Sumário
3 6 8 10
Editorial Por: Domingos Vieira O TDT lá fora Tiago Luz TDTOnline Inquérito TDTOnline 2012 Comunidade Saiba como prevenir as más posturas e o excesso de carga nas mochilas dos jovens!
2
12 16 18 28
Comunidade Doenças Raras e Medicamentos Órfãos Científico A Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto Sabia que... Consulta de Saúde do Viajante Legislação 2012
Jul/Ago/Set
Ficha Técnica: Responsável editorial: Bruno Glória Design e Redacção: Henrique Pimenta e Joel Graça
Colaboradores desta edição: Marlene Brandão, Domingos Vieira, Tiago Luz, João Maia, Pedro Gomes, Olga Bastos
ISSN: 2182-1623
TDTOnline Magazine by tdtonline.org is licensed under a “Creative Commons: Atribuição-Uso Não-Comercial 2.5 Portugal License.”
tdtonline.org
Todos os artigos publicados na TDTOnline Magazine são da total e exclusiva responsabilidade dos seus respectivos autores.
Editorial Investigação Científica em TDT Vivemos num mundo que se foi tornando mais complexo, ambíguo, contraditório e mais difícil de entender como um todo. Num país mergulhado numa profunda crise económica e social, os jovens portugueses são especialmente afectados por este contexto cultural e político. Nesta conjuntura adversa, estão a (tentar) construir as fundações das suas vidas e projectos sob alicerces sociais difíceis de sustentar, de compreender, no fundo, de se adaptar. Apesar de estarmos, simultaneamente, perante a geração mais educada e qualificada da nossa História, esta é também a geração que sente maiores problemas na sua relação com o trabalho e o emprego. O automatismo da sequência formação-profissão-emprego parece não fazer parte do seu mundo. O crescimento de vagas no Ensino Superior abriu caminhos pouco ou nada explorados, mas verificou-se a existência de um mercado de trabalho indisponível para receber tanta mão-de-obra qualificada. As universidades tornaram-se demasiado “evoluídas” e contrastaram de uma forma muito flagrante com um tecido empresarial predominantemente pouco desenvolvido. Num modo geral, há quem considere que o mercado de trabalho português parece não ter acompanhado a evolução das universidades e, em muitos casos, o conhecimento dos licenciados parece estar acima da necessidade das empresas, enquanto que estas, pela sua falta de competitividade externa, demonstram carências que não parece poderem ser supridas pelo perfil destes licenciados. O culminar dessa evidente inadequação tem duas vertentes, uma relacionada com a presente crise empresarial e a outra denunciada pelo crescente desemprego jovem de candidatos com diplomas superiores, atingindo no presente mais de um terço do total de desempregados em Portugal (mais de 80.000 jovens recém-licenciados, em termos absolutos, segundo os últimos dados disponibilizados pelo INE). Assim sendo, a aparência e inferência de alguns observadores mais distraídos vai no sentido de que o investimento no Ensino Superior não compensa, de que temos di-
plomados em excesso e de que cursos superiores devem ser encerrados na base do critério da “empregabilidade”. Obviamente, que os objectivos das formações de nível superior devem ser adequados à sua empregabilidade, no entanto estes devem também ir ao encontro da “pró-actividade”, da “iniciativa”, da “criatividade” e da capacidade em “empreender”. Esses objectivos estão longe de se esgotar na sua relação com o trabalho, sendo que as suas funções sociais são múltiplas e indispensáveis, tanto quanto os resultados pessoais e sociais que produzem, estando muito para além de indicadores quantificáveis. A crise política social e financeira existente presentemente em muitos países do mundo ocidental, e com especial ênfase no nosso país, acentua cada vez mais a imprevisibilidade do presente e do futuro, apelando sobretudo a uma preparação acrescida dos indivíduos, na procura contínua do conhecimento como factor de desenvolvimento. Neste sentido, a Investigação Tecnocientífica pode - e muito provavelmente deve – ser considerada como um motor de inovação indispensável para ultrapassar este contexto negativo e provocar um mais que desejável impacto económico e social favorável. Do ponto de vista dos profissionais de saúde, e especificamente no que diz respeito aos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT), a Investigação Científica não deveria ser encarada como um factor de menor importância, como tem sido tradicionalmente considerada, devendo, dado o nível de qualificação entretanto atingido, ser considerada no contexto actual como um factor de diferenciação e até de oportunidade acrescida para a resolução dos diferentes desafios, sendo que o normal aproveitamento dos conhecimentos adquiridos na obtenção do grau académico superior deveria poder contribuir para a melhoria da consequente empregabilidade, e, em última análise, num aumento de competitividade das empresas e estruturas onde exercem funções estes profissionais e, no fim da linha, na melhor adequação na prestação de cuidados para com os principais destinatários dos profissionais de saúde: os doentes.
Publique os seus trabalhos na TDTOnline Magazine* Envie os seus trabalhos para:
magazine@tdtonline.org *Nota: Todos os artigos publicados são certificados como tal.
TDTOnline Magazine IV/2012
3
Apesar do ensino e do mercado de trabalho parecerem possuir dinâmicas e objectivos próprios e demasiado diferentes, importa que no Ensino Superior em Portugal se possa perceber a necessidade em conceder esforços para dotar os estudantes de competências que os aproximem das necessidades sentidas nas empresas e estruturas onde poderão vir a encontrar o seu lugar, facilitando assim a respectiva inserção no mundo laboral de uma forma cada vez mais digna e eficaz. Numa altura em que tudo se coloca em causa, nomeadamente através da assunção do poder e da prevalência de uma perspectiva francamente (para não dizer quase exclusivamente) economicista, não só no que diz respeito ao mundo académico, particularmente no questionar e no assumir a necessidade de definição dos verdadeiros papéis a desempenhar no Ensino Superior pelos diferentes “mundos”: universitário vs. politécnico, público vs. privado, mas sobretudo académico vs. prática profissional, nomeadamente na adequabilidade 4 e correspondência dos cursos superiores com as respectivas profissões, a especialização na procura do conhecimento e na aquisição e desenvolvimento de novas aptidões e competências poderia ser considerada como importante e necessária para que um TDT se consiga desmarcar das dificuldades previsíveis. Exercendo a profissão docente no âmbito do Ensino Superior e da Medicina Nuclear, identifico e integro, por inerência e com naturalidade, a prática corrente e quase quotidiana de Investigação Tecnocientífica no âmbito específico que me ocupa. E se esta situação é prática corrente no Ensino Superior, nem por isso é difícil constatar que o interesse que suscita tem vindo a aumentar significativamente junto de um número cada vez maior e mais diversificado de entidades empregadoras, em diversos contextos e em cada vez maior número de profissões de TDTs. Ao longo dos últimos anos, a colaboração e participação em diferentes Projectos de Investigação em áreas aparentemente díspares, mas mais ou menos intimamente relacionadas com tdtonline.org
a Medicina Nuclear, como o Processamento de Imagem Médica, a Biologia Molecular ou o estudo, desenvolvimento e a produção de Radioisótopos para fins clínicos, quase sempre em parceria com diferentes entidades (Centros de Investigação, Instituições Hospitalares e\ou Clínicas de Saúde, p.e.) permitiu verificar pessoalmente e sentir “in vivo” a necessidade de uma cada vez maior especialização e, ao mesmo tempo, da necessidade (premente e permanente) da contínua adequação e permanente update das competências de base, estas adquiridas quando do processo de obtenção do grau académico. O facto de acompanhar de perto os novos estudantes e futuros TDTs em Medicina Nuclear, bem como o percurso de colegas já a exercer a profissão, permite verificar que a “ferramenta” Investigação é claramente uma mais-valia no estabelecimento de pontes entre o campo académico e o mercado, assumindo-se sempre, mesmo que de uma forma mais ou menos directa, como alvo final a contínua melhoria da prestação de Cuidados de Saúde ao doente. Este facto pode ser facilmente comprovado através de três indicadores distintos: - o nível interessante dos diversos trabalhos elaborados e apresentados nos diferentes contextos, facilmente demonstrado pelo reconhecimento dos pares e evidente tanto a nível nacional como – e talvez até sobretudo – internacional; - os convites e distintas oportunidades para parcerias, colaborações e actividades diversas com diferentes entidades supra-nacionais (como p.e. as Nações Unidas, através da IAEA - International Atomic Energy Agency, ou da EANM European Association of Nuclear Medicine,) particularmente para actividades de formação e transmissão de competências,; - a adequação dos conhecimentos e das competências profissionais dos TDTs formados relativamente ao mercado de trabalho em que se pretende a sua inserção (mesmo no estrangeiro, o que se encontra demonstrado pelo crescente
