Revista Tecnologia Gráfica 91

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A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO ANO XVIII Nº 91 •

VOL. IV 2014 •

ISSN 1678-0965

IMPRESSÃO FINE ART

Conheça os meandros de um mercado crescente, de alto valor agregado e muito exigente

Entrevista Diretor do Grupo Santillana conversa sobre livros digitais e o relacionamento da empresa com os fornecedores

R E V I S TA T E C N O L O G I A G R Á F I C A 9 1

Produção Gráfica Veja em detalhes os novos recursos do InDesign CC 2014

Normalização A batalha entre a ISO 12647-2 e a ISO DIS 15339


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Desafios e vitórias

E Apoio

Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700

4 TECNOLOGIA GRÁFICA

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ncerrou-se 2014, ano difícil em que continuamos sentindo os desdobramentos da crise, com baixo crescimento da economia do País. Ano de acontecimentos importantes: eleições, Copa do Mundo. Não foi fácil para a maioria das gráficas, mas 2015 não promete ser melhor, pelo menos considerando-se a previsão do PIB do próprio governo. Mesmo assim, há luz no fim do túnel. Se a nova equipe econômica tiver sucesso na implantação das mudanças necessárias, poderemos ter um segundo semestre mais otimista. Sempre é bom lembrar que, apesar de todas essas dificuldades, muitas gráficas estão se dando bem. Quando olhamos para essas empresas, percebemos características parecidas — custos fixos reduzidos, alta produtividade, atendimento impecável, foco nos requisitos dos clientes, entre outras. Contudo há também motivos de contentamento. A campanha Two Sides, de valorização da mídia impressa, decolou. Dedicando-se a combater o greenwashing , tem conseguido importantes vitórias e atraído mais e mais parceiros. É bom lembrar: greenwashing pode ser entendido como propaganda enganosa, com base em supostos ganhos ambientais. É o caso, por exemplo, de grandes corporações que deixam de imprimir certos materiais alegando com isso estarem contribuindo para o meio ambiente. Esse tema já foi tratado diversas vezes neste espaço, mas sempre é bom lembrarmos o assunto. Outro motivo de satisfação foi, como todo o final de ano, a festa do Prêmio Brasileiro de Excelência Gráfica Fernando Pini. Novamente uma noite de agradável confraternização — encontro de profissionais e amigos, exorcizando os problemas e recarregando as energias para o próximo ano. Destaque para um número elevado de novas empresas que participaram do prêmio pela primeira vez, mostrando que a indústria gráfica nacional tem garra e qualidade. Feliz 2015! Manoel Manteigas de Oliveira, diretor da Escola Senai Theobaldo De Nigris e diretor de tecnologia da ABTG

VOL. IV 2014

19/12/14 15:30


Sumário

ESPECIAL • IMPRESSÃO DIGITAL

24

A celulose, passo a passo

38

Diretor do Grupo Santillana aborda o livro digital na educação

COMO FUNCIONA

ENTREVISTA

30

Seybold

40

As novas ferramentas do InDesign CC

Produção Gráfica

Normalização

Resultados da pesquisa sobre Comunicação Impressa

60

Notícias Produtos Literatura e sites

6 9 66

A REVISTA TÉCNIC

A DO SETOR ANO XVIII Nº GRÁFIC O BRASIL 91 • VOL. IV 2014 • ISSN EIRO 1678-096 5

IMPRESSÃ FINE ART O

Conheça os mean de um mercado dros crescente, de valor agregadoalto e muito exige nte

Entrevista

Pesquisa

42

Informação como ferramenta de produtividade Gestão

Diretor do Grupo Santillana convers sobre livros digitaisa e o relacionamento da empresa com os fornecedores

64

91

Digitec

54

GIA GRÁ FICA

O equilíbrio de preço, prazo e qualidade em grandes formatos

A batalha entre a ISO 12647-2 e a ISO DIS 15339

TECNOLO

A máquina parou de novo, o que fazer?

R E V I S TA

16

Estúdios, fornecedores de sistemas de impressão e de papel falam do promissor mercado de fotografia fine art

Produção Gráfica

Veja em detalhe os novos recursos do InDesign CC s 2014

Normalização

A batalha entre a ISO 12647-2 e a ISO DIS 15339

Capa: Cesar Mangiacavalli Imagem: AGE Fotostock/Keystone Brasil

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NOTÍCIAS

Foto: Álvaro Motta

A festa da qualidade coroa 43 empresas

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erca de 1.700 pes­s oas esti­ veram no Espaço das Amé­ ricas, em São Paulo, no dia 25 de novembro, para conhecer os vencedores da 24ª‒ edição do Prê­ mio Brasileiro de Excelência Grá­ fica Fernando Pini. Promovido pela ABTG , com apoio da Abi­ graf, o concurso objetiva valo­ rizar o produto impresso, pre­ mian­do gráficas de todo o País. Repetindo 2013, a Facform foi novamente o destaque, vencen­ do em seis ca­te­go­rias, incluindo o Grand Prix na categoria Melhor Acabamento Cartotécnico, com a versão 2014 para o mesmo produ­ to com o qual levou o Grand Prix no ano passado: a embalagem Galo da Madrugada, tra­di­cio­nal­ men­te produzida pela gráfica per­ nambucana para a Globo Nordes­ te. A embalagem es­pe­cial levou ainda o prêmio na categoria Complexidade Técnica do Processo. 6 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. IV  2014

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Plural, com cinco conta-​ ­f ios — incluindo o Grand Prix de Melhor Impressão Rotativa Heat­set —, Stilgraf e Ipsis, am­ bas com quatro tro­féus, vie­ram em seguida. A Ipsis ficou com o Grand Prix de Melhor Impressão Offset Plana. Os demais gran­ des prê­mios foram conquistados pela es­trean­te Indimagem (Melhor Impressão Digital), pela Aro (Melhor Impressão Metalgráfica) e pela Geo­g rá­f i­c a (Melhor Acabamento Edi­to­rial). As outras ca­te­go­rias eminen­ temente técnicas, Conformidade com a Norma NBR NM ISO 12.647‑2 – Impressão em Offset Plana e Rotativa Offset Heat­set e Conformidade com a Norma NBR ISO 12.647‑7 – Provas Digitais, pre­mia­ram a Log&Print e a Stilgraf, respectivamente. A edição 2014 do certame recebeu a inscrição de 1.365

produtos, con­fec­cio­na­dos por 185 gráficas, dos quais 310 pas­ saram para a segunda fase de julgamento. Destes, 68 peças fo­ ram pre­mia­das, produzidas por 43 empresas localizadas em nove estados do País. De São Paulo vie­ram 59% dos materiais con­ templados. Paraná, com oito tra­ balhos, Pernambuco, com seis, Rio Grande do Sul, com cinco, e Minas Gerais, com três pro­ dutos, foram os outros esta­ dos que receberam mais tro­ féus. Introduzidas em 2014, as ca­te­go­rias Impressão Digital em Grandes Formatos e Pho­to­book Digital ficaram com a debutan­ te Editare, do Paraná, e com a catarinense Indimagem. A cerimônia de premiação foi conduzida pela jornalista e locu­ tora Izabella Camargo e encerra­ da com o show de Nando Reis e a banda Os Infernais.

VENCEDORES DO PRÊMIO FERNANDO PINI 2014 Facform (PE)

6

Plural (SP)

5

Ipsis (SP)

4

Stilgraf (SP)

4

Aro (SP)

3

Corgraf (PR)

3

Log&Print (SP)

3

P+E (SP)

3

Indimagem (SC)

2

Posigraf (PR)

2

Aquarela (SP)

1

Bartira (SP)

1

Casa da Moeda (RJ)

1

Compulaser (SP)

1

Congraf (SP)

1

Corprint (SP)

1

Editare (PR)

1

Embalagens Mara (SP)

1

Escala 7 (SP)

1

Forma Certa (SP)

1

Geo-Gráfica (SP)

1

Grafdil (RS)

1

Grafiset (RS)

1

Grafitusa (ES)

1

Impresul (RS)

1

Ipê (PR)

1

Litocomp (SP)

1

Makro Kolor (SP)

1

MMR (SP)

1

Múltipla BR (PR)

1

O Estado de S. Paulo (SP)

1

Premier Spell (SP)

1

Printbag (SC)

1

Qualygraf (CE)

1

Rami (SP)

1

Ready (MG)

1

Rede (MG)

1

Reúna (RS)

1

Rona (MG)

1

RR Donnelley (SP)

1

Tilibra (SP)

1

TypeBrasil (SP)

1

Vicente Palotti (RS)

1

43 empresas

68 produtos

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HELIOCOLOR Certificada pelo Institudo Internacional Socioambiental Chico Mendes

Em sintonia com a natureza! Aprovada no PROCERT - Programa de Certificação pelo

Compromisso com a Gestão Socioambiental Responsável e que está apta a utilizar o Selo Verde Chico Mendes

VERNIZES:

HIDROGLOSS HELKOTE ECOLACQUA BLISTER L’ACQUA ACQUACRYL PEROLIZADO SOFT FEEL UVCOLOR

PRÊMIO SOCIOAMBIENTAL CHICO MENDES 2014


NOTÍCIAS

Faculdade Senai promove Semana de Gestão e Tecnologia

N

a última semana de outu­ bro, a Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica promoveu a Semana de Gestão e Tecno­ logia Gráfica. Com palestras, workshops e demonstrações, o evento, rea­li­za­do na Escola Senai Theo­bal­do De Nigris, abordou temas como a indústria gráfica no mundo, web-​­to-print, tecno­ logia e mercado na área de co­ municação vi­sual, formação de preços para impressão digital e novas oportunidades de negócio e de carreira na indústria gráfi­ ca. Uma das palestras que mais chamou a atenção dos estu­ dantes foi ministrada por Bruno Schrappe, diretor de Estratégia e Inovação da Arizona, empre­ sa conhecida por sua postura de

vanguarda, que falou sobre ino­ vação na comunicação e a in­ dústria gráfica. Abordando os reflexos das tec­no­lo­gias de na­ tureza ex­po­nen­cial, capazes de mudar o mercado, o es­pe­cia­lis­ta afirmou que o conhecimento é volátil e que o que aprendemos hoje tem uma vida útil de cin­ co anos. “A maior parte de nos­ so aprendizado vem da nossa vida pro­f is­sio­nal. Esse é um dos de­s a­f ios impostos pelo rápido avanço tecnológico, que provo­ ca também o aumento da pres­ são por desempenho e sobre as pes­soas e as instituições. Em fun­ ção desse ritmo acelerado, o im­ portante é não deixar o foco na inovação de produto, caminhan­ do para a inovação ins­ti­tu­cio­nal,

Bruno Schrappe, diretor da Arizona

A ABTG Certificadora em 2014

A

ABTG Certificadora é a única certificadora brasileira especiali­ zada no segmento de tecnologia gráfica. O organismo possui um conjunto abrangente de certificações para o setor, várias delas acreditadas pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro, além de um quadro de auditores qualificados em várias normas do mercado. Em 2014, algumas certificações foram criadas para atender segmentos específicos do setor gráfico. Dentre elas é possível des­ tacar o Selo Qualidade Ambiental ABTG Certificadora, chamado de Empresas certificadas NBR ISO 9001:2008 Marte Indústria e Comércio de Artefatos de Papéis Especiais Ltda Pancrom Indústria Gráfica Ltda Staff Serigráfico Ltda EPP Fascreen Artes Gráficas Ltda – EPP

selo verde da indústria gráfica; o Selo Excelência em Gestão, criado para atender ao setor de jornais em parceria com a Associação Na­ cional de Jornais (ANJ); a Certificação de Provas Digitais, uma par­ ceria com a Epson para aprimorar os controles de processo gráfi­ cos; e a Certificação de Cadernos, Agendas, Folhas Soltas e Blocos Escolares. Outros produtos estão em desenvolvimento com o ob­ jetivo de disponibilizar certificações que agreguem valor à cadeia produtiva gráfica, em especial, ao cliente final.

Empresas certificadas NBR 15540:2013

Empresas certificadas NBR 15936:2011

RR Donnelley Editora e Gráfica Ltda

Editora Abril S/A

Thomas Greg & Sons Gráfica e Serviços, Ind. Com. Imp. Exp. de Equipamentos Ltda Valid Soluções e Serviços de Segurança em Meios de Pagamento e Identificação S.A Interprint Ltda.

Alpha Color Etiquetas e Rótulos Ltda

Giesecke & Devrient América do Sul Indústria e Comércio de Smart Cards S/A

Tiliform Indústria Gráfica Ltda

Trust Administração e Participações Ltda

Empresa com certificação cancelada – NBR ISO 9001:2008 Printbil Indústria Gráfica Ltda

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para a aprendizagem escalável ao invés da efi­ciên­cia escalável”. Ele contou que a Arizona, o maior prestador de serviços de crossmedia do Brasil, tem procurado justamente identificar ten­dên­ cias com crescimento ex­po­nen­ cial, entendendo os de­sa­f ios do mercado publicitário e ajudan­ do-​­o a integrar todos os meios de comunicação, sobretudo na gestão de arquivos digitais.

Empresa com certificação cancelada – NBR 15936:2011 Premier Spell Gráfica Fotolito e Editora Ltda Selo Qualidade Ambiental ABTG Certificadora Plural Editora e Gráfica Ltda Stilgraf Artes Gráficas e Editora Ltda

Gemalto do Brasil Cartões e Terminais Ltda Tress Impressos de Segurança Ltda Indústria Gráfica Brasileira Ltda – IGB

Tel. (11) 2618-2035 certificacao@abtgcertificadora.org.br www.abtgcertificadora.org.br

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PRODUTOS

Akad aposta em novos plotters de recorte e lonas

O A

Starlaser traz novo pacote X-Rite para flexografia

s novidades da Starlaser para o segmento de flexografia incluem lançamentos internacionais apresentados em eventos recentes do setor, como o X-Rite eXact Scan, um dispositivo de medição de cores que trabalha em conjunto com o soft ware ColorCert X-Rite Edition para simplificar os fluxos de gerenciamento de cores entre a pré-impressão e a impressão, incluindo recursos para separação de cores e otimização nos níveis de tinta. Certificado pela ISO 13655:2009, o eXact é um espectrofotômetro flexível que suporta todos os padrões de medição internacionais. Permite leitura de múltiplas barras de cores impressas em diversos tipos de mídia, possibilitando sua aplicação precisa para fluxos de impressão em uma variedade de equipamentos e substratos. Por sua vez, o ColorCert: XRite Edition é uma solução para grandes convertedores ou gráficas que necessitam de uma ferramenta consistente para compartilhar dados entre várias plantas produtivas. A suíte de aplicativos permite aos usuários obterem

uma visão instantânea do desempenho da impressão e do consumo de tinta, desde um trabalho individual até projetos mais complexos. Junto com o eXact Scan e o ColorCert: X-Rite Edition, a Starlaser também oferece ao mercado de convertedores e impressores flexográficos o Pantone Live, tecnologia internacional Pantone que oferece fácil acesso a dados para definição de cores a partir de um sistema centralizado e seguro. No total, estão disponíveis 22 bibliotecas de cores que oferecem cobertura a praticamente todos os substratos disponíveis para o segmento de embalagens. Outra novidade que está sendo comercializada pela Starlaser no Brasil é o InkKeyControl, software para gráficas comerciais controlarem o consumo de tinta nos processos de impressão a partir do gerenciamento apurado das formulações de cores. A partir das análises, o aplicativo emite relatórios detalhados que possibilitam aos operadores realizarem ajustes de tinteiros, economizando o consumo.

plotter de recorte Novacut PSR1260SS soma-se a uma gama de máquinas desse fabricante disponíveis exclusivamente por meio da Akad. Com uma área útil de corte de 1.260 mm, o PSR1260SS atinge uma força de corte de até 750 g, suficiente para executar diversos trabalhos com rapidez e simplicidade operacional. A velocidade máxima de corte de 960 mm/s também é adequada aos níveis de produtividade esperados nesses segmentos. Já o plotter Novacut ST 1260CS , com a mesma largura útil de até 1.260 mm, tem força de corte de até 510 gramas e velocidade de até 800 mm/s, aliando características técnicas high-end a um custo muito competitivo. O Novacut ST 1260CS é indicado para recorte em aplicações nos mercados de sinalização, comunicação visual, serigráfico, indústria têxtil, indústria de vidros e de brindes promocionais. O equipamento é dotado de sistema de corte de contorno, composto por um sensor óptico que permite detectar as marcas de registro em imagens pré-impressas. Complementando a linha, a Akad está comercializando as lonas Novajet. Fabricadas com materiais em padrão industrial,

as lonas para impressão digital Novajet, compostas por laminado de PVC reforçado com fios de poliéster, com superfície branca e fundo cinza para frontlight, estão disponíveis em bobinas em três gramaturas diferentes. A lona para impressão digital Promocional Novajet, em 210 g/m², possui tramas 200 × 200 D 18 × 12, nas dimensões de 1,52 × 50 metros, sendo indicada para banners econômicos e faixas promocionais de curta exposição, displays e PDV de uso interno, exposições artísticas em ambientes internos, estandes promocionais e cenografia. A Standard Novajet, em 340 g/m², possui tramas 200 × 300 D 18 × 12, nas dimensões de 1,52 × 50 metros, é adequada para impressões de grande formato que exigem leveza, banners suspensos, faixas, painéis e displays frontlight para uso interno e externo. Já a lona para impressão digital Premium Novajet, em 440 g/m², tem tramas 300 × 500 D 18 × 12, nas dimensões de 1,52 × 50 metros, sendo indicada para impressões de grande formato que exigem maior resistência, banners suspensos, empenas, faixas, grandes painéis e displays frontlight para uso interno e externo. www.akad.com.br

www.starlaser.com.br VOL. IV 2014 TECNOLOGIA GRÁFICA

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PRODUTOS

Polifilmes abre novo showroom com soluções Kodak

A

Polifilmes Graphics, se­dia­ da em Belém (PA), empresa que há 30 anos desenvolve par­ ceria para revenda dos produ­ tos Kodak nos estados do Pará, Amapá, Maranhão e ­Piauí, inau­ gurou em novembro seu mais recente show­room e gráfica. O espaço contará com o que há de mais moderno dos pro­ dutos Kodak, como a impresso­ ra digital Kodak Nexpress 3900 (colorida), a impressora Kodak Digimaster (monocromática), o CtP Trendsetter 400, e soft­wares como Prinergy Connect e Priner­ gy InSite. A Kodak Brasil desta­ ca esse novo em­preen­di­men­to como um marco na história dos

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ne­gó­cios da empresa, o qual per­ mitirá aos seus clien­tes da Re­gião Norte, através do novo espaço da Polifilmes Graphics, ava­liar e constatar o desempenho das so­ luções Kodak em um am­bien­te real de produção.

urante a última Label Expo 2014, ocorrida em setem­ bro em Chicago (EUA), a Durst anunciou ofi­cial­men­te o lan­ çamento de sua impressora digital inkjet para etiquetas e rótulos Tau 330 no mercado americano. Conceituado como um equipamento de alta defi­ nição, a Tau 330 trabalha à re­ solução de 720 × 1.080 dpi que oferece, como recurso, a possi­ bilidade de trabalhar inline com sistema de acabamento a laser e aplicar dados variáveis para personalização dos produtos.

