TDTOnline Magazine Março/Abril 2009

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Março /Abril

Sumário Editorial

Os que estão em crise e os que se aproveitam da crise – Artigo de Opinião

Caracterização e comparação do percurso académico e profissional da profissão de técnico de Anatomia Patológica em Portugal e Reino Unido

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A Fisioterapia e o Serviço Nacional de Saúde: a realidade incontornável – Artigo de Opinião

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As novidades no site do TDTOnline

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Sabia que… - Datas a recordar em Saúde e Ciência…

Carcinoma do Endométrio

| 21 Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day

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25| TDTOnline Magazine Fundador: Fernando Leite

Design e Redacção: Henrique Pimenta, Joel Graça

Administração: Marlene Brandão e Carolina Gasiba

Colaboração Geral: Sílvia Silva e Vítor Paiva

Responsável de Conteúdo: Susana Monteiro

Colaboração por área profissional: Anatomia Patológica: Marta Ribeiro, Nuno Silva

Neurofisiologia: Daniel F. Borges, Joana Ribeiro

Dietética: Cecília Santos

Ortoprotesia: Ana Vinagre, Cátia Frade

Farmácia: Nuno Marques, David Estêvão

Ortóptica: Luís Martins, Andreia Guerreiro

Higiene Oral: Ricardo Pingo

Terapia Ocupacional: Juliana, Diana

Todos os artigos publicados na TDTOnline Magazine são da total e exclusiva responsabilidade dos seus autores. É interdita a reprodução total ou parcial do conteúdo da TDTOnline Magazine.

Contacto Tecnologias da Saúde Online: geral@tdtonline.org Contacto TDTOnline Magazine: magazine@tdtonline.org

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Editorial

Caros leitores e utilizadores do TDT Online,

Nesta edição o destaque vai sem dúvida para a fantástica reformulação que o portal e o fórum receberam. Pois é, o nosso webmaster surpreendeu-nos, mais uma vez, com esta fantástica ideia. E com este novo look, o TDT Online, de facto, não poderia ter celebrado de melhor forma a entrada da Primavera. Lanço desde já o convite para espreitarem o artigo do nosso webmaster, aqui nesta edição do TDT Online magazine, onde ele desvenda todas as mudanças e aplicações deste novo formato.

E porque o TDT Online não pára de surpreender, e também porque desejamos que a inovação e a criatividade sejam sempre a nossa imagem de marca, desta vez a próxima surpresa será no layout da TDT Online magazine. O TDT Online já tem alguns melhoramentos planeados e ideias delineadas, no entanto, porque queremos oferecer sempre o nosso melhor, uma pausa na publicação da magazine será fundamental para solidificar ideias e criar um bom projecto.

Agora que já deixamos todos os recados, foquemo-nos em tudo que esta edição tem para vos oferecer. Para abrir, contamos com os habituais artigos de opinião, desta vez com uma opinião acerca da fisioterapia e o serviço nacional de saúde e outra opinião que nos fala da tão badalada crise. Numa altura em que tanto se fala da emigração como resposta à falta de emprego, decidimos incluir uma monografia que faz a comparação da carreira de técnico de anatomia patológica em Portugal e no Reino Unido. Depois, seguimos com um artigo que nos descreve um dos mais comuns tipos de neoplasia na mulher, o carcinoma do endométrio e terminamos com três casos clínicos de radiologia.

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E porque para muitos de vocês pode ter passado despercebido, vou aqui fazer uma chamada de atenção especial para a nossa mais recente “aquisição” da equipa TDT Online. O nosso Joel (TDT Online webdesigner) substituiu o Henrique nesta edição março/abril da magazine, e fez um excelente trabalho como decerto muitos de vocês concordarão comigo. Sê benvindo, Joel Graça!

Assim sendo, a próxima edição da TDT Online magazine será a de Julho/Agosto, com lançamento previsto para os primeiros dias de Julho de 2009. Lamentamos que a pausa, apesar de curta, seja mesmo necessária e pedimos a compreensão de todos os leitores da TDT Online magazine.

Em nome da toda a equipa do TDT Online resta-me desejar a todos os leitores uma óptima leitura e... até Julho!

Susana Monteiro

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Março /Abril

Artigo de Opinião Luís Coelho, 2009

clínicas realizam em termos da qualidade dos serviços. E se A Fisioterapia e o Serviço Nacional de Saúde: a realidade incontornável

essa qualidade é cada vez menor, com fisioterapeutas a tratarem muitas vezes cinco a dez doentes por hora, é porque,

a

curto

termo

o

terapeuta

não

possui

possibilidades de aplicar as técnicas mais “luxuosas” que aprendeu na sua formação e pós-graduações, a médio termo os médicos fisiatras que regulam os serviços não

insuportável de manter certas

entendem as possibilidades da Fisioterapia (e aqui muito

e

pode ser dito...), e a longo termo é o próprio Estado que

administrativo por um tempo incomensuravelmente longo

não quer investir num tipo de cuidados de saúde

mesmo quando se provou estarem magistralmente erradas.

destinados aos idosos, população já não activa e, portanto,

Por exemplo, é certo que o emprego nas profissões de

não contributiva.

saúde não é mais o oásis que constituiu no passado, mas

Se é importante o próprio terapeuta e a sua Associação

ainda assim o Sistema vai permitindo a abertura de novos

agirem junto do Estado no sentido de divulgar a qualidade

cursos, com novas vagas, em escolas e universidades

dos seus serviços e funções, assim como a importância da

particulares, muitas delas de qualidade muito questionável.

manutenção de uma “quarta idade” activa (nem que seja

E tal hábito tornou-se apanágio irreversível da Fisioterapia,

por um determinado compromisso ético), mais importante

com o surgimento de quase quinze novas escolas nos

é ainda que o próprio sistema hierárquico, inerente ao

últimos dez anos.

funcionamento das clínicas, sofra uma mudança de

Acontece que o aumento exponencial do número de

paradigma. Decerto muitos dos futuros fisioterapeutas que

fisioterapeutas criou dificuldades de emprego numa

agora tiram os seus cursos não se apercebem que, na sua

profissão que não as possuía ainda há cinco ou seis anos

maioria, irão ficar sob o jugo intrépido da coordenação

atrás. Agora, com tantos terapeutas espalhados pelo

científica de um médico fisiatra. E, se todos nós

mercado, e perante a crise de criatividade do mesmo no

(profissionais de saúde) sabemos que já vão longe os

concernante à criação de projectos e novas actividades de

tempos em que o médico era visto como uma figura sábia,

inclusão

os

munida por uma atitude de deificação (por parte dele

fisioterapeutas torna-se uma realidade gritante e cada vez

mesmo e dos doentes), ainda vem longe o tempo em que o

menos contornável.

fisioterapeuta virá a ser adequadamente respeitado tanto

atitudes

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O nosso país possui o hábito comportamentais

do

terapeuta,

do

o

foro

educativo

desemprego

entre

Ninguém questiona a utilidade destes profissionais, assim como não é obrigatoriamente criticável a entrada dos mesmos em novos modelos de trabalho como o Fitness e o Wellness. Mas o que é certamente questionável é o tipo de fisioterapia que se realiza nas tantas e tantas clínicas que por aí abundam, com os fisioterapeutas, por serem demasiados, a ganharem progressivamente menos. Mas a qualidade da Fisioterapia praticada nas clínicas e outro tipo de serviços não é reflexo somente dos ganhos dos terapeutas. É reflexo de todo um conjunto de expectativas relativamente às possibilidades da Fisioterapia – cada vez

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mais débeis entre os próprios doentes – assim como depende irrefutavelmente do tipo de investimento que as

por “colegas” como pelos próprios doentes. Na atitude de médicos e até de certos terapeutas, para além de doentes e outros trabalhadores que lidam directamente com os fisioterapeutas, os terapeutas ainda são vistos como uma força de trabalho manual, uma força sem inteligência, como se o trabalho com o doente, munido de um poderoso processo fenomenológico, e portanto, único, singular e irrepetível, fosse possível de se realizar por uma mera “mão de obra”. Mas se os argumentos de uma “fenomenologia crítica” são insuficientes, pensemos ao menos no esforço de constituição de um crescente “corpus” científico entre os fisioterapeutas, crescentemente formados (em termos de formação pós-graduada), mestres e doutores. Tudo isto e muito mais deveria ajudar no necessário processo de


