DITADURA E DEMOCRACIA – TRANSIÇÕES E POLÍTICAS DA MEMÓRIA NO ESPAÇO IBERO-AMERICANO PASSADO E PRESENTE, LISBOA – CAPITAL IBERO-AMERICANA DE CULTURA 2017 RESUMOS (PT/ ESP) DIA 1 | DAY 1 PAINEL / PANEL 1: POLÍTICAS PÚBLICAS DA MEMÓRIA | POLITICAS PÚBLICAS DE LA MEMORIA | PUBLIC POLICIES ON THE PAST Moderador /Chair: Luís Farinha, Museu do Aljube & IHC – FCSH/NOVA
Jordi Guixé, Observatorio Europeo de Memorias (EUROM), Universidade de Barcelona, Barcelona – Espanha Memórias múltiplas e transnacionais, debates e exemplos “glocais” (ou de local a global) | Memorias múltiples y transnacionales, debates y ejemplos “glocales” (o de local a global) | Multiple and transnational memories, “Glocal” debates and examples (or from local to Global) [PT] Os processos de memória no século XXI na Europa têm novos desafios. Dois eixos principais marcam as ações em torno das políticas públicas de memória. Um é a transnacionalidade e os atores transdisciplinares (a forma como as “memórias móveis” interagem transversalmente, rompendo as fronteiras nacionais). E o outro é a participação dos cidadãos na memória. Ambos são os objetivos do nosso Observatorio Europeo de Memorias. Os governos têm de lidar com memórias “incómodas”, “conflituosas” e “subalternas” que são representadas de diferentes formas no espaço público: arte, projetos do espaço público, monumentos e arte de rua, por exemplo. Estas diferentes expressões da memória evidenciam problemas ideológicos e culturais não resolvidos, como a relação entre a Europa Oriental e Ocidental ou as narrativas nacionais/globais, bem como conflitos políticos nacionais do passado que ficaram por resolver.
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Neste artigo, discuto o caso insolúvel e conflituoso de Espanha, com a sua guerra civil e a sua ditadura, bem como outros exemplos europeus de monumentos comemorativos e monumentos conflituosos dentro da esfera social da participação cívica e dos debates. Ideias-chave: Políticas de memória, relações internacionais, utilização pública do passado, conflitos e competências memoriais, interações entre memória, história e espaço público. [ESP] Los procesos de memoria en el siglo XXI en Europa tienen nuevos desafíos. Dos ejes principales marcan las acciones en torno a las políticas públicas de memoria. Uno és la transnacionalidad y los actores transdisciplinarios (cómo las «memorias móviles» interactúan de forma transversal, rompiendo las fronteras nacionales). Y el otro, la participación de los ciudadanos en la memoria. Ambos son los objetivos de nuestro Observatorio Europeo de Memorias. Los gobiernos tienen que lidiar con memorias «incómodas», «conflictivas» y «subalternas» que se representan en el espacio público de diferentes maneras: arte, proyectos del espacio público, monumentos, monumentos y arte callejero, por exemplo. Estas diferentes expresiones de la memoria evidencian problemas ideológicos y culturales no resueltos, como la relación entre la Europa Oriental y Occidental o las narrativas nacionales/globales, así como conflictos políticos nacionales del pasado que han quedado sin resolver. En este artículo, discuto el caso insoluble y conflictivo de España con su guerra civil y su dictadura, así como otros ejemplos europeos de monumentos conmemorativos y monumentos conflictivos dentro de la esfera social de la participación ciudadana y los debates. Ideas clave: Politicas de memoria, relaciones internacionales, usos publicos del pasado, conflictos y competencias memoriales, interacciones entre memoria, historia y espacio publico
Gonzalo De Cesare, OSCE, Skopje – República da Macedónia Fantasmas Peruanos, Ossos Bósnios e Cinzas Macedónias: Uma viagem através da memória dos nossos mortos em conflito…|Fantasmas Peruanos, Huesos Bosnios y Cenizas Macedonias: Un recorrido a través de la memoria de nuestros muertos en conflicto... | Peruvian Ghosts, Bosnian bones and Macedonian ashes: a journey through the memory of our dead in conflict… [PT] A palestra explora e justapõe a diferença no tema de memória na Bósnia e Herzegovina, o papel da Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas e da comunidade internacional; o extermínio de toda uma comunidade (judaica) na Macedónia e a recusa do Peru em aceitar as vítimas que foram e que puderam ser – remarcando o profundo racismo que não permite uma aceitação do direito à memória no Peru. Na Bósnia e Herzegovina, quando terminou a guerra em 1995, uma avalancha de ajuda internacional permitiu uma classificação quase estéril da memória. As análises de ADN permitiram, quase sem margem de erro, identificar as vítimas e as respetivas famílias, delineando emoções e moldando a memória. Durante a guerra, mais de 7000 pessoas foram massacradas
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em julho de 1995 enquanto se refugiavam numa das zonas seguras da ONU – Srebrenica. Após a guerra, um esforço multinacional levou à criação de grandes bases de dados, ao estabelecimento da Comissão Internacional de Pessoas Desaparecidas (ICMP – International Commission for Missing Persons) e um banco de ADN com laboratórios do mais alto quilate. No entanto, e quase coletivamente, a população sérvia na Bósnia e Herzegovina teima em negar ou – no melhor dos casos – minimiza a escala do massacre. A palestra explora as memórias paralelas em duas pequenas municipalidades do este da Bósnia, fala da verdade emocional usando a dor da perda como ponto de partida. A ex-Jugoslávia não é alheia a conflito e a massacres. A sua história está marcada por profundas divisões, por grandes conflitos num território que foi disputado por grandes impérios ao longo dos séculos. Na República da Macedónia, 98% da população judaica foi deportada para Treblinka e exterminada durante a Segunda Guerra Mundial. Na Jugoslávia, a reduzida comunidade judaica da Macedónia viveu discretamente. Com a chegada da independência da Macedónia em 1992, tem início uma renovada identidade judaica dos poucos sobreviventes e dos seus descendentes, muitos dos quais nasceram de casais “mistos” e formaram também eles casais mistos. A Comunidade Judaica entra numa fase que tem como pano de fundo uma quase invisibilidade. Como membro da comunidade judaica, entendo perfeitamente a necessidade de garantirmos a preservação da nossa identidade – religiosa, mas mais importante ainda, cultural – e a possibilidade de contarmos a nossa história, sobretudo a história recente. Esta parte da palestra explica de que forma a comunidade judaica, tendo como pano de fundo uma política de reinvenção da história no país, consegue manter a sua verdade contribuindo para o tema da memória e reestabelecendo-se com uma identidade cultural própria. Em completo antagonismo com as tendências a nível mundial e regional, o Peru teima em negar a sua história recente; recusa-se a pagar tributo aos cidadãos que morreram ou ficaram feridos durante o conflito armado. O Lugar de la Memoria (LUM) em Lima é um grande projeto que pretende ir contra esta amnésia voluntária. O regime de Fujimori empreendeu com sucesso uma campanha de lavagem cerebral no Peru, convencendo quase toda a gente que a luta era para o bem do país e que assassinar peruanos inocentes era justificável na luta contra os terroristas. Os currículos escolares não incluem um tratamento imparcial do conflito armado, e qualquer voz que vá contra as atrocidades cometidas é silenciada com acusações de apologia terrorista ou “caviarismo” ou, pura e simplesmente, rejeitada. O LUM continua a deslumbrar qualquer visitante estrangeiro que o percorra (e alguns peruanos), mas é ignorado pela maioria da população de Lima. Esta palestra conclui com uma chamada de atenção para a forma como o revisionismo e a negação continuam a influenciar a maneira de pensar dos peruanos, negando a muitos cidadãos o direito à memória. Aborda temas incómodos para muitos peruanos, como os complexos, o racismo e a aparência. Palavras-chave: Peru, Bósnia e Herzegovina; Antiga República Jugoslava da Macedónia, Holocausto; Judeus; Extermínio; Esterilizações Forçadas; Fujimori; Hitler; Srebrenica; Bratunac; ABiH; VRS; Holocaust Fund; Coesão Social. [ESP] La ponencia explora y juxtaposiciona la diferencia en el tema de memoria en Bosnia y Herzegovina, el rol de ICMP y la comunidad internacional; el exterminio de toda una comunidad (judia) en Macedonia y la negación en Perú a aceptar las victimas que fueron y que pudieron ser - remarcando el profundo racismo que no permite una aceptación del derecho a la memoria en el Perú.
