© Carlos Gomes
são lu i z teatro m u n i c i pal
17 A 27 SET TEATRO
O Contrabaixo De Patrick Süskind
Quarta a Sábado às 21h, Domingo às 17h30 Teatro-Estúdio Mário Viegas, M/12 €12 (com descontos €5 a €8,40) Duração: 1H15
sete m bro 2015
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Esta comédia feita de som, de emoção e de fúria, numa interpretação singular de António Fonseca, dá-nos a conhecer um contrabaixista e as múltiplas paixões que o consomem, incluindo a complexa relação de amor e ódio que mantém com o seu instrumento de trabalho. Um monólogo que nos arrebata e que nos leva tanto ao riso e à ternura, quanto à beira do precipício.
empresa Siemens, no bar e clube nocturno Zum Fliegenden Holländer (O Navio Fantasma) em Berg sobre o lago, e como treinador de ténis de mesa, por conta própria. Desde essa altura tornei-me escritor de pequenos textos de prosa narrativa curta, não publicados, e de guiões de filmes, mais longos e nunca filmados. Ganho a vida com os últimos e com a produção de roteiros que, devido ao seu estilo ousado, dificilmente poderão ser recusados pelas equipas de redacção em televisão. Escrevi a peça O Contrabaixo no Verão de 1980. Trata-se, entre muitas outras coisas, de como vive um homem no seu pequeno quarto. Ao redigir o texto fui-me servindo, na medida do possível, das minhas próprias experiências, uma vez que tenho passado grande parte da minha vida em quartos sempre cada vez mais pequenos e que abandono com dificuldade cada vez maior. Mas tenho esperança de um dia vir a encontrar um quarto tão pequeno e que me oprima tanto que, ao deixá-lo, o leve comigo. É num quarto assim que hei-de tentar então escrever uma peça para duas personagens, que terá lugar em quartos ou salas.
O autor apresenta-se (à época em que escreveu O Contrabaixo) Nasci em Ambach, junto ao lago de Starnberg, em 1949 e não toco contrabaixo, mas piano. A minha formação musical esteve, a partir do meu sétimo ano de vida, nas mãos da senhora Traudl Schulze, de Ambach. (…) Por ter herdado do meu pai dedos mindinhos curtos, devido a um encurtamento de tendão, e por ter herdado da minha mãe um excessivo alongamento dos 2º, 3º e 4º dedos, fiquei limitado a tocar sobretudo como acompanhante (…). Desisti, assim, de uma carreira como solista e, no semestre de Inverno de 1968, entreguei-me ao estudo da História Medieval e Moderna na Universidade de Munique (…). Entretanto, trabalhei, entre outras coisas, no arquivo da secção de contratos e patentes da
Patrick Süskind in: Theater Heute, 11/81, p.42
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Uma comédia feita de som, de paixão e de fúria Antonio Mercado, encenador
dentro de si um universo inquietante de sonhos, de frustrações, de injustiças, de alegrias e paixões. E é de paixão que fala esta peça: acima de tudo, a paixão pela música, que o personagem sente e compreende como poucos, embora jamais tenha conseguido distinguir-se como intérprete. Passeia à vontade pela história da música, pelos segredos de alcova dos grandes compositores, faz-nos ouvir e perceber o íntimo de algumas grandes obras. A complexa relação de amor e ódio que mantém com o seu instrumento de trabalho, o contrabaixo, é dissecada por Süskind com um misto de ternura, furor e humor sarcástico. Paixão também por uma jovem cantora de ópera, que leva o contrabaixista anónimo à beira das acções mais desatinadas e estapafúrdias. Mas quem de nós jamais sentiu a força de uma paixão avassaladora, e pensou em assumir atitudes absurdas e ridículas – mas nunca teve a coragem de confessá-lo? Só o teatro nos permite extravasar essas paixões e rir das suas consequências. Por fim, a fúria contida dos que são ignorados, desprezados, injustamente preteridos, relegados à massa informe dos tuttistas, obrigados a executarem sempre a partitura da sua solidão e da sua submissão à rigidez das hierarquias. Uma fúria pulsante que a qualquer momento pode explodir num improvável grito de libertação.
