SÃO LUIZ Teatro Municipal 2012
19 Nov
Modo Interrogativo Economia e cultura Análise Crítica do Orçamento de Estado para a Cultura
MODO INTERROGATIVO: ECONOMIA E CULTURA O programa Modo Interrogativo é um programa de debates e reflexão que tem como objectivo analisar e apresentar propostas a curto, médio e longo prazo para o sector cultural. O primeiro módulo, Economia e Cultura, centra-se na análise crítica da proposta de Orçamento do Estado para 2013. O debate, aberto ao público, incidirá na leitura das Grandes Opções do Plano e na estratégia orçamental definida pelo Governo, através do levantamento das questões prioritárias e do alerta para as consequências dessas escolhas. Os objectivos desta sessão: – levantar nas propostas em discussão os problemas que essas mesmas propostas podem causar; – perceber de que modo o que está a ser proposto vai ao encontro do que já existe no terreno, o amplia, o contradiz ou o mantém; – identificar os passos necessários a dar para se poderem concretizar algumas das medidas anunciadas, a partir da experiência no terreno; – alertar, na medida do possível, para os efeitos de algumas das medidas; – criar prioridades nas áreas sectoriais, considerando as necessidades das mesmas
Segunda às 21h00 Jardim de Inverno; Entrada livre
Comissário Tiago Bartolomeu Costa Organização São Luiz Teatro Municipal Com João Mourão, Paulo Vasques, Raquel Henriques da Silva e José Luís Ferreira Participação de Pedro Santos Guerreiro
Próximas sessões 23 e 24 MAR
Cultura e Cidades Políticas para a Cultura e Ideias de Território 29 e 30 JUN
Arte e Sociedade Caminhos Comuns, Mútuas Incompreensões
O preâmbulo que sintetiza as opções do Orçamento de Estado no domínio cultural carece de pensamento estratégico e evita apontar caminhos de estabilização das relações do Estado com a criação artística. Pelo contrário, quase se limita a enunciar vias de escape que permitam que a gestão e o financiamento da criação artística e da actividade cultural se afaste da órbita das missões do Estado ou, pelo menos, da esfera de acção da Secretaria de Estado da Cultura. Senão vejamos: a ideia de formação de públicos é acantonada no desenvolvimento dos Planos Nacionais do Cinema e da Música, a articular com o MEC; a internacionalização deverá passar pelo envolvimento da AICEP e do MNE, que não têm resultado propriamente em programas estáveis nos últimos anos; a Lei do Cinema, que deverá agora entrar em fase de regulamentação para ser aplicada a partir do início de 2013, é financiada com taxas aplicadas aos operadores do audiovisual; o registo nacional de profissionais do espectáculo apenas assumirá importância quando servir de base para uma acção concreta do Ministério do Emprego e da Segurança Social; a ideia de rever a Lei do Mecenato, reivindicada há anos pelas estruturas e que continua a ficar-se por um esboço vago de intenção, tem como objectivo o incremento do financiamento privado das artes; relativamente ao património, verifica-se o desejo de alienar a sua gestão com recurso a concessões; finalmente, o Balcão + Cultura, para além da sua orientação aparente para o domínio largo e indefinível das indústrias criativas, parece colocar a tónica no co-financiamento dos projectos através da sua empresarialização, orientando-se para novos projectos e para a sua relação com o mercado, não cobrindo portanto aquilo que são as necessidades do tecido real de criação artística. Algumas destas medidas são inequivocamente positivas. Outras limitam-se a repetir argumentos muito utilizados nos últimos anos para ir justificando as reduções sucessivas de orçamento, sem que alguma vez se tenha demonstrado a sua eficiência. O que falta, no entanto, é o resto: a assunção política do que, num contexto de emergência económica, a Secretaria de Estado da Cultura se propõe fazer, como se propõe repartir os meios exíguos que tem à disposição, em nome de quê, qual se espera que seja a situação ao fim deste ano de 2013…
João Mourão Com formação em Sociologia da Arte, é curador e tem trabalhado tanto institucional como independentemente. É responsável pelas galerias municipais da Câmara Municipal de Lisboa e co-director da Kunsthalle desde 2009, onde co-edita a colecção “Performing the Institucion(al)”. Os seus textos têm sido publicados em vários catálogos de artes plásticas,entre outros, editados pelo Pavilhão Branco do Museu da Cidade de Lisboa e Galeria Quadrum. Paulo Vasques Licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo realizado um estágio de formação no Serviço de Artes Performativas da Fundação de Serralves. Desde 2004, é co-director da Circular – Associação Cultural e co-programador do Circular Festival de Artes Performativas (Vila do Conde). Apoia a programação e a produção do Comissariado Cultural da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto desde 2004. Tem desenvolvido investigação e leccionado nas áreas das artes performativas e da história da arte. José Luís Ferreira É director artístico do São Luiz Teatro Municipal. Iniciou a sua actividade profissional, em 1991, em Coimbra, como Director de Produção