Além disso, conta com tin­ tas Tau Low-​­Mi­gra­tion UV da Sunjet, que habilita a Tau 330 a trabalhar com impressão de etiquetas e rótulos para o seg­ mento alimentício, bem como obter um espectro am­plia­do de cores. Segundo a Durst in­ ter­na­cio­nal, o equipamento, que no Brasil é co­mer­cia­li­z a­ do em parceira com a Rota­ tek, já possui instalações pre­ vistas no País, assim como nos Estados Unidos. www.durst.com.br www.rotatek.com.br

www.polifilmesdaamazonia.com.br

Nova geração de adesivos reduz custos de embalagens

lto desempenho na cola­ gem, redução drástica na perda de adesivos, menor custo com manutenção e diminuição nas horas paradas para limpe­ za e ajustes. O que antes pare­ cia inatingível, agora promete vi­ rar rea­li­da­de graças a uma nova geração de formulações e equi­ pamentos para adesivagem que está re­vo­lu­cio­nan­do a produti­ vidade no segmento de emba­ lagens. Para essa nova família de coleiros, a Adecol desenvolveu a 10 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. IV  2014

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Durst Tau 330 chega ao mercado americano

linha Performelt, hotmelt em pellets formulado com polímeros de metaloceno, que apresenta alto desempenho. “Fizemos diversos testes com o Performelt e outros de nossos adesivos hotmelt em equipamentos de ponta, como o InvisiPac, da Graco, e o Free­ dom, da Nordson, e os resulta­ dos foram excelentes”, comenta Alexandre Segundo, diretor co­ mer­cial da Adecol. O adesivo Per­ formelt tem valor de densidade menor que à base de EVA , por

exemplo, garantindo alta adesão com menos adesivo. Ele também apresenta uma resistência térmi­ ca su­pe­rior, se mantendo sem al­ teração mesmo após longos pe­ río­dos sob altas temperaturas. O Performelt também traz be­ ne­f í­cios durante sua aplicação. Por ser um adesivo limpo, não sofre carbonização no coleiro, não exalando odores e fumaça, gerando melhor am­bien­te de tra­ balho. O produto exige tempe­ raturas menores para chegar ao

ponto de utilização, aumentan­ do a vida útil do equipamento. E também para não formar fios, conhecidos como ‘cabelo de anjo’, durante o uso. Com isso, o Per­ formelt entrega menor desgaste e manutenção, menos horas de paradas e de rejeições na linha de produção. Estudos conduzi­ dos pela Adecol apontam que o uso do adesivo gera economia de até 30% em relação a outras solu­ ções de colagem de embalagens. www.adecol.com.br

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PRODUTOS

Fiery disponível para a nova impressora Xerox Color C60/C70

E Therm-​­O-Type lança soluções para acabamento digital

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Therm-​­O-Type, que fabrica soluções para acabamento e enobrecimento de impressos digitais, representada com exclusividade no Brasil pela Diginove, apresentou uma série de novidades na GraphExpo 2014, que aconteceu em Chicago (EUA) em outubro. Entre os principais lançamentos estava a Zip-TS2L Mark IV, cortadeira desenvolvida para rea­li­zar cortes/vincos di­fe­ren­cia­ dos com rapidez e precisão. Pode trabalhar com até 350 g/m², opção para produzir com ou sem vinco transversal, sistema digital de configuração e customização de trabalhos ba­sea­do na plataforma Win­dows, alimentador para mí­dias de até 13,5 polegadas, mesa de alinhamento com ajuste automático de registro e inclinação para vincos

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perfeitos, sistema de perfuração para encadernados, corte de cantos arredondados, e tecnologia de transporte/separação automática para formação de lotes finalizados. Outro destaque foi a Zip- CSCL , um equipamento de corte/vinco de alta produtividade que trabalha com mí­dias de formato máximo de 14,5 × 20 polegadas, alimentador por sistema de sucção ba­sea­do no padrão offset, ajustes automáticos de cassetes, sistema de perfuração cruzada, opção de cortes laterais para cria­ção de cartões de visita, e, assim como o modelo Zip-TS2L Mark IV, dispõe de sistema de transporte otimizado que facilita a finalização em lotes empilhados dos produtos acabados. www.diginove.com.br www.thermotype.com

m outubro, a EFI anunciou que os DFE s ( front-​­e nd digitais) F­ iery da EFI estão disponíveis para a nova impressora Xerox Color C60/C70 . A EFI e a Xerox têm colaborado para oferecer o servidor de impressão Xerox EX-i C60/C70 personalizado e o servidor de impressão Xerox EX C60/C70 , ambos acio­ na­d os pelo ­F iery para conduzir essas impressoras digitais de baixa produção. Os novos DFE s ­F iery incorporam as tec­n o­l o­ gias de processamento de imagem que tornaram o EFI ­Fiery o único DFE a conquistar a marca

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de 100% de perfeição na ava­ lia­ç ão da auditoria PDF RIP da VIGC (Flemish In­no­va­tion Center for Graphic Com­mu­ni­ca­tion). O novo servidor de impressão Xerox EX-i C60/C70 oferece recursos de fluxo de trabalho de classe mun­dial do ­Fiery, disponibilizando aos usuá­rios uma qualidade de cores ex­cep­cio­nal, a custo mais acessível. Os am­bien­ tes de impressão de produção de alta demanda podem usar o servidor de impressão Xerox EX C60/C70 , que fornece 83% mais poder de processamento. www.efi.com

Zanatto apresenta parceria com a GMG

Zanatto Soluções Gráficas apresentou ofi­c ial­m en­ te, durante a participação na 5ª Feira In­ter­na­cio­nal de Fle‒ xografia, Papelão Ondulado e Conversão Digital (7 a 10 de outubro, Transamérica Expo Center, São Paulo), sua nova parceria com a fabricante alemã de sistemas para ge­ren­cia­ men­to e prova de cores GMG Color. Entre os destaques da GMG Color mun­d ial­m en­t e consagrados estão soluções para provas e ge­ren­cia­men­to de cores, como o GMG Co­ lor­proof e GMG SmartProfiler, entre outros. Segundo Paulo Monteiro, diretor da GMG Color para a América Latina, a empresa vem dedicando importante foco ao segmento de provas de cor também para a área de embalagens. “Trata-​ s­ e de uma área em que somos líderes mundiais. Porém,

no Brasil, até uns cinco anos atrás, nossa principal atua­ção era no segmento offset. Gra­ dual­men­te, isso vem mudando”. Segundo o diretor, o Brasil é responsável por quase 50% dos ne­gó­cios da GMG Color na América Latina e, também, um dos paí­ses do mundo em que os usuá­rios gráficos são consultados e participam com sugestões no desenvolvimento de novas ferramentas para as versões dos soft­wares GMG. Técnicos da área de suporte e aplicação da Zanatto já estão sendo treinados nas soluções GMG Color para dar atendimento pós-​­venda aos clien­tes. Além disso, em um momento ini­cial, a GMG Color também disponibilizará, no Brasil, consultores para auxiliar no suporte a novos clien­tes. www.zanatto.com.br www.gmgcolor.com

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A Esko lança plataforma operacional i-cut Production

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oi apresentado pela Esko, em outubro, o i-cut Production Console, sistema operacional front-end que será a plataforma comum para todos os sistemas de acabamento digital Kongsberg. O sistema combina o conjunto de recursos do XL-Guide criados para aplicativos de embalagens com o i-cut Vision Pro, o padrão front-end da indústria para corte e produções com tiragens pequenas. Projetado para todas as operações em mesas Kongsberg, o i-cut Production Console forma uma base sólida

mentas. “Esses recursos testados e aprovados são os favoritos da indústria e agora estão incorporados em um sistema ope ra cio nal bem mais intuitivo para os usuários”, explica Tom Naess, gerente de produto CAM da Esko. “Queremos para quaisquer desenvolvimentos futuros. O i-cut Production Console (iPC) aciona todas as funções das mesas Kongsberg, como controle de câmera, configuração de máquina, reconhecimento de ferramenta e ajuste de calibragem e ferra-

ajudar os clientes a simplificar seus métodos para que possam maximizar suas capacidades. O iPC assiste instintivamente ao operador da máquina e exibe cores com um significado que volta o foco para a área certa na hora certa. Vai mudar a forma como os operadores fazem o acabamento de um trabalho e permitir que obtenham um resultado ainda melhor de suas máquinas”. www.esko.com/pt

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ESPECIAL Tânia Galluzzi

Fotos: Atelier de Impressão

Fotografia fine art. Próspera e exigente

Dentro da impressão digital jato de tinta, um segmento que vem se mostrando promissor é o de fotografia fine art, com crescimento expressivo de 2012 para cá. Conversamos com estúdios de impressão e fornecedores do setor para entender tal movimento.

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N

o início de 2014, em entrevista ao Estadão, o fotógrafo Claudio Edinger afirmou que a fotografia é a nova pintura e o fotógrafo, o novo pintor. “A fotografia foi inventada por pintores para auxiliá-​­los em seu trabalho. Ela é filha da câmera obscura ( . . .). Pois o que foi inventado para auxiliar, a partir do meio do século XIX foi se tornando protagonista. Hoje não existe um grande museu que não tenha um importante departamento de fotografia, sem falar nos mais de 100 museus de fotografia no mundo todo”, contou Edinger ao jornal. Há tempos o mundo valoriza a fotografia como expressão artística. O recorde de foto mais cara já vendida continua com o alemão An­dreas Gursky. Em 2011, um de seus trabalhos — a imagem do Rio Reno, na Alemanha, registrada em 1999 e medindo 3,5 m × 2 m — foi leiloado por US$ 4,3 milhões. Embora ponto fora da curva, esse píncaro revela a força de um meio que só tem feito crescer nos últimos anos: o mercado da fotografia fine art. E não há como negar. A evolução tecnológica em torno da reprodução dessas obras tem um peso

definitivo nesse movimento, calcada no trinômio papel, tinta e sistema de impressão. Percorrendo essa trilha há 33 anos, contabilizando 190 exposições em 20 paí­ses, o fotógrafo Cássio Vasconcellos é expectador e partícipe do processo de transformação. Para ele, a mudança mais significativa aconteceu na percepção da fotografia como obra de arte. “Ninguém mais discute se fotografia é arte ou não. Quan­do comecei, fotografia na parede só mesmo em casa de fotógrafo e agora quem não tem quer ter. Livros de fotografia eram poucos e de má qualidade, enquanto hoje, se buscar re­fe­ rên­cias de fotografia brasileira, você vai encontrar dezenas e dezenas de livros muito bem impressos”. Sem dúvida o mercado melhorou muito, porém continua pequeno, sobretudo se comparado à Europa e Estados Unidos. A boa notícia, segundo Cássio, é que não falta espaço para crescer. Como indicador ele cita o aumento da presença da fotografia em feiras como a SP-Arte (Feira In­ter­na­cio­nal de Arte de São Paulo) e a ArtRio. A força da fotografia acabou gerando, inclusive, um filhote, a SP-Ate/ Foto, cuja próxima edição será em agosto de 2015.

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Atento à demanda, em 2014 Cássio criou, ao lado dos também fotógrafos Lucas Lenci e André Andrade, a galeria online Fotospot – Fotografia Contemporânea. Ela reú­ne imagens de fotógrafos consagrados, novos talentos e de arquivos históricos, oferecendo fo­to­gra­f ias fine art em tiragens originais limitadas, com qualidade mu­seo­ló­gi­ca, certificada, numerada e assinada pelo artista. É neste ponto, nevrálgico na sea­ra da arte por envolver questões como autenticidade, reprodutibilidade e principalmente permanência, que entram as benesses do desenvolvimento nas ­­áreas de insumos e processos de impressão.

TRIO DE FERRO

Bruno Mortara, coor­de­na­dor da Comissão de Estudo de Pré-​­Impressão e Impressão Eletrônica da ABTG e professor de pós-​­gra­dua­ção na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, explica que a durabilidade e a qualidade da fotografia fine art e de reproduções de obras de arte estão diretamente ligadas ao uso de tintas pigmentadas base água em impressoras jato de tinta de oito ou mais cores, tendo como substrato pa­péis de fibra de algodão. Simplificando as características desse conjunto, o uso de pigmentos assegura uma melhor fixação da tinta, evitando que ela borre ao entrar em contato com o papel; a amplitude de cores possibilita um maior gamut de cor; e a fibra de algodão dá ao papel resistência su­pe­rior. A ausência da lignina (polímero orgânico complexo que une as fibras celulósicas) e de aditivos

ópticos de brilho evita a oxidação e consequentemente o amarelecimento do papel. Além disso, os pa­p éis utilizados na fotografia fine art são livres de ácido, garantindo a manutenção da qualidade original do substrato ao longo do tempo. Todo esse conjunto é ro­dea­do por uma série de certificações. Os pa­p éis recebem, por exemplo, o selo Wilhelm Imaging Re­search, certificação que garante que o produto foi aprovado nos testes de permanência padrão da indústria relativos VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA

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à expectativa de vida das impressões jato de tinta. Os fabricantes de papel, como Canson e Hahnemühle, homologam as impressoras jato de tinta, assim como certificam os próprios estúdios de impressão, atestando o comprometimento do ateliê em trabalhar de acordo com as normas de excelência de impressão fine art. Isso significa, afora os sistemas de impressão, cuidados especiais no manuseio e armazenagem do papel e dos trabalhos já impressos e na enquadração das peças. Tal esmero responde ao alto nível de exigência do segmento de fine art e justifica-se na produção de trabalhos de elevado valor agregado. O fotógrafo Clicio Barroso, criador do Atelier de Impressão, ADI , credenciado como o primeiro Cer tified Printer da Canson no mundo, divide esse mercado em

CANON

dois nichos: o mercado de arte e o de decoração. O primeiro, composto por galerias de arte, museus e colecionadores, está interessado no processo, mas sobretudo na autoria dos trabalhos. Valoriza cada detalhe, compra peças únicas ou de baixíssimas tiragens, e está preocupado com a qualidade da obra em si, com a assinatura do artista e com a permanência das reproduções. O segmento de decoração, formado por arquitetos e decoradores, é um pouco menos rigoroso. Busca o cuidado do processo de impressão fine art, valorizando as peças como itens que comporão um determinado ambiente. Atendendo ambos, Clicio comenta que os dois estão crescendo muito. “Houve uma popularização dos equipamentos de impressão. Hoje boa parte dos fotógrafos tem uma impressora de boa qualidade,

