Revista Tecnologia Gráfica 83

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ANO XVI Nº 83 VOL. III 2012 ISSN 1678-0965

A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO

Drupa 2012

Conheça os detalhes de 60 soluções lançadas na maior feira do setor gráfico mundial

Tutorial

Aprenda a transformar ilustrações a lápis em vetores no Illustrator

Entrevista

Durante a Drupa 2012, Heidelberg e Manroland falam sobre a feira e estratégias de mercado

Gestão

Vencendo numa era de incertezas

Impressão

Saia do comum e agregue valor com papéis especiais



Volume III – 2012 Publicação da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162‑030 São Paulo SP  Brasil ISSN: 1678-0965 www.revistatecnologiagrafica.com.br ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 Presidente da ABTG: Reinaldo Espinosa Diretor da Escola Senai Theobaldo De Nigris: Manoel Manteigas de Oliveira Conselho Editorial: Andrea Ponce, Bruno Mortara, Enéias Nunes da Silva, Manoel Manteigas de Oliveira, Plinio Gramani Filho, Reinaldo Espinosa, Simone Ferrarese e Tânia Galluzzi Apoio Técnico: Vivian de Oliveira Preto Elaboração: Clemente e Gramani Editora e Comunicações editoracg@gmail.com Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação e Publicidade: Tel. (11) 3159.3010  gramani@uol.com.br Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Revisão: Giuliana Gramani Projeto Gráfico: Cesar Mangiacavalli Produção: Rosaria Scianci e Livian Corrêa Foto da capa: AGE Fotostock/ AGB Photo Editoração Eletrônica: Studio52 Impressão: Senai Theobaldo De Nigris Laminação, Hot Stamping: (fitas MP Brasil): UVPack Acabamentos Especiais Assinaturas: 1 ano (4 edições), R$ 40,00; 2 anos (8 edições), R$ 72,00 Tel. (11) 3159.3010 Apoio

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Uma Drupa sem sobrenome

S

em dúvida, a Drupa é o maior e mais importante evento da indústria gráfica mun­dial. A cada edição sempre são esperados lançamentos que podem definir ten­dên­cias futuras para o setor. Às vezes essas novidades são apenas aperfeiçoamentos, ou mesmo a consolidação, de tec­no­lo­g ias já conhecidas. Em outros momentos cons­ti­tuem verdadeiras quebras de paradigma. É comum que as diferentes edições da Drupa recebam “apelidos” que reflitam o que foi a tônica do evento. Assim, tivemos a Drupa da fotocomposição, do CtP, da impressão digital, do jato de tinta etc. Mas, conversando com diversos técnicos que foram ao evento este ano, noto que todos têm dificuldade em definir que Drupa foi essa. Mesmo com toda sua tradição, a Drupa 2012 não ficou imune às dificuldades econômicas que assolam a Europa e os Estados Unidos. Segundo o site da feira, houve 75.000 visitantes a menos em relação a 2008. Assim, neste ano foram “apenas” 314.500 visitantes e 1.850 exibidores! Ou seja, a Drupa é sempre um evento gran­dio­so, mesmo em época de crise. Na verdade as ten­dên­cias que vimos nesta Drupa já ha­viam sido definidas em eventos an­te­rio­res: busca de maior produtividade e mais automação, integração entre processos de impressão convencionais e digitais, preo­cu­pa­ção com o meio am­bien­te, recursos para enobrecimento (agregação de valor) dos impressos. Estes temas foram, para mim, a tônica do evento, mas a grande inovação tecnológica poderá ter sido o lançamento da nanografia. Poderá ter sido? Como assim? Benny Landa, o inventor das impressoras digitais Indigo, lançou na feira uma nova tecnologia que ele chama de nanografia. Trata-se de um processo de impressão jato de tinta que utiliza partículas muito pequenas (nanopartículas) na composição da tinta. Os cabeçotes aplicam as tintas sobre uma blanqueta em forma de fita contínua. As tintas, à base de água, secam ins­tan­ta­nea­men­te sobre essa blanqueta, formando uma única película. Ela é finalmente transferida para o suporte, crian­do sobre ele uma camada com a metade da espessura da impressão em offset. As impressoras exibidas tinham sistemas de entrada e saí­da semelhantes aos das máquinas tradicionais. Segundo Landa, essa nova tecnologia de impressão vai permitir a redução dramática de custos, alia­da à subs­tan­cial melhoria da qualidade e da produtividade. Apesar dessas promessas, as impressoras nanográficas expostas na feira não estavam imprimindo e mesmo as amostras à disposição apresentavam defeitos. Por isso, não podemos ter certeza se essa foi, de fato, a grande novidade. No entanto, como Benny Landa foi o inventor da Indigo, todos prestaram muita atenção naquilo que poderá vir a ser uma revolução tecnológica. Vamos aguardar até que o desenvolvimento esteja con­cluí­do e que as primeiras máquinas sejam colocadas no mercado. Enquanto isso, Landa anunciou acordos de coo­pe­ra­ção com a Heidelberg, Komori e Manroland para a futura fabricação em linha dos equipamentos. Ma­noel Manteigas de Oliveira VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Sumário

Drupa 2012

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Saia do comum e agregue valor com papéis especiais

38

Como transformar ilustrações em vetores

Impressão

Tutorial

Normalização

Era da Informação x Era da Incerteza

Produção Gráfica

48

Entrevista

30

Gestão

Uso de provas digitais normalizadas facilita a compra de impressos de qualidade

Heidelberg e Manroland falam à Tecnologia Gráfica

42

A letra impressa. As fotoletras e as letras transferíveis

50

Adobe vai para a nuvem

56

Notícias Literatura e sites Cursos

5 29 62

ANO XVI Nº 83 VOL. III 2012 ISSN 1678-0965

A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILE IRO

Drupa 2012

Conheça os detalh de 60 soluções es lançadas na maior feira do setor gráfico mundial

Tipografia

Seybold

Tutorial

Aprenda a transformar ilustrações a lápis em vetores no Illustrator 83

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IA gRáfIc A

Avaliação de alvejantes ópticos em papéis de impressão

R E V I S TA T Ecnolog

8

Conheça os detalhes dos principais lançamentos da maior feira do setor gráfico mundial

Entrevista

Durante a Drupa 2012, Heidelberg e Manroland falam sobre a feira e estratégias de mercado

Gestão

Vencendo numa era de incertezas

Impressão

Saia do comum e agregue valor com papéis especiais

CApa: cesar mangiacavalli imagem: agbphoto


NOTÍCIAS

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1ª- Semana da Indústria Gráfica promove cinco eventos

e 24 de junho a 1º‒ de julho, a Associação Brasileira da In­ dústria Gráfica (Abigraf Na­cio­ nal) e o Sindicato das In­dús­trias Gráficas no Estado de São Pau­ lo (Sindigraf-SP) promoveram a 1ª‒ Semana da Indústria Gráfica (Si­ gra 2012). O evento comemorou o Dia Na­cio­nal da Indústria Grá­ fica (24 de junho) e os 47 anos da Abigraf Na­cio­nal, fundada em 18 de junho de 1965. Com a propos­ ta de valorizar a indústria gráfica brasileira, a programação ressal­ tou a importância do setor para a so­cie­d a­de e sua atua­ç ão so­ cial e am­bien­tal­men­te responsá­ vel. O encontro englobou cinco eventos: Ação na Praça, 5º‒ Ci­ clo de Sustentabilidade, Prêmio

(E/D) Levi Ceregato, presidente da Abigraf-SP; Fabio Arruda Mortara, presidente da Abigraf Nacional e do Sindigraf-SP; James Hermes dos Santos, presidente do Conselho Diretivo da Abigraf Nacional; Michel Temer, vicepresidente da República; Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo; e Mário César de Camargo, vice‑presidente da Conlatingraf.

foi desenvolver um olhar di­fe­ren­cia­do so­ bre a responsabilidade so­cioam­bien­tal. Entre os dias 26 e 28, a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) realizou o 5º‒ Ci­ clo de Sustentabilidade Crianças receberam cadernos de papel para a Indústria Gráfi­ reciclado durante a “Ação na Praça”. ca, com a finalidade de Personalidade do Ano, Desta­ debater e disseminar a sustenta­ que Sustentabilidade na Cadeia bilidade no setor gráfico, tendo Produtiva e Indústria Gráfica em como tema central “Passo a passo Movimento – Corrida Corpore para ser uma gráfica sustentável”. Bombeiros 10 km. Também no dia 28 de junho, Com a Ação na Praça, ini­cia­ti­ a Abigraf entregou a Michel Te­ va voltada para a educação am­ mer, vice-​­presidente da Repú­ bien­tal do público infantojuvenil blica, o 1º‒ Prêmio Personalidade rea­li­za­da em parceria com o Ser­ do Ano. O político foi escolhido viço So­cial da Indústria (Sesi SP), Instituto Ver­ de Escola e a Praça Vic­ tor Civita, cerca de 130 estudantes da unidade do Sesi Vila Leo­p ol­di­ na, com idades entre 10 e 11 anos, visitaram no dia 25 de junho a Praça Participantes da Corrida Corpore Victor Civita. O objetivo Bombeiros 10km, no último dia da Sigra.

Max Schrappe, parceiro honorário da Abigraf Nacional, entrega o troféu Personalidade do Ano, que leva seu nome, a Michel Temer.

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pelo reconhecido trabalho em fa­ vor de um Brasil melhor e mais desenvolvido, através da ênfase na defesa do crescimento eco­ nômico e da justiça so­cial. Por sua vez, o Destaque Sustentabi­ lidade na Cadeia Produtiva, en­ tregue na mesma cerimônia, foi uma homenagem em reconhe­ cimento às ini­cia­ti­vas sociais e ambientais de destaque em 2011. Os ho­me­na­gea­dos na categoria So­cial foram as em­ presas Valid, Plural e Grupo Estado. Já na categoria Am­ bien­tal os pre­mia­dos foram Tekne, Posigraf e Grupo Abril. A Sigra 2012 encerrou-se com um evento esportivo no dia 1º‒ de julho, a corrida de rua Indústria Gráfica em Mo­ vimento – Corrida Corpore Bombeiros 10 km, rea­li­z a­da no Parque da Independência, no bairro do Ipiranga.

Escolas criam troféu Personalidade do Ano

troféu do 1º‒ Prêmio Max Schrappe Per­ sonalidade do Ano foi elaborado e con­f ec­cio­ na­do pela equipe técnica de design da Escola Senai Mario Amato, com apoio da Escola Senai Theo­bal­ do De Nigris. A peça, inti­ tulada “Imprimir é dar vida”, foi con­fec­cio­na­da com materiais normalmente utilizados na in­ dústria gráfica e partiu da bus­ ca de símbolos que traduzis­ sem de maneira expressiva, e que pudessem representar de forma artística, o contexto so­ cial no qual a indústria gráfi­ ca está inserida na so­cie­da­de

e na construção de um mun­ do mais sustentável. A arte se fez presente em todo o con­ texto cria­ti­vo do projeto de design, como elemento me­dia­ dor e de transformação, sen­ do responsável por mostrar o desenvolvimento humano por meio da educação, da arte e da cultura. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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A 16ª- edição do Anuário da Indústria Gráfica já está circulando

Anuá­rio Brasileiro da Indústria Gráfica 2012 está ainda mais amplo. O produto traz agora dados completos de 2.218 gráficas, espalhadas por 563 cidades do País, e também 548 fornecedores de ma­té­rias-​ ­primas, insumos, equipamen­ tos, sistemas e serviços, que oferecem 575 itens. Além do diretório da indús­ tria gráfica, que apresenta os dados das gráficas, o Anuá­rio inclui o Guia dos Fornecedo­ res e o panorama geral do setor gráfico, com dados de mercado e a balança co­mer­cial da indús­ tria. Por tudo isso, o Anuá­rio Brasileiro da Indústria Gráfica continua sendo peça úni­ ca, publicação indispensável para o pro­f is­sio­nal que milita

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N direta ou indiretamente no setor gráfico na­cio­nal. O 16 º‒ Anuá­r io começou a circular no início de agosto. Exemplares podem ser com­ prados na editora Clemen­ te & Gramani pelo telefone 11 3159 3010, ou pelo e-​­mail gramanieditora@gmail.com.

Escola Theobaldo De Nigris recebe prêmio durante a Drupa 2012

PrintP­ro­mo­tion, organi­ zação sem fins lucrativos que tem por objetivo promo­ ver a indústria de papel e im­ pressão, concedeu durante a Drupa 2012 seu primeiro prê­ mio de mérito por serviço de treinamento de jovens profis­ sionais na área gráfica. A distin­ ção foi entregue à Escola Senai Theo­bal­do De Nigris, represen­ tada por seu diretor Ma­noel Manteigas de Oliveira. “A in­ dústria alemã de máquinas gráficas depende de que suas máquinas sejam operadas por profissionais capacitados”, dis­ se Markus Hee­ring, diretor da

6 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

Foro: Eduardo Carvalho

NOTÍCIAS

Manoel Manteigas de Oliveira

PrintP­ro­mo­tion. A Print­P ­ro­ mo­tion envolve um grupo de empresas alemãs em um tra­ balho conjunto de apoio ao treinamento e aprendizado na indústria gráfica.

ABTG lota auditório no Seminário Pós-Drupa 2012

as noites de 29, 30 e 31 de maio, o auditório da ABTG na Escola Senai Theo­bal­do De Nigris ficou lotado durante a rea­li­za­ção do Seminário Pós-​­Drupa 2012. Pa­ trocinado pela Canon, Esko, Ko­ dak e Müller Martini, o evento contou com 11 palestras e um debate, totalizando 120 inscritos. O primeiro dia, uma terça-​ ­feira, foi dedicado às soluções para pré-​­impressão. Andrea Pon­ ce, coor­de­na­do­ra técnica e con­ sultora sê­nior da ABTG, destacou a evolução dos sistemas de ges­ tão de fluxo de trabalho. Enio Zucchino, diretor de produtos de pré-​­impressão para o Cone Sul da Kodak, apresentou lan­ çamentos da empresa. Na mes­ ma linha, Cris­tia­no Freitas, ge­ rente de produto da Esko para a América Latina, destacou as novas versões dos soft­wares da empresa, assim com a maior in­ tegração entre os aplicativos. Já Bruno Mortara, superinten­ dente do ONS27 e professor de pós-​­gra­dua­ção na Faculdade Se­ nai de Tecnologia Gráfica, falou sobre impressão digital. Na quarta-​­feira o tema foi im­ pressão. ­Enéias Nunes, coor­de­ na­dor técnico da Escola Senai, e Marcelo Sartori, técnico em ar­ tes gráficas, ressaltaram a for­ te tendência de integração dos processos. Mais do que falar de tecnologia, na palestra seguinte Eduar­do Buck, gerente de gran­ des contas da Canon, enfatizou a necessidade de o gráfico in­ vestir em soft­wares de fluxo de trabalho e em ferramentas que

o auxiliem a aprimorar a gestão da empresa. A missão de Thia­go Justo, instrutor de pré-​­impressão da Theo­bal­do De Nigris, foi de­ talhar a tecnologia apresentada por Benny Landa em sistemas jato de tinta, a nanografia. Ju­lia­ na Coe­lho e Jorge Castro, profes­ sores da Escola Senai, cuidaram das novidades em flexografia, rotogravura e serigrafia. Automação também foi a tô­ nica da palestra de Jairo Alves, professor do Senai, que cobriu as inovações em pós-​­impressão, tema da quinta-​­feira. Exempli­ ficando, Péricles Sette, da Mül­ ler Martini, pinçou alguns lan­ çamentos da empresa na feira. Com a difícil tarefa de dizer se é hora ou não de investir em no­ vas tec­n o­lo­g ias, José Pires de Araú­jo Jú­nior, professor de gra­ dua­ção e pós-​­gra­dua­ção na Fa­ culdade Senai, alertou que, dian­ te de todas as incertezas que caracterizam o mercado, hoje o mais importante é investir na organização da empresa. O Pós-​ ­Drupa 2012 foi encerrado com um debate entre ­Enéias Nunes, Ma­noel Manteigas de Oliveira, diretor da Theo­bal­do De Nigris, Hamilton Terni Costa, consultor, Ricardo Coube, diretor presiden­ te da Tiliform, Sandra Rosalen, docente do ensino a distância da Faculdade Senai, e Bruno Morta­ ra. Em linhas gerais, eles endos­ saram as palavras de José Pires, assinalando pontos como exce­ lência em gestão, retorno de in­ vestimento e formação de mão de obra técnica e de vendas.


