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Sumário Editorial
Regresso às aulas – Artigo de Opinião
“Mamografia – Overview”
Encontro Nacional dos Técnicos de Farmácia - Reportagem
Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day
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3 Anos de TDTOnline – Artigo de Opinião
A Descoberta e a Evolução do RX
Imagem por Ressonância Magnética – do princípio à actualidade
I.A.S. Conference 2008 – Scotland Reportagem
Normas para a publicação de artigos científicos na TDTOnline Magazine
TDTOnline Magazine Fundador: Fernando Leite
Design e Redacção: Henrique Pimenta
Administração: Marlene Brandão e Carolina Gasiba
Colaboração Geral: Sílvia Silva, David Estêvão e Susana Monteiro
Responsável de Conteúdo: Vítor Paiva
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Anatomia Patológica: Marta Ribeiro, Nuno Silva Dietética: Cecília Santos Farmácia: Nuno Marques Higiene Oral: Ricardo Pingo
Neurofisiologia: Daniel F. Borges, Joana Ribeiro Ortoprotesia: Ana Vinagre, Cátia Frade Ortóptica: Luís Martins, Andreia Guerreiro Terapia Ocupacional: Juliana, Diana
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Editorial
O TDT Online já tem 3 anos!!!!
Na edição anterior da Magazine TDT Online, relativa aos meses de Set/Out, começamos por dizer O TDT Online vai fazer 3 anos! Desta feita, já celebramos o nosso aniversário! Na companhia de quem diariamente dá um pouco do seu já de si escaço tempo, e dos TDTs e utilizadores que se quiseram juntar a nós. Foi uma pequena reunião, que serviu para assinalar um dia que julgamos ser importante! Não poderíamos deixar passar esta data sem antes agradecer ao Fernando Leite, que contra mundos e fundos, e com muita dedicação e esforço, nos deu este nosso Forum! À Equipa de Moderação, que com a sua preserverança, trabalho e sentido de equipa, nos tem ajudado a levar o Forum mais além. Last but not Least, a todos aqueles que diariamente nos visitam, escrevem, lêem mas principalmente aqueles que voltam no dia seguinte. Nesta edição da Magazine TDT Online, temos em destaque os 113 Anos da Descoberta dos RX, através de uma série de artigos científicos, que relatam a descoberta, evolução e inovação de técnicas, resultantes desta descoberta.
Foi a 8 de Novembro de 1985, que Wilhelm Roentgen, Professor de Física em Worzburg, descobriu da possibilidade de utilizar radiação electromagnética para produzir, aquilo a que nós chamamos de RX. Tentemos imaginar o nosso mundo, sem os meios de Diagnóstico (na área da Radiologia) de que dispomos nos dias de hoje. A verdade, é que a história da medicina mudou o seu curso com esta enorme descoberta. Parafraseando o que foi dito na edição anterior, continuamos, como sempre, a querer dar voz a todos, independentemente da idade, experiência e curso TDT. Acima de tudo, privilegiamos a vontade, o interesse de participar, formar/educar, e claro, tornar a Magazine TDT Online melhor, a cada nova edição. É por isso e para isso, que contamos com a vossa participação e com os vossos trabalhos! Lançamos, agora o desafio, de página após página, ler e explorar aquilo que esta nova edição da Magazine TDT Online tem para vos oferecer.
Boas Leituras,
Marlene Brandão
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Ao raio-X – Artigo de Opinião Fernando Leite, 2008
3 anos de TDTOnline Precisamente às 22h23m do dia 11 de Outubro de 2005 nascia o TDTOnline e com ele uma caminhada de um site de grande referência para os profissionais e alunos das tecnologias da saúde. Tenho a certeza que irei parecer um “gabarolas” ao escrever este artigo, mas acreditem que se trata mais de um pai babado que viu o seu filho ganhar braços e pernas e que superou as expectativas que tinha para ele. Não posso também deixar de pensar nas vezes em que no passado, frustrado pela pouca adesão dos colegas, resolvi que era melhor apagar o fórum do mapa e “dedicar-me à pesca”. Valeu na altura a insistência de alguns colegas que não deixavam que a moral me abandonasse de vez e então com mais ou menos dificuldade o fórum foi ficando no ar… e crescendo. Sem perder muito tempo a explicar o que foram estes três anos de fórum, pois estaria a repetir-me para muitos de vós, vou sim dar-vos a conhecer alguns números (gordos?) de que o TDTOnline se pode orgulhar. Começando pela participação dos colegas e dos moderadores/administradores hoje a média de colocação de “posts” por dia é de 12,51 o que dá quase 5000 mensagens por ano sendo que caminhamos muito perto de
atingir as 15.000 mensagens colocadas. O número de utilizadores que se registam por dia também tem vindo a aumentar (cerca de 1,5 novos registos por dia) o que nos fazem estar perto do patamar dos 2000 membros registados. Mas é sem dúvida no número de visitas mensais que exprimem a boa afluência sendo que mais de 10.000 visitas são registadas por mês o que dá uma média de 120.000 visitas por ano. Mas não é só de números que o TDTOnline se pode gabar. O nosso reconhecimento tomou outra expressão que culminou com a visita à Escola Superior de Saúde de Bragança onde, a convite dos professores da disciplina de Introdução à Profissão, fizemos uma sessão de esclarecimento dirigido aos alunos do primeiro ano. Foi uma experiência espectacular para nós, podermos chegar assim ao vivo e perto dos alunos com o fórum como “patrocinador”. Espero sinceramente repetir a experiência em outras escolas e penso que em 2009 iremos dar continuidade a este tipo de iniciativas. Não queria acabar este artigo sem dar um grande obrigado a todos aqueles que me ajudaram a caminhar até hoje e em especial aos meus colegas administradores, moderadores gerais e moderadores de sub-fórum. Sem eles o fórum não tinha chegado onde chegou. Bom, mas desculpem lá a lamechice, teve de ser!■
Clique aqui para ver a reportagem da comemoração do 3º Aniversário do TDTOnline. 4
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Artigo de Opinião Liliana Silva, 2008
Regresso às aulas Antes de começar a minha reflexão, quero agradecer à TDT online Magazine e, em particular, ao Fernando Leite pelo convite. É para mim um grande prazer e uma enorme honra poder colaborar neste projecto que vi crescer ao longo destes três anos. Quero também felicitar todos os fundadores, administradores, moderadores e membros do “nosso fórum” por estes três anos de luta e união dos quais já surgiram algumas iniciativas e tentativas de mostrar ao país que existimos e que estamos aqui para lutar pelos nossos direitos e pelo crescimento deste nosso pequenino cantinho à beira mar plantado.
Começo então a minha saga flutuando sobre um assunto que me preocupa bastante: a educação das nossas crianças. O que vejo nas relações pais/filhos da actualidade deixa-me expectante e receosa quanto ao futuro da nossa sociedade. Lembro-me de, em criança, pedir alguma coisa à minha mãe ou ao meu pai quando íamos ao supermercado ou andávamos a passear e de me dizerem que não ma podiam comprar, porque era cara e não podiam gastar tanto dinheiro, ou simplesmente porque achavam que não era adequada a mim, naquele tempo. E lembro-me de ficar triste, porque algum(a) amigo(a) tinha-a e eu não. Mas também me lembro daquilo que comprei com o primeiro “ordenado” que tive naqueles trabalhos de férias que fazia e lembro-me da sensação fantástica de comprar uma coisa que ganhei fruto do meu trabalho. Era, sem dúvida, muito melhor do que qualquer coisa que os meus pais me pudessem ter dado, por mais valiosa que fosse. E sei que agora agradeço aos meus pais o facto de não me terem dado o que às vezes lhes pedia. Lembro-me de só me deixarem ir brincar com a vizinha depois de fazer os trabalhos de casa. Lembro-me que desde cedo comecei a limpar o meu quarto e a ajudar na cozinha, a pôr a mesa ou a lavar a loiça, porque a mãe não podia fazer tudo sozinha. Lembro-me também que tinha 16 anos a primeira vez que saí à noite e fui porque o pai da amiga que fazia anos prometeu que me ia levar a casa à 1:30 da manhã. Agora olho para as crianças/adolescentes e não vejo nada disso. Vejo uma criança num supermercado que coloca um brinquedo no carrinho das compras e que quando a mãe lhe diz que não faz um berreiro de assustar qualquer pessoa e, em seguida, só para calar o menino, a mãe diz
logo que sim, que pode levar. Vejo uma criança que na sala de espera de um consultório pega numa caneta e risca todas as revistas e jornais que estão na mesa da sala de espera em que o pai diz: “pára com isso”, mas que não tem qualquer intenção de se levantar e explicar à criança que está a fazer mal e porquê. Vejo uma mãe que deixa de fazer cozinhados no forno porque a menina gosta de se equilibrar na tampa do mesmo e que, ainda por cima, porque é muito engraçado, abre a tampa para a menina fazer as suas acrobacias à frente dos familiares. Vejo um adolescente a exigir aos pais que comprem um telemóvel, mas que não pode ser um qualquer, porque tem de ter a mariquice x e a futilidade y. Vejo pais a contratarem taxistas para levarem os filhos com 12/13 anos às discotecas até às 4, 5, 6 horas da madrugada. Vejo adolescentes “agarrados” o dia inteiro ao computador enquanto a mãe e o pai trabalham exaustivamente para pagar a internet e a tv cabo, sem que os ajudem em nada, nem mesmo nas coisas básicas da casa. É nestas alturas que me apetece dar um estalo ao filho e dois aos pais. Será que não vêem o abismo que está a crescer mesmo à frente dos seus narizes? Que incentivo estão estes pais a dar aos filhos? Que vida vão estes filhos ter quando caírem na realidade e perceberem que o dinheiro não nasce por geração espontânea? Que organização vai a nossa sociedade ter quando a maioria das pessoas não sabe organizar a sua própria casa? Preocupa-me o futuro da nossa sociedade porque as crianças/adolescentes de hoje são os adultos de amanhã e se eles não têm noção do que é a disciplina, o rigor, os limites que a vida nos impõe, como poderão governar uma sociedade futura, que sairá de uma situação de crise mundial como nós estamos a viver actualmente? Mas ainda há mais. A educação de qualquer criança começa em casa e continua na escola. Muito do que eu sei hoje, devo-o aos meus professores e ao empenho que eles tiveram em nos incutir sentido de responsabilidade e vontade de trabalhar. Ouvi, agora por altura do regresso às aulas, a ministra da educação dizer que o número de alunos que chumbaram no ano lectivo passado diminuiu. Será isto bom? Penso que não e digo isto porque sei que a razão pela qual reprovaram menos alunos não se deve ao facto de o ensino ter melhorado ou de os alunos terem estudado mais, mas deve-se sim ao facto de o ensino se ter tornado facilitador. No meu tempo (dizer isto faz-me parecer muito velha?) de escola primária não nos era permitido usar máquina de calcular para aprendermos a raciocinar e a fazer as contas de cabeça, de tal forma que ainda hoje, se não tiver uma calculadora perto, consigo pegar num papel e numa caneta e fazer uma conta à mão. Se me
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perguntarem quanto é 7 x 8 eu sei dizer que são 56, porque fui obrigada a estudar a tabuada. Serão as crianças de hoje em dia capazes de fazer um raciocínio lógico se ficarem dependentes de uma máquina para fazer tudo? E não será facilitar um professor dizer a um aluno que se ele precisar de um 3 para passar lhe dá o 3? E porque é que um professor diz isto a um aluno?
