficiais também foram um fator estressante pois dava incompatibilidade com os horários do cinegrafista.


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Em relação ao suporte técnico da universidade foi percebido que é necessário adquirir mais microfone de lapela e de preferência ter mais cinegrafistas e editores a disposição dos acadêmicos nessa fase do curso.

1.3 Objetivos Alcançados

Os objetivos iniciais foram alcançados, as fontes foram receptivas e participativas em relação ao tema, com a elaboração do questionário foi possível medir o interesse dos idosos em relação à internet. O objetivo proposto pelo projeto Inclusão Digital na Terceira Idade – Conectados no tempo, foi alcançado com a produção e finalização de um vídeo reportagem, com duração entre 20 a 25 minutos. O vídeo reportagem pretende levantar uma discussão sobre a importância e interação digital na vida dos idosos, que podem considerar a inclusão digital útil, ou não se faz necessária nessa altura de suas vidas.


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2. SUPORTES TEÓRICOS ADOTADOS 2.1 Terceira idade

O Estatuto do Idoso, desde 2003 regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, dispõe oportunidades legais ao cidadão idoso. No capítulo V do texto são expressos dois artigos de leis. O artigo 20 destaca que o idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. Já o artigo 21 cita que o Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. No artigo 22 verifica-se a necessidade da inserção de conteúdos voltados ao processo de envelhecimento nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal, e no artigo 25 do Estatuto consta que o Poder Público apoiará a criação de Universidades Abertas à Terceira Idade, bem como incentivara a publicação de livros com conteúdo e padrão editorial adequado ao idoso. O bem-estar do idoso pode depender das condições sociais nas quais ele está inserido, sair da imobilidade, estar atento ao que acontece ao redor evitando o encolhimento em seu próprio mundo. Como destaca Novaes: “Envelhecer exige uma disposição particular de alerta, daí a importância da constante aquisição de conhecimentos para não restringir as dimensões de seu universo”. (1997, p. 55) Portanto, é necessário reinventar-se continuamente, o indivíduo aprende a buscar as muitas dimensões da expansão pessoal, entendendo que as mudanças devem aumentar, e não suprimir, as oportunidades de desenvolvimento, resistir as mudanças e adquirir confiança, liberando os bloqueios que existem dentro de si para se aprimorar, Arrevabeni (2014, p.109) afirma que os idosos buscam aprender :

Seres ativos e que têm buscado inserir em todos os âmbitos da sociedade moderna, inclusive no referente à informatização de seus setores, como parte da sociedade, os longevos buscam atividades e conhecimentos, este fato é determinante quando buscamos aprimorar o processo ensino e aprendizagem.


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2.2 Inclusão digital A inclusão digital aponta um laço entre o público idoso e o mundo digital, podendo diminuir as diferenças existentes entre as gerações e permitir além da socialização. A Internet pode ser uma tecnologia de motivação aos idosos, importante para a qualidade de vida na terceira idade. Os idosos tendem acompanhar esta evolução tecnológica mais lentamente, buscando oportunidades de aprendizagem, adquirindo novas formas de lidar com o seu dia-a-dia para não caírem na monotonia, Kachar (2003, p.136) cita: As pessoas da terceira idade necessitam de um tempo maior e seguem um ritmo mais lento para aprender a manipular e assimilar os mecanismos de funcionamento desses artefatos seja para o uso pessoal e cotidiano ou em atividade profissional.

As novas tecnologias com possibilidades inesgotáveis tendem auxiliar os idosos em diversos campos, Moran (1998, p.128) comenta que:

A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes. A intuição, porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro, por conexões “escondidas”. As conexões não são lineares, “linkando-se” por hipertextos, textos, interconectados, mas ocultos, com inúmeras possibilidades diferentes de navegação.

2.3 Técnica de reportagem A pauta é a indicação do caminho a percorrer segundo o objetivo da reportagem, estabelecendo uma diretriz e conteúdo pretendido. A reportagem começa a ganhar forma com os requisitos básicos de pesquisa e apuração. Para Costa (2005, p.88) “O repórter tratará de fazer uma pesquisa, para informar-se previamente, antes de tentar passar qualquer informação ao ouvinte ou telespectador”. Embora o jornalista tenha liberdade de expressão é necessário apurar os acontecimentos, o repórter deve ser imparcial e fiel na reprodução dos fatos, Costa (2005, p.97) afirma que “em todo fato ou sobre qualquer acontecimento existem pelo menos duas versões”. O repórter está onde o leitor, ouvinte ou telespectador em muitos casos não pode estar, por esse motivo é essencial selecionar e transmitir o que possa ser interessante. Segundo Lage