número de profissionais a exercer nos mais prestigiados serviços de Medicina Nuclear, na Europa como fora dela). Na realidade, e apesar da gritante carência de infraestruturas e apoios adequados, o campo da Investigação tem sido de alguma forma identificado como o único garante (primeiro) da adequação e (depois) de diferenciação académica e até profissional, dado que a profundidade, especialização e especificação de conhecimentos e aptidões técnicas adquiridas, foram entretanto claramente assumidas como necessárias para a resposta às quase constantes inovações tecnológicas que caracterizam actualmente a prática profissional em Medicina Nuclear, sendo consideradas como indispensáveis para que um TDT de Medicina Nuclear possa exercer a sua actividade ao nível de Excelência, como se entende como desejável. Tratando-se de uma situação específica a uma profissão, considera-se que este exemplo pode ser claramente transportável para todas as restantes áreas dos TDTs, sempre devida e continuamente adaptado às diferentes especificações de todas e de cada uma das diversas profissões, que sendo sempre a mesma (TDT) nem por isso deixam de ser todas distintas. Acredita-se ainda que o assumir generalizado desta postura e desta realidade (que sendo no nosso caso assumida como normal e natural, ainda é por demais episódica e quase que excepcional no panorama actual nacional …e até internacional) poderia facilitar/conduzir à criação de condições, particularmente em termos de recursos humanos especializados competentes e bem formados, tendentes à promoção da Inovação e do investimento específico em Investigação, podendo até servir para permitir algo que em Portugal ainda é visto de alguma forma como mera utopia: a criação de empresas de base tecnológica e científica na área da Saúde, empresas essas que, movimentando-se em áreas biotecnológicas, possam contribuir para o desenvolvimento loco-regional através da geração de empregos qualificados, de movimentos de arrastamento em empresas/actividades que se pos-
Editorial - Investigação Científica em TDT
sam encontrar envolvidas e/ou relacionadas, mesmo que não directamente, e ainda (sobretudo?) da criação de valor a nível nacional (mesmo que muito provavelmente o mais das vezes destinadas a desenvolver-se num ambiente multinacional, o que só pode ser considerado como positivo, até porque constituindo um factor muitas vezes determinante em termos de atracção de investimento internacional). Acredito portanto com convicção e empenho na pertinência da aposta na Ciência e na Inovação, como factores decisivos para o tão necessário e desejado desenvolvimento de Portugal. O investimento na Investigação Científica pode ser o promotor dessa mudança, sendo que como TDTs, podemos admitir que, por força e inerência das nossas profissões e da exigência de Educação e Melhoria Contínua que as caracteriza, seremos tanto uma óbvia primeira linha de beneficiários como uma parte importante desse esforço, quer tendo
em vista a promoção da Melhoria Contínua nos Cuidados de Saúde que nos caracteriza, quer através da interacção directa com empresas de base tecnológica, particularmente aquelas orientadas para a Biotecnologia. Importa por isso continuar a apostar com seriedade e dedicação neste rumo e nestes objectivos, que, uma vez seguidos de forma continuada e sustentável, apresentam uma probabilidade muito alta de nos levarem – a todos! – a bom porto! Basta ver o exemplo – por demais conhecido, pelo que não necessita de ser aqui mais uma vez nomeado - de algumas empresas pioneiras, que já foram, à semelhança das vetustas caravelas, mostrando o caminho a seguir. Assim possa haver VISÃO PARA APOIAR por parte dos decisores a quem tal compete, mas sobretudo ESPÍRITO EMPREENDEDOR e muita PERSEVERANÇA por parte daqueles que forem capazes de demonstrar a CAPACIDADE INOVADORA que marca a diferença.
Domingos Vieira Medicina Nuclear Colaborador da Área Técnico-Científica e Curso de Medicina Nuclear, ESTSP. IPP
10
2ª
Outubro
Outubro
Dia Mundial da Saúde Mental
Dia Mundial da Visão
As perturbações mentais são altamente prevalentes e causam uma carga considerável em indivíduos, famílias e sociedades afectando cerca de 12% da população mundial, sendo aproximadamente 450 milhões ou uma em cada pessoa no mundo sofrerá uma enfermidade mental que se beneficiaria com o diagnóstico e tratamento.
01 Outubro Dia Internacional do Idoso A Assembleia Geral das Nações Unidas em 1990 designou o dia 1 de Outubro como Dia Internacional do Idoso, a esta iniciativa não foi alheio o continuado processo de transição demográfica verificada na última metade do século XX, com o decréscimo simultâneo das taxas de mortalidade e de natalidade, sustentando o fenómeno de um envelhecimento populacional mundial Relativamente à população Portuguesa assistimos ao aumento extraordinário da sua longevidade. A esperança média de vida á nascença duplicou em menos de um século (era de 38 anos em 1920, de 78,5 anos em 2006) Fonte: blogs.parlamento.pt
quinta-feira
Há já nove anos que a 2.ª quinta-feira do mês de Outubro acolhe o Dia Mundial da Visão. A iniciativa, que é coordenada pela Organização Mundial da Saúde, em parceria com a Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira e outros actores públicos e privados, visa eliminar a cegueira evitável até ao ano 2020: "Visão 2020: Direito a Ver". Em todo o mundo, existem 37 milhões de pessoas que não vêem e 124 milhões com problemas de visão. Três quartos dos casos de cegueira são tratáveis ou podem ser prevenidos. Sem intervenção, o número de pessoas cegas poderá aumentar para 75 milhões até 2020. Fonte: www.portaldasaude.pt
TDTOnline Magazine IV/2012
5
Entrevista
O TDT lá fora Nesta última edição de 2012 da TDTOnline Magazine entrevistamos o Tiago Luz. Mais um Técnico de Diagnóstico e Terapêutica recémlicenciado que emigrou em busca de melhores condições de emprego. Tiago, de 24 anos, é licenciado em Medicina Nuclear e natural de Lisboa. Conta que sempre pensou em estudar no estrangeiro, e uma vez terminada a licenciatura deparou-se com tal défice de oportunidades de emprego em Portugal que embarcou nesta aventura. O país que o acolheu foi a Bélgica, centro nevrálgico da Europa comunitária e misto de culturas. Conheçamos melhor a experiência deste colega por terras belgas. Magazine: Há quanto tempo saíste de Portugal para trabalhar no estrangeiro? Tiago Luz (T.L.): Faz mais ou menos um ano e meio que comecei esta aventura. Magazine: O que te levou e/ou motivou a sair de Portugal? Como se pro6 porcionou essa saída? T.L.: Sempre fui uma pessoa que pensou em trabalhar no estrangeiro após a minha formação. No entanto a falta de oportunidades deu-me o empurrão definitivo para deixar tudo para trás. Magazine: Tiveste oportunidade de trabalhar na tua área em Portugal? T.L.: O meu primeiro trabalho foi aqui no estrangeiro. Para um recém-formado foi e continua a ser muito difícil encontrar trabalho em Portugal.
Tiago Luz Medicina Nuclear Bélgica
tdtonline.org
Magazine: Sentes-te mais valorizado pelos teus colegas onde trabalhas actualmente? Que opinião têm eles e a tua entidade empregadora acerca do teu nível de formação? T.L.: A realidade é um pouco paradoxa. Aos olhos dos empregadores e médicos fui rapidamente valorizado e admirado, tanto pela minha formação, como pelo trabalho desenvolvido. Quanto aos colegas no início comecei como um “estranho”, mas ao longo do tempo e com o melhorar da comunicação (aprendizagem da língua) a integração foi progredindo aos poucos e já sou visto com outros olhos. Magazine: Foi difícil a adaptação ou já ias preparado? Foi fácil tratar de pormenores importantes como casa, documentação, conta bancária, etc.? T.L.: Quando se vai para fora do país trabalhar é preciso estar preparado em muitos aspectos desde o psicológico/ emotivo ao organizacional. Eu já tinha tido uma experiência de seis meses fora em ERASMUS mas não estava preparado para o todo que era começar cá fora. Pela primeira vez ia sair de casa e por coincidência tudo ia acontecer no estrangeiro. Comecei mesmo por dormir durante uns quantos dias num hostel enquanto trabalhava. Acabou por não ser tão fácil tratar de tudo como pensava: estava num país com outros meca-
nismos e com outra língua. Magazine: Que documentação foi necessária e qual foi o processo para tratar da homologação do teu curso na Bélgica? T.L.: O processo de homologação é muito complexo e pode ser demorado. As formações na área das radiações são, na maioria dos países da UE, agrupadas entre si ou organizadas juntamente com outras áreas. Enquanto em Portugal existe uma separação bem distinta, aqui pelo contrário designa-se de Técnico de Imagem Médica aos profissionais de saúde que exercem na minha área de formação. A documentação para o processo inclui o certificado ou diploma de fim de curso, o Curriculum Vitae, um formulário para abertura do dossier, o registo criminal, um documento que menciona que podemos trabalhar na UE (Diretiva Europeia 2005/35/CE), programa de curso oficial, fotocópia do cartão de cidadão ou BI. Aos profissionais com experiência profissional podem ser exigidos mais alguns documentos. Para além de tudo o que foi mencionado, a maioria dos documentos e cópias tem de ser autentificada e todo o con-
formações que são disponibilizadas pelo hospital onde trabalho. De momento já tive a oportunidade de presenciar alguns congressos e simpósios, onde a língua predominante era o inglês. Inicialmente, eu irei apostar por formações direccionadas para a enfermagem – higiene hospitalar, ergonomia, entre outras – e psicologia, uma vez que sinto que são domínios que complementarão a minha formação de um modo generalizado. Contudo, mais tarde, pretendo especializar-me na minha área. Magazine: Tens alguma situação insólita ou engraçada que te tenha acontecido nesta “aventura”?
