CONCERTO DE HOMENAGEM A
Orquestra sinfónica Juvenil: estruturada financiada por:
CHRISTOPHER BOCHMANN
Apoiam a Orquestra Sinfónica Juvenil:
A OSJ agradece à EGEAC / São Luiz Teatro Municipal as facilidades concedidas para a realização deste concerto
www.sinfonica-juvenil.com
São Luiz Teatro Municipal
S. Luiz – Teatro Municipal Concerto de Homenagem a Christopher Bochmann, por ocasião da jubilação de Professor Catedrático da Universidade de Évora.
Uma iniciativa da Orquestra Sinfónica Juvenil Cinco compositores apresentam pequenas peças em homenagem a Christopher Bochmann. A base de cada uma, é uma transliteração do nome do homenageado para as notas do alfabeto musical. Christoopher Bochmann C – dó natural / H – si natural / S – mi bemol E – mi natural / B – si bemol / A –lá natural
Graça Fonseca
Manuel Heitor
Homenagear o Professor Doutor Christopher Bochmann é antes de mais parar para lhe agradecer. Fazê-lo através de um concerto pela Orquestra Sinfónica Juvenil, em que será interpretada uma obra da sua autoria, é ter a oportunidade de experienciar essa gratidão e a sua justiça. Enquanto Maestro-Titular, foi pela sua mão que a OSP se emancipou, atravessando o período da sua juventude até à idade adulta. Foi consigo que conquistou o lugar incontornável que hoje ocupa no seio das grandes orquestras portuguesas.
Elogiar Christopher Bochmann é reconhecer o músico, o professor e o Homem que promoveu uma cultura humanista de conhecer e aprender música como um espaço de tolerância entre os mais novos e em continuo diálogo com profissionais adultos.
Ministra da Cultura
Para além disso, igualmente gratos, recordemos o papel enquanto docente no Instituto Gregoriano de Lisboa, no Conservatório Nacional e ainda na Escola Superior de Música de Lisboa, da qual foi diretor e onde, quase 20 anos, coordenou o Curso de Composição. Até há bem pouco tempo, foi ainda Professor Catedrático da Universidade de Évora, onde foi diretor da Escola de Artes. Pela sua batuta terão passado centenas de jovens músicos e compositores, confundindo-se assim a sua vida entre nós, com a própria história recente da música erudita em Portugal. Terá dito numa entrevista: “Sou músico, que não tem vergonha de sentir lágrimas nos olhos”. E nós hoje afirmamos, agradecidos e sem vergonha, que é com muita honra que brindamos, comovidos, à sua vida ao som da sua música. Obrigado ao Professor, Mestre e amigo Christopher Bochmann.
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
A sua ação no desenvolvimento e promoção da Orquestra Sinfónica Juvenil no panorama das orquestras portuguesas deve-nos respeito e, sobretudo, muita alegria. Enquanto professor de música, lançou novos curricula, promoveu novas pedagogias de ensino/aprendizagem e dirigiu várias escolas, incluindo a Escola Superior de Música de Lisboa e a Escola de Artes da Universidade de Évora. Mas, sobretudo, deixou “Escola” tendo sido absolutamente transformador na formação de muitas gerações de jovens músicos e compositores, que hoje já fazem parte da história da música erudita em Portugal. Por outras palavras, elogiar Christopher Bochmann requer a humildade necessária para compreender a complexidade dos processos de evolução da música em Portugal e do seu crescente reconhecimento internacional.
Christopher Sainty
José Manuel dos Santos
Embaixador do Reino Unido
Administrador e Director Cultural da Fundação EDP É para mim um grande prazer e orgulho, enquanto Embaixador do Reino Unido em Portugal, mas também como comum melómano, honrar os muitos talentos e feitos de Christopher Bochmann OBE, nesta ocasião muito especial, o concerto de homenagem pela Orquestra Sinfónica Juvenil, da qual é maestro residente desde 1984.
O impacto que Christopher Bochmann teve no ensino, composição e direção musical em Portugal é verdadeiramente notável. Inspirou e influenciou toda uma geração de compositores e músicos portugueses. Quando estudei o seu trabalho, impressionou-me a espantosa variedade de formas e géneros musicais que abraçou ao longo da sua carreira, e com a inovação e criatividade que são características da sua composição musical.