TECNOLOGIA JATO DE TINTA DROP ON DEMAND

CORES

TINTA

TAMANHO DA GOTA DE TINTA

ALIMENTAÇÃO

CAPACIDADE DOS CARTUCHOS

RESOLUÇÃO NOMINAL – DPI

Térmica

12

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha solta e rolo

até 130 ml

2.400 × 1.200

Térmica

12

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha solta e rolo

130 ml e 300 ml

2.400 × 1.200

Térmica

12

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha solta e rolo

330 ml ou 700 ml

2.400 × 1.200

Térmica

8

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha solta e rolo

330 ml ou 700 ml

2.400 × 1.200

iPF5100

iPF6450/6400

iPF9400/8400

iPF8400S/iPF9400S

18 TECNOLOGIA GRÁFICA

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O QUE É FOTOGRAFIA FINE ART? Muito se discute sobre a definição do que

que resolve suas necessidades básicas, e sabe como produzir com qualidade. Eles nos procuram quando precisam de algo maior, como uma exposição”. DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO

Os fabricantes das impressoras confirmam a expansão do mercado de fine art e fotografia no Brasil, especialmente nos últimos dois anos. As principais marcas, com linhas dedicadas, são Canon, HP e Epson, esta última detentora da liderança com mais de 80% de participação. “O mercado brasileiro está passando por um amadurecimento, tanto no reconhecimento do valor da fotografia autoral quanto no conhecimento técnico do processo. A demanda vem crescendo também com o maior número de exposições e com a produção para eventos sociais”, afirma Luciara Souza, gerente de produto da Epson. Ela atribui o sucesso da Epson à amplitude da linha e à evolução das cabeças de impressão e da tinta exclusivas Epson. Juntos, os dois quesitos conseguem, segundo o fabricante, reproduzir 93% da tabela Pantone, sem alteração do resultado visual da impressão em função da iluminação à qual está exposta a peça. Percebendo o potencial da impressão fine art, Canon e HP estão igualmente investindo em pesquisa e desenvolvimento. No caso da Canon esse movimento foi alavancado pelo início da venda direta das câmeras profissionais no Brasil, há três anos. Contudo, 2014 foi o ano de aproximação da marca com os usuários e clientes de sistemas de impressão, marcado pela parceria comercial com a Canson, calcada

é fotografia fine art e parte da dificuldade vem do fato de não existir um consenso sobre o que é arte. O termo fine art, que significa belas artes, começou a ser associado à fotografia nos anos de 1930 e 1940 nos Estados Unidos, como explica o fotógrafo Clicio Barroso. Nessa época a fotografia fortaleceu-se como uma vertente das artes plásticas através de figuras como o fotógrafo norte-americano Edward Weston. O termo continuou a evoluir, classificando grandes paisagens em P/B, algo que poderíamos associar ao trabalho realizado pelo fotógrafo Sebastião Salgado. Hoje dá nome não só ao trabalho autoral de um fotógrafo como ao processo de reprodução dessa imagem. E aqui mora o perigo. Uma imagem de um fotógrafo renomado, impressa de maneira incorreta, pode ser considerada fotografia fine art? E uma imagem qualquer, reproduzida dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade, é fine art? Para o fotógrafo Cássio Vasconcellos, não é o uso do papel de algodão ou de uma impressora jato de tinta com tinta pigmentada que alça uma imagem à categoria de fotografia fine art. Clicio Barroso faz coro: “lixo bem impresso continuará sendo lixo”. Para ambos, o que deve ser levado em conta é o trabalho autoral, a mensagem que o fotógrafo quer passar, sua trajetória. No site da Fotospot, a galeria online criada por Cássio, há uma boa definição do conceito: fotografia fine art é a obra resultado de um trabalho estruturado por

seu autor e decorrente de pesquisa e apuro (tanto de execução quanto de materiais para suporte), oferecida ao público interessado por um preço justificado pelo currículo e carreira. De fato, não é possível dizer que uma foto é fine art se não houver intenção técnica, estética e discursiva definida e se não houver apuro técnico e estético. Além disso, é preciso levar em conta a trajetória profissional do fotógrafo e o contexto da fotografia em relação a contextos históricos, sociais e econômicos. E, apesar da impressão não ser nunca o único fator definidor de que uma imagem é fine art, a preocupação (ou, novamente, o apuro) com a impressão e o suporte também ajudam a uma fotografia ser percebida e aceita como tal. Isso posto podemos voltar aos elementos envolvidos no processo de impressão da fotografia fine art, que garantem a longevidade da obra: papel, tinta e sistema de impressão, todos dentro das características citadas no texto principal. Porém isso não basta. Para quem pensa em apostar num mercado em crescimento e de alto valor agregado, o primeiro passo talvez seja investir em um profissional que conheça o segmento, que entenda a importância de detalhes que podem parecer insignificantes, como o uso de fitas de conservação (isentas de ácido) na montagem de uma imagem já impressa, assim como saiba lidar com as exigências e peculiaridades de cada fotógrafo. Em resumo, excelência em processo e atendimento personalizado. Você já não ouviu falar disso antes?

FORMATO

GRAMATURA

VELOCIDADE

ACESSÓRIOS OPCIONAIS

CUSTO DA IMPRESSORA

CUSTO DO CARTUCHO

43,2 cm

até 500 g/m²

1 impresso A2 em 41s (modo rápido)

Pedestal (ST 11)

R$ 11.489

R$ 171,00

60,1 cm

até 500 g/m²

1 impresso A1 em 1m20s (modo rápido)

Espectrofotômetro embutido (iPF 6450)

R$ 12.868 (iPF 6400) / R$ 17.609 (iPF 6450)

(130 ml – R$ 296,00) e (300 ml – R$ 609,00)

152,40 cm (iPF9400) / 111,76 cm (iPF8400)

até 500 g/m²

1 impresso A0 em 2m (modo rápido)

R$ 28.224 (iPF8400) / R$ 55.462 (iPF9400)

(330 ml – R$ 657,00) e (700 ml – R$ 1.156,00)

111,76 cm (iPF8400S) / 152,40 cm (iPF9400S)

até 500 g/m²

1 impresso A0 em 34s (modo rápido)

R$ 22.533 (iPF8400S) / R$ 46.589 (iPF9400S)

(330 ml – R$ 657,00) e (700 ml – R$ 1.156,00)

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19

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na linha de impressoras de grande formato com 12 cores. “Em um ano conseguimos triplicar as vendas”, conta Fabiano Peres, supervisor de revendas da Canon. De acordo com o executivo, há muito trabalho a ser feito, que deve ser intensificado em 2015. “Nosso market share ainda é pequeno, mas agora temos um produto superior. A Canon conseguiu resolver questões relacionadas à estabilidade das cores, alcançando uma gama de cores mais precisa,

EPSON

Photo R3000

Pro SP3880

Pro SP4900

Pro SP7890

Pro SP9890

Pro SP7900

Pro SP9900

Pro 11880

20 TECNOLOGIA GRÁFICA

TG91 - Fine Art v2.indd 20

minimizando efeitos indesejados relacionados à formulação da tinta como metamerismo. Essa evolução foi testada e aprovada não só pela Canon como por entidades certificadoras internacionais”. O mote para 2015, segundo Fabiano, será a apresentação de soluções completas, da captura à saída, aproveitando a sinergia entre as câmeras e as impressoras. Na visão de Norbert Otten, gerente de produto de impressoras de grande formato da HP, mais do

TECNOLOGIA DE IMPRESSÃO

CORES

TINTA

TAMANHO DA GOTA DE TINTA

ALIMENTAÇÃO

CAPACIDADE DOS CARTUCHOS

RESOLUÇÃO NOMINAL – DPI

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

9

Base água pigmentada

2 picolitros

Folha e rolo

25,9 ml

5.760 × 1.440

3,5 picolitros

Folha e rolo. Alimentador automático de folhas, suporte para papel fine art (alimentador posterior manual, alimentador frontal para suportes rígidos [até 1,5 mm])

80 ml

2.880 × 1.440

200 ml

2.880 × 1.440

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

9

Base água pigmentada

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

11

Base água pigmentada

3,5 picolitros

Folha e rolo. Alimentador automático de folhas, suporte para papel fine art (alimentador posterior manual, alimentador frontal para suportes rígidos [até 1,5 mm])

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

9

Base água pigmentada

3,5 picolitros

Folha e rolo

700 ml

2.880 × 1.440

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

9

Base água pigmentada

3,5 picolitros

Folha e rolo

700 ml

2.880 × 1.440

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

11

Base água pigmentada

3,5 picolitros

Folha e rolo

700 ml

2.880 × 1.440

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

11

Base água pigmentada

3,5 picolitros

Folha e rolo

700 ml

2.880 × 1.440

3,5 picolitros

Folha e rolo. Alimentador automático de folhas, suporte para papel fine art (alimentador posterior manual, alimentador frontal para suportes rígidos [até 1,5 mm])

700 ml

2.880 × 1.440

Micropiezo TFP com revestimento repelente de tinta

9

Base água pigmentada

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que o aumento na venda de equipamentos profissionais, a HP assistiu recentemente a uma elevação no consumo dos insumos. “O mercado está ávido. Existe bastante espaço para crescer. Temos uma média mensal de venda entre cinco a 10 máquinas, que não é um volume alto, porém representa um consumo grande de suprimentos. Comparado com o segmento técnico, de engenharia, o segmento de fine art consome de oito a 12 vezes mais tinta”.

FORMATO

GRAMATURA

VELOCIDADE

ACESSÓRIOS OPCIONAIS

CUSTO DA IMPRESSORA

CUSTO DO CARTUCHO

33 cm

até 1,3 milímetros

8" × 10" em aprox. 1 min e 33 s; 13" × 19" em aprox. 2 min 30 s

R$ 3.900,00

R$ 134,00

43 cm

1,5 milímetros

30 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 4.599,00

R$ 235,00

43 cm

1,5 milímetros

30 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 10.990,00

R$ 410,00

61 cm

1,5 milímetros

40 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 12.990,00

R$ 923,00

112 cm

1,5 milímetros

40 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 21.750,00

R$ 923,00

61 cm

1,5 milímetros

40 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 17.450,00

R$ 923,00

112 cm

1,5 milímetros

40 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 26.250,00

R$ 923,00

162 cm

1,5 milímetros

40 m²/hora (velocidade máxima)

R$ 44.100,00

R$ 1.066,00

VOL. IV 2014 TECNOLOGIA GRÁFICA

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21

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Analisando o comportamento do mercado nos últimos três anos, o gerente salienta também uma mudança no perfil dos produtos. Até então a demanda recaia basicamente sobre impressoras de 44 polegadas. De lá para cá houve uma migração para máquinas menores, de 24 polegadas, demandadas pelo fotógrafo que quer empreender no segmento de alto nível e, do outro lado, por máquinas de maior porte, de 60 polegadas, sistemas de alta produção, alta qualidade e durabilidade da impressão. “Isso significa que o impressor profissional vem sentindo a necessidade de maiores formatos”. Além do formato maior, a impressora da HP para esse perfil de cliente, lançada em 2014, tem como diferencial a durabilidade, usando tintas que duram mais de 200 anos em substratos específicos e em ambientes controlados como de um museu.

HP

TECNOLOGIA JATO DE TINTA DROP ON DEMAND

CORES

TINTA

TAMANHO DA GOTA DE TINTA

ALIMENTAÇÃO

CAPACIDADE DOS CARTUCHOS

RESOLUÇÃO NOMINAL – DPI

Térmica

8

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha e rolo

até 130 ml

2.400 × 1.200

Térmica

12

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha e rolo

até 130 ml

2.400 × 1.200

Térmica

12

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha e rolo

até 130 ml

2.400 × 1.200

Térmica

8

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha e rolo

até 300 ml

2.400 × 1.200

Térmica

6

Base água pigmentada

4 picolitros

Folha e rolo

até 300 ml

2.400 × 1.200

8 (com vermelho cromático)

Base água pigmentada, com pigmentos menores proporcionando brilho mais intenso e homogêneo

4 picolitros

Folha e rolo

até 775 ml

2.400 × 1.200

8 (com vermelho cromático)

Base água pigmentada, com pigmentos menores proporcionando brilho mais intenso e homogêneo

4 picolitros

Folha e rolo

até 775 ml

2.400 × 1.200

Z2100 – 24 pol. Z3200ps – 24 pol.

Z3200ps – 44 pol.

Z5200ps – 44 pol.

Z5400ps – 44 pol.

Térmica Z6200 – 42 pol.

Térmica Z6800 – 60 pol.

22 TECNOLOGIA GRÁFICA

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O equipamento conta ainda com um algoritmo de impressão que confere mais velocidade de impressão em substratos foscos e de maior gramatura. Ratificando o momento positivo vivido pelo mercado, Frederic Darrigan, diretor geral da Canson Brasil, comenta que houve uma explosão de vendas da linha de papéis Infinity em 2012 e 2013 no País. Na Canson, as pesquisas na área de impressão digital fine art começaram em 1989, culminando com o lançamento da linha Canson Infinity em 2009, focada na impressão jato de tinta para belas artes e fotografia. Ela inclui canvas e papéis de fibra de algodão e base celulose, desde 170 g/m² a 400 g/m², diferentes texturas e acabamentos, atendendo desde o fotógrafo amador até os birôs de impressão. Quando conversamos com o executivo, no final de novembro, Canson e Canon estavam justamente

FORMATO

GRAMATURA

discutindo a continuidade da parceria acertada para o mercado nacional. “A ideia de poder oferecer um pacote completo é ótima, incluindo a participação conjunta em vários eventos como fizemos em 2014. Mas a Canson Brasil não tem estrutura para vender equipamentos”, afirmou Frederic Darrigan. A meta da Canson para 2015 é continuar a atuar muito próxima dos clientes, inclusive facilitando a participação deles em eventos e ajudando-os a desenvolver seus negócios. “Queremos fortalecer os impressores, mesmo porque eles são figuras-chave na divulgação do que é fine art”.

VELOCIDADE

ACESSÓRIOS OPCIONAIS

CUSTO DA IMPRESSORA*

CUSTO DO CARTUCHO*

R$ 10.327,00

R$ 318,00

27,9 cm a 61 cm

até 500 g/m²

0,85 m/min (0,25 m²/min)

Eixo (peça usada na alimentação da impressora para acomodar mais de um tipo de papel), upgrade de PostScript

27,9 cm a 61 cm

até 500 g/m²

0,85 m/min (0,25 m²/min)

Eixo

R$ 15.403,00

R$ 318,00

27,9 cm a 111,8 cm

até 500 g/m²

0,85 m/min (0,25 m²/min)

Eixo

R$ 24.707,00

R$ 318,00

27,9 cm a 111,8 cm

até 500 g/m²

1,2 m/min (0,7 m²/min)

Eixo

R$ 25.741,00

R$ 533,00

27,9 cm a 111,8 cm

até 500 g/m²

1,2 m/min (0,7 m²/min)

Eixo

R$ 29.876,00

R$ 533,00

27,9 cm a 106,7 cm

até 500 g/m²

3,9 m/min (2,3 m²/min)

Eixo, upgrade de PostScript, módulo para impressão rolo a rolo

R$ 36.078,00

R$ 1.132,00

27,9 cm a 152,4 cm

até 500 g/m²

3,9 m/min (2,3 m²/min)

Eixo, upgrade de PostScript, cesto

R$ 47.449,00

R$ 1.132,00

*Preços sugeridos para consumidor final, base São Paulo, válidos para dezembro de 2014 VOL. IV 2014 TECNOLOGIA GRÁFICA

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COMO FUNCIONA Alexandre de Oliveira e Maristela Jácome Cherubin

Mas afinal, o que é celulose?