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desalienação desta nossa sociedade portuguesa tão dada

consubstanciável sob o jugo de prescritores médicos ou

aos “dr.s”, como é próprio das sociedades perigosa e

governamentais. Quando vivemos num Sistema em que o

estultamente neo-liberais. Eu, que sou partidário de uma

fisioterapeuta é substituído nas suas tarefas por auxilares

visão pós-marxista da sociedade (como aquela que é

de parca formação, restringindo-se a tarefas, que devido ao

partilhada entre os filósofos da escola de Frankfurt), vejo

grande número de doentes, são cada vez mais de gestão e

nas profissões de saúde como a Fisioterapia uma necessidade crescente de introjecção de uma forçosa consciência sociológica, adequada aos novos modelos de visão da Saúde Global e holística, num modelo que, oficialmente, é crescentemente bio-psico-social.

de

“exercício

activo”,

num

tipo

de

Fisioterapia

transformada em “número de sessões” e “limite de partes do corpo a tratar” (restringido pelos códigos das credenciais) perdemos, no fundo, o contacto e o respeito pelos doentes, assim como perdemos o contacto e o

Este modelo não é praticável no domínio de uma

respeito pela nossa própria dignidade profissional e

Fisioterapia gerida por códigos de Medicina Física e de

intelectual.

Reabilitação, prescrições médicas como se a saúde fosse positivamente estática (efectuadas por médicos que comummente sabem menos sobre Fisioterapia que os próprios fisioterapeutas), credenciais que consubstanciam o parco pagamento desses códicos prescritivos (ainda por cima como uma necessária limitação numérica), como se a Fisioterapia não passasse de um processo limitante, associado ao tratamento do doente por partes do corpo ou

É bom que os estudantes de Fisioterapia sejam alertados desta realidade ainda durante a formação base, pois a sua grande formação científica esbarrará com a incontornável realidade pragmática do Sistema, o que, não obstante todas as batotas e “fugas” que possam ser realizadas pelo profissional, criará uma necessária (mas não obrigatória) frustração.

secções (como se um doente não fosse um Todo...),

Não há, contudo, razão para o total desânimo. Cabe ao

segundo um paradigma totalmente perdulário porque

terapeuta, ao novo profissional, valorizar-se, formando-se,

aberto à fractura sistémica.

estimando-se intelectualmente, e negando-se a contextos

segundo a qual o doente deve ser respeitado na sua Globalidade morfo-psico-analítica, e tal visão não é

pouco dignos de trabalho, contribuindo, dentro dos possíveis,

para

a

construção

de

uma

Fisioterapia

crescentemente especializada, cientificada e autónoma. É o desafio eutópico para o futuro! ■

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A Fisioterapia é uma ciência, mas é sobretudo uma Arte,

Veja toda a informação sobre as V Jornadas Técnicas de Imagiologia da ESSUA. Clique aqui. 5


Março /Abril

Artigo de Opinião Liliana Silva, 2009

Os que estão em crise e os que se aproveitam da crise

sem grandes perdas. Quantas das empresas que estão sem pagar os salários dos seus funcionários necessitam mesmo de ficar a dever? Quantas das empresas que provocam o aumento do número de desempregados todos os dias, estão mesmo em tão má situação que os obriga a dispensar

Todos

nós

do

os serviços destas pessoas? Quantas das empresas que vão

o

pedir apoios à segurança social e ao governo precisam de

mundo está a atravessar ao

facto deles? Quantas das empresas que deixam de recrutar

nível económico, o que se reflecte em muitos outros

pessoal, sobrecarregando os funcionários que têm com

campos

nossa

trabalho extra, precisarão mesmo de o fazer? Quantas das

estabilidade emocional e na nossa saúde. Acho que posso

empresas que recusam aumentos de salário aos seus

dizer que, segundo a definição de saúde da OMS, neste

funcionários têm realmente necessidade de congelar estes

momento estamos todos meio adoentados, para não

justos aumentos? Infelizmente, há muitas empresas que

utilizar um termo mais drástico. Diz o povo, de forma sábia,

estão a aumentar os seus lucros à custa dos funcionários

que “em casa onde não há pão todos ralham e ninguém

que foram despedidos/dispensados. Ainda hoje vi uma

tem razão”. É o caso do casal que quer formar família, mas

notícia sobre uma dessas empresas, uma empresa de

não consegue contrair um empréstimo para a casa. É o caso

renome a nível nacional, que deveria ser das primeiras a

da família já formada que precisa de mais espaço, de um

dar o exemplo. Aumentou significativamente os seus lucros,

carro maior, e de outros bens porque têm um novo

quando despediu cerca de 300 funcionários. “...é

membro a caminho, e não consegue fazer esticar o pouco

moralmente errado.”, dizia um comentador. Pois é,

que recebe. É o caso dos pais que querem dar uma

moralmente errado, mas neste mundo de interesses e

educação

estão

lobbys quem é que está interessado no que é moralmente

desempregados ou cujos patrões não lhes pagam os

correcto? Isto leva-me a mais uma tecla fortemente batida.

ordenados, e como tal não há como pagar as proprinas. É o

A crise é, também, de valores. De valores monetários, de

caso do jovem recém-licenciado que quer criar a sua

valores sociais e de valores morais. Estamos todos num

independência, direccionar a sua vida e vê as suas asas

mesmo barco que, se fosse conduzido por todos para o

cortadas mal começa a tentar voar. Isto, só para falar de

mesmo lado, levaria um rumo certo e, talvez, seguro.

casos de pessoas que, à partida, não têm problemas graves

Assim, com cada um a remar para o seu lado e a usar a

de saúde, mas que estão a ficar gravemente doentes pela

máxima do “homem ao mar, desde que não seja eu está

falta que lhes faz a sua saúde social. Estamos numa altura

tudo bem”, não vamos lá.

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momento

da

nossa

superior

vida,

aos

sabemos crítico

nomeadamente

filhos,

mas

na

que

que

de crise financeira, mas mais do que isso, estamos cada vez mais num clima de crise social.

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Esta é mais uma crise, como tantas outras pelas quais a sociedade já passou ao longo da história e que,

O pior de tudo isto é que há quem esteja

espero, como estas também deverá passar. Só espero é

realmente em crise e há aqueles que se aproveitam da

que, no final, as feridas não sejam demasiado profundas,

crise. E hoje, em particular, refiro-me a empresários que,

deixando incapacitados muitos de nós. Será que esta

não digo sem esforços, mas que conseguirão superar a crise

tempestade trará a bonança? ■


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TDTOnline Henrique Pimenta, 2009 As novidades no site do TDTOnline

Afirmar que o Tecnologias da Saúde Online assume, actualmente, um papel de destaque ao nível da divulgação e comunicação de, para e entre muitos dos profissionais das Tecnologias da Saúde, não será, certamente, censurável. Não obstante, para que esse papel seja cumprido cada vez melhor e em maior escala é necessário que o site se vá ajustando às necessidades dos utilizadores e à evolução da própria Internet.