O

Prêmio Fernando Pini tem novas categorias

regulamento da edição 2012 do Prêmio Brasileiro de Ex­ celência Gráfica Fernando Pini traz algumas alterações impor­ tantes em seu regulamento. A de maior visibilidade é a am­plia­ção dos prê­mios por “Atributos Téc­ nicos do Processo”, chamados de Grand Prix, com a finalida­ de de valorizar os processos de impressão. Neste ano, dentre os produtos finalistas, serão indica­ das peças com a Melhor Impres­ são Digital, Melhor Impressão Offset Plana, Melhor Impres­ são Rotativa Heat­s et, Melhor Impressão Flexográfica, Melhor Impressão Rotográfica, Melhor Acabamento Edi­to­rial e Melhor Acabamento Cartotécnico. Para a 22ª‒ edição do concur­ so foram eliminadas três ca­te­ go­rias: “For­mu­lá­rios Con­tí­nuos”, “Cartões Laminados” e “Revistas Pró­prias”. A exigência de registro no ISSN e ISBN para a inscrição

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de revistas e livros em qual­ quer categoria, até então utili­ zada para estabelecer os limi­ tes entre os dois produtos, foi também suprimida. Maior abrangência foi igual­ mente o objetivo da alteração na categoria “Cadernos”. Antes res­ trita aos itens em conformidade com a norma ABNT NBR 15733 , que determina padrões para o produto, a categoria foi dividida em duas, uma envolvendo ape­ nas os cadernos escolares que se encaixam na norma e outra os cadernos em geral. O novo regulamento retoma a categoria “Malas Diretas” e nele as ca­te­go­rias “Inovação Tecno­ lógica” e “Complexidade Técni­ ca do Processo” estão pela pri­ meira vez separadas. “Podemos ter uma peça que traz uma ino­ vação, por exemplo a utilização de um substrato inusitado, po­ rém com processo produtivo

con­ven­cio­nal. Ou um produto com maior complexidade ope­ ra­cio­nal, mas sem inovações efe­ tivas. Acreditamos que a separa­ ção abrirá nova oportunidades”, afirma o coor­de­na­dor do prêmio, Francisco Veloso. Completam as mudanças a inclusão da categoria “Car­d á­ pios” e a readequação da categoria “Jornais”, no segmento “Produtos Impressos em Rota­ tivas Heat­s et”, que passa para “Jornais e Informativos”, abran­ gendo pe­rió­di­cos e informati­ vos com produção contínua diá­ria ou não. As inscrições já estão abertas, estendendo-se até 14 de setembro, e as que fo­ rem efe­tua­das até 6 de setem­ bro terão desconto. As empre­ sas podem inscrever produtos gráficos impressos no Brasil a partir de 1º‒ de outubro de 2011 em 63 ca­te­go­rias. Também po­ dem concorrer fornecedores da

indústria gráfica, divididos em 16 ca­te­go­rias. A primeira fase de julgamen­ to será na primeira quinzena de outubro. De 15 a 26 do mesmo mês os produtos finalistas esta­ rão em exposição no Senai Ba­ rue­r i, onde acontece a análise das peças. No início de novem­ bro será rea­li­z a­d o o segundo julgamento, com os vencedo­ res anun­cia­dos na festa do dia 27. O prêmio é organizado pela As­so­cia­ção Brasileira de Tecnolo­ gia Gráfica (ABTG) com apoio da As­so­cia­ção Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Na­cio­nal). www.fernandopini.org.br

Inscrições para cursos regulares já estão abertas

á estão definidas as datas de inscrição para os cursos re­ gulares oferecidos pelo Servi­ ço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai SP) com início no primeiro semestre de 2013. Os processos seletivos acon­ tecem ainda neste segundo semestre de 2012. No Estado de São Paulo o Senai mantém quatro Centros de Formação Pro­f is­sio­nal que atendem ao segmento gráfico. Essas escolas estão localizadas nos bairros da Moo­c a e Cam­ buci, e nas cidades de Bauru e Ba­rue­ri. Além dos cursos regu­ lares — com duração de um a três anos —, as escolas ofere­ cem diversos programas de cur­ ta duração. A Faculdade Senai

de Tecnologia Gráfica também oferece programas de gra­dua­ção e pós-​­gra­dua­ção.

abertas. Nesse nível são ofere­ cidos os seguintes programas: ◆◆ Gestão inovadora da empresa gráfica

Planejamento e produção de mídia impressa ◆◆ Desenvolvimento e produção de embalagens flexíveis ◆◆

Período de inscrições

Aprendizagem industrial – auxiliar de produção gráfica:10 a 17 de outubro (Candidatos da co­ munidade. Esse processo seleti­ vo será aberto somente se hou­ ver vagas não preenchidas no processo anterior.) Cursos técnicos gráficos: 15 de outubro a 7 de novembro. Curso superior – Tecnologia em produção gráfica: 15 de outubro a 21 de novembro Os cursos de pós-​­gra­dua­ção têm inscrições permanentemente VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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DRUPA

Sandra Rosalen, especial para a Tecnologia Gráfica

Volta à Drupa 2012 em 60 soluções

N

o início de 2008, antes da Drupa, orga­ nizamos na ABTG , onde eu era coor­ de­na­do­ra técnica, o em­brião do que se­riam as visitas monitoradas. O ser­ viço consistia em acompanhar os grá­ ficos brasileiros pelos pavilhões e, através de um agendamento antecipado com os fornecedores, oti­ mizar a visitação à feira. O serviço, agora chamado de Safari Tecnológico, foi repetido em 2012 e, tenho certeza, com o mesmo bom resultado de 2008. Há um motivo importante para oferecer esse serviço: a Drupa é enorme e o visitante facilmen­ te se perde, voltando para o Brasil com a sensa­ ção de ter visto muito, mas não absorvido nada. Nesta edição existiam 1.844 estandes de 52 paí­ses. Para ser ter uma ideia do que isso significa, a área de exposição com­preen­de o que equivaleria a oito Anhembis, em São Paulo. Logo no primeiro dia, 3 de maio, encontrei uma feira calma demais, e aquele mar de gente que eu vi em 2008 não era o mesmo. De fato, segundo os organizadores da Drupa, a feira teve 18% me­ nos visitantes, mas ao mesmo tempo nenhum dos principais fabricantes de equipamentos reclamou. Os números divulgados sobre o volume de vendas ultrapassaram as expectativas pré-​­Drupa. Apesar da dificuldade de vi­sua­li­zar o futuro, que em vá­rias ­­áreas permaneceu confuso, e também de encontrar um sobrenome exato para essa edição, o resultado foi positivo. A notícia boa é que, pelo volume de investimentos dos fabricantes, dos ne­ gó­cios fechados — em grande parte por empre­ sas asiá­ti­cas — e da quantidade de alternativas que as gráficas agora têm em termos tecnológicos, só podemos olhar para a Drupa 2012 com otimismo. No entanto, esse otimismo só é válido para as empresas que pos­suem excelência em gestão. Caso contrário, será mesmo assustador. A feira trouxe uma quantidade enorme de me­ lho­rias em equipamentos já conhecidos e outros completamente novos. E para não deixar nada de fora, exageramos mesmo e trouxemos uma fatia generosa de informação tecnológica sobre esta Drupa. Sendo assim, boa visitação.

8 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

Agfa

Os principais lançamentos da Agfa se concentra­ ram na área de sinalização, que já há alguns anos é o foco da mul­ti­na­cio­nal belga. A Jet 3020 Titan, impressora jato de tinta in­dus­ trial da consagrada linha de flatbeds UV, foi apresen­ tada em dois modelos. A primeira, com 36 cabeças de impressão, quatro cores mais o branco, e a se­ gunda, com 48 cabeças e seis cores, ou seja, CMYK mais cyan ­light e magenta l­ight. “O que há de ino­ vador neste equipamento é o conceito de upgra­ de. Ele vem de fábrica com 16 cabeças de impres­ são, quatro cabeças Ricoh por cor, e o clien­te pode configurar o equipamento da forma que achar mais

Detalhe do estande da Agfa.

M-Press Leopard, impressora flatbed.

interessante, com até 48 cabeças”, explicou Carlos Henrique de Paula Leão, gerente de vendas Inkjet. Essa versatilidade permite que o clien­te coloque mais quatro cabeças para o branco, mais quatro para cada cor light e mais quatro para uma cor es­pe­ cial como o laranja. Ele pode ainda manter somente CMYK e duplicar o número de cabeças, dobrando


assim a velocidade. Como todos os equipamen­ tos dessa categoria, ela imprime em praticamen­ te qualquer substrato, com exceção do vidro, que precisa de pré-​­tratamento. Na configuração bási­ ca com 16 cabeças a Titan chega a 110 m2/hora. E o fato interessante é que, além da alternativa produti­ va para serigrafia, há também os chamados nichos industriais como móveis, moda ou decoração. A máquina-​­vedete da Agfa foi real­men­te a im­ pressora flatbed M-​­P ress Leo­p ard, considerada a irmã menor da bem conhecida M-​­Press Tiger. O equipamento apresenta 64 cabeças de impressão UPH2, es­pe­cial­men­te desenvolvidas para a Leo­pard. A tinta também é um di­fe­ren­cial. Segundo Carlos Henrique, o alto desempenho da tinta, alia­do à alta pigmentação, oferece uma cobertura perfeita sem alto consumo. “Ela imprime 200 m2 com um litro de tinta, praticamente o dobro do que as máquinas concorrentes oferecem”. O equipamento apresen­ ta mais flexibilidade, pois trabalha com uma gama maior de substratos. O sistema de alimentação é ma­nual, mas na Drupa foi apresentado também um sistema de alimentação automático op­cio­nal. A velocidade? Cerca de 40% mais lenta que a Tiger, que demonstra outro nível de aplicação. Na quali­ dade fotográfica, por exemplo, são 237 m2/hora a uma resolução de 720 × 540 dpi. Por fim, Claudio Serpa, es­pe­cia­lis­ta da divisão de jornais, apresentou uma solução para tal seg­ mento. Trata-se de um serviço oferecido pela Agfa no qual o con­teú­do do jornal é 100% convertido para mídia eletrônica, podendo ser acessado pela internet no computador, iPhone, tablets e celula­ res com sistema Android. Claudio explicou: “muitos jornais já pos­suem versão online, mas o aplicativo não utiliza todas as fun­cio­na­li­da­des de um tablet. O usuá­rio, por exemplo, tem que usar zoom para ler, ou os ví­deos e áu­dios não fun­cio­nam, não tem sistema de busca etc.”. O outro di­fe­ren­cial é a pos­ sibilidade de o usuá­rio baixar todo o con­teú­do e poder ler depois, mesmo offline.

Linha de CtPs 860x.

O grande lançamento da empresa foi a nova ge­ ração da série VLF UV Setter. Ela grava até quatro chapas de meia folha, ou duas chapas de folha in­ teira ao mesmo tempo e é uma das maiores gra­ vadoras de chapas do mercado. “Ela expõe chapa offset, tela serigráfica, nylonprint e chapa de cor­ te dycut, além do clichê de magnésio”, disse Mar­ lon. O equipamento chega a produzir 20 chapas no formato 1.460 × 1.620 mm por hora. Canon/Océ

A principal novidade da Canon/Océ para a Drupa foi apresentada por Edgar Ricardo Machado, geren­ te re­gio­nal de ne­gó­cios DDS. Entre vá­rias novas ca­ racterísticas das impressoras jato de tinta voltadas para o mercado de sinalização e engenharia, a em­ presa trouxe uma nova linha de equipamentos vol­ tados principalmente para aplicações transpromo e

BasysPrint

A BasysPrint levou para a Drupa a série de CtPs da linha 860x com algumas alterações que estão ali­ nhadas com as necessidades do mercado brasilei­ ro, segundo Marlon Bien­ti­ne­ze, gerente de contas. A tela de operação da 861, por exemplo, mudou de lado para facilitar o trabalho. “Além disso, a máqui­ na se tornou mais rápida, devido a algumas mudan­ ças no conjunto óptico”. Os equipamentos dessa sé­ rie trabalham com resoluções de 1.500 e 2.400 dpi de gravação e oferecem flexibilidade de formatos e velocidades de acordo com o equipamento.

Impressora ColorStream 3700.

ColorStream 3500. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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tran­sa­cio­nal, a série Co­lorS­tream 3000. A linha pos­ sui quatro va­ria­ções e todas podem operar tanto nas configurações twin quanto single. Dependen­ do da aplicação, a velocidade varia entre 48 e 127 m/min. Na prática, isso significa, por exemplo, na configuração de uma única máquina, 856 páginas A4/min em até seis cores. Uma informação importante e rara nos catá­ logos dos equipamentos é a quantidade média de produção mensal. Esse número mostra a perspec­ tiva de produção da máquina, ou seja, é a faixa de volume que torna o equipamento, inclusive, eco­ nomicamente viá­vel. Para a linha simples da Co­lor­ S­tream, a produtividade vai de dois a 28 milhões de páginas A4 por mês e depende da aplicação. Todos os equipamentos da série (3200, 3500 e 3700, que estavam na Drupa, assim como o 3900, que será apresentado pos­te­rior­men­te) operam no modo de 127 m/min com resolução de 600 × 480 dpi, e no modo de 100 m/min multilevel com resolução de até 1.200 dpi.

Outra impressora com características interessan­ tes é a Vutek GS3250L x, que opera com tecnologia LED. A máquina tem um forte apelo ecológico, com o uso de menos energia, ausência de VOCs e menor consumo de água. No modo P‑O‑P ela apresenta até 1.000 dpi de resolução com velocidade de 223 m2/ hora no modo veloz a cinco cores e 111,40 m2/hora no mesmo modo a oito cores mais branco, ou seja, 33 placas de 1,20 × 2,40 m por hora. EFI Metrics

Novamente a Metrics marcou sua presença na Dru­ pa com um soft­ware repleto de novidades e me­lho­ rias. A empresa, recém-​­comprada pela EFI — estra­ tégia usada para expandir o mercado da companhia americana na América Latina —, parte agora de uma única especificação de produto para gerar automaticamente toda a engenharia de produção.

EFI

Com amplo leque de opções para grandes forma­ tos, a EFI reservou em seu estande um lugar para seus outros produtos, como ge­ren­cia­men­to téc­ nico (cores, processamento) e também ge­ren­cia­ men­to de processo (veja Metrics). Entre os lança­ mentos mais relevantes destacamos a HS100 Pro, da linha Vutek. Trata-se de uma impressora jato de tinta que promete se aproximar da qualidade de impressão offset – essa eterna quimera perseguida pelos fabricantes da área digital.

Vutek HS100 Pro.

O equipamento com 3,20 metros de mesa chega a produzir 100 placas/hora ou no modo 50 P‑O‑P (point of purchase), 600 dpi binários. No sistema de rolo, são 334 m2/hora. Uma novidade desse equipamento, e de futuros lançamentos da EFI, é o controle, que agora é feito pelo soft­ware ­Orion. Algumas das promessas da última Drupa, como o equipamento da linha DS que prometia acabar com qualquer sistema concorrente e também com a serigrafia de forma definitiva, não foram con­ cretizadas, segundo a EFI , devido à crise de 2009. 10 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Solução de orçamento.

Osmar Barbosa conversou com a Tecnologia Gráfica e contou um pouco mais sobre alguns di­ ferenciais real­men­te interessantes do IQuo­te, solu­ ção para elaboração de orçamentos gráficos que usa a tecnologia de computação em nuvem. “No mo­ mento em que o clien­te faz uma solicitação, há hoje uma dificuldade em saber qual é o melhor equi­ pamento para trabalhar cada produto, em função da grande va­rie­da­de de máquinas na gráfica, tan­ to offset quanto digital”. A ideia é que, com pou­ cas informações, o sistema, através de uma bem elaborada engenharia de produção — leia-se inteli­ gência do soft­ware — permite que todo o restante seja feito de forma automatizada. O sistema “sabe” qual é a melhor alternativa de produção. Logica­ mente, como qualquer MIS (management in­for­ ma­tion system, ou sistema de gestão de informa­ ções), o EFI Metrics precisa ser parametrizado com as informações corretas, senão todo esse comple­ xo algoritmo de produção perde seu valor ou gera informações gerais inconsistentes. Através de um sistema bem completo de re­la­ tó­rios, o clien­te tem à disposição uma visão cla­ ra e analítica de informações fundamentais para o planejamento do negócio. Mais do que somente 


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saber se um trabalho deu lucro ou pre­juí­zo, o EFI Metrics oferece re­la­tó­rios que auxiliam, por exem­ plo, a determinar qual o mix de produtos mais ren­ tável dentro da configuração do parque in­dus­trial, ou indicam, através de um relatório de orçamen­ tos não convertidos, quais possíveis aquisições devem ser planejadas. A cereja do bolo é um sistema de OEE (overall equipment effectiveness, ou eficácia geral de equi­ pamentos), que ajuda a entender os problemas de produtividade e o uso da capacidade instalada. Epson

A Epson exibiu uma quantidade significativa de lançamentos e outros equipamentos já conheci­ dos com me­lho­rias. Um destaque foi a linha de im­ pressoras jato de tinta Sure­Color, com diferentes características e aplicações. As três máquinas que elegemos utilizam tecnologia mi­cro­pie­zo e chegam a 1.440 × 1.440 dpi de resolução. A SC‑S30600 é uma impressora de entrada, com baixo custo de produção, voltada para sinalização interna e externa, com boa relação custo-​­benefício. A SC‑S50600 opera igualmente com quatro cores mais um cartucho de branco. Além desse di­fe­ren­cial, o equipamento é também mais veloz e alcança 53,20 m2/hora no modo de alta produção. Por fim, a im­ pressora rolo a rolo SC‑S70600 foi apresentada nas versões oito cores (CMYK mais C ­light, M ­light, K ­light e Laranja) e 10 cores (todas as oito cores citadas mais o branco e o metálico). No modo de produção o equipamento chega a 27,30 m2/h; já com o uso de branco ou metálico a produtividade cai bastante e alcança a 4,10 e 3,10 m2/h, respectivamente.

SureColor SC-S30670.

A Epson continua apostando no mercado de etiquetas com a L‑4033AW, equipamento sete co­ res jato de tinta que chega até a 1.440 × 1.440 dpi de resolução sobre papel e 720 × 720 dpi sobre fil­ me. Ainda protótipo, a Sure­Press X, voltada para esse segmento, também foi mostrada pela pri­ meira vez na Drupa e ainda não há muitas infor­ mações a respeito, somente que ela trabalha com uma cabeça de impressão Epson Thin Film Piez­zo, a mesma das plotters, e cura LED. 12 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Fuji

A Fuji reapresentou nessa Drupa a mesma consis­ tência de qualidade e clareza em sua linha de pro­ dutos mostradas durante e após a edição de 2008, principalmente na Ipex 2010. A já conhecida Jet Press 720 dispensa apresenta­ ções. A máquina jato de tinta voltada para impres­ são de brochuras no formato B2 im­pres­sio­na pela qualidade. As cabeças de impressão Fuji Dimatix Samba imprimem a quatro cores em 1.200 × 1.200 dpi e quatro níveis de cinza. A velocidade é de 2.792 folhas no formato máximo de 750 × 530 mm por hora. A Fuji ainda levou a Jet Press W, direciona­ da também para o segmento co­mer­cial, mas com alimentação a bobina.

Impressora Inca Onset S20.

