Folha de sala ENCONTRAR O SOL 2017

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São Luiz T e atro M un ici pa l

encenação

rica rd o n e v es- n e v es texto

© estelle valente

Edwa rd Al bee

ENCONTRAR O SOL 17 — 2 5 fe v 2017


teatro

Tradução: João Paulo Esteves da Silva; Encenação: Ricardo Neves-Neves; Assistência de encenação: Catarina Rôlo Salgueiro; Interpretação: Cucha Carvalheiro, Custódia Gallego, Luís Gaspar, Marques d’Arede, Romeu Costa, Rita Cruz, Tadeu Faustino, Tânia Alves; Cenário: Tiago Pinhal Costa; Figurinos: José António Tenente; Luz: Elduplo; Versões dos temas Break It to Me Gently e You Don’t Have to Say You Love Me e Sonoplastia: Sérgio Delgado; Guitarra: Marco Carvalho; Piano: João Paulo Esteves da Silva; Saxofone: Rita Nunes; Trompete: Ivo Rodrigues; Violino: Raquel Cravino; Coros e Apoio vocal: João Henriques; Com a participação de Coro CoLeGaS - Coro Lésbico, Gay e Simpatizante da ILGA Portugal: Ana Aresta, Cátia Sousa, Estela Pinheiro Filipe, Susana Mareco, Isabel Fiadeiro Advirta, Helena Lopes Braga, Sónia Pinho, Joana Cardoso Albuquerque, Tiago Figueiredo, José-Luís Almécija, Alberto Jorge Silva, Nuno Gonçalves, Nuno Miguel Gonçalves, Paulo Côrte-Real, Rui Martins, Paolo Gorgoni, Marco Tolu; Fotografias: Alípio Padilha e Estelle Valente; Estagiários da ESAD: Diogo Guerra, Emanuel Santos, Raquel Mendes e Vânia Dinis; Comunicação: Teatro do Eléctrico: Mafalda Simões

17-25 fev estreia

encontrar o sol edward albee

Encenação Ricardo Neves-Neves Quarta a sábado, 21h Domingo, 17h30 Sala Luis Miguel Cintra

€12-€15 (com descontos €5-€10,50) Duração (aprox.): 1h15 m/14 19 fev — Conversa com a equipa artística após o espetáculo moderada por Rui Pina Coelho (professor e dramaturgo) 19 fev, 17h30

Coprodução: Teatro do Eléctrico, Theatro Circo de Braga e São Luiz Teatro Municipal Teatro do Eléctrico é uma estrutura apoiada pela República Portuguesa Cultura / Direcção Geral das Artes. Agradecimentos: Alexandra Fernandes, Ana Valentim, Carlota Lagido, Diana Lopes, Edi, Elizabete Batista, Francisco Penim, Jacob & Bruno, Luís Puto, Maria dos Prazeres Valentim, Marco Costa, Marta Kadosh, Mónica Tavares e Paula Pimentel.

Estrutura Financiada

Parceiros

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© alípio padilha

henden — O Benjamin e o Daniel tinham estado… envolvidos. fergus — Peço desculpa? henden — O Benjamin e o Daniel tinham estado “envolvidos”. fergus — Um com o outro? henden — Sim. fergus — Profissionalmente? henden — Que idade tens tu?

Escrita em 1983, Encontrar o Sol é uma curta peça em um acto, que em tudo ilustra a predilecção de Edward Albee pelo retrato crítico da condição moderna do Homem e da inelutabilidade da sua solidão. Dramaturgo norte-americano revelado na década de 50, invulgarmente fecundo no campo do drama e do ensaio - agraciado com os mais altos prémios da academia e da crítica norte-americanas, entre eles três prémios Pulitzer – Albee reclama para si uma condição quase lendária de rebeldia e controvérsia, no seio do teatro americano. Especialmente investido em representar uma sociedade em que o indivíduo se encontra, apesar de integrado em contextos familiares e sociais ditos

Encontrar o Sol, Edward Albee

edmee — Encontrar o sol é a primeira coisa que se deve fazer, Fergus. fergus — Não é encontrar uma cadeira de frente para o mar? Encontrar o Sol, Edward Albee