Vamos então explorar cada uma das áreas destacando os seus pontos fortes. O Portal (página inicial) está agora mais voltado para o Fórum, isto é, mais voltado para a comunidade e as suas conversas/discussões. Existe um bloco com títulos noticiosos que vai “beber” o seu conteúdo à secção do fórum com o mesmo nome, o que permite que qualquer utilizador coloque uma notícia no site e esta possa receber comentários de qualquer membro do TDTOnline. Foi integrada uma funcionalidade do Google (Google calendar) que permite organizar no formato de calendário os eventos que vão sendo divulgados no TDTOnline para facilitar a consulta. Instalou-se uma shoutbox para que os utilizadores possam “enviar recados” de uma forma rápida e eficiente para todos os membros e visitantes do TDTOnline. Passa, ainda, a ser possível efectuar login logo no portal e assim ter a possibilidade de aceder directamente às zonas reservadas aos membros, a partir do Portal. Mantém-se o

Figura 1 – Bloco de Notícias existente no novo Portal

Figura 2 – Calendário de Eventos disponível no novo Portal

As mudanças que ocorreram no fórum, sendo menos relevantes e em menor número, centraram-se sobretudo ao nível da organização, para que a integração com o novo portal seja a mais adequada. Foi criado um sub-fórum para divulgação de notícias dentro da secção de Debate e Opinião, sendo esta a fonte das notícias que surgem no Portal. A TDTOnline Magazine tem vindo a merecer, cada vez mais, um lugar de destaque no Tecnologias da Saúde Online. Neste sentido, foi-lhe dada particular atenção durante este processo de remodelação. Para além da integração da página dedicada à TDTOnline Magazine no template base do site, foi introduzido também um sistema de visualização em formato flash que a permite visualizar directamente no site num modo de leitura que simula uma revista física; permite um melhoramento na fluidez da leitura - na medida em que deixa de ser necessário carregar todo o documento antes de começar a ler, passando este a ser carregado gradualmente de acordo com a vontade do utilizador/leitor - e oferece uma série de outras funções, à semelhança dos leitores de PDF, onde se destacam os melhoramentos visuais associados sem um esforço acrescido para o computador. Na secção da TDTOnline Magazine está, ainda, disponível o documento PDF para quem preferir fazer download e visualizar mais tarde, porventura offline. Convém referir que a ferramenta de visualização é uma integração disponibilizada pelo issuu.com, uma espécie de biblioteca online

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Durante a sua não muito longa história, o TDTOnline sofreu algumas alterações sobretudo ao nível dos softwares que servem de base ao fórum e ao portal, porque estes tinham graves incompatibilidades com browsers que se começam a assumir actualmente (falo obviamente do Mozilla Firefox) ou porque o próprio software, por si só, ficou obsoleto e pouco funcional quando comparado com as alternativas existentes ou mesmo com os seus upgrades. A última destas mudanças conjugou uma evolução conjunta entre o Portal e o Fórum culminando numa fusão entre estas duas áreas que, até agora, sempre estiveram bastante afastadas tanto ao nível visual como ao nível dos próprios conteúdos. Esta foi, sem dúvida, a grande conquista (se é que se pode usar este termo) desta última mudança no TDTOnline, deixamos de ter um portal e um fórum para passar a ter um site com um aspecto uniforme onde, obviamente, se destacam a página inicial (portal) e a área de discussão (fórum).

acesso aos conteúdos mais estáticos (como são exemplo a legislação o a lista de escolas das Tecnologias da Saúde) através do Portal, tal como existia anteriormente.

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completamente grátis onde qualquer pessoa pode publicar e consultar documentos sempre com um ambiente de fundo que faz lembrar uma verdadeira biblioteca.

informações úteis para encontrar aquilo que realmente procura, para além de ter disponível um pequeno formulário de pesquisa para procurar dentro do TDTOnline. Esta ferramenta permite que, por exemplo, ao introduzir o endereço: www.tdtonline.org/forumn (coloquei propositadamente um “n” no final do endereço para simular um erro) o sistema retribua a informação de que o endereço correspondente mais próximo é: www.tdtonline.org/forum. Por isso já sabe, a partir de agora não há problema caso se engane no endereço, o TDTOnline faz o trabalho de encontrar para si aquilo que procura!

Figura 3 – Novo sistema de Visualização da Magazine

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A integração de ferramentas Google estendeu-se ainda ao motor de busca do site com o objectivo de apresentar quer os resultados de pesquisa do fórum, quer os do portal. No entanto, continua a ser possível efectuar pesquisas apenas nos tópicos, ficando a decisão à escolha do utilizador. A merecer destaque está também a criação de dois Feeds RSS, um deles que lista todos os novos tópicos do fórum e outro que mostra as notícias mais recentes que são colocadas na respectiva secção. Para quem desconhece o conceito dos Feeds RSS talvez seja um pouco complicado entender, à partida, a utilidade destas funções. No entanto, basta dizer que permitem o acesso às respectivas informações sem a necessidade de aceder ao site (usando a barra lateral do Windows Vista, por exemplo) para se compreender que se tratam de funcionalidades úteis e interessantes.

Figura 5 – Mensagem de Erro 404

Se relativamente às funções e funcionalidades estamos “conversados”, resta agora abordar a mudança mais notória ao primeiro contacto, o aspecto visual do site. Tal como referi anteriormente, o objectivo base e primordial foi o de conseguir um aspecto transversal a todas as áreas do site, incluindo o portal. Para além disto foi uma questão de tentar obter um resultado mais “fresco” e mais moderno mas, ao mesmo tempo, simples e centrado no conteúdo.

Figura 6 – Aspecto do novo Portal do TDTOnline

Figura 4 – Feeds RSS

Por fim, destaque para mais uma ferramenta integrada do Google – fica aqui o registo do agrado e agradecimento pelas fantásticas ferramentas gratuitas desenvolvidas por esta companhia – cuja conquista foi resumida pelo Google na seguinte frase “Receba sugestões em vez de mensagens de erro”. É isso mesmo, a partir de agora, sempre que se enganar e introduzir um endereço do domínio tdtonline.org inválido, receberá a respectiva mensagem de erro (erro 404 – página não encontrada) mas receberá também

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De uma forma geral julgo que o objectivo foi atingido, embora ainda haja algumas arestas que possam ser limadas, o que é corroborado pela opinião dos utilizadores que contribuíram com o seu voto no inquérito presente no portal sobre o novo aspecto visual, dado que mais de 85% dos opinantes afirmaram que, pelo menos, gostaram bastante e consideraram que está melhor que o anterior. Tenho que admitir, no entanto, que me preocupam os votos na opção “Não gosto mesmo”, embora sejam poucos, e espero que não sejam sinónimo de “Não volto mais ao TDTOnline”.


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Caracterização e comparação do percurso académico e profissional da profissão de técnico de Anatomia Patológica em Portugal e Reino Unido Ana Filipa dos Santos Pereira, 2009

Introdução: Os técnicos de A.P.C.T. são “profissionais de saúde cujas actividades principais consistem em avaliar, planear e processar amostras de tecidos e de células isoladas, colhidas em organismos vivos e mortos, para a sua observação óptica ou electrónica, a nível macroscópico e microscópico. O seu trabalho visa o diagnóstico e o prognóstico de patologias na espécie humana, destacandose como suas principais áreas de intervenção a histologia e a citologia.” (Tecnologias da Saúde Online; data de última consulta em 10 de Novembro 2008) sendo assim um profissional importante para qualquer sistema de Saúde mundial.

Assim, o presente trabalho tem como objectivo descrever e comparar as realidades académicas e profissionais da profissão de técnico de A.P.C.T. que possam existir em Portugal e no Reino Unido, como a estrutura académica, a designação profissional, formação, competências e condições de trabalho; definindo assim os parâmetros que regem a profissão de A.P.C.T. em Portugal e esclarecendo se a profissão de técnico de A.P.C.T. é reconhecida no Reino Unido, ou se não, qual a profissão semelhante existente e quais os parâmetros que a regem. 1. O técnico de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica em Portugal: Segundo as Tecnologias da Saúde Online (última consulta a 10 de Novembro de 2008) “Os técnicos de anatomia patológica, citológica e tanatológica são profissionais de saúde cujas actividades principais consistem em avaliar, planear e processar amostras de

Segundo o documento sobre a Formação em Anatomia Patológica face à Implementação do processo de Bolonha em Portugal de Novembro de 2004 as actividades específicas do técnico de A.P.C.T. “dizem respeito à área de diagnóstico, prevenção e promoção da saúde, e da investigação. Na área de diagnóstico podemos enumerar diversas competências no que diz respeito ao planeamento e realização da recolha e processamento de produtos biológicos, tais como: planeamento e aplicação de técnicas histológicas, imunocitoquímicas e moleculares em amostras de tecidos; planeamento e realização de exames extemporâneos e inter-operatórios; planeamento e realização de técnicas citológicas, procedendo à identificação e avaliação do material celular recolhido; planeamento e controlo de diversas fases do processo técnico, identificando e avaliando as inúmeras características e especificidades químicas, físicas e biológicas das técnicas utilizadas; colaboração na realização de autópsias no âmbito da tanatologia clínica ou forense, intervenções cirúrgicas, nomeadamente na colheita e aplicação de técnicas em amostras de tecidos para análise; planeamento e montagem de peças anatómicas para fins de investigação, ensino e formação; efectua controlo de qualidade em todas as fases do processo técnico e/ou dos resultados obtidos; elabora relatórios técnicos das técnicas aplicadas e dos exames efectuados. 2. As possíveis áreas de intervenção do técnico de A.P.C.T no Reino Unido Segundo o NHS (National Health Service) existe no Reino Unido uma grande variedade de empregos e áreas no NHS dentro do sector das Life Sciences. Existem os biomedical scientists que levam a cabo várias técnicas laboratoriais com a finalidade de proporcionar material que o médico possa avaliar e diagnosticar; existe ainda os clinical scientists que são especialistas numa área da ciência ou engenharia em particular e que aplicam a sua especialidade na medicina e ainda os clinical support workers que