A grande novidade, ainda em protótipo, foi a Jet Press F, um nome provisório. O equipamento B2 é voltado para o mercado de embalagens e tem as mesmas características de impressão da Jet Press 720, tanto em resolução quanto em formato e ve­ locidade, mas imprimindo também cartão. O foco: embalagens com informação va­riá­vel, tônica de diversos fabricantes do segmento digital. As linhas voltadas para grandes formatos al­ cançaram um ótimo resultado na Drupa, segundo uma fonte da Fuji. Outra novidade, voltada para esse segmento e integrante da linha Inca Onset UV, foi a S4 0i. Com formato máximo de impressão de 3,14 × 1,60 m, o equipamento trabalha com 600 dpi de resolução e, na alimentação ma­nual, com suportes de até 50 cm de altura. A S20 e a S70, máquinas da mesma linha, são es­ truturalmente semelhantes (tecnologia UV, flatbed, vá­rios suportes), mas diferem muito na velocidade de impressão. A S40i trabalha a 470 m2/h com vá­rios opcionais de automação. A S20 opera a 315 m2/h com as mesmas configurações automatizadas e a S70 , na linha básica, chega a 750 m2/h. Goss

Eric Bell, diretor de mar­ke­ting da Goss, falou com a Tecnologia Gráfica sobre o mais novo lançamen­ to da empresa. O equipamento, utilizado para a


Sunday VPack 3000.

impressão de embalagens flexíveis, cartonagem e etiquetas, chama-se Sunday V‑Pack. Como o pró­ prio nome já diz, a Goss utilizou a tecnologia já con­ sagrada para o segmento edi­to­rial, agora adaptada para outros substratos. A estratégia da Goss é a mesma de vá­rios fabri­ cantes de impressoras offset, mas neste caso o sis­ tema é a bobina, ou seja, a empresa tentará con­ quistar, através de alta velocidade, uma parte do mercado de embalagens, que em 2013 deve che­ gar a US$ 356,6 bi­lhões no mundo. O equipamen­ to imprime sobre papel comum, metal, cartão, fil­ me e laminados e mantém o mesmo sistema slee­ve de blanqueta principal que caracteriza a Sunday. No modelo VPack 3000, a velocidade máxima che­ ga a 457 m/min e as larguras oferecidas são 75, 64, 55 e 44 polegadas. Já a versão VPack 500 alcan­ ça a velocidade de 365 m/min e há três larguras disponíveis: 41,4, 33,5 e 20,5 polegadas. Esse equipamento oferece, sem dúvida, uma nova e flexível alternativa às gráficas que ­atuam nes­ se setor. E, como todo equipamento com altíssima produtividade, exige um alto volume e também um cálculo preciso para evitar ocio­si­da­de. Heidelberg

A Heidelberg levou mais de 60 novidades para Düs­ seldorf e, como sempre, lotou o Pavilhão 1 da Dru­ pa. Um dado importante: mais de 50% do estande foi dedicado a soluções voltadas para o mercado de embalagens. Entre tantos equipamentos, a principal novidade foi a nova linha de impressoras batizada de Speed­mas­ter SX . Trata-se de uma categoria in­ ter­me­diá­ria entre os equipamentos básicos da linha SM/CD e os de alta performance da linha XL . Uma pequena sobreposição de equipamentos, ou seja, a CX 102, lançada na Ipex, e a nova SX 102 com­pe­ ti­riam talvez na mesma categoria. Mas não exata­ mente. Desde o início a CX está di­re­cio­na­da para o setor de embalagens, enquanto o alvo da nova SX é a impressão co­mer­cial. A linha SX está disponível nos formatos 102, 74, 52 e 52 Anicolor e os equi­ pamentos podem ser configurados de duas até 10 cores, com ou sem unidade de verniz.

Speedmaster SX74.

Speedmaster SX 102.

A Speed­mas­ter XL 106 veio com 30% mais produ­ tividade que a an­te­rior, a XL 105, operando com ve­ locidade de 18.000 folhas/hora. Em resumo, os equi­ pamentos estão produtivos, com menor tempo de acerto, menos maculatura e, como já apresentado na Drupa 2008, maior apelo ecológico. Para entender um pouco mais sobre os cami­ nhos da empresa alemã, veja na página 48 a en­ trevista com Stephan Plenz, membro do conselho administrativo da Heidelberg. Horizon

Os equipamentos de pós-​­impressão da Horizon chamam a atenção pela flexibilidade e também pelo foco. Muitos são voltados para pequenas ti­ ragens e suprem fa­tias de mercado que as linhas de pós-​­impressão de grande produtividade não aten­ dem quanto à questão do custo-​­benefício. Alguns desses sistemas adequam-se às gráficas comerciais que imprimem em offset, mas também respon­ dem às linhas digitais offline ou, em último caso, às gráficas híbridas. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Linha de produção de livros CABS 4000S.

A linha CABS4000S é um sistema completo para produção de livros e revistas. Bastante modular, ela pode ser configurada com alceadeira, coladeira, cor­ tadeira trilateral e sistemas de transporte automa­ tizados entre as estações, ou cons­truí­da em partes, já que cada módulo é também um Stand Alone. Nora Setton, do departamento de máquinas grá­ ficas da Fer­ros­taal, explicou que “o equipamento recebe tanto as folhas soltas do offset quanto bo­ binas de uma jato de tinta utilizando o alimenta­ dor de bobina e uma cortadeira e dobradeira me­ nor. A primeira máquina já foi vendida para o Brasil.” A coladeira oferece a possibilidade de uso de PUR e EVA e a linha chega a até 4.000 livros por hora na configuração 100% automática. Já a HT‑1000 , máquina compacta para corte tri­ lateral va­riá­vel, está alinhada com a tendência de produção de livros sob demanda. Indicado para qualquer tipo de livro, o equipamento se ajusta automaticamente a cada formato final “em ques­ tão de segundos”, conforme explicou Nora. “O sis­ tema é exatamente o que o mercado de livro sob demanda precisa: nada de desperdício de ma­te­rial e muita flexibilidade”. No caso, por exemplo, de fotolivros com diver­ sos formatos, a cada entrada as facas se movem e um novo formato é con­fec­cio­na­do. Ela faz de 400 a 1.000 ciclos por hora, de acordo, é claro, com a quantidade de diferentes formatos e número de ajustes. Como a maioria dos sistemas ajustáveis um a um, a HT‑1000 também trabalha com a lei­ tura do código de barras presente em cada exem­ plar para identificar o formato final, ou seja, to­ das as informações devem ser pré-​­carregadas no sistema, ma­nual­men­te ou por JDF. Hewlett Packard

Na conversa com Fernando Alperowitch, diretor de ne­gó­cios Indigo e Inkjet para a América Latina, pudemos falar não só sobre o mar de equipamen­ tos que a HP trouxe para a Drupa, mas também so­ bre mercado e tecnologia. Começamos discutindo as alternativas de futuro para a indústria gráfica. Fernando acredita que há duas formas de analisar 14 TECNOLOGIA GRÁFICA

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essa si­tua­ç ão, uma pela ótica tecnológica e ou­ tra pela ótica do mercado, da demanda na ponta. E uma acompanha a outra, mas nem sempre elas se encontram no mesmo espaço de tempo. Pelo lado da tecnologia, segundo o executivo, existe uma busca da impressão con­ven­cio­nal para ser cada vez mais efi­cien­te, e uma busca do digital para ser mais cada vez mais assimilado pelas gráficas. E pelo lado da demanda existe claramente um aumento muito rápido da adoção do digital, con­ firmado pelo volume de vendas da HP, que pos­ sui uma fatia de mercado de 85 a 90% na Améri­ ca Latina na categoria de alta produção. Fernando afirmou que “o volume de produção dos nossos clien­tes cresce de 50 a 60% ano a ano e, paradoxal­ mente, a crise de 2009 ajudou o mercado da im­ pressão digital. Os clien­tes das gráficas olharam mais criticamente para seus investimentos em ma­ te­rial impresso e compraram muito mais sob de­ manda, produzindo efetivamente somente o que ­iriam utilizar ime­dia­ta­men­te”.

HP Indigo 7600.

A va­rie­da­de de opções da HP cobriu praticamen­ te todas as possíveis aplicações com relevância para o mercado gráfico: edi­to­rial, pro­mo­cio­nal e trans­ promo, tran­sa­cio­nal, sinalização, embalagens e ró­ tulos. Alguns dos equipamentos desse portfólio se sobrepõem em relação às aplicações. A resposta da HP para isso é flexibilidade e mais escolha para o clien­te. Fernando citou o caso da T200 e da W7250, a primeira jato de tinta e a segun­ da Indigo. “Neste caso pode haver dúvida por parte do clien­te, e estudamos com ele, caso a caso, qual a melhor forma de imprimir. O que no começo pare­ cia um problema é hoje um grande cartão de visita para a HP, pois temos todas as opções”. Por falar em máquinas, a HP Indigo 7600, que é a nova versão das já conhecidas 7000 e 7500, ga­ nhou efeitos especiais como relevo. Além disso, há um controle de qualidade folha a folha que avisa o operador sobre possíveis falhas no impresso, uma vantagem importante para o mercado de livros, onde todo o ma­te­rial se perde quando o controle 


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de qualidade é feito somente após o corte ou a co­ lagem. Mas os grandes lançamentos da linha Indi­ go são as máquinas de alta produtividade digital: HP 10000, 20000 e 30000. A HP 10000 é mais um lançamento no formato B2, que, segundo Alon Bar-​­Shany, gerente geral da HP mun­dial, colocará o digital no coração do mercado da impressão off­ set. Com formato de impressão de 740 × 510 mm, faz 3.450 folhas/hora 4x0 no modo con­ven­cio­nal e 4.600 folha/hora no modo EPM , que, ao invés de imprimir CMYK , consegue resultados interessan­ tes (que não são ob­via­men­te para todo tipo de aplicação) imprimindo somente CMY. Além do CMYK , a impressora pode ainda rece­ ber até três cores opcionais: vio­le­ta, verde e laran­ ja. Já a HP 30000 tem as mesmas características da HP 10000, porém é voltada para o mercado de em­ balagens em papel-​­cartão, suportando substratos de 200 até 600 micrômetros. A HP 20000 também mira a alta produção, com largura de bobina de 30 polegadas. Claramente voltada para o mercado de embalagens flexíveis, imprime sobre PE , PET, BOPP, CPP, PA , PVC, OPSI e alumínio na velocidade de 112 pés/min no modo normal em quatro cores. KBA

Com um dos estandes de maior movimento na feira, a KBA levou para a Drupa um portfólio de A a Z. Na linha con­ven­cio­nal offset, a KBA apresen­ tou a Rapida 76 e a Rapida 106, que são opções das já conhecidas 75 e 105, contudo com mais au­ tomação. A Rapida 106 foi apresentada na versão cinco cores mais verniz UV e roda com op­cio­nal de alta velocidade a 20.000 folhas/hora (sem op­ cio­nal são 2.000 folhas/hora a menos). A empresa se mantém forte em um setor pouco explorado

Impressora jato de tinta RotaJET 76.

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pelos fabricantes de offset: os formatos gigantes, como a 145, 165 e 205, mas que não foram levados fisicamente à Drupa. A novidade que atraiu muitos cu­rio­sos foi sem dúvida a KBA RotaJeT 76. Imagine uma máquina de impressão a bobina, igualzinha a uma máquina off­ set com uma cor, mas, ao invés de tinteiros e rolaria, você encontra um sistema de impressão jato de tin­ ta na torre. Sim, essa é a resposta da empresa para as demandas do mercado digital. Com velocidade de 150 m/min, o que significa 3.000 A4/min ou um volume de 85 milhões de A4/mês, trata-se claramen­ te de uma impressora de alta produtividade. A lar­ gura da bobina vai de 300 a 781 mm e a resolução alcança 600 dpi, impressos através de 56 cabeças de impressão por passada, 112 no total. Kodak

O ano de 2011 não foi fácil para a Kodak. Depois do processo de insolvência, a empresa procura re­ tomar o rumo de suas operações e levou 10 lança­ mentos para a Drupa. Em conversa com Maurício Carlini, gerente de produto de impressão digital para o segmento B2B para o Cone Sul, conferimos algu­ mas me­lho­rias nos equipamentos. A NexPress SX , conhecida família de impressoras com tecnologia

NexPress SX.

laser, foi apresentada agora com 650 mm de área de impressão, permitindo a produção de cadernos com seis páginas ou três repetições abertas do A4. A máquina produz de 5.000 a 7.855 páginas/hora no formato A4 e tem saí­da UV em linha. Com re­ solução de 600 dpi em todas as va­ria­ções da série, a NexPress vem agora com cores opcionais: ouro, perolizado e pink, além de CMYK mais verniz, que é padrão. Os formatos de impressão são 356 × 510 mm na SX2700 e até 356 × 650 mm na SX3900. Outra impressora com tecnologia laser, a Ver­ samark VL-Serie opera bobina a bobina, bobina a folha e bobina a cadernos com até 474 mm de largura. A velocidade varia de 75 a 150 m/min de acordo com a resolução, que também varia entre 600 × 360 dpi ou 600 × 600 × Multi-BIT, imprimindo em quatro cores. Para esse equipamento, há tam­ bém uma novidade: um tonner magnético op­cio­


nal em linha que pode ser usado, por exemplo, em impressos transacionais. A Prosper 5000, a grande promessa da Kodak na Drupa 2008, amadureceu o su­f i­cien­te nesses qua­ tro anos para apresentar uma ótima qualidade de impressão. A tecnologia ­Stream Inkjet — jato de tinta contínuo — é viá­vel para volumes real­men­ te expressivos, entenda gigantes, mas agora é en­ contrada nos cabeçotes de impressão independen­ tes. Uma ótima alternativa para quem quer colocar os pés nessa área, mas não tem volume para uma máquina completa, ou quando a produção é mais híbrida do que 100% digital. O clien­te pode começar com um cabeçote de impressão e aumentar a quantidade de acordo com a aplicação. Cada cabeça tem 10,6 cm de largura de impressão e chega a até 600 dpi. A configura­ ção máxima é de 12 estações de impressão, isto é, 24 cabeças. Montada sobre uma estrutura da TDC para controle e passagem da fita da bobina pelos cabeçotes de impressão, elas podem também ser acopladas em linha com máquinas de impressão offset sem nenhum pre­juí­zo de velocidade para a impressão offset, muito pelo contrário. Komori

A Komori trouxe dois equipamentos conceitos para a Drupa: as impressoras jato de tinta Impremia IS29 a folha e Impremia IW20 a bobina. A IW20 impri­ me a quatro cores em bobinas de até 1.270 mm de largura. A resolução varia conforme a velocidade. Com velocidade de 75 m/min, o equipamento al­ cança 1.200 dpi. Já no modo de 150 m/min a reso­ lução chega a 600 dpi. A IS29 imprime 3.300 folhas por minuto a 1.200 × 1.200 dpi no sistema de uma única passada e 1650 no modo de duas passadas. O formato de impressão é de 530 × 750 mm. A revista Tecnologia Gráfica conversou com a gerente na­cio­nal de vendas da Gutenberg para a di­ visão digital, Solange Prado, sobre esses lançamen­ tos e como fun­cio­na o processo de venda em uma empresa que agora oferece tanto offset como di­ gital. “Nós desenvolvemos projetos, estudamos o clien­te do clien­te e verificamos qual é a melhor so­ lução de equipamento para atender cada deman­ da”. Ela afirmou que, diferente da tecnologia laser, que no começo sofreu muita resistência, o jato de tinta não passa por esse problema. “Hoje o tripé de decisão do clien­te é ba­sea­do em necessidade, urgência e qualidade, o preço muitas vezes não entra nessa conta. É outro modelo de negócio e não se deve comparar custo de impressão offset com custo de impressão digital. O importante é o quanto o produto significa para o clien­te”. E ela tem

Impressora inkjet Impremia IS29 . . .

. . . e a sua versão a bobina IW20.

razão. A expressão “retorno sobre investimento em mar­ke­ting” foi repetida à exaustão durante a feira. Para o con­ven­cio­nal offset, a Komori trouxe as já conhecidas impressoras S26 e S29, com novos aces­ só­rios e me­lho­rias. A configuração varia de quatro até oito cores, possibilidade de cura por HUV (siste­ ma si­tua­do tecnologicamente entre o UV e o LED), verniz, impressão em uma passada ou frente e ver­ so. As velocidades va­riam de 13.000 a 16.000 folhas/ min dependendo do modelo. Uma tecnologia complementar chamada K-​ ­Color Simulator oferece um sistema de ge­ren­cia­ men­to de cores que, além de prometer acabar com a necessidade de um es­pe­cia­lis­ta em CMS (content management system, ou sistema de gestão de con­ teú­do), garante também o resultado de impressão consistente em jato de tinta e offset. Melvin Saco, diretor co­mer­cial da Gutenberg, falou ainda sobre o lançamento da Lithrone A37, que oferece um formato novo de 940 × 740 mm, voltado para o mercado edi­to­rial, principalmente revistas. Como a maioria (ou serão todos?) dos fa­ bricantes de offset, a maior promessa é o atendi­ mento veloz às pequenas tiragens. Nas S26 e S29 equipadas com sistemas de automação, é claro, o tempo de ajuste de chapa, registro e cor foi reduzi­ do para seis minutos. Os formatos de impressão são, respectivamente, 470 × 650 mm e 520 × 740 mm. Konica Minolta

A Konica apresentou um portfólio bastante diversi­ ficado. Destacamos alguns equipamentos que foram apresentados por Solange Prado, responsável pela área de impressão digital da Gutenberg, que tam­ bém representa a Konica Minolta no Brasil. O KM-1 , equipamento com tecnologia jato de tinta, foi mostrado ainda como protótipo. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Equipamento jato de tinta KM-1.