teúdo tem de ser traduzido por um tradutor reconhecido. Magazine: Podes estabelecer uma comparação entre a Medicina Nuclear na Bélgica e em Portugal? T.L.: A diferença mais flagrante é o facto de que aqui os técnicos têm uma aprendizagem mais generalizada e prática. O ensino em Portugal é mais especializado e homogéneo. O Técnico quando acaba a sua formação na Bélgica pode trabalhar na área da Radiologia, Medicina Nuclear ou Radioterapia. São três anos onde os estudantes têm as bases (física, anatomia, psicologia, etc.) e muita formação in situ, ou seja, nos meios clínicos. Contrariamente em Portugal, eu tive uma formação em Medicina Nuclear de 4 anos com uma fase inicial muito teórica que terminou com a aplicação dos ensinamentos nos estágios académicos em hospitais e clínicas. Magazine: Tiveste já a oportunidade de prosseguir na tua formação na Bélgica ou tens intenções disso? T.L.: Como faz pouco tempo que estou no país e só agora me sinto mais à vontade com a língua, pretendo seguir as
T.L.: Assim de repente… acho que não podemos queixar da nossa burocracia, porque já me aconteceu de ir a três sítios diferentes para depois voltar ao primeiro para tratar de um documento. É engraçado também algumas situações devido a aprendizagem intensiva de uma nova língua, acontece-me fazer exames totalmente em francês a pacientes portugueses. Em situações mais insólitas, como o caso de quando estar a terminar uma conversa com um paciente em português e começar uma conversa seguinte em português com um paciente belga, ou o facto de misturar o inglês com o francês quando tenho pacientes que só falam inglês. E claro, como a Bélgica é um dos países do chocolate, há alguns pacientes que presenteiam o serviço com alguns bombons. Magazine: Que feedback recebes dos pacientes portugueses que atendes? T.L.: Os pacientes portugueses gostam muito de contar com a presença de um Português para fazer o exame. Existe uma maior intimidade, uma vez que a cultura e a nacionalidade nos aproximam. Algumas vezes vêm acompanhados e o próprio exame torna-se um convívio onde se fala de um pouco de tudo,
mas sobretudo da vida de emigrante aqui na Bélgica. Por estes fatores todos a experiência passada pelo paciente durante o exame é menos stressante. Nalguns casos os pacientes vêm ter connosco encaminhados por familiares. Magazine: Aconselhas outros colegas TDT a ir trabalhar para a Bélgica? Porquê? T.L.: Aconselho a todos que procuram uma aventura e que se sentem capazes de passar inicialmente por uns tempos mais complicados, longe da família e amigos e com alguns obstáculos. Não é fácil, mas com o tempo o esforço feito 7 é recompensado. Aqui existe procura por profissionais de saúde em todas as áreas profissionais e as ofertas monetárias, bem como as oportunidades, são aliciantes. E ao vir para cá um Português, com a nossa bagagem – conhecimento e vontade de trabalho –, serão sempre pedidos mais. Por isso, se vieres estarás a ajudar um colega a vir também! Magazine: Para terminar, quais são os teus planos futuros? Pretendes continuar na Bélgica ou a ideia é regressar a Portugal? T.L.: Quando cheguei só pensava no melhor momento para voltar. Mas após “sobreviver” um ano cada vez mais penso em continuar por cá, até já me sinto um pouco belga. E claro, há sempre o factor profissional e monetário. Como frisam muitos imigrantes a quem faço exames: “Vim para estar 6 meses e já faz 40 anos que vivo aqui”. TDTOnline Magazine IV/2012
8
tdtonline.org
9
Segue esta ligação para participar:
http://www.tdtonline.org/inquerito2012
TDTOnline Magazine IV/2012
Comunidade
Neste regresso às aula
Saiba como prevenir as más p excesso de carga nas mochilas
As mochilas fazem parte da rotina diária de todas as crianças em idade escolar, e todos os pais já se depararam com esta dúvida no início do ano escolar: cedo, e compro a que eles gostam ou procuro a melhor em termos de ergonomia? E logo de seguida vem a pergunta: Mas como é que eu sei o que é melhor em termos de ergonomia, percebendo tão pouco do assunto?
Antes que decida procrastinar, e ceder sem pensar demasiado às vontades dos seus filhos, leia o que se segue! Uma escolha informada é bem mais simples do 10 que parece, e, muitas vezes, pais e filhos não têm de ceder muito para encontrar o equilíbrio perfeito entre estilo e conforto/segurança. Em contexto escolar as mochilas são utilizadas frequentemente como meio de transportar o material escolar e, quando utilizadas devidamente, acabam até por ajudar a fortalecer músculos importantes da nossa postura. No entanto, quando utilizadas indevidamente podem causar vários problemas, desde compressão excessiva dos discos vertebrais, com lesão das articulações
da coluna e muitas vezes lesão nervosa, a mau alinhamento/postura, com a flexão excessiva das ancas e ombros inclinados para a frente (que a longo prazo podem causar uma deformidade permanente da coluna torácica). Estão também descritos problemas circulatórios e de desgaste articular precoce.
Como escolher a mochila mais adequada à sua criança O formato: procure pelas mochilas mais leves, com alças largas e almofadadas e, se possível, com cinto na região da cintura (no caso de não ter cinto deve compensar com uma região das costas melhor almofadada). A mochila deve ter múltiplos compartimentos, tanto no sentido da frente para trás, como de cima para baixo, de forma a permitir uma melhor distribuição do peso. O tamanho: Naturalmente deverá condizer com o tamanho da criança. Isto é:
João Maia Fisioterapia Clínica de Fisioterapia e Recuperação da Maia Licenciado pela ESSVS, pós-graduado em terapia manual Artigo submetido a 09/09/2012 e aprovado para publicação a 09/09/2012
tdtonline.org
não deve ser mais larga que a largura do seu tronco e, quando ajustada devidamente, deve assentar entre a altura dos ombros e ± 5cm acima da linha da cintura. O peso da mochila não deve ultrapassar nunca 15% do peso da criança. Segurança adicional: • Cinto para unir à frente do tronco as duas alças • Material refletor • Correias que ajudem a acondicionar melhor o conteúdo da mochila (quanto menos este oscilar, menor será o esforço da criança). Muitas vezes é nestes itens que entra a capacidade de negociação dos pais para com as crianças. É preciso ponderar se os benefícios físicos justificam o “risco” de pior integração que uma mochila vinda do star trek acarreta para a criança. E, sejamos honestos, quem lhe garante que os seus filhos vão usar aquilo que nunca gostaram em primeiro lugar? Converse com eles de forma racional e realista, se utilizar os argumentos certos, provavelmente irá surpreender-se com a capacidade que as crianças têm para absorver novos conceitos.
Um tópico para as mochilas “de rodinhas” As mochilas com rodas parecem ser uma boa opção quando o seu filho começa a ter mais disciplinas, logo, mais material para transportar, no entanto, têm alguns inconvenientes: • É difícil subir/descer escadas com elas, normalmente têm de ser carregadas a peso.
Neste regresso às aulas… Saiba como prevenir as más posturas e o excesso de carga nas mochilas dos jovens!
as…
posturas e o dos jovens! • Em corredores cheios de outras crianças, há maior probabilidade de a criança tropeçar e cair, ou ser empurrada. • Obriga a um maior esforço em terrenos mais irregulares, como o paralelo. • Por norma são significativamente mais pesadas que as mochilas convencionais. • Muitas não cabem nos cacifos das escolas.
Assim, regra geral, se aliar o cuidado de levar o mínimo de material possível,
com um cacifo na escola onde colocar alguns livros/materiais e uma mochila leve e bem adequada, a opção das “rodinhas” não se justifica para a maioria dos casos.
mochila ficar à altura dos ombros e o fundo aproximadamente 5cm acima da linha da cintura.