É um assunto que me preocupa. Até porque os verdadeiros culpados nem são as crianças, são os pais. Se a criança se mexe de menos está doente, se se mexe demais é hiperactiva. Se está com um pingo no nariz vão a correr às urgências, se transpira um bocadinho mudam-lhe logo a camisola. Se quer ir brincar para a rua não pode porque é perigoso e pode cair, se fica no computador ou a ver televisão o dia todo torna-se obeso. Afinal onde está aquela infância saudável dos nossos tempos? Que espaço têm na vida das nossas crianças o ar puro e a natureza? E se caírem e esfolarem um joelho? Já pensaram que talvez seja a melhor forma de aprenderem a levantar-se depois de cair?■
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Hoje em dia quase não se pode castigar um aluno na sala de aula. As crianças/adolescentes sabem que podem fazer o que lhes apetece, porque assim que um professor os castiga, basta fazer um telefonema para os pais que estes vão logo defender os meninos queridos sem saber sequer o que se passou. Já lá vai o tempo em que os pais diziam aos professores para baterem nos meninos sempre que fosse necessário (não que ache que se deva bater nas crianças, mas que às vezes uma palmada lhes faz bem, lá isso faz). Os professores sabem que se se envolverem demasiado na educação de uma criança, o que afinal também faz parte do seu trabalho, acabam por sofrer consequências absurdas como processos disciplinares, grande parte das vezes sem razão nenhuma. E se não querem que lhes aconteça o mesmo que aconteceu à outra do “Dá-me o telemóvel JÁ” o
melhor que têm a fazer é despejar matéria sem se preocuparem com o comportamento dos alunos. Infelizmente, cada vez mais, este é o cenário que se nos afigura no futuro. Qualquer dia deixa de ser possível um professor fazer o seu trabalho tranquilo, porque isso será motivo de retaliação. Como é que no futuro o ensino poderá envolver-se com a educação das crianças, se os pais negligentes nesta área, não deixam que assim seja?
Veja na página 30 a reportagem do XXII Encontro Nacional dos Técnicos de Farmácia.
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A Descoberta e a Evolução do RX Cristina Almeida, Eugénia Arede e Susana Vieira, 2008
Introdução – O fortuito 8 de Novembro de 1895 A 8 de Novembro do ano de 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923), verificou, pela primeira vez, a produção de raios X enquanto trabalhava com um tubo de raios catódicos. Esse tubo achava-se envolvido por uma caixa de cartão negra, mas Roentgen percebeu que uma película que se encontrava próximo do tubo emitia luz sempre que este funcionava. Ele provou que a causa da luminescência eram raios invisíveis e misteriosos a que chamou de “X”. (1)
Nem todas as matérias são penetráveis com a mesma facilidade. Placas grossas de metal pareceram ser opacas, enquanto os ossos apresentam-se transparentes para uma determinada alta tensão escolhida. Placas fotográficas foram expostas a raios X e em pouco tempo podiam apresentar a fotografia de uma mão (figura 3). (2)
Figura 3 – A: 1ª radiografia da História tirada por Roentgen (mão da esposa, Bertha Roentgen, séc. XIX); B: Radiografia de uma mão na actualidade
Desenvolvimento descoberta
–
Repercussão
Comunidade científica
Meios de comunicação
Comunidade leiga
desta
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Figura 1 - Wilhelm Konrad Roentgen (1845-1923, prémio Nobel em 1901)
Figura 2 - Reconstrução do laboratório de Rontgen
Outros cientistas também conseguiram produzir esta radiação durante as suas experiências, porém não tiveram o mérito de reconhecê-la. Filmes guardados na proximidade dos seus equipamentos ficaram inutilizados. Crooks, por exemplo, achou que os filmes eram de má qualidade. O mérito de Roentgen foi o de ter investigado em profundidade a natureza da nova radiação. No seu primeiro, famoso e provisório comunicado (28 de Dezembro de 1895) sobre “um novo tipo de radiação”, ele publicou o resultado das suas pesquisas científicas: a superfície aquecida da parede de vidro é a fonte de raios X. Dali propagam-se em linha recta e penetram na matéria.
A repercussão imediata Em termos de repercussão imediata, a descoberta dos raios X parece ser um caso único na história da ciência. As notáveis aplicações na medicina foram imediatamente percebidas pelo próprio Roentgen, que fez uma radiografia da mão da sua esposa. Investigadores em todo o mundo repetiram a experiência de Roentgen, não apenas na tentativa de descobrir novas aplicações, como também com o objectivo de compreender o fenómeno, tarefa que desafiou a inteligência humana ao longo de quase três décadas. (3, 4) Além desse enorme interesse despertado na comunidade científica, é interessante avaliar o interesse despertado na comunidade leiga, o que muito contribuiu para a criação de um folclore em torno do fenómeno. Algumas notícias extravagantes são relatadas num jornal não identificado. Uma delas alertava para a vulnerabilidade a que todos estavam sujeitos depois da descoberta dos raios X. Segundo este jornal, qualquer um armado com um tubo de vácuo podia ter uma visão completa do interior de uma residência. Outras notícias sugeriam aplicações
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fantásticas para os raios X, como a de ressuscitar pessoas electrocutadas. (3) No início os raios X causaram sensação, todos queriam ver o próprio esqueleto e no mesmo ano os médicos adoptaram a novidade. Com estes raios era agora possível observar no interior do corpo humano, fracturas ósseas, patologias de alguns órgãos e desde logo começaram a ser usados no tratamento do cancro. (1) Em Abril de 1896, um relatório médico apresentado no “Medical Record” descreve um caso em que um carcinoma gástrico responde de forma surpreendente à irradiação com raios X. (5) Investigadores também radiografavam animais para estudos anatómicos enquanto na sociedade a reacção era de deslumbramento. (1, 5)
Figura 6 - Equipamento utilizado para visualizar as imagens de raios X
Esta descoberta valeu-lhe o prémio Nobel de Física em 1901. Na época – começo do século XX – ocorreu uma revolução no meio médico, o que teve como consequência um grande avanço no diagnóstico por imagem. (1, 6) Exageros verificados: Figura 7 - Observação directa das estruturas por parte dos médicos da altura
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O abuso do desconhecido...
Figura 8 - Publicidade a uma sapataria da época
Figura 4 - Cartaz publicitário a uma peça da época com o tema dos raios “Roentgen”.
Figura 5 - Publicidade ao poder curativo dos raios X
Riscos de saúde decorridos do abuso do desconhecido: Esta enorme curiosidade levou e que muita gente corresse sérios riscos de saúde ao realizarem as suas novas experiências com os raios X, em busca de novas aplicações. Existe uma história, aparentemente folclórica, segundo a qual uma sapataria de Nova York tinha como Slogan o facto dos sapatos feitos sob encomenda serem testados com o auxílio dos raios X (figura 10). (1, 3, 6) Uma outra história corria as ruas na altura, em que se sugeriam “banhos” de raios X como depilador, o que demonstra o abuso inconsciente do desconhecido. Em pouco tempo detectaram-se as primeiras lesões provocadas pelos raios X, sendo as principais vítimas os operadores dos equipamentos devido à repetição da exposição. (figura 9) (1, 3)
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secundária/dispersa que, além de ser prejudicial para o paciente, afectava negativamente a imagem final. (4, 6) Evolução das técnicas e dos equipamentos
Figura 9 - Radiodermites e amputação das extremidades em consequência da acção da radiação X
O efeito nocivo dos raios X só foi reconhecido muito depois da sua descoberta. Até lá, muitas pessoas morreram devido à excessiva exposição à radiação e gradualmente iniciou-se a protecção contra estes raios. O inicio da Protecção Radiológica...
Nos anos 70 e 80 dá-se o grande “boom” da radiologia devido aos grandes avanços tecnológicos e científicos, que permitiram a obtenção de diagnósticos mais precisos. Desde então a Radiologia tem vindo a obter um grande espaço na prática médica. Os primeiros clínicos limitaram-se ao estudo ósseo e à pesquisa de corpos estranhos. Firmava-se o conceito de que para fazer o registo de uma imagem radiológica útil era necessário não só saber manusear o equipamento como ter noções de anatomia pois, de outro modo, não se conseguiria um correcto posicionamento da estrutura anatómica. A necessidade de se obterem radiografias com utilidade clínica tornou imperiosa a formação dos Técnicos de Radiologia. (14) Logo no início da utilização dos Raios X, surge uma limitação da radiografia: os longos tempos de exposição, limitação essa que, com a melhoria dos equipamentos, hoje em dia não existe. A evolução das emulsões das películas e a utilização de ecrãs de reforço culminaram, quase um século depois, com o aparecimento da Laser e da Digitalização da Imagem. (14)
Figura 10 - Talvez a protecção ideal
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Nos dias de hoje:
Necessidade de evoluir: Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos equipamentos iniciais, sempre com o objectivo de optimizar não só a qualidade das imagens radiológicas obtidas, mas também a dos próprios sistemas de raios X de forma a reduzir a radiação ionizante recebida pelos pacientes, pois acima de um determinado limiar de dose sabia-se ser prejudicial à saúde. Assim, surgiram nas ampolas os diafragmas/colimadores para reduzir a quantidade de raios X emitidos e diminuir a radiação
A imagem radiológica continua a dividir-se em imagem estática e em imagem dinâmica. Há estruturas que se estudam só através de uma imagem fixa como o osso e outras que necessitam de uma análise durante os seus movimentos, como acontece p.ex. com o esófago. (14) No princípio dos anos 50 foi anunciada uma nova vertente na aquisição e visualização das imagens de raio X onde, através de um intensificador de imagem, eram realizados exames funcionais com administração de produtos de contraste, o que realçava as estruturas em estudo e tinha a mais valia de se poder observar as imagens em tempo-real sob controlo fluoroscópico, o que permitia ao médico tomar decisões ainda no local. A individualização de estruturas pelos contrastes não contornou, porém, o problema das sobreposições anatómicas na projecção radiográfica. Por isso, pensou-se como se poderia "cortar" um corpo, eliminando as estruturas situadas anteriormente e posteriormente à estrutura em estudo. O extraordinário desenvolvimento dos computadores quanto à sua capacidade e monitorização, permitiu revolucionar o conceito de Radiologia tornando possível o aparecimento da Tomografia Computorizada (TC) (que rendeu um Nobel ao inglês Godfrey Hounsfield e ao americano Aflan Cormack, em 1979), e a abertura de toda uma gama de novas possibilidades, com especial ênfase para o uso de energias não ionizantes. (1,7,14) O aparecimento de novos métodos de diagnóstico como a ecografia, a mamografia,
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densitometria óssea, tomografia computorizada, PET/CT, PET/RM, ressonância magnética 3T e radiologia digital fazem surgir uma nova especialidade médica – a Imagiologia, isto é, o conjunto de técnicas de diagnóstico que fornecem ao médico uma imagem das diversas partes do corpo humano, independentemente do tipo de radiação ou ondas utilizadas para a “exploração” do paciente. (3,10) Devido ao aparecimento dos computadores acoplados à radiologia, o Radiologista passou a conviver com um novo conceito de representação do objecto radiológico – a representação digital. A imagem digital apesar de ter uma menor resolução espacial quando comparada com a imagem analógica, apresenta vantagens que superam essa limitação. Em primeiro lugar apresenta elevada resolução de contraste, o que se deve a uma maior discriminação dos receptores e à diminuição do ruído que é cerca de 1/10 do da radiografia convencional. Em segundo lugar não é uma imagem imutável uma vez que a gama de cinzentos é ajustável à estrutura em estudo e por último não necessita de um espaço físico gigante para armazenamento das imagens.