Na mesma tendência seguida pelos equipamen­ tos jato de tinta, a impressora vem no formato B2 e tem resolução de 1.200 × 1.200 dpi. A velo­ cidade é de 3.300 folhas/hora na passagem úni­ ca e 1.650 no duplex. Entre outros lançamentos, a bizhub Press C70 hc chama atenção pelas cores impressas. Disponível para o mercado a partir de agosto de 2012, apresenta um gamut mais amplo que a impressão digital ou offset con­ven­cio­nal através do sistema Simitri HD, em que cores espe­ ciais são simuladas e impressas com apenas as qua­ tro cores padrão. O equipamento produz até 71 A4/min. “É um equipamento voltado para agên­cias e álbuns fotográficos” indicou Solange. Landa

Entre todos os lançamentos da feira nenhum foi tão comentado e discutido nos corredores da Drupa como a nanography, ou, em tradução livre, nanogra­ fia. A tecnologia, desenvolvida pelo inventor da In­ digo, Benny Landa, não é exatamente uma máquina, mas sim um novo processo de impressão. Segundo Landa não se trata exatamente de uma tecnologia jato de tinta. O fun­cio­na­men­to é o seguinte: uma solução, composta de partículas de pigmento, po­ límero e água, é injetada por cabeças de impressão similares ao jato de tinta sobre uma manta aqueci­ da. Sob a ação do ar quente, a água presente na so­ lução evapora e o que resta — pigmento e políme­ ro — é então pres­sio­na­do contra o suporte e assim transferido. Essa camada transferida é tão fina que ancora sobre as fibras do papel firmemente. O resultado final impresso não podia ser visto pelos visitantes, pois, segundo fontes da própria

Landa, ainda não tem qualidade su­f i­cien­te. Como é comum na Drupa, trata-se de uma máquina “conceito”. Traduzindo: a empresa mostra o equi­ pamento, ouve os clien­tes e depois de verificar se há interesse, e o tamanho desse interesse, continua o desenvolvimento. Nesse caso parece que deu certo. O último Drupa­Report, jornal diá­rio da feira, falou sobre o êxito dos participantes da Drupa, inclusive a Lan­ da, com centenas de cartas de intenção de compra. Sim, Benny Landa vendeu a promessa de resolver todos os problemas ainda presentes no equipa­ mento. E mais: assim que tudo estiver ajustado, as empresas que assinaram tal intenção, e tam­ bém desembolsaram uma quantia não revelada, terão prio­r i­d a­de em receber o equipamento. A estratégia de Benny Landa não parou por aí. Al­ guns dias antes da feira foram anun­cia­das par­ce­ rias estratégicas com a Komori (que fabricou os sistemas de transporte para os equipamentos a folha) e com a Manroland. Já durante a feira, ou­ tro contrato de parceria foi assinado com a Heidel­ berg. A intenção da Landa é vender a tecnologia nano para quem quiser e cada uma dessas empre­ sas decidirá como será seu próprio equipamento e modelo de negócio. A Landa levou para a Drupa seis equipamentos, três a bobina — W5 , W10 e W50 (os dois primeiros com largura de 560 mm e o último com largura de 1.020 mm), e três a folha — S5 , S7 e S10 (formatos B3, B2 e B1, respectivamente). Com exceção da W50, que imprime frente e verso ao mesmo tempo e li­ mita-se a quatro cores, todas as outras impressoras podem chegar a até oito cores no sistema de uma única passada. As velocidades va­riam nas versões a folha de 8.800 a 13.000 folhas por hora, dependen­ do do suporte e do modelo. Nas versões a bobina, a velocidade varia de 100 a 200 m/min. O fabricante promete, devido exatamente às características da tinta nano, o uso em qualquer tipo de mídia à base de celulose para folha (inclusive revestidos) e tam­ bém PE , BOPP, PET e celofane, além de MWC, LWC, SC e newsprint para as bobinas. Manroland

Contra todos os boa­tos de que a Manroland não participaria da Drupa, a centenária empresa alemã, que agora é parte de um conglomerado inglês, mar­ cou presença na edição 2012. (Veja também a entre­ vista com o diretor presidente da Manroland Brasil, Nuno Costa, na página 49). A aposta foi a Roland 700 HiPrint. O equipa­ mento já estava presente na última edição da feira e faz parte da linha da Manroland desde 1990, mas 

Digital rotativa W10.

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Roland 700 HiPrint.

sofreu uma série de me­lho­rias. A velocidade padrão da máquina, de 16.000 folhas/hora, foi aumentada para 17.000 e há ainda alimentador op­cio­nal que permite trabalhar a 18.000. A troca de chapa é 100% automatizada e os sistemas de inspeção de cor e registro foram aprimorados. Os sistemas de enobre­ cimento em linha como o InlineFoiler e as fun­cio­ na­li­da­des para impressão de cartão di­re­cio­nam esse equipamento para a área de embalagens. Müller Martini

Além de todos os equipamentos levados pela Mül­ ler, um dos destaques mais interessantes dessa Dru­ pa foi o fato de a empresa instalar no estande uma máquina antiga e demonstrar ao vivo, juntamente com a equipe de serviços, como fun­cio­nam as ferra­ mentas de pós-​­venda oferecidas pela Müller Marti­ ni. José Carlos Barone, diretor da empresa no Brasil, falou com a Tecnologia Gráfica e contou um pouco mais sobre como isso fun­cio­na. “Este serviço ope­ ra sob uma marca mun­dial chamada MM Services, que engloba tudo o que já fazemos em todos os paí­ses, ou seja, inspeção, treinamento, atua­li­z a­ção etc., e que agora será feito de uma maneira unifor­ me no mundo todo. Isso mostra a preo­cu­pa­ção da Müller Martini com o pós-​­venda”. Um exemplo prático desse processo foi demons­ trado através de uma grampeadeira fabricada em 2007 e presente no estande. Devido ao sistema de upgrade incorporado na filosofia de fabricação da Müller, o equipamento, agora em 2012, é passível de 23 diferentes me­lho­rias sem que o clien­te tenha de

Encadernadora Alegro.

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comprar uma nova máquina, apenas aprimorando o que já tem. Essas adaptações, chamadas de MM UptoDate, são variáveis de acordo com o ano e o modelo do equipamento, mas são padronizadas. O valor é “tabelado” e o clien­te sabe exatamente o que vai receber. Barone explicou também como fun­cio­na o serviço de inspeção. “Há uma manei­ ra padronizada de fazer a inspeção de um equipa­ mento. O chão de fábrica sabe que uma máqui­ na precisa de manutenção, porém não consegue vender internamente a ideia de que é preciso in­ vestir em reforma ou conserto. Em um único dia o técnico da Müller, com um laptop, acessa o sis­ tema MM Inspector existente no equipamento e colhe todas as informações essenciais de checa­ gem, gerando, após meio turno de trabalho, um relatório com todos os itens separados por níveis de urgência, ou seja, o que real­men­te precisa ser feito no equipamento”. Entre tantas novidades, sobressai a encaderna­ dora Alegro, que substitui a antiga Acoro, sucesso de vendas no Brasil. Ela vem com avanços e em duas linhas: a A6 , de 6.000 ciclos/hora, e a A7, de 7.000 ciclos/hora. O equipamento é bastante completo, mas também modular graças ao sistema de servo­ motor (motores independentes). As estações de co­ le­cio­na­men­to podem ser adi­cio­na­das em módulos de três. A coladeira aceita tanto PUR quanto EVA . Outra novidade é a Ventura MC, equipamento já consagrado da Müller Martini que agora pode ser adquirido na versão de 160 ciclos/hora. Pitney Bowes

A Pitney apresentou o conceito White Paper Fac­ tory, a Fábrica de Papel Branco. Para entender um pouco mais sobre o que isso significa conversamos com Júlio Dantas, diretor co­mer­cial, e Davi Tufic Savoia, gerente de ne­gó­cios da empresa. “O mer­ cado tran­s a­cio­nal trabalha hoje com papel pré-​ ­impresso. A informação tran­s a­cio­nal é colocada depois. No conceito da White Paper Factory tudo é feito em linha. O papel branco entra no equipa­ mento de impressão quatro cores, todas as infor­ mações são impressas de uma só vez, evitando, por exemplo, estoque de pré-​­impresso. O envelope é também feito na máquina. Ele pode ser impresso com dados variáveis e casa perfeitamente com o im­ presso tran­sa­cio­nal, ou seja, envelope e con­teú­do, tudo em linha. Trabalhamos simplesmente com o papel branco para tudo e o produto sai pronto do outro lado da máquina”. Para garantir esse conceito, Júlio falou também sobre a parceira com a HP. “A Pitney fechou uma parceria global com a HP, pela qual a HP estará com


Intellijet será vendida pela Pitney Bowes.

o jato de tinta no mercado de publishing e nós no mercado tran­sa­cio­nal, o que exige um fluxo de tra­ balho e uma controladora diferentes, isto é, o equi­ pamento HP não é 100% HP quando ele é vendido pela Pitney, incorporando alterações ne­ces­s á­rias para o volume do tran­sa­cio­nal”. Como exemplo, ele citou a aplicação das ferramentas da Pitney Bowes para que o casamento de con­teú­dos frente e ver­ so seja perfeito, não havendo erro entre o que está do lado de fora do impresso (nome, endereço) e as informações internas, como na fatura de um car­ tão de crédito. A fusão foi uma decisão tecnológi­ ca acertada. Sem contar as alterações comentadas pelo diretor co­mer­cial, esse processo ganha também pela integração com as máquinas de acabamento da Pitney Bowes, que sempre foi o carro-​­chefe da empresa. Um dos maiores problemas da impres­ são digital é justamente o acabamento, que não é integrado corretamente, pois não são produzidos para um único equipamento digital, mas sim para vá­rios. No final, nem tudo se encaixa. Os equipamentos de impressão HP que serão agora vendidos pela Pitney Bowes são a IntelliJet 20, 30 e 42, bem como os módulos de impressão C500 e M500 , que fun­cio­nam de forma bastante similar às cabeças de impressão independentes da Kodak. Ricoh

Ma­nuel Pulido, responsável pela divisão de grandes contas na Espanha, nos mostrou as principais no­ vidades da Ricoh. Destacamos a nova linha de im­ pressoras jato de tinta InfoPrint. Com velocidade de produção de até 128 m/min, ou 1.712 A4/min, su­ porta bobinas de 165 até 520 mm de largura. A qua­ lidade de impressão alcança 720 × 720 dpi. Segun­ do o executivo, o di­fe­ren­cial desse equipamento é o sistema de secagem, que é op­cio­nal. De acor­ do com Ma­nuel, a tinta tem menos água (o catálo­ go compara com a tinta offset insistentemente) e por isso ela seca mais rapidamente, o que significa menor consumo de energia. Outra novidade da Ricoh não é uma máquina, e sim uma solução chamada Clickable Paper, ou, em tradução livre, “papel clicável”. Hoje há deze­ nas de aplicativos para uso de QR Codes. Esse có­ digo impresso sobre uma embalagem permite o acesso a um único possível endereço na internet, como um hotsite, por exemplo, que contém infor­ mações exclusivas sobre um produto ou serviço. Você só precisa ler esse código com a câmera do seu celular ou computador. O Clickable Paper é um

soft­ware. Nele você pode se­le­cio­nar uma imagem ou um texto, e insere um código invisível que só um celular ou um computador com esse soft­ware pode ler. Há dois pontos interessantes nessa ino­ vação. O primeiro é que você pode inserir diversos links no mesmo código, e quem lê tem a possibi­ lidade de escolher entre eles, não é limitado a um só link. Além disso, o Clickable Paper é mais fácil de ser usado que o QR Code.

Impressora Pro C901s.

O técnico da Ricoh que me mostrou essa tec­ nologia encontrou um exemplo que explica me­ lhor essa interação. Uma garotinha visitava a feira com o pai, que assistia a essa mesma apresenta­ ção. O apresentador “clicava” a foto impressa de uma máquina fotográfica com a câmera do celu­ lar e automaticamente o sistema di­re­cio­na­va para uma lista de ví­deos sobre o produto. Ao final ela comentou: “eu já conheço isso”. O técnico per­ guntou de onde e ela respondeu: “é igual ao jor­ nal do Harry Potter; as figuras se movem quando a gente mexe nelas!”. Ryobi

A Ryobi reafirmou com me­lho­rias o que havia apre­ sentado há quatro anos. O ponto de convergência de todos os equipamentos, conforme explicou Jâ­ nio Coe­lho, gerente geral do departamento de má­ quinas gráficas da Fer­ros­taal, em entrevista para a Tecnologia Gráfica, é o apelo sustentável. “O mais interessante, independente de formato da máqui­ na, é a tecnologia totalmente verde. Na Drupa se fala muito neste assunto, mas há muita venda de sonho e a Ryobi mostra na prática uma produção voltada para o conceito verde”. Entre diversos equi­ pamentos, vale ressaltar a Ryobi 1050, apresenta­ da com uma torre de impressão, uma de verniz e uma torre para aplicação do UV Casting e Foi­ ling. Seguindo a tendência de quanto mais eno­ brecimento melhor, essa unidade independente, que trabalha no formato B1 (linha 1050), pode fa­ zer holografia, holografia sobre foiling, chemical VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Impressora 1050.

embossed, laminação fosca e brilhante. O siste­ ma seve tanto para materiais impressos em ou­ tras máquinas, onde ela é usada apenas para be­ ne­f i­cia­men­to, quanto pode ser configurado em linha para operar na própria máquina de impres­ são, neste caso da Ryobi, é claro. Dependendo do tipo de enobrecimento, a velocidade varia entre 12.000 e 16.000 folhas/hora. Esse detalhe é significa­ tivo, pois vá­rios equipamentos perdem velocidade com esses opcionais. E devo dizer, a qualidade dos be­ne­f i­cia­men­tos aplicados im­pres­sio­nam. Sobre o sistema de LED UV instalado nos ou­ tros equipamentos da Ryobi, também vale ressal­ tar que na Drupa 2008 essa tecnologia inovadora, que real­men­te economiza muita energia se compa­ rada às tec­no­lo­gias UV con­ven­cio­nal e HUV, só ti­ nha um fabricante de tinta. O executivo nos mos­ trou no próprio estande tintas de sete fabricantes, vá­rios com revenda no Brasil, prontas para esse sis­ tema. O fantasma do fornecedor único não assus­ ta mais. Além disso, esses equipamentos não usam mais pó de secagem, e não geram ozônio, cheiro e calor. As lâmpadas LED UV consomem 91% menos energia que uma lâmpada UV comum e duram cer­ ca de 15.000 horas, enquanto a con­ven­cio­nal dura de 1.000 a 3.000 horas. Xerox

O diretor executivo PSG da Xerox, Marcio Mattos, precisou de um bom tempo para nos mostrar to­ das as novidades da empresa, das quais pinçamos duas máquinas com características e mercados bastante diferentes. A Xerox iGen 150 Press é a mais nova integrante da família iGen e alcan­ ça 137 páginas A4/min, ou 8.250 A4/ hora com tecnologia de impressão a laser. São 17 páginas a mais por mi­ nuto em comparação com a iGen 4. No formato A3 ela chega a 75 pági­ nas/min. A olho nu, sem auxílio de iGen 150 Press. 22 TECNOLOGIA GRÁFICA

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nenhum conta-​­f io (utensílio pouco visto na Dru­ pa), o ganho de qualidade da iGen 150 em relação à sua antecessora é nítido. Em minha opi­nião, há um salto qualitativo na 150, por mais que os téc­ nicos da Xerox afirmem que os dois equipamen­ tos oferecem resultados iguais. Essa qualidade, en­ tregue em quatro cores, é fruto da resolução de 2.400 × 2.400 dpi. A outra novidade foi a CiPress 500. O equipa­ mento é jato de tinta de alimentação contínua, mas traz uma forma particular de impressão. A tinta é mantida em estado sólido; esse granulado é derre­ tido e então injetado sobre o papel, onde seca ins­ tan­ta­nea­men­te. O nível de resíduo é baixo e, segun­ do a Xerox, a tecnologia tem um apelo ecológico enorme em relação às outras tec­no­lo­gias jato de tinta, pois o problema de pigmentação da massa do papel durante a reciclagem é amenizado. O sistema de injeção apresenta também outro di­fe­ren­cial. Durante a impressão, apenas 80% das cabeças de impressão são utilizadas, sendo 20% ­backup. Os controladores da máquina verificam pe­ rio­di­ca­men­te se há algum injetor entupido preci­ sando de limpeza. Automaticamente esse cabeçote é desativado e passa pela limpeza, enquanto outro cabeçote reserva se encarrega da impressão. Tecni­ camente é uma solução interessante, mas ao mes­ mo tempo encarece o equipamento para resolver um problema da própria tecnologia de injeção da Cipress, ou seja, esse é o preço para reduzir o nível de partículas em suspensão e, resolver, em parte, o impacto ecológico negativo do jato de tinta. O sistema apresenta uma resolução de 600 × 400 dpi e o fato de a tinta não ser aquosa oferece um ponto de impressão preciso e mais definido. Com a possibilidade de imprimir bobinas de até 51 cm de largura, a Cipress 500 chega a 152 m/min. Não tivemos acesso ao preço desse equipamen­ to, mas certamente, como outros equipamentos nessa faixa de velocidade — estamos falando de 1.026 A4/min na configuração com uma máqui­ na —, é um sistema voltado para imensas tiragens, exigindo as 24 horas durante 6 dias de produção para justificar sua compra.