Como já foi dito, o peso da mochila cheia nunca deve ultrapassar os 15% do peso da criança. No entanto, para ter uma margem de segurança e também para facilitar as contas pode colocar 10% do peso do seu filho. Ou seja, se o seu filho pesar 40kg, a mochila deverá pesar, no máximo, de 4 a 6kg. Se ultrapassar este peso, a criança deverá carregar o excedente nos braços.
mochila • Dores quando está com a mochila • Formigueiro e/ou adormecimento nos braços • Alteração bastante visível da postura quando a criança está com a mochila às costas • Marcas vermelhas no sítio das alças
Quando algo não Como ajustar e corre bem… utilizar a mochila no Esteja atento a: dia-a-dia • Dificuldade em colocar ou tirar a
Os itens mais pesados devem ser acondicionados mais próximo das costas da criança e ir diminuindo à medida que se vão afastando destas. As alças devem estar justas, e sempre ambas colocadas, de forma ao topo da
Referências: •
Backpack safety and selection guidelines, APTA, Prepared by Maribeth Crupi
•
The right backpack: guidelines for parents, University of Florida, IFAS extension, Prepared by Suzanna Smith 11
Figura 1.: Is your Child’s backpack making the grade, in American Physical Therapy Association. Demonstração de algumas posturas incorretas (dos lados) e da atitude correta (ao centro).
TDTOnline Magazine IV/2012
Comunidade
Doenças Raras e Medicamentos Órfãos Doenças Raras As doenças raras são doenças com uma prevalência particularmente baixa; a Comissão Europeia considera doenças raras têm uma prevalência inferior a 5 casos por 10.000 pessoas, na União Europeia. No entanto, estima-se que entre 5.000 e 8.000 doenças raras diferentes afetam já ou virão a afectar 29 milhões de pessoas na União Europeia.
12 A maioria das doenças raras são doen-
ças genéticas e, as restantes, casos de cancros raros, doenças autoimunes, malformações congénitas, doenças tóxicas e infeciosas, entre outras categorias. A investigação em matéria de doenças raras revelou-se muito útil para compreender melhor o mecanismo de problemas de saúde comuns, como são a obesidade e a diabetes, por exemplo, na medida em que representam frequentemente um modelo de disfunção de um processo biológico único. Contudo, a investigação em matéria de doenças raras não só é escassa como se encontra também dispersa por diferentes laboratórios na UE.
A definição de doença rara que existe na União Europeia foi adotada pelo programa de acção comunitária em matéria de doenças raras para e corresponde a doenças com uma prevalência inferior a 5 por 10.000 pessoas na União Europeia. A mesma definição está prevista no Regulamento (CE) n.º 141/2000 e é igualmente utilizada pela Comissão Europeia para a designação de medicamentos órfãos.1,2
O que são Medicamentos Orfãos Os medicamentos órfãos são usados para tratar doenças raras e o seu nome está relacionado com o facto de a indústria farmacêutica ter pouco interesse financeiro em desenvolver e comercializar este tipo de produtos destinados a um número muito restrito de doentes.3
Pedro Gomes Farmácia Bacharel em Nutrição / Licenciado em Farmácia Artigo submetido a 16/05/2012 e aprovado para publicação a 28/05/2012
tdtonline.org
Para que um medicamento seja considerado órfão é necessário obter a sua designação como tal. Os critérios de designação são especificados no Regulamento 847/2000 e podem dividir-se em quatro tipos: • Critério geral - qualquer medicamento a ser utilizado no diagnóstico, prevenção e tratamento de uma doença cronicamente debilitante, rara e que coloque a vida em risco; • Critério Epidemiológico - haver um máximo de 5 casos em cada 10.000 pessoas; • -Critério Económico - o medicamento não perfazer o retorno necessário ao seu desenvolvimento e investigação; • Métodos inexistentes ou superioridade clínica do tratamento - baseia-se no facto de não haver nenhum método satisfatório de diagnóstico, prevenção ou tratamento autorizado pela UE; alternativamente, embora esse método possa existir, o medicamento em questão terá um benefício terapêutico superior. 4,5
Doenças Raras e Medicamentos Órfãos
Incentivos proporcionados para o desenvolvimento de medicamentos orfãos: Exclusividade de mercado na UE Um medicamento órfão recebe uma autorização de introdução do mercado da EMA (Agência Europeia do Medicamento). Medicamentos semelhantes produzidos pela concorrência não podem ser comercializados nos 10 anos seguintes à concessão da autorização de introdução no mercado. No caso dos medicamentos para uso pediátrico, o monopólio aumenta para 12 anos.
Redução de taxas Durante o processo de aprovação, são
Aconselhamento cientí- atribuídas isenções de taxas para a defico aos protocolos ex- signação como medicamentos órfãos e reduções de taxas. Estas aplicam-se à perimentais A EMA proporciona às companhias farmacêuticas aconselhamento científico aos protocolos experimentais (aconselhamento científico sobre medicamentos órfãos) sob a forma de aconselhamento quanto aos vários testes e ensaios clínicos necessários ao desenvolvimento de medicamentos. Esta informação é prestada de forma gratuita ou a taxas reduzidas para otimizar o desenvolvimento de medicamentos órfãos e assegurar um melhor cumprimento dos requisitos regulamentares europeus.
autorização de introdução no mercado, a inspeções, a alterações dos termos da autorização de introdução no mercado e ao aconselhamento científico aos protocolos experimentais.
Investigação financiada pela UE Os laboratórios farmacêuticos que desenvolvem medicamentos órfãos podem ser elegíveis para a atribuição de bolsas específicas de programas europeus e dos Estados-Membros, assim como beneficiar de iniciativas de apoio à investigação e ao desenvolvimento. Estes incluem os programas comunitários. 4,5
13
Figura 1 – Medicamentos órfãos Top 5 de gastos nos hospitais SNS. Fonte: Infarmed.
TDTOnline Magazine IV/2012
14
Doenças Raras e Medicamentos Órfãos
Figura 2 – Processo regulamentar dos medicamentos órfãos na UE. Fonte: Eurordis.
Bibliografia 1. Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, Ao Conselho, Ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões sobre doenças raras: desafios para a Europa. Bruxelas. 11-11-2008.
30
2. Regulamento (CE) n.º 141/2000 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de Dezembro de 1999. 3. Comissão Europeia – Saúde Pública. Doenças raras e medicamentos órfãos. Em http:// ec.europa.eu/health/rare_diseases/orphan_ drugs/index_pt.htm. Acedido a 15-05-2012.
14
Outubro
Novembro
Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama
Dia Mundial da Diabetes
Com esta data pretende-se sensibilizar a população nacional, em particular as mulheres, para a importância do rastreio e prevenção desta doença que afecta sobretudo, mas não apenas, as mulheres acima dos 45 anos. O auto-exame regular dos seios, por palpação, e a realização de mamografias são as principais medidas de prevenção. Se detectado precocemente, o cancro dos seios é, na grande maioria dos casos, curável. Fonte: Sapo Saúde
tdtonline.org
4. Federação das Doenças Raras de Portugal. Medicamentos Órfãos. Em http://www.fedra. pt/index.php?option=com_content&view=cate gory&id=39&layout=blog&Itemid=72. Acedido a 15-05-2012. 5. Regulamento (CE) n.º 847/2000 da Comissão de 27 de Abril de 2000.
A celebração do Dia Mundial da Diabetes, tem como finalidade primária chamar a atenção das entidades oficiais, dos profissionais de saúde, da comunicação social e da comunidade em geral para a problemática da Diabetes Mellitus. O Dia Mundial da Diabetes é organizado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), com o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS), visando uma maior consciencialização das pessoas para os problemas dos diabéticos. O crescente sedentarismo das sociedades actuais faz com que doenças como a diabetes aumentem em flecha. Uma alimentação saudável e a prática de exercicio fisico regular são fundamentais para a prevenção desta e de outras doenças. Fonte: Sociedade Portuguesa de Diabetologia
15
TDTOnline Magazine IV/2012
Artigo Científico
A Internalização do RX d Pneum Resumo:
1. Introdução
A insustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde Português causa uma grande preocupação no meio político e académico. No ano de 2007, o Relatório Final elaborado pela Comissão para a Sustentabilidade e Financiamento do Serviço Nacional de Saúde definia a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde baseada no equilíbrio orçamental e referia, ainda, que um modo de financiamento do Serviço Nacional de Saúde que apresentasse um saldo negativo, afetasse as contas públicas, a produtividade, competitividade ou o consumo das famílias era um Serviço Nacional de Saúde insustentável a longo prazo (Relatório Final, 2007).
16
Se consultarmos a execução económico – financeira do Serviço Nacional da Saúde dos últimos anos publicada pela Administração Central do Sistema da Saúde, constatamos que a execução económico – financeira do Serviço Nacional de Saúde apresentou saldos negativos (ACSS, 2009,2010), logo, podemos concluir que existe um desequilíbrio financeiro e que a preocupação com a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde é válida e justifica a necessidade de tomar medidas.