Em apenas um exame, é realizado o estudo biológico dos tecidos e a manifestação de doença antes de qualquer sinal anatómico, facilitando ao mesmo tempo a localização de lesões. (4,12,13) Os equipamentos desenvolveram-se criando sistemas de “backup” dos diversos estudos feitos a um paciente uma vez que o confronto de imagens é vantajoso para um melhor diagnóstico. Como tal, valoriza-se cada vez mais o arquivo imagiológico, assim como a transmissão de imagens, dentro de um hospital ou a grandes distâncias (telemedicina).
São apresentadas algumas imagens ilustrativas da evolução desde os primeiros tempos da descoberta dos Raios X até à presente data. São equipamentos que reflectem, além de uma estética melhorada e mais moderna, também a preocupação pelo conforto e pela protecção dos pacientes e respectivos operadores. Antes – Primeiros equipamentos de Raio X:
A melhoria da imagem e dos equipamentos, permitiram o desenvolvimento de técnicas e procedimentos de intervenção guiadas por imagem, como foi o caso da Angiografia, levando a um novo universo de técnicas não invasivas ou minimamente invasivas como alternativa a cirurgias, diminuindo assim os riscos associados a complicações de pós-operatório. (4,11) Alguns procedimentos de intervenção (p. ex. biopsias) são, hoje em dia, “guiados” por várias técnicas imagiológicas, p. ex. por ecografia, mamografia, tomografia computorizada (TC), entre outros. Os novos equipamentos de TC multi-corte estão cada vez mais evoluídos, o extraordinário desenvolvimento dos computadores permitiu que se conseguissem ultrapassar algumas barreiras (p. ex. aumento da capacidade de armazenamento de dados) possibilitando que hoje fosse possível efectuar estudos volumétricos, desde a colonoscopia virtual, com possibilidade de visualização endoscópica das estruturas, estudo das coronárias com resoluções impensáveis e estudos de angio-TC de membros inferiores, entre outras aplicações. Hoje em dia ouvimos falar de equipamentos de TC multi-corte de 128 cortes, equipamentos de dupla ampola, entre outras novidades, que se têm desenvolvido sobretudo graças à inovação tecnológica subjacente. (13) Um método relativamente recente é o PET-CT, uma técnica combinada de aquisição de imagens metabólicas/funcionais (PET) com as imagens anatómicas obtidas através de TC. Através da junção destas duas técnicas num só equipamento é possível efectuar dois estudos conjuntos.
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Hoje – Diferentes técnicas e equipamentos especializados:
Figura 15 - Equipamento de mamografia Figura 11 - Equipamento de Raios X portátil especializado para utilização nas enfermarias
Figura 16 - Equipamento de Tomografia Computorizada – TC
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Figura 12 - Equipamento de Raios X para realização de exames simples de consulta ou de urgência
Figura 17 - Equipamento de Raios X de utilização em ambiente de Bloco Operatório
Figura 13 - Equipamento de Raios X para realização de exames contrastados (fluroscopia – “imagens em movimento”)
Figura 18 - Equipamento de Densitometria Óssea – Dexa
Figura 14 - Equipamento de Raios X utilizado para realização de técnicas de Angiografia e Hemodinâmica
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Outros equipamentos emergentes:
A descoberta destes Raios teve e continuará a ter um grande impacto na nossa sociedade. Esta descoberta e consequente evolução revolucionou toda uma maneira de pensar e agir quer ao nível da medicina, quer ao nível industrial. ■
Referências Bibliográficas:
Figura 19 - Equipamento Ecografia – Ultra-sonografia
1.
www.geocities.com/galeradaradiologia/historia.htm
2.
MADEY, T. E. and BROWN, W. C. (Eds.) History of Vacuum Science and Technology. New York: American Institute of Physics (1984)
3.
www.if.ufrgs.br
4.
ANDERSON , D.L. The Discovery of the Electron . Princeton : D. Van Nostrand Company, Inc. (1964)
5.
DOS SANTOS, C.A. Raios X: Descoberta casual ou criterioso experimento? Ciência Hoje, 19 (114) 26-35 (1995)
6.
WATSON, E.C. The Discovery of X-Rays. American Journal of Physics, 13 , 281-291 (1945)
7.
MANES, G.I. The Discovery of X-Ray. Isis, 47, 236-238 (1956)
8.
www.cbpf.br
9.
www.emsergipe.globo.com/nesseinstante/exibir_notic ia.asp?id=99623
Figura 20 - Equipamento de Ressonância Magnética
10. www.imaginologia.com.br 11. JENSEN, F. 100 years of X-rays Figura 21 - Equipamento de PET-CT
12. www.petscaninfo.com/zportal/portals/pat/petct_basic s 13. www.radiologytoday.net/archive/rt_083004p22.shtml
Conclusão Nada facilitou mais o trabalho dos médicos do que o raio X. "Isso sem falar que deu o pontapé inicial para o desenvolvimento de outros meios de “ver” o organismo, como a ressonância magnética, os ultra-sons e a medicina nuclear". (3) Com todos os equipamentos de que dispomos hoje podemos afirmar que estamos numa nova era da Radiologia. Uma era em que é possível determinar o estádio de uma doença, monitorizá-la, tendo como resultado uma melhoria do estado da saúde e até mesmo a cura. Apesar da utilização médica dos raios X ser a mais comum na vida do cidadão, existem outras utilizações de importância relevante como a verificação de soldas, caracterização de redes cristalinas, aplicações nos campos da Astrofísica e da Astronomia, e ainda mais recentemente na área da pintura para estudo de telas antigas. (8, 9)
14. www.imagiologia.com/imagiologia-radiologia-3.html
Autores:
Cristina Almeida (HSS) Eugénia Arede (HSS e HCF) Susana Vieira (LPCC)
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“Mamografia – Overview” Cristina Almeida, Eugénia Arede, Sónia Costa e Susana Vieira, 2008
Introdução – O que é a mamografia? A mamografia é um exame que tem como objectivo o estudo do tecido mamário, realizado com baixa dose de radiação ionizante (Raio X) [1,2]. É usada no diagnóstico de patologia da mama e é o exame mais adequado para o rastreio de cancro da mama, permitindo a detecção precoce da doença em pessoas sem sinais ou sintomas. Apresenta uma elevada sensibilidade e especificidade e os seus benefícios quanto a uma descoberta precoce e tratamento do cancro de mama são muito significativos, sendo muito maiores do que o risco mínimo da radiação e o desconforto que algumas mulheres sentem aquando da compressão mamária durante o exame [2, 4]. Embora raramente, a mamografia também pode ser realizada em homens, quando estes apresentam aumento da glândula mamária.
Porquê a compressão? A compressão mamária é muito importante pois permite a diminuição da espessura da mama, para que todo o tecido seja visualizado. Este facto faz com que a dose de radiação necessária para a correcta visualização do exame seja menor, uma vez que incide sobre uma espessura menor de tecido. A radiação dispersa é também menor logo, há menor ruído na imagem como tal melhor contraste e consequentemente melhor qualidade da imagem. A compressão permite ainda a visualização de pequenas anormalidades devido à não sobreposição de tecido e reduz o aparecimento de artefactos de movimento devido à imobilização da mama.
A mamografia de rotina é sempre um exame bilateral e consiste em duas incidências a cada mama: 1.
Crânio-caudal (CC)
2.
Mediolateral oblíqua (MLO)
Figura 22 – A: Incidência Cranio-Caudal. B: Incidência Mediolateral-obliqua
Figura 23 – A: Imagem crânio-caudal. B: imagem oblíqua.
Existem ainda incidências complementares para avaliação de situações específicas, que são efectuadas apenas à mama do lado onde existe a dúvida:
Perfil – Indicado para lesões visualizadas numa das incidências de rotina e demonstração do ângulo infra-mamário.
Médio-lateral oblíqua com prolongamento axilar – Indicada para estudo de lesões do quadrante supero-externo
Incidência do vale – Indicada para lesões localizadas na região postero-medial da mama. Deve utilizar-se dose manual.
Compressão localizada – Indicada para demonstrar se um achado duvidoso numa incidência de base, é de facto uma lesão ou não passa de sobreposição tecidular. Efectuada nas projecções (CC) ou (MLO).
Macroradiografia – Frequentemente utilizada para examinar áreas de micro-calcificações. Efectuada nas projecções (CC) ou (MLO).
Podemos afirmar que a mamografia permite a identificação de alterações estruturais do tecido, mas não permite tirar conclusões acerca do tipo histológico (malignidade ou benignidade) da lesão. Como tal é necessário recorrer a técnicas de intervenção para recolha de tecido para citologia ou biópsia [7]. Quando a lesão é apenas visível na mamografia há que seguir a orientação por raios X, usando uma técnica própria, chamada estereotaxia, método utilizado para determinar com precisão a localização de uma lesão suspeita na mama. São escolhidas as coordenadas da lesão em duas incidências mamográficas obtidas com angulações
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da ampola a 15º e através de análise computorizada, determina-se a localização correcta da lesão na mama. Neste sistema a mama permanece comprimida durante todo o procedimento e o prato que comprime a mama tem um orifício através do qual passa a agulha que irá fazer a citologia ou a biopsia [6, 7]. Nos sistemas digitais a dose de radiação é inferior e permite obter imagens quase imediatas reduzindo o tempo de exame e consequentemente o desconforto da paciente. Quando se trata de lesões pequenas, não palpáveis há que referenciálas para que o cirurgião possa remove-las na totalidade. Como tal a lesão é marcada com um fino fio metálico que termina num pequeno gancho que se fixa à lesão, que se designa por “arpão”. Quando a lesão apenas é visível na mamografia tem de se usar a técnica anteriormente descrita (estereotaxia) para orientar a colocação do arpão. Por fim é feita uma mamografia para verificar o trajecto do arpão na mama, confirmar que está no local pretendido e qual a sua relação com a lesão. Depois de removida a lesão a peça é radiografada para confirmar que foi totalmente retirada (procedimento particularmente importante no caso de microcalcificações) [6, 7]. Além da esteriotaxia podemos ainda falar de um exame invasivo que é realizado com recurso à mamografia, denominado de galactografia. Este exame está indicado em algumas situações de corrimento mamilar, sobretudo quando é unilateral ou ensanguentado. Consiste na introdução de produto de contraste iodado nos canais galactóforos realizando-se de seguida a mamografia da mama em causa. Efectua-se nas incidências CC e perfil, geralmente com técnica de ampliação (macroradiografia) [6, 7].