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Na página Web da Comissão Europeia (data de última consulta a 13 de Novembro de 2008), a nível das qualificações e regulações profissionais é possível constatar que a profissão de Técnico de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica só se encontra regulamentada em Portugal e Espanha. Supõe-se que nos restantes países da União Europeia a profissão tenha outra designação não regulamentada. Mas o técnico de Anatomia Patológica é um pilar essencial no sistema de Saúde de qualquer país e terá de existir, mesmo que com outra designação e características, uma profissão semelhante em qualquer país da Europa e do Mundo.

tecidos e de células isoladas, colhidas em organismos vivos e mortos, para a sua observação óptica ou electrónica, a nível macroscópico e microscópico (...)”

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trabalham em conjunto com os biomedical scientists e com os clinical scientists proporcionando-lhes apoio técnico. A NHS divide as life science em três áreas: Patologia, Genética e Embriologia. Em Patologia os técnicos de saúde investigam a causa de determinadas patologias e o seu progresso. Nesta área enquadram-se tanto os biomedical scientists como os clinical scientists, entre outros profissionais de saúde. Em Genética, os técnicos exploram o comportamento genético das doenças. Aqui inserem-se os Clinical Scientists da área da genética molecular e Citogenética. E a área de Embriologia é a área dos clinical scientists onde os técnicos “criam vida” e solucionam o problema da infertilidade. Assim segundo a NHS, última consulta a 03 de Dezembro de 2008, as diferentes áreas das life sciences onde se enquadram as qualificações e as competências do técnico de Anatomia Patológica são:

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- Biomedical Scientists: esta é a principal área onde o técnico de A.P.C.T. encontra equivalências de competências, como a Histopatologia e a Citopatologia. - Clinical Scientists: esta área inclui a Citogenética que é uma área que o técnico de A.P.C.T está qualificado para trabalhar. Segundo a NHS, o clinical scientist deve possuir um curso superior com bases de genética, biologia,

microbiologia ou bioquímica (normalmente é o curso de life sciences, física ou engenharia), entre outras possibilidades académicas. O clinical cytogeneticist é o profissional perito no estudo dos cromossomas que são extraídos do sangue, tecidos vários, medula óssea e outros fluidos orgânicos para o diagnóstico de doenças hereditárias. As técnicas utilizadas incluem a cultura de células, análise microscópica da metáfase cromossomática, fluorescência in situ, técnicas de hibridação e análises de imagem. - Técnicos de Anatomia Patológica: estes são os técnicos que no Reino Unido trabalham na mortuária. Segundo a Association of Anatomical Pathology Techonology, última consulta a 03 de Dezembro de 2008, o técnico de Anatomia Patológica tem à sua responsabilidade várias tarefas relacionadas com o trabalho efectuado nas mortuárias. Este técnico assiste os médicos Patologistas durante os exames post-mortem e trabalham nos serviços mortuários dos hospitais do NHS ou em mortuárias públicas locais. - Técnico de citologia (cervical screening): esta é a designação equivalente ao Citotécnico Português, com a diferença de estar limitado ao screening ginecológico. Os técnicos de citologia são supervisionados pelos biomedical scientist mas são responsáveis pelos seus actos, havendo por isso um grande nível de responsabilidade envolvida.

3. Resumo dos Principais pontos de comparação entre Portugal e Reino Unido no que refere ao percurso académico e profissional do técnico de Anatomia Patológica (e profissões semelhantes):

Tabela I - Características do Sistema de Ensino em Portugal e Reino Unido

Portugal

Quem regula o sistema de Ensino

- Ministro da Educação - Ministro da Ciência, tecnologia e Ensino Superior

Reino Unido - A nível do Governo Central: The Department for Children, Schools and Families, entre outras - A nível do Governo local: autoridades locais e órgãos dirigentes das instituições de educação e ensino.Todos da responsabilidade do Secretariado de Estado - Ensino primário

- Ensino Básico - Ensino Secundário - Cursos de formação e educação equivalentes ao ensino básico Níveis de Educação Escolar

- Cursos profissionais equivalentes ao ensino secundário - Ensino Superior: Licenciatura, Mestrado, Doutoramento.

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- Pós- graduações - variável

- Ensino secundário - Mais 2 anos de ensino regular ou técnico profissional - Ensino Superior: - Bachelor degree, Graduate degree, Foundation degree, Higher national diploma e Higher national certificate, Higher Education diploma, Sandwich course, Taught courses, Research programmes.


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Sistemas de Classificação no ensino superior

Requisitos mínimos para entrada no Ensino Superior

Escala numérica de 0 a 20 valores em que o 10 representa a nota positiva mínima.

Sistema de Honours com seis classes em que quatro representam a aprovação com diferentes honours degrees, uma representa a aprovação sem honous degrees, e uma representa a reprovação.

Aprovação num curso do ensino secundário ou equivalente, e realização das provas de ingresso exigidas para o curso a que se candidata com classificação igual ou superior à mínima afixada.

Aprovação nos exames: General Certificate of Education (GSE Advanced Level), ou exames Access na Escócia, com classificações mínimas exigidas para o curso a que se candidata o aluno.

Tabela II - Percurso académico do profissional

Portugal

Reino Unido Biomedical Scientists: Curso superior (“BSc biomedical science degrees at honours level”) com qualificações de 3 GCE A-levels normalmente incluindo a Química e a Biologia ou 3 GCSEs que incluam preferencialmente Ciências, Inglês e Matemática.

Formação académica necessária para exercer a profissão

Curso superior ministrado nas escolas superiores de tecnologia da saúde, ou na Escola Superior de Alcoitão, ou seu equivalente legal

Técnico de Anatomia Patológica: Diploma do ensino secundário com pelo menos 5 GCSE nível A-C que incluam Inglês, Matemática e Biologia. Técnico de Citologia Cervical:

Clinical Scientists: Curso superior com bases de genética, biologia, microbiologia ou bioquímica (normalmente é o curso de life sciences, física ou engenharia). Disciplinas principais da licenciatura de A.P.

Disciplinas base da Licenciatura de biomedical scientist:

Anatomia e Fisiologia, Anatomia Patológica, Bioquímica, Histologia, Imunologia, Genética e biologia molecular, Citologia, Tanatologia, Técnicas histoquímicas, Técnicas citológicas, Técnicas laboratoriais, Metodologias de Investigação

- Patologia celular

Mestrados: Percurso académico

Biologia Molecular, Microbiologia, Química, Bioquímica aplicada às Ciências da Saúde, Bioinformática, Bioestatística, Medicina Legal e Ciências Forenses, Ciências Forenses, Técnicas de biologia Molecular e Citómica, Administração e gestão de Serviços de Saúde Pós- graduações: Gestão de unidades de Saúde, Macroscopia em Anatomia Patológica e Medinica Legal e Ciências Forenses. Cursos de especialização vários.

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Diploma do ensino secundário com boa classificação de GCSE.

