PARECE QUE O MUNDO 2018

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SÃO LUIZ E C E PAR QUE O MUNDO TEATROS

TEATRO

T AOLUIZ .P

AL MUNICIP

CLARA ATT ANDERM UCAS & JOÃO L 2 2 , 23 , 2 NOVEMB5 RO 2018


Acerca da criação

O nosso encontro aconteceu em 1993, para a criação de Cio Azul, uma das primeiras obras produzidas pela Companhia Clara Andermatt. Desta parceria nasceram, ao longo dos anos, treze peças, que são testemunho de uma cumplicidade criativa, alimentada não só pelo questionamento contínuo das relações expressivas entre o movimento e a música, mas também por uma grande amizade, aprofundada tanto no palco como nos caminhos da vida. O devir desta relação ganha agora um nome: Parece que o Mundo. Na construção da peça propusemo-nos, em total paridade criativa, uma renovada ambição no nosso percurso em comum: não dissociar, em nenhum momento, a invenção coreográfica da invenção musical. Parece que o Mundo é inspirado em Palomar, de Italo Calvino. Tal como a obra que a inspira, esta peça oscila entre três planos distintos: o da observação, o da narrativa e o da meditação. A escrita de Calvino deu também origem, em múltiplos desdobramentos de leitura e de interpretação, aos enunciados da invenção do gesto e do som. Num livro em que o mundo é observado na procura de uma ordem sistemática para a “muda extensão das coisas”, nasce a encenação da intensidade misteriosa do mundo, colocando cada espectador num observatório da sua própria experiência.

“O que temos em comum é precisamente aquilo que é dado a cada um como exclusivamente seu.”

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a esta aventura de uma forma invulgarmente comprometida, tanto no que respeita ao desafio expressivo, como no que se refere à sua imersão no meticuloso universo de Calvino em Palomar. Das audições resultou também a escolha de uma sonoridade musical particular. Uma pequena família de instrumentos de corda tangida – um violino, um violoncelo e um contrabaixo – desdobram-se em multiplicidades exploratórias para lá da sua função musical – o que são como objeto, como é a sua relação com os intérpretes, com o espaço cénico e com as suas possíveis encenações. Junta-se a este ambiente acústico um discurso musical eletrónico paralelo, que nos sugere um outro lugar, deslocando a atmosfera sonora para outros territórios simbólicos. É uma derivação sónica que procura revelar algo que está lá sempre numa dimensão subterrânea, mas que emerge apenas em momentos específicos. Parece que o Mundo pode ser “uma daquelas felizes coincidências em que o mundo quer olhar e ser olhado no mesmíssimo instante”.

A riqueza filosófica, literária e poética de Palomar é assim o motor de toda a atividade criativa, não só para nós próprios enquanto criadores, mas também para os intérpretes e restante equipa artística. Da realidade que nos envolve nasce o questionamento do que somos e do que conseguimos entender à nossa volta, enquanto forma e enquanto significado – o mundo que parece. As questões que resultam da nossa atenção às coisas revelam-se das maneiras mais díspares, tanto nas relações mais amplas com o cosmos ou com o infinito, como no âmbito mais restrito das vivências quotidianas. Não se trata da transposição desta obra literária para o palco, mas sim de erguer um mundo através do livro, a partir das suas imagens, do movimento e do som que nele se animam, das suas coreografias implícitas e das suas partituras latentes. Um mundo observável pelos espectadores na perspetiva que propomos, mas que interpela cada um nas derivações da sua própria meditação. Em cena há um elenco heterogéneo de bailarinos e músicos cujos gestos corporais e sonoros se misturam numa expressividade compartilhada; todos os intérpretes são performers cujas especialidades tendem a diluir-se numa linguagem híbrida. Estes intérpretes (selecionados em audições, a partir de um vasto conjunto de participantes) entregaram-se

Clara Andermatt & João Lucas

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22, 23 e 25 novembro

Direção: Clara Andermatt; Cocriação: Clara Andermatt e João Lucas; Intérpretes: Ana Moreno, Felix Lozano, Gil Dionísio, Joana Guerra, João Madeira, Jolanda Löellmann e Liliana Garcia; Figurinos: Ana Direito; Desenho de luz: José Álvaro Correia; Banda sonora eletrónica: Jonas Runas; Produção executiva: ACCCA – Companhia Clara Andermatt; Apoios: O Espaço do Tempo, Musibéria, Estúdios Vítor Córdon CNB-TNSC, Jazzy Dance Studios, Playbowling de Cascais; Apoio à divulgação: Antena 2, Lisbon Arte Hotel

dança estreia

PARECE QUE O MUNDO

Coprodução: Cine-Teatro Louletano, Teatro Municipal do Porto, Companhia Clara Andermatt e São Luiz Teatro Municipal

CLARA ANDERMATT E JOÃO LUCAS

Quinta e sexta 21h; domingo às 17h30 Sala Luis Miguel Cintra; m/6 €12 a €15 com descontos CONVERSA COM OS ARTISTAS

domingo, 25 novembro

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Direção Artística Aida Tavares Direção Executiva Joaquim René Assistente da Direção Artística Tiza Gonçalves Programação Mais Novos Susana Duarte Adjunta Direção Executiva Margarida Pacheco Secretária de Direção Soraia Amarelinho Direção de Produção Mafalda Santos (Diretora), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias, Tiago Antunes Direção Técnica Hernâni Saúde (Diretor), João Nunes (Adjunto) Iluminação Carlos Tiago, Nuno Samora, Ricardo Campos, Sara Garrinhas, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Lopes, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som João Caldeira, Gonçalo Sousa, Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Vídeo João Van Zelst Manutenção e Segurança Ricardo Joaquim Direção de Cena Marta Pedroso (Coordenadora), José Calixto, Maria Tavora, Ana Cristina Lucas (Assistente), Rita Talina (Camareira) Direção de Comunicação Elsa Barão (Diretora), Ana Ferreira, Gabriela Lourenço, Nuno Santos Bilheteira Cristina Santos, Diana Bento, Renato Botão

TEATROSAOLUIZ.PT

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