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convencionais, tragicamente só e incapaz de resolver as suas questões existenciais, bem como as pressões impostas pelo meio envolvente, o autor reincide em retratar personagens a braços com conflitos sexuais; razão para muita da controvérsia à volta da sua obra e para ter sido conotado como ‘autor gay’, epíteto que sempre recusou. Em Encontrar o Sol, estamos perante quatro pares de homens e mulheres, três casais e uma mãe e filho, que se encontram numa concorrida praia e que, gradualmente, por meio da conversa de circunstância, desvendam a fragilidade das suas relações, sem que o tom frívolo e afectado perca lugar. É justamente esse tom, e as demais referências à proveniência das personagens,

o estado de New Hampshire, que nos permite deduzir tratar-se de um grupo de pequeno-burgueses a gozar umas férias numa praia com status e ‘distinta frequência’. Capaz de um humor cruel, alvo de duras críticas nos seus primeiros anos, Albee dota todas as personagens de ironia e absoluta auto-comiseração, isolando-os, sem excepção, numa luta interna contra as grandes inquietações do Homem: o desamor, o envelhecimento, a exclusão e a perda. Henden, um homem de 70 anos, casado com Gertrude, de 60, é pai de Daniel, agora casado com Cordelia, mas envolvido no passado com Benjamin, atual marido de Abigail. O jovem Fergus e a sua mãe acompanham com curiosidade a ambiguidade destas ligações.

Areal; Cenografia Tiago Pinhal Costa

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Nota introdutória de Edward Albee na publicação de Encontrar o Sol.

O meu instinto disse-me que apesar das duas peças serem conceptualmente diferentes, a senhora Howe tinha ocupado o terreno - ou a praia, para ser mais exacto - e, se a minha fosse então apresentada, algumas mentes jornalísticas nubladas iriam deduzir que a peça anterior (a minha) teria sido influenciada pela mais tardia (da senhora Howe). A vida já é demasiado dura sem estes disparates, por isso adiei a produção Nova Iorquina de Encontrar o Sol durante algum tempo, pelo menos até que o céu fique limpo. Publico-a aqui com prazer porque me orgulha muito. Com ambos os textos agora disponíveis, o leitor de teatro descobrirá que a peça da senhora Howe e a minha são, afinal, coisas muito diferentes.

A peça Encontrar o Sol foi escrita (e registada) em 1983, a convite da comissão da Universidade do Colorado do Norte. Foi representada pela primeira vez nesse ano, encenada pelo autor (eu). Foi também representada na Universidade da Califórnia-Irvine (mesmo encenador) e na Universidade de Houstin (idem). Estava a planear a produção Nova Iorquina da peça em 1987 quando Coastal Disturbances de Tina Howe (escrita ou pelo menos registada em 1987) estreou off-Broadway. Por coincidência bizarra, a peça da senhora Howe partilha o cenário da praia com Encontrar o Sol, um grupo não muito diferente de personagens e – inevitavelmente - algumas das preocupações gerais.

Textos escritos de acordo com a antiga ortografia.

Estudo de figurinos de José António Tenente

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6 Š estelle valente


EDWARD ALBEE (1928-2016) Dramaturgo norte-americano revelado na década de 50, invulgarmente fecundo no campo do drama e do ensaio - agraciado com os mais altos prémios da academia e da crítica norte-americanas, entre eles três prémios Pulitzer – Albee reclama para si uma condição quase lendária de rebeldia e controvérsia, no seio do teatro americano. Especialmente investido em representar uma sociedade em que o indivíduo se encontra, apesar de integrado em contextos familiares e sociais ditos convencionais, tragicamente só e incapaz de resolver as suas questões existenciais, bem como as pressões impostas pelo meio envolvente, o autor reincide em retratar personagens a braços com conflitos sexuais; razão para muita da controvérsia à volta da sua obra e para ter sido conotado como ‘autor gay’, epíteto que sempre recusou.