- Bioquímica clínica - Imunologia clínica - Hematologia - Imunohematologia e ciências de transfusão - Microbiologia médica - Estudos fisio-patológicos ou biologia de componentes patológicos Pós- graduações: - Química clínica - Ciências da transfusão - Hematologia - Histopatologia - Citologia - Virologia - Imunologia

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Tabela III - Designação, Formação e Competências Profissionais

Portugal

Reino Unido Biomedical Scientist

Título Profissional

Técnico de Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica

Clinical Scientist Anatomy Patology Technician Cytology Screener Technician

Área Profissional

Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica

Life Sciences

Ministério da Saúde Autoridades regentes da profissão

Governo Português e seus Decretos-Lei:

Departamento da Saúde

- Decreto-lei nº 261/93 de 24 de Julho

Council for Healthcare Regulatory Excellence

-Decreto-lei nº 320/99 de 11 de Agosto

Health Professions Council (HPC)

-Decreto-lei nº 564/99 de 21 de Dezembro IBMS – Institute of Biomedical Science Association of Clinical Scientists Órgão Profissional

Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde

Association of Anatomical Pathology Techonology

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National Association of Cytologists Principais categorias do profissional

Técnico de 2ª Classe, técnico de 1ª classe, técnico principal, técnico especialista e técnico especialista de 1ª classe com crescente responsabilidade e funções. - Histologia - Citologia

Principais áreas de trabalho

- Imunohistoquímica - Citogenética - Citometria de Fluxo

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Entry Level, team leader, specialist, advanced, team manager, principal, consultant. - Anatomia Patológica - Citogenética - Citologia - Histopatologia - Imunohistoquímica - Genética Molecular

Processo de ascensão na categoria Profissional

A progressão faz-se segundo módulos (escalões) de três anos na categoria, com avaliação de desempenho de Satisfaz

O progresso na carreira faz-se por escalões (pay bands) que por sua vez estão divididos em pay points. A progressão dentro de cada pay point dá-se de ano em ano e entre pay bands é efectuada quando o desempenho do funcionário é satisfatório e quando demonstra que os conhecimentos e competências são apropriados à progressão.

Avaliação do desempenho Profissional

Avaliação do grau de correcção, humanização e eficácia com que os técnicos exercem as suas funções, contribuindo para um melhor desempenho (…), detecção de necessidades de formação e identificação de factores que influenciam o rendimento profissional do técnico. Esta avaliação é obrigatória, exprimese como Satisfaz ou não Satisfaz e ocorre de 3 em 3 anos.

O development review process faz parte da NHS Knowledge and Skills Framework e foi desenvolvido para avaliar o desenvolvimento continuo de todos os seus funcionários ao longo da sua carreira garantindo a eficácia do seu trabalho e um serviço de qualidade público através de uma boa gestão dos recursos humanos.


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Tabela IV - Condições de trabalho

Portugal

Contratação de pessoal

Reino Unido

Por Concurso previsto na Lei anunciado no diário da República.

O recrutamento do pessoal para o NHS é controlado a nível local por cada unidade de saúde podendo o profissional contactar directamente a secretaria ou o chefe de secção. As vagas são anunciadas no site “NHS jobs”e na impressa local. As vagas existentes são normalmente preenchidas através de competição aberta.

Número de horas de trabalho

Em regime normal, 35 horas distribuídas por cinco dias da semana

Em regime full-time 37 horas e meia distribuídas por 7 dias da semana. Depende do escalão (pay band)

Remunerações Salariais (2008)

Depende do escalão e é baseado no índice 100:

- Entre 18, 8275 Euros e 22,5057 Euros para a band 3;

- Salário do técnico de 2ª Classe no primeiro escalão: 991, 31 euros por mês.

- Entre 21,9777 Euros e 26,4225 Euros para a band 4;

- Salário do especialista superior de 2ª classe no primeiro escalão na área de Medicina Legal: 1590,34 euros por mês

- Entre 25,6698 Euros e 33,1557 Euros para a band 5;

- Salário do estagiário de investigação científica no primeiro escalão: 1590,70.

- Entre 36,9227 Euros e 48, 6769 Euros para a band 7.

Sector público, sobretudo em hospitais, mas também em laboratórios de investigação criminal, institutos de patologia e investigação, maternidades, laboratórios de anatomia animal, estabelecimentos de ensino politécnico e universitário. No sector privado, trabalham em laboratórios que realizam análises de anatomiapatológica,

Condições Físicas de Trabalho Riscos Profissionais e Normas Laboratoriais

Serviço Nacional de Saúde (o National Health Service- NHS), laboratórios de hospitais, como os laboratórios de patologia clínica e laboratórios especializados e clínicas e no sector particular.

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Locais de Trabalho

- Entre 30, 5919 Euros e 41,4436 Euros para a band 6;

Os laboratórios devem ser constituídos por aparelhos necessários para a realização dos diversos exames e com condições que permitem cumprir as normas mínimas de segurança, higiene e saúde, estipuladas legalmente. Riscos: tecidos infectados com bactérias e vírus contagiosos, materiais irritantes, inflamáveis tóxicos e cancerígenos. Normas designadas pela WHO para nível 1 e 2 de segurança biológica.

Conclusão: Segundo a designação que a EPBS faz dos biomedical scientists estes são a união de várias áreas profissionais das tecnologias da saúde portuguesas, incluindo os técnicos de A.P.C.T. e de A.C.S.P. como nós os conhecemos em Portugal. Apesar da profissão de técnico de A.P.C.T não ser regulamentada como biomedical science, como acontece com os técnicos de A.C.S.P, segundo a definição da EPBS de biomedical scientist, os técnicos de Anatomia Patológica têm funções que fazem parte das especialidades dos

biomedical scientists, como se pode constatar na área de Histopatologia e de Citologia. O técnico de Anatomia Patológica não é reconhecido pela associação EPBS mas isso não invalida do profissional dessa área não trabalhar em biomecidal sciences. É sabido que vários técnicos de A.P.C.T. trabalham no Reino Unido como biomedical scientists. Isto é possível devido à escala europeia de comparabilidade de classificações e ao sistema de créditos ECTS que permite o reconhecimento e equivalência académica do profissional.

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Março /Abril

As características do percurso académico e profissional da profissão de técnico de A.P.C.T. em Portugal e no Reino Unido são muito diferentes, começando logo na base: o sistema de educação de cada país. A profissão de técnico de A.P.C.T. não é reconhecida no Reino Unido como tal, apesar da profissão existir dentro da área das biomedical sciences e da área de citogenética das clinical sciences. A profissão de técnico de A.P.C.T. devia ser reconhecida, pelo menos, como um curso da área Medical/ Biomedical Laboratory technician (que é a área em que a comissão europeia reconhece os biomedical sientists do Reino Unido), como são os técnicos de A.C.S.P.

permitem que dois profissionais com o mesmo curso tenham especializações muito diferentes. Também se pode dar o caso do aluno preferir ter apenas bases académicas de várias áreas sem aprofundar nenhuma em questão, o que pode não ser uma vantagem no mercado de trabalho. ■ Autores: 

Ana Filipa dos Santos Pereira *

* Instituto Superior de Saúde Jean Piaget Algarve

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No Reino Unido a organização estrutural académica é feita pelo aluno, que ao longo do curso tem várias opções que

Tem um trabalho, artigo ou monografia que gostaria de partilhar?

Envie-nos os seus artigos para magazine@tdtonline.org

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Carcinoma do endométrio Filipe Alves, Soraia Carlos

Epidemiologia e Etiologia O carcinoma do endométrio é o tumor maligno ginecológico de etiologia pouco clara mais frequente nos países industrializados, o quarto mais frequente na Mulher e as suas taxas de incidência e mortalidade estão a aumentar. Erro! A origem da referência não foi encontrada. Em Portugal, a incidência é de 13,2 por 100.000 mulheres e a mortalidade é de 2,4 por 100.000 mulheres (mortalidade mais elevada em mulheres de raça caucasiana do que negra). Erro! A origem da referência não foi encontrada. Erro! A origem da referência não foi encontrada. O carcinoma do endométrio pode ocorrer durante o período reprodutivo (20-25%) ou pós-menopausa (75-80%), sendo o pico de incidência entre os 50-65A. Factores de risco associados exemplos): • Obesidade (Risco Relativo 2-3);

(alguns

• Nuliparidade (RR 2-3); • Mulheres portadoras da mutação genética Síndrome de Lynch tipo II; [12] • Diabetes Mellitus; • Hipertensão;

