Folha de sala CARTA DE UMA DESCONHECIDA

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© PM Garcia

são lu i z teatro m u n i c i pal

14 a 18 OUT teatro

Carta de Uma Desconhecida De Stefan Zweig

Quarta a Sábado às 21h; Domingo às 17h30 Teatro-Estúdio Mário Viegas, M/12 €12 (com desconto Cartão Maria & Luiz) DURAÇÃO (APROX.): 1H30

OUTU BRO 2015


carta de u ma descon h eci da

Sandra Barata Belo À semelhança de Morreste-me de José Luís Peixoto, Carta de uma Desconhecida também é uma adaptação de um romance para teatro. Ambos são uma carta de amor escrita na primeira pessoa: em Morreste-me de uma filha para um pai que já morreu; em Carta de uma Desconhecida de uma mulher que se vai suicidar, para o único homem que amou. A carta. O amor. A morte. São os aspectos fundamentais que se mantêm, o que me leva a crer que estou perante um processo criativo contínuo, que se iniciou em Morreste-me e que me conduz a outros textos em que o foco é a tragédia – o que existe depois e perante ela. E se em Morreste-me o ponto de partida foi: como avançamos na vida depois da morte de um pai, como se regressa a uma casa agora vazia, em Carta de uma Desconhecida questionamos como vivemos perante a obsessão e como um amor platónico, não correspondido, nos poderá conduzir à morte. Stefan Zweig, um clássico do século XX, levou-me também a pensar o mundo 100 anos depois da época em que se passa o romance. 1915 – 2015, amamos da mesma maneira? A obsessão desta desconhecida é também o mote para pensarmos como nos relacionamos actualmente. Carta de uma Desconhecida pretende ser o segundo projecto, de três.

Patrícia André Na Carta… escrita por Zweig em 1922, lemos a profunda dedicação de uma jovem de 13 anos até ao momento da sua morte. A sua submissão a aparente negação da vida em prol deste Homem que nunca a reconheceu. Com um cheiro a melodrama, imaginamos os personagens do ultra-romantismo, tez branca e olheiras profundas, morrendo de amor. Em 1948, o realizador alemão Max Ophüls, na altura exilado nos Estados Unidos da América, tentava fazer esquecer ao mundo os horrores da II Guerra dando uma visão romântica e descomprometida da novela escrita por Zweig. Na moda estavam os chamados “women's pictures” e na obra de Ophüls a Mulher é a heroína, a musa inspiradora que devolve ao Homem a sua personalidade criativa. 2


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Mas quem são estes personagens hoje? Inquirido um dia sobre a sua amizade com intelectuais da altura, nomeadamente com Freud (importante para a minha questão, em particular), Stefan Zweig confessou o seu fascínio por problemas psicológicos. O que para mim é a chave deste texto: o retrato de comportamentos neuróticos na forma de novela literária. O que move esta Mulher hoje? Amor? Obsessão? Neurose? E qual o limite entre cada um? Mas Zweig no seu livro só nos dá a voz desta Mulher. Como reage o Homem hoje à leitura desta carta? Numa sociedade em que o Pai começa a reclamar o direito a uma paternidade activa, a ideia clássica de estrutura familiar já não existe. E como coser tantos conflitos, tantas questões que mesmo nos ensaios se nos depararam? Uma actriz, mulher, romântica. Um bailarino, homem, pai. E no meio um pianista que observa, comenta, cala e transforma. Três linguagens em dialéctica, as três artes de cena, para "ler" esta Carta de uma Desconhecida.

Sandra Barata Belo concluiu a sua formação na Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo (Chapitô) em 1997, completando posteriormente os seus estudos em diversos cursos ligados à representação e ao teatro. Primeiramente participou como actriz em vários projectos de teatro, dança e novo circo, seguindo-se depois o cinema e a televisão. Constitui a empresa, Beladona, e em 2013 produz a primeira peça Morreste-me de José Luís Peixoto, onde interpreta o monólogo e é co-criadora. Patrícia André inicia o seu percurso no Teatro como actriz aos 15 anos. Forma-se na Act-Escola de Actores (2001/02) e desde então tem trabalhado continuamente no teatro, com frequência na televisão e em algum cinema. Satisfaz neste projecto o seu gosto pela direcção de actores e pela criação.