Os números da Drupa Logo após seu término, o balanço ofi­cial da feira foi di­ vulgado, dando conta, sem surpresa, da queda no nú­ mero de visitantes. Muito se falou sobre isso, porém não se trata de algo inédito. Esta é a terceira edição em que isso acontece, prolongando a curva descendente que vem sendo desenhada há seis anos. Em 2000 foram 428.000 visitantes; em 2004, 394.0000; em 2008, 391.000; e agora a maior feira do setor atraiu 314.500 es­pe­cia­lis­tas de mais de 130 paí­ses. O que se reverteu em relação à mostra an­te­rior foi a tendência na elevação de empresas participantes. A feira de 2008 contou com 1.971 expositores, superando a histórica edição de 2000, quando 1.943 com­pa­nhias levaram suas novidades para Düsseldorf. Em maio último tivemos 1.844 empresas, de 52 paí­s es, ocupando 166.044 m² de estandes. Defendendo seu produto, Werner ­Matthias Dorns­ cheidt, presidente da Messe Düsseldorf, afirmou que o encolhimento do público não chegou a ser uma surpre­ sa. “Só na Alemanha a indústria gráfica perdeu cerca de 3.900 empresas, com mais de 61.000 empregados, entre 2000 e 2011. Nos Estados Unidos, no mesmo pe­ río­do, mais de 7.700 operações foram fechadas”. Ele ar­ gumentou que, se o tamanho das delegações diminuiu, o volume de gestores cresceu: 50,8% do público do even­ to foi composto por executivos com poder de decisão, contra 44,4% em 2008. Com mais de 190.000 visitantes estrangeiros, o foco in­ter­na­cio­nal da Drupa continuou alto. Chamou a atenção o elevado número de profissionais da Índia, que, atingin­ do cerca de 15.000 pes­soas, po­si­cio­na-a como o país com o maior grupo depois da Alemanha (123.000 visi­ tantes). Atrás desses dois paí­ses no ranking estão: Bélgi­ ca, França, Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Suí­ça e Itália. A presença da América do Sul e Central tam­ bém se elevou de 7% na edição an­te­rior para 8,8% nes­ te ano. A estimativa da MDK Feiras Internacionais, repre­ sentante na­cio­nal da Drupa, indica que 3.800 brasileiros foram à Alemanha, soma pouco in­fe­rior à expectativa de 4.000 visitantes brasileiros neste ano, porém maior do que o público de 2008, que foi de 3.600 profissionais Entre os expositores, depois da indústria alemã, com 611 empresas, a China foi a bandeira mais for­ te, com 246 representantes, seguida por Itália (157), Reino Unido (117) e Estados Unidos (107). Apenas três paí­ses da América do Sul levaram soluções para a fei­ ra: Brasil, com 11 expositores, e Colômbia e Peru, cada um com uma empresa. Que­bran­do a tradição do mês de maio, a próxima Dru­ pa será rea­li­za­da em 2016 entre os dias 2 e 15 de junho.

Resumindo… Jato de tinta, digital e offset

Como se pode observar, vá­rias vezes cito nessa matéria uma “nova impres­ sora com tecnologia jato de tinta”. Real­men­te parece que todos os for­ necedores, mais de 20 se contarmos apenas as máquinas de alta produ­ ção, apresentaram algum lançamento nesse sentido. Por essa ótica, a Drupa 2012 foi real­men­te uma afirmação das ten­dên­cias da Drupa 2008, em grande parte em protótipos naquela edição. Muitos equipamentos jato de tinta agora oferecem mais qualidade, velo­ cidade e foco. A definição do melhor equipamento depende de três fatores: o tipo de produto, o volume de pro­ duto e o objetivo do produto. Analise esses fatores com seus clien­tes e so­ mente depois verifique qual máquina atenderá melhor essa equação. Pré-​­impressão

Os grandes temas da Drupa 2012 para essa área foram: computação em nu­ vem, soluções web-to-​­print, ferramen­ tas de automação para produção de con­teú­do digital e administração de bancos de dados. Além disso, QR Co­ des, Rea­li­da­de Aumentada (AR) e no­ vas ferramentas de tagging (ver Ricoh) chamaram muito a atenção dos visi­ tantes, mesmo que não representem mais novidade. Acabamento

Eu, particularmente, gosto de automa­ ção. Não adian­ta levantar a bandeira moral contra a automação quando a sobrevivência da empresa está em ris­ co. Um assistente de acabamento cus­ ta cerca de 30 mil euros por ano para uma empresa na Alemanha. As deci­ sões de robotizar a linha são real­men­te tentadoras. Infelizmente há ainda mui­ ta lição de casa por fazer nessa área, mas felizmente os equipamentos des­ se setor estão melhores a cada Drupa. Soluções modulares, graças a sistemas de motores independentes para cada

segmento de uma linha, por exemplo, aceleram o setup, reduzem quebras e oferecem mais flexibilidade. No campo digital se concentram os maiores problemas, principalmen­ te para a produção em linha. As linhas de acabamento têm pouca ou fraca interface com a máquina de impres­ são e a produtividades não é ba­lan­cea­ da, ou seja, o acabamento, ainda len­ to, reduz a velocidade média da linha. Quem deseja ganhar velocidade com a impressão digital não pode, em alguns casos, ba­s ear o acabamento nas mesmas máquinas de acabamen­ to da linha offset, com demorados tempos de acerto e limitações de au­ tomação e identificação de con­teú­do para serviços sob demanda, como fo­ tolivros ou catálogos personalizados. Fique atento. No geral

Podemos resumir, como citado no iní­ cio da matéria, que a Drupa ofereceu novidades importantes para suprir o mercado gráfico até sua próxima edi­ ção. No entanto, as decisões estraté­ gicas das empresas estão muito mais complexas agora e o diá­lo­go franco e analítico com os clien­tes é urgen­ te. Precisamos entender o que nossos clien­tes desejam e também oferecer produtos que provoquem encanta­ mento e surpresa — adjetivos usados pelos concorrentes do produto im­ presso, como a internet. E apesar de dúvidas e crises, de in­ certezas e muito trabalho pela fren­ te, podemos dizer sem nenhuma dúvida: até a Drupa 2016. Sandra Rosalen é formada em

Administração pelo Mackenzie, técnica gráfica pela Escola Senai Theobaldo De Nigris e docente do ensino a distância da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Atualmente faz mestrado em Tecnologia de Impressão e Mídias na Bergische Universität Wuppertal, na Alemanha. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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NORMALIZAÇÃO

Bruno Mortara

A nova norma de impressão digital. Somente impressão digital!

A

té agora a série de normas que tratava de impressão digital encarava-a como uma tecnologia auxiliar ao principal processo do setor gráfico, o offset. Nesses padrões, os objetivos da ISO 12647-7 (Provas contratuais) e da ISO 12647-8 (Provas de verificação) são sempre chegar o mais perto possível de alvos colorimétricos e da “qualidade” do offset. Na família ISO CD 15311, da qual analisaremos a parte 1 neste artigo, o escopo é a cria­ção de uma norma que não faça a impressão digital imitar nenhum outro processo, e sim rea­li­z ar uma padronização em cima das características dos inúmeros processos reunidos sob o nome de impressão digital. Para as normas da família 12647 é esperado que as pes­soas responsáveis pela cria­ção de dados, separação de cores, provas e impressão tenham um acordo prévio sobre um conjunto de parâmetros que definam as características visuais e pro­prie­da­ des técnicas do produto impresso final. Isso se aplica aos processos offset, rotogravura, flexografia e serigrafia. Para simular essas condições acordadas, caracterizadas por meio de um conjunto de dados

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de caracterização (dataset), surgiram as partes 7 e 8, que produzem provas de contrato ou, em um nível menos rigoroso, prova de validação. 15311 – o digital se definindo por si mesmo

Devido às novas tec­no­lo­gias de imagem usadas nos equipamentos de impressão digital, percebe-se que o cenário é muito heterogêneo, impossibilitando a classificação dos inúmeros processos dentro de parâmetros que possam ser chamados de impressão digital. Não é possível, como foi para a impressão analógica, identificar claramente os padrões do processo primário que têm uma relação direta com as características visuais da imagem. Essa relação não é direta como em uma máquina offset, na qual, quando se abre o tinteiro, modifica-se ime­dia­ ta­men­te a aparência vi­sual do impresso. As tec­no­ lo­gias de impressão digital são otimizadas para obter resultados efetivos numa complexa relação entre corante, substrato e processo de imagem. As va­riá­ veis são múltiplas e, muitas vezes, diferentes para cada uma das tec­no­lo­gias disponíveis. Outra razão de existir uma família de normas puramente de impressão digital é que muitos dos dados gerados por fotógrafos, agên­cias, editores ou qualquer um de nós jamais verão uma máquina analógica e, portanto, não há por que defini-​­los em função de uma condição de impressão analógica específica. O mundo está cada vez mais RGB ! Contudo, muitas vezes lidamos com dados sobre os quais não conseguimos


saber de antemão para qual processo de impressão, analógico ou digital, serão destinados. Sob a ótica da normalização, um processo de impressão, independente da qualidade do ma­te­rial impresso em sua saí­da (na ISO é chamado de agnóstico), aborda a forma mais adequada às necessidades das diferentes aplicações. Isso significa que os cri­té­ rios e as to­le­rân­cias não estão re­la­cio­na­dos com a tecnologia de impressão subjacente, mas de acordo com os requisitos do uso pretendido. O clien­ te quase sempre não se preo­cu­pa com o processo de impressão, mas sim com os requisitos mínimos de qualidade do produto que está sendo comprado. No final o clien­te compra uma imagem! Ela é definida por cri­té­rios como endereçamento, reprodução de cores, uniformidade, resolução, defeitos de reprodução e alguns aspectos de permanência, como resistência à luz ou à abrasão.

Caractere e linha

Grandes áreas de imagem

1. F alta de nitidez

1. Á rea grande e escura

2. S errilhado

2. F undo esfumaçado

3. L argura da linha

3. G ranulação

4. D ensidade, caractere

4. M anchas

5. C ontraste

5. M arcas estranhas no fundo

6. P reenchimento

6. F alta de tinta

7. M arcas estranhas aos caracteres 8. N évoa de fundo

Avaliação objetiva da qualidade de imagem A nova norma, ISO 15311, ainda em fase de elabo-

ração e, consequentemente, longe de sua publicação, tem objetivos bem am­bi­cio­sos, especialmente

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ne­ces­sá­rios, por exemplo o teste de resistência à luz para produtos de sinalização de in­te­rior.

Serrilhamento (µm)

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■ Linhas verticais ■ Linhas horizontais

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Avaliação de qualidade de imagem para a qualidade de impressão digital

15 10 5 0

Papel offset A

Papel offset B

Papel jato Papel de tinta couché A

Papel couché B

Filme brilho

Exemplo de teste de linhas horizontais e verticais em diferentes mídias e seu atributo de serrilhamento.

no quesito de análise de qualidade de imagem. Existem muitos métodos de medição desenvolvidos para descrever os atributos de qualidade de uma imagem impressa, porém poucos têm uma correlação direta com a percepção humana. A norma vai lançar mão de me­to­do­lo­gias que independem da tecnologia de impressão (chamada na norma de marcação), permitindo a ava­lia­ç ão da qualidade da reprodução em qualquer tipo de processo. Essa é uma área de intensa pesquisa e a Fogra, onde o editor da norma trabalha, é um dos centros mais ativos nesses desenvolvimentos. Entre os padrões de qualidade de impressão já existentes, o escolhido por essa norma é a ISO 13660, de qualidade de imagens digitais. Nessa norma há 14 atributos analisados. Os requisitos da norma ISO 13660 fornecem as ferramentas para resolver muitos problemas de qualidade de imagem e dão suporte para a ISO 15311 poder atribuir quesitos e os resultados esperados de forma objetiva, independentemente do processo e materiais envolvidos. Estrutura da norma internacional Bruno Mortara

é superintendente do ONS27, coordenador da Comissão de Estudo de Pré‑Impressão e Impressão Eletrônica e professor de pós‑graduação na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.

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A primeira parte dessa norma estabelece os cri­té­ rios de qualidade das imagens impressas e as partes seguintes abordam a aplicação desses cri­té­rios em usos típicos, como a impressão de grande formato in­dus­trial ou sinalização. Com base nos requisitos individuais desses segmentos de mercado, cada parte dessa norma abrange a extensão em que os cri­ té­rios definidos são ne­ces­sá­rios. Com base nas exi­ gên­cias do mercado, alguns cri­té­rios podem não ser

Para atribuir padrões de qualidade, a nova norma faz uma di­f e­ren­cia­ç ão entre dois conjuntos de cri­té­rios: 1) Atributos de qualidade de impressão: cor e acabamento su­p er­f i­cial, homogeneidade, resolução e artefatos 2) Requisitos de permanência: estabilidade de luz em in­te­rio­res, estabilidade ao ar livre, estabilidade térmica e especificação da vida útil do impresso Esses cri­té­rios também podem ser usados numa relação B2B para medir a qualidade de impressão, por exemplo, para a análise comparativa do sistema ou especificações técnicas, em acordos comerciais. Requisitos da norma ISO 15331

Os atributos de qualidade de imagem que aparecem como requisitos e medidos com alvos e to­le­ rân­cias são: cor e acabamento de superfície, cor do substrato, cores pri­má­rias e se­cun­dá­rias, cores especiais, TVI, reprodução tonal, brilho das tintas, densidade de linhas, faixas na impressão, granulosidade, manchas de impressão, diferenças densitométricas nas duas direções, resolução, largura de linha, endereçabilidade nativa, endereçabilidade efetiva, serrilhamento, borrões, mo­du­la­tion transfer func­tion, registro, artefatos e pontos “perdidos”. Entre os requisitos de permanência estão a estabilidade à luz in­te­rior, resistência ao tempo em am­ bien­tes externos, estabilidade térmica e especificação da vida do impresso. Conclusão

Esta é uma norma de que o mercado está necessitando para que os acordos comerciais se deem dentro de expectativas mensuráveis e verificáveis objetivamente e com aceitação global, em função de ser uma norma ISO. Os trabalhos estão apenas começando e o Brasil espera apoiar o documento e adotá-lo assim que estiver publicado. Finalmente poderemos olhar para um produto de impressão digital, uma prova, um banner, um folheto etc. e ter uma referência de qualidade sua, sem relação com processos tradicionais como offset, rotogravura ou flexografia. Isso será emo­cio­nan­te!


SITES

LITERATURA

Manual do Gestor da Indústria Gráfica

WOODWING

www.woodwing.com.br O site foi todo reformulado e conta agora com novas informações, em português, sobre as soluções oferecidas pela empresa. A WoodWing Soft­ware é especializada em oferecer soluções integradas para o mercado editorial, focadas no conceito blended media, que engloba uma série de soluções de produção editorial objetivando a publicação de conteúdo em múltiplas mídias. O site é controlado pela EPYX Soluções Editoriais, empresa com escritórios em São Paulo, Richmond ( EUA ) e Monterrey (México), distribuidora brasileira da WoodWing.

Flávio Botana O autor apresenta uma série de conceitos de gestão de empresas gráficas que buscam orientar tanto empreendedores que pretendem se aventurar nesse ramo de negócios quanto empresários que já possuem seus negócios, além de ser uma boa referência para estudantes de tecnologia gráfica que buscam entender o ambiente corporativo onde pretendem atuar. Os conceitos são apresentados em linguagem simples e com tratamento bastante prático e objetivo, de forma a permitir que o leitor possa avaliar e remodelar o seu empreendimento diante dos conceitos apresentados. São discutidas questões que envolvem desde a criação de uma gráfica, passando pelo gerenciamento de finanças, gerenciamento comercial, de recursos humanos e da produção, até a avaliação de tendências para o mercado e de como devem ser aplicados os recursos para futuros investimentos. Senai SP Editora www.cataventobr.com.br www.senaispeditora.com.br

CHAMEX

chamex.com.br O portal da marca de papéis Chamex, produzido pela International Paper, ganhou novas versões e agora pode ser visto também em inglês e espanhol. A novidade é parte da estratégia da companhia de focar seus negócios na América Latina, onde sua linha de papéis já está presente em mais de 85% dos países. Com um lay­out moderno e inovador, o portal Chamex contém jogos, ví­deos e animações sobre o processo produtivo do papel, o que permite uma maior interação com os internautas. Também é possível encontrar seções com foco nas mídias sociais, como um blog com dicas e utilidades do papel, botões de interatividade com o visitante ( RSS ) e ícones que levam os internautas para as páginas do Facebook e Twitter.

Uma viagem pelo mundo das cores Jorge E. Maldonado Trata-se de uma ferramenta de leitura leve, simples e divertida sobre um tema complexo e que faz parte do cotidiano dos estudantes e profissionais da indústria gráfica. Mas por que uma viagem? Porque viagens, aviões e cores são comuns na vida do autor e essa analogia ajuda a entender melhor o tema. Além disso, o livro é verdadeiramente uma viagem por diferentes ­áreas do conhecimento humano, que vai desde a história, filosofia e física até artes e tecnologia, sempre focando o fascinante mundo das cores. www.jemtec.com.br

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GESTÃO

Flávio Botana

Vencendo numa era de incertezas

V

ivemos a Era da Informação! Mas olhando estes momentos com olhos de empresário, e particularmente com a visão de um empresário gráfico brasileiro, po­de­ría­mos chamá-​­los também de a Era da Incerteza. Vivemos sendo bom­bar­dea­dos com informações que nos levam de um otimismo escancarado para um pessimismo trágico em alguns instantes e vice-​­versa. São informações políticas, econômicas, tecnológicas e sociais que de alguma forma interferem no negócio da comunicação e, por conseguinte, no negócio gráfico, portanto, afetando as decisões que os em­pre­sá­rios estão tomando neste momento. Como se não bastassem os fatos, temos as análises dos fatos. Es­pe­cia­lis­tas que enxergam uma sobrevida infinita para a indústria gráfica em seus diversos ramos e os profetas do apocalipse que enxergam o fim dos tempos de prosperidade da indústria gráfica em pouquíssimo tempo. E o empresário precisando tomar as suas decisões estratégicas, as suas decisões de investimento e as suas decisões pessoais . . . em plena Era da Incerteza. A questão básica não é somente tomar as decisões, mas sim tomar as decisões certas, que permitam que o seu negócio sobreviva, seja rentável e prospere. Para acrescentar, em anos de Drupa, a maior feira gráfica do mundo, onde são apresentadas as novidades tecnológicas da indústria, esse espírito de análise estratégica vem à tona. Para um grande número de em­pre­s á­rios gráficos, é a hora de repensar a estratégia de ne­gó­cios. Vamos então ver algumas informações recentes que de alguma forma interferem nas decisões estratégicas dos em­pre­sá­rios gráficos brasileiros.