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En Bosnia y Hercegovina, al término de la guerra en 1995, una avalancha de ayuda internacional permitió una clasificación casi estéril de la memoria. ADN ha permitido casi sin lugar a error identificar quienes fueron la víctimas y a sus familias delineando emociones y moldeando la memoria. Durante la guerra, más de 7000 personas fueron masacradas en julio de 1995 mientras se refugiaban en una de las zonas seguras de la ONU – Srebrenica. Luego de la guerra un esfuerzo multinacional llevó a crear grandes bases de datos, al establecimiento de la Comisión Internacional para Desaparecidos (ICMP – International Commission for Missing Persons) y un banco de ADN con laboratorios del más alto calibre. Sin embargo y casi colectivamente la población serbia en Bosnia y Herzegovina se empecina en negar o – en el mejor de los casos – minimiza la escala de la masacre. La ponencia explora las memorias paralelas en dos pequeñas municipalidades del este de Bosnia, habla de la verdad emocional usando el dolor de la pérdida como punto de partida. La exYugoslavia no es extraña a conflicto y masacres. Su historia está marcada por profundas divisiones, por grandes conflictos en un territorio que grandes imperios se han disputado a través de los siglos. En la República de Macedonia – el 98% de la población judía fue deportada a Treblinka y exterminada durante la Segunda Guerra Mundial . Durante Yugoslavia la reducida comunidad judía en Macedonia vivió discretamente. Con la llegada de la independencia de Macedonia en 1992 comienza una renovada identidad judía de los pocos sobrevivientes y sus descendientes – muchos de éstos nacidos de parejas “mixtas” y casados en parejas mixtas. La Comunidad Judía empieza un periodo con el trasfondo de cuasi “mayorización”. Como miembro de la comunidad judía entiendo perfectamente el necesitar asegurarnos de preservar nuestra identidad – religiosa pero más importantemente cultural – y permitirnos contar nuestra historia, especialmente la historia reciente. Esta parte de la ponencia explica cómo, con el trasfondo de una política de reinventar la historia en el país, la comunidad judía logra mantener su verdad aportando al tema de la memoria re-estableciéndose con una propia identidad cultural. En completo antagonismo con los trends mundiales y regionales, Perú se empecina en negar su historia reciente; se niega a pagar tributo a sus muertos y heridos durante el conflicto armado. El Lugar de la Memoria (LUM) en Lima es un gran proyecto que pretende contrarrestar esta amnesia voluntaria. El régimen de Fujimori libró exitosamente una campaña de lavado de cerebros en el Perú, convenciendo a casi todos que la lucha era para el bien del país y que asesinar a peruanos inocentes era justificable en la lucha contra los terroristas. La currícula escolar no incluye un trato imparcial al conflicto armado, cualquier voz en contra de la atrocidades cometidas es silenciada con acusaciones de apología terrorista, “caviarismo” o simplemente rechazada. El LUM sigue deslumbrando a cuanto visitante extranjero lo recorre (y algunos peruanos) pero es ignorado por la mayoría de limeños. Esta ponencia concluye con una nota de atención como el revisionismo y la negación continúan influenciando la forma de pensar de los peruanos, negando el derecho a la memoria muchos ciudadanos. Recorre temas incómodos para muchos peruanos como son complejos, racismo y apariencia. Palabras Claves: Peru, Bosnia y Herzegovina; Antigua Republica Yugoslava de Macedonia, Holocausto; Judios; Exterminio; Esterlizaciones Forzadas; Fujimori; Hitler; Srebrenica; Bratunac; ABiH; VRS; Holocaust Fund; Cohesion Social.
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Alfredo Caldeira, Fundação Mário Soares, Lisboa – Portugal «A Memória em Liberdade» | La Memoria en Libertad | Memory in Freedom [PT] A preservação e divulgação da Memória Histórica é um instrumento essencial da construção da Democracia e da Cidadania. E não pode ser propriedade de alguns, nem resumir-se a uma lógica de Partido ou de Estado. É uma arma de futuro em que todos devem participar. Palabras clave: Ciudadanía, Democracia, Dictadura, Libertad, Memoria [ESP] La preservación y divulgación de la Memoria Histórica es un instrumento esencial en la construcción de la Democracia y de la Ciudadanía. Y no puede ser propiedad de unos pocos, ni resumirse a una lógica de Partido o de Estado. Es un arma de futuro en la que todos deben participar. Palavras-chave: Cidadania, Democracia, Ditadura, Liberdade, Memória
Enzo Traverso, Cornell University, New York – EUA Presentismo: As políticas da Memória na Era do Neoliberalismo | Presentismo: las políticas de la memoria en la era del neoliberalismo | Presentism: The politics of Memory in the Age of Neoliberalism [PT] Muitas vezes definido como “presentismo”, o regime de historicidade de inícios do século XXI postula uma espécie de presente perpétuo, absorvendo tanto o passado como o futuro. Corresponde a um ethos neoliberal que eterniza a atual ordem económica e condena qualquer forma de ação coletiva. Evita qualquer elaboração crítica do passado e promove a sua reificação (os “reinos da memória”), neutralizando ao mesmo tempo todas as suas potencialidades tendo em vista uma memória orientada para uma ação política no presente. Assim, em contraste com os dois séculos anteriores, moldados pelo impacto das revoluções francesa e russa, o século XXI começou sob o signo do eclipse das utopias. O desaparecimento de um «horizonte de expetativa» visível deu origem a uma memória carregada do século passado, conotado como um momento de violência, totalitarismo e genocídio, encapsulados pela imagem das suas vítimas. A característica comum deste domínio mnemónico é o seu caráter seletivo, o qual, concentrando-se quase que exclusivamente nas vítimas, esquece os vencidos e rejeita qualquer ideia de agir coletivo: o antifascismo, a revolução e o anti-imperialismo desaparecem da história dos últimos dois séculos. Entre a indústria cultural e a conduta neoliberal da vida (Lebensfürhung), o legado dos anteriores combates torna-se uma espécie de memória marrana. Palavras-chave: História, memória, neoliberalismo, políticas, utopias [ESP] A menudo definido como “presentismo”, el régimen de la historicidad de principios del siglo XXI plantea una especie de presente perpetuo, la absorción de sí mismo en el pasado y el futuro. Corresponde a un ethos neoliberal y eterniza el orden económico actual y condena toda forma de acción colectiva. Se evita cualquier elaboración crítica del pasado y promueve su cosificación (los “ámbitos de la memoria”), neutralizando al mismo tiempo todas las po-