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Luís Figueiredo 1979. Estudou no Conservatório de Música de Coimbra, na Universidade de Aveiro e no Hot Clube de Portugal. Desde 2004 tem trabalhado como pianista, compositor, arranjador e produtor musical em diversos projectos, em particular na área do jazz. Paralelamente tem desenvolvido trabalho académico sobre o jazz em Portugal. Félix Lozano 1970. Começou os seus estudos de dança em Madrid. Formado em artes marciais, interpretação, várias técnicas de dança moderna e dança contemporânea. Colabora no teatro como coreografo, orientador de movimento e como intérprete. Em Lisboa trabalhou com vários coreógrafos e encenadores portugueses e estrangeiros.


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Com: Sandra Barata Belo Félix Lozano Luís Figueiredo

Co-produção: Fundação Sindika Dokolo, III Trienal de Luanda e Centro Cultural de Ilhavo Apoios: SIC e Junta Freguesia de Santo António

Participação Especial: André Carvalho (criança) Direcção de projecto: Sandra Barata Belo Tradução: Fernando Ribeiro Adaptação e dramaturgia: Patricia André e Sandra Barata Belo Encenação: Patrícia André Assistência de encenação: Raquel Oliveira Movimento: Félix Lozano Música: Luís Figueiredo Cenário e luz: João Cachulo Figurinos: Ricardo Preto Vídeos: Rui Pedro Sousa Obra gráfica: Dedé (Renato Lins) Fotografia: PM Garcia Produção executiva: Cristiana Gaspar

bilhete suspenso

Agradecimentos: António Fonseca, BOX, Escrever é Triste, Ivan Moraes, Marco Ferreira, Mariana Gaspar, Miguel Tapadas, Nuxa Araújo, São Luiz Teatro Municipal, Sofia Espírito Santo e Vasco Sacramento,

em breve

27 out a 1 nov teatro

hamlet

Mala Voadora Direcção: Jorge Andrade

Terça a Sábado às 21h Domingo às 17h30 Sala Principal, M/12 €12 A €15 (com descontos €5 a €10,50) Sessão LGP: 1 NOV

Convidamos o público do São Luiz a adquirir um bilhete pelo valor de 7 euros, que fica suspenso na nossa bilheteira e que reverte para pessoas apoiadas pelas entidades associadas. O restante valor do bilhete é suportado pelo Teatro. O Bilhete Suspenso é um projecto que se insere na política de responsabilidade social do São Luiz Teatro Municipal. Conheça, junto da bilheteira do Teatro, as entidades associadas. bilheteira@teatrosaoluiz.pt tel: 213257650

são luiz teatro municipal Direcção Artística Aida Tavares Direcção Executiva Joaquim René Programação Mais Novos Susana Duarte Adjunta Direcção Executiva Margarida Pacheco Secretariado de Direcção Olga Santos Direcção de Produção Tiza Gonçalves (Directora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direcção Técnica Hernâni Saúde (Director), João Nunes (Adjunto) Iluminação Carlos Tiago, Ricardo Campos, Ricardo Joaquim, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Secretariado Técnico Sónia Rosa Direcção de Cena José Calixto, Maria Távora, Marta Pedroso, Ana Cristina Lucas (Assistente) Direcção de Comunicação Ana Pereira (Directora), Elsa Barão, Nuno Santos Design Gráfico silvadesigners Vídeo Tiago Fernandes Bilheteira Cidalina Ramos, Hugo Henriques, Soraia Amarelinho Consultoria para a Internacionalização Tiago Bartolomeu Costa Frente de Casa Letras e Partituras Coordenação Ana Luisa Andrade, Teresa Magalhães Assistentes de Sala Ana Sofia Martins, Catarina Ribeiro, Domingos Teixeira, Filipa Matta, Helena Malaquias, Hernâni Baptista, Inês Macedo, João Cunha, Sara Garcia, Sara Fernandes, Carlos Ramos (Assistente) Segurança Securitas Limpeza Astrolimpa


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