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(2006, p.22) “a informação torna-se, portanto, matéria-prima fundamental e o jornalista um tradutor de discursos”. A reportagem é um gênero jornalístico que se aprofunda com mais riquezas de detalhes no assunto pautado. O tratamento narrativo em uma reportagem é o que vai contribuir para a transformação do assunto em uma grande reportagem. Sodré (1996, p.15) afirma: “Mas será sempre necessário que a narrativa (ainda que de forma variada) esteja presente numa reportagem. Ou não será reportagem”. Acredita-se que o respeito ao pluralismo e às individualidades da sociedade possibilita o exercício do direito e o dever de participar de forma livre e ativa na construção da realidade. Peruzzo (1998, p.296) afirma que: A participação e a comunicação representam uma necessidade no processo de constituição de uma cultura democrática, de ampliação dos direitos de cidadania e da conquista da hegemonia, na construção de uma sociedade que veja o ser humano como força motivadora, propulsora e receptora dos benefícios do desenvolvimento histórico.

Em uma reportagem é essencial despertar o interesse humano, o repórter é aquele que está presente, servindo de ponte entre o público e o acontecimento, a narrativa devera carregar em um discurso um tom impressionista que favoreça a aproximação, Segundo Sodré (1986, p.15) : A humanização do relato, pois, é tanto maior quanto mais passa pelo caráter impressionista do narrador. Diretamente ligada à emotividade, a humanização se acentuara na medida em que o relato for feito por alguém que não só testemunha za ação, mas também participa dos fatos.

Outro fator importante em uma reportagem é a apresentação do personagem em destaque, nem sempre a reportagem por inteiro é um retrato só de um personagem, nela pode constar vários perfis, como afirma Sodré (1986,p.125) :

Há várias maneiras de se contar uma história, mas nenhuma pode prescindir de personagens. Também são inúmeras as formas de apresentá-los, caracterizá-los ou fazer com que atuem. De qualquer modo, existe sempre um momento na narrativa que a ação interrompe para dar lugar à descrição, (interior ou exterior) de um personagem.


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A reportagem Televisiva necessita de um maior empenho por exigir um maior aprofundamento no tema a ser tratado. Além do texto, deve ser complementada com maior número de imagens, gráficos, Off, Passagem, Sonoras para estabelecer aproximação do telespectador ao assunto. Ricardo Kotscho situa o leitor com a idéia prévia necessária à realização de uma boa reportagem. Segundo ele, a “função primeira” do repórter é “colocar-se no lugar das pessoas que não podem estar lá, e contar o que viu como se estivesse escrevendo uma carta a um amigo” (2005, p.16). Em outro momento, o autor assume a invisibilidade e o pouco conhecimento sobre o leitor: “Cabe ao repórter, também, ser muitas vezes o porta voz deste ser misterioso e invisível” (Kotscho, 2005, p.18). A reportagem documental permite maior originalidade nas aberturas em qualquer veículo de comunicação. É possível utilizar recursos factuais ou de ação, sair do convencional com abertura mais informativa e tentar buscar um estilo mais literário, pode ser uma alternativa para chamar atenção no texto. Realçar a visão, audição, imaginação, a pessoa, jogar com fórmulas como, por exemplo, com frases feitas e com palavras utilizar trocadilhos, paradoxos. Segundo Sodré (1986,p.107) : A inovação está no comportamento do narrador: dialoga com o leitor e com o repórter de campo”, com um locutor; presente á cena, registra tudo como uma câmera cinematográfica, que ora se aproxima em close, ora se afasta para uma panorâmica; onisciente, tem informações de arquivo, recorte de jornal etc. Tudo isso ultrapassa o simples recurso cinematográfico (já incorporado à moderna narrativa jornalística): o que se tem aqui é a assimilação da técnica documental de TV.

Medina (2005,p.18) afirma que “a entrevista jornalística, em primeiro lugar é uma técnica de obtenção de informações que recorre ao particular; por isso se vale, na maioria das circunstancias, da fonte individualizada e lhe dá credito sem preocupações cientificas”. O preparo e atitude do entrevistador é importante para o desenvolvimento da matéria, para que o entrevistado sinta empatia para relatar o assunto. Segundo Medina (2005,p.30) existe uma dinâmica de bloqueio e desbloqueio entre entrevistador e entrevistado : De fato, as pessoas andam armadas umas em relação ás outras. Então ao que se refere ao contato com os jornalistas, o caso é mais grave. Por principio, um jornalista diante de qualquer pessoa é, no mínimo, um invasor, um perturbador


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da privacidade, aquele tipo que quer tornar publico o que o individuo nem sempre está disposto a desprivatizar.