Figura 25 - galactografia demonstrando doença fibroquística
Equipamentos: Existem 3 tipos de aquisição de imagens em mamografia, a Convencional (com recurso a películas), a Digital Indirecta (com recurso a IP´s) e a Digital Directa (com recurso a detectores). [11] Em Mamografia Convencional (MC) (Fig.1) o sistema de registo de imagem é uma combinação filme-ecrã monoemulsionado para minimizar a degradação da resolução espacial e diminuir a dose de radiação. Estes filmes são mais sensíveis em relação a outros utilizados na Radiologia Convencional e o seu processo de revelação é mais demorado. A imagem é visualizada em película [12]. Na Mamografia Digital Indirecta (MDI), a imagem é obtida num aparelho de radiologia convencional (Fig.1) e apenas o IP (Fig.2) tem tecnologia digital. Este IP recebe a imagem obtida pelo equipamento que depois é processada num digitalizador específico, sendo então obtida uma imagem, que pode ser lida num monitor, impressa em película e arquivada em formato digital para posterior visualização e/ou comparação. [11][13]
Figura 26 - Mamógrafo Convencional
Figura 24 - galactografia demonstrando ducto obstruído
Figura 27 - IP (imaging plate)
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A Mamografia Digital Directa (MDD) é uma tecnologia recente que utiliza computadores e detectores (Fig.3) desenhados especificamente para obter uma imagem digital da mama. Os processos de aquisição, exposição e armazenamento são separados e podem ser aperfeiçoados individualmente. Além disto, a análise destas imagens digitais em estações de trabalho com monitores da alta resolução permite uma série de processamentos que podem melhorar as imagens. [11]
processamento da imagem são alteradas em relação à MC. A diferença fundamental consiste na substituição do sistema filme/écran por um detector digital que actua directamente no controle dos parâmetros de aquisição, proporcionando rapidez, simplicidade e qualidade constante. [11]
Figura 30 - Estação de trabalho Figura 28 - detector aquisição directa
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Mamografia Convencional: A MC apresenta algumas limitações. Dentro das principais estão a reduzida amplitude dinâmica, a vulnerabilidade à sub e sobreexposição, a imutabilidade da imagem após o processamento e a limitação de espaço para arquivo das imagens. O processamento lento, a dificuldade para a padronização da qualidade da imagem em função de uma gama enorme de combinações filme/écran/processamento possíveis e a possibilidade de dano ou extravio de películas são também algumas das limitações. Estas e outras limitações da MC tendem a ser superadas pela mamografia digital. [11][13]
Figura 29 - mamógrafo convencional
Mamografia Digital Indirecta: Nas imagens de aquisição digital indirecta, o brilho e o contraste da imagem podem ser alterados, podendo esta ser arquivada e submetida a pós-processamento digital, sem acréscimo de informação além daquela contida na imagem originalmente obtida por MC. O poder de ampliação é significativamente inferior ao da MDD. [13]
Mamografia Digital Directa: Mantendo o princípio base da obtenção da imagem por meio do feixe de Raios-X, na MDD as restantes fases do
Figura 31 - Manipulação das imagens digitais para uma melhor visualização da micro-calcificações (alteração do zoom e inversão do contraste)
Alguns fundamentos não sofrem modificações de um sistema para o outro, como o posicionamento do paciente, a compressão da mama e o feixe do Raios-X. O detector é mais eficiente na absorção dos Raios-X do que o sistema filme/écran, consequentemente, gera uma imagem com menor ruído logo, maior qualidade de imagem. Esta, é visualizada no monitor de aquisição e é disponibilizada em segundos após a exposição, permitindo a verificação imediata da qualidade da imagem assim como o posicionamento (redução no tempo de realização do exame). As imagens adquiridas são transferidas automaticamente para a estação de trabalho, para serem interpretadas pelo médico radiologista. Esta estação é constituída por dois monitores de alta resolução, que recorrendo a algoritmos específicos permitem a manipulação das imagens para melhor diagnóstico. Mamografia Convencional VS Mamografia Digital Directa: O modo de obtenção da imagem (receptor digital vs filme) determina a maioria das diferenças entre a MC e a MDD. Na MC o filme representa o meio de aquisição, exposição e armazenamento da imagem, e apesar de gerar imagens com alta resolução espacial e contraste, há pouca margem para melhorias [13]. Quantos à MDD, as principais vantagens são: a maior quantidade de informação por
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imagem, a eliminação do sistema filme/écran e dos respectivos custos com o processamento, a obtenção da imagem em tempo quase real (10s após a exposição), a possibilidade de manipulação da imagem através da incorporação de uma série de novas tecnologias como o CAD (computer aided detection) e a interpretação à distância do exame (telerradiologia), diminuindo assim a necessidade de repetir o exame, levando consequentemente a uma redução da dose de exposição e do desconforto para a paciente por nova compressão da mama. Permite ainda o arquivo electrónico das imagens, reduzindo assim o espaço físico necessário para arquivo destas. A sua principal desvantagem é o elevado custo para aquisição e manutenção do equipamento. [11]
Os principais sinais de patologia mamária visualizados na Mamografia são:
Nódulos – visualiza-se a sua localização, dimensão, densidade e contornos. Quando apresentam densidade elevada, contornos irregulares e mal definidos são suspeitos de malignidade.
Figura 33 – lesão maligna: carcinoma ductal invasivo
Figura 32 - A e C Mamografia Convencional; B e D Mamografia Digital Directa; A ampliação da escala de tons de cinza da mamografia digital exibe melhor a presença de nódulo em relação à imagem analógica.
Patologia mamária As patologias da mama quer benignas, quer malignas, são doenças muito frequentes nas mulheres. As patologias mamárias benignas mais frequentes são: Doença Fibroquística (atinge aproximadamente 30 a 50% das mulheres na perimenopausa), Fibroadenomas (tumor benigno mais frequente em mulheres com menos de 25 anos) e Cistosarcoma Filóide (variante do fibroadenoma com prevalência em mulheres mais velhas, têm potencial maligno e quando maligno o seu crescimento é rápido). Quanto à patologia maligna, como sabemos trata-se do carcinoma mamário, sendo os mais frequentes os carcinomas mamários ductais e lobulares. [9]
Figura 34 - fibroadenoma com bordas bemdefinidas
Calcificações – visualiza-se a sua localização, distribuição, dimensão e densidade. As lesões malignas numa fase inicial apresentam calcificações intra-ductais. Se as calcificações estão distribuídas num quadrante e apresentam um aumento difuso da densidade, têm maior probabilidade de ser malignas, assim como se forem microcalcificações.
O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente na mulher atingindo, na Europa, pelo menos uma em cada dez mulheres. Em Portugal são diagnosticados por ano cerca de 5000 novos casos de cancro da mama e apesar dos avanços no tratamento é a primeira causa de morte por cancro entre os 40 e os 55 anos e a segunda em todas as idades. A avaliação senológica é feita através da anamnese, do exame físico (observação e palpação) e através de métodos de imagem. No que diz respeito aos métodos de imagem, a Mamografia é o exame de primeira linha para mulheres a partir dos 40 anos, podendo ser aconselhada também a ecografia mas, como método complementar de diagnóstico.
Figura 35 – microcalcificações
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Gânglios (Intramamários ou axilares) – são muito frequentes aquando da presença de patologia maligna da mama. [10]
Benefícios vs riscos da mamografia A imagem latente da mama aumenta a probabilidade de detecção de tumores pequenos permitindo assim mais opções de tratamento e maior probabilidade de cura. A utilização de mamografia em programas de rastreio aumenta a detecção de um crescimento anormal de tecido, que numa fase ainda muito inicial chamada, carcinoma in situ. Estes tumores ao serem removidos nesta fase não causam qualquer dano, sendo este o único método provado que detecta confiantemente este tipo de tumores. É também útil na detecção de todos os tipos de cancros de mama [2, 5]. Claro que todos os exames com recurso a radiação ionizante apresentam riscos. Há sempre uma possibilidade ligeira de ocorrência de cancro devido à radiação, no entanto a dose de radiação absorvida pela paciente numa mamografia é de aproximadamente 0.7 mSv, o que corresponde a mais ou menos 3 meses de exposição à radiação natural. Existe ainda uma quantidade, apesar de baixa, de falso positivos. Cerca de 5 a 15% dos exames realizados requerem exames complementares, para despiste de doença maligna [4]. Não deve ser realizada em mulheres grávidas, a não ser no caso de suspeita de cancro de mama [5].
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Limitações da mamografia
A interpretação de uma mamografia pode tornar-se por vezes difícil pois a imagem de uma mama normal difere de mulher para mulher, uma vez que sinais, cicatrizes, etc. podem simular lesões. De qualquer forma a imagem mamográfica por si só, não é suficiente para determinar a malignidade ou benignidade de uma lesão, sendo sempre necessário o recurso à biópsia, para tal avaliação. Os implantes mamários constituem outro entrave à correcta leitura de uma mamografia pois, devido à sua opacidade radiográfica impedem a visualização dos tecidos que se encontram posteriormente a estes, principalmente quando estão colocados anteriormente ao músculo peitoral [8].
Apesar de a mamografia ser considerada na actualidade o melhor método para rastreio de cancro de mama, não permite a detecção de 100% de cancros, algumas vezes devido a erros técnicos, como de posicionamento, outras devido a erros de leitura e também ao facto de nem todos os cancros poderem ser vistos em mamografia [4]. Conclusão A mamografia continua a ser o método mais importante para a detecção precoce do cancro da mama. Os rastreios de massa demonstram uma redução da mortalidade de 30% por cancro da mama nas mulheres rastreadas. A primeira mamografia deve ocorrer entre os 35 e os 40 anos e não antes por duas razões: o cancro da mama é pouco frequente antes dos 35 anos, por outro lado, os componentes da mama nessa idade fazem com que a visibilidade seja reduzida [3]. Não é habitual a sua realização em mulheres antes dos 35 anos, sem antecedentes familiares de cancro da mama e sem sintomas, nem em mulheres grávidas, como qualquer outro exame que tenha radiação X embora, no caso de suspeita de cancro da mama, se possa realizar com protecção abdominal [5]. Deve ser efectuada de forma periódica, normalmente de dois em dois anos, salvo indicação em contrário e em locais que tenham controlo de qualidade. Apesar das diferenças entre os equipamentos, estudos prévios não encontraram uma melhoria significativa da MDD em comparação com a MC, no diagnóstico precoce do cancro de mama. A sua superioridade reside no estudo de mamas densas, que constituem até hoje, um factor limitante na detecção de lesões mamárias e na diversidade de recursos disponibilizados pelos sistemas digitais. É de salientar que, independentemente do método de escolha é importante oferecer ao paciente uma imagem de excelente qualidade com o menor desconforto possível. Como tal podemos dizer que este é um exame fundamental para as mulheres a partir dos 40 anos, uma vez que permite não só a detecção precoce do cancro da mama em fases curáveis, mas também o aumento do número de anos de vida no caso dos não curáveis [3, 5]. ■ Autores:
Cristina Almeida (HSS) Eugénia Arede (HSS e HCF) Sónia Costa (HIDP) Susana Vieira (LPCC)
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Imagem por Ressonância Magnética – do princípio à actualidade Carlos Ferreira, 2008
Resumo Aplicada em diversas áreas clínicas e em investigação, a Imagem por Ressonância Magnética (MRI), conheceu ao longo dos tempos, diversos avanços desde a sua descoberta. Este artigo de revisão, pretende focar alguns pontos mais importantes desde a descoberta da MRI até algumas aplicações clínicas actuais, sem esquecer algumas das principais normas de segurança bem como produtos de contraste utilizados para aumentar o contraste tecidular.