Olga Bastos Radiologia Técnica de Diagnóstico Pneumológico Licenciada em Radiologia e Mestre em Gestão das Organizações – Ramo Unidades de Saúde Artigo submetido a 01/07/2012 e aprovado para publicação a 08/07/2012
tdtonline.org
Neste cenário de insustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde é necessário promover a eficiência na gestão dos recursos e na prestação de cuidados de saúde (Barros, 1999), sem esquecer o princípio da equidade (Lei nº 48, 1990) e da qualidade na prestação de cuidados de saúde (Barros, 1998). No mercado de cuidados de saúde coexistem a oferta e a procura de cuidados de saúde. Do lado da oferta podemos
A Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto
do Centro Diagnóstico mológico do Porto considerar a inovação tecnológica, os novos medicamentos e aumento de meios materiais de prestação de cuidados e de recursos humanos e do lado da procura temos o envelhecimento da população, o aumento de rendimento e o alargamento do acesso e da cobertura de seguros de saúde (Simões, 1986). Este mercado provoca um aumento de despesa associada à saúde.
As avaliações económicas na saúde contribuem para a racionalização dos recursos que são escassos, o conhecimento de como os mesmos estão a ser utilizados, rentabilizar os recursos existentes e, ainda, na tomada de decisão (Campos, 1986; Deyo,1994; Ferreira, 2005). A literatura refere 4 tipos de análises económicas: análise custo-mínimo; análise custo-benefício; análise custo-
instalada no RX do Centro de Diagnóstico do Porto, recorrer aos utentes dos ACES do Porto que à data realizavam os seus exames radiográficos nos gabinetes de radiologia privados com convenção com a Administração Regional de Saúde do Norte e, ainda, colocar as imagens radiográficas e relatórios médicos online eliminando os custos com películas e CDs.
Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2012 a despesa total da saúde em % do PIB aumentou conforme a tabela 1.
efetividade e análise custo-utilidade (Barros,2007; Drumond, Stoddart, &Torrance, 1998; Ferreira,2005; Freitas,2005; Johanneson, 1994).
Pretende-se implementar o projeto sem aumento dos meios materiais existentes nem de recursos humanos e os recursos considerados para o projeto são:
Tabela 1 – Total de despesa na saúde em % do PIB
1995 2000 2005 2010 Despesa % PIB 7,5 9,3 10,4 11,0 • Dados atualizados em março de 1012 Fonte 1: Adaptado de Relatório da WHO publicado em http://www.who.int/nha/glossary
Da análise da tabela 1, concluiu-se que este aumento da % do PIB é um aumento que se reflete na economia do país. Assim, a necessidade de realizar avaliações económicas na saúde que seriam muito úteis para controlar a despesa.
Destes conceitos optou-se por realizar uma análise económica ao Rx do Centro de Diagnóstico do Porto.
No ano 2010, a Administração Regional de Saúde do Norte constatou que a produtividade do RX estava muito abaixo da capacidade instalada e decidiu implementar o Projeto de Internalização do RX do Centro de Diagnóstico Pneumológico do Porto com os objetivos de rentabilizar a oferta tecnológica
• Equipamento de radiologia digital 17 direto – 2; • Sistema informático SINUS, SIIMA, PACS e módulo de integração; • Recursos humanos necessários, 1 Médico, 3 Técnicos de Radiologia e 2 Técnicos Administrativos. Na prática o projeto implementa o agendamento de exames radiográficos(cf. Figura 1). Neste processo, o utente agenda o exame radiográfico nos serviços administrativos da sua unidade de saúde. Na
Figura 1 – Agendamento de exames radiográficos
TDTOnline Magazine IV/2012
data e hora agendada dirige-se ao RX do CDP do Porto para a realização do exame. Após realização e validação pelo Técnico de Radiologia e Médico Radiologista, o exame fica disponível online para visualização no processo clinico do utente.
tempo, ponderando incertezas; 5. Apresentação de resultados.
A questão colocada foi: Será possível rentabilizar o Rx do centro de Diagnóstico Pneumológico do Porto?
• Equipamento e sistemas informáticos; • Consumíveis; • Exames dos ACES do Porto realizados nos gabinetes de radiologia privados com convenção com a Administração Regional de Saúde do Norte; • Contrato de assistência técnica; • Recursos humanos. A capacidade tecnológica considerada para o equipamento tecnológico, foi calculada conforme especificações do equipamento e consta da tabela 2.
Definiu-se como objetivo deste estudo avaliar a viabilidade e rentabilidade do Projeto de Internalização do RX do Centro de Diagnóstico Pneumológico. Os objetivos específicos definidos para esta análise foram:
• Realizar uma análise custo-mínimo ao Projeto de Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto; • Avaliar a viabilidade de os utentes dos ACES do Porto realizarem os exames radiográficos no RX do 18 Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto; • Considerar a aplicabilidade deste projeto a outros ACES.
Tomada a decisão de realizar uma análise custo-mínimo, iniciou-se a identificação dos custos relevantes inerentes ao projeto. Os custos relevantes identificados foram:
Tabela 2 – Capacidade tecnológica instalada
Sala de 2 Detetores Sala de 1 Detetor Total
Dia(8 horas) 150 90 240/dia
Dias úteis/ ano 250 250
Ano 37 500 22 500 60 000 Exames
Fonte 2: Elaboração própria - Extraído do documento onde constam as especificações do equipamento de radiologia da empresa Philips Healthcare.
Quanto à produtividade do Rx do CDP do Porto constatou-se que no ano 2008,2009 e 2010 foi muito abaixo da capacidade instalada (cf. Gráfico 1). Gráfico 1 – Produtividade do CDP do Porto
2. Material e Métodos A literatura define a análise custo-mínimo como uma análise que mede os custos diretos, às vezes os custos diretos e indiretos, mede, ainda, os custos das várias alternativas em unidades monetárias e a escolha incide sobre aquela que apresenta melhores resultados. A metodologia de uma avaliação económica obedece a determinados procedimentos: 1. Definição e identificação dos objetivos a alcançar; 2. Determinação das alternativas possíveis; 3. Estimação dos benefícios e custos para cada alternativa; 4. Ajustamento dos custos e consequências por diferenças no tdtonline.org
Fonte 3: Elaboração própria - Extraído do documento onde constam as especificações do equipamento de radiologia da empresa Philips Healthcare.
A produtividade no ano 2008 foi de 17,8%, no ano 2009 de 14,1% e no ano 2010 de 11,6%. Constata-se que foi uma produtividade baixa e que sofreu um decréscimo nesse mesmo período.
2.1. Custos Diretos Os custos diretos considerados no CDP do Porto foram os que constam da Tabela 3 e divididos em custos fixos e custos variáreis.
A Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto Tabela 3 – Custos diretos do CDP do Porto
Custos Fixos Equip.Tec.-obras adap. e instalação /15 anos Recursos Humanos Contrato de Man. do equipamento Total (Fixos) Custos Variáveis Consumíveis Total
2008 18 894,47 € 121 423,52 € 0,00 € 140 317,99 €
2009 18 894,47 € 125 010,54 € 0,00 € 143 905,01 €
2010 18 894,47 € 125 547,42 € 38 100,00 182 541,89 €
9 613,61 € 149 931,60 €
7 910,40 € 151 815,41 €
4 907,98 € 187 449,87 €
Fonte 4: Elaboração própria
Nos custos fixos foram considerados os custos com o equipamento e obras de instalação distribuídos por 15 anos, os custos com recursos humanos e com o contrato de manutenção do equipamento. Os custos variáveis foram considerados os custos com consumíveis, películas e CDs.
2.2. Custos dos exames dos ACES do Porto realizados em gabinetes de radiologia privados e com convenção com a Administração Regional de Saúde do Norte Os custos dos exames dos ACES do Porto realizados gabinetes de radiologia privados e com convenção com a Administração Regional de Saúde do Norte considerados para este estudo foram os que constam da tabela 4.
Tabela 4 – Custos com ACES do Porto
ACES Porto Ocid ACES Porto Orie. Total Custo médio unitário
2008 Exames 20 328 19 026 39 354
Custo 88 649,33€ 88 290,02€ 176 939,35€ 4,49€
2009 Exames 36 796 32 673 69 469
Custo 161 187,09€ 153 613,79€ 314 800,88€ 4,53€
2010 Exames 36 278 34 050 70 328
Custo 19 154 365,30€ 152 356,18 € 307 021,48€ 4,36€
Fonte 5: Elaboração própria, extraída de dados fornecidos pela ARSNorte – Departamento de Estatística.
3.
Resultados
Identificados os custos relevantes e efetuados os cálculos foram realizadas as estimativas da análise custo – mínimo.