Parece-me que a energia e a paixão de Christopher Bochmann nunca perderam intensidade ao longo das suas quatro décadas em Portugal, quer como Director e Chefe de Composição da Escola Superior de Música de Lisboa, quer como Professor da Universidade de Évora. Criou inúmeros grupos corais e orquestras; deu inúmeros concertos e dirigiu muitas estreias de novas obras de compositores portugueses. Gravou, também, inúmeros registos de grande qualidade. Foram-lhe atribuídos muitos prestigiados prémios e é uma das poucas pessoas a ter sido homenageada tanto pelo Governo Português - em 2004 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura -, como por Sua Majestade a Rainha - de quem recebeu o título Oficial da Ordem do Império Britânico (OBE) em 2005.
Este concerto assinala a retirada de Christopher Bochmann da academia musical e sei que todos se juntarão a mim para lhe desejar um futuro muito feliz. Não tenho dúvidas, contudo, de que vai continuar a inspirar inúmeros músicos e audiências por muitos e bons anos.
Quem o vê dirigir a orquestra fixa logo a sua atitude enérgica, os gestos exactos, a exibição sóbria. Energia, exactidão, segurança e sobriedade são palavras que podemos juntar ao nome de Christopher Bochmann. Foi com elas que ele fez uma carreira de prestígio e discrição, de trabalho e talento (do talento que o trabalho dá e do trabalho que o talento dá). Compositor, maestro, pedagogo e professor, põe uma energia inesgotável em tudo o que faz. A exactidão é de temperamento e de carácter, ética e estética, artística e musical. A segurança é-lhe dada por um conhecimento feito prática e uma prática transformada em conhecimento. A sobriedade é a marca da sua personalidade que põe o seu eu (com todos os recursos que tem) ao serviço da música - e não a música (com todos os poderes que possui) ao serviço do seu eu. Todos os que o conhecem falam da sua exigência consigo e depois com os outros. Registam a sua enorme sabedoria e os seus dons de análise musical. Enaltecem o seu trabalho, a sua dedicação, a sua entrega. Testemunham a sua recusa do que é fácil, insuficiente, medíocre e pequeno. A grandeza de Bochmann não é uma grandeza pejorativa ou petulante. Muito menos histriónica e falsa. É uma grandeza simples e sólida, acertada com a música e com a seriedade do seu amor por ela. Em todos os lugares e funções onde esteve e está, deixa sempre um exemplo de competência profissional e desapego pessoal, de rigor e justeza. Dizem que ser isto é ser muito inglês. Se for verdade, pois ainda bem que há ingleses que são muito ingleses... Tenho acompanhado a sua insubstituível acção à frente da Orquestra Sinfónica Juvenil e a parceria feliz e fecunda que faz com Vítor Mota. Os dois têm dado a esta orquestra-escola uma primazia no nosso meio musical e pedagógico. Por reconhecer isto mesmo, a Fundação EDP, de que tenho a honra de ser administrador e director cultural, é, desde há muitos anos, o mecenas principal da OSJ. E, pelos seus méritos, eu tive o gosto de, com sucesso, propor o maestro Bochmann para membro da Academia Nacional de Belas Artes. Neste momento de homenagem, quero juntar as minhas calorosas palavras de apreço a todas as palavras que aqui lhe testemunham admiração, amizade e gratidão. Vemos Christopher Bochmann a dirigir com o entusiasmo medido pelo que está a fazer e a alegre certeza do dever cumprido e do muito que ainda tem para fazer. No fim, os aplausos dizem-lhe o louvor e o reconhecimento pelo modo como dirigiu a orquestra. Ele agradece com uma vénia cortês e despojada. Mas, nesta imagem de um rigor clássico, há, subitamente, uma nota barroca que surge para nos dizer que tudo apela ao seu contrário ou pelo menos à sua variação. Essa nota barroca é o cabelo branco e farto que, quando ele se curva, se move e desalinha, caindo-lhe para a frente do rosto. Mas ele prontamente o compõe e alinha, porque ama o rigor que corrige o excesso e sabe que a música, tal como a vida, é um jogo eterno entre molto e poco, alto e basso, forte e piano , allegro e adagio.