Dizia Shakespeare que “o mundo todo é um palco, e todos os homens e mulheres são meros actores” (As You Like It, II, cena VII). Na visão de Patrick Süskind, o mundo todo é uma orquestra e todos nós, homens e mulheres, somos meros músicos que passamos a vida a tocar com maior ou menor talento, com maior ou menor sucesso, conforme os atributos e oportunidades que a natureza e a sociedade nos deram ou deixaram de dar. Na hierarquia social uns poucos têm o dom ou a sorte de serem maestros, outros serão solistas famosos, outros ainda primeirosviolinos ou chefes de naipes, e por fim vem a imensa multidão dos tuttistas – aqueles instrumentistas anónimos que nunca distinguimos no fosso da orquestra, mas que são indispensáveis para que a orquestra soe e a música exista. Ignorados pelo público, são eles os verdadeiros responsáveis pela massa orquestral que sustenta o brilho das estrelas. O contrabaixista da peça de Süskind é um desses tuttistas sem nome e sem rosto no meio da multidão, o homem comum das nossas ruas e tascas, das paragens de autocarro e das filas dos supermercados, que leva às costas o fardo dos dias de trabalho árduo e traz oculto 3
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O Teatrão Companhia profissional de teatro de Coimbra com intervenção em várias áreas: criação de espectáculos, que tanto revisitam os autores clássicos como exploram dramaturgias originais, a formação artística para todas as idades e a programação da Oficina Municipal do Teatro. Tudo isto numa constante procura de proximidade com as comunidades e territórios, propondo uma discussão sobre os actos de criar e habitar.
Dramaturgia e direcção: Antonio Mercado Interpretação: António Fonseca Desenho de luz: Alexandre Mestre Apoio musical: Rui Pereira (Conservatório de Música de Coimbra) Romeu Santos Sonoplastia: Rui Capitão Design gráfico unitlab: Francisco Pires Marisa Leiria Fotografia: Carlos Gomes Produção executiva: Nuno Carvalho Direcção de produção: Cátia Oliveira Direcção técnica: João Castro Gomes
em breve
Co-produção: O Teatrão e Conservatório de Música de Coimbra 2014 em co-apresentação com o São Luiz Teatro Municipal
14 a 18 out
Apoio:
TEATRO
Carta de Uma Desconhecida
De Stefan Zweig com Sandra Barata Belo e Félix Lozano
Quarta a Sábado às 21h; Domingo às 17h30 Teatro-Estúdio Mário Viegas, M/12 €12 (com desconto Cartão Maria & Luiz)
bilhete suspenso
Convidamos o público do São Luiz a adquirir um bilhete pelo valor de 7 euros, que fica suspenso na nossa bilheteira e que reverte para pessoas apoiadas pelas entidades associadas. O restante valor do bilhete é suportado pelo Teatro. O Bilhete Suspenso é um projecto que se insere na política de responsabilidade social do São Luiz Teatro Municipal. Conheça, junto da bilheteira do Teatro, as entidades associadas. bilheteira@teatrosaoluiz.pt tel: 213257650
são luiz teatro municipal Direcção Artística Aida Tavares Direcção Executiva Joaquim René Programação Mais Novos Susana Duarte Adjunta Direcção Executiva Margarida Pacheco Secretariado de Direcção Olga Santos Direcção de Produção Tiza Gonçalves (Directora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direcção Técnica Hernâni Saúde (Director), João Nunes (Adjunto) Iluminação Carlos Tiago, Ricardo Campos, Ricardo Joaquim, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Secretariado Técnico Sónia Rosa Direcção de Cena José Calixto, Maria Távora, Marta Pedroso, Ana Cristina Lucas (Assistente) Direcção de Comunicação Ana Pereira (Directora) Elsa Barão, Nuno Santos Design Gráfico silvadesigners Bilheteira Cidalina Ramos, Hugo Henriques, Soraia Amarelinho Consultoria para a Internacionalização Tiago Bartolomeu Costa Frente de Casa Letras e Partituras Coordenação Ana Luisa Andrade, Teresa Magalhães Assistentes de Sala Ana Sofia Martins, Catarina Ribeiro, Domingos Teixeira, Filipa Matta, Helena Malaquias, Hernâni Baptista, Inês Macedo, João Cunha, Sara Garcia, Sara Fernandes, Carlos Ramos (Assistente) Segurança Securitas Limpeza Astrolimpa