A estimativa I representa o cenário real. Nesta foram calculados os custos totais dos exames com o CDP do Porto e com os do ACES do Porto.
Tabela 5 –Estimativa I – Cenário Real.
Exames RX efect. CDP Porto Exames convencionados Total Exames Custo estimado CDP Porto Custo real convencionados Custo total de exames
2008 10 721 39 354 50 075 149 931,60 € 176 939,35 € 326 870,95 €
2009 8 485 69 469 77 954 151 815,41 € 223 810,46 € 375 625,87 €
2010 7 019 70 324 77 343 187 449,87 € 307 021,48 € 394 471,35 €
Fonte 6: Elaboração própria
A estimativa I representa o cenário real. Efetuou-se o cálculo da totalidade de custos dos exames realizados no CDP do Porto
e dos exames dos ACES do Porto realizados nos gabinetes de radiologia privados. TDTOnline Magazine IV/2012
Tabela 6 – Estimativa II – A implementação do projeto de Internalização do RX do CDP do Porto
2008 50 075 50 075 0 140 317,99 € 0€ 140 317,99 €
Exames RX CDP Porto + ACES Porto Exames realiz. Rx CDP Porto Exames convencionados Custo estimado máx. CDP Porto Custo convencionado Custo total
2009 77 954 60 000 17 954 143 905,01 € 81 331,62 € 225 236,63 €
2010 77 347 60 000 17 347 182 541,89 € 75 632,92 € 258 174,81 €
Fonte 7: Elaboração própria
A estimativa II representa a implementação do projeto de Internalização do RX do CDP do Porto. Nesta estimativa pretende-se que os exames do Rx do CDP do Porto mais os exames realizados nos ACES do Porto sejam realizados no Rx do CDP do Porto até à sua capacidade máxima instalada. Partindo desta premissa verificou-se que no ano 2008 a totalidade de exames seriam todos realizados no CDP do Porto e o custo teria sido igual ao custo fixo do CDP do Porto, porque os exames radiográficos e relatórios médicos ficariam disponí-
veis online eliminando os custos com consumíveis. Nos anos 2009 e 2010 o total de exames do CDP do Porto e dos ACES do Porto excedeu a capacidade instalada do RX do CDP do Porto. Do total, 60 000 exames seriam realizados no CDP do Porto e os exames restantes seriam realizados nos gabinetes de radiologia privados com convenção com a ARSNorte e o custo seria o custo praticados nesses mesmos gabinetes. Refere- se ainda que o custo dos exames ( 60 000) realizados no RX do CDP do Porto seria o custo fixo do CDP do Porto.
Tabela 7 - Total de exames realizados nos gabinetes de radiologia privados com Convenção com a Administração Regional de Saúde do Norte
2008 50 075 224 836,75 €
Exames RX CDP Porto + ACES Porto Custo exames convencionados
20 Fonte 8: Elaboração própria
A estimativa III representa os custos com a totalidade de exames realizados nos gabinetes de radiologia privados com convenção com ARSNorte.
2009 77 954 353 131,62 €
2010 77 347 337 232,92 €
Discussão O resumo das estimativas apresenta a estimativa II com um resultado com menor custo comparativamente às outras estimativas.
Tabela 8 – Resultado das estimativas
Estimativa I 326 870,95 € 375 625,87 € 494 471,35 € 1 196 968,17 €
2008 2009 2010 Total
Estimativa II 140 317,99 € 225 236,63 € 258 174,81 € 623 729,43 €
Estimativa III 224 836,75 € 353 131,62 € 337 232,92 € 915 201,29 €
Fonte 9: Elaboração própria
Comparando a estimativa II com a estimativa I e a III (cf. Tabela 9): Tabela 9 - Resultados financeiros da análise custo – mínimo ao projeto de Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto
2008 2009 2010 Total Fonte 10: Elaboração própria
tdtonline.org
Resultados II - I -186 552,96 € -150 389,24 € -236 296,54 € -573 238,74 €
Resultados II - III -84 518,76 € -127 894,99 € -79 058,11 € -291 471,86 €
A Internalização do RX do Centro Diagnóstico Pneumológico do Porto
O resultado comparativo demostra que a estimativa II apresenta uma poupança significativa relativamente às estimativas I e III.
•
Drumond, M., Stoddart, G., Torrance, G. (1998). Methods for the Economic Evalution of Health Care Programme. Oxford Medical Publicatons, 2ª Ed. (O.U.Press,Ed.) Oxford.
A análise custo – mínimo demonstra que é possível rentabilizar o Rx do CDP do Porto implementando o Projeto de Internalização do RX do CDP do Porto. Deve-se dar continuidade ao projeto e ainda implementar o mesmo a outros ACES que reúnam os mesmos requisitos.
•
Ferreira, L.N.(2005). Avaliação Económica no Setor da Saúde. (H. e Faculdade Superior de Gestão, Ed.) IN:dos Algarves,nº13,pp.43-49.Acedido em 2010de http://www.doalgarves.com/ revistas7N13/7rev13.pdf
Bibliografia •
•
Administração Central do Sistema de Saúde (Dezembro de 2009). Execução económico –financeira do Serviço Nacional de Saúde. Publicado no portal da Administração Central do sistema de Saúde Administração Central do Sistema de Daúde (Dezembro de 2010). Execução económico –financeira do Serviço Nacional de Saúde. Publicado no portal da Administração Central do sistema de Saúde. www,acss.pt
•
Freitas,M.M.(2005).Portal da Saúde. Acedido em 23 de outubro de 2010 de http://www.saudepublica.webpt/01-Administracao/011-EconomiaSaude_Ma
•
Johanneson,M. (19949. The concept of cost in the economic evaluation of health care. Intl J. Technology Assessment in health Care.
•
Pereira,H. M.(Março de 2004). Projeto de modernização dos Serviços de Radiologia da Sub –região de Saúde do Porto. Administração Regional de Saúde do Norte.
•
Pereira, H. M. ( Maio de 2009). Reflexão Estratégica para os Serviços de Radiologia dos Centros de Diagnóstico Pneumologico do distrito do Porto. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e de Empresas.
8 Novembro Descoberta dos Raios-X
•
Barros,P.P.(1998). Custos e Qualidade. Encontro “Qualidade em cuidados de saúde – avaliação e melhoria”. Encontro Annual da Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, 26 e 27 de novembro, 1998, Auditório da FIL. Acedido em 20 de setembro de 2011 de http://momentoseconomicos.files.wordpress.com/2011/06/rslvt.pdf
Wilhelm Conrad foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados Raios X. Este Este ano comemora-se o 115 aniversário da descoberta dos Raios-X.
•
Barros, P.P.(1999). Eficiência e qualidade: mitos e contradições. Eficiência e justiça em cuidados de saúde(p.1). Lisboa: Academia de ciências. Acedido em 23 de agosto de 2011 de http://ppbarros.fe.unl.pt
Fonte: wikipédia
•
Barros, P.P.(2007). O Preço da Saúde. XXVII Congresso Nacional de Gatroenterologia e Endoscopia Digestiva (pp. 194-198). Vilamoura. Acedido em 23 de agosto de 2011 de http://ppbabarros.fe.unl.pt
•
Campos, A. C.(1986). Avaliação Económica de Programas de Saúde. Cadernos de Saúde/10. Lisboa.
•
Decreto-lei nº 48.(24 de agosto de 1990). Diário da república, Isérie. Lei de bases da saúde.
•
Despacho nº 14223. (24 de junho de 2009). Estratégia Nacional para a Saúde. Diário da República. 2ª série, pp. 24667-24669.
•
Deyo,D. A. (1994). Economic decision analysis in the diagnosis and treatment of low back pain. (SPINE, Ed.)
15 Novembro Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é a língua utilizada pelos surdos portugueses e é uma língua visual que se baseia nos movimentos, configuração e orientação das mãos e na expressão facial das pessoas que comunicam em LGP. A utilização das duas línguas (a oral e a gestual) ao mesmo tempo é impossível porque elas têm gramáticas diferentes entre si.
TDTOnline Magazine IV/2012
21
22
tdtonline.org
23
TDTOnline Magazine IV/2012
Sabia que...