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tencialidades para un recuerdo orientado hacia una acción política en el presente. Así, en contraste con los dos siglos precedentes, moldeados por el impacto de las revoluciones francesa y rusa, el siglo XXI ha comenzado bajo el signo del eclipse de las utopías. La desaparición de un “horizonte de expectativas” visible ha generado una memoria cargada del siglo pasado como un tiempo de violencia, totalitarismo y genocidio, encapsulado por la imagen de sus víctimas. La característica común de este reino nemotécnico es su carácter selectivo que, casi exclusivamente centrado en las víctimas, se olvida de los vencidos y rechaza cualquier idea de agencia colectiva: antifascismo, revolución y antiimperialismo desaparecen de la historia de los dos últimos siglos. Entre la industria cultural y la conducta neoliberal de la vida (Lebensfürhung), el legado de las luchas del pasado se convierte en una especie de memoria de “marranos”. Palabras clave: Historia, memoria, neoliberalismo, políticas, utopías
PAINEL / PANEL 2: HISTÓRIA, MEMÓRIA E CIDADANIA | HISTORIA, MEMORIA Y CIUDADANÍA | HISTORY, MEMORY AND CITIZENSHIP Moderadora | Chair: Alice Samara, IHC – FCSH/Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal Fernando Rosas, IHC-FCSH – Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal Estado Novo e memória | Estado Novo y memoria | The New State and memory
Norberto Cunha, Universidade do Minho & Museu Bernardino Machado, Famalicão – Portugal «Os lugares da memória e as duas faces de Jano (do Estado Novo à democracia abrilista)» | Los lugares de la memoria y las dos caras de Jano (del Estado Nuevo a la democracia de Abril) | The Places of Memory and the Two Faces of Janus (From the New State to the Democracy of ’74) [PT] A obsessão pelos lugares da memória, tornou-nos um topo central na historiografia contemporânea na década de 80 e mais precisamente a partir do desmoronamento do bloco soviético em 1989. Com o alegado fim das utopias e a interdição de pensar o futuro (a não ser como continuidade do mesmo em nome do realismo politico), o passado saltou para a ribalta, ganhou adeptos e guardiães, e o sentido da história passou a ser um processo subjectivo, anamnésico e hermenêutico. E “oracular”. Mas os guardiães do templo (actualmente, o movimento neoconservador e pós-moderno) não se têm limitado a guardá-lo, investiram-se, também, no papel sacerdotal de o interpretar procurando quer instaurar uma nova dogmática e disciplina eclesiásticas, quer fechar as portas a qualquer «sociedade aberta», constituindo uma sociedade unidimensional como fim e destino. Mas esta bipolaridade não é nova. Os lugares da memória como ícones de uma sociedade unidimensional são comuns aos regimes ditatoriais (entre nós,
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o Mosteiro da Batalha, os Jerónimos, a batalha de Aljubarrota, os Descobrimentos, o 1º de Dezembro, o Museu de Arte Antiga, e vários outros museus e instituições do Estado Novo) que canonizam a sua interpretação por via dos compêndios escolares, dos actos comemorativos e feriados e da “competência” e prestígio de autoridades académicas. Entre nós, o “25 de Abril” derrubou esses mitos e devolveu aos cidadãos a razão que lhes fora subtraída pela ignorância e pelo fanatismo e a escolha das crenças e instituições às quais, livremente, pretendiam ligar o seu modo de vida e o seu destino. É neste âmbito que se revela a outra face de Jano dos lugares da memória (a demopedia) de que o Museu Bernardino Machado (em Vila Nova de Famalicão) pode ser apresentado como exemplo. Palavras-chave: lugares da memória, ditaduras, democracias, museu Bernardino Machado. [ESP] La obsesión por los lugares de la memoria nos convirtió en una cima central en la historiografía contemporánea en la década de los 80 y específicamente a partir del desmoronamiento del bloque soviético en 1989. Con el supuesto fin de las utopías y la prohibición de pensar el futuro (a no ser como continuidad del mismo en nombre del realismo político), el pasado salió a escena, ganó adeptos y guardianes, y el sentido de la historia pasó a ser un proceso subjetivo, reminiscente y hermenéutico. Y “oracular”. Pero los guardianes del templo (actualmente, el movimiento neoconservador y posmoderno) no se ha limitado a guardarlo, se invistieron también en el papel sacerdotal de interpretarlo buscando ya sea instaurar una nueva dogmática y disciplina eclesiásticas, ya sea cerrar las puertas a cualquier “sociedad abierta”, constituyendo una sociedad unidimensional como fin y destino. Pero esta bipolaridad no es nueva. Los lugares de la memoria como iconos de una sociedad unidimensional son comunes a los regímenes dictatoriales (entre nosotros, el Monasterio de Batalha, los Jerónimos, la Batalla de Aljubarrota, los Descubrimientos, el 1º de Diciembre, el Museo de Arte Antiguo y otros museos e instituciones del Estado Nuevo) que canonizan su interpretación a través de los compendios escolares, de los actos conmemorativos y festivos y de la “competencia” y prestigio de autoridades académicas. Entre nosotros, el “25 de Abril” derribó esos mitos y devolvió a los ciudadanos la razón que les habían sustraído por la ignorancia y por el fanatismo y la elección de las creencias e instituciones que, libremente, pretendían unir su modo de vida y su destino. En este ámbito se revela la otra cara de Jano de los lugares de la memoria (la demopedia) de la que el Museu Bernardino Machado (en Vila Nova de Famalicão) puede presentarse como ejemplo. Palabras clave: lugares de la memoria, dictaduras, democracias, Museu Bernardino Machado.
Jô Gondar, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – Brasil Brasil: um racismo desmentido | Brasil: un racismo desmentido | Brazil: a Refuted Racism [PT] Como muitos outros países das Américas, o Brasil foi constituído, em grande parte, por migrantes. A história das migrações para o Brasil é, de certo modo, a história do próprio país. Na escola, as crianças aprendem que sua terra é miscigenada e acolhedora, sendo a população o resultado da mistura de portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses.