- Infertilidade; - Menstruações irregulares; - Ausência de ovulações; - História de tumores na família; - Cancro da Mama (RR 2-3), recto e ovário. [16] Diagnóstico Sintomas e sinais • Hemorragia vaginal anormal (97%); - Menstruações prolongadas e excessivas hemorragias em mulheres pré-menopáusicas, especialmente se tiverem um historial de menstruações irregulares, diabetes mellitus, hipertensão, obesidade ou infertilidade; - Hemorragias vaginais que duram à mais de um ano após a última menstruação; • Células endometriais atípicas no exame Papanicolau em mulheres assintomáticas. Estas devem ser submetidas a uma recolha de amostra do endométrio; • Tumores extensos palpáveis numa examinação pélvica; • Doenças avançadas como ascites, obstruções intestinais, desconforto respiratório provocado por metástases

Métodos de Diagnóstico Não existe nenhum meio de rastreio eficaz disponível para o carcinoma do endométrio. Biópsia Endometrial O diagnóstico do Carcinoma do Endométrio é efectuado por Biópsia endometrial. Esta consiste em introduzir um cateter através da vagina até chegar ao útero. Aí é recolhido tecido da parede uterina para examinação. As células são cuidadosamente analisadas para determinar qualquer anormalidade ou cancro do tecido. A Biópsia endometrial pode ser obtida por dois métodos: Dilatação e Curetagem e Histeroscopia. Dilatação e Curetagem Quando não são recolhidas amostras de tecido suficientes na biopsia, ou quando o médico suspeita de um carcinoma do Endométrio, é usado um método chamado Dilatação e Curetagem. O colo do útero é dilatado e através da raspagem, é recolhida uma amostra de células endometriais que revestem o útero, para excluir ou diagnosticar o carcinoma. Este método traz algumas desvantagens uma vez que como não se sabe exactamente a localização da lesão, ao ser recolhida a amostra de células endometriais parte do tecido lesado pode não ser recolhido, comprometendo o diagnóstico. [15]

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• O medicamento Tamoxifen;

pulmonares podem ser uma manifestação inicial do tumor. [16]

Histeroscopia Através deste método, o médico visualiza o interior do útero recorrendo a um histeroscópio. Como o útero é uma cavidade virtual, é preenchido com líquido (soro fisiológico) para que as suas paredes se distendam; depois é introduzido um histeroscópio (que tem uma pequena câmara de vídeo) que passa pela vagina até chegar ao útero. Este exame permite ao médico identificar o local onde se

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Março /Abril

encontra o Carcinoma do Endométrio. [3] Este método tem uma grande vantagem: consegue-se recolher todo o tecido do endométrio lesado porque é identificado exactamente o local onde se encontra o Carcinoma.

estamos na presença de um Carcinoma do Endométrio. [8]

Figura 8 - Ecografia Endovaginal

Figura 7 - Carcinoma do endométrio visualizado através do histeroscópio. [2]

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Histologia É um tumor primário maligno epitelial geralmente com diferenciação glandular com início no endométrio podendo invadir o miométrio e alastrar-se para locais distantes. Por vezes, o tumor pode obstruir o canal endometrial e causar hidrometra (secreção do tipo aquoso) ou hematometra (secreção de sangue). [8] Segundo a Organização Mundial de Saúde/International Society of Gynecological Pathology, os tipos histopatológicos são: Adenocarcinoma endometrióide (95%), Adenocarcinoma mucinoso, Adenocarcinoma seroso, Adenocarcinoma de células claras; Adenocarcinoma misto; Carcinoma de células escamosas, Carcinoma de células de transição, Carcinoma de pequenas células, Carcinoma indiferenciado.

Figura 9 - Carcinoma do Endométrio. Ecografia Endovaginal

(corte sagital) mostra o endométrio com uma espessura de 20mm

Graus de Histopatologia Gx – Grau não pode ser avaliado; G1 – Tumor bem diferenciado; G2 – Tumor moderadamente diferenciado; G3 – Tumor mal diferenciados ou indiferenciados. [6] Ecografia A ecografia destaca-se com exame de primeira linha no estudo do aparelho reprodutor feminino pois é uma técnica acessível que não usa radiação e apresenta uma elevada sensibilidade para avaliar a anatomia normal, podendo demonstrar alterações fisiológicas e patológicas do útero e anexos. Além disso, a ecografia permite a distinção entre tumores limitados ao útero e tumores com extensão extrauterina. Existem dois tipos de ecografia:

Figura 10 - Carcinoma do Endométrio (D2), diferenciado do miométrio pela sua hiperecogenicidade. [14]

1. Ecografia por via supra púbica;

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2. Ecografia por via endovaginal – usa sondas endovaginais de alta frequência (7,5MHz), permitindo um elevado detalhe das estruturas, devido à proximidade com os órgãos a estudar. Esta técnica permite avaliar alterações endometriais. Se a Ecografia revelar um espessamento endometrial heterogéneo significa que

Figura 11 - Metástases do Carcinoma do Endométrio na trompa de Falópio. A Ecografia mostra múltiplas lesões nodulares (asteriscos) na parede da trompa de Falópio (setas). [1]


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Tomografia Computorizada (TC) A TC avalia com grande acuidade a extensão local e à distância das lesões tumorais (avaliação da infiltração tumoral nas regiões adjacentes); permite ainda dar uma localização precisa da lesão para a realização de biopsia e radioterapia. Se se conhecerem as dimensões exactas das lesões tumorais, a TC avalia a resposta ao tratamento por radioterapia e quimioterapia. O estadiamento por TC é limitado nas fases precoces. Após a ressecção cirúrgica da lesão tumoral, um novo estudo por TC permite detectar a existência de recidivas do tumor. [8]

Figura 13 - Carcinoma do Endométrio. Estádio IIA. A imagem

mostra o Carcinoma do Endométrio (T) com uma pequena invasão do miométrio e extensão do tumor para o canal cervical. Presença de um Leiomioma (L). [1]

Figura 14 - Carcinoma do Endométrio. Imagem ponderada Figura 12 - TC pélvica. Massa heterogénea (tumor).

A RM apresenta várias vantagens no estudo do aparelho reprodutor feminino, das quais se destacam:

Radiografia ao Tórax

• Uma boa capacidade multiplanar; • Um elevado grau de contraste de tecidos moles;

É obtida uma radiografia do tórax na maioria dos pacientes diagnosticados com o Carcinoma do Endométrio para detectar metástases no pulmão.

• Ausência de radiação;

Estadiamento

• Ausência de artefactos provenientes do osso e gás intestinal

O sistema de estadiamento da FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) para o carcinoma do corpo do útero é o seguinte:

No entanto, é contra-indicada no caso de pacientes claustrofóbicos, portadores de implantes e pacemaker.

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Ressonância Magnética (RM)

em T2, corte sagital, mostra uma neoplasia endometrial hiperintensa a infiltrar mais de 50% da espessura do miométrio (estádio IC). [1]

1. G1: ≤ 5% Deve ser a técnica escolhida nos doentes onde a Ecografia foi inconclusiva. A RM dá um excelente detalhe do Carcinoma do Endométrio, avaliando a sua invasão local (principalmente a profundidade da invasão no miométrio) e à distância. O Carcinoma do Endométrio caracteriza-se por apresentar hipersinal em imagens ponderadas em T2 e imagens isointensas em T1. A administração de gadolíneo permite a detecção de pequenos tumores e uma melhor visualização da profundidade de invasão do miométrio. [8]

G2: 6-50% G3: > 50%

2. Estádio 0 – Carcinoma in situ (carcinoma pré-invasivo) 3. Estádio I: tumor limitado ao corpo (75% dos casos; Taxa de sobrevivência de 87%) • Estádio IA – Tumor limitado ao endométrio • Estádio IB – tumor invade até à metade interna do miométrio • Estádio IC - tumor invade para além da metade do miométrio

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Março /Abril

4. Estádio II: o tumor estende-se para o colo uterino mas não para além do útero (11% dos casos; Taxa de sobrevivência de 76%) • Estádio IIA – tumor invade o epitélio glandular mas não invade o estroma

É aceitável a histerectomia vaginal assistida por laparoscopia desde que sejam cumpridos os restantes critérios cirúrgicos.