Consulta de Saúde do Vi
24
Medidas preventivas e vacinas obrigatórias Para que serve a Para que servem as antes de partir em viagem para destinos consulta de saúde do consultas de saúde viajante? do viajante? que comportam Sempre que pretende viajar para fora • Para aconselhar as medidas algum risco. Se vai de férias ou a trabalho para fora da Europa deve, antes, dirigir-se a uma consulta de saúde do viajante. Consulte o Portal da Saúde , um site do Ministério da Saúde onde obtém todas as informações sobre os locais de consulta existentes de Norte a Sul do país. Pode ainda consultar quais as vacinas a tomar e que outras medidas preventivas deve ter em conta antes de partir de viajem para destinos que comportam risco para a saúde
tdtonline.org
da Europa deve dirigir-se a uma consulta de saúde do viajante. Se viaja com a família, designadamente com crianças e idosos, tenha em atenção os cuidados especiais de que necessitam. As consultas de saúde do viajante são efectuadas por médicos especialistas em doenças infecciosas e em medicina tropical (componente viagens).
preventivas a adoptar antes, durante e depois da viagem. Estas medidas incluem a vacinação, medicação preventiva da malária, informação sobre higiene individual, cuidados a ter com a água e os alimentos que se ingerem, e outros aspectos para que deve estar alerta quando viaja. Também lhe podem ser fornecidas informações sobre a assistência médica e segurança no país de destino e aconselhamento sobre a farmácia que o viajante deve levar consigo;
iajante • Para avaliar as condições de saúde do viajante antes da viagem, nomeadamente grávidas, crianças, idosos, indivíduos com doenças crónicas sob medicação, entre outros; • Para prestar assistência médica após o regresso, diagnosticar problemas de saúde possivelmente contraídos durante a viagem, e para efectuar o controlo periódico de indivíduos que passam temporadas prolongadas em países ou regiões onde o risco de contrair doenças é elevado. • Para administrar vacinas, incluindo a da febre amarela, e passar o respectivo certificado internacional.
Quais são as vacinas obrigatórias? O Regulamento Sanitário Internacional em vigor estipula que a única vacina que poderá ser exigida aos viajantes na travessia das fronteiras é a vacina contra a febre amarela. Nesse sentido, todos os Centros de Vacinação Internacional devem administrar a vacina contra a febre amarela a todos os utentes que a eles se dirijam, desde que portadores de prescrição médica. No entanto, alguns países não autorizam a entrada no seu território sem o comprovativo de vacinação contra outras doenças. É o que acontece com a vacina contra a doença meningocócica, imposta pela Arábia Saudita aos peregrinos que se dirigem a Meca. A Arábia Saudita exige ainda, como outros países, a vacina contra a poliomielite, a quem é proveniente de um dos quatro países onde o vírus é endémico (Afeganistão, Nigéria, Paquistão e Índia).
Que outras vacinas são aconselhadas? Depende para onde pretende viajar. É precisamente para o aconselhar e informar que existem as consultas de saúde do viajante. As vacinas mais indicadas, em função do destino, são as que protegem contra as seguintes doenças: cólera, difteria, encefalite japonesa, hepatite A, hepatite B, gripe, raiva, tétano e febre tifóide.
Onde são as consultas de saúde do viajante e os centros de vacinação internacional? Há consultas e centros de vacinação internacional espalhados por todo o país.
FONTE: Portal da Saúde
1 Dezembro Dia Mundial da Luta Contra a SIDA Este é um dia que tem que deve ser relembrado por todo o mundo, pois o Sindrome da Imunodeficiencia Adquirida (SIDA), apesar de ter quase três décadas, é uma epidemia e um problema a escala mundial pois até ao momento já infectou 60 milhões de pessoas dos quais 25 milhões já faleceram. Dá que pensar... este numero de mortes daria para dizimar toda a população existente em Portugal. Por todo o mundo esta epidemia continua a fazer vitimas, o numero de órfãos em países com elevada prevalência desta doença não pára de aumentar. Mais de 15 milhões de crianças perderam um ou ambos os progenitores por doença associada à sida, e prevê-se que, em 2010, este número possa atingir os 40 milhões.
2 Dezembro Dia Internacional para a Abolição da Escravatura No dia em que se comemora a abolição da escravatura, em pleno século XXI, continuam a existir cerca de 27 milhões de pessoas, que vivem presas a uma exploração laboral da qual não se conseguem libertar. Fonte: www.un.org
TDTOnline Magazine IV/2012
25
26
3
3
Dezembro
Dezembro
Dia internacional dos deficientes O dia Internacional das Pessoas com Deficiência é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, econômica e cultural. A cada ano o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência, adotado pela Assembléia Geral da ONU em 1982. Fonte: http://pt.wikipedia.org
tdtonline.org
Primeiro Transplante, com êxito, de um coração humano Corria o ano de 1967 quando na cidade sul africana do Cabo, o cirurgião Christian Barnard e a sua equipa realizam, com êxito, o primeiro transplante de um coração humano. O paciente, Louis Washkansky, sobreviveu 18 dias. Fonte: www.leme.pt
Anuncie na TDTOnline Magazine geral@tdtonline.org
27 9
TDTOnline TDTOnlineMagazine MagazineIV/2012 II/2010
Legislação Jul/ Despacho n.º 7702-B/2012, de 04 de junho - Ministério da Saúde Identifica como carenciadas as especialidades de medicina geral e familiar e de saúde pública, para a contratação de médicos internos Despacho n.º 7702-D/2012, de 04 de junho - Ministério da Saúde Identifica como carenciadas as especialidades da área hospitalar e respetivos estabelecimentos, para a contratação de médicos internos
Declaração de Retificação n.º 29/2012 Presidência do Conselho de Ministros Secretaria-Geral Retifica a Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio, do Ministério da Saúde, que estabelece o regime jurídico a que obedecem as regras de prescrição de medicamentos, os modelos de receita 28 médica e as condições de dispensa de medicamentos, bem como define as obrigações de informação a prestar aos utentes, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 92, de 11 de maio de 2012. Declaração de Retificação n.º 30/2012 Presidência do Conselho de Ministros Secretaria-Geral Retifica a Portaria n.º 178-B/2012, de 1 de junho, que procede à primeira alteração à Portaria n.º 142-B/2012, de 15 de maio, que define as condições em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde, publicada no Diário da República, 1.ª série, n.º 107, 1.º suplemento, de 1 de junho de 2012 Declaração de Retificação n.º 31/2012 Presidência do Conselho de Ministros Secretaria-Geral Retifica a Portaria n.º 178-B/2012, de 1 de junho, que procede à primeira alteração à Portaria n.º 142-B/2012, de 15 de maio, que define as condições tdtonline.org
em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde, publicada no Diário da República, n.º 107, 1.ª série, 1.º suplemento, de 1 de junho de 2012 Despacho n.º 7702-A/2012, de 04 de junho - Ministério da Saúde) Estabelece os preços máximos que podem ser pagos pelo SNS na contratação de serviços de transporte não urgente de doentes Despacho n.º 7702-C/2012, de 04 de junho - Ministério da Saúde Aprova o regulamento que define as normas e procedimentos relativos à prescrição, requisição, gestão, conferência e faturação de encargos com o transporte não urgente de doentes assegurado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) Decreto-Lei n.º 128/2012, de 21 de junho - Ministério da Saúde Procede à primeira alteração ao DecretoLei n.º 113/2011, de 29 de novembro, que regula o acesso às prestações do Serviço Nacional de Saúde por parte dos utentes no que respeita ao regime das taxas moderadoras e à aplicação de regimes especiais de benefícios Despacho n.º 8344/2012, de 21 de junho - Ministério da Saúde Introduz alterações às condições de comparticipação de medicamentos destinados ao tratamento da doença inflamatória intestinal Despacho n.º 8345/2012, de 21 de junho - Ministério da Saúde Introduz alterações às condições de comparticipação de medicamentos prescritos para a profilaxia da rejeição aguda de transplante renal, cardíaco e hepático alogénico
Resolução do Conselho de Ministros n.º 55/2012 - Presidência do Conselho de Ministros Autoriza a realização de despesa com a aquisição de serviços de disponibilização e locação de meios aéreos permanentes e sazonais necessários à prossecução das missões públicas atribuídas ao Ministério da Administração Interna e ao Instituto Nacional de Emergência Médica, I. P., durante os anos de 2013 a 2017 Portaria n.º 204/2012 - Ministério da Saúde Atualiza o programa de formação da área de especialização de Anatomia Patológica Decreto-Lei n.º 152/2012 - Ministério da Saúde Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 112/2011, de 29 de novembro, que aprova o regime da formação do preço dos medicamentos sujeitos a receita médica e dos medicamentos não sujeitos a receita médica comparticipados Decreto-Lei n.º 154/2012 - Ministério da Saúde Altera a lista de substâncias ativas que podem ser incluídas em produtos biocidas, tendo em vista a proteção da saúde humana e animal e a salvaguarda do ambiente, transpõe as Diretivas n.os 2011/66/UE, 2011/67/UE, 2011/69/UE, da Comissão, de 1 de julho, e as Diretivas n.os 2011/71/UE, da Comissão, de 26 de julho, 2011/78/UE, 2011/79/UE, 2011/80/UE, 2011/81/UE, da Comissão, de 20 de setembro, e procede à nona alteração ao Decreto-Lei n.º 121/2002, de 3 de maio Decreto-Lei n.º 171/2012 - Ministério da Saúde