Foto: International Paper

Flecha, preciso de uma foto de papel bem bonita aqui. Pode ser bobina, folhas ou de papéis especiais

C

elulose é um composto orgânico de característica fibrosa presente na maioria dos vegetais. A principal fonte de celulose para a fabricação de papel é a madeira, em função de sua grande concentração fibrosa. A produção de celulose a partir da madeira também tem se mostrado altamente viá­vel economicamente, considerando-​­se condições de cultivo de florestas e processos industriais de extração da celulose. As fibras de madeira mais utilizadas na produção de celulose para fabricação de papel são as

24 TECNOLOGIA GRÁFICA

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pro­ve­nien­tes do pinus (fibras longas, 3 a 7 mm) e do eucalipto (fibras curtas, 0,5 a 1,5 mm). As fibras longas são as preferidas para pa­péis com elevada resistência mecânica, como os destinados à embalagem. Já as fibras curtas conferem maior qualidade em pa­péis para impressão. Toda a celulose de madeira produzida no Brasil provém de árvores plantadas para esse fim. As árvores — pinus ou eucalipto — são plantadas a partir de mudas desenvolvidas para que sejam garantidas as características ­ideais dos espécimes adultos,

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tornando o processo in­dus­trial mais efi­cien­te e minimizando va­ria­ções de qualidade do produto final. São utilizados dois processos de produção de mudas: a partir de sementes e por clonagem. No primeiro caso as sementes são coletadas de árvores matrizes, be­ne­f i­cia­das, se­le­cio­na­das e cultivadas em tubetes contendo substrato rico em nu­ trien­tes e matéria orgânica. Os tubetes com as sementes são mantidos em viveiros, com irrigação controlada. Nessas condições, as sementes germinam e as mudas se desenvolvem. Entre 90 e 120 dias atingem cerca de 30 cm e são plantadas no campo. Os clones podem ser obtidos por macropropagação ou por micropropagação. No primeiro caso, estacas (pequenos pedaços de galhos ex­t raí­dos de matrizes) são tratadas com hor­mô­nios na base para dar origem a uma nova raiz para o vegetal. Depois são plantadas e cultivadas até atingirem 25 cm de altura, quando seguirão para o local de plantio. Na micropropagação pequenos fragmentos de galhos jovens com gema (nova brotação) ou brotações do topo são retirados da árvore-​­matriz. Em laboratório, esses materiais são desinfectados e colocados em re­ci­pien­tes contendo meio de cultura líquido — subs­tân­cias com elevadas concentrações de nitrogênio, potássio, zinco e cobre — onde o processo de brotação continua. Uma vez desenvolvidos os brotos, o ramo passa por um processo de repicagem, resultando em pequenos fragmentos que serão colocados em novos re­ci­pien­tes para formação de raí­zes e crescimento. Ao atingirem cinco centímetros de altura, as mudas resultantes serão colocadas em tubetes com substrato e en­via­das ao viveiro. O processo completo leva de 120 a 180 dias. Plantadas em solo tratado, as mudas de eucalipto formarão árvores prontas para serem cortadas somente depois de seis a sete anos após o plantio. No caso do pinus, as árvores serão colhidas após 10 a 12 anos. COMO AS FIBRAS CELULÓSICAS SÃO EXTRAÍDAS DA MADEIRA?

Diversos processos podem ser utilizados com o objetivo de extrair as fibras de celulose da madeira. São os chamados processos de polpação e o produto resultante é a polpa de celulose. A polpação promove a ruptura das ligações entre as fibras no in­te­rior da madeira. Esse processo pode ser rea­li­z a­do mecanicamente, quimicamente ou por uma combinação de ambos. Neste artigo

Foto microscópica de fibra longa

Foto microscópica de fibra curta (eucalipto)

vamos descrever o processo químico conhecido como kraft, que é o mais utilizado no Brasil. A primeira etapa é o preparo da madeira. A madeira pode chegar à fábrica de celulose com ou sem casca, em toras de aproximadamente seis metros de comprimento e diâ­me­tro va­rian­do entre cinco e 30 cm. A madeira recebida sem casca é conduzida, por meio de esteiras, diretamente ao picador. As toras com cascas são processadas em descascadores de tambor rotativo e então encaminhadas aos picadores. As cascas removidas são utilizadas para a geração de energia, por meio de sua queima. Nos picadores, as toras são transformadas em cavacos (farpa ou lasca produzida pelo desbaste VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Corte transversal da madeira

da madeira) com dimensões predefinidas, a fim de facilitar a impregnação dos rea­gen­tes químicos que serão utilizados no processo. Os cavacos são estocados em pilhas e transportados por correias

até os vasos impregnadores dos digestores, onde será ini­cia­do o processo de polpação, também chamado de cozimento. Os cavacos de madeira são submetidos à rea­ ção com uma solução contendo hidróxido de sódio (NaOH) e sulfeto de sódio (NA₂S) — o licor branco forte. Isso ocorre dentro do digestor, mantido a alta pressão e temperatura. Os produtos químicos utilizados rea­gem com a lignina, solubilizando-​­a. Lignina é uma substância que une as fibras de celulose na madeira dando-​­lhe estrutura e rigidez. As fibras liberadas da lignina cons­ti­tuem a celulose in­dus­trial, nessa etapa conhecida como polpa marrom ou polpa escura. O digestor tem altura va­rian­do entre 40 e 60 metros. Os cavacos e o licor branco forte são introduzidos con­ti­nua­men­te pela parte su­pe­rior. O tempo total do cozimento da madeira é de aproximadamente 120 minutos e rea­li­z a-​­se do topo até o centro do digestor. Do centro até a parte in­fe­rior rea­ li­z a-​­se uma operação de lavagem, objetivando a retirada da solução re­si­dual — o licor preto fraco (licor branco forte usado no cozimento mais a lignina dis­so­cia­da da madeira). Esse licor preto será utilizado como combustível na caldeira de recuperação. Após a lavagem, a celulose é retirada do digestor, sendo em seguida submetida a uma segunda

Descascador

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operação de lavagem em lavadores específicos, para então ser depurada. A depuração consiste em submeter a celulose à ação de peneiramento visando à remoção das impurezas sólidas. A celulose, agora livre de impurezas, é submetida ao processo de bran­quea­men­to. Esse é um tratamento químico com peróxido de hidrogênio, dió­ xi­do de cloro, oxigênio e hidróxido de sódio em cinco es­t á­gios diferentes. O bran­quea­men­to visa a melhorar as pro­prie­da­des da celulose in­dus­trial: alvura, limpeza e pureza química. Após o bran­quea­men­to, a celulose é depurada novamente e en­via­da para a secagem. Nessa operação, a água é retirada da celulose até que esta atinja o ponto de equilíbrio com a umidade relativa do am­bien­te (90% de fibras e 10% de água). A máquina de secagem é o equipamento responsável pela formação da folha ou fardo de celulose via­bi­li­zan­do seu carregamento e transporte.

ALEXANDRE DE OLIVEIRA é professor

da Escola Senai Theobaldo De Nigris e Maristela Jácome Cherubin é coordenado1ra técnica do setor de Celulose e Papel da escola.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS D’ALMEIDA M.L.O., KOGA M.E.T., FERREIRA K.C., PIGOZZO R.J.B., TOUCINI R., REIS H.M., VIANA E.F., Livro: Celulose,

Senai-​­SP Editora, 2013. OLIVEIRA, L.S., D issertação “Micropropagação, microestaquia e miniestaquia de clones híbridos de Eucalyptus globulus, Viçosa – Minas Gerais, 2011. Digestor

Na próxima edição conheça

os detalhes do processo de produção do papel

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EM 2015, A FESTA

É NO BRASIL

Em plena Cidade

Maravilhosa RE ALIZAÇÃ O

COORDENAÇÃO

C OOR DENA Ç Ã O INTER N A C I O N A L

C O O RD E N AÇÃO T É CN I CA

XXVIII CONGRESSO

APOIO

16º CONGRESSO BRASILEIRO DA INDÚSTRIA GRÁFICA

LATINO-AMERICANO DA INDÚSTRIA GRÁFICA

XXII THEOBALDO

DE NIGRIS CONCURSO LATINO-AMERICANO DE PRODUTOS GRÁFICOS


EM 2015, A FESTA

É NO BRASIL

Em plena Cidade

Maravilhosa REALIZ AÇÃ O

COORDENAÇÃO

C OOR DENA Ç Ã O INTER N A C I O N A L

C O O RD E N AÇÃO T É CN I CA

XXIV CONGRESSO

APOIO

16º CONGRESSO BRASILEIRO DA INDÚSTRIA GRÁFICA

LATINO-AMERICANO DA INDÚSTRIA GRÁFICA

XXII THEOBALDO

DE NIGRIS CONCURSO LATINO-AMERICANO DE PRODUTOS GRÁFICOS


SEYBOLD

A máquina 2 quebrou de novo! QUARTA-FEIRA À TARDE, 15 MINUTOS ANTES DA PRIMEIRA TROCA DE TURNO DO DIA, NA SALA DA DIRETORA DA GRÁFICA ACME, LAUREN HARDING.

As últimas palavras do chefe ainda ecoavam em seus ouvidos quando Lauren desligou o telefone e se recostou na cadeira. Suspirou, recordando as palavras duras: “Lauren, eu concordo com você, nós devemos encontrar uma maneira de aumentar a produtividade da empresa, mas uma nova impressora não é a solução. Sim, eu li seu relatório, juntamente com as recomendações e os números, mas a resposta continua sendo não. Você terá que achar outra saída para aumentar os níveis e números da produção da fábrica, e rápido”. Levantando-se, Lauren virou-se e andou em direção à janela de onde podia ver toda a produção. Embora estivessem produzindo, já estava quase na hora da mudança de turno, pensou. Ela sabia, sem olhar para os últimos relatórios, que mesmo com dois turnos e um time completo, eles não conseguiriam os números esperados pela diretoria, não neste mês, nem no próximo. A menos que algo mudasse, e rápido. O problema é que ela não tinha mais nenhuma boa ideia. As impressoras simplesmente não funcionavam e os jobs não saíam sem problemas. Levantando-se e virando a cabeça para a esquerda, ela viu um grupo de operadores conversando ao lado da impressora número 2, que, como se via, não rodava o trabalho da Thompson Publishing. A impressora 2 tinha parado. Novamente. Bem, ela sabia que ouviria muito sobre esses novos problemas no dia seguinte, cedo, na reunião matinal com a diretoria. Já era o bastante. Não vou me preocupar agora, decidiu. Resolver problemas em uma gráfica era trabalho para toda uma equipe. Ela tinha um bom time, não se importaria em 30 TECNOLOGIA GRÁFICA

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encontrar pessoas mais talentosas, mas, para o momento, tinha a equipe que necessitava. Lauren sabia que os diretores estavam tão perplexos quanto ela com algumas das questões da produção. Retornando para sua mesa ela olhou para a caixa de entrada de emails e decidiu que a maioria das mensagens poderia esperar até o dia seguinte por uma resposta. Repassando mentalmente seu dia, percebeu que não estava surpresa com a recusa do chefe à sua proposta para a compra de uma nova impressora. A compra de uma nova impressora digital a ajudou a ganhar algum tempo, mas as taxas de leasing eram muito altas. Ela sabia o que o chefe diria se enviasse o email com a proposta de compra. Na verdade, ela já sabia o que ele diria quando viu o preço final da impressora. “Você pode tentar”, pensou consigo, “eles poderiam dar algum desconto”. O volume de vendas não poderia ser melhor do que o conseguido por ela, dada a atual situação econômica. Procurando algo a fazer nas duas horas que sempre utilizava para trabalhar após jantar, olhou para várias pilhas de papéis que cobriam a grande mesa de carvalho que herdou de seu antecessor. Lauren pensou, pela primeira vez, que o escritório refletia o gosto do seu antecessor e não o dela. Mesmo assim, se recusou a mexer no orçamento para trocar a mobília da sala. O orçamento andava apertado há muito tempo. “Números”, pensou, sentando- se novamente. Puxou de novo a pilha para procurar a última declaração trimestral de lucros e perdas que o contador havia lhe enviado naquela manhã, juntamente com um email desejando dar-lhe melhores notícias. Com a pasta aberta, ela olhou para o relatório, na esperança de ver os números de forma diferente. Lauren já havia examinado os números e eles formavam um quadro sombrio. Muitas despesas e

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pouco lucro. A velha história de sempre, trimestre após trimestre. Olhou novamente para o resumo do relatório, e com um último suspiro colocou-​­o sobre a pilha de pa­péis mais próxima. Eram os números que a preo­cu­pa­vam mais. Ela entendia muito de números, mas sabia que estavam faltando peças como num quebra-​­cabeças. E, apesar de seus melhores esforços, não achava as peças que faltavam na figura. Um pensamento lhe ocorreu. Números não eram informações. “Eu não preciso de mais números. Preciso de informações. Informações que eu possa usar para corrigir os números”. Colocou algumas brochuras em sua pasta, pegou as chaves e, antes de fechá-​­la, decidiu levar também o balanço financeiro e outros três re­la­tó­rios financeiros recentes da matriz. À noite, após tentar ajudar seu filho na tarefa de álgebra, daria uma olhada nos re­la­tó­rios novamente. Quem sabe eles não lhe con­ta­riam outra história ou ela teria uma nova ideia. QUINTA-​­FEIRA PELA MANHÃ (7H30), LOGO APÓS O INÍCIO DA REU­NIÃO DIÁRIA DE GESTORES NA SALA DE CONFERÊNCIAS DA ACME PRINTING.

“Eu não sei o que te dizer”, disse Bob, tentando esconder sua irritação com a insistência de Lauren, virando-​­se para pegar a garrafa de café do aparador e enchendo sua caneca pela terceira vez na reu­nião. De volta à sua cadeira, ele bateu a caneca sobre a mesa de conferência com força. Um pouco do líquido marrom espirrou para fora e ele limpou com a mão. Seu rosto estava vermelho, mas sua voz estava calma quando falou novamente. “Tudo o que eu sei com certeza é que um terço do que saiu da impressora número 2, ontem, teve que ser jogado fora“. Bob tomou um gole de sua caneca e continuou. “Nós simplesmente não podemos usá-​­la. Eu vou desligá-​­la pelo resto do primeiro e do segundo turno. Se ficarmos sem o papel es­pe­cial que usamos para a produção do encarte da Johnson — sim, temos o su­f i­cien­te aqui agora, mas somente se não houver mais problemas —, pode demorar três dias para obtermos o su­f i­cien­te para terminarmos o trabalho”. Olhando para o bloco vazio de papel à sua frente, Lauren bateu com a caneta e revirou os olhos. Três dias, ela sabia que po­de­riam facilmente se tornar cinco ou sete dias se a fábrica não tivesse o papel na mão e eles tivessem que procurar no mercado. Percebendo seu descontentamento com as

no­tí­cias, Bob ofereceu a única esperança que tinha. “A empresa disse que nos daria prio­ri­da­de e aguardo seu representante aqui, antes das nove horas”. “Pelo menos eu espero que ele chegue a tempo”, pensou Lauren. Sabendo quão poucos representantes a empresa tinha nos dias de hoje, pensou que o representante chegaria perto de duas horas, impossibilitando assim o fun­cio­na­men­to da impressora durante o primeiro turno do dia. Lauren respirou fundo e expirou lentamente para não afligir Bob mais uma vez. Ela havia recusado seus pedidos da semana an­te­rior sobre manter mais de uma reserva do papel caro que usavam para esses trabalhos, porque se concordasse os números do trimestre te­riam sido ainda pio­res. O impacto sobre os números não seria grande, mas ela estava cansada de comprar papel extra e ter que ocupar espaço no piso da produção pois o desperdício era tão alto. Bob conhecia seus pensamentos e ela estava já estava ficando cansada de ele lembrá-​­la disso todo o tempo. “Ok, vamos em frente”, disse por fim, ignorando por um momento Larry, seu gerente de atendimento, que a olhou como se não tivesse boas no­tí­ cias a compartilhar e virou-​­se para Jane, sua melhor gerente de vendas dizendo “diga-​­me que tem boas no­tí­cias sobre a proposta da Baker”. Jane balançou a cabeça e disse: “Eu bem que gostaria de ter”. Jane sorriu, esperando que o sorriso ali­vias­se o golpe da má notícia para todos os que estavam sentados à mesa. E acrescentou: “Pelo menos eles atendem meus telefonemas. Perguntem-​­me novamente na próxima semana”. Aproveitando a oportunidade, no momento de silêncio que se seguiu ao comentário de Jane, Larry disse: “O senhor Getty, da Getty Cria­ti­va, foi chamado novamente ontem. Ele não ficou feliz com os valores da última fatura. Foram cobrados encargos para a correção de trapping? Ele nos pediu a retirada desses encargos, diz que os arquivos estavam corretos”. “Talvez estivessem corretos para imprimir na impressora laser do escritório, mas na impressão digital ficaria horrível, exatamente como na última leva que imprimimos”, anunciou John, chefe do departamento de pré-​­impressão. Lauren sabia que para entender o que real­men­te havia acontecido com o senhor Getty e seus arquivos levaria pelo menos uma hora de seu dia. No fim VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA

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do dia ela poderia parar e dar uma olhada em um ou dois arquivos originais, pois ela já conhecia o excesso de zelo de John em relação ao trapping. SEXTA-​­FEIRA À TARDE, ÚLTIMAS HORAS DO PRIMEIRO TURNO, ANTES DE UM FIM DE SEMANA PROLONGADO.