Resultados do PIB do mundo no 1º- trimestre de 2012 A va­ria­ção do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil

no 1º‒ trimestre de 2012 em relação ao 4º‒ trimestre 30 TECNOLOGIA GRÁFICA

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de 2011 foi de + 0,2%. Se compararmos com a Europa, que vem sendo considerada um continente em crise, os nossos índices estão muito próximos. Temos a França com 0%, a Alemanha com 0,5%, o Reino Unido com — 0,2% e a Espanha com –0,3%. A comparação com os Estados Unidos é bem mais desfavorável, pois eles cresceram 1,9%. Outra análise é a va­ria­ção do PIB do Brasil no 1º‒ trimestre de 2012 em relação ao mesmo pe­río­do de 2011, que foi de + 0,8%. Se compararmos com os paí­ses que compõem o BRIC mais a África do Sul, temos um resultado nada animador. A China cresceu 8,1%, a Rússia 4,9%, a Índia 5,3% e a África do Sul 2,1%, segundo dados do Banco Mun­dial. É um ponto preo­cu­pan­te, pois a nossa indústria está muito amarrada ao desenvolvimento da economia e ao aumento do poder de compra da população. Agora, para reforçar o aspecto da instabilidade da informação, lembro que em outubro de 2011 foi rea­li­za­do o 15º‒ Congraf, Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, que tinha como tema “Crescendo com o Brasil”, apoiado em informações que davam crédito à visão de um crescimento intenso e consistente do País nos próximos anos. Essa é a incerteza econômica! Certamente se conversarmos hoje com es­p e­cia­lis­t as em economia de diversas instituições não haverá um consenso sobre quais os destinos econômicos do País para os próximos cinco ou dez anos. Drupa

Como disse o consultor Hamilton Terni Costa, a Drupa 2012 trouxe mais perguntas do que respostas. A consolidação da impressão digital em diversas ­­áreas, com o seu aumento de velocidade e formatos, foi marcante. A impressão híbrida esteve forte; o desenvolvimento conjunto de equipamentos pelos fabricantes tradicionais de offset e empresas de impressão digital e a apresentação


impactante da nanografia foram pontos fortes da feira. O que não quer dizer que as tradicionais offsets estiveram às traças. O mercado também esteve bastante agitado nessa área. Tudo isso mostrou que a feira foi feita muito mais para pensar do que para comprar. Vá­rias opções, diversas alternativas de negócio e nenhuma visão única, sólida e certa para ser a bússola do empresário para os próximos anos (leia-se próximos investimentos). É a incerteza tecnológica! As mídias eletrônicas

A era da comunicação através de sua ferramenta maior, a internet, provocou sé­rios danos à indústria gráfica. As notas fiscais vêm sendo subs­ti­tuí­das pelas notas fiscais eletrônicas; os extratos e contas apenas nos meios digitais também crescem rapidamente; as tiragens das revistas e principalmente dos jornais se reduziram, pois o leitor acessa as informações por meio eletrônico; os livros eletrônicos concorrem com os de papel; as agendas eletrônicas e os tablets subs­ti­tuem as agendas de papel e por aí vai. Acho que ninguém que tem contato com a indústria gráfica acredita que ela vai acabar, porém todos que têm bom senso sabem que estragos acontecerão e que terão de surgir novos modelos de negócio para permitir que as gráficas con­ti­nuem progredindo. É a incerteza do mercado! China

Esse imenso país tem sido um grande concorrente da indústria gráfica na­cio­nal em alguns segmentos. Com preços baixíssimos, prazos longos em função da distância entre os dois paí­ses e, apesar de em alguns casos os produtos terem qualidade duvidosa, os chineses, mesmo estando do outro lado do mundo, vêm tirando o sono de alguns em­pre­ sá­rios gráficos. Discutem-se políticas para preservar a indústria na­cio­nal e ava­liam-se as questões econômicas para encontrar saí­das para essa questão, mas o fato é que parte dos nossos trabalhos está sendo impressa lá. É a incerteza da concorrência! Essas questões são su­f i­cien­tes para preo­cu­par todo o mercado gráfico brasileiro, mas o que menos vale a pena é sentar e chorar. As empresas têm de interpretar esses ce­ná­rios e usá-​­los como pano de fundo para o seu planejamento estratégico, o que as fará não apenas sobreviver, mas também lucrar e prosperar. E isto é possível!

No livro Ma­nual do Gestor da Indústria Gráfica, publicado recentemente pela Senai SP Editora, cito a necessidade que os em­pre­sá­rios têm de se preparar para as crises, pois elas farão parte do co­ti­dia­no de nossas empresas. Algumas mais intensas, outras mais brandas; umas mais curtas, outras mais longas; porém a habilidade do empresário de se preparar para as crises e de montar planos para sair delas é fator crítico de sucesso para a garantia de um ciclo permanente de prosperidade para a empresa. Outra publicação extremamente interessante que também lida com esse assunto é Vencedoras por Opção, de Jim Collins e Morten Hansen. Esse livro trata de uma pesquisa que mostra quais foram as práticas de empresas em diversos ramos que as fizeram ter sucesso por um longo tempo (foram analisados 30 anos), mesmo atravessando pe­río­dos extremamente instáveis. Ba­sea­do nessas duas publicações, arrisco de­li­ near um perfil dos em­pre­sá­rios que tendem a ter mais sucesso no nosso ramo, o qual, como já vimos, trabalha com um nível de incerteza maior do que a média dos ramos industriais brasileiros. Vamos enumerá-​­los. Os vencedores serão os consistentes

As empresas precisam ter a sua estratégia e seu foco. Está provado que aquelas que mudam de foco com certa frequência não conseguem se estabelecer. Quan­do a empresa começa a ter sucesso num ramo é sinal de que passou a entender o perfil de seu clien­te, que conseguiu com­preen­der suas necessidades e que se estruturou para atendê-​­las de forma satisfatória e lucrativa. Quan­do a crise chega, mais do que abandonar o que foi conquistado e partir para novas tentativas, é melhor entender o que mudou com o seu clien­te. Mudaram suas necessidades? A forma de atendê-​­las? Mudou o mercado que o seu clien­te atende? O certo é que a possibilidade de fazer ajustes na sua empresa com o objetivo de preservar o clien­ te e sua atua­ção fará que você a cada dia se torne mais conhecido pelas empresas que ­atuam nesse ramo. A sua reputação vai sendo consolidada e a sua marca fica mais forte. Além disso, é sempre importante perceber se as mudanças que estão ocorrendo são tem­po­rá­rias ou definitivas, pois, dependendo desse fator, suas ações serão de contingência ou de transformação. Isso não quer dizer que a empresa não deva mudar. As empresas precisam mudar sempre. Porém o eixo central, se mantido, cria uma coe­rên­cia VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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que facilita a sua relação com os clien­tes, fornecedores e fun­cio­ná­rios. E essa coe­rên­cia dá segurança a todos eles, o que os incentiva a preservar o re­la­cio­na­men­to com a sua empresa. Resumindo: seja conhecido no mercado pelas suas características básicas e mude sempre no sentido de reforçar tais características. Os vencedores serão os “não tão ousados”

Existe um senso comum de que os em­pre­s á­rios ousados são os bem sucedidos. Em seu livro Jim Collins prova que as empresas mais bem sucedidas foram aquelas que trataram as suas inovações de forma sistêmica, isto é, analisaram com cuidado as inovações, fizeram testes piloto para checar a sua validade e só as lançaram de forma definitiva quando tinham uma ra­zoá­vel segurança sobre o seu sucesso. A ousadia é importante, mas é diferente de uma aventura. Lançar um novo produto, um novo processo requer normalmente altos investimentos e, no século XXI, o mercado não dá muito espaço para grandes fracassos financeiros. É preciso ousar, mas com inteligência e cuidado.

pensar de forma estratégica, com olhos no presente e no futuro (entendendo clara e cons­cien­te­men­te as necessidades atuais e futuras de seus clien­tes, com visão abrangente do mercado e da sua concorrência) e com um bom entendimento da sua relação com a comunidade e com o meio am­bien­te, tem uma chance de sucesso bastante reduzida. Além dessas características dos vencedores, existem algumas atribuições estratégicas que devem estar constantemente na agenda dos em­pre­sá­ rios gráficos e que devem, em tempos de crise, ser frequentemente revistas e aprimoradas. 1. Montar uma boa equipe.

Essa é a principal atribuição do empresário. Uma boa equipe é a base de uma boa empresa. Uma boa equipe vai ajudar o empresário a tomar boas decisões nos tempos bons e nos tempos ruins. Uma boa equipe aumenta a visão, a percepção e a capacidade de ra­cio­cí­nio e de decisão do empresário. Em meu livro, cito que o empresário não deve focar outra tarefa enquanto não estiver satisfeito com a sua equipe. Uma boa equipe libera tempo para o empresário cuidar de suas outras tarefas. 2. Viver a vida do clien­te.

Os vencedores serão os “precavidos”

Num dos capítulos do meu livro cito a seguinte frase: “Sempre encontro um otimista nos tempos de crise, e isto é bom. No entanto, sinto falta de um pessimista nos tempos bons, para nos manter com os pés no chão”. Acredito que ela representa exatamente o que quero dizer com precavido. Todo plano pode dar certo, ou não. Por mais em­preen­de­do­res, otimistas e ousados que sejamos, nada é su­f i­cien­te­men­te certo que não exija a execução do “Plano B”. Alguém na empresa tem que pensar que as coisas podem dar errado. E a empresa tem que se preparar para esta hipótese. As perguntas-​­chave deste processo são: “O que pode acontecer se as coisas derem errado?” e “O que faremos se der tudo errado?”. As empresas de sucesso devem esperar o melhor e se preparar para o pior. Nestas condições a possibilidade de surpresas diminui e a chance de um caminho seguro e consistente aumenta, mesmo quando nem tudo dá certo. Os vencedores serão os “estratégicos”

Atribui-se a Peter Drucker uma frase que diz: “Se você não tem uma estratégia, você é a estratégia de alguém”. Atual­men­te o empresário que não 32 TECNOLOGIA GRÁFICA

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Acredito que entender o mercado de atua­ção de seus clien­tes é tão ou mais importante que entender o seu mercado de atua­ção. É lá que estarão as oportunidades, as amea­ç as e as informações de que você precisa para pensar estrategicamente e tomar suas decisões. É função do empresário gráfico conversar com em­pre­sá­rios-​­clien­tes para que, com base na estratégia deles, você consiga estruturar a sua. 3. Educar os seus fun­c io­ná­r ios.

O empresário é acima de tudo um exemplo para os colaboradores de sua empresa. É importante que ele assuma esse papel e ajude, num processo edu­ ca­cio­nal, na formação de profissionais melhores. A transmissão da cultura da empresa para os fun­ cio­ná­rios é feita principalmente através daquilo que o empresário valoriza, o que ele critica e o que ele cobra. Portanto, o empresário tem de saber que ele está constantemente na vitrine e deve se ver como um exemplo a ser seguido pela sua equipe. 4. Entender e preservar os diferenciais competitivos da empresa.

Entender por que os seus clien­tes escolhem sua empresa e por que os não clien­tes escolhem seus concorrentes é fator crítico de sucesso para a elaboração de uma boa estratégia. Nesse aspecto deve ser


destacado que no ramo gráfico os diferenciais competitivos estão cada vez menos focados em tecnologia e processos, estando di­re­cio­na­dos atual­men­te para recursos humanos e serviços. Os em­pre­s á­rios também devem ter em mente que diferenciais competitivos são tem­po­rá­rios. A banalização do di­fe­ren­cial ou sua imitação por concorrentes fazem que sua vida útil seja limitada. Logo, o empresário deve sempre entender e se preparar para a cria­ção e renovação de seus diferenciais competitivos para que possa se manter em destaque no mercado. 5. Administrar os investimentos da empresa.

Errar num investimento é um pecado cada vez mais grave no mercado gráfico, sendo que muitas vezes ele pode determinar inclusive o encerramento das atividades de uma empresa. O empresário deve analisar com muito cuidado os seus investimentos. Precisa entender que investimento não é só equipamento. Investir em recursos humanos, em

tecnologia de informação, em instalações e em ferramentas de gestão também deve fazer parte da estratégia de investimentos de uma empresa. Acima de tudo, um investimento deve ser “a solução de um problema”. Devemos ter muito claro qual é o problema que queremos resolver, quais são as alternativas possíveis e, depois de muita análise, decidir o que fazer. Enfim, não existe solução mágica para vencer em tempos de incerteza. O resumo do que foi escrito se define na palavra equilíbrio. Não inventar, não se desesperar e aplicar os conceitos de negócio que sempre levaram ao sucesso. Inteligência, estratégia, persistência e pensamento sistêmico foram e serão sempre bons conceitos para dirigir o sucesso ­atual e futuro das empresas. Flávio Botana é professor da Faculdade Senai

de Tecnologia Gráfica e autor do livro Manual do Gestor da Indústria Gráfica, que acaba de ser publicado pela Senai SP Editora.

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IMPRESSÃO

Daniel Nato Machado

Saia do comum e agregue valor com papéis especiais

N

esse mercado gráfico cheio de dúvi­ das e amea­ças vindas das novas tec­ no­lo­gias que permitem rápida dis­ seminação de informação a custos relativamente mais baixos do que os impressos, me sinto na obrigação de falar do nosso principal e mais antigo suporte: o papel. Sendo atual­men­te o quarto maior produtor de celulose do mundo e o 10º‒ produtor mun­dial de

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papel (segundo a Bracelpa), o Brasil é referência in­ ter­na­cio­nal nesse setor por suas práticas sustentá­ veis. O principal di­fe­ren­cial competitivo é que 100% da produção de celulose no País vem de florestas plantadas, que são recursos renováveis. De forma semelhante à agricultura, que cultiva e colhe soja, café e milho, entre outros produtos, o setor cultiva florestas, plantando e colhendo duas es­pé­cies de árvores — o pínus e o eucalipto — a fim de obter a celulose, matéria-​­prima para a produção do papel. O papel é reciclável, sustentável e contribui para o desenvolvimento das florestas. Ainda continua sen­ do o mais poderoso meio de comunicação mun­ dial. Ele está presente nas gráficas como um dos principais custos do produto impresso e principal matéria-​­prima, sendo considerado uma commodi‑ ty que, por definição, tem seu preço determinado pelo mercado global e in­f luen­cia­do pelo contex­ to ma­croe­co­nô­mi­co na­cio­nal e in­ter­na­cio­nal. Ele é escolhido pelo empresário gráfico com base na sua disponibilidade e preço e pouco discriminado quanto à sua origem e fabricante. Porém não precisa ser assim, principalmente nos segmentos mais voltados aos mercados pro­mo­cio­ nal e de luxo. O setor gráfico tem à sua disposição uma infinidade de diferentes tipos de pa­péis que são chamados de pa­péis finos ou especiais. E nes­ se momento de grande competitividade aumentar o portfólio de produção, oferecendo aos clien­tes opções que lhes permitam sair da guerra de pre­ ços, através de produtos com maior valor agrega­ do, com maior enobrecimento e estímulos lúdicos, pode ser uma boa ideia. Os pa­péis especiais oferecem mais elementos ao produto gráfico, como cores, texturas, efeitos especiais e até aromas; não são somente visuais e sonoros, como as telas de multimídia, poden­ do ser um ótimo negócio para pro­pi­ciar algo di­ ferente e ­atual aos clien­tes. O ser humano é mui­ to mais atingido se mais dos seus sentidos forem estimulados. Um estudo da Nee­nahPa­per (www. neenahpaper.com) revela que as cores melhoram


a leitura acima de 40%; aumentam a retenção de informação em 18%; aceleram o aprendizado de 55% a 78% e a com­preen­são em 73%. Dessa forma, esses pa­péis perdem o rótulo de com­mo­di­ties e passam de figurantes para estrela principal do produto, por se tratar de uma linha de alto valor. Ob­via­men­te que são também mais caros que os pa­péis com­mo­di­ties. Enquanto os pa­ péis couché custam hoje no máximo US$ 2,00/kg já com os impostos, um papel es­pe­cial de mesma gramatura pode custar até US$ 30,00/kg. Contudo, apesar do custo, o mercado de pa­ péis especiais está crescendo juntamente com a melhoria do poder aquisitivo da população, como nos mostram os indicadores de produção de fábri­ cas nacionais como a Arjowiggins Crea­ti­ve Papers e Multiverde, além de compor muito bem o mer­ cado de artigos de luxo, di­re­cio­na­do para classes sociais mais bem remuneradas. Os pa­péis especiais trabalham diretamente re­ forçando a mensagem que se deseja passar. Em uma campanha de motivo ecológico, por exemplo, po­ de-se utilizar os pa­péis com esse mesmo apelo, fa­ bricados com certificações internacionais que re­ metem ao consumo sustentável (como Cerflor, FSC, ­Green‑E, ­Green-​­Seal e outros), além de podermos usar também texturas re­la­cio­na­das ao motivo ecológi­ co, com cores e detalhes de massa que remetem a

um ma­te­rial mais rústico e natural. Caso se trate de uma campanha de cosmético, o suporte pode ter textura e cor que simulam o toque da pele. Essa mensagem pode ser bem direta, como a uti­ lização de um papel vermelho, por exemplo, para uma promoção de dia dos namorados, ou mais subliminar, como a utilização de um papel de alto corpo, como um com gramatura de 400 g/m2, fei­ to 100% de fibra de algodão, para um cartão de vi­ sita. Ele vai remeter ime­dia­ta­men­te a uma imagem de solidez e refino, devido ao peso do ma­te­rial e toque sedoso e macio do algodão. Para essa mensagem ser passada com maior efi­ ciên­cia, esses materiais devem ser pensados desde o início do projeto, nas agên­cias de cria­ção, onde serão considerados quais os atributos ne­ces­sá­rios desse papel, o tipo de impressão a ser utilizado e o acabamento. Esses pa­péis costumam, quase que em sua totalidade, possibilitar a utilização de diver­ sos recursos especiais de acabamento, como rele­ vo seco, corte e vincos especiais, laminação, apli­ cação de filmes de hot/cold stamping, perfurações, termografia e corte laser, entre outros. Nesse caso o fornecedor já disponibiliza as informações de aplicação de recursos nos pró­prios catálogos. Os pa­p éis especiais normalmente são desen­ volvidos seguindo as ten­dên­cias da moda através da contratação de designers pelas fábricas, como a famosa es­pe­cia­lis­ta em ten­dên­cias Li Edel­koort VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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(www.edelkoort.com), muito acio­na­da pela fran­ co-​­inglesa Arjowiggins. Aspectos como luxo e sus­ tentabilidade vêm sendo o foco de suas pesqui­ sas para esse segmento. Esses estudos analisam ten­dên­cias nos mais diversos âmbitos, como co­ res, texturas, formas e estilo de vida, combinando um ou mais deles para di­re­cio­nar os novos lan­ çamentos. Li Edel­koort diz que “não há cria­ç ão sem um conhecimento avançado, e sem o design um produto não pode existir…”. Outros designers também participam desse mercado, como a reno­ mada Holly Hunt (www.hollyhunt.com), contra­ tada pela americana Nee­nah Paper para sua linha Oxford, além de inspirações em clássicos, como nos designs de Ray e Charles Eames para as linhas batizadas com seus nomes. O processo de fabricação desses pa­péis não é muito diferente dos produtos comuns. A fabrica­ ção do papel-​­base é feita em uma máquina tra­di­ cio­nal de mesa plana ( fourdriniers/híbridas). A dife­ rença no processo de fabricação de pa­péis especiais está no seu acabamento, pela aplicação de textu­ ras e revestimentos di­fe­ren­cia­dos e do tingimento 36 TECNOLOGIA GRÁFICA