/Ago/Set 2012 Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, que estabelece o regime jurídico das farmácias de oficina Decreto-Lei n.º 172/2012 - Ministério da Saúde Procede à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 53/2007, de 8 de março, que regula o horário de funcionamento das farmácias de oficina Decreto-Lei n.º 184/2012 - Ministério da Saúde Procede à primeira alteração ao DecretoLei n.º 188/2009, de 12 de agosto, tornando obrigatória a instalação de equipamentos de desfibrilhação automática externa em locais de acesso público Portaria n.º 237/2012 - Ministério da Saúde Atualiza o programa de formação da área de especialização de Reumatologia Decreto-Lei n.º 185/2012 - Ministério da Saúde Procede à quarta alteração ao DecretoLei n.º 189/2000, de 12 de agosto, aditando à lista A do seu anexo ii os testes à variante da doença de Creuzfeldt-Jakob (vDCJ) para rastreio sanguíneo, diagnóstico e confirmação, transpondo a Diretiva n.º 2011/100/ UE, da Comissão, de 20 de dezembro de 2011 Decreto-Lei n.º 187/2012 - Ministério da Defesa Nacional Cria o Polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas Portaria n.º 248/2012 - Ministério da Saúde Atualiza o programa de formação da área de especialização de Medicina Nuclear
sociais e revoga a Portaria n.º 852/2009, de 7 de agosto
Lei n.º 37/2012 - Assembleia da República Estatuto do Dador de Sangue
Lei n.º 52/2012 - Assembleia da República Lei de Bases dos Cuidados Paliativos
Decreto-Lei n.º 202/2012 - Ministério da Educação e Ciência Procede à primeira alteração ao Estatuto do Bolseiro de Investigação, aprovado em anexo à Lei n.º 40/2004, de 18 de agosto
Portaria n.º 273/2012 - Ministério da Saúde Aprova a tabela de preços para os tratamentos de procriação medicamente assistida e revoga a Portaria n.º 67/2011, de 4 de fevereiro
Lei n.º 42/2012 - Assembleia da República Aprova os regimes de acesso e de exercício das profissões de técnico superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança no trabalho
Portaria n.º 276/2012 - Ministérios das Finanças e da Saúde Cria o Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que integra o Centro Hospitalar de Torres Vedras e o Centro Hospitalar do Oeste Norte (CHON)
Portaria n.º 261/2012 - Ministério da Educação e Ciência Fixa as vagas para a candidatura à matrícula e inscrição, no ano letivo de 2012-2013, nos cursos de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem ministrados em instituições de ensino superior
Portaria n.º 277/2012 - Ministério da Saúde Define o horário padrão de 29 funcionamento das farmácias de oficina, regula o procedimento de aprovação e a duração, execução, divulgação e fiscalização das escalas de turnos, bem como o valor máximo a cobrar pelas farmácias de turno pela dispensa de medicamentos não prescritos em receita médica do próprio dia ou do dia anterior, e revoga a Portaria n.º 31A/2011, de 11 de janeiro
Portaria n.º 263/2012 - Ministério da Educação e Ciência Procede à alteração das Portarias n.os 324/2008, de 24 de abril, que criou o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem Comunitária na Escola Superior de Saúde Atlântica, da Universidade Atlântica, e 330/2008, de 28 de abril, que criou o curso de pós-licenciatura de especialização em Enfermagem de Reabilitação na Escola Superior de Saúde Atlântica, da Universidade Atlântica Portaria n.º 271/2012 - Ministério da Saúde Aprova o Regulamento e as tabelas de preços a praticar para a produção adicional realizada no âmbito do SIGIC pelas unidades prestadoras de cuidados de saúde públicas e entidades privadas e
Portaria n.º 279/2012 - Ministérios das Finanças e da Saúde Transfere para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P. (INSA, I. P.), as competências do Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I. P. (ARSLVT, I. P.), na parte relativa ao Laboratório de Saúde Pública Micobacteriologia/Tuberculose
FONTE: Índices do Dia/Newsletter DIGESTO
TDTOnline Magazine IV/2012
30
No Fórum...
• Debate e Opinião • Ofertas de Emprego • Eventos e Cursos em agenda
Contactos TDTOnline: geral@tdtonline.org - Administração do Tecnologias da Saúde Online magazine@tdtonline.org - Envio de artigos, informações sobre a TDTOnline Magazine webmaster@tdtonline.org - Reportar erros do site e informações sobre o site (Ex. Problemas no registo)
10 Dezembro Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 10 de dezembro de 1948 (A/ RES/217). Esboçada principalmente por John Peters Humphrey, do Canadá, mas também com a ajuda de várias pessoas de todo o mundo - Estados Unidos, França, China, Líbano entre outros, delineia os direitos humanos básicos. A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Fonte: http://pt.wikipedia.org
tdtonline.org
Normas Princípios Gerais
Apresentação de Trabalhos
1. A TDTOnline Magazine aceita propostas de artigos no âmbito de cada publicação e da temática do website “Tecnologias da Saúde Online”.Serão aceites os seguintes tipos de artigo: • Artigos de Opinião • Artigos Científicos • Artigos Comunidade (cuja temática possa interessar a comunidade em geral, não sendo de âmbito científico) • Artigos de Revisão • Posteres Científicos
Proposta via e-mail enviada para magazine@ tdtonline.org, contendo: • No corpo do e-mail: Título do artigo/ poster, nome do(s) autor(es), instituição a que pertence(m), endereço(s) de e-mail, telefone(s), nº de cédula profissional (se aplicável) e morada completa para onde deverão ser enviados os certificados de colaboração com a TDTOnline Magazine. • O trabalho em anexo.
2. Os artigos ou posteres enviados devem ser originais.
Normas de dos artigos
3. O envio de um trabalho implica o compromisso por parte dos autores em como todas as declarações nele constantes são da sua exclusiva responsabilidade. 4. Compete aos autores a obtenção do copyright sobre todos os materiais que não lhes pertençam: ilustrações, quadros, fotografias, etc. 5. Todos os artigos/posteres deverão respeitar os princípios éticos aceites, nomeadamente no que diz respeito à confidencialidade. 6. Os artigos/posteres serão apreciados num primeiro momento pela equipa de edição da TDTOnline Magazine que aferirá da pertinência das propostas no âmbito editorial da revista. O artigo/poster será devolvido ao(s) autor(es), caso os pareceres sugiram mudanças e/ou correcções. 7. Os posteres podem ser elaborados no máximo por 3 elementos.
de
Publicação
O TDTOnline compromete-se a contactar por e-mail o autor: • acusando a recepção do artigo; • informando sobre a aceitação ou recusa Normas de apresentação de de publicação do mesmo.
posteres:
apresentação 1. Concepção:
• tópico bem explícito no título • questão de investigação e principais conclusões destacadas • organização hierárquica do texto (tipo e tamanho de letra) • principal conteúdo são imagens
1. Todos os artigos deverão incluir uma folha de rosto autónoma de que constem os seguintes elementos: título do artigo, nome do autor, instituição a que pertence, morada completa, endereço de 31 e-mail, telefone(s) e nº de cédula profis- 2. Cabeçalho contendo o título do trabalho, sional (se aplicável). o(s) nome(s) do(s) autor(es), a instituição onde trabalham. Recomenda-se também que contenham, em letras menores, o 2. Os textos devem ser formatados a corpo endereço electrónico autor(es). 12, espaço 1,5. Não devem ser utilizados estilos nem formatações automáticas tais como numeração (numbering) e 3. Breve resumo do trabalho. bolas/asteriscos (bullets). 3. Os artigos não poderão exceder as 10 páginas (incluíndo figuras, tabelas e referências).
4. Corpo principal do poster dividido conforme o critério do autor (exemplo: Introdução, Métodos, Resultados e Conclusão).
4. Para além do texto, os autores devem 5. Referências relevantes (Segundo a enviar - em português ou inglês - um reNP405). sumo do artigo (máximo 200 palavras) e até seis palavras-chave. 6. 6. O Poster tem de ser apresentado no formato Horizontal, na proporção A3. 5. As palavras estrangeiras devem estar em itálico. 7. 7. Os formatos aceites são .ppt ou .pptx (Microsoft Office Power Point TM), .JPEG 6. As referências bibliográficas devem ser ou .PNG feitas segundo a Norma Portuguesa (NP405) - ver informação adicional. Os artigos publicados na TDTOnline 7. O artigo deve ser enviado em formato Magazine ficam licenciados sob uma .doc ou docx (Microsoft Office Word licensa Creative Commons 2.5 - Atribuição de Uso não Comercial. TM). TDTOnline Magazine IV/2012
Clique nas capas para fazer download das respectivas ediçþes.