Fundada por Raymond Damadian, a FONAR Corporation, (1) lançou em 1980 o primeiro aparelho comercial de MRI. Desde este lançamento, assistiu-se a um enorme desenvolvimento da MRI e da sua aplicação para usos clínicos por forma a obter imagens de elevada qualidade do (1,2,3,4). corpo humano Para que esta modalidade de imagem esteja disponível nos nossos dias tal como a conhecemos e com as suas diversas aplicações, foi necessário um enorme processo de desenvolvimento onde inúmeras pessoas tiveram a sua responsabilidade. Olhando para o passado, vemos que este processo de desenvolvimento teve início ainda no século XIX quando, Sir Joseph Larmor em 1897, descreveu pela primeira vez o fenómeno de precessão, sendo hoje em dia denominado (1,5) por precessão de Larmor em sua homenagem. Em 1924, Wolfgang Pauli, sugeriu a possibilidade do núcleo atómico possuir duas propriedades, o spin e o momento (6,7,8) magnético. Na década de 1930, Isidor Isaac Rabi, após uma visita de Cornelis Jacobus Gorter ao seu laboratório, onde ambos trocaram sugestões, conseguiu observar experimentalmente o fenómeno de ressonância e (1,6,7,8,9) determinar o momento magnético do núcleo. Gorter foi, em 1942, o primeiro autor a utilizar a expressão “nuclear magnetic resonance” atribuindo a autoria da (8,9) mesma a Rabi. Várias investigações continuaram a ser desenvolvidas até que, em 1946, Felix Bloch e Edward Purcell em conjunto com os seus colaboradores, conseguiram pela primeira vez medir o fenómeno de ressonância magnética nuclear (RMN) em substâncias sólidas (“bulk matter”), tornando assim a ressonância magnética, numa técnica passível de
ser aplicada na prática. Estes trabalhos foram publicados na revista Physical Review separados somente por duas (1,2,6,7,8,9,10,11,12) semanas de diferença. Após os resultados publicados por Bloch e Purcell, a RMN foi utilizada e desenvolvida em diversos campos para análise molecular física e química, realizando-se também RMN in vivo, sendo publicados diversos trabalhos em (2,6,8,10,11,12) difusão e relaxação, entre outros assuntos. Este uso diversificado da RMN levou a que, no início da década de 1970, Raymond Damadian (1971) apresentasse diferentes tempos de relaxação T1 e T2 em amostras de tecidos cancerosos e normais, amostras estas retiradas de ratos apresentando as amostras de tecidos cancerígenos, tempos de relaxação superiores. Estes resultados representaram uma descoberta bastante importante pois, evidenciaram pela primeira vez, uma aplicação biológica (1,2,6,8,12) importante para a RMN. Baseado na importância dos resultados obtidos por Damadian, Paul Lauterbur desenvolveu a ideia de aplicar gradientes magnéticos em três dimensões e a técnica de “back-projection” para assim obter imagens utilizando a RMN. O seu trabalho foi bem sucedido e, em 1973, na revista Nature, publicou as primeiras imagens obtidas por RMN, onde estavam representados dois tubos de ensaio com água. Lauterbur continuou com o seu trabalho e, em 1974 publicou a primeira imagem de um animal (1,2,4,6,8,11,12,13) vivo. Fundamentado no trabalho de Lauterbur, Richard Ernst em (14) 1975 , sugeriu um novo método de criação de imagens. Em vez do utilizar a técnica de “back-projection” referida por Lauterbur, Ernst propôs o uso de gradientes variáveis no tempo e o recurso à Transformada de Fourier para a criação das imagens. Este método proposto por Ernst é a base dos métodos de reconstrução de imagem das técnicas (1,2,8,12,14) de MRI dos nossos dias. Em 1977, Peter Mansfield publicou no Journal of Physics C: (15) Solid State Physics um trabalho em que propunha uma técnica de aquisição mais rápida, denominada por imagem (1,2,6,8,11,15) eco-planar (EPI). Este métodos desenvolvido por Mansfield é umas das técnicas de aquisição mais rápidas (2,6,11) utilizadas na actualidade. Em 1977, Mansfield e seus colaboradores, apresentaram também as primeiras imagens humanas anatómicas in vivo, representando um (1,2,8) corte anatómico de um dedo.
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Ao mesmo tempo que novas técnicas de imagem eram propostas, Damadian tentava desenvolver o primeiro scanner de RMN. Este foi criado em 1977 e foi chamado de “Indomitable”, fundando no ano seguinte (1978) a FONAR Corporation, a qual foi responsável por construir o primeiro (1,6,12) scanner comercial em 1980.
segurança dos equipamentos. Em 1985, aprovou o uso de aparelhos de ressonância magnética para uso clínico, sendo (13) que em Dezembro de 1985 , apenas nove equipamentos de MRI se encontravam aprovados pela FDA. Novos testes clínicos e experiências de segurança foram realizadas até que, em 1987, a FDA classificou todos os aparelhos com intensidade de campo inferiores a 2T, como aparelhos de (6,13,18,19,20) risco não significante.
Antes de avançar na evolução dos scanners, é a altura para abrir um parêntesis para percerbermos o porquê da evolução do nome de RMN para imagem por ressonância magnética (MRI). Para tal, é necessário recuar até à década de 70, em que se assistiu à introdução de uma nova modalidade de imagem, a Tomografia Computorizada (TC). Esta utiliza raios-x (radiação ionizante) para gerar as imagens do corpo humano. Pelo contrário, a RMN não utiliza radiação ionizante para gerar imagens semelhantes às da TC, aumentando assim o potencial interesse no uso clínico da RMN. Esta vantagem da RMN (ausência de radiação ionizante), associada à conotação negativa da palavra nuclear bem como ao desejo dos hospitais em separar os aparelhos de ressonância magnética dos departamentos de medicina nuclear, conduziu, no início da década de 80, à alteração do nome de RMN para (2,6,11,13) MRI.
A evolução tecnológica da MRI foi uma constante preocupação das empresas e aparelhos com intensidades de campo superiores foram sendo desenvolvidos. Em 1987 (17,20) surgiram os primeiros scanners de 4T. Em Janeiro deste ano, a Siemens colocou em funcionamento o primeiro aparelho com esta intensidade de campo, sendo (17) seguida pela GE em Julho e pela Philips no Outono.
Com a produção do primeiro scanner comercial pela FONAR, outras empresas, como por exemplo a General Electric (GE), a Philips, a Siemens e a Toshiba, aperceberamse do enorme potencial que a MRI apresentava e, também (1,6) se dedicaram a fabricar aparelhos de MRI. A procura do aparelho com o campo magnético ideal rapidamente se tornou numa questão de debate entre os investigadores uma vez que, com o aumento da intensidade de campo magnético, a relação sinal ruído aumenta e, o tempo de exame pode diminuir, devido à diminuição do número de vezes que é necessário amostrar o sinal para produzir suficiente relação sinal-ruído para criar uma (13,16,17,47) imagem. Assim, as diferentes estratégias de marketing das diversas empresas, impulsionaram o desenvolvimento tecnológico dos aparelhos de MRI e diversos aparelhos foram lançados no mercado. Enquanto algumas empresas apostavam em aparelhos de baixa e média intensidade de campo (0.1 a 1T), a GE introduziu em 1982 o primeiro aparelho de alto (1,3,6,12,13,16) campo (1,5T). Apesar de todos estes desenvolvimentos, a U.S. Food and Drug Administration (FDA) aprovava o uso dos equipamentos caso a caso, consoante a avaliação da
Contudo, a introdução de aparelhos com campos mais elevados tornou-se um desafio tecnológico pois, além das questões técnicas que é necessário ter em conta para desenvolver aparelhos de MRI de corpo inteiro (“wholebody scanners”), os elevados custos dos mesmos também representaram e representam uma preocupação. Estes factores levaram assim a que, apenas no início de 1998, o primeiro aparelho de 8T fosse introduzido na Universidade (20,21) de Ohio. Os testes clínicos que foram conduzidos nos novos aparelhos, bem como as experiências de segurança realizadas que demonstraram não existir risco no uso deste (17) aparelhos. Schenck et al, em 1992 , evidenciaram a segurança de aparelhos de 4T e deixaram aberta a janela de que, aparelhos com intensidade de campo mais elevada também seriam seguros. Estas evidências levaram a que a FDA, em 1996, classificasse os aparelhos com intensidades de campo até 4T como aparelhos sem risco significante. Em 2003 uma nova norma da FDA, regulou que aparelhos com intensidade de campo magnético até 8T podem ser utilizados apenas em adultos.
Os aparelhos de MRI continuaram a registar uma evolução (23) constante e, em 2006, Vaughan et al publicou as primeiras imagens de humanos usando um aparelho com uma intensidade de campo magnético de 9.4T. Presentemente, existem no mercado equipamentos de MRI com campos mais elevados, sendo estes utilizados em imagem animal, como por exemplo o aparelho de 11.7T da (24) Bruker BioSpin Group. Apesar de só recentemente os aparelhos de MRI de 3T começarem a ser utilizados na prática clínica, tem-se assistido a um aumento considerável destes aparelhos
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quando comparados com os aparelhos de 1.5T, prevendose que os scanners de 3T se tornem os aparelhos standard (3,12) em MRI. Agentes de Contraste Paralelamente à evolução dos scanners de MRI, e apesar de a MRI apresentar imagens com excelente diferenciação entre estruturas, cedo se chegou à conclusão de que recorrer ao uso de agentes de contraste, forneceria uma melhor diferenciação entre estruturas onde o agente estivesse presente e as estruturas onde este não estivesse. Actualmente, existem vários agentes de contraste aprovados para uso em MRI, tendo estes diversos tipos de agente principal. Uns são baseados em gadolíneo, existindo nove produtos de contraste aprovados com este agente, outros são baseados em manganésio, existindo apenas um agente de contraste com este composto principal e, outros são baseados em óxidos de ferro, existindo dois agentes de (25,27) contraste aprovados com estes agentes.
Os primeiros produtos de contraste para uso em MRI basearam-se em gadolíneo tendo, a Schering, em 1981, registado a primeira patente para a produção deste tipo de agentes. O primeiro produto de contraste introduzido foi o Magnetvist (gadopentetato dimeglumina), tendo obtido a (1,25,26,27) aprovação para ser utilizado em 1988. No ano seguinte, em 1989, a Guerbet introduz no mercado francês (25,27,28) o Dotarem (gadoterato meglumina). Em 1992 é aprovado um novo agente de contraste, o ProHance (25,26,27) (gadoteridol), sendo seguido pelo Omniscan (25,26,27) (gadodiamida) em 1993. O quinto agente de contraste baseado em gadolíneo a ser produzido foi o MultiHance (gadobenato dimeglumina) (25,29) tendo o seu uso sido aprovado na Alemanha em 1998. No ano seguinte, em 1999, dois compostos baseados em gadolíneo foram lançados. O Gadovist (gadobutrol) viu o seu uso aprovado na Suiça nesse ano e, em 2000, ser aprovado na Alemanha enquanto que, o OptiMARK viu ser (25,26,30) aprovado a sua utilização em 1999. Após a aprovação dos vários compostos de gadolíneo acima referidos, dois novos compostos relativamente recentes foram aprovados na Europa. Em 2004, foi lançado o Primovist (ácido gadoxético di-sódio) e em Outubro de 2005, a União Europeia aprovou uso do Vasovist (gadofosveset tri-sódio) nos vinte e cinco estados (25) membros.