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O grupo mais numeroso de migrantes costuma ser esquecido nessa lista: os africanos. Esse esquecimento é produzido por razões diversas, mas põe em xeque a imagem de um país onde impera a união afetiva racial. Ele se expressa tanto na desigualdade econômica e jurídica que existe entre brancos e negros, quanto nas relações sociais e na paisagem cotidiana. Um exemplo é a arquitetura dos edifícios, que separa a área de serviço da área social (ressonâncias ainda da “casa grande e senzala”). O racismo contra os negros se desenvolve, no Brasil, de forma mais sutil e complexa do que ocorre em outros lugares. A segregação não é explícita. Se o Brasil dos espaços públicos surge como país da mistura e da cordialidade racial, nos espaços privados o elogio da miscigenação desparece em prol de um projeto de branquitude. Essa branquitude não está na pele. Brancos e negros se definem nas relações cotidianas, nas práticas que exercem e nas decisões sobre quem pode ou não ser aceito, e aonde. Na conferência pretendo tratar da singularidade do racismo brasileiro, articulando a memória do regime da escravidão a conceitos psicanalíticos capazes de denunciar a segregação silenciosa que sofrem os negros no país. Palavras-chave: racismo, escravidão, miscigenação, recalcamento, desmentido. [ESP] Como muchos otros países de América, Brasil fue constituido, en gran parte, por migrantes. La historia de las migraciones a Brasil es, en cierto modo, la historia del propio país. En la escuela, los niños aprenden que su tierra es mestiza y acogedora, siendo la población el resultado de la mezcla de portugueses, italianos, españoles, alemanes y japoneses. El grupo más numeroso de migrantes suele ser olvidado en esa lista: los africanos. Ese olvido se debe a diferentes razones pero pone en jaque la imagen de un país donde impera la unión afectiva racial. Este se expresa tanto en la desigualdad económica y jurídica que existe entre blancos y negros como en las relaciones sociales y en el paisaje cotidiano. Un ejemplo es la arquitectura de los edificios, que separa el área de servicio del área social (resonancias todavía de la «casa grande y del senzala»). El racismo contra los negros se desarrolla en Brasil de forma más sutil y compleja de lo que ocurre en otros lugares. La segregación no es explícita. Si el Brasil de los espacios públicos surge como país de la mezcla y de la cordialidad racial, en los espacios privados el elogio del mestizaje desaparece a favor de un proyecto de blanqueamiento. Ese blanqueamiento no está en la piel. Blancos y negros se definen en las relaciones cotidianas, en las prácticas que ejercen y en las decisiones sobre quien puede o no ser aceptado y dónde. En la conferencia pretendo tratar de la singularidad del racismo brasileño, articulando la memoria del régimen de la esclavitud a conceptos psicoanalíticos capaces de denunciar la segregación silenciosa que sufren los negros en el país. Palabras clave: racismo, esclavitud, mestizaje, represión, desmentido.
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Manuel Loff, IHC da FCSH-UNL & Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto – Portugal “Brandos costumes”. A memória ausente da violência colonial em Portugal | “Costumbres gentiles”. La memoria ausente de la violencia colonial en Portugal | “Sweet Habits”. The Absent Memory of Colonial Violence in Portugal [PT] Em grande parte motivada pela Guerra Colonial, a democratização portuguesa de 1974-76 fez-se por via revolucionária mas, apesar dessa mesma natureza, escolheu não apurar as responsabilidades militares e civis na violência colonial. A memória dos massacres de 1953 (Batepá, São Tomé e Príncipe), 1960 (Mueda, Moçambique), 1961 (Baixa do Cassange, Luanda e Congo angolano), entre outros, esteve bastante presente na esfera pública durante os anos da Revolução, nos quais, paradoxalmente, os próprios militares controlavam o poder político. Não parece ser, contudo, a origem militar da democratização portuguesa a explicar o silêncio e a indiferença geral relativamente à memória da violência colonial que se impuseram ao longo dos últimos 40 anos. É verdade que uma prolífica e muito rica literatura de ficção mais ou menos autobiográfica registou, logo desde os anos 70, muito do incómodo ético e político que os excombatentes sentiram perante a Guerra Colonial, contribuindo para configurar uma espécie de geração perdida entre os mais de 900 mil combatentes portugueses que passaram por uma das três frentes de guerra, grande parte dos quais se autopercecionam como vítimas da guerra, fazendo com que a sociedade portuguesa tenha acabado por incorporar essa mesma leitura do passado. Mas essa literatura, o mais substancial corpus narrativo da experiência colonial contemporânea dos portugueses, não assegura, se não de forma muito remota e indireta, a reprodução da memória dos massacres perpetrados pelas tropas coloniais, e sobretudo aqueles que foram da responsabilidade das milícias de colonos auto-organizados (Luanda e Norte de Angola, 1961), e menos ainda do conjunto do universo concentracionário que o regime salazarista dispersou pela geografia das cinco colónias de África (Tarrafal/ Txon Bon, São Nicolau, Missombo, Mabalane, Ilha das Galinhas, …), as deportações para trabalho forçado, muito pouco presentes no âmbito da investigação historiográfica, para não dizer que fundamentalmente ausentes dos programas escolares, das narrativas mediáticas e mesmo da própria literatura estritamente memorial, também ela, contudo, tão prolífica desde o final da ditadura. Palavras-chave: memória coletiva, violência colonial, guerra colonial, lusotropicalismo. [ESP] En gran parte motivada por la Guerra Colonial, la democratización portuguesa de 1974-76 se hizo por vía revolucionaria pero, a pesar de esa misma naturaleza, eligió no apurar las responsabilidades militares y civiles en la violencia colonial. La memoria de las masacres de 1953 (Batepá, Santo Tomé y Príncipe), 1960 (Mueda, Mozambique), 1961 (Baixa do Cassange, Luanda y Congo angoleño), entre otros, estuvo bastante presente en la esfera pública durante los años de la Revolución en los que, de forma paradójica, los propios militares controlaban el poder político. No parece ser, sin embargo, el origen militar de la democratización portuguesa lo que explique el silencio y la indiferencia general relativa a la memoria de la violencia colonial que se impusieron a lo largo de los últimos 40 años. Es cierto que una prolífica y muy rica literatura de ficción más o menos autobiográfica registró desde los años 70 mucho de la incomodidad ética y política que los excombatientes sintieron ante la Guerra Colonial, contribuyendo a configurar una especie de generación perdida entre los más de novecientos mil combatientes portugueses que pasaron por una de los tres frentes de guerra, gran
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parte de los cuales se ven a sí mismos como víctimas de la guerra, haciendo que la sociedad portuguesa haya acabado por incorporar esa misma lectura del pasado. Pero esa literatura, el más sustancial corpus narrativo de la experiencia colonial contemporánea de los portugueses, no asegura, si no es de forma muy remota e indirecta, la reproducción de la memoria de las masacres perpetradas por las tropas coloniales y, sobre todo las que fueron responsabilidad de las milicias de colonos autoorganizados (Luanda y Norte de Angola, 1961), y menos aún del conjunto del universo concentracionario que el régimen salazarista dispersó por la geografía de las cinco colonias de África (Tarrafal/Txon Bon, São Nicolau, Missombo, Mabalane, Ilha das Galinhas, …), las deportaciones a trabajos forzados, muy poco presentes en el ámbito de la investigación historiográfica, por no hablar de su ausencia en los programas escolares, de las narrativas mediáticas e incluso de la propia literatura estrictamente memorial, también ella sin embargo, tan prolífica desde el final de la dictadura. Palabras clave: memoria colectiva, violencia colonial, guerra colonial, lusotropicalismo