Direcção da OSJ Em Novembro de 2020, Christopher Bochmann completou 70 anos de idade, e, por imperativos legais, jubilou-se do seu cargo de Professor Catedrático da Universidade de Évora. A Orquestra Sinfónica Juvenil entendeu assinalar esta data, de tão grande significado pessoal e profissional, prestando uma homenagem ao homem, ao músico, ao pedagogo, ao compositor e ao maestro. De todas estas múltiplas dimensões e facetas, a OSJ conhece o valor e a importância, pois tem beneficiado delas no valiosíssimo trabalho que Bochmann tem realizado connosco. O concerto de hoje é, assim, uma simbólica e muita merecida homenagem que a OSJ presta ao seu maestro-titular e director artístico, em reconhecimento do papel fundamental que nela desempenha há 36 anos. Sem Christopher Bochmann, esta orquestra-escola nunca teria conseguido alcançar o lugar insubstituível que tem no universo musical português. Christopher Bochmann põe, quotidianamente, em cada um dos seus actos pedagógicos e musicais, todos os seus talentos, aptidões e competências. Na escolha e na preparação do repertório ou na sua execução, em cada ensaio ou em cada concerto, Bochmann demonstra o seu empenhamento criativo, a sua energia contagiante, a sua dedicação incansável e a sua enorme sabedoria musical. Com uma enorme capacidade de vencer dificuldades e ultrapassar problemas, de realizar, concretizar e construir, em vez de se lamentar por tudo e por nada ou de se queixar da “falta de condições” (coisa tão portuguesa!), Christopher Bochmann não desiste, não abandona, não abdica, não renuncia. Com a sua acção e persistência, ele faz, ensina, dá o exemplo, convence, exige, mobiliza, propõe, aperfeiçoa, avança. Nas quase quatro décadas que leva à frente dos destinos da OSJ, Christopher Bochmann imprimiu a esta formação orquestral um grau de exigência e um dinamismo que permitiram a realização de muitas centenas de concertos, de milhares de ensaios, de estágios e acções de formação, de apresentações no estrangeiro, de dezenas de estreias mundiais, de salas lotadas, de êxitos registados, de milhares e milhares e milhares de espectadores… Pela sua mão, têm passado centenas e centenas de jovens músicos que guardam dele a valiosa memória de um modelo de rigor e exigência, de sobriedade e profundidade artística, de solidez cultural e amor à música. Tudo isto só foi possível graças à sua excepcional capacidade de trabalho, ao seu sentido de missão artística, à sua vontade firme e esclarecida, ao seu dom pedagógico de ensinar e de desenvolver aptidões técnicas e estéticas, à sua capacidade de transmitir valores essenciais. Se, neste momento, lembramos, com imenso orgulho, a sua longa e valiosa actividade na OSJ, sabemos, porém, que ela está longe de esgotar o relevo do que tem feito. Como professor de composição, por exemplo, a sua acção deixa uma marca indelével no panorama musico-pedagógico de Portugal. Pelo que é, pelo que realiza e pelo que representa, a cultura portuguesa deve-lhe muito. E continuará a dever-lhe, pois este momento não é um termo, mas apenas a oportunidade de ter mais algum tempo livre para multiplicar os projectos que tem para realizar. Aos 70 anos, Bochmann continua com uma energia tão jovem como a dos jovens músicos que fazem parte da OSJ e que ele ajuda a formar. Aos 70 anos, Bochmann continua a encontrar na música uma vocação, uma vontade e um destino que todos os dias reitera, actualiza e renova. Por tudo isto, a OSJ, quer, hoje, dizer-lhe, com gratidão e alegria, o seu MUITO OBRIGADO por um trabalho único! E quer desejar-lhe as maiores felicidades num futuro que continuará o muito que tem feito, acrescentando e enriquecendo um património que é seu - mas também é de todos nós. Bem Haja, Maestro Christoher Bochmann!
S. Luiz – Teatro Municipal
Domingo, dia 31 de Outubro de 2021 17h30
Concerto de Homenagem a Christopher Bochmann PROGRAMA CHERUBINI, Luigi (1760 – 7842) - Abertura “Uma Hospedaria Portuguesa” WEBERN, Anton (1883 – 1945) - Quatro Peças Op. 7 (Orqu. Christopher Bochmann) CAIRES, Carlos (1968) - Pedal and coda MARECOS, Carlos (1963) - CB AZEVEDO, Sérgio (1968) - Chipping Norton 1950 AMARAL, Pedro (1972) - Hommage SAXTON, Robert (1953) - Little Chorale BOCHMANN, Christopher (1950 ) - Aphorisms (eleven miniatures for small orchestra) - (Estreia Mundial) BERLIOZ, Hector (1803 – 1869) - Abertura “ Béatrice et Bénédict”
Orquestra Sinfónica Juvenil Direcção: Christopher Bochmann
Christopher Bochmann Filho de pais violoncelistas, viveu nove anos na Turquia, em criança. Cantou no coro de St. George´s Chapel, Castelo de Windsor, continuando os estudos no Radley College. Estudou particularmente com Nadia Boulanger, em Paris, antes de entrar para o New College, Universidade de Oxford, onde trabalhou com David Lumsden, Kenneth Leighton e Robert Sherlaw Johnson. Foi em Oxford que adquiriu os graus de B.A.Hons., B.Mus., M.A. e D.Mus. Estudou, também, particularmente, com Richard Rodney Bennett, em Londres. Leccionou na Inglaterra e no Brasil, onde esteve ligado durante dois anos à Escola de Música de Brasília. Tem leccionado várias vezes no Curso Internacional de Verão de Brasília. Desde 1980, vive e trabalha em Lisboa. Foi professor do Instituto Gregoriano de Lisboa e do Conservatório Nacional. De 1985 a 2006, foi professor da Escola Superior de Música de Lisboa, da qual foi Director durante seis anos e onde, por quase vinte, coordenou o Curso de Composição. É Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Évora. Em 2003, publicou o livro “Linguagem Harmónica do Tonalismo” (JMP). Desde 1984 é Maestro-Titular da Orquestra Sinfónica Juvenil com a qual já dirigiu centenas de concertos. Com esta orquestra, gravou quatro CD com obras suas, para além de ter estreado várias outras. Ganhou vários prémios de composição: entre outros, o Prémio Lili Boulanger (duas vezes) e o Clements Memorial Prize. Em 2004 foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (Portugal). Em Junho de 2005 foi agraciado com a “Order of the British Empire” pela Rainha Isabel II (Reino Unido). Christopher Bochmann tem uma ampla lista de obras para quase todos os géneros, para além de numerosos arranjos e orquestrações.