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diretamente na suspensão fibrosa, fazendo que o papel tenha sua cor diretamente aplicada na mas­ sa. O tingimento de massa deixa o papel ficar com o seu in­te­rior também colorido, permitindo maior profundidade de cor mesmo olhando o papel de perfil cortado. São utilizadas vá­r ias técnicas de texturização: pelo feltro dos rolos secadores, rolos bailarinos para texturas tipo “vergê” ou através de rolos de gofragem, aplicados fora de linha. Os re­ vestimentos especiais permitem acabamento de brilho, efeitos metálicos ou perolados, odores e texturas acetinadas ou emborrachadas. A impressão digital normalmente é utilizada em duas cir­cuns­tân­cias: quando a tiragem é muito baixa ou quando o impresso é personalizado. As peque­ nas tiragens feitas em impressoras digitais tornam o uso de pa­péis especiais mais viá­vel em relação ao custo do papel envolvido, pois, apesar de o custo unitário da impressão digital ser alto, nas pequenas tiragens compensa mais do que a impressão offset, uma vez que não é necessária a produção de chapa e elimina-se também o custo de acerto. Outro fator que vem colaborando muito para a busca da impressão digital é o trabalho das em­ presas em relação aos bancos de dados de clien­ tes. Com o alto custo de correio e a melhoria nas ferramentas de CRM (cadastro de clien­tes), é cada vez mais frequente que as empresas mandem ma­ las diretas e convites para públicos cada vez mais se­le­cio­na­dos e personalizados e isso faz com que as quantidades di­mi­nuam e que as empresas bus­ quem investir mais por peça para obter mais retor­ no do investimento. Nesse momento, o papel es­ pe­cial vai ajudar a reforçar a mensagem pelo seu forte impacto conceitual. Nem todos os pa­péis especiais podem ser im­ pressos em processo digital, mas os fabricantes es­ tão cada vez mais engajados em homologar a maior parte de seus produtos para esse mercado, adaptan­ do as características de superfície através de trata­ mentos especiais. No Brasil já temos pa­péis homo­ logados para impressoras como as HP Indigo, IGen3 e Nexpress, produtos tratados e em formato ade­ quado para as impressoras digitais, inclusive linhas de papel consagradas no mercado. Daniel Nato Machado é formado pela Escola Senai Theobaldo De Nigris e pela Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.


Se você ainda não conhece a Semana de Artes Gráficas, vale a pena conferir a programação de sua região.

É a chance para os profissionais do setor gráfico reciclarem seus conhecimentos.. As palestras são focadas nas áreas de gestão, técnica e vendas, contando com a presença de renomados profissionais. As vagas são limitadas. IMPERDÍVEL!

1ª edição - SAG Espírito Santo - 05 a 09 de março 1ª edição - SAG Rio Grande do Norte - 26 a 30 de março 6ª edição - SAG Sorocaba - 09 a 13 de abril 1ª edição - SAG Tocantins - 16 a 20 de abril 6ª edição - SAG Araçatuba - 14 a 18 de maio 7ª edição - SAG Bauru - 21 a 25 de maio 7ª edição - SAG São José dos Campos - 11 a 15 de junho 7ª edição - SAG Ribeirão Preto - 23 a 27 de julho 7ª edição - SAG São José do Rio Preto - 20 a 24 de agosto 7ª edição - SAG Campinas - 24 a 28 de setembro 4ª edição - SAG Barueri - 22 a 26 de outubro

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Informações: Tel.: (11) 2797 6700 E-mail: sag@abtg.org.br Inscrição online: www.abtg.org.br

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TUTORIAL

Thia­go Justo

Como fazer que suas ilustrações a lápis se transformem em vetores no Adobe Illustrator.

S

Do lápis ao vetor

abemos que o Illustrator é uma ótima ferramenta para ilustrar digitalmente, crian­do traços limpos e precisos. Mas muitas vezes queremos nas ilustrações as características do desenho à mão, com seus traços imperfeitos e imprecisos. Muitas ilustrações chamam a atenção justamente por essas características. Neste tu­to­rial vou mostrar justamente como ­criar esses efeitos no Illustrator, utilizando o recurso Live Trace.

1

Requisitos: Adobe Illustrator e Adobe Pho­to­shop. A maneira mais simples de reproduzir o efeito de desenho à mão é real­men­te desenhar a ilustração num papel, digitalizá-la e depois transformar essa imagem em vetor. Todo o processo de transformação da imagem em vetor é feito automaticamente pelo Illustrator, através do recurso Live Trace, facilitando e automatizando tal tarefa, tornando-a muito mais rápida. Primeiro faça o desenho que deseja colorir e vetorizar no Illustrator. Não se preo­cu­pe muito com a limpeza e as imperfeições, pois esses detalhes podem ser facilmente retirados no Pho­to­shop. Para este tu­to­rial eu fiz um desenho usando lápis preto comum, com a ponta macia, sobre uma folha de papel sulfite. Agora, digitalize o desenho. Você pode usar um escâner ou tirar uma fotografia digital dele. Lembre-se de que quanto mais qualidade tiver a digitalização, mais detalhes do desenho você conseguirá trazer para o Illustrator. Para isso eu usei um escâner e digitalizei a imagem com 300 dpi (dots per inch, ou pontos por polegada) em tons de cinza (grayscale), pois o desenho foi feito com grafite e não era colorido, só tinha tons de cinza (1). Pegue a imagem digitalizada e abra-a no Pho­to­shop (2). Na paleta Menu, vá até os ajustes de imagem (Menu Image ➠ Adjustments ➠ Levels) e escolha o ajuste de níveis (levels) para conseguir dar um alto contraste na imagem (3). Desse modo você ressalta apenas o contorno do desenho. Rabiscos finos, manchas e a própria cor de fundo do papel vão 38 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. III  2012

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3

Agora vamos importar essa imagem num arquivo do Illustrator. Abra um novo arquivo, do formato que desejar, no Illustrator (Ctrl ou Cmd + N) e faça um Place da imagem, Menu Arquivo ➠ Place, para encontrar a imagem no seu computador (6 e 7). Com a imagem dentro do Illustrator, não será preciso desenhar novamente toda a ilustração utilizando as ferramentas de desenho, como o lápis ou o pincel. O Illustrator possui uma ferramenta que faz a vetorização automática de imagens para você, o Live Trace. 6

desaparecer quando você aumentar o contraste de cores da imagem neste menu (4). 4

Depois desse ajuste, salve a imagem (Ctrl ou Cmd + S). Você também pode salvar uma cópia da imagem se preferir manter o desenho original (5). 5

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Depois de traçar a imagem com a qualidade desejada, clique no botão Expand. Isso torna possível a alteração do vetor cria­do automaticamente pelo Illustrator, como se fosse um vetor comum cria­do com as outras ferramentas de desenho do programa (11). 11

Com a imagem digitalizada se­le­cio­na­da, determine os padrões do Painel de Controle para as opções de traçado. Clique na seta ao lado do botão Live Trace e se­le­cio­ne as opções de ras­trea­men­ to (Tracing Op­tions). Ou você pode ir ao Object ➠ Live Trace ➠ Tracing Op­tions (8). Na imagem a seguir estão as opções que eu costumo usar para fazer o Live Trace de uma imagem em preto e branco. Você pode usar essa configuração na maioria das vezes, mas alterando qualquer um dos itens você obterá diferentes estilos e qualidades de traçado (9 e 10).

Agora podemos preen­cher a ilustração com cores usando a ferramenta Live Paint. Com a ilustração se­le­cio­na­da, vá para o menu Object ➠ Live Paint ➠ Make (12).

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12

10

Você verá que a caixa delimitadora da ilustração irá mudar um pouco. Se­le­cio­ne o Live Paint Bucket (k) no painel de ferramentas do programa para começar a colorir a ilustração com o Live Paint. 40 TECNOLOGIA GRÁFICA

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15

Quan­do po­si­cio­nar o Live Paint Bucket sobre a ilustração você verá ­­áreas de destaque. Essas ­­áreas serão preen­chi­das com a cor que estiver se­le­cio­na­da. Use as teclas de seta do teclado para ir mudando as cores que aparecem na ferramenta; as cores que aparecerem são as mesmas disponíveis na janela de amostras de cores (Swatches). Portanto, quanto mais cores disponíveis nas amostras, mais cores você poderá usar no Live Paint (13). 13

Para finalizar eu utilizei outra ferramenta para fazer os efeitos de sombra da ilustração, a Blob Brush Tool (Shift + B), que faz os vetores de uma maneira bem simples e livre (16). 16

Lembre-se de usar essa ferramenta com bastante zoom para ter um melhor controle de onde a cor se­le­cio­na­da irá ser aplicada na ilustração. Quan­do você terminar de pintar a figura, vá em Object ➠ Live Paint ➠ Expand para possibilitar novamente uma edição normal dos pontos da ilustração (14). 14

Você pode ainda usar efeitos de outros brushes, ou ­criar um personalizado para a ilustração que está fazendo. Enfim, o limite fica a cargo da sua cria­ti­vi­da­de (17).

17

O recurso Live Paint é muito útil. Entretanto, algumas ­­áreas, principalmente aquelas que não estão com os contornos totalmente fechados, precisam que você delimite exatamente onde quer pintar. Para isso você pode usar a ferramenta Lápis (n) para desenhar e depois adi­cio­nar cor a essas áreas ­­ (15).

Thiago Justo é instrutor de pré-​­impressão da Escola Senai Theobaldo De Nigris. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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PRODUÇÃO GRÁFICA Cristiane Tonon Silvestrin

Provas digitais normalizadas ajudam na compra de impressos por instituições públicas

Testform utilizado no estudo para verificação de conformidade com a norma de provas digitais NBR ISO 12647‑7.

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U

m dos maiores de­sa­f ios das instituições públicas brasileiras é comprar produtos impressos de qualidade, por meio de licitações. É entendimento da administração pública que a compra deve ser efetivada com o fornecedor que apresentar o menor valor durante a sessão de licitação, portanto, aquele que apresentar o preço mais baixo para o serviço a ser executado. Assim, o quesito qualidade acaba ficando muitas vezes em segundo plano. Nossa ex­pe­riên­cia aponta para o fato de as empresas que apresentam o menor preço nem sempre reunirem as melhores condições de produção, que resultam na qualidade desejável e imprescindível do produto final. Qualidade em compras públicas

É importante disseminar nas instituições públicas o conceito de qualidade a fim de defender os interesses da so­cie­da­de em suas aquisições, inserindo, por meio da lei, procedimentos indispensáveis e importantes nessas compras, promovendo licitações ba­sea­das também em cri­té­rios qualitativos, e não somente nos econômicos. Um exemplo é a execução de licitações sustentáveis (com produtos e serviços de empresas certificadas por selos verdes) e com compras que contemplem requisitos das normas internacionais e brasileiras. E, considerando-se que os governos são grandes compradores de produtos e serviços gráficos, o caminho da exigência de qualidade é um dos mais sólidos para o re­la­cio­na­men­to saudável entre compradores e fornecedores da indústria gráfica brasileira. Os de­sa­f ios desse caminho são muitos e se ini­ ciam na aquisição de serviços gráficos. O uso de insumos de origem controlada, como papel oriundo de florestas manejadas sustentavelmente ou tintas sem metais pesados, já começa a se tornar presente na esfera das empresas tanto particulares quanto públicas. Se por um lado os compradores já estão atentos ao uso de insumos de origem adequada, por outro ainda não se importam com requisitos de qualidade que atendam aos preceitos das normas internacionais. Aparentemente isso se dá por falta de conhecimento do mercado comprador e, também, por certa resistência do próprio setor gráfico. Assim, numa licitação pública, além de obter o menor preço, a administração tem o dever de garantir a qualidade ­ideal daquilo que está adquirindo e, para isso, deve utilizar os requisitos das normas técnicas e fazer delas um suporte es­sen­cial para suas aquisições.

Há um leque de normas técnicas nacionais e internacionais à disposição das empresas, como a ABNT NBR ISO 9001 (gestão da qualidade) ou ABNT NBR ISO 14001 (gestão am­bien­tal). Há também aquelas mais específicas de tecnologia gráfica, como a família ABNT NBR ISO 12647 (Tecnologia gráfica: Controle de processo e separação de cores, prova e impressão – Parte 2: Impressão em offset e Parte 7: Processo de prova trabalhando diretamente de dados digitais). Portanto, é esperado que gráficas que trabalhem em conformidade com a norma ABNT NBR ISO 12647, partes 2 e 7, sejam capazes de reproduzir cores conforme o processo simulado. Gráficas que ­atuam dentro dessas normas conseguem imprimir em offset dentro de condições e to­le­rân­ cias em conformidade com normas internacionais e, além do mais, imprimir provas digitais calibradas que podem ser documentos contratuais. Consideram-se documentos contratuais aqueles que estão dentro de condições e to­le­rân­cias em conformidade com a norma in­ter­na­cio­nal, o que garante repetibilidade, reprodutibilidade e durabilidade das provas. Para que uma prova digital seja considerada em conformidade com a norma ABNT NBR ISO 12647‑7 é feita uma ava­lia­ção espectral, ou seja, a leitura específica com um espectrofotômetro de uma tarja de controle que é impressa ao lado do lay­out da prova da peça gráfica. Afora isso, os substratos utilizados nas provas devem estar dentro das to­le­rân­cias da mesma norma. A tarja de controle mais comumente adotada é a Ugra/Fogra Media Wedge, em CMYK, em duas versões (v2, com 46 cores, ou v3, com 72 cores). Ao se rea­li­zar a leitura dessa tarja procura-se verificar se a prova conseguiu simular colorimetricamente o papel definido na ABNT NBR ISO 12647‑2 e a condição de impressão, os quais a prova se propôs a simular. Os valores-​­padrão para tais leituras são mais bem definidos em um dataset público, feito por instituições como Fogra, Ugra, Ideal­lian­ce e Ifra, resultantes de leitura de uma carta de cores impressa em substrato e condições em conformidade com a norma ABNT NBR ISO 12647‑2. Esse dataset está publicado no site do ICC (www.color.org). Durante a leitura de uma prova é feita a verificação de conformidade com algum desses datasets. Os valores dos patches de cores pri­má­rias (CMYK) e se­cun­dá­rias (RGB) da tarja e do papel devem seguir os alvos e to­le­rân­cias da norma (dataset), além das curvas de TVI , a nova nomenclatura de ganho de ponto. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Se uma gráfica trabalha dentro das condições da ABNT NBR ISO 12647‑2, sua prova digital estará simulando com muita fidelidade o processo offset. Pode-se dizer que o clien­te terá nas mãos uma prova real­men­te con­f iá­vel e o risco de insatisfações futuras é extremamente menor. O edital

Deste modo, perguntamo-​­nos se é possível e vantajoso para uma empresa pública especificar em edital a utilização de provas digitais calibradas como documento con­t ra­tual de acordo com a norma ABNT NBR ISO 12647‑7, e, assim, conseguir comprar serviços de impressão padronizados e com mais qualidade, não somente considerando o critério econômico, mas também o critério qualitativo. O edital é o documento que dita as regras de uma licitação, que é o procedimento administrativo utilizado para a contratação de serviços ou aquisição de produtos pela administração pública. Para a contratação de serviços gráficos, é utilizada uma modalidade de licitação denominada “pregão”, também chamada de leilão reverso. Durante a sessão de pregão, os lances são decrescentes e dados sucessivamente pelas gráficas participantes. As gráficas vão diminuindo seu preço até o mínimo possível. Aquelas que não conseguem acompanhar a descida dos valores vão declinando, ficando no final somente aquela que deu o menor valor, ou seja, a vencedora, caso apresente também toda a documentação correta. O comprador público de serviços gráficos profissionais tem a mesma dificuldade do comprador particular: muitas gráficas não estão preparadas para oferecer aos seus clien­tes uma prova digital que de fato simule o processo de impressão das suas máquinas offset, e as impressoras raramente estão dentro da norma ABNT NBR ISO 12647‑2. Além disso, durante a compra pública na modalidade pregão, o comprador adquire ma­te­rial da gráfica que apresenta o menor valor, sem conseguir considerar requisitos de qualidade do produto impresso. A administração pública entende que não se pode restringir o mercado de licitantes ao se fazer uma licitação, pois, em teo­ria, mesmo aqueles que não pos­suam certificações específicas po­de­riam apresentar um serviço ou produto de boa qualidade. Segundo essa concepção, mesmo uma gráfica que não trabalhe dentro das to­le­rân­cias da norma ABNT NBR ISO 12647‑2 pode apresentar uma prova digital calibrada de acordo com seu processo particular de impressão, obtendo um resultado final satisfatório. Assim, essa prova digital simplesmente não simularia a condição de impressão da norma 44 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

(Fogra39L, considerando-se pa­péis tipo 1 e 2, revestidos brilhantes e foscos, respectivamente) e, portanto, não poderia ser validada/certificada pela parte 7 da ABNT NBR ISO 12647; ela somente simularia a condição de impressão específica daquela gráfica. O fato que está em jogo é a capacidade de as gráficas imprimirem de acordo com a norma ABNT NBR ISO 12647‑2 ou então cria­rem perfis ICC para cada máquina, cada papel etc. Evidentemente, se as condições da norma ABNT NBR ISO 12647‑2 estão implantadas automaticamente nos aplicativos de cria­ção, editoração, tratamento de imagens e fechamento de arquivos, não faz sentido as gráficas usarem uma condição de impressão própria, não padronizada. Isso sem contar o fato de que é muito complicado para um comprador de serviços gráficos, particular ou público, analisar a condição de impressão específica de cada gráfica proponente a lhe prestar serviço. Na maioria das vezes, nem o próprio gráfico sabe das condições do seu próprio processo, vide alguns casos problemáticos de impressão e acabamento com os quais já nos deparamos. Se cada gráfica tiver seu próprio perfil de impressão, como saber se o mesmo é de fato um reflexo das cores efetiva e constantemente impressas? E como atestar isso em uma prova digital no momento da compra? Por essa razão as normas internacionais de padronização de impressão e provas são muito importantes. Com elas as gráficas trabalham num só padrão, facilmente identificável tanto para os gráficos quanto para os compradores de serviços. Trabalhar nos padrões de cores e ganho de ponto, dentro das to­ le­rân­cias conhecidas por todos, traz mais con­fian­ça e solidez a todas as esferas envolvidas, além de remunerar aquelas empresas que se esforçaram para controlar e melhorar seus processos. A habilitação de uma gráfica para participar da sessão de pregão é feita com base em documentos previstos nos artigos 29, 30 e 31 da Lei nº‒ 8.666, de 21 de junho de 1993, que institui normas para licitações e contratos da administração pública. São documentos como, por exemplo, prova de regularidade para com a Fazenda federal, es­t a­dual e municipal e certidão negativa de falência ou concordata. Não é possível requisitar às gráficas licitantes proponentes, durante a sessão de pregão, uma prova específica ou certificações de qualidade não previstas em lei, mas se poderá requisitar uma declaração de que a empresa reú­ne condições de apresentá-las no momento oportuno, quando, por exemplo, se tornar vencedora da licitação (Súmulas nº‒ 14 e nº‒ 17 do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo).