PAINEL / PANEL 3: MUSEUS E SÍTIOS DA MEMÓRIA – QUE LUGAR NA COMUNIDADE? | MUSEOS Y SITIOS DE LA MEMORIA- QUE LUGAR EN LA COMUNIDAD? | MUSEUMS AND PLACES OF MEMORY – WHAT PLACE DO THEY HAVE IN THE COMMUNITY? Moderadora | Chair: Paula Godinho, Departamento de Antropologia e IHC – FCSH/Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal
Adriana Valderrama, Casa de la Memoria, Medellín – Colômbia A Memória como mecanismo para a construção de paz: Museu Casa da Memória de Medellín | La memoria como instrumento para la construcción de paz: Museo Casa de la Memoria de Medellín | Memory as a mechanism for peace building: The House of Memory Museum [PT] A prolongada história do conflito armado, as sucessivas tentativas para alcançar a paz e o alarmante número de vítimas diretas e indiretas fizeram com que, após mais de cinco décadas de violência, a Colômbia se tenha tornado o único país no mundo que tentou implementar medidas de pós-conflito, num cenário sociopolítico em que o conflito armado continua em vigor. Neste cenário, o Museu Casa de la Memoria é criado no ano de 2011, com o objetivo de contribuir para garantir a não repetição, bem como a reparação simbólica das vítimas e os processos de reconciliação em Medellín, uma das cidades mais afetadas pela violência na Colômbia. No cumprimento da sua missão, o Museu teve de enfrentar os desafios de fazer memória num país em conflito e evitar que o passado se constituísse como mais um instrumento para a guerra. Neste sentido, esta palestra pretende enumerar os desafios e as aprendizagens dos processos de construção de Memória em Medellín, bem como evidenciar a forma como
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o Museu Casa de la Memoria tem vindo a configurar um exercício de memória incluindo as narrativas de todas as partes do conflito armado (vítimas, assassinos e testemunhas diretas ou indiretas) num esforço de reconciliação e construção de paz. Palavras-chave: Museu de memória, pedagogia da memória, construção da paz, reconciliação, Medellín. [ESP] La prolongada historia del conflicto armado, los sucesivos intentos por alcanzar la paz, y el alarmante número de víctimas directas e indirectas, han provocado que después de más de cinco décadas de violencia, Colombia se haya convertido en el único país en el mundo que ha intentado implementar medidas de posconflicto, en un escenario sociopolítico en que el conflicto armado continúa vigente. En este escenario, el Museo Casa de la Memoria es creado en el año 2011 con el objetivo de contribuir a las garantías de no repetición, la reparación simbólica de las víctimas y los procesos de reconciliación en Medellín, una de las ciudades más afectadas por la violencia en Colombia. En el cumplimiento de su misión, el Museo ha tenido que enfrentar los desafíos de hacer memoria en un país en conflicto y evitar que el pasado se constituya en un instrumento más para la guerra. En este sentido, esta ponencia pretende hacer un recuento de los retos y los aprendizajes de los procesos de construcción de Memoria en Medellín, y evidenciar la manera en que el Museo Casa de la Memoria ha venido configurando un ejercicio de memoria incluyendo las narrativas de todas las orillas del conflicto armado (víctimas, victimarios y testigos directos o indirectos) como un esfuerzo de reconciliación y construcción de paz. Palabras claves: Museo de la memoria, pedagogía de la memoria, construcción de paz, reconciliación, Medellín
Francisco Estévez Valencia, Museo d e la Memoria y los Derechos Humanos, Santiago – Chile O “Agora” da Memória | El “Ahora” de la Memoria| The ‘Now’ Of Memory [PT] A memória é sempre um lugar de disputa de significados e significantes, que são os materiais de um relato social ou culturalmente reconhecido, como dador de sentidos para qualquer experiência de viver em comunidade. A memória de que o Museu dá conta de forma fidedigna são os factos sociopolíticos e culturais ocorridos no tempo histórico que se segue ao 11 de setembro de 1973, e nesse exercício remete-se aos direitos humanos e à democracia política como um analisador histórico. É esta consequência de princípios e valores que nos permite sustentar a validade do “Nunca Mais”. É a rejeição a priori do golpe de Estado como meio para resolver crises políticas ou como forma de conquistar o poder em sociedades democráticas, e é uma afirmação irrenunciável de que o Estado jamais deverá voltar a utilizar os aparelhos militares, policiais ou judiciais para perseguir as liberdades cívicas e reprimir dissidentes classificados como inimigos da pátria ou da nação. O compromisso estatal do “Nunca Mais” não pode dissociar-se do compromisso cívico para com o “Mais que Nunca”. Esta última invocação dá o mote e transfere a ênfase política da eventualidade futura para a pró-atividade presente. A interpelação ética que o Museu deve deixar nos seus visitantes tem de ser capaz de afirmar
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que a consequência de nos solidarizarmos com as vítimas da ditadura e tomarmos como nossa a sua luta democrática pede-nos para confirmarmos que agora, no país atual, importa renovarmos esse compromisso, até porque o valor da Memória só perdura nas causas justas. Palavras-chave: Memória, democracia, museu, nunca mais [ESP] La memoria es siempre un lugar de disputa de significados y significantes, que son los materiales de un relato social o culturalmente reconocido, como dador de sentidos para toda experiencia de vivir en comunidad. La memoria de la que el Museo da cuenta de manera fidedigna son los hechos sociopolíticos y culturales acontecidos en el tiempo histórico que sigue al 11 de septiembre de 1973, y en ese ejercicio se remite a los derechos humanos y la democracia política como un analizador histórico. Es esta consecuencia de principios y valores la que nos permite sostener la validez del “Nunca Más”. Es el rechazo a priori del golpe de Estado como medio para resolver crisis políticas o como forma de conquistar el poder en sociedades democráticas, y es una afirmación irrenunciable de que jamás nuevamente el Estado utilice los aparatos militares, policiales o judiciales para perseguir las libertades ciudadanas y reprimir a disidentes calificados de enemigos de la patria o la nación. El compromiso estatal del “Nunca Más” no puede disociarse del compromiso ciudadano con el “Más que Nunca”. Este último llamado coloca el acento y traslada el énfasis político desde la eventualidad futura a la proactividad presente. La interpelación ética que el Museo debe dejar en sus visitantes tiene que ser capaz de afirmar que la consecuencia de solidarizar con las víctimas de la dictadura y hacer propia la lucha democrática de entonces, nos pide confirmar que ahora, en el país actual, ese compromiso hay que renovarlo. Ello porque el valor de la Memoria solo perdura en las causas justas. Palabras claves: Memoria, democracia, museo, nunca más
Nora Hochbaum – Parque de la Memoria, Buenos Aires – Argentina Memória colectiva, processos de políticas públicas e cidadãs | Memoria colectiva, procesos de políticas públicas y cuidadanas | Collective memory, processes of public and citizen’s policies [PT] Criado no ano de 1998, a partir da sanção da lei 46 da Legislatura da Cidade Autónoma de Buenos Aires, o projeto do Parque da Memória – Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado – constitui uma experiência inédita de participação: Organismos de Direitos Humanos, a Universidade de Buenos Aires e o Poder Executivo e Legislativo da Cidade trabalharam de forma conjunta para a concretização deste espaço. Foi erigido como um lugar de memória que conjuga a contundência de um monumento onde estão inscritos os nomes dos desaparecidos e assassinados pela ação repressiva do Estado, a capacidade crítica despertada pela arte contemporânea e o contacto visual direto com o Rio da Prata, testemunho mudo das vítimas dos voos da morte.