Orquestra Sin fónica Juvenil
Fundada em 1973, a Orquestra Sinfónica Juvenil é, hoje, reconhecida como uma instituição fundamental no nosso panorama músico-pedagógico. Sendo em Portugal a única orquestra de jovens com actividade permanente, desempenha um papel fulcral na formação de jovens músicos, numa perspectiva de aperfeiçoamento de alto nível e profissionalização. Nestes 48 anos de existência, a OSJ recebeu e formou muitos dos actuais instrumentistas das nossas orquestras, incentivou e deu a conhecer ao público muitos jovens solistas e levou a sua acção em favor da cultura musical a todo o país, contribuindo para a criação de novos públicos. Contando nos seus quadros com 75 elementos das diversas escolas de música da área de Lisboa, o seu repertório, em permanente renovação, é ambicioso e vasto: foram já tocadas mais de 800 obras abrangendo os séculos XVIII, XIX e XX. A OSJ e os seus agrupamentos são convidados para actuar em importantes acontecimentos artísticos. Em 1990, a convite da UNESCO, participou num estágio de aperfeiçoamento orquestral em Hortos (Grécia). Em 2002, a “Camerata” da Orquestra Sinfónica Juvenil representou Portugal no Festival Internacional de Jovens de Tianjin, China. Em Agosto de 2005, efectuou um Estágio em Vigo (Galiza) em colaboração com a orquestra de jovens local. Em 2007 uma formação da Orquestra Sinfónica Juvenil efectuou uma digressão na Índia com concertos em Goa e Bangalor.
Agrupamentos de câmara da OSJ apresentam-se todos os anos em Espanha, desde 2013. Em 2016 o Quarteto de Cordas da OSJ efectuou uma digressão na Índia, com concertos em Nova Deli, Bombaim e Goa. Em 2018 e 2019 a Camerata da OSJ apresentou-se em Macau (Igreja de S Domingos), e integrou a Orquestra de Jovens de Macau em concerto no Centro Cultural de Macau. A OSJ encomenda regularmente obras a jovens compositores portugueses, apresentando-as em estreias mundiais. Mantém acordos de colaboração com orquestras similares de vários países, com as quais estabelece intercâmbio de jovens músicos. Nos períodos de férias de Verão, realiza estágios de aperfeiçoamento orquestral, com uma presença regular nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores. A OSJ colabora regularmente com diversos coros na apresentação de repertório coral-sinfónico. Para além dos Maestros-Titulares (Alberto Nunes de 1973–83) e Christopher Bochmann (desde 1984) foi dirigida por Francisco d'Orey, Jorge Matta, António Saiote, Roberto Perez, Georges Adjinikos, José Palau, Andrew Swinerton, Vasco Azevedo, Julius Michalsky e Pedro Amaral. A OSJ desenvolve as suas actividades com o apoio do Ministério da Cultura, Instituto Português do Desporto e Juventude, RTP, Câmara Municipal de Lisboa e com o apoio mecenático da Fundação EDP, instituição com a qual tem desenvolvido um fecundo programa de bolsas.
Livro comemorativo dos 40º aniversário da Orquestra Sinfónica Juvenil Adquira-o, enviando mail para mail@sinfonica-juvenil.com
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