Lauren desligou o telefone e, pela primeira vez no dia, surgiu um leve sorriso em seu rosto. Ontem, após a manutenção, a impressora 2 parecia fun­ cio­nar muito bem, como o velho cavalo de bata­ lha que sempre foi, e o trabalho estava quase pron­ to. Porém, o defeito surgiu novamente e, como Bob tinha previsto, foi usado e perdido todo o papel que havia em estoque. Foram ne­ces­sá­rios alguns telefonemas mas, pela manhã, ela conseguiu encontrar em um gráfica vi­ zinha papel su­f i­cien­te para terminar o trabalho. Ela fez bem em recolher os cartões de visita das reu­ niões das as­so­cia­ções locais, apesar de terem uma comida intragável, mas os contatos valeram ouro, ou no caso, valeram papel revestido. Ela enviou um caminhão para buscar o papel e Bob estava cha­tea­do, pois o trabalho teria de ser con­cluí­do durante o fim de semana. Isso significa­ ria que ele teria que estar no local para garantir que o resto do trabalho seria feito e entregue. Bob iria participar de um acampamento com o grupo de escoteiros, do qual era o líder. Lauren tinha certeza de que os escoteiros conseguiriam encon­ trar o caminho para entrar e sair da floresta sem a ajuda dele, mas ela também sabia que Bob gostava de ajudar os meninos. No entanto ele ficaria cha­ tea­do, pois, sem poder acompanhar os escoteiros, teria de ficar acompanhando a produção. As horas extras e os custos para obter o papel a tempo para a produção con­su­mi­riam todo o lu­ cro que eles te­riam sobre esse e talvez o próximo trabalho, mas tinha de ser feito. A Johnson era um ótimo clien­te e Lauren não poderia perder nenhum clien­te nos dias de hoje. Os problemas com a impressora número 2 te­ riam que ser so­lu­cio­na­dos para que pudessem ter­ minar o trabalho. Caso contrário, alguém (prova­ velmente Lauren) teria que levar a má notícia do atraso para o diretor de mar­ke­ting da Johnson. Sandy, a jovem es­t a­giá­ria contratada do pro­ grama de impressão do RIT (Rochester Institute 32 TECNOLOGIA GRÁFICA

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of Tech­no­lo­g y), bateu na porta. Lauren desviou os olhos da parede onde seu olhar estava fixado e disse à jovem para entrar em sua sala. Sandy hesitou por um momento antes de cruzar a porta e depois de caminhar timidamente pelo tapete, colocou uma folha de papel sobre a mesa na frente de Lauren e permaneceu em silêncio. “Ótimo”, pensou Lauren quando pegou a folha, “mais números”. Sandy deve ter notado a expres­ são em seu rosto, porque quando falou, sua voz era hesitante. “Eu acho que descobri o que está errado com a impressora número dois”. Lauren, desejando que a jovem fosse mais con­ fian­te, colocou um sorriso no rosto antes de olhar para Sandy e fez um gesto para que ela se sentas­ se na cadeira do outro lado da enorme mesa de carvalho. “Ótimo! O que você descobriu?” Sandy se sentou na ponta da cadeira e olhou para o iPad que segurava: “Você se lembra do soft­ ware com o qual queria que eu trabalhasse? O Spen­ cerMetrics?” Lauren suspirou in­te­rior­men­te. A per­ gunta surgiu em sua cabeça: “”Por que tudo é uma questão com essas crian­ç as?” Ela assentiu com a cabeça e o rosto de Sandy se animou: “Eu dei uma olhada no que diz respeito à impressora número dois, e tenho uma teo­ria”. Algumas semanas mais tarde, Lauren participa­ va de outro daqueles cafés da manhã da as­so­cia­ ção, com comida intragável. Ela olhou para o bufê e decidiu parar no McDonalds no caminho para o escritório. Pelo menos o café estava quente nesta manhã. Ela ignorou o roncar de seu estômago, se­ gurou o copo de café na mão direita e trouxe sua atenção de volta para a conversa que estava tendo com Jacob Snowden, o chefe local da as­so­cia­ção. Acabava de contar a Jacob sobre o que Sandy, sua tímida, mas brilhante es­ta­giá­ria, descobriu. Com as informações que Sandy reuniu sobre o desem­ penho da impressora, desde que começou a usar o SpencerMetrics, Lauren e sua equipe de gestão foram capazes de determinar e corrigir os proble­ mas na impressora número 2 e concluir os trabalhos. Os problemas desapareceram. Resolver o problema sem ter que utilizar mais papel do estoque — que ela havia adquirido por um preço elevado —, fez parte de um longo caminho para melhorar os números mensais. Vinha mais tra­ balho pela frente, ela sabia, mas fez uma revisão com­ pleta de todas as outras máquinas impressoras e se 

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Formação com qualidade e competência, SENAI. Pós graduação: Planejamento e produção de mídia impressa Desenvolvimento e produção de embalagens flexíveis Gestão inovadora de empresa gráfica Gestão avançada da produção Inscrições abertas permanentemente

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Escola SENAI Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2315 Mooca São Paulo SP Tel: (5511) 2797.6331/6332/6333


sentiu con­f ian­te de que seria capaz de fazer mais, muito mais, com os equipamentos que tinha na fá­ brica. Jacob havia escutado atentamente sua história enquanto terminava de comer um salgadinho. De­ pois de limpar um pouco do creme de seus dedos, balançou a cabeça com espanto e perguntou: “Sé­ rio? O problema da impressora eram as blanquetas? Como você teve certeza?” Lauren já lhe tinha dado alguns detalhes, mas em resposta ela esboçou o que os re­la­tó­rios indi­ caram. Vendo que as pes­soas estavam se reunindo para o encontro, ela resumiu: “Então, em poucas pa­ lavras, utilizando as informações do soft­ware que nos deu, pudemos ver que os problemas da impres­ sora número dois começaram há algumas semanas. Embora nenhum operador ou até mesmo o geren­ te de turno tenha enxergado facilmente o proble­ ma, a rea­li­da­de era que a impressora estava bem”. Uma imagem da última fatura da empresa de serviços, incluindo o trabalho rea­li­za­do na impres­ sora número 2, na tentativa de consertar uma im­ pressora em perfeito estado, surgiu em sua cabe­ ça, mas ela continuou a falar. “Os re­la­tó­rios nos disseram, entre dois turnos e quatro operado­ res, que os problemas re­la­cio­na­dos com as blan­ quetas ha­viam aumentado. Essa informação nos deu o su­f i­cien­te para ter uma ideia de onde es­ tava o problema. Alguns testes e uma nova caixa de blanquetas depois e nós estávamos rodando perfeitamente de novo”. Jacob balançou a cabeça com espanto. “Uma cai­ xa de blanquetas ruins . . . nossa! Diga, você poderia falar sobre isso no workshop sobre Gestão de Me­ lhoria de Fluxos de Produção do próximo mês?” Lau­ ren abriu um largo sorriso, pela primeira vez em mui­ to tempo, e se sentiu bem. E disse: “Claro que sim”. NOSSA CONCLUSÃO

Tanto quanto sabemos, esta ficção cria­ti­va é o pri­ meiro conto que apareceu nas páginas do Seybold Report. Nós tivemos a ideia de contar a história dessa maneira depois de ouvir da SpencerMetri­ cs sobre como seu soft­w are ajudou um clien­te a resolver um mistério desconcertante sobre o que estava afetando uma das impressoras da empresa. Como a história indica, a origem do problema não foi a impressora, mas uma caixa de blanquetas ruins. Depois de ouvir a história real, queríamos mos­ trar de uma maneira mais informativa e atraen­te as 34 TECNOLOGIA GRÁFICA

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páginas de descrição sobre o soft­ware SpencerMe­ trics e a empresa por trás dele, Spencer & As­so­cia­ tes Publishing. Nós aceitamos a sugestão de um li­ vro men­cio­na­do por um dos oradores do Relatório da Conferência Seybold em maio de 2014. Durante sua apresentação no evento, Scott Tully, arquiteto de soluções para NAPC , uma consulto­ ria de treinamento em tecnologia de artes gráficas com sede em Waltham, Massachusetts (EUA), fa­ lou aos participantes da conferência sobre um li­ vro que ele recomenda a todos os seus clien­tes: The Goal: a Process of Ongoing Improvement. Este livro, de 2012, foi escrito por Eliyahu M. Goldratt, consultor de ne­gó­cios e educador. O livro, publi­ cado pela North River Press, é um livro de não fic­ ção em que Goldratt apresenta seus conceitos de gestão em forma de ficção. Decidimos usar essa abordagem fictícia para apresentar e discutir os problemas do mundo real e soluções que fun­cio­nam bem e cria­mos Lauren Harding e a Acme Printing. Apesar de suspeitar que os nossos leitores vão reconhecer um pouco de si e alguns de seus colegas na história, devemos sa­lien­ tar que é ficção! Porém os resultados e o incidente que levou à cria­ção da história não. Devemos ressaltar também que, embora este ar­ tigo apresente uma visão sob os holofotes do Spen­ cerMetrics, sabemos que nossos leitores são inte­ ligentes o su­f i­cien­te para decidir por si mesmos o valor de tal soft­ware para suas empresas. Indepen­ dentemente das ava­lia­ções de nossos leitores sobre essa e outras ferramentas similares, recomendamos o uso de abordagens analíticas, que medem a pro­ dutividade das máquinas impressoras e visem, como Lauren Harding desejava, as informações que pos­ sam ser usadas para melhorar os números da em­ presa. Vimos essa capacidade na SpencerMetrics e quisemos apresentar detalhes sobre o soft­ware para nossos leitores. No entanto, nosso relato fictício não termina nes­ ta página. Nas próximas, apresentamos alguns re­la­ tó­rios gerados para nós pela Spencer & As­so­cia­tes Publishing, para ilustrar este artigo. De acordo com o ma­te­rial aqui apresentado, as imagens pos­suem legendas indicando que são parte da apresentação solicitada por Jacob Snowden, que Lauren Harding apresentou aos seus colegas em mais uma reu­nião almoço da as­so­cia­ção ou foram usados mais tarde por Harding e sua equipe.

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SOBRE A SPENCERMETRICS

O sistema SpencerMetrics, desenvolvido pelo labo­ ratório SpencerLab Digital Color, é uma ferramenta de medição e análise, com patente pendente, que pro­por­cio­na aos pro­prie­tá­rios e gestores de gráficas a medição da produtividade de suas máquinas im­ pressoras digitais em tempo real. Através de simples coleta de dados e análise instantânea ba­sea­da em nuvem, o SpencerMetrics oferece uma visão ime­ dia­ta sobre a efi­ciên­cia da impressão digital em uso. O laboratório SpencerLab Digital Color é uma di­ visão da Spencer & As­so­cia­tes Publishing, Ltd., uma consultoria de pesquisa e mar­ke­ting focado em ser­ viços de imagens digitais coloridas para empresas para as quais a impressão é crítica: suporte estraté­ gico para melhorar a qualidade de impressão, de­ sempenho, custos e facilidade de uso. A SpencerLab é líder na comparação quantitativa e qualitativa de produtos, em testes independentes de produtos e serviços e em ava­lia­ções e testes de soft­ware/hard­ ware para a indústria de periféricos digitais a cores. Para maiores informações , visite w w w. spencermetrics.com.

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O CONTO DAS BLANQUETAS RUINS

Lauren Harding, da Acme Printing, deu o título à sua apresentação de Conto das Blanquetas Ruins e incluiu slides originais de dois re­la­tó­rios que o soft­ ware SpencerMetrics gerou e com os quais a equi­ pe de gestão de produção diagnosticou o proble­ ma. Na imagem 1, o slide da esquerda é o primeiro dos re­la­tó­rios; este gráfico e os dados mostram to­ das as atividades da máquina impressora número 2, incluindo o tempo de fun­cio­na­men­to (em ver­ de) e o tempo de reparo (em vermelho) por um pe­río­do de vá­rias semanas. À direita temos a visão am­plia­da dos dados de materiais utilizados na im­ pressora, fornecidos pelo soft­ware. Como observa­ do na história, alguns operadores de alguns turnos des­con­f ia­vam dos problemas com as blanquetas, mas ninguém tinha dados su­f i­cien­tes para concluir que eram as blanquetas que estavam causando os problemas com a impressora número 2. Infelizmente, o problema com as blanquetas apa­ receu novamente alguns meses após Lauren fazer sua apresentação (imagem 2, relatório à esquerda). VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA 35

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Desta vez, usando o relatório, Bob viu o problema e a Acme Printing encontrou um novo fornecedor de blanquetas dois dias após o incidente. O recorte à direita na imagem 2 é de um ou­ tro relatório de Harding, usado para diag­nos­ti­car o problema. Os gráficos de barras no relatório deixam claro que mudanças de blanquetas foram ne­ces­sá­ rias quase todas as vezes durante o tempo em que a impressora número 2 esteve em operação. Olhan­ do para trás, através de dados mais antigos, estava claro que este era um novo sintoma e não uma ca­ racterística da impressora. Quan­do Lauren revisou as ordens de compra para as blanquetas, percebeu que um novo lote havia chegado na mesma épo­ ca em que os problemas com a impressora núme­ ro 2 começaram a ocorrer. Comparar as duas infor­ mações ajudou a resolver o mistério sobre o que estava acontecendo com a impressora número 2. A imagem 3 é um relatório comparando o de­ sempenho da impressora número 2 durante o tem­ po problemático detalhado na história e duran­ te outro pe­río­do de tempo, alguns meses depois. O uso de insumos diminuiu significativamente no segundo conjunto de elementos quando compa­ rado com o uso da primeira faixa. Até o tempo de trabalho na impressora aumentou significativamen­ te, como o gráfico na parte in­fe­rior do relatório in­ dica. Lauren Harding está satisfeita com o aumento 36 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. IV  2014

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da produtividade na impressora número 2, que tri­ lhou um longo caminho para ajudar a melhorar os números do segundo trimestre. Além disso, a análi­ se da produtividade das outras impressoras na grá­ fica ajudou Lauren a decidir que ela não precisa de uma nova impressora. Não para já. Tradução autorizada de texto publicado

no The Seybold Report, volume 14, nº- 18, setembro de 2014.

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ENTREVISTA Tânia Galluzzi

C

Wilson Troque Entre o impresso e o digital. A virtude está no meio

om 30 anos de ex­pe­riên­cia nos segmentos gráfico e edi­to­rial, Wilson Troque, diretor de Supply Chain do Grupo Santillana Brasil1, é responsável pela direção da cadeia de abastecimento e distribuição do grupo espanhol no Brasil, coo­pe­ran­do em projetos internacionais da companhia, que está presente em mais de 20 paí­ses. Em 2009, o engenheiro mecânico, administrador e mestre em Engenharia de Produção iniciou o projeto de produção de baixas tiragens com o uso da impressão digital no Brasil como piloto para o Grupo Santillana. Hoje, Wilson Troque trabalha na produção de con­teú­dos personalizados em livros impressos. Nesta entrevista, o executivo fala do mercado de livros digitais e do re­la­cio­na­men­to da Santillana com os fornecedores de impressão.

Em palestra recente sobre o mercado edi­ to­rial e o uso das novas tec­no­lo­gias du­ rante o Ds­coop Days Latin America o se­ nhor comentou que as crian­ças, sobretudo as bem pequenas, estão lendo menos em dispositivos móveis. Por quê? Wilson Troque – Esses números foram apresentados pela principal as­so­cia­ção de editores norte-​­americana, a AAP. A venda de livros digitais para crian­ças caiu 40% em 2013 quando comparada aos resultados de 2012. O mercado de ­e books possui uma grande incerteza quanto aos caminhos que seguirá. No começo, como uma novidade, 1  Criado na Espanha em 1960, o Grupo Santillana é o braço editorial do Grupo Prisa, um dos principais conglomerados de comunicação em língua espanhola. Presente na América Latina desde 1964, a Santillana iniciou seus negócios no Brasil em 2001, ao adquirir as editoras Moderna e Salamandra.

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desperta muita cu­r io­si­d a­d e, e depois vai se adequando aos usos e costumes. Temos que esperar os números de 2014 para ter uma ideia mais clara do que acontecerá com o livro digital infantil.

temos observado a maior mudança por conta da perecibilidade do con­teú­do. Mesmo assim as editoras ainda estão obtendo um retorno abaixo do esperado com essa nova forma de venda de con­teú­do.

Países que tentaram substituir totalmente o conteúdo impresso por digital, como a Coreia do Sul, não observaram melhorias significativas no nível de ensino.

Durante a palestra do Ds­coop Days o se­ nhor comentou que a melhor saí­da em se tratando da transmissão de conheci­ mento tem sido o uso das duas mí­dias, digital e impressa. Por quê? WT – Estudos preliminares têm demonstrado que a combinação da mídia impressa com a digital pode trazer ao aluno um nível de retenção melhor, porque une a maior concentração e di­re­cio­na­men­to pro­pi­cia­dos pelo livro impresso com a amplitude que o con­teú­do digital pro­por­cio­na, com ví­deos, animações, infográficos dinâmicos etc. Paí­ses que tentaram substituir totalmente o con­teú­do impresso por digital, como a Coreia do Sul, não observaram me­lho­rias significativas no nível de ensino. Por outro lado, paí­ses que pos­suem métodos tradicionais de educação, pautados em excelente formação dos professores, con­ti­nuam tendo os melhores índices no Pisa [Programa In­ter­na­cio­nal de Ava­lia­ção de Estudantes].