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Hoje, o Parque alberga o Monumento às Vítimas do Terrorismo de Estado, um Programa de Arte Pública e Atividades Culturais ao ar livre. Na sala PAyS, funciona o Centro de Documentação e Arquivo Digital, uma sala de exposições de Arte Contemporânea e o Programa Educativo. Um dos objetivos principais do espaço é visibilizar e problematizar as várias temáticas de Direitos Humanos estendendo pontes entre o passado e o presente. Este lugar de memória não pretende fechar feridas nem suplantar a verdade e a justiça, mas constituir-se num lugar de recordação, homenagem, testemunho e reflexão tendo em vista a construção de uma memória coletiva para a nossa sociedade. O seu objetivo é permitir que as gerações atuais e futuras tomem consciência do horror cometido pelo Estado. A necessidade de zelar para que nunca mais se repitam factos semelhantes e para que os Direitos Humanos sejam garantidos em cada nação. Palavras-chave: Memória, Arte, História, Direitos Humanos. [ESP] Creado en el año 1998, a partir de la sanción de la ley 46 de la Legislatura de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires, el proyecto del Parque de la Memoria – Monumento a las Víctimas del Terrorismo de Estado constituyó una experiencia inédita de participación: Organismos de Derechos Humanos, la Universidad de Buenos Aires y el Poder Ejecutivo y Legislativo de la Ciudad trabajaron en forma conjunta para la concreción de este espacio. Se erige como un lugar de memoria que conjuga la contundencia de un monumento donde están inscriptos los nombres de los desaparecidos y asesinados por el accionar represivo estatal, la capacidad crítica que despierta el arte contemporáneo y el contacto visual directo con el Río de la Plata, testimonio mudo de las víctimas de los vuelos de la muerte. Hoy, el Parque alberga el Monumento a las Víctimas del Terrorismo de Estado, un Programa de Arte Público y Actividades Culturales al aire libre. En la sala PAyS funciona el Centro de Documentación y Archivo Digital, una sala de exposiciones de Arte Contemporáneo y el Programa Educativo. Uno de los objetivos principales del espacio es visibilizar y problematizar las distintas temáticas de Derechos Humanos tendiendo puentes entre el pasado y presente. Este lugar de memoria no pretende cerrar heridas ni suplantar la verdad y la justicia, sino constituirse en un lugar de recuerdo, homenaje, testimonio y reflexión con el fin de la construcción de una memoria colectiva para nuestra sociedad. Su objetivo es que las generaciones actuales y futuras tomen conciencia del horror cometido desde el Estado. La necesidad de velar por que nunca más se repitan hechos semejantes y los Derechos Humanos sean garantizados desde cada nación. Palabras clave: Memoria, Arte, Historia, Derechos Humanos.
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Luís Farinha e Helena Pinto Janeiro, Museu do Aljube – Resistência e Liberdade & IHCFCSH/ Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal História e memória da resistência e liberdade em Portugal: a musealização do Aljube |Historia y memoria de la resistencia y libertad en Portugal: la musealización de Aljube | History And Memory Of The Resistance And Freedom In Portugal: The Musealization Of The Aljube
[PT] O Museu do Aljube surgiu quatro décadas depois da queda do Estado Novo, como resultado do acordar de uma aparente amnésia sobre um regime autoritário que impôs a censura ao pensamento e à criatividade de milhões de portugueses, que os deportou e prendeu, que os julgou, injustamente, em tribunais de aparente legalidade. E que, muito especialmente lhes impôs, pelo medo que resultava da opressão, um silêncio e um indiferentismo político que tendeu a perdurar no tempo. Romper o silêncio é um caminho que tem vindo a ser também percorrido pelos antigos prisioneiros políticos e por muitos outros que viveram a ditadura. Muitos sentem agora a necessidade, e até a premência, de falar. Aos testemunhos em primeira pessoa incluídos na exposição permanente, muitos mais se vieram juntar ao longo dos dois anos e meio de actividade do museu. Trata-se, por um lado, de entrevistas públicas a convidados, realizadas no âmbito dos ciclos ‘Vidas Prisionáveis’ e ‘vidas na Resistência’, com uma forte participação de estudantes do ensino secundário. Por outro lado, toda a comunidade é convidada a aparecer e partilhar as suas memórias de forma espontânea em dias abertos: os Dias da Memória da Resistência e Liberdade. Hoje, o Museu do Aljube, trabalhando em rede com um grupo alargado de entidades académicas e cívicas, cumpre a missão de resgatar as memórias plurais dos combates pela liberdade em período de Ditadura. Constitui, deste modo, um banco de memórias para a história, ao mesmo tempo que se afirma como um espaço de educação não formal de construção de cidadania – para que nunca mais volte a acontecer a opressão e a imposição da ideia única. Palavras-chave: Ditadura, Resistência, Liberdade, Museu de Memória, Prisioneiros Políticos, História Oral, Portugal, Século XX [ESP] El Museo del Aljube surgió cuatro décadas después de la caída del Estado Nuevo, como resultado del despertar de una aparente amnesia sobre un régimen autoritario que impuso la censura al pensamiento y a la creatividad de millones de portugueses, que los deportó y arrestó, que los juzgó injustamente en tribunales de aparente legalidad. Y que, muy especialmente les impuso, por el miedo que resultaba de la opresión, un silencio y un indiferentismo político que tendió a perdurar en el tiempo. Romper el silencio es un camino que ha venido a ser también recorrido por los antiguos prisioneros políticos y por muchos otros que vivieron la dictadura. Muchos sienten ahora la necesidad y hasta el apremio de hablar. A los testimonios en primera persona incluidos en la exposición permanente se unieron muchos más, a lo largo de dos años y medio de actividad del museo. Se trata, por un lado, de entrevistas públicas a invitados, realizadas en el ámbito de los ciclos ‹Vidas Prisioneras› y ‹Vidas en la Resistencia›, con una fuerte participación de estudiantes de enseñanza secundaria. Por otro lado, toda la comunidad está invitada a aparecer
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y compartir sus memorias de forma espontánea en días abiertos: los Días de la Memoria de la Resistencia y la Libertad. Hoy, el Museo del Aljube, trabajando en red con un amplio grupo de entidades académicas y cívicas, cumple la misión de rescatar las memorias plurales de los combates por la libertad en periodo de Dictadura. Constituye, de este modo, un banco de memorias para la historia, al mismo tiempo que se afirma como un espacio de educación no formal de construcción de ciudadanía - para que nunca más vuelva a producirse la opresión y la imposición de la idea única. Palabras clave: Dictadura, Resistencia, Libertad, Museo de Memoria, Prisioneros Políticos, Historia Oral, Portugal, Siglo XX
PAINEL / PANEL 4: (RE)CONSTRUIR A MEMÓRIA – ARTES, CIÊNCIAS SOCIAIS (E SENSO COMUM?) | (RE) CONSTRUIR LA MEMORIA- ARTES Y CIENCIAS SOCIALES (Y SENTIDO COMÚN)? | (RE)CONSTRUCTING MEMORY – ARTS, SOCIAL SCIENCES (AND COMMON SENSE?) Moderadora | Chair: Helena Pinto Janeiro, Museu do Aljube & IHC-FCSH/ Universidade Nova de Lisboa – Portugal