2.4 Telejornalismo

A televisão está entre os veículos de comunicação em destaque, tendo em vista que ela ocupa um lugar de especial nas residências das pessoas e tem espaço no cotidiano do público. Para Rezende (2000, p.31) “inegavelmente, a TV é o principal veiculo de comunicação do sistema de comunicação de massa brasileiro”. O Jornalismo de TV é diferenciado, a mensagem sonora aliada a mensagem visual e uma síntese do texto, ampliou a possibilidade de apresentação e transmissão das noticias. De acordo com Cancio (2005,p.28), “ a televisão trouxe para a sociedade o poder de transmitir informação com fascínio da imagem real, antes apenas imaginada por meio de transmissão radiofônicas”. Na linguagem da televisão a imagem é o grande diferencial, para atingir os objetivos, é necessário criatividade sem exageros, segundo Costa (2005,p.91) “para o jornal de televisão, reportagens com um necessário impacto de imagens, mas sem sensacionalismo ou exploração vulgar do emocional”.


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2.5 Dados

Para completar a fundamentação teórica do projeto também foram analisados dados sobre o perfil populacional do Brasil, que até pouco tempo era considerado jovem, atualmente vem presenciando uma mudança no perfil de sua população, o número de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças já em 2030 e, em 2055. O país está envelhecendo, as perspectivas, projeções e suposições, tornam-se uma realidade comprovada. Em observações realizadas pelo IBGE nos últimos dez anos, constatou-se a menor taxa de crescimento da população, monitorada desde a década de 1970, o crescimento médio da população brasileira foi de pouco mais de 1,17% ao ano (IBGE, 2011). As gerações mais velhas estão se adaptando às novas tecnologias, tanto no uso das redes sociais quanto em conhecimento básicos de informática aprendidos em cursos gratuitos de universidades, mas a rejeição ainda é considerável. Segundo uma pesquisa realizada pela AVG Technologies (2014), que ouviu cerca de seis mil pessoas em diversos países, incluindo o Brasil, mostra como os aparelhos tecnológicos estão cada vez mais presentes na vida de todos. Descobriu que o celular é o dispositivo mais utilizado entre os idosos, abrangendo 86% dos entrevistados,78% deles utilizam os PC’s, 76% dos brasileiros com mais de 50 anos utilizam o Facebook e apenas 9% não usam nenhum serviço de comunicação. Outra informação relevante da pesquisa é que 24% dos entrevistados afirmaram ter medo de usar as novas tecnologias, e 40% possuíam receio de danificar os aparelhos eletrônicos. O surpreendente também nessa pesquisa, é o quanto a tecnologia ajuda em diversos quesitos. Foi perguntado o que melhorou na vida dos idoso com a tecnologia e 95% respondeu que a comunicação com os amigos e familiares melhorou, outro itens bastante votado foi sobre como encontrar informações, 95%, seguido de planejamento de viagens, com 88%. Para finalizar, a última pergunta era sobre o que eles sentem com a tecnologia, e 81% responderam que se sente em contato com outras pessoas, 70% tem mais contato com as novidades e 47% sentem mais felicidade. Pensando nessa parcela crescente da população, em Campo Grande foi publicada em janeiro de 2015 no Diário Oficial, a Lei de número 5.505, aprovada pela Câmara e promulgada pelo Executivo, que assegura a inclusão digital dos idosos, aposentados e donas de casa por meio dos laboratórios da Rede Pública de Ensino Municipal.


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O vídeo reportagem Conectados no Tempo: inclusão digital na terceira idade, foi elaborado com o objetivo de demonstrar como os idosos utilizam os meios digitais na terceira idade, experiências de adaptação com o computador e celulares. A internet pode ser considerada como estímulo para desenvolver os aspectos físicos, psicológicos e sociais da terceira idade que está em crescente expansão. Instrumento de entretenimento, interação social, aproximação, notou-se que os idosos adquiriram confiança, autoestima, conhecimento e maior facilidade de acesso às informações e comunicação. Os idosos são comprometidos e aprendem em ritmo próprio. O vídeo reportagem mostra indivíduos maduros, totalmente interessados em adquirir novos conhecimentos, dispostos a se manter ativos na sociedade. Para eles a idade não é empecilho. Cada nova habilidade adquirida é motivo de superação pessoal, experiências únicas que determinam importantes transformações no cotidiano e no seu comportamento. Foi possível observar, no decorrer do trabalho que os idosos buscam desafios, ao descrever a experiência que vivenciaram, recorrem constantemente à dimensão emocional para relatar os acontecimentos, ressaltando os sentimentos gerados durante o processo de inclusão digital, os resultados são gradativos. Percebe-se que mesmo com a oportunidade de estar inserida nas tecnologias digitais uma das fontes não se interessa em estar conectada, mas ao mesmo tempo notou-se que se for estimulada adequadamente existe a possibilidade de começar a usufruir das novas tecnologias. O privilégio de entrevistar pessoas experientes e perceber que são adeptas as novidades, superando seus limites e desafios, trouxe um olhar humanizado para a reportagem.