Como tem sido a ex­pe­riên­cia da Santil­ lana com livros digitais? WT – Temos investido muito na cria­ção de livros digitais, o que é diferente de ­ebooks. Os livros digitais não são somente uma réplica do livro impresso. Eles incorporam uma série de recursos visuais e animações que, em tese, promovem um maior nível de absorção dos con­teú­dos. No entanto, ainda não está claro em que medida essa maior assimilação acontece. Os resultados obtidos com esses investimentos ainda não podem ser mensurados separadamente, pois, para as escolas, oferecer con­teú­dos digitais está se tornando um fator qualificador, não um di­fe­ren­ cial. Existe uma forte demanda das instituições de ensino por con­teú­dos digitais e se a editora não tiver ma­te­rial digital a escola decidirá por outro fornecedor. Apesar dessa exigência, muitas escolas ainda não estão preparadas para trabalhar com esse novo meio de transmissão de conhecimento. É um processo demorado de aculturamento. Dentro do segmento edi­to­rial, qual per­ fil de produto tem evo­luí­do mais rapida­ mente nessa área? WT – Os livros de trade (literatura geral) são os que apresentam maior independência do papel em função da disseminação dos tablets e dispositivos móveis de leitura, que popularizaram as novas formas de acesso aos con­teú­dos. Já nos livros educacionais há a questão da escrita, da feitura dos exer­cí­cios. Em todo o mundo o segmento de publicações pe­rió­di­c as é onde

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A Santillana optou por um parcei­ ro externo para a digitalização de seus con­teú­dos. Qual a razão? WT – Sim. As editoras atual­men­te não têm condições de digitalizar uma grande quantidade de seus con­teú­dos e existem algumas empresas es­pe­cia­li­z a­das nesse segmento. Esse formato vai con­ti­nuar? WT – Acredito que sim, pois esse processo é rea­li­za­do por empresas es­pe­cia­li­za­das em publicações digitais, que transformam nossos con­teú­dos para que possam ser disponibilizados em uma livraria, em um CD ou em uma plataforma na internet. Como diretor de supply chain, como é fa­ zer o meio de campo entre fornecedores de soluções digitais e impressas? WT – Acredito que nosso maior desafio não é in­ter­me­diar essas empresas, mas sim acompanhar a evolução da tecnologia para dar a resposta que o mercado demanda. Está claro

para nós que as soluções digitais têm papel mais importante na am­plia­ção do mercado do que como substituto da mídia impressa. As pesquisas mostram que quanto maior o acesso ao con­teú­do digital, mais se amplia o mercado total das mídias, pois parte dos consumidores não tinha acesso a esses conteúdos. Na sua opi­nião, a indústria gráfica vem evoluindo na área de logística? WT – Infelizmente poucas empresas da indústria gráfica conseguem entender o quanto a logística, interna e externa, é fundamental para o aumento da efi­ciên­cia e da eficácia. O olhar da maior parte das empresas está nos equipamentos e não no processo e nas pes­soas. No entanto, acredito que isso é parte da evolução natural das empresas por uma questão de prio­ri­za­ção dos temas a serem aprimorados. O amadurecimento das empresas, forçado pelo aumento da concorrência, as levará a um estágio em que começarão a atentar para essas questões.

Não nos encantamos por equipamentos ou soluções milagrosas, mas sim pelas soluções que nos são apresentadas frente aos desafios de qualidade e tempos de entrega. Quais são as principais demandas e os de­ sa­f ios de um grupo como a Santillana no contato com fornecedores de impressão? WT – O Grupo Santillana é particularmente uma companhia que tenta construir uma relação de longo prazo com os fornecedores. Isso pode ser observado pelo tempo de re­la­cio­na­men­to que temos com vá­rias empresas no Brasil e em outros paí­ses. Alguns dos nossos fornecedores estão há 10, 20 ou 30 anos conosco. Primamos, antes de tudo, pela se­rie­da­de na conduta dos temas ligados ao atendimento dos prazos e à postura na solução dos problemas. Não nos encantamos por equipamentos ou soluções milagrosas, mas sim pelas soluções que atendem nossas necessidades de qualidade e tempos de entrega. VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA 39

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Preço, prazo e qualidade: Como equilibrar esses requisitos no mercado de grandes formatos?

Fabio Martin

de alerta. Há inúmeras possibilidades e alternativas dentro de um mesmo segmento, trazendo alto risco de apostar na solução menos eficaz para o negócio. Nesse momento, não há outra alternativa a não ser se dedicar a uma eficiente pesquisa e levantamento de informações para a tomada de decisão. Uma vez definidos público-alvo e equipamentos, o próximo desafio é entender algo que muitas empresas confundem na hora de oferecer a qualidade como seu principal diferencial. A qualidade correta. Não existe qualidade a qualquer custo. As empresas e consumidores de modo geral sempre irão buscar a melhor e maior qualidade pelo melhor preço. A chave para o equilíbrio está em entender e oferecer possibilidades ajustadas às expectativas dos clientes.

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efinitivamente, equilibrar esses três importantes requisitos — e, por que não afirmar, exigências de empresas e consumidores — não é uma tarefa fácil. Especialmente no mercado de grandes formatos, onde a grande oferta de materiais e processos pode distorcer completamente a percepção de valores do produto ou serviço oferecido pelas empresas de comunicação visual. Um bom passo para iniciar a busca por tal equilíbrio é definir o foco de atuação e distinguir o público que desejamos atender e concretizar negócios. Somente a partir dessa definição é que será possível determinar, num segundo momento, quais equipamentos devemos adquirir e a mão de obra mais adequada. Aqui temos também um ponto importante

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Oferecer alternativas e explicar que grandes formatos com resolução fotográfica custam mais caro do que grandes formatos com resolução apropriada pode ser um caminho interessante para equilibrarmos o trinômio preço, prazo e qualidade dentro de um mercado cada vez mais competitivo. Ainda mais se o trabalho destina-se a uma visualização a média distância. Não estou falando em propor a redução da qualidade em função da busca por novos negócios. A sugestão é considerar caso a caso, verificando qual a melhor ou mais apropriada qualidade dentro dos critérios de utilização do material e, claro, medindo e considerando a expectativa do cliente.

Feito isso, conseguiremos, por consequência, analisar e determinar melhor os requisitos preço e prazo. Velocidade e valores estão totalmente relacionados com a qualidade adequada que determinamos para cada projeto. Em muitos casos, e talvez nos mais importantes e vultosos trabalhos, será possível ir além do fechamento do negócio, conseguindo atingir melhores margens de lucro. Em resumo, tudo isso só será possível se aplicarmos uma boa dose de inovação em nosso negócio. A alta competitividade do mercado exige constante inovação. Para competir com boas possibilidades de sucesso é necessário inovar e para inovar é preciso planejar. Os negócios são bem sucedidos quando existe um mercado com espaço para crescimento, bons projetos e pessoas capacitadas por trás deles. Aliada à inovação é preciso também ter uma boa dose de flexibilidade, que é o pilar básico para sustentar qualquer mudança. A inovação terá êxito se estiver apoiada em estratégia, gestão e recursos. Manter-se preso a conceitos mercadológicos antigos, em que a análise de dados e fatos é colocada em segundo plano se comparada à satisfação total e soberana do cliente, é um erro fatal que pode custar a própria sobrevivência da empresa.

Alinhar expectativas e buscar o mais conveniente para os dois lados (cliente e fornecedor) é o melhor caminho para a continuidade. E isso inclui trabalhos produzidos com a mais alta qualidade e requinte. Mas cabe também considerar trabalhos promocionais com alta velocidade de entrega e preços mais do que interessantes. Isso também não é qualidade? Não atende ou supera a expectativa do mercado em determinados casos? Equilibrar preço, prazo e qualidade no mercado de grandes formatos é um desafio enorme. Mas é possível vencê-lo se o projeto for analisado e planejado de maneira acertada, desde a escolha do segmento específico em que a empresa irá atuar, sua tecnologia e recursos, até, principalmente, a adoção de um olhar apurado para cada tipo de trabalho. Oferecer a solução adequada é possível. Pense em como encontrá-la, pois vale a pena! FABIO MARTIN é gerente comercial da Artfix. VOL. IV 2014 TECNOLOGIA GRÁFICA

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PRODUÇÃO GRÁFICA

Ana Cristina Pedrozo

Explore as novas ferramentas do InDesign CC 2014

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isponível para atualização, a versão 2014 do Adobe Creative Cloud, modificada em junho e em outubro, possui algumas novidades voltadas para o aumento da produtividade e outras para a adequação da versão à produção para mídias digitais, fato que também ocorreu nas atualizações anteriores. Além da atualização de 14 programas que fazem parte da suíte Creative Cloud, a Adobe lançou também aplicativos para iPad: o Sketch, o Adobe Line e o Adobe Photoshop Mix, além de dois hardwares, o Adobe Ink e o Adobe Slide.

produtividade e organização do trabalho no momento da diagramação. Neste artigo apresentaremos as principais ferramentas passo a passo. A localização dos recursos (comandos e ferramentas) será citada tanto na versão em inglês quanto na em português e as teclas do teclado serão mencionadas tanto para usuários de Mac quanto para os de PC, visando atingir todos os usuários do aplicativo. COMPARTILHAMENTO DE CORES

O acesso ao conjunto de cores foi simplificado pelo Adobe Color diretamente do InDesign, independente de o conjunto de cores ter sido criado no Illustrator, no Photoshop ou no serviço Color da web. No menu Window > Colour > Adobe Color Themes (Janela > Cor > Adobe Color), acesse a paleta que permite gerar e gerenciar os conjuntos de cores da publicação.

O Adobe Ink é um lápis digital e o Adobe Slide uma régua digital com a proposta de serem utilizados no iPad para substituir o lápis e a régua tradicionais, permitindo ao usuário fazer esboços, estudos e testes digitalmente, a qualquer momento.

Quanto aos soft wares, alguns itens foram adicionados aos principais programas que compõem o pacote de aplicativos. A atualização do InDesign na versão CC 2014 , foco desta matéria, trouxe recursos para auxiliar na 42 TECNOLOGIA GRÁFICA

No InDesign, a paleta Adobe Color Theme (Adobe Color) substitui a paleta Kuler que permite criar novos grupos de cores, utilizar os conjuntos disponibilizados e acessar os favoritos, utilizando as guias disponíveis na parte superior da paleta.

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As cores recolhidas podem ser enviadas para a paleta Swatches (Amostras) ou para o Adobe Color, ficando disponíveis para trabalhos futuros. SINCRONIZAÇÃO COM TYPE KIT

O programa informa se a sincronização de fontes entre o InDesign e o Type Kit está ligada ou desligada, permitindo gerenciar a procura e a substituição de fontes de maneira mais efetiva. TELA DE BOAS-VINDAS NOVA FERRAMENTA COLOUR THEME (TEMA DE CORES)

A nova ferramenta Colour Theme (Tema de Cores), representada pelo ícone está posicionada no subconjunto onde se encontra a ferramenta Eyedropper (Conta Gotas) na barra de ferramentas.

Com o modo de atualização das novas versões pelo acesso ao Creative Cloud, as novidades dos programas agora aparecem na tela de boas- vindas. Assim, o usuário, além de trabalhar com a versão mais

Porém, diferente da ferramenta Eyedropper, a Colour Theme permite recolher um conjunto de cores de uma área colorida gerada no InDesign ou de uma imagem que esteja inserida na página. Carregar o conjunto de cores para a paleta Swatches (Amostras) Carregar o conjunto de cores para o Adobe Color. Conjunto de cores coletados da imagem

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recente, pode conhecer os pontos que foram alterados no programa. Dessa forma, os novos recursos podem ser usados logo após a atualização, evitando que o usuário precise procurar as melhorias.

O grupo fica disponível na paleta. Caso queira renomear, clique duas vezes no nome do grupo e digite o novo nome.

GRUPO DE CORES NA PALETA SWATCHES (AMOSTRAS)

A paleta Swatches ganhou o recurso de criar grupos para organizar os conjuntos de cores do projeto. Elas podem ser geradas dentro dos grupos ou movidas posteriormente, a qualquer momento, dependendo da necessidade do usuário. Para criar um novo grupo utilize o submenu da paleta Swatches > New Colour Group (Amostras > Novo Grupo de Cores).

Para criar uma nova cor clique no grupo e escolha New Color Swatch (Nova Amostra de Cor).

Escolha as características da cor, como nome, composição e tipo (Process ou Spot). Clique em OK.

A janela que aparece permite nomear o grupo de cores.

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A nova cor estará disponível para uso na paleta, localizada dentro do grupo. Caso queira mover uma cor que esteja disponível, clique, segure e arraste a cor para o grupo.

A seguir, alguns exemplos de painéis que contêm as dicas das ferramentas do InDesign.

EFEITOS DIMENSIONÁVEIS

Agora, todos os efeitos que são aplicados aos elementos do InDesign, como sombra e transparência, são dimensionados junto com os objetos. Com esse novo recurso, uma opção para dimensionar os efeitos de transparência ao dimensionar um objeto foi adicionada ao comando e à paleta Transform (Transformar).

MODERNIZAÇÃO DAS DICAS

Nesta nova versão do InDesign, as dicas das ferramentas passaram a ser baseadas em HTML5 , diferente das versões anteriores, que utilizavam Flash. Para utilizar os novos painéis, clique no menu Window > Utilities > Tool Hints (Janela > Utilitários > Dicas de Ferramentas). Dessa maneira, as informações e recursos referentes à ferramenta escolhida aparecem no painel. 46 TECNOLOGIA GRÁFICA

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LOCALIZAR ANTERIOR NO RECURSO DE PESQUISA

Agora é possível escolher se a busca será feita na direção anterior ou posterior da palavra selecionada.

O recurso Find/Change (Localizar/Alterar) é bastante completo e muito útil quando se trabalha com publicações com grande quantidade de texto. Na nova versão, o comando ganhou a possibilidade de o usuário escolher a direção em que a busca é realizada. A janela do recurso possui as opções Forward (Avançar) e Backward (Voltar).

APRIMORAMENTO NO RECURSO PACKAGE (PACOTE)

O comando localizado no menu Edit > Find/ Change (Editar > Localizar/Alterar) permite buscar uma determinada palavra e trocá-la por outra, além de fazer formatações e aplicar estilo, tanto de caractere quanto parágrafo, entre outras alterações.

Juntar todos os arquivos que fazem parte de uma publicação, como o documento do InDesign, os links (imagens vinculadas) e fontes, de forma organizada em pasta e subpastas, é um recurso importante na fase final de produção de um projeto gráfico, tanto para enviar o material para a gráfica no regime aberto, como para fazer backup do trabalho para armazenamento. O comando Package (Pacote) reúne essas características e recebeu um aprimoramento na versão

A localização, indo do começo até o fim do texto, partindo de um ponto selecionado, era o procedimento existente.

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CC 2014 , criando um arquivo PDF dentro de um preset (predefinição) específico, além de possibilitar a geração de uma cópia do arquivo de InDesign no formato .IDML . O acesso ao comando está localizado no menu File > Package (Arquivo > Pacote). O comando disponibiliza um relatório sobre os itens que serão coletados. Permite verificar a qualidade das fontes e as características das imagens.

Uma mensagem alerta sobre a licença do uso de fontes, já que o comando copia esses arquivos dentro de uma subpasta específica.

No processo final do uso do recurso, a visão da pasta principal e das subpastas é a mostrada na imagem a seguir.

Ao clicar no botão Package, aparece uma janela que permite colocar informações específicas sobre o projeto.

CONSERVAÇÃO DAS PERSONALIZAÇÕES NAS ATUALIZAÇÕES

O próximo passo é escolher o local onde a pasta principal deverá ser gerada. Nessa janela é possível escolher os itens que serão coletados, como as imagens, as fontes e as opções que são novidades da versão: incluir uma cópia do arquivo de InDesign no formato IDML (Include IDML / Incluir IDML) e gerar um arquivo PDF (Include PDF / Incluir PDF). Na opção Select PDF Preset (selecionar predefinição de PDF) é possível escolher qual o tipo de arquivo que será gerado.

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É comum para os usuários de InDesign criar a sua área de trabalho com as paletas que mais utilizam e gerar teclas de atalhos que agilizam as operações repetitivas. A versão CC 2014 permite conservar essas personalizações quando o programa recebe alguma atualização, deixando o aplicativo da maneira que foi configurado anteriormente, não havendo a necessidade de o usuário refazer essa ação. Por exemplo, o usuário pode preferir utilizar a interface mais clara configurando as preferências do programa.

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Pode também gerar teclas de atalho personalizadas para agilizar o acesso aos recursos do aplicativo, utilizando o menu Edit > Keyboard Shortcuts.

Ou ainda, optar por gerar uma interface personalizada com as paletas mais utilizadas e com um determinado posicionamento por meio do menu Window > Workspace > New Work- space (Janela > Área de Trabalho > Nova Área de Trabalho).

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Todas essas personalizações não serão alteradas no momento da atualização. Se for necessário, é possível fazer essa operação pelo menu Edit > Migrate Previous Local Settings (Editar > Migrar configurações locais anteriores).

Com a ferramenta de Texto selecionei a terceira coluna. Cliquei, segurei e arrastei passando para a segunda coluna.

O resultado é rápido e pode ser repetido sempre que necessário.