• Estádio IIB - tumor invade o estroma do colo

Após estadiamento cirúrgico completo

5. Estádio III: tumor ultrapassa o útero mas limita-se à pélvis (11% dos casos; Taxa de sobrevivência de 63%) • Estádio IIIA - tumor invade a serosa e/ou os anexos e/ou citologia peritoneal positiva • Estádio IIIB – Metástases vaginais • Estádio IIIC – metástases ganglionares pélvicas e/ou lombo-aórticas 6. Estádio IV: tumor invade a bexiga e/ou o recto e/ou metástases à distância (3% dos casos; Taxa de sobrevivência de 37%) • Estádio IVA – tumor invade a bexiga e/ou o recto

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• Estádio IVB – metástases à distância (incluindo gânglios intra-abdominais e/ou inguinais)

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gânglios de cada lado) e para - aórtica abaixo da mesentérica) [12]

Tratamento A escolha do tratamento do carcinoma do endométrio depende de factores intrínsecos do paciente e pelo grau histológico/estadiamento do tumor. As várias opções de tratamento podem ser: cirurgia, radioterapia e quimioterapia.

• IA (G1 e G2), IB (G1 e G2) e IIIA (G1 e G2: só por citologia positiva e sem outros factores de prognóstico uterinos) → Vigilância • IB (G1 e G2) → Não houve consenso quanto à realização de braquiterapia vaginal. • IAG3, IBG3, IC (G1 e G2), IIA (G1 e G2) → Braquiterapia vaginal • ICG2 (com invasão linfo-vascular, tumor > 2 cm ou extensão ao istmo e > 60 anos), ICG3, IIA c/ invasão > 50% do miométrio G1, G2, IIAG3, IIB → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica • IIIA (só por citologia positiva) G3 → Braquiterapia + radioterapia externa pélvica • IIIA, B e C → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica +/- quimioterapia (com carboplatina/paclitaxel ou cisplatina/doxorubicina) • IIIC com gânglios para-aórticos positivos → Braquiterapia vaginal + radioterapia externa pélvica e lombo-aórtica + quimioterapia (com carboplatina/paclitaxel ou cisplatina/doxorubicina) • IV → Terapêutica individualizada. *12+

Cirurgia

Hormonoterapia

Segundo a Sociedade Portuguesa de Ginecologia, é consensual que o estadiamento deve ser cirúrgico, excepto quando se trata de infiltração dos paramétrios, metástases vaginais extensas, invasão da bexiga e/ou recto (com comprovação Figura 15 - Histerectomia: peça histológica) e contra- operatória. www.uptodate.com indicação médica.

É considerada apenas em contexto de doença metastática nos tumores G1. São aconselhados o acetato de megestrol (160 mg/d) e o acetato de medroxiprogesterona (150-200 mg/d). [12]

Exame anátomo-patológico intra-operatório da peça:

• 2º ano e seguintes: controlo anual.

• Tumores IA (G1,2), IB (G1,2) – Pode não prosseguir a cirurgia

Os exames complementares realizam-se consoante as queixas da doente. [12]

• Tumores IAG3, IBG3, IC, II, III – Linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica

Restantes doentes:

• Estádio II clínico – histerectomia radical modificada (Piver II) com linfadenectomia pélvica e lombo-aórtica. (obtenção de gânglios das cadeias ganglionares obturadora, interilíaca, ilíaca externa, ilíaca comum (nº mínimo de 5

Doentes inoperáveis Devem efectuar radioterapia externa pélvica com ou sem braquiterapia. Se não tiver condições, ponderar terapêutica sistémica ou de suporte. [12] Protocolo de Seguimento Doentes de baixo risco (IAG1, IAG2, IBG1, IBG2): Exame clínico e ginecológico: • 1º ano: 6 em 6 meses;

Exame clínico e ginecológico: • 1º ao 4º ano: 6 em 6 meses • A partir do 5º ano: controlo anual


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Os exames complementares realizam-se consoante as queixas da doente e se CA 125 elevado no pré-tratamento. [12] Prognóstico Factores de Prognóstico

Referências Bibliográficas: [1].

[2]. Asociacion Internauta de Cirugia Histeroscopia y cancer endometrio. 2008. [3].

Grau do Tumor e Invasão do Miométrio: a invasão do miométrio e um grau do tumor crescente estão associados com um alto risco de aparecimento de metástases pélvicas e metástases à distância; Histologia do Tumor: os tipos histológicos com melhor prognóstico são o Adenocantoma e o Adenocarcinoma; o tipo histológico com pior prognóstico é o Carcinoma de Células Pequenas; Invasão do Espaço Vascular: Tamanho do Tumor: quanto maior for o tumor, maior é o risco do aparecimento de metástases nos gânglios linfáticos e, consequentemente, pior é o prognóstico; [16] Cerca de 75-80% são diagnosticados no Estádio I, uma vez que as mulheres pós-menopausicas, quando surge um sangramento vaginal, recorrem rapidamente a um ginecologista; Daí que o prognóstico seja mais favorável. Tabela V - Relação entre o Estádio e a Taxa de Sobrevivência aos 5 anos. [16]

Sobrevivência aos 5 anos (%)

I

87

II

76

III

63

IV

37

Ginecológica

-

AVA Clinic - histeroscopia. 2008.

[4]. Baert A.L., Knauth M., Sartor K. - MRI and CT of the Female Pelvis. 2007. [5].

Dilatação e curetagem. - 2008.

[6]. FIGO, Federation International Obstetrics. - 2008. [7].

of Gynecology and

IARC - International Agency for Research on Cancer. 2008.

[8]. Martins J., Sousa L.A - Noções Fundamentais de Imagiologia. Lidel Lisboa, [9]. Moeller T.B. MD, Reif E. MD - MRI Parameters and Positionining. New York: 2003. [10]. Radiographics - TC pélvica. 2008. [11]. Seeley R.R., Stephens TD & Tate - Anatomia & Fisiologia. 6ª. Lusodiciência, 2003. [12]. SPG - Sociedade Portuguesa de Ginecologia. 2007. [13]. The Center for Menstrual Disorders & Reproductive Choice Ecografia Endovaginal. 2007. [14]. Thieme Clinical Companions ultrasound. - Thieme, [15]. Uterine Cancer - Uterine Cancer Diagnosis and Prognosis. 2008. [16]. William T Creasman MD., J Marion Sims Professor Endometrial Carcinoma. E-Medicine, WebMD, 2007.

Autores:  

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Estádio

American Journal of Roentgenology - 2008.

Filipe Alves * Soraia Carlos *

* Alunos da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro

Veja toda a informação sobre as Jornadas de Radiologia da Universidade Atlântica. Clique aqui. 19


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Março /Abril

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Sabia que… -

4

Datas a recordar em Saúde e Ciência…

Março

13 Março Dia Mundial do Rim

Nasce a 4 Março de 1903; Faleceu a 19 de Fevereiro de 1983. Foi um imunoquímico Americano e em 1930, juntamente com a sua mulher, realizou um trabalho de recolha de dados acerca da distribuição a nível mundial dos grupos sanguíneos. Ele descobriu que os grupos sanguíneos eram herdados e não influenciados pelo meio ambiente. Ele dividiu a população mundial em 13 raças distintas geográficamente com diferentes perfis genéticos de grupo sanguíneo. Mais tarde, Boyd discobriu as lectinas nas plantas, que são proteínas do género anticorpo. Ele também estudou os grupos sanguíneos em múmias.

Alertar para o grave problema de saúde pública que a doença renal crónica constitui em todo o mundo.

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William Clouser Boyd

www.tribunamedicapress.pt

21


Março /Abril

14 Março

Albert Einstein

Nascido a 14 de Março de 1879; Faleceu a 18 Abril de 1955. Físico Alemão-Americano que desenvolveu as teorias especial e geral da relatividade e foi laureado com o Prémio Nobel da Física em 1921 pela sua explicação do efeito fotoeléctrico. Foi reconhecido na sua época como um dos intelectos mais criativos da história humana. Nos primeiros 15 anos do século 20, Einstein avançou com uma série de teorias que propuseram completas novas formas de pensar acerca do espaço, tempo e gravidade. As suas teorias da relatividade e gravidade eram um profundo avanço sobre a física newtoniana velha e revolucionou a ciência.