Outro grupo de agentes de contraste utilizados tem por base o manganésio. Deste grupo de meios de contraste, apenas o Teslascan (mangafodipir tri-sódio) se encontra aprovado (1997) para utilização, sendo um produto de contraste específico para melhorar a detecção, (25,27,31) caracterização e avaliação de lesões hepáticas.
Os agentes de contraste baseados em partículas de óxido de ferro são outro grupo presente no mercado. O Endorem (denominado por Feridex em alguns países como por exemplo nos EUA) encontra-se aprovado desde Fevereiro de 1996 enquanto que, o Resovist foi aprovado mais recentemente (2001) na Suécia e encontra-se comercializado na Europa e em alguns países (25,27,32) asiáticos. Métodos de Imagem
Os desenvolvimentos tecnológicos verificados no campo da MRI são de tal forma diversificados e de extrema importância que torna-se extremamente exaustivo realizar uma descrição de todos eles daí que, apenas algumas técnicas que permitem diminuir o tempo de aquisição de imagens sejam referidas. A EPI, apesar de muito antiga (introduzida em 1977 por Mansfield), permite diminuir o tempo de aquisição, apresentando-se como o actual método de aquisição de imagem mais rápido, permitindo adquirir imagens em (1,2,6,8,11,15) tempo real.
Outra técnica bastante importante é a imagem paralela que, como a EPI, permite diminuir o tempo de aquisição (33,34,35,36,37) das imagens. Esta técnica, inicialmente (33) introduzida por Carlson em 1987 , utiliza múltiplos elementos que permitem captar o sinal de MRI e algoritmos específicos de reconstrução de imagem para produzir a imagem, diminuindo assim, como foi referido, o tempo de aquisição. A imagem paralela foi desenvolvida por diversos (34) investigadores até que, em 1997, Sodickson e Manning apresentaram a SiMultaneous Acquisition of Spatial Harmonics (SMASH) em que, antes de aplicar a Transformada de Fourier para obter a imagem, os sinais de cada elemento da antena são combinados no espaço k, segundo um factor de ponderação atribuído ao sinal (34,35) registado por cada elemento. Em 1999, Pruessman et (36) al publicaram uma nova abordagem de imagem paralela. Nesta abordagem, estabelece-se um perfil de sensibilidade de cada elemento da antena e executa-se um mapeamento sistemático da zona coberta por cada elemento. Em seguida
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existe a aplicação da transformada de Fourier obtendo as imagens adquiridas por cada elemento, sendo estas combinadas numa única imagem, consoante os perfis de sensibilidade e zona coberta por coberta por cada (35,36) elemento.
Assim, todos os desenvolvimentos acima referidos, bem como inúmeros outros que não mencionados por tornarem esta revisão extremamente longa, contribuíram para tornar a MRI como técnica de imagem de excelência no meio clínico e de investigação. Em investigação pois além da sua elevada resolução espacial, da sua elevada resolução temporal (permite realizar exames em tempo real), a ausência de radiação ionizante torna-a um método extremamente seguro para utilizar em humanos. No meio clínico, com as vantagens acima referidas, associada à sua enorme capacidade de diferenciação tecidular, permite obter imagens de diversas partes do corpo, por exemplo do cérebro, da mama, do coração e do sistema vascular, entre outros, o que torna válida a aplicação da MRI em diversas áreas (3,11,12,35,37) clínicas. Segurança em MRI Antes de abordar algumas das áreas clínicas e de investigação em que a MRI é utilizada, é necessário ter em conta alguns procedimentos de segurança. Estes, têm sido revistos ao longo dos anos, sendo publicado inúmeros trabalhos e artigos. As principais preocupações prendem-se com os efeitos do campo magnético estático, os efeitos dos gradientes, o ruído, os efeitos dos campos de radiofrequência e a segurança dos pacientes e cuidados a ter com (18,20,21,38,39,40,41,42,43) eles.
Associados ao forte campo magnético estático, apesar de não se conhecerem efeitos biológicos consideráveis, é necessário ter em conta os efeitos de atracção que estes exercem em matérias ferromagnéticos, podendo assim causar danos graves ao aparelho ou acidentes com graves consequências para os pacientes, caso um objecto seja atraído pelo aparelho enquanto um paciente se encontra no seu interior. Assim, recomenda-se a total ausência deste tipo de objectos nas proximidades de um aparelho de MRI quer se encontrem pessoas no interior da sala do aparelho (18,20,21,39,41,42,43) quer esta esteja vazia.
Os gradientes de campo magnético utilizados podem estimular os nervos ou músculos dos pacientes por causa das correntes eléctricas que induzem sendo que, a indução destes efeitos, depende de vários factores como por exemplo as propriedades eléctricas do tecido, a polaridade do sinal e a distribuição da corrente no corpo, entre outros. Associados a estes efeitos, níveis de ruído elevados podem ser registados, devido à rápida alteração de corrente que existe nas bobines de gradiente. Com o aumentar progressivo da intensidade dos gradientes, é necessário extremo cuidado na realização dos exames, por forma a não se atingirem os valores máximos recomendados pelas (18,41,42,44,45) normas de segurança.
Os campos de radiofrequência utilizados pelo aparelho de MRI, são transformados em calor no corpo do paciente, o que pode potenciar o aumento da temperatura do paciente bem como o aparecimento de algumas queimaduras. Preocupadas com este assunto, as diversas entidades competentes, debruçaram-se sobre esta temática e definiram valores para uma taxa de absorção (“specific absorption rate – SAR”), que quantifica a quantidade de radiofrequência absorvida pelo paciente. Apesar de diversos estudos realizados que demonstraram que não existe uma aumento excessivo da temperatura dos pacientes, é necessário ter em conta os valores de SAR definidos para que não se causem danos aos (18,20,23,38,40,41,42,43,46) pacientes.
Por fim, mas não menos importante, é necessário adoptar procedimentos de segurança com o próprio paciente. Estes dizem respeito à realização de um conjunto de perguntas prévias, antes mesmo dos pacientes ou qualquer outra pessoa se aproximar de um aparelho de MRI. Este inquérito é de extrema importância, devido às contra-indicações, relativas ou absolutas, que existem para se ser autorizado a entrar dentro da sala de um aparelho de MRI. Não porque realizar um exame ou entrar dentro da sala seja perigoso mas, porque existem certos aparelhos médicos ou objectos que podem causar problemas. Como exemplo podemos referir a presença de corpos estranhos metálicos nos olhos (por exemplo pequena limalha de ferro) que, com a aproximação do indivíduo ao aparelho de MRI, pode ser atraída e, o indivíduo corre o sério risco de cegar. Outros objectos que, usualmente transportamos connosco no dia a dia, como por exemplo chaves, moedas, canetas, também são atraídos pelo magneto e, podem colocar em causa a nossa própria segurança bem como a de todos os que nos rodeiam ao entrarmos dentro da sala do aparelho de MRI
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pelo que, todos os objectos que possam ser atraídos pelo (18,20,21,41,42,43) aparelho, não podem entrar dentro da sala.
demonstraram, estas apresentam um decréscimo na (48,50,51,52) difusão.
Um grande número de trabalhos e investigações têm sido conduzidos na área da segurança e publicados em jornais e revestidas de referência. Para mais informação sobre o assunto, as referências bibliográficas indicadas sobre este tema contém referências a outros trabalhos publicados e, na internet, nos sites www.mrisafety.com, http://www.imrser.org, estão disponíveis, gratuitamente, listas de trabalhos publicados nesta área.
Na área da cardiologia (ver Figura 36), área que apresenta bastantes desafios à MRI devido, por exemplo, ao movimento cardíaco, os últimos avanços verificados, têm afirmado a MRI como modalidade importante na área do diagnóstico e investigação. Estudos recentes demonstram que a relação sinal-ruído superior, uma relação espacial e temporal mais elevada e um menor tempo de exame dos aparelhos de 3T em comparação com aparelhos de 1.5T, permitem a realização de exames com maior qualidade de (12,50,51,52,53) imagem.
Aplicações Clínicas Das inúmeras aplicações da MRI, serão referidas apenas algumas, salientando-se as que, nos últimos tempos, reconheceram a MRI com uma modalidade bastante importante.