Da mesma maneira é possível alterar a posição das linhas. No exemplo a seguir será necessário alterar a penúltima linha, que deverá ser a primeira. Selecionei com a ferramenta Texto a linha que desejava mudar de posição. MOVIMENTAÇÃO DE LINHAS E COLUNAS DENTRO DA TABELA

Quem é “das antigas” e fez tabelas na unha em outros aplicativos sabe que o InDesign facilita muito essa parte da diagramação. Contudo, nessa nova versão a opção de movimentação de linhas e colunas é muito bem-vinda. Em qualquer tabela dentro da publicação é possível deslocar uma linha ou coluna de maneira simples e fácil. Por exemplo: na tabela a seguir será necessário mudar a posição da terceira coluna para a segunda. VOL. IV 2014 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Cliquei, segurei e arrastei até a posição desejada. Assim como no caso da coluna, as características como fonte, tamanho, alinhamento e cores são respeitadas.

utilizam o aplicativo para criar documentos com dados variáveis empregando o recurso Data Merge (Mescla de Dados). Os tipos de códigos disponíveis são: Texto simples, Hiperlink da Web, Mensagem de texto, Email e Cartão de visitas. TEXT WRAP (TEXTO EM CONTORNO) NAS NOTAS DE RODAPÉ

É possível fazer uma cópia, pressionando a tecla Option (Mac) ou Alt (PC) quando fizer a movimentação da coluna ou da linha. Utilizando o mesmo procedimento de fazer a cópia com a tecla Option (Mac) ou Alt (PC) pressionada, o InDesign permite duplicar um texto de um cabeçalho para uma linha do corpo da tabela ou o contrário, duplicar um texto de uma linha do corpo da tabela para o cabeçalho. USO DE QR CODE EM DADOS VARIÁVEIS A n ov a ver s ã o p er mite ap li c ar Q R Co d e

nos trabalhos dos usuá rios de InDesign que

O InDesign agora permite aplicar Text Wrap (Texto em Contorno) nas imagens que estão inseridas em uma nota de rodapé. Essas imagens podem estar ancoradas (inseridas dentro do frame do texto) ou não, e isso funciona em todos os formatos de frames (retangular, oval etc). Se o frame de imagem ultrapassar a nota de rodapé e invadir o texto, o recurso continuará funcionando. Para os usuários da suíte da Adobe que estão utilizando os aplicativos por assinatura, as atualizações são bastante simples e o ícone que fica disponível para esse fim sempre avisa quando estão disponíveis. Os novos recursos estão sempre voltados para facilitar a diagramação e a conversão das publicações para as diversas saídas possíveis, incluindo as mídias digitais. Fica o convite para os profissionais que utilizam o InDesign explorarem as novidades e aplicarem em seus trabalhos agora mesmo!

ANA CRISTINA PEDROZO é

instrutora de pré-impressão na Escola Senai Theobaldo De Nigris.

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NORMALIZAÇÃO

Bruno Mortara

A batalha entre a ISO 12647-2 e a ISO DIS 15339

Na série de três artigos anteriores fizemos uma análise da nova ISO 12647-2, versão 2013, abordando suas novidades, vantagens e alguns possíveis problemas. Neste artigo avaliamos as principais diferenças entre a ISO 12647-2 e a nova norma proposta pelos Estados Unidos, a ISO DIS 15339, ainda em estudo.

A

ISO DIS 15339 é um padrão internacio­ nal que especifica a aparência final das cores impressas em CMYK, independen­ temente do processo de impressão ou substrato. Ela, teoricamente, dá aos compradores de impressão e às gráficas meios técnicos para en­ trar em acordo sobre a aparência do produto fi­ nal, com cate gorias de qualidade — e, portanto, de preços — antes mesmo do início dos trabalhos. O QUE É A 15339?

Para começar, seu título é Tecnologia Gráfica – Impressão a partir de dados digitais em múltiplas tecnologias de processo. A norma se baseia no fato de que hoje em dia o veículo do produto gráfico a ser impresso são arquivos digitais. Eles servirão para or­ çamento, imposição, provas e gravação de chapas. Outro pressuposto do autor inicial da norma, Dave McDowell, é que os designers, publicitários, edito­ res, artistas, fotógrafos e outros clientes da indústria gráfica nunca conseguiram ou desejaram usar a pa­ rafernália de normas, equipamentos calibrados, ilu­ minação padronizada, perfis de cores, instrumentos, alvos e tolerâncias propostos pela indústria gráfica a fim de melhorar a comunicação entre o cliente

e a gráfica. Esse arsenal visava alinhar a aparência visual desejada pelos clientes com o resultado im­ presso pela indústria gráfica. Para garantir que os dados do cliente fiquem próximos daquilo que ele deseja, a indústria tem ferramentas que convertem os arquivos para as condições do processo e subs­ trato com o uso de device link profiles, ou ajuste de grisês, padronizados pela ISO/TS 10128 . Porém, para toda e qualquer conversão de da­ dos, é necessário que exista sempre um alvo, que normalmente é uma condição de impressão. Tal condição, como se sabe, é ditada por um pro­ cesso, um conjunto de colorantes, um substra­ to e uma forma de se reticular os dados na forma de impressão. O que a norma ISO 15339 preten­ de é padronizar alguns alvos inter nacionalmen­ te aceitos, ba seados em condições de impressão da vida real. Uma condição de impressão é regis­ trada por dados de caracterizações de cor, que é a relação entre a cor dos dados de entrada e a cor CMYK medida na folha impressa. Os dados pro­ postos no padrão 15339 pretendem ser universais e, por isso, se chamam Condição de Impressão de Referência Caracterizada (CRPC – characterized reference printing condition).

OS USOS TÍPICOS DOS SETE CRPCS DA ISO DIS 15339-2 CRPC

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NOME

USO TÍPICO

1

Universal ColdsetNews

Gamut pequeno (jornal)

2

Universal HeatsetNews

Gamut moderado – impressão sobre papel jornal melhorado

3

Universal PremUncoated

Impressão sobre papel não revestido, não calandrado

4

Universal SuperCal

Impressão genérica sobre papel supercalandrado (SC)

5

Universal PubCoated

Impressão típica sobre papel revestido

6

Universal PremCoated

Impressão de amplo gamut, sobre papel premium revestido (comercial)

7

Universal Extra Large

Gamut extragrande – espaço de troca de processos típicos destes gamuts

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A importância dos CRPC s é enfatizada por McDowell. “Ao produzir reproduções em cores im­ pressas é importante que as organizações responsá­ veis pela preparação do ma­te­rial, separação de cores, provas e impressão trabalhem todas com um mes­ mo conjunto de parâmetros que definam as caracte­ rísticas visuais do impresso final. Esse tipo de acordo permite a produção correta dos dados de entrada e a produção de provas adequadas a partir desses dados. O objetivo da prova é simular as caracterís­ ticas visuais do produto impresso acabado tanto quanto possível, antes da produção do impresso”.1 Explorando a relação entre a tinta, substrato e processo de impressão, que limita a cromaticida­ de máxima dos sólidos impressos, pri­má­rios e se­ cun­dá­rios, a norma publica os hexágonos de cor dos CRPCs mais utilizados na indústria. Em relação aos equipamentos de impressão digital, sistemas ba­sea­dos em toner e jato de tinta, apesar de não terem as mesmas restrições de cor dos processos analógicos, as cores de suas tintas/toners tendem a imitar aquelas dos processos de impressão ana­ lógicos e, portanto, são tratados na 15339 como uma va­ria­ção dos processos tradicionais. A faixa de gamuts que se consegue obter nos processos de impressão vai de um pequeno volu­ me, quando se imprime em coldset rotativo sobre papel jornal, até o maior possível, quando se impri­ me em vá­rios processos sobre papel revestido, cou­ ché. Entre esses extremos há diversas combinações de processo/substrato que são amplamente utiliza­ das e estão entre as CRPCs. Além das condições exis­ tentes na vida co­ti­dia­na da indústria gráfica, a nor­ ma prevê a CRPC 7, que é uma referência in­cluí­da para representar um possível espaço de troca para processos com grandes gamuts, que em geral supe­ ram o CRPC 6 tipicamente de uma impressora pla­ na imprimindo em papel de alta qualidade couché. A 15339 ‑2 define sete Condições de Impressão de Referência Caracterizadas que podem ser produ­ zidas por vá­rios processos, mostradas através da re­ presentação no plano, com o hexágono com os pon­ tos que representam as cores pri­má­rias alcançados por tintas pri­má­rias CMY e suas se­cun­dá­rias, RGB. Uma das questões mais polêmicas da norma 15339 é que, na tentativa de ser o mais genérica 1 ISO DIS 15339‑1:2013, Graphic technology – Printing from digital data across multiple technologies – Part 1: Principles, p. v.

possível, ela abandona preceitos básicos da família ISO 12647, em es­pe­cial o trapping e o TVI. McDowell afirma no prefácio que “Um conjunto de dados de caracterização de cor é necessário para cada condição de impressão caracterizada como referência especificada. Porque esses conjuntos de dados podem ser usados como referência para qualquer processo de impressão, eles não são alinhados com o TVI ou trapping de impressão típicos as­so­cia­do a um processo específico. Os valores se­le­cio­na­dos representam um compromisso entre todos os processos”. Os es­pe­cia­lis­tas da Europa Central, acostumados a ver o processo de impressão de forma concretiza­ da em cores chapadas e ganho de ponto (TVI), ti­ veram uma rea­ção extremamente adversa. A con­ sequência disso é que a norma obteve uma grande votação negativa por parte dos alemães e outros paí­ses alinhados na luta que se formou no TC130 entre aqueles pró a coe­xis­tên­cia das duas normas e os que se po­si­cio­na­ram contra a cria­ção da ISO 15339. Nosso entendimento no Brasil e nosso voto foram a favor da norma, pois traz novidades que o setor precisa se desejar se tornar real­men­te mais uma atividade in­dus­trial com resultados mensurá­ veis, controláveis e previsíveis. Refiro-​­me ao fato de que na ISO 12647‑2 podemos ter duas impressões em conformidade e, no entanto, com diferenças bastante significativas. Não estou advogando con­ tra a ISO 12647‑2, contudo admitindo que há espa­ ço para melhoras e a ISO DIS 15339 é uma ótima implementação dessas me­lho­rias!

Os sete CRPCs da ISO DIS 15339‑2 (fonte: PrintWeek)

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Eixo b*

Eixo a*

Gravura LWC Fogra39

papel couché em offset

Comparação de gamuts semelhantes, impressão em gravura sobre papel LWC e impressão em offset sobre couché. (fonte: autor)

COR DO SUBSTRATO

Partindo do princípio de que a cor do substrato é componente crítico na aparência do impresso final, qualificada até como a quinta cor, a ISO DIS 15339 provê uma série de ferramentas para se adaptar às seis condições padrão, CRPCs 1 a 6, ao substrato que se esteja utilizando no momento. Isso dá uma incrí­ vel possibilidade de expansão na aplicação da nor­ ma. Se o substrato utilizado estiver até DeltaE2000 3 daquele do CRPC, então as adaptações são confiá­ veis e dentro da expectativa de aparência da norma. Além disso, com a utilização generalizada de al­ vejantes óticos (OBA) por parte dos fabricantes de papel, a norma inclui na cor de substrato o com­ ponente excitado pela luz UV, usando o modo de medição M1 da ISO 13655. Isso se mostra um méto­ do bastante eficaz para ajustar os valores de tristimulus das áreas de meios­tons, onde a cor do subs­ trato contribui mais pela baixa cobertura de tinta. Este ponto também é um caminho favorável em re­ lação à ISO 12647­2, que ainda está muito ancora­ da nos data sets disseminados no mercado, como a série da Fogra (Fogra39, Fogra47 etc.). Esses con­ juntos de dados foram medidos na condição da ISO 13655 , M0, que não é capaz de levar em con­ ta de maneira precisa as cores em substratos com elevados conteúdos de alvejantes óticos.

ValorTonalAparente = 100 ×

(At – Ap) (Rp – Rt) = 100 × (As – Ap) (Pp – R s)

onde At = absortância da área de meio tom Ap = absortância do papel As = absortância da área de tinta chapada (sólido) R = refletância de áreas comparáveis na imagem Ponderação de cores = Ciano/X; Magenta/Y; Amarelo/Z e Preto/Y Fórmula de extração de TVI colorimétrico, a partir de um CRPC, ou Dataset alvo. (fonte: ISO TS 10128)

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PRINCÍPIOS DA NORMA 15339

Segundo o autor da nova norma, o princípio bá­ sico do padrão está no fato de os dados de cor de uma página em PDF poderem ser ajustados para um gamut de impressão desde que o siste­ ma de impressão de destino tenha o volume de gamut suficiente, tornando o arquivo original independente do processo utilizado. Por exemplo: se meu arquivo foi preparado para couché brilho, Fo­ gra39L, e desejo imprimir em papel LWC , em ro­ togravura, os conteúdos de cor da minha pági­ na podem ser ajustados de modo a reproduzirem a mesma aparência visual desejada inicialmente. O data set que representa a reprodutibilidade da gravura em LWC melhorado é o ECI_PSR_LWC_ PLUS_V2 e foi feito em impressão em conformidade com a ISO 12647­4:2005. O segundo princípio, certamente um pouco mais polêmico, é que os alvos de controle de pro­ cesso devem ser baseados ou extraídos dos dados de caracterização de referência selecionados e não com base em curvas ideais como na ISO 12647­2 . Os parâmetros utilizados no controle de processos, como o ganho de ponto, TVI, e o balanço de grisês, estão contidos ou podem ser derivados dos dados de caracterização de cor escolhido como referência. Ao lado apresentamos as fórmulas da ISO TS 10128 que normalizam essa extração, tarefa que divide os gráficos no seguinte dilema. O que é mais relevante: o TVI obtido durante a impressão avaliado com densitômetro ou aquele que seria o alvo da impressão, residente no meu CRPC alvo, e que deveria ser atingido durante a impressão, extraído colorimetricamente? O princípio básico da ISO DIS 15339, em suma, é de que os dados de uma publicação, seu PDF/X , podem ser ajustados para que tenham uma apa­ rência similar em diferentes processos, desde que os processos tenham um volume de gamut similar. No próximo artigo continuaremos a ver as es­ pecificidades da ISO 15339 e a eventual viabilida­ de de ser a substituta natural da ISO 12647­2 em um momento futuro.

BRUNO MORTARA é superintendente do ONS27

e coordenador da Comissão de Estudo de Pré-Impressão e Impressão Eletrônica e professor de pós-graduação na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.

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A INDÚSTRIA GRÁFICA ESTÁ

CADA VEZ MAIS VERDE

A ABTG acredita em um futuro mais sustentável para a indústria gráfica. Por este motiivo, acabamos de lançar o Selo de Qualidade Ambiental ABTG Certificadora, um símbolo de diferenciação e reconhecimento às empresas cujas práticas contribuem para a preservação do meio ambiente e melhor qualidade de vida desta e das gerações futuras.

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PESQUISA Tânia Galluzzi

Para brasileiros é mais agradável ler em papel do que em tela

Estudo inédito, divulgado pela campanha Two Sides Brasil em conjunto com o instituto Datafolha, mostra que o brasileiro prefere ler e guardar seus documentos em papel do que em mídias eletrônicas.

N

o dia 14 de outubro foram divulgados, na sede da Abigraf, em São Paulo, os resultados da pesquisa Opi­nião sobre Comunicação Impressa, rea­li­z a­da pelo instituto Datafolha. Nela, foram entrevistadas 2.074 pes­soas acima de 16 anos, em 135 mu­ni­cí­pios. Segundo o instituto, essa amostra garante um nível de con­f ia­bi­li­da­de de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais. De acordo

com a análise, apresentada por Paulo Alves, gerente de Pesquisa de Mercado do Datafolha, os brasileiros consideram o meio papel como a maneira mais sustentável de ler livros, revistas e cartas: 59% declararam preferir o papel no caso dos livros, 56% em se tratando de revistas e 55% pensando em cartas. Na mesma sequência, os que preferem o meio eletrônico para essas leituras correspondem a 35%, 37% e 38%. A equação

SUSTENTABILIDADE Temas mundiais mais preocupantes (Resposta estimulada e múltipla*) 66%

Saúde

62%

Crime e violência 40%

Educação

36%

Pobreza e desigualdade 28%

Desemprego e trabalho Corrupção e escândalos políticos e financeiros

23%

Crescimento do terrorismo

7%

Mudanças climáticas

5%

Impostos/taxações

5%

Ações negativas para o meio ambiente

4%

Declinío de valores morais

4%

Desmatamento

4%

Outras

1%

+ Mulheres + Ensino Fundamental/Médio + Ensino Fundamental/Médio + Classes C/D/E + Norte/Centro-Oeste/Nordeste + 16 a 44 anos + Ensino Médio/Superior + Mulheres + Ensino Fundamental/Médio + Classes C/D/E + Homens + Ensino Superior + Classes A/B Citações com 1%: • Manutenção de ações/ programas sociais • Acesso ao crédito • Controle migratório

*“ De acordo com este cartão, quais os três temas de âmbito mundial que mais o(a) preocupa? Há outros que não estejam neste cartão?”