23 Março

Gene da doença de Huntington

Em 1993 o Huntington’s Disease Collaborative Research Group formado por 6 laboratórios nos E.U.A, Inglaterra e País de Gales, anunciou a identificação do gene que causa a doença de Huntington, após de 10 anos de esforço sem resultados. A doença provoca sintomas debilitantes progressivos como demência, mudanças de personalidade, perda de memória e irritabilidade. A mutação encontrada no cromossoma 4, afecta um tripleto CAG, dos quais 11 a 34 tripletos estão normalmente presentes em pessoas saudáveis, enquanto que em pacientes com a doença de Huntington existem 35 a 100 destes tripletos.

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www.fonoecia.com.br

24 Março

Dia Mundial da Tuberculose

25 Março

Max (Johann Sigismund) Schultze

Nasceu a 25 de Março de 1825. Faleceu a 16 de Janeiro de 1874.

22

Em 1882 o cientista alemão Robert Koch anunciou à Berlin Physiological Society que tinha descoberto o bacilo responsável pela tuberculose. Três semanas depois, a 10 de Abril, ele publica o artigo “ A Etiologia da Tuberculose”. Em 1905 recebe o prémio nobel da Medicina. Faleceu em 1910. www.topnews.in

Zoólogo e citologista alemão, conhecido especialmente pela sua investigação em anatomia microscópica. Ele alterou o conceito de célula, enfatizando não a membrana, mas a massa viva de protoplasma com um núcleo (1861). Schultze também estudou protozoários e demonstrou minúsculas terminações nervosas na orelha (1858), nariz (1863), e retina (1866). Ele foi um fenomenal histologista, introduzindo diversas novas técnicas de histologia, incluíndo o uso de ácido de ósmio para coloração de pequenos detalhes celulares. Morreu subitamente devido a uma úlcera perfurante.


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26 Março

26 Março

Penso rápido medicinal

Morte do Dr Arthur Martin Vineberg

Em 1845 foi registada a primeira patente para o penso rápido medicinal (No.3965), denominado de

Morre a 26 de Março de

“Band-aid”. Os medicos Dr. Horace Harrell e William

1988

H. Shecut desenvolveram um processo em que

Dr

Arthur

Vineberg,

plástico é dissolvido num solvente que depois

um

cardiologista

espalha-se em tecido. Eles depois venderam a idea

notado

a Dr. Thomas Allcock que mudou o nome para Allcocks’s Porous Plaster.

cirurgião canadiano,

pelo

seu

desenvolvimento,

em

1950,

um

de

procedimento para defeito

da

circulação

Martin

a

cirúrgico

correcção

coronária.

A

do

primeira

intervenção cirúrgica foi efectuada no Royal Victoria Hospital em Montreal em 1950. www.worldofstock.com

7

Abril

Abril

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6

Dia Mundial da Saúde

James Dewey Watson

A 6 de Abril de 1928

O Dia Mundial da Saúde evoca a criação da

nasce

Dewey

Organização Mundial da Saúde (OMS) e é o

biólogo

esforço mais vísivel desta organização para

americano,

chamar a atenção para um aspecto-chave global

James

Watson,

um

molecular

mais conhecido por ser

escolhido anualmente.

um dos co-descobridores da

estrutura

do

ADN

conjuntamente com Francis Crick e Maurice Wilkins. Em 1962 receberam o Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina, pelas suas descobertas na estrutura molecular dos ácidos nucleicos e a sua importância na transferência de informação em material vivo. www.chem.ucsb.edu

23


Março /Abril

11

25

Abril

Dia Mundial da Doença de Parkinson

Em

a

É também em Abril, mas em 1953 que é publicado o

Parkinson foi pela primeira

primeiro artigo científico acerca da dupla-hélice de

vez tratada com cirúrgia. O

ADN na revista “Nature”.

liderada

doença

Dupla-hélice de ADN

de

grupo

1952

Abril

por

Irvin

Cooper em Islip, Nova Iorque operaram

o

cérebro

do

paciente Raymond Walker. Anteriormente à disponibilidade de L-dopa em 1968, o tratamento de Parkinson implicava cirurgia. Um dos primeiros procedimentos foi a pedunculotomia, para

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reduzir o tremor.

Adaptado de www.3DSCIENCE.com

Conheça o site Historical Anatomies on the Web, é um projecto digital concebido com o objectivo de disponibilizar aos cibernautas imagens de elevada qualidade provenientes de atlas históricos de anatomia, cujas obras mais antigas remotam ao século XV. Não será possivel consultar a obra completa, no entanto enúmeras páginas com uma digitalização de elevada qualidade estão disponiveis para visualização.

24

Visitem Museam Of Healthcare, via web ou em Kingston. Aqui está um Museu com uma temática diferente daquela que conhecemos normalmente e uma visita que valerá muito a pena!!! Este Museu, propriedade do Kingston General Hospital, é uma instituição sem-lucros cujo objectivo é preservar todo o material cultural e esclarecer a história da saúde e dos cuidados de saúde no Canadá. Conheça a colecção de obras, exibições entre outros programas, promovidos pelo Museu e inclusivé uma exibição online.


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Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day Nesta edição do nosso já conhecido artigo “Radiology Picture of the Day” apresentamos dois casos de patologia renal e um de coluna lombar. 1- Laceração de rins “em ferradura” 2- Trombose tumoral da veia renal 3- Lipomatose epidural Continuamos a convidar os colegas que tenham imagens como estas e que queiram no mesmo formato publicar um caso na TDTOnline Magazine que o façam enviando os seus artigos para: magazine@tdtonline.org 1. Lacerated Horseshoe Kidney

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Horseshoe kidney is a common congenital renal anomaly, with an incidence of 1:500 to 1:1000. It is characterised by fusion of the kidneys at their poles (lower pole in 90%, upper pole in 10%) which produces a horse-shoe shaped structure continuous across the midline. The midline isthmus may be functioning renal parenchyma or nonfunctioning fibrous tissue. The isthmus cannot ascend past the inferior mesenteric artery and thus the kidney is low in position. The ureters arise anteriorly and there are commonly multiple renal arteries. The complications of

horseshoe kidney are 1) urinary stasis with infection or stone formation, due to abnormal ureteric orientation, and 2) predisposition to traumatic injury, due to abnormal position. They are associated with other congenital anomalies and Turner’s syndrome. Reference: 

Dahnert W. Radiology Review Manual, 5th edition. Lippincott, Williams and Wilkins 2003

Credit: Dr Donna D'Souza

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Março /Abril

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2. Renal Vein Tumour Thrombus

This patient has a renal cell carcinoma (RCC) of the left kidney invading the renal vein. RCC has a strong propensity to venous invasion which is seen up to 20% of cases, with extension into the IVC in 4 to 15% of cases. Renal vein invasion classifies RCC as TNM stage T3 and Robson stage 3A. Tumour thrombus is distinguished from bland thrombus by contrast enhancement on CT and MRI and colour flow on ultrasound. Other tumours with a strong tendency to venous invasion are hepatocellular carcinoma and adrenal carcinoma.

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References:  

Kaufman J & Lee M. Vascular & Interventional Radiology: The Requisites, Mosby 2004 Renal cell carcinoma staging, Radiopaedia.org

Credit: Dr Donna D'Souza


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Epidural Lipomatosis

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This patient presented with progressive weakness of the legs and tingling sensation. This was attributed to his longstanding diabetes. On MRI, there is evidence of extensive epidural fat infiltration which is hyperintense on both T1W and T2W. There is also associated fatty atrophy of back muscles. The cord and cauda equina are compressed anteriorly by the epidural lipomatosis, with complete effacement of CSF. There are mild posterior disc herniations at several levels which may be contributing to the compressive myelopathy.

References: 

Francis G. Greiner and Deepak Takhtani. Neuroradiology Case of the Day. RadioGraphics 1999; 19: 1397.

Credit: Dr Abhijit Datir

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A TDTOnline Magazine vai de Férias! TDTOnline Magazine

(Próxima edição: Julho/Agosto)

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- Nome completo - Morada - Nº Cédula Profissional 2. Todos os artigos apresentados na TDTOnline Magazine serão devidamente certificados, sendo os certificados enviados para a morada de um dos autores referenciados, após lançamento da TDTOnline Magazine em questão. 29


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