Na imagem da mama a MRI, apesar de ter sido realizada pela primeira vez à cerca de 30 anos, apenas nos últimos (12,48,50,51) anos foi aplicada com bastante entusiasmo. Este entusiasmo recente deve-se à publicação em 2003, da primeira edição do American Collegue of Radiology (ACR) Breast Imaging Repostinr and Data System (BI-RADS) (12,49) MRI e aos últimos desenvolvimentos dos aparelhos de MRI, que permitem que a MRI apresente, entre outras características, elevada resolução temporal e espacial, que, associadas à elevada sensibilidade e capacidade para detectar cancros ocultos na mamografia, ecografia mamária e no exame clínico da mama, tornam a MRI num (48,50,51) modalidade de imagem com bom desempenho. Usada no rastreio de pacientes com alto risco, na avaliação de pacientes com um diagnóstico novo de cancro da mama, na avaliação e monitorização do resposta dos pacientes ao tratamento de quimioterapia adjuvante e na avaliação de pacientes com metástases axilares de adenocarcinoma cujo local primário é desconhecido, a MRI permite um (48,50,51) diagnóstico de elevada acuidade. No futuro, com a crescente utilização clínica de aparelhos de MRI de elevados campos, que permite aumentar a relação sinal-ruído, a MRI da mama pode beneficiar do aumento da resolução espacial e diminuição do tempo de (12,48,50,51) exame. O aumento da intensidade do campo magnético, permite também aumentar a diferença espectral entre a gordura e a água, o que permite a realização de espectroscopia na mama para descriminar com maior exactidão tecido normal, tecido maligno e tecido necrótico. Uma maior aplicação de sequências de difusão, permitirá determinar com maior exactidão a malignidade da lesão pois, como estudos recentes
Figura 36 - - Imagem cardíaca de quatro câmaras T2 FLASH obtida a 3T. Fonte: Terry Duggan Jahns (12) Com a permissão de www.eradimaging.com
Os exames de MRI cardíaca requerem uma equipa de médicos cardiologistas, médicos radiologistas e técnicos de radiologia especializados na área, sendo realizados para avaliar a morfologia e função do coração, válvulas e grandes vasos associados, avaliar a perfusão e a viabilidade do miocárdio e é extremamente útil na realização da (12,37,50,51,52,53) angiografia coronária. Com a constante evolução tecnológica que se tem verificado ao longo do tempo, espera-se que as técnicas utilizadas em MRI cardíaca sejam optimizadas e se desenvolvam novas técnicas para assim, se atingirem melhores resultados quando comparados com os actuais e, proporcionarem a possibilidade de se começar a obter (52,53) informação fisiológica e metabólica. A capacidade dos aparelhos de MRI em fornecer excelente caracterização tecidual em conjunto com os vários mecanismos de contraste, as imagens em vários planos, a incapacidade de visualizar directamente as áreas de interesse, a capacidade de obter fornecer informação funcional e estrutural e a ausência de radiação ionizante (aspecto importante na protecção dos pacientes e profissionais de saúde), abriram novas portas à utilização (54,55,56,57) da MRI em procedimentos de intervenção. Estes
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procedimentos de intervenção englobam todos os procedimentos menos invasivos em que a MRI é utilizada como modalidade de imagem para os guiar, bem como os procedimentos cirúrgicos invasivos (por exemplo cirurgias (54,56) abertas). A utilização da MRI nestes procedimentos visam tornar os mesmos mais eficientes, mais eficazes e (54,55,56) diminuir a invasividade dos mesmos. Apesar da aplicação inicial da MRI a procedimentos de intervenção ter enfrentado algumas dificuldades por causa do desenho dos equipamentos de MRI (equipamentos fechados), novos equipamentos têm sido desenvolvidos (equipamentos abertos) que permitem acesso parcial ou total ao doente, consoante a configuração dos aparelhos de (55,56,57) MRI. A evolução verificada também nos sistemas de monitorização do paciente, sistemas terapêuticos e instrumentos utilizados nas cirurgias ou em procedimentos terapêuticos, permitiram que existam cada vez mais sistemas e instrumentos seguros em MRI, aumentando assim o número e variedade de instrumentos e aparelhos que podem entrar dentro da sala do aparelho, aumentando assim, o número e a diversidade de procedimentos (55,56,57) intervencionais realizados. Como exemplo dos vários procedimentos podemos referir a ablação por rádiofrequência guiada por MRI, a biópsia guiada por MRI, o mapeamento térmico, a angiografia de intervenção por (54,55,57) MRI, neurocirurgias, entre outros. Emergindo como uma modalidade de excelência em procedimentos de intervenção, novos desenvolvimentos tecnológicos são esperados (como por exemplo, o desenvolvimento de robôs seguros em MRI), possibilitando o aumento das potencialidades da MRI no campo da (54,55,56,57) intervenção. A MRI Funcional (fMRI) muitas vezes refere-se ao bloodoxygenation-level-dependent (BOLD) contraste, efeito que está associado à relação entre a resposta hemodinâmica e a actividade neuronal. Este efeito foi descrito pela primeira (58) vez em 1990, por Ogawa et al sendo que, os primeiros estudos publicados que demonstram a relação entre o efeito BOLD e actividade neuronal foram publicados pouco (59) tempo depois. Actualmente, a fMRI utilizando o efeito BOLD, é um dos métodos preferenciais para medir a (51) actividade cerebral. Começando por ser uma actividade de investigação utilizada em estudos cognitivos e neuropsicológicos (ver Figura 37), a fMRI foi aplicada à prática clínica sendo utilizada em várias aplicações, como por exemplo, no (12,35,51) planeamento cirúrgico.
Figura 37 - Mapa de activação funcional de um paradigma motor realizado a 3T. Com a permissão de José Rebola
A fMRI realizada em aparelhos de elevados campos, permite uma melhor relação sinal-ruído e verifica-se um aumento do sinal BOLD que permite identificar áreas activas que, a campos mais baixos não eram (51,53,60) identificáveis. Os aparelhos de alto campo serão, provavelmente, os mais utilizados no futuro e, os primeiros (23) resultados publicado por Vaughan et al de imagens de humanos usando um aparelho de 9.4T corroboram a qualidade e as vantagens de se utilizarem aparelhos de alto (23,60) campo em MRI. No futuro, para uma melhor compreensão da actividade funcional, os avanços tecnológicos esperados (por exemplo imagem paralela e o uso de antenas dedicadas de múltiplos (51,53,60) canais) não serão suficientes. É necessário adoptar uma abordagem multimodal e recorrer a um conjunto de técnicas não invasivas (por exemplo o electroencefalograma), aprofundando ao mesmo tempo o conhecimento da resposta hemodinâmica para assim, se (60) atingir uma maior compreensão da actividade funcional. A realização de estudos dinâmicos também é possível com a utilização da MRI. Esta aplicação é possível de realizar TM desde 1996 quando a FONAR introduziu o Stand-Up MRI, tendo o seu nome sido alterado posteriormente para Fonar (61) UPRIGHT® Multi–Position™ MRI. Este aparelho permite a realização de exames com o paciente sentado, deitado ou em pé, podendo realizar flexão e extensão da zona de interesse. Vários estudos têm sido publicados sobre o tema, demonstrando as vantagens da realização dos exames de MRI em várias posições, permitindo um diagnóstico clínico (61,62) mais preciso. Para mais informação sobre o assunto, é possível consultar, gratuitamente, o site da FONAR em http://www.fonar.com/standup.htm.
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Conclusões e perspectivas Os avanços tecnológicos verificados na área da MRI permitiram abrir a porta a uma nova modalidade de imagem, bastante utilizada na actualidade. A sua capacidade de excelente diferenciação tecidular, aliada à elevada resolução temporal e espacial e à não utilização de radiação ionizante, torna-a uma modalidade com elevado poder nas áreas clínica e científica. Os actuais equipamentos, já potenciam o uso da MRI em novas áreas, por exemplo o caso da imagem molecular (63) (imagem de acontecimentos a nível celular e sub-celular) esperando-se que, o desenvolvimento dos equipamentos actuais e o florescimento do uso de aparelhos de 7, 9.4 e 11.7T (este em desenvolvimento no Laboratório Europeu (64,65) Neurospin ), permitam aumentar a qualidade das imagens adquiridas e potenciar o desenvolvimento e crescimento das actuais técnicas bem como o desenvolvimento de novas técnicas que permitam aumentar a qualidade clínica e investigacional da MRI. Agradecimentos Ao Dr. Hugo Ferreira da Siemens, venho agradecer a aquisição e tratamento das imagens funcionais. Ao José Rebola, Dra. Terry Dugan-Jahns e Eradimaging agradeço a permissão para a inclusão de imagens. Ao Professor John Schenck e Professor Frank G. Shellock pelos artigos e apoio disponibilizados. ■ Referências Bibliográficas:
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Autores:
Carlos Ferreira (Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem)
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Devido ao avanço da hora o período para Visita aos Stands, Posters e Coffee Break foi reduzido. Seguiu-se uma Comunicação Livre intitulada “Avaliação da Estabilidade de um Protector Solar Comercial”, apresentado pela Dr.ª Lina Fernandes e Dr.ª Daniela Rego. Este trabalho de investigação foi desenvolvido no âmbito do seu trabalho de investigação.
Realizou-se nos dias 11 e 12 de Outubro de 2008 o «XXII Encontro Nacional dos Técnicos de Farmácia» subordinado ao tema «Rumo à Mudança - Um Novo Olhar Sobre a Profissão», no Auditório da Escola Superior de Saúde de Faro - Universidade do Algarve. Sábado, 11 de Outubro de 2008 O XXll Encontro dos Técnicos de Farmácia teve início com as palavras proferidas pelos seus honrosos convidados, nomeadamente o Dr. Rui Lourenço Presidente da ARS Algarve, o Dr. José Apolinário Presidente da CMF, Dr.ª Isilda Gomes em representação do Governo Civil de Faro, a Prof.ª Doutora Dulce Estêvão Directora do Curso de Farmácia da ESSaF e o Mestre João José Joaquim (Presidente da APLF); bem como e pela presidente da Comissão Organizadora a Dr.ª Ana Lisa Vieira.
Dr.ª Lina Fernandes e Dr.ª Daniela Rego
Após a sessão de abertura o Dr. Luís Dupont, do Sindicato das Tecnologias da Saúde (SCTS) destacou a temática dos desenvolvimentos da profissão, referindo a nova legislação, na actual situação da reestruturação das carreiras públicas.
A primeira Mesa Redonda, que teve como tema: “Novos Horizontes da Profissão” foi moderada pelo Mestre Luís Braz (ESSaF, UALg).
Dr.ª Ana Lisa Vieira e Dr. Luís Dupont
Prof. Doutora Ana Grenha, Mestre Luís Braz, Dr.ª Paula Pires Antunes e Dr.ª Ana Rita Simões
- A Dr.ª Ana Rita Simões , da Linha de Cuidados de Saúde, S.A falou sobre “O papel do Técnico na Linha Saúde 24”. A Linha Saúde 24 é uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa responder às necessidades manifestadas pelos cidadãos em matéria de saúde, contribuindo para ampliar e melhorar a acessibilidade aos serviços e racionalizar a utilização dos recursos existentes através do
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encaminhamento dos Utentes para as instituições integradas no Serviço Nacional de Saúde mais adequadas.
Prof. Doutora Ana Grenha
Dr.ª Ana Rita Simões
A Dr.ª Paula Pires Antunes, do Hospital Universitário de Coimbra, abordou o tema da “Fitoterapia: Um Novo Desafio”, referindo muitos vezes ao longo do seu trabalho as interacções que os fitoterápicos podem ter ao interagir com outras substâncias, diminuindo ou aumentando os seus efeitos ou até mesmo provocando reacções tóxicas ao organismo. Foi apresentada uma lista com algumas das interacções.
Seguiu-se o almoço livre… Passeio Convívio Formosa
de
Barco
pela
Ria
Dr.ª Paula Pires Antunes
A Prof. Doutora Ana Grenha, do Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural / Institute for Biotechnology and Bioengineering / Universidade do Algarve (CBME/IBB-LA, UAlg) apresentou o seu trabalho de Investigação: Aplicação de Sistemas Nanoparticulados na Administração de Fármacos.
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Durante a tarde os participantes do encontro tiveram oportunidade de um passeio convívio de barco, através de recortados e estreitos canais da Ria Formosa. A Ria Formosa é um local único dotado de uma beleza excepcional e riqueza ecológica extraordinária. É uma das maiores reservas naturais a sul da Europa, um sistema lagunar único, um misto de sapais, ilhotas e canais protegidos por ilhas arenosas que se estende paralelamente á linha da costa sotavento do Algarve onde existem praias magnificas, entre as quais se encontra a ilha da Armona, Culatra, Farol e Faro que são considerados literalmente pequenos paraísos.
A Ria Formosa é um berço gigantesco de peixe e marisco. É considerada a maternidade dos peixes, pois é aqui que o peixe desova e se desenvolve só depois sai para o Oceano Atlântico, como o caso da dourada, do sargo, do salmonete, do linguado etc., a nível de moluscos, bivalves e crustáceos é uma ria riquíssima na criação, produção e reprodução de amêijoa boa, o berbigão, o lingueirão, a ostra, a amêijoa canita, o mexilhão, o búzio, o polvo, o choco, a santola, o camarão entre outros. A Ria Formosa constitui zona de passagem para muitas aves que migram entre o Norte da Europa e a África. Constitui também uma área de grande interesse botânico, sobretudo pela vegetação de dunas e sapal. Estas características naturais e a sua situação geográfica elegeram-na como área de grande importância do ponto de vista da avifauna, sobretudo a aquática.