Miguel Cardina, CES – Universidade de Coimbra, Coimbra – Portugal Políticas do silêncio, resistências da memória: as guerras coloniais em tempos póscoloniais | Políticas del silencio, resistencias de la memoria: las guerras coloniales en tiempos poscoloniales | Policies Of Silence, The Resistance Of Memory: Colonial Wars In Post-Colonial Times [PT] A guerra colonial permanece ainda hoje um palco de evocações fragmentadas e amnésias persistentes. Mais de quarenta anos depois do fim da guerra entre o Estado português e os movimentos de libertação africanos, a forma como esta é rememorada projeta o acontecimento numa existência que não se confina ao seu início e fim cronológico. Para utilizar uma expressão de Henry Rousso e Éric Conan, a propósito da França de Vichy, estamos diante de “um passado que não passa”, cuja presença no presente se revela tanto no que é dito como também no que permanece por verbalizar ou trazer à discussão. Esta comunicação pretende analisar o modo como a memória da(s) guerra(s) tem sido atravessada por um jogo entre recordar e esquecer que tem a sua própria historicidade. Procurar-se-á examinar o tema à luz do conceito de “políticas do silêncio”, entendido como o conjunto de mecanismos políticos, sociais, discursivos e subjetivos que contribuem para construir representações seletivas do passado. Indagar as formas através das quais se traçam as fronteiras entre o que é dito e o que é interdito, ou secundarizado, constitui um mecanismo singular para
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se aceder às relações que contextualmente se estabelecem entre história, memória e poder. Palavras-chave: guerra colonial, lutas de libertação, memória, políticas do silêncio [ESP] La guerra colonial permanece todavía hoy como un escenario de evocaciones fragmentadas y amnesias persistentes. Más de cuarenta años después del fin de la guerra entre el Estado portugués y los movimientos de liberación africanos, la forma como se rememora proyecta el acontecimiento en una existencia que no se confina a su inicio y fin cronológicos. Utilizando una expresión de Henry Rousso y Éric Conan, a propósito de la Francia de Vichy, estamos ante “un pasado que no pasa”, cuya presencia en el presente se revela tanto en lo que se dice como también en lo que permanece por verbalizar o traer a discusión. Esta comunicación pretende analizar el modo como la memoria de la(s) guerra(s) ha sido atravesada por un juego entre recordar y olvidar que tiene su propia historicidad. Se buscará examinar el tema a la luz del concepto de «políticas del silencio», entendido como el conjunto de mecanismos políticos, sociales, discursivos y subjetivos que contribuyen a construir representaciones selectivas del pasado. Indagar las formas a través de las que se trazan las fronteras entre lo que se dice y lo que se prohíbe, o es secundario, constituye un mecanismo singular para acceder a las relaciones que contextualmente se establecen entre historia, memoria y poder. Palabras clave: guerra colonial, luchas de liberación, memoria, políticas del silencio
Paula Godinho, Departamento de Antropologia e IHC – FCSH/Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal O rasto da revolução portuguesa: reforma agrária, transição para a democracia e políticas da memória | El rastro de la revolución portuguesa: reforma agraria, transición hacia la democracia y políticas de la memoria | Following The Portuguese Revolution: Agrarian Reform, Transition To Democracy And Policies Of Memory [PT] A reforma agrária foi um dos resultados do movimento iniciado com o golpe de Estado de 25 de Abril de 1974, em Portugal, que se transformaria num processo revolucionário. Hoje, parece um objeto a flutuar num tempo passado, que deixou de servir para pensar o futuro. Procuro interrogar a relação entre o passado e o futuro a partir desse momento charneira, num local com história de resistência. A partir do Couço, aldeia ribatejana onde realizei trabalho de campo, procuro os ecos teimosos da crise revolucionária, depois das derrotas, quando se delineia o devir, através das memórias fracas (Traverso, 2005). Após uma apresentação do contexto, interroga-se a relação entre as conjunturas e as normas legais, em escalas que variam entre a localidade e o nível translocal; a seguir, o papel dos agentes sociais, que no âmbito revolucionário constituem um todo, superior à soma das partes, perpassado por lógicas que subjazem aos lugares sociais ocupados por cada um; finalmente, o imperativo de recomeçar, que acompanha os derrotados, a construção de futuros e a recuperação do princípio da esperança (Bloch, 1938-57). Convocando-se a semântica dos tempos históricos proposta por Reinhardt Koselleck (1979), com as tensões entre o campo da experiência e o horizonte da expectativa, pretendo olhar para o fenómeno, localizá-lo, compreendê-lo na sua realidade,
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num processo e através dos que nele se empenharam, interrogando igualmente as políticas da memória acerca desse momento de tempo acelerado. Palavras-chave: reforma agrária, revolução, usos políticos da memória, transições [ESP] La reforma agraria fue uno de los resultados del movimiento iniciado con el golpe de Estado del 25 de abril de 1974 en Portugal, que se transformaría en un proceso revolucionario. Hoy parece un objeto fluctuando en un tiempo pasado que dejó de servir para pensar el futuro. Busco interrogar la relación entre el pasado y el futuro a partir de esa encrucijada, en un lugar con historia de resistencia. A partir de Couço, aldea de Ribatejo donde realicé trabajo de campo, busco los ecos obstinados de la crisis revolucionaria, después de las derrotas, cuando se delinea el devenir a través de las memorias débiles (Traverso, 2005). Tras una contextualización, se interroga la relación entre las coyunturas y las normas legales, en escalas que varían entre la localidad y el nivel translocal; a continuación, el papel de los agentes sociales, que en el ámbito revolucionario constituyen un todo, superior a la suma de las partes, atravesado por lógicas que subyacen a los lugares sociales ocupados por cada uno; finalmente, el imperativo de recomenzar, que acompaña a los derrotados, la construcción de futuros y la recuperación del principio de la esperanza (Bloch, 1938-57). Con base en la semántica de los tiempos históricos propuesta por Reinhardt Koselleck (1979), con las tensiones entre el campo de la experiencia y el horizonte de la expectativa, pretendo mirar hacia el fenómeno, localizarlo, comprenderlo en su realidad, en un proceso y a través de los que en él se empeñaron, interrogando igualmente las políticas de la memoria acerca de ese momento de tiempo acelerado. Palabras clave: reforma agraria, revolución, usos políticos de la memoria, transiciones