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3 - REFERÊNCIAS

Livros

ARREVABENI, Monica. C.. Inclusão Digital de Idosos: Relatos e Reflexões. Curitiba- Prisma, 2014. v.1 COSTA, Pery. Jornalismo: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: ed. Rubio, 2005. CANCIO, Marcelo. Telejornalismo descoberto: a origem da noticia no jornalismo televisivo regional. Campo Grande, MS: ed.UFMS, 2005. NOVAES, Maria Helena. Psicologia da terceira idade: conquistas possíveis e rupturas necessárias. 2.ed., Paulo Frontin-Rio de Janeiro: NAU, 1997. MORAN, José M. Internet no ensino universitário: pesquisa e comunicação na sala de aula. Revista Interface, Botucatu, v.2, n.3, p.125-130, ago. 1998. KACHAR, Vitória. Terceira Idade & Informática: Aprender revelando potencialidades.São Paulo: Cortez, 2003. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. Tradução: Roneide Venancio Majer. 9 ed. v.1. São Paulo: Paz e Terra, 1999. KOTSCHO, Ricardo. A prática da reportagem. São Paulo: Ática,2005. REZENDE, Guilherme Jorge de. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Summus, 2000. LAGE, Nilson. Linguagem jornalística. 8. São Paulo: Ática, 2006 MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista o diálogo possível. 4 São Paulo: ed. Parma, 2005 SODRÉ, Muniz. Técnica de reportagem: notas sobre narrativa jornalística/Muniz Sodré, Maria Helena Ferrari. São Paulo: Summus, 1986, (Novas buscas em comunicação;v.14) PERUZZO, Cicília Maria Krohling. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania. Petrópolis, Vozes, 1998.


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Redes, sites, e outros

LEI N° 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003. (s.d.). Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. 2003, Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.741.htm> Acesso em 02 de agosto de 2015 Diário oficial de campo grande, Disponível em: www.pmcg.ms.gov.br/diogrande> Acesso em 12 de setembro de 2016 IBGE (2011) – Projeção da População do Brasil: 1980-2050. Disponível em: < htpp:/www.ibge.gov.br/home/estatística/população/projeção-dapopulação/2011/pirâmide/pirâmide.shtm> Acesso em 15 de setembro de 2016 50 e mais - Com a internet, idosos podem se tornar mais independentes Disponível em: http://www.50emais.com.br > Acesso em 30 de janeiro de 2017 Portal Terceira Idade Como a 3ª idade inicia o contato com a tecnologia e como isso pode facilitar seu dia a dia http://www.portalterceiraidade.com.br/dialogo_aberto/informaticainternet/coluna0001.htm> acesso em 05 novembro de 2016


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ANEXOS

QUESTIONARIO PARA OS IDOSOS 1) Qual seu grau de escolaridade, sexo, idade, profissão? 2) Qual sua ocupação preferida? 3) Possui interesse em estar conectado? Como o senhor (a) se relaciona com a internet? 4) Possui conhecimento básico, intermediário ou nenhum de informática? 5) Como prefere acessar a internet? Possui computador em casa? Possui celular? sabe manusear smartphone? 6) Quais são os hábitos mais frequentem enquanto navega? 7) Na sua opinião as tecnologias contribuem para envelhecer melhor informado? 8) Na sua opinião, a interação no mundo virtual pode romper a solidão e despertar novas possibilidades de compartilhar a vida? 9) O senhor (a) acredita que ter acesso e usufruir das novas tecnologias traz benefícios e integração para os idosos, melhorando a qualidade de vida? 10) Tem idade definida para estar inserido na internet? 11) O que representa as novas tecnologias na sua vida?


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QUESTIONARIO 2 GERAL 1) Qual seu grau de escolaridade, sexo, idade, profissão? 2) Você já ajudou algum idoso utilizar a internet? 3) O que acha da integração digital dos idosos na internet? 4) A internet traz benefícios para a terceira idade? 5) Você acredita que para a terceira idade a imersão no mundo digital muda a rotina e pode inibir o isolamento social? 6) Já teve que dividir computador com algum parente idoso? 7) As novas tecnologias diminuem a segregação na Terceira idade? 8) Você tem paciência para auxiliar um idoso a se conectar no mundo virtual? 9) Qual sua opinião sobre os idosos que utilizam da internet e os que preferem não utilizar?


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