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Durante a viagem os participantes do encontro desembarcaram na Ilha do Farol, passearam sobre o seu areal onde puderam apreciar a paisagem.
Ao longo do percurso tivemos oportunidade de observar os viveiros de amêijoa, sendo esta a maior área de produção de moluscos bivalves do nosso País, representando mais de 80% das exportações do nosso País neste domínio e mais de 70% dos bivalves que se consomem no nosso país.
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Jantar de Convívio Foi num ambiente calmo e moderno que se esteve no jantar convívio do encontro, no restaurante “O Gimbras”, em Faro, um restaurante de referência pela sua gastronomia. Uma vez mais, em ambiente familiar, reinou a boa disposição num serão de noite agradável.
Domingo, 12 de Outubro de 2008 O segundo dia iniciou-se com mais uma Comunicação Livre, apresentada pelo Dr. Filipe Soares, Técnico de Análises Clínicas e Saúde Pública do Hospital de Faro, E.P.E, cujo tema se intitulou “Testes Rápidos em Farmácias - Qualidade e Interferência nos Resultados”. A Prof. Doutora Vera Ribeiro, do Centro de Biomedicina Molecular e Estrutural / Institute for Biotechnology and Bioengineering / Universidade do Algarve (CBME/IBB-LA, UAlg) destacou “ O Papel da Farmacogenética na Eficácia e Segurança Clínica dos Fármacos”. A segunda Mesa Redonda teve como tema: “O Papel do Técnico de Farmácia no Aconselhamento”, esta foi moderada pelo Mestre Rui Cruz, da Escola Superior Tecnologias da Saúde de Coimbra (ESTSC).
Dr.ª Vanessa Mateus, Mestre Rui Cruz, Mestre André Coelho e Dr.ª Tânia Nascimento
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A Dr.ª Tânia Nascimento, da Escola Superior de Saúde de Faro, Universidade do Algarve abordou o “Aconselhamento e Seguimento em Dermofarmácia e Cosmética”. O Mestre André Filipe Coelho, da Escola Superior das Tecnologias da Saúde de Lisboa (ESTeSL) destacou a temática das “Interacções Medicamentosas mais Frequentes”, referindo em particular diversos casos clínicos que decorrem com regularidade.
Dr.ª Ana Lisa Vieira e a Dr.ª Sofia
Mestre André Coelho
Sessão de Encerramento
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A Dr.ª Vanessa Mateus, da Escola Superior das Tecnologias da Saúde de Lisboa (ESTeSL) realizou uma comunicação acerca do “Acompanhamento Farmacoterapêutico em Farmácia Comunitária”, referindo a importância do profissional de Saúde neste âmbito no que diz respeito aos novos serviços que a Farmácia Comunitária presta; paralelamente enquadrou esta temática na lei em vigor.
Dr.ª Vanessa Mateus
Passagem do Testemunho O XXIII Encontro Nacional dos Técnicos de Farmácia será organizado pelo Hospital Fernando Fonseca, mais conhecido por Hospital Amadora – Sintra, tendo a próxima Comissão Organizadora recebido o testemunho pelas mãos da Dra. Sofia.
Muitos Parabéns à jovem comissão organizadora pelo trabalho desenvolvido e organização deste encontro! AL (C- 027552063)
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I.A.S. Conference 2008 – Scotland Reportagem por Susana Monteiro, 2008 O IAS (Institute of Anatomical Sciences) é uma organização cujo principal objectivo é a troca de informação e recursos entre cientistas de todos os cantos do mundo e de diferente áreas da ciência, no sentido de evoluir o seu trabalho e expandir as suas qualidades. O denominador comum? A Anatomia.
Foi inicialmente fundado em 1984 no sentido de premiar talentos entre os técnicos que contribuem para a evolução no ensino da Anatomia. As competências de um técnico num moderno departamento de Anatomia podem variar desde técnicas de embalsamamento e manutenção de peças anatómicas, preparação especializada de material para o ensino e investigação até ao uso de material audiovisual avançado e tecnologia informática. Mais recentemente, disciplinas como a Histologia, a Patologia, Quiroprática e Execução de Modelos, foram adicionados aos interesses desta Instituição.
“Vertically integrating anatomy into medical training” (Prof. Ian Parkin),
“Anatomy and Science” (Roger Soames),
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No passado dia 07 de Setembro, o I.A.S. concretizou mais um dos seus encontros regulares, desta vez em Edimburgo, Escócia e como não podia deixar de ser, o TDT Online esteve lá.
Debaixo do inesperado sol que banhou a cidade de Dundee, lá se realizou a conferência no moderno edifício da Universidade de Dundee.
Este ano os temas debatidos foram:
“Plastination” (Marc Moghbel), “The art of anatomy – anatomical illustration through history to the present day” (Caroline Needham), “Human Anatomy: a foundation for all forensic artists” (Gregory Mahoney), “Facial Anatomy & Identification of the Dead” ) Caroline Wilkinson, “Virtual Anthropology” (Patrick Randolf-Quinney), “Disaster Victim Identification (Lucina Hackman e finalmente “Is it Legal?” (Xanthe Mallett-Telling).
A comitiva da Universidade de Bristol a apreciar a cultura local.
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Como sempre concretizou-se a competição de posters, este ano com três prémios:
foi possível confraternizar com todos os membros do I.A.S. em ambiente relaxado que tanto caracteriza as conferências desta instituição.
- Dissection Competition – The Marjorie England Prize – Winner – Lucie Booth, Universidade de Cambridge com “Dissection of the orbit”. Certificados de mérito: Liz Incles e Carys Jones, ambas da Universidade de Bristol - Museum Competition – The Fellows Prize – Winner – Steve Gaze, Universidade de Bristol, with “Arterial resin cast of the female pig pelvis. Certificado de mérito: Kate Sparey, Universidade de Bristol. - Open Competition – The Astons Funeral Services Prize – Winner – Sarah Gosling, Universidade de Bristol, “The autonomic nervous system”. Certificado de Mérito – Susana Monteiro, Universidade de Bristol.
O presidente do I.A.S Steve Gaze sempre com a sua boa disposição a marcar os eventos.
Alguns dos felizes contemplados dos prémios I.A.S.
A conferência terminou com um agradável jantar na Residência de Estudantes da Universidade de Dundee onde
Para o ano há mais, em local ainda a definir, mas o TDTOnline gostaria de alertar todos os técnicos portugueses interessados em saber um pouco mais sobre as várias vertentes da Anatomia, que o I.A.S. disponibiliza bolsas para custear despesas de transporte para os membros internacionais que queiram participar nas suas actividades. Consultem o site renovado para mais informações. (www.anatomical-sciences.org.uk). ■
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Casos Clínicos do Radiology Picture of the Day Nesta edição da TDTOnline Magazine mostramos-lhe mais 3 casos do site Radiology Picture of The Day, desta vez um caso sobre Hemangioma Infantil (Dr Ahmed Haroun), um caso sobre Estenose da Artéria Renal (Dr Laughlin Dawes ) e finalmente um caso sobre Luxação do Tendão do Bíceps (Dr Frank Gaillard). Caso queiram publicar algum caso clínico na TDTOnline Magazine por favor enviar os trabalhos para: magazine@tdtonline.org
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Infantile Hemangioma
1-year old girl with presents with scalp hemangioma since birth. 3D CT demonstrates a midline hemangioma with hypertrophied feeding arteries and draining veins. Infantile hemangioma is a benign neoplasm of endothelial cells. They commonly develop in neonates within first few months of life. These birthmarks are more common in whites. Girls are affected 3-5 times more often than boys.
Most infantile hemangiomas undergo rapid initial proliferation, with a subsequent plateau phase at age 9-10 months, before finally involuting. The involution phase extends from 1 year until 5 to 7 years of age. About 50% of lesions are completely resolved in 5 years. DD: other neonatal and infantile soft tissue sarcomas e.g. fibrosarcoma or rhabdomyosarcoma. In general,
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hemangiomas are characterized by discrete margins, relatively homogenous signal intensity, and homogenous contrast enhancement, whereas sarcomas tend to be heterogeneous. Cases that do not exhibit the typical appearance and growth patterns for hemangioma are often biopsied to exclude malignancy. Here is a sagittal CT.
References: 1. Infantile Hemangioma: Diagnosis and Treatment Strategies. 2. Donnelly etal; Vascular Malformations and Hemangiomas. A Practical Approach in a Multidisciplinary Clinic. AJR 2000; 174:597-608.
Credit: Dr Ahmed Haroun
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Renal Artery Stenosis
This 10 year-old boy presented with hypertension. A renal angiogram was performed which shows a tight stenosis of a right upper pole renal artery branch. There is post-stenotic dilatation of the affected vessel, and there are collaterals to the affected segment from surrounding normal arteries.
Renal artery stenosis is a cause of hypertension, as the affected segment excretes excessive renin in response to hypoperfusion. Renal artery stenosis is a common cause of paediatric hypertension. It is most often due to intimal, perimedial or adventitial fibrodysplasia, the narrowing usually being in the midportion of the main renal artery.
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Branch stenoses are however common. This condition must be discriminated from medial fibrodysplasia, which occurs in young adult women - the “string-of-beads” appearance typical of that disease is not seen. Approximately one-third of cases of paediatric renal artery stenosis are associated with neurofibromatosis.
Reference:
Silverman FN, Kuhn JP. Essentials of Caffey’s Paediatric X-Ray Diagnosis. Year Book Medical Publishers. 1990.
Credit: Dr Laughlin Dawes
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Biceps Tendon Dislocation
The tendon of the long head of biceps is usually located inferiorly in the bicipital groove held there by the transverse humeral ligament. As it moves superiorly it arches through the rotator cuff interval where it is held by a sling formed by the superior glenohumeral ligament and the coracohumeral ligament (see diagram here) When this ligament is deficient the tendon is free to dislocate medially. If the tendon of the subscapularis is intact then the tendon is seen lying anterior to it (as in this case). If, as is common, the subscapularis tendon is also deficient then the tendon of the long head of biceps can prolapse into the glenohumeral joint.
Diagnosis is best made on axial MRI images, where the bicipital groove is seen to be empty, and the tendon can be identified medially. If the tendon cannot be identified then a complete tear of the tendon should be sought. For a non-annotated version of this image, please visit Radiopaedia.org here. ■ References: 1. Musculoskeletal MRI – Kaplan 2. Krief OP “MRI of the Rotator Interval Capsule” AJR 2005; 184:1490-1494
Credit: Dr Frank Gaillard
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Normas para a publicação de artigos científicos na TDTOnline Magazine
Com a finalidade de uniformizar os artigos recebidos pela Equipa do Tecnologias da Saúde Online e consequentemente divulgados na TDTOnline Magazine, torna-se necessária a definição de normas próprias para a publicação de artigos científicos, de forma a estimular o interesse e curiosidade dos visitantes/leitores.
Selecção de Artigos 1. Serão aceites os temas que se enquadrem no âmbito de cada publicação e da temática do site “Tecnologias da Saúde Online”, após avaliação pelos membros designados pela administração do supracitado site.
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