Paulo Lara, Associação Tchiweka de Documentação, Luanda – Angola “Angola – Nos Trilhos da Independência”. Memórias da Luta e Resistência ao Colonialismo | “Angola – en la senda de la Independencia”. Memorias de la lucha y Resistencia al colonialismo | Angola – On the Track of Independence”. Memories of the Struggle and Resistance Against Colonialism [PT] Cerca de 40 anos após a proclamação da independência, a Associação Tchiweka de Documentação desenvolveu o projecto “Angola – Nos Trilhos da Independência”, um longo trabalho de recolha audiovisual de memórias sobre o período da luta de libertação anticolonial entrevistando, de forma abrangente, diferentes protagonistas nacionais e estrangeiros do período da luta de libertação, não só em diferentes teatros da luta em Angola, como em vários outros países. Iniciado em 2010, durante seis anos “Angola – Nos Trilhos da Independência” produziu cerca de 1.000 horas de entrevistas a cerca de 600 participantes da luta pela independência e a personalidades, nacionais e estrangeiras, com ela relacionadas. O Projecto terminou em Novembro de 2015 com a apresentação do documentário Independência, um resumo de duas horas de mais de uma dezena de anos de luta pela independência baseada em algumas das memórias recolhidas e em diverso material de arquivo. Este trabalho, o mais abrangente exercício de recolha de memórias em Angola até à data, resultou num enorme en-
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riquecimento do arquivo audiovisual do Centro de Documentação da Associação Tchiweka, contribuindo para a preservação da memória colectiva angolana da luta pela independência. Mas também, pelas articulações dessa luta com a Europa e a América, poderá certamente contribuir para o estudo das “transições e políticas da memória no espaço Ibero-Americano”. Palavras-Chave: Memórias, Luta anticolonial, Angola, Portugal, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde, Cuba, sítios históricos [ESP] Cerca de 40 años tras la proclamación de la independencia, la Asociación “Tchiweka” de Documentación desarrolló el proyecto “Angola – En el Sendero de la Independencia”, un largo trabajo de recogida audiovisual de memorias sobre el periodo de la lucha de liberación anticolonial entrevistando, de forma exhaustiva, diferentes protagonistas nacionales y extranjeros del periodo de la lucha de liberación, no solo en diferentes escenarios de la lucha en Angola, sino también en diferentes países. Iniciado en 2010, durante seis años “Angola – En la Senda de la Independencia” produjo cerca de 1.000 horas de entrevistas a cerca de 600 participantes de la lucha por la independencia y a personalidades nacionales y extranjeras, relacionadas con ella. El Proyecto terminó en noviembre de 2015 con la presentación del documental Independencia, un resumen de dos horas de más de una decena de años de lucha por la independencia basada en algunas de las memorias recogidas y en diverso material de archivo. Este trabajo, el más exhaustivo ejercicio de recogida de memorias en Angola hasta la fecha, resultó en un enorme enriquecimiento del archivo audiovisual del Centro de Documentación de la Asociación “Tchiweka”, contribuyendo a la preservación de la memoria colectiva angoleña de la lucha por la independencia. Pero también, por las articulaciones de esa lucha con Europa y América, podrá efectivamente contribuir al estudio de las “transiciones políticas de la memoria en el espacio Iberoamericano”. Palabras clave: memorias, lucha anticolonial, Angola, Portugal, Mozambique, Guinea-Bisáu, Cabo-Verde, Cuba, sitios históricos
Maria Alice Samara, IHC – FCSH/Universidade Nova de Lisboa, Lisboa – Portugal Cidade e memória da resistência ao Estado Novo (1945-1974) | Ciudad y memoria de la resistencia al estado Novo (1945-1974) | City And Memory Of Resistance Against The New State (1945-1974) [PT] Articulando espaço e memória, é possível mapear uma Lisboa da resistência (neste caso, entre 1945 e 1974, do final da II Guerra Mundial até à revolução de 25 de Abril de 1974), por oposição à cidade do poder, à Lisboa do Estado Novo. A cidade pode ser lida, com as suas diferentes camadas de significados, como tendo uma rede de locais onde, de uma forma duradoura ou apenas transitória, diversas comunidades de opositores e resistentes à ditadura construíam – e lutavam por – espaços de encontro, debate, partilha, da liberdade possível. Este mapeamento torna assim mais denso e complexo o espaço da cidade e é o ponto de partida para questionar a forma como a memória é inscrita na cidade. Palavras-chave: Lisboa, Resistência, Memória.
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[ESP] Articulando espacio y memoria, es posible mapear una Lisboa de la resistencia (en este caso, entre 1945 y 1974, desde el final de la II Guerra Mundial hasta la revolución del 25 de Abril de 1974), en oposición a la ciudad del poder, a la Lisboa del Estado Nuevo. La ciudad se puede leer, con sus diferentes capas de significado, como una red de lugares donde, de una forma duradera o únicamente transitoria, diversas comunidades de opositores y resistentes a la dictadura construían - y luchaban por - espacios de encuentro, debate, intercambio, de la libertad posible. Este mapeado hace de esta forma más denso y complejo el espacio de la ciudad y es el punto de partida para cuestionar la forma como la memoria se inscribe en la ciudad. Palabras clave: Lisboa, Resistencia, Memoria
Extra-painel: Ana Paula Brito - Núcleo de Preservação da Memória Política - São Paulo, Brasil Rompendo o silêncio institucionalizado: os memoriais da Ditadura em São Paulo |Rompiendo el silencio institucionalizado: los memoriales de la Dictadura en São Paulo [PT] No Brasil, a transição para a democracia foi marcada por um silêncio institucionalizado sobre as violações de direitos humanos cometidas durante a Ditadura Civil-Militar (19641985). No entanto, grupos de vítimas e seus familiares passaram a exigir do Estado o direito à memória e à verdade sobre esse passado. Nesse contexto de reivindicações foi criado o Memorial da Resistência de São Paulo, sob a responsabilidade do Estado e, anos depois, o Memorial da Luta pela Justiça, iniciativa privada sob a responsabilidade da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo e do Núcleo de Preservação da Memória Política. As instituições museológicas foram constituídas em lugares de memória vinculados à repressão ditatorial e buscam dialogar, sobretudo, com as novas gerações sobre o que foi o período ditatorial no Brasil, a importância da democracia e do respeito aos direitos humanos. Palavras-chave: ditadura, Brasil, lugares de memória, justiça de transição, museus. [ESP] En Brasil, la transición hacia la democracia estuvo marcada por un silencio institucionalizado sobre las violaciones de derechos humanos cometidas durante la Dictadura Civil Militar (1964-1985). Sin embargo, grupos de víctimas y sus familiares pasaron a exigir al Estado el derecho a la memoria y a la verdad sobre ese pasado. En ese contexto de reivindicaciones se creó el Memorial de la Resistencia de São Paulo, bajo la responsabilidad del Estado y, años después, el Memorial de la Lucha por la Justicia, iniciativa privada bajo la responsabilidad del Colegio de Abogados de Brasil Sección São Paulo y del Núcleo de Preservación de la Memoria Histórica. Las instituciones museísticas se constituyeron en lugares de memoria vinculados a la represión dictatorial y pretenden dialogar, principalmente, con las nuevas generaciones sobre en qué consistió el periodo dictatorial en Brasil, la importancia de la democracia y del respeto a los derechos humanos. Palabras clave: dictadura, Brasil, lugares de memoria, justicia de transición, museos.
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DITADURA E DEMOCRACIA – TRANSIÇÕES E POLÍTICAS DA MEMÓRIA NO ESPAÇO IBERO-AMERICANO PASSADO E PRESENTE, LISBOA – CAPITAL IBERO-AMERICANA DE CULTURA 2017
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