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COMUNICAÇÃO IMPRESSA vs. MEIO ELETRÔNICO

PERFIL DA AMOSTRA

Grau de concordância com frases* (Resposta estimulada e única por linha) 96%

Nota 4: 88% Nota 3:  8%

92%

Nota 4: 78% Nota 3: 14%

81%

Sexo

Nota 4: 68% Nota 3: 13%

71%

Nota 4: 54% Nota 3: 17%

Masculino 48%

4%

Nota 2: 3% Nota 1: 1% Nota 0: 0%

A plantação de novas florestas é importante para conter o aquecimento global

8%

Nota 2: 6% Nota 1: 1% Nota 0: 1%

O uso de materiais reciclados pelo consumidor é característica importante dos produtos sustentáveis

19%

Nota 2: 9% Nota 1: 2% Nota 0: 8%

Ler em papel é mais agradável do que ler em tela

29%

Feminino 52%

Nota 2: 14% Nota 1:  4% Nota 0: 11%

Notas fiscais eletrônicas são mais sustentáveis do que as impressas

Idade (média: 40 anos)

*“Em uma escala de zero a quatro, em que zero quer dizer que discorda totalmente, e quatro, que concorda totalmente, diga quanto concorda com as seguintes afirmações.” 16 a 24 anos 22% 60 anos ou mais 14%

PERFIL DA AMOSTRA Natureza do município

25 a 34 anos 23%

Região do País 45 a 59 anos 22% 35 a 44 anos 19%

Sudeste 44% Capital / Região Metropolitana 40%

Interior 60% Centro-Oeste 15%

Sul 15%

Escolaridade

Nordeste 26%

Fundamental 42%

inverte-​­se, embora com menor margem de diferença, entre os leitores de jornal — 48% preferem o eletrônico contra 46% pró-​ ­impresso. Mas 81% concordam com a afirmação de que ler em papel é mais agradável do que ler em uma tela. Também no que diz respeito à conservação de documentos importantes, o impresso é o favorito: 82%,

ante apenas 17% de adeptos de mí­dias eletrônicas para esses arquivos. “Os principais números comprovam uma rea­li­da­de que já in­tuía­mos: o brasileiro prefere fazer suas leituras e comunicações em papel e também confia mais nessa mídia para conservar seus documentos importantes”, constata o coun­try manager da campanha no País,

Médio 42%

Superior 16%

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PERFIL DA AMOSTRA Classificação econômica

Renda familiar mensal (Média: R$ 2.431)

Classe C 51%

Classes D/E 19%

2 a 3 S.M. 24%

Até 2 S.M. 39%

propaganda sobre a sustentabilidade do papel e da comunicação impressa. É fácil deduzir que faltam informações confiáveis, o que deixa brechas para mitos que alimentam a prática de green­washing, quando empresas preo­cu­pa­das em reduzir seus custos recorrem a argumentos supostamente ecológicos para cessar o envio de extratos, boletos e outras cor­res­p on­dên­cias de interesse do consumidor. Temos a missão de desconstruir esses mitos”.

3 a 5 S.M. 16%

Classe B 27%

5 a 10 S.M. 10% Mais de 10 S.M. 4%

Não sabe / Não informou 7%

Classe A 3%

Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindigraf-SP, entidade que coor­de­na a implementação da Two Sides Brasil, com apoio da As­s o­cia­ç ão Na­cio­nal de Jornais (ANJ), As­so­cia­ção Na­cio­nal dos Editores de Revistas (Aner), entre outros representantes da cadeia do papel e da impressão. De maneira geral, a percepção do eletrônico como mídia mais sustentável ocorre com maior frequência entre a população jovem (16 a 34 anos), com ensino su­pe­rior e pertencente às classes A e B. Apesar disso, é quase unânime (95%) a percepção em favor do papel sobre a importância da renovação de florestas para conter o aquecimento global e da reciclagem como característica de produtos sustentáveis (reconhecida por 92% dos entrevistados).

PERFIL DA AMOSTRA PEA – População Economicamente Ativa 71%

PEA Assalariado registrado

26% 13%

Free-lance/bico

29%

NÃO PEA Só aposentado

11%

Só dona de casa

10%

Assalariado sem registro

7%

Autônomo regular (paga ISS)

6%

Outros

1%

6%

Desempregado (não procura emprego)

1%

Funcionário público Empresário

2%

Estágiário/aprendiz (remunerado)

1%

Outros

2%

Desempregado (procura emprego)

Só estudante

6%

7%

FALTA DIVULGAÇÃO

O estudo evidenciou ainda que a população desconhece quanto do papel e do papelão consumidos são reciclados (46%, de acordo com dados da Bracelpa de 2012), mas 44% acreditam que a cadeia do papel e da impressão recicla mais do que outras in­dús­t rias. Para 89% dos entrevistados, a extensão de ­­áreas florestais diminuiu no País nos últimos 50 anos, contudo a indústria de papel e celulose aparece apenas em quarto lugar como o segmento in­dus­trial que causa maior impacto nas florestas, atrás das madeireiras para produção de energia, da construção e da mineração. Para Fabio Mortara, a pesquisa confirmou também a necessidade de uma campanha como a Two Sides Brasil: “Apenas 20% dos entrevistados já tinham visto alguma 62 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. IV  2014

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PERFIL DA AMOSTRA Quantidade de filhos

66% 29%

Até 12 anos

De 13 a 18% 19 anos

20 anos 48% ou mais

35%

19%

21% 13% 5%

5% Não sabe TEM FILHOS

1 filho

2 filhos

3 filhos

4 filhos

3%

4%

5 filhos

6 filhos ou mais

NÃO TEM FILHOS

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e d a d i v i t a i r c s i ma

s a d a t n a l p s a t s e r o l f mais

Você sabia que as empresas brasileiras produtoras de papel obtêm 100% da celulose a partir de florestas plantadas?* A área de florestas plantadas no Brasil equivale a 2.2 milhões de campos de futebol.** Desenhar aumenta a criatividade. Estimule seus filhos a desenhar tranquilamente, pois o papel é feito de madeira natural e renovável.

Para descobrir fatos ambientais surpreendentes sobre a comunicação impressa e o papel, visite www.twosides.org.br

Two Sides é uma iniciativa que promove o uso responsável da comunicação impressa e do papel como uma escolha natural e reciclável para comunicações poderosas e sustentáveis. *Folha Bracelpa Nº01, Maio / Junho 2009. **Two Sides Brasil, 2014.

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GESTÃO

AGB Photo Library

Thiago Costa

Utilize a informação em prol da produtividade

U

ma coisa é certa. Só se pode melhorar aquilo que se mede. Explico: na ­atual conjuntura econô­ mica e mercadológica pela qual passa a indústria gráfica, as margens para investimentos se estreitaram. Mesmo as empresas que contam com capital de giro para inovar ou renovar suas tec­no­ lo­gias produtivas muitas vezes represam os inves­ timentos esperando o momento adequado. Por outro lado, a pressão por maior competitividade e a concorrência (muitas vezes canibalizada) por preço exigem que gráficas de todos os segmentos tenham de investir. Entre a cruz e a espada, resta às gráficas apos­ tar no investimento certeiro. E, como “certeiro”,

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chamamos a renovação ou otimização de setores que efetivamente precisam ser melhorados, onde existam gargalos produtivos ou, então, ocio­si­da­de; onde haja excesso de erros humanos ou operacio­ nais, ou onde se consuma muito tempo com ope­ rações manuais que necessitam ser automatizadas. Contudo, para que isso ocorra, o administra­ dor ou tomador de decisão precisa de algo muito importante, que, inúmeras vezes, é relegada pelas gráficas do Brasil: dados. Isso mesmo. Assim como não há mais mar­ gem para erros na indústria, também é passado o tempo do empirismo, época em que se adquiria uma máquina, investia-​­s e ou demitia-​­s e pes­s oal por impulso ou paixão. Quan­do bem capturados

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e trabalhados, os dados apresentam um verdadei­ ro raio-​­X da gráfica, mostrando um perfil transpa­ rente (e, por que não, muitas vezes doloroso) da real si­tua­ção da empresa, e, dessa forma, onde se faz necessário investir — e como fazê-​­lo. Não é à toa que um número crescente de em­ presas gráficas de diferentes portes e segmentos vem investindo em sistemas de automação de ges­ tão, os quais dão provas diá­rias de sua importância. Quan­to mais complexo é o fluxo de produção de uma gráfica, mais ele se faz necessário. E por com­ plexo não digo números de fun­cio­ná­rios ou me­ tros quadrados de área cons­truí­da. Refiro-​­me aos tipos de trabalho oferecidos. Uma gráfica de pequeno para médio porte pode oferecer serviços de impressão offset, baixas tira­ gens e personalização utilizando impressão digi­ tal e impressão de comunicação vi­sual por meio de plotagem, por exemplo. Não importa. O fato é que ge­ren­ciar ordens de serviço, atua­ção de equi­ pe de vendas (que traz trabalhos para alimentar es­ sas máquinas) e controle de estoque (cada um dos equipamentos citados trabalha com um tipo espe­ cífico de consumível) não é tarefa fácil que pode ser feita à base de caneta e papel. Com um sistema efi­cien­te de gestão automati­ zada por meio de aplicativos, os setores adminis­ trativo, produtivo e financeiro podem, a partir de uma base fixa pré-​­configurada, customizar campos de inserção de dados que, à medida que são abaste­ cidos, começam a construir o alicerce ge­ren­cial da gráfica. Desde ordens de serviço até tipos de ma­ te­rial usados, prazo, impressora de destino, data de entrega e estoque, tudo pode ser inserido por meio dos diversos sistemas de abastecimento de dados disponíveis no mercado. A partir de então, o admi­ nistrador ou gestor obtém, em poucos comandos, gráficos e dados vi­sual­men­te organizados e limpos do status de produção de sua gráfica. Não é só isso. Há alguns anos o mundo gráfi­ co vem importando um conceito oriundo de ou­ tros setores da indústria, o PCP, ou Planejamen­ to e Controle de Produção, que, grosso modo, prega justamente isso: extrair dados relevantes e aplicá-​­los para otimização produtiva. Trabalhando juntos, empresas, fabricantes de impressoras e de soft­w ares estão desenvolvendo soluções que mensuram, em tempo real, o status, tempo ou ocio­si­da­de produtiva de equipamentos

e departamentos, constância de erros e onde se en­ contram esses erros, gerando, ao final, um relató­ rio completo e detalhado entregue nas mãos das pes­soas com poder de decisão. Esses mesmos for­ necedores colocam nas mãos dos gestores a possi­ bilidade de acessar remotamente esses dados por meio da conexão online, em smartphones ou tablets. RESTA UMA DÚVIDA

Como disse, há vá­rios fabricantes que hoje ­atuam no segmento de soft­wares de gestão. E, ob­via­men­ te, a pergunta que fica ao lerem este artigo é: você indica alguma? Ou, ainda, qual é a melhor? Isso me lembra de um amigo que, perguntado por mim qual era o melhor vinho do mercado res­ pondeu: “Aquele que você gosta de beber”. Sendo assim, crio um paralelo entre o que disse meu ami­ go e este artigo, afirmando, sem sombra de dúvi­ da, que a melhor solução é aquela que atende à necessidade de sua gráfica. Para responder a essa necessidade, o sistema es­ colhido deve, obri­ga­to­ria­men­te, atender a alguns pré-​­requisitos: ◆◆ Simplicidade. Ninguém gosta de começar algo do zero. Imagine, então, ter de contratar um pro­ fissional de TI para gerenciar seu sistema de ges­ tão. Por isso, o sistema escolhido deve ser simples. ◆◆ Modularidade. A partir de um módulo inicial, o sistema deve permitir expansão e/ou inserção de novas ferramentas de acordo com a necessi­ dade da empresa. ◆◆ Custo. Sim, custo é importante! E esse custo tem relação direta com a capacidade de customiza­ ção do sistema. Você pode ter um bom carro sem necessitar investir em uma Ferrari. Com os sistemas de gestão é igual. Quanto mais fechado esse sistema, mais custoso ele é e o gráfico acaba adquirindo ferramentas que nunca usará. ◆◆ Agilidade. A partir da fácil e simples inserção de dados, o sistema deve permitir que os dados pro­ curados ou verdadeiramente relevantes sejam facilmente encontrados. ◆◆ Transparência. Transparência é fundamental. Em seu cerne, todo e qualquer sistema de gestão ou PCP deve dar ao gráfico um quadro geral e real de como anda a produção e a saúde financeira de sua gráfica. THIAGO COSTA é diretor da Ecalc Soft­ware. VOL. IV  2014  TECNOLOGIA GRÁFICA

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NA REDE

ROTA DA RECICLAGEM www.rotadareciclagem.com.br C om novo layout, o site Rota da Reciclagem, o primeiro buscador de locais para entrega de recicláveis lançado no Brasil, está mais moderno e didático. A iniciativa da Tetra Pak tem a missão de ajudar os consumidores a encontrar locais para destinar as embalagens longa vida pós-consumo e outros resíduos para a reciclagem, quer sejam pontos de entrega voluntária, cooperativas de catadores ou comércios. No ar há seis anos, a ferramenta tem mais de cinco mil pontos cadastrados, distribuídos por todas as regiões do Brasil. Disponível também como aplicativo, pode ser baixado gratuitamente pela Apple Store para os usuários de iPhone e iPad. O objetivo é tornar a informação contida no site ainda mais acessível aos consumidores e, desta forma, aumentar a participação dos consumidores na reciclagem. Por causa do sucesso da ferramenta brasileira, a empresa também lançou há dois anos uma versão em espanhol, que traz os principais pontos mapeados na Argentina, Chile, Panamá, Costa Rica, República Dominicana, Paraguai e Uruguai. Hoje, o www.rutadelreciclado.com tem cerca de 500 pontos cadastrados e ainda deve ser ampliado para toda a América Central e do Sul.

LITERATURA

Papel Laudo Tognetta, Osni dos Santos, Paulo Dragoni, Célio Robusti, Eder Francisco Viana, Fernando Ferreira Júnior, Ilduaro Gomes No cenário da evolução tecnológica do último século, os processos industriais da produção de papel atingiram alto nível de automação. Como consequência, o setor passou a demandar profissionais altamente qualificados e em constante atualização. Acompanhando essa tendência, o Senai-SP vem aperfeiçoando ao longo do tempo seus cursos na área de Celulose e Papel. Este livro é fundamentado na experiência dos docentes nesses cursos, tratando especificamente dos processos industriais da produção de papel e propondo-se como texto de referência para profissionais e estudantes. O livro Papel foi lançado no dia 7 de outubro, durante o 47-º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel. Senai-SP Editora www.senaispeditora.com.br

Gestão do conhecimento – A mudança de paradigmas empresariais no século XXI CONGRAF www.ecodesk.com/sustainability/8406 A Congraf Embalagens tem aderido a iniciativas responsáveis para informar o mercado sobre seu desempenho socioambiental, administrando seu próprio perfil de sustentabilidade e também de gestão, por meio do uso de ferramentas online que permitem inclusive envolver e monitorar sua cadeia de suprimentos de forma interativa e transparente. Uma das ferramentas utilizadas é o Ecodesk (www.ecodesk.com/sustainability/8406), plataforma online, global, que permite a qualquer organização pesquisar, publicar, analisar e comunicar seu desempenho sustentável concentrado em um único lugar. Outra ferramenta que a fabricante de embalagens adotou é o Sedex Global (www.sedexglobal.com/ pt-br), plataforma internacional de colaboração para o compartilhamento de dados sobre cadeias de suprimento éticas, que constitui uma inovadora e eficiente solução de gestão de cadeia de suprimentos, dedicada ao fomento a melhorias em práticas de negócios responsáveis, ajudando também a reduzir riscos, proteger a reputação da empresa e aprimorar práticas.

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Cecília Queiroz, Duílio Fedele, Fabíola Camacho, Priscila dos Santos, Regina Paulinelli, Rose Mary, Juliano Longo Inovar, esse é o imperativo, o fator que pode garantir a sobrevivência de uma empresa num mercado definitivamente incerto e agressivamente competitivo. Mas como inovar senão construindo a partir dos próprios colaboradores da empresa aquilo que pode vir a ser seu diferencial? A gestão do conhecimento parte do princípio de que todo o saber existente em uma empresa é composto não só daquele que pulsa no interior de seus diversos departamentos ou daquele que percorre as interconexões dos diferentes processos, mas também, e principalmente, daquele que existe na cabeça das pessoas. Essa é a nova perspectiva, a gestão estratégica desse conhecimento — uma filosofia gerencial que procura organizar esse conteúdo latente de modo a transformá-lo em vantagem competitiva para as instituições. Essa ação exige não apenas conhecimento do negócio, mas um intenso desenvolvimento das relações interpessoais, acuidade na visão estratégica e verdadeira prontidão para mudanças, tendo sempre em mente que “aprender a aprender” é tão importante quanto o que é aprendido. Editora Senac www.editorasenacsp.com.br

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