do Teatro Académico de Gil Vicente. Desenvolve, no âmbito do Teatro, actividades de programação, direcção de produção, direcção de projectos internacionais, gestão de projectos em rede. Coordenou, entre 1997 e 2011, o Departamento de Relações Internacionais do Teatro Nacional São João, onde desempenhou também funções de Assessoria de Direcção, Entre 2003 e 2011, representou o TNSJ na União dos Teatros da Europa, integrando o seu Conselho de Administração desde 2009. Foi ainda, sucessivamente, designado para o grupo de reflexão sobre a natureza projectual e quadro programático da UTE, constituído na Assembleia Geral do Porto em 2004, e eleito, em Novembro de 2006, para o Grupo Ad-Hoc, incumbido pela UTE de afirmar uma estratégia para os próximos dez anos e proceder a alterações estatutárias e organizacionais daquela rede europeia de Teatros públicos. Concebeu e dirigiu as duas edições do Portogofone, showcase de Teatro português e encontro internacional de criadores e profissionais de Teatro, que se realizaram no Porto em Março de 2004 e Dezembro de 2007. A modalidade de encontro de profissionais reforçou-se com a organização do ciclo de conferências-debate Teatro Europa, que programou e moderou. Em 2010, concebeu o projecto Odisseia, iniciativa do Teatro Nacional São João, em associação com o Theatro Circo de Braga, o Centro Cultural Vila Flor e o Teatro Municipal de Vila Real e em colaboração com a UTE. Publicou, em 2009, em conjunto com Fernando Mora Ramos, Américo Rodrigues e Manuel Portela, o volume Quatro Ensaios à Boca de Cena – Para uma política teatral e da programação. Pedro Santos Guerreiro Jornalista, director do Jornal de Negócios desde 2007, Licenciado em Gestão e MBA pela Univerisade Nova. Colabora regularmente com a revista sábado, o jornal record e a RTP. Raquel Henriques da Silva Doutorada em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Desde 2005 coordena o Mestrado em Museologia e lecciona disciplinas na licenciatura em História da Arte e seminários no Mestrado em História de Arte do século XIX. Colabora permanentemente com a Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto.
modointerrogativo.wordpress.com WWW.TEATROSAOLUIZ.PT RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO, 38 1200-027 LISBOA; TEL: 213 257 640 GERAL@TEATROSAOLUIZ.PT
Tiago Bartolomeu Costa Especialista em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Jornalista e crítico de artes performativas no jornal PÚBLICO, fundou e dirigiu a publicação OBSCENA – revista de artes performativas (2007-2011). Doutorando em Artes – Artes Performativas e do Movimento na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Colabora regularmente com publicações internacionais especializadas (entre elas Maska (Eslovénia), Scénes, Rekto:Verso (Bélgica), Mouvement (França), Dans (Suécia), Balletanz, Tanz (Alemanha), idança (Brasil), Sinais de Cena (Portugal), tem textos publicados em catálogos e programas de diversas companhias e teatros (entre eles: Fundação Calouste Gulbenkian/ Programa Próximo Futuro, Companhia Nacional de Bailado, Teatro Nacional São João, Centro Cultural de Belém, Teatro Praga, Teatro Aberto,... ) e coordenou edições especiais das revistas TEAM NETWORK YEARBOOK 2009/ 10, MOUVEMENT, e BOA UNIÃO (Teatro Viriato/ West_Where). Comissariou os ciclos “Pensar a criação contemporânea” (Culturgest, 2007) e “Relações (auto)críticas – encontro sobre crítica de dança”, Fábrica de Movimentos/ Fundação de Serralves, 2008). É frequentemente convidado para moderação de debates ou como conferencista em diversos festivais (entre eles: Festival d’Avignon (França), PanoramaRioDança (Brasil), Grahamstown Arts Festival (África do Sul),...) e coordenou seminários de crítica em diversos festivais (entre eles: Complicitats (Barcelona), FAR (Nyon), OperastatoVeneto (Bassano del Grappa), Xplore (Bucareste), ImpulszTanz (Viena), Dance Bassin Mediterranée (Beirute). Tem sido convidado para aulas/ sessões especiais nas licenciaturas e mestrados de teatro de diversas escolas e universidades (Escola Superior de Teatro e Cinema, Balleteatro, ESTAL, Ecole Supérieure d’A rt de Metz). Faz parte da Associação Internacional de Críticos de Teatro, bem como da sua congénere portuguesa (representou a APCT nos seminários para jovens críticos em 2004 (Porto), 2005 (Montréal) e 2006 (Seul)), é membro votante do Prémio Novas Realidades Teatrais Europeias/Prémio Europa, integra o conselho consultivo internacional do festival Divaldená Nitra, prestou consultadoria para o grupo grego D’A rt (2009-2011), e secretariou a rede europeia Team Network, da qual foi membro fundador (2009-2011). Foi distinguido, em 2009, com o prémio Internacional Cultural Leadership, atribuída pelo British Council, e em 2011 com o Prémio Internacional de Jornalismo Carlos Porto/Festival de Teatro de Almada, atribuído pela Câmara Municipal de Almada (recebeu, em 2008, uma menção honrosa do mesmo prémio). Publicou, em 2011, em França, a convite do Centre Pompidou-Metz, a monografia “Tiago Guedes” sobre o coreógrafo português, inaugurando a colecção “Instantanés”.