Ricardo Neves-Neves (2010 e 2011); A Festa, texto de Spiro Scimone, encenação de Ricardo Neves-Neves (2011); Fantoches Gigantes, texto de Ricardo Neves-Neves, encenação de Paula Sousa (2011 e 2012); O Solene Resgate, texto e encenação de Ricardo Neves-Neves (2012 e 2013); Mary Poppins, a mulher que salvou o mundo, texto e encenação de Ricardo Neves-Neves (2012 a 2016); Menos Emergências, de Martin Crimp, encenação de Ricardo NevesNeves (2014 a 2016); Sebastião & Sebastiana, música de W. A. Mozart, encenação de Ricardo Neves-Neves (2015); A Batalha de Não Sei Quê, texto e encenação de Ricardo NevesNeves (2015); Ciclo de Leituras Eléctricas, de Denis Lachaud, Copi e Vitoriano Braga, encenação de Ricardo Neves-Neves (2015); Mãe com Açúcar, texto e encenação de Rita Cruz (2015 e 2016); A Noite da Dona Luciana, de Copi, encenação de Ricardo Neves-Neves (2016). Publicações: A Porta Fechou-se e a Casa Era Pequena (Companhia das Ilhas, 2013); Mary Poppins, a mulher que salvou o mundo e outras peças (Artistas Unidos/Cotovia, 2014).

TEATRO DO ELÉCTRICO Fundado em 2008, é composto por jovens profissionais do espetáculo (Teatro e Música). Apresentou os seguintes espetáculos: O Regresso de Natasha, texto e encenação de Ricardo Neves-Neves (2008 a 2013); Manual, texto de Patrícia Andrade e Ricardo NevesNeves, encenação de Ricardo NevesNeves (2008); Black Vox, textos e encenação de Ana Lázaro, Patrícia Andrade e Ricardo Neves-Neves (2009); A Porta Fechou-se e a Casa Era Pequena, texto e encenação de 7


Em breve no São Luiz

© Isabel Aboim Inglez

Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-Americana de Cultura 2017

6-12 mar

CONVERSAS OUVIDAS POR MERO ACASO NUMA ESTAÇÃO DE COMBOIOS Cinco peças curtas e um poema de Luis Cano ENCENAÇÃO: TERESA SOBRAL

Segunda a sábado 21h; domingo, 17h30; A classificar pela CCE; Sala Mário Viegas; €12 (com descontos €5 - €8,40) Tradução: Teresa Sobral e Paulo Lage; Encenação: Teresa Sobral; Interpretação: Adriano Carvalho; Álvaro Correia; Isabel Aboim Inglez; Jorge Fernandes; Martim Pedroso; Miguel Sobral Curado; Miguel Damião; Uma produção: São Luiz Teatro Municipal

No São Luiz posso… Comprar um bilhete suspenso Começa por ser uma forma de oferecer a alguém a oportunidade de assistir a um espetáculo no Teatro São Luiz. O bilhete custa 7 euros e fica suspenso na bilheteira para usufruto de pessoas apoiadas pelas entidades às quais o São Luiz se associa: Albergues Nocturnos de Lisboa, Associação Coração Amarelo, Associação Gulliver, Associação SOL, Lar Jorbalán, Fundação Luís António de Oliveira, Casa de Abrigo da APAV ou CMPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.

São Luiz Teatro Municipal — Direção Artística Aida Tavares Direção executiva Joaquim René Programação Mais Novos Susana Duarte Adjunta direção executiva Margarida Pacheco Secretária de direção Olga Santos Direção de produção Tiza Gonçalves (Diretora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direção técnica Hernâni Saúde (Diretor), João Nunes (Adjunto) Iluminação Carlos Tiago, Ricardo Campos, Sara Garrinhas, Sérgio Joaquim Maquinistas António Palma, Cláudio Ramos, Paulo Mira, Vasco Ferreira Som João Caldeira, Nuno Saias, Ricardo Fernandes, Rui Lopes Responsável de manutenção e segurança Ricardo Joaquim Secretariado técnico Sónia Rosa Direção de cena José Calixto, Maria Távora, Marta Pedroso, Ana Cristina Lucas (Assistente) Direção de comunicação Ana Pereira (Diretora), Elsa Barão, Nuno Santos Relação com os públicos Inês Almeida Design gráfico SilvaDesigners Registo e edição vídeo Tiago Fernandes Bilheteira Ana Ferreira, Cristina Santos, Soraia Amarelinho Frente de casa Letras & Partituras Coordenação Ana Luísa Andrade, Teresa Magalhães, Cristiano Varela Assistentes de sala Ana Sofia Martins, Catarina Ribeiro, Carolina Serrão, Cláudia Moita, Beatriz Cuba, Daniela Magalhães, Gonçalo Cruz, João Cunha, Manuela Andrade, Raquel Pratas, Ricardo Resende, Rita Resende, Sara Fernandes Segurança Securitas Limpeza Astrolimpa

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