De tal modo, poderia se exigir do vencedor da sessão uma prova digital de um arquivo disponibilizado pelo comprador para análise das to­le­rân­cias dentro da norma ABNT NBR ISO 12647‑7. A gráfica vencedora teria um tempo previsto em edital para o envio dessa prova com a tarja de controle para medição da equipe contratante ou por uma equipe terceirizada. A compradora faria a verificação dos valores da tarja para saber se a prova estaria em conformidade ou não com a norma. Se a prova estivesse em conformidade, então a gráfica seria declarada a vencedora efetivamente e poderia ser celebrado o contrato entre as partes. Se a prova não estivesse em conformidade, ela receberia um laudo de qualidade in­su­fi­cien­te indicando que não seria capaz de simular um processo padrão. Consequentemente, a segunda colocada seria convocada e todo o processo então ocorreria da mesma maneira até que alguma das gráficas classificadas conseguisse apresentar a prova dentro dos requisitos. A conformidade da prova passaria então a ser requisito para a contratação da gráfica, e não para sua habilitação na sessão de pregão. Cada instituição pública deveria submeter à sua instância mais direta e reguladora, seja municipal, es­ta­dual ou federal, sua ambição de usar tais premissas em seus editais, para que sejam de fato validadas conforme a lei. Qualidade definida pelo mercado global

Com essa metodologia existe a comprovação de que aquela prova está dentro de padrões internacionais com relação às cores. Se a gráfica irá atingir o mesmo resultado em sua máquina offset é outra questão que merece ser profundamente discutida. Afinal, de que vale a prova certificada simulando uma condição de impressão ba­sea­da na ABNT NBR ISO 12647‑2, Fogra39L, por exemplo, se na hora da impressão as máquinas não estão trabalhando dentro das condições da parte 2 da norma e, portanto, não estão produzindo impressos com as cores pri­má­rias e ganho de ponto dentro das to­le­rân­cias corretas para que se assemelhem à prova digital certificada aprovada pela instituição que está comprando? A gráfica tem de saber que é preciso ajustar suas máquinas para as condições da norma ABNT NBR ISO 12647‑2. Só assim chegará a um resultado muito semelhante ao que foi aprovado pelo clien­te e certificado na prova digital. Este é um dos grandes trunfos da norma e da padronização. Ob­via­men­te surgem alguns obstáculos para que a licitação com cri­té­rios técnicos possa fun­cio­nar adequadamente, em prol de uma melhor qualidade final nos produtos gráficos:

Provas – resultado das avaliações Categoria

Delta

Limite

Resultado

Papel (dE)

2.00

3.00

OK

Média (dE)

2.10

3.00

OK

Máximo (dE)

4.17

6.00

OK

Primárias (dE)

3.90

5.00

OK

Primárias (dH)

1.52

2.50

OK2.00

Cinza médio (dH)

0.33

1.50

OK2.10 4.17 48.6% 3.90

Contagem Ugra

1.52

Papel (dE)

0.33

Média (dE) Máximo (dE)

48.6%

Primárias (dE) Primárias (dH) Cinza médio (dH) Contagem Ugra

✓ A prova está certificada! Aplicação que certifica que os valores da prova estão simulando a condição de impressão solicitada.

Ligeiro aumento no preço unitário dos materiais licitados ◆◆ Tempo um pouco maior do processo licitatório, uma vez que se deverá analisar a prova en­via­ da pela gráfica para que essa seja considerada de fato vencedora ◆◆ Custos adicionais para aquisição e treinamento para uso de aplicativo de certificação de provas e de um espectrofotômetro. ◆◆

Padronização, um futuro promissor

Quan­to mais os clien­tes cobram certos quesitos do mercado gráfico, mais todos ganham em qualidade. A vantagem é de todos: da instituição pública, que adquire conhecimentos específicos e também melhora seu processo de produção e ge­ren­cia­men­to de cores e, assim, consegue comprar materiais com mais qualidade; e das gráficas, que poderão programar cada vez mais seu fluxo de produção ba­sea­do em normas ISO, obtendo resultados mais sa­tis­fa­tó­ rios nas provas digitais e na impressão final. Por mais que haja gastos na implantação dos processos, todos os envolvidos alcançarão economia de recursos e de tempo, além de resultados mais sa­tis­f a­tó­ rios. Nesse cenário, as gráficas que investirem em conhecimentos, instrumentos, insumos e procedimentos de qualidade, de acordo com as normas internacionais, terão seus esforços compensados pela abertura de um enorme mercado.

Cristiane Tonon Silvestrin é aluna do

curso de pós‑graduação em Planejamento e Produção de Mídia Impressa na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. Artigo baseado no

Trabalho de Conclusão de Curso “A utilização de provas digitais em conformidade com a NBR ISO 12647-7 como critérios qualitativos na compra de materiais gráficos por uma instituição pública”, escrito por Cristiane Tonon Silvestrin. O TCC, que contou com a orientação de Bruno Mortara, venceu o 1º- Concurso de Monografias Aldo Manuzio, promovido pela Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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ENTREVISTA Sandra Rosalen, especial para a Tecnologia Gráfica

Heidelberg e Manroland falam à Tecnologia Gráfica Stephan Plenz, membro do conselho administrativo da Heidelberg, e Nuno Costa, diretor presidente da Manroland Brasil, foram entrevistados durante a Drupa para falar sobre a feira e as estratégias de ambas as empresas. A seguir, os principais trechos dessas conversas.

Stephan Plenz

Qual a estratégia da Heidelberg para a Drupa 2012? Stephan Plenz – Em nossa preparação para a Drupa discutimos que tudo o que seria apresentado aqui deveria ser di­re­cio­na­do para as necessidades dos clien­tes. Isto é, quais são as grandes ten­dên­cias e quais são as respostas para as grandes perguntas dos gráficos. E essas respostas são diferentes conforme a área de atua­ção e o tamanho da gráfica. Sobre as grandes ten­dên­cias posso citar impressão “verde”, e em cada área do nosso estande procuramos apresentar como a empresa pode se po­si­cio­nar nesta questão; e aumento de produtividade, outra questão fundamental, para a qual estamos oferecendo produtos que nossos concorrentes não oferecem. Um exemplo é o Hei Productivity para a área co­mer­cial com a impressora XL 106 , com velocidade de 18.000 folhas por hora. Para os clien­tes que operam com 48 TECNOLOGIA GRÁFICA  VOL. III  2012

altos volumes trouxemos equipamentos que também apresentam ainda mais produtividade. Já para menores tiragens nos formatos in­ter­me­diá­rios trouxemos a Anicolor, que trabalha sem maculatura e apresenta mais agilidade no setup. Para os clien­tes que já operam com a linha SM e precisam de ganho de produtividade sem que esse salto seja diretamente para a linha top performance, oferecemos uma nova linha de equipamentos, a SX , que se situa entre as duas. Ela também é voltada para quem já trabalha com equipamentos

As gráficas não precisam mudar seu modelo de negócio a todo o momento, mas sim afinar seu negócio para se tornar mais eficiente. Stephan Plenz

top performance, mas precisa de máquinas para diversificar a produção. No setor de acabamento os novos lançamentos para a Drupa seguem essa mesma estratégia: alta produtividade, flexibilidade, inclusive para área digital, e muitos equipamentos com 100% de automação. Quais novidades o senhor indicaria, dentro do portfólio presente nesta edição da feira, para o mercado brasileiro? SP – Os equipamentos das linhas CX e SX são ideais para o mercado brasileiro, pois oferecem ganho de produtividade e estão disponíveis em diversos formatos, desde 52 até 102. Para o acabamento, a alceadeira ST 500, também presente na Drupa, oferece velocidade, com diferentes níveis de automação. Bernhard Schreier, presidente da Heidelberg, falou em seu discurso de abertura sobre esta ser a Drupa do modelo de negócio de sucesso. Como é esse modelo de gráfica do futuro?


SP – Primeiro temos que entender qual é o modelo de negócio do clien­te. É necessário determinar qual é esse modelo e como o clien­te pode desenvolvê-lo. Em todos os segmentos há espaço para alta rentabilidade. Para tanto, a gráfica deve aumentar sua produtividade, fazer bem o que determinou fazer, isto é, procurar ser a melhor na área que escolheu. As conclusões de nossos estudos mostram que os clien­tes não precisam mudar o modelo de negócio a todo o momento, mas sim afinar seu negócio para se tornar mais efi­cien­te. Isso é um tanto paradoxal para o nosso mercado, no qual as gráficas trabalham com diversos produtos ao mesmo tempo. Não acontece em muitos casos uma es­pe­cia­li­za­ção definida? SP – Sim, isso acontece no mundo todo. Mas há também no Brasil empresas que durante um tempo produziram um pouco de cada coisa, mas, quando decidiram crescer e se po­si­cio­nar como líder em um segmento, acabaram se es­pe­cia­li­zan­do. O mercado está se tornando cada vez mais apertado e a empresa deve di­re­cio­nar-se para a excelência. Hoje, com o crescimento da economia brasileira, há uma grande oportunidade para as gráficas crescerem. Isso deve ser feito através de uma visão do todo, não somente a máquina ou as pes­soas ou o aumento de produtividade, mas observar todos os fatores e melhorá-​­los em conjunto. Uma vantagem da es­pe­cia­li­z a­ção é, por exemplo, o treinamento, que é muito mais efi­cien­te quando a empresa se concentra em um nicho. Certamente existem gráficas que trabalham com um espectro amplo de produtos e são bem sucedidas. Isso depende muito do po­si­cio­na­men­to da empresa, qual clien­ te atende, em que lugar está. Apenas como conceito é uma operação difícil exatamente pela multiplicidade. Mais alguma informação que o senhor gostaria de citar?

SP – Durante muito tempo pensamos em como resolver o problema das pequenas tiragens, como fazer que esse volume seja economicamente viá­vel para a gráfica. Uma alternativa seria a impressão digital, mas no fim de uma tiragem de 1.000 exemplares a rentabilidade dessa produção não se concretizava. O que nós oferecemos é um fluxo de trabalho integrado, que indica o melhor caminho para o produto, seja ele digital, offset, offset com digital etc., e que o resultado dessa produção seja rentável e viá­vel para o clien­te. É uma grande ajuda para pequenas gráficas. Nuno Costa

As no­tí­cias sobre o processo de insolvência da Manroland deixaram muitos gráficos no mundo, e é claro, também no Brasil, preo­cu­pa­dos. Como está a operação da Manroland neste momento?

Os acionistas (que assumiram a Manroland) têm uma estrutura muito sólida, dão todas as garantias aos nossos atuais e futuros clientes da continuidade da marca. Nuno Costa

Nuno Costa – A Manroland AG , no dia 25 de novembro de 2011, iniciou um processo de insolvência, que é como uma pré-​ ­concordata. Na Alemanha, as leis são muito claras e nós temos um prazo para apresentar uma solução. Essa solução foi encontrada. A Langley Holding, no dia 10 de fevereiro de 2012, adquiriu a parte de máquinas planas da Manroland e também todas as sub­si­diá­r ias que existem no mundo, cerca de 40. A parte de rotativas foi adquirida pela L. Possehl, que é um grupo alemão. Os acio­nis­tas de ambos têm uma estrutura

muito sólida, um balanço pa­tri­mo­nial muito forte e, portanto, dão todas as ga­ran­tias aos nossos clien­tes com base instalada e aos futuros clien­tes da continuidade da marca. Fale um pouco sobre a Langley Holding. NC – A Langley Holding é um grupo que existe desde 1975. O dono é Antony Langley, um in­dus­tria­lis­t a, que possui a 24ª‒ maior fortuna da Inglaterra. Atual­men­te a Langley Holding fatura 500 milhões de euros por ano, com uma taxa de rentabilidade em torno de 14%, que é uma marca digna de registro. Esse único dono vai con­ti­nuar a investir na Manroland, assegurando o caixa necessário para pesquisa e desenvolvimento e a continuidade de todo o nosso portfólio. Assim, nossos clien­tes só têm que ficar descansados. E quanto ao grupo L. Possehl, que adquiriu a parte de rotativas? NC – Trata-se de uma fundação com cerca de 170 anos, faturamento de 2,5 bilhões de euros por ano, 130 empresas e 8.000 fun­cio­ ná­rios no mundo. Quais foram os lançamentos da Manroland na Drupa? NC – Estamos apresentando a Roland 700 HiPrint UV, com tecnologia InlineFoiler. É um novo desenvolvimento tecnológico em relação ao sistema an­te­rior, que apresenta uma economia do foil de 50%. É uma máquina altamente customizada e este é o caminho que a Manroland quer seguir. Máquinas com elevado valor agregado e alto valor tecnológico. (Veja mais sobre as características deste equipamento em “Manroland” nesta edição) Qual é a estratégia da Manroland quanto ao mercado no Brasil? NC – Os alvos são os segmentos edi­to­rial, pro­mo­cio­nal e de embalagem. A Roland 700 aqui na Drupa está di­re­cio­na­da para embalagens, mas os equipamentos da Manroland para o Brasil são para todos os mercados. VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA 49


TIPOGRAFIA

a letra impressa •parte 5 as fotoletras e as letras transferíveis

Claudio Rocha

Nesta série de artigos estão sendo examinados os processos de fabricação de tipos, passando por seus diversos estágios de produção no sistema tipográfico, na fotocomposição e no sistema digital. Nos artigos anteriores foram apresentados os processos manual e mecânico de produção de punções, a confecção de matrizes, a composição mecânica e a fotocomposição. O próximo irá abordar a tipografia digital. A fonte utilizada no título e legendas deste artigo é a Palatino Sans, criação de Hermann Zapf e Akira Kobayashi, de 2006. Para o texto foi utilizada a Monotype Bembo, versão digital da fonte produzida no século XV por Francesco Griffo sob encomenda do editor Aldus Manutius.

CLAUDIO ROCHA é tipógrafo, editor da revista Tupigrafia e diretor da OTSP, Oficina Tipográfica São Paulo

50 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III 2012

Historicamente, o desenvolvimento da tipografia Em 1959, os ingleses Dai Davies e Fred esteve ligado ao processo de fabricação de livros e McKenzie desenvolveram uma técnica de se manteve assim por quatro séculos. A elabora- transferência de letras com água, baseada ção dos tipos era definida pelo próprio tipógrafo, na decalcomania, uma antiga técnica deco­ que muitas vezes acumulava as funções de im- rativa utilizada na transferência de ilustra­ pressor e editor. Os princípios que norteavam a ções para suportes como a cerâmica. Esse escolha do estilo das letras eram a legibilidade e sistema não teve sucesso comercial, mas em a harmonia da página composta. Com o surgi- 1961 eles patentearam um sistema de letras mento da propaganda, no século XIX, houve a transferíveis a seco, no qual alfabetos eram necessidade de se expandir e diversificar a oferta impressos em serigrafia, com o desenho in­ de estilos, que deveriam ter impacto visual e expressividade. Os tipógrafos ainda eram os responsáveis pela diagramação das peças gráficas, que compreendiam cartazes, rótulos e impressos efêmeros como fichas, volantes e folhetos. Com a evolução e complexificação do mercado gráfico e editorial, aconteceu a divisão entre o trabalho de criação e a produção gráfica. A tecnologia acompanhou essa evolução, mas os sistemas de composição respondiam melhor à produção de tipos para textos corridos, em corpos menores. O arranjo visual de títulos e chamadas em corpos maiores exigia soluções de espaçamento de letras e uma variedade de tipos que o sistema tipográfico e a fotocomposição não podiam atender plenamente, por questões técnicas ou econômicas. Na segunda metade do século XX, os artistas gráficos, os diagramadores e os diretores de arte das agências de propaganda puderam explorar os recursos de composição disponíveis em fotoletras (photolettering) e em letras transferíveis (instant lettering), chegando a resultados estéticos muito particulares. As artes gráficas e a composição tipográfica atingiram um grau de desenvolvimento técnico que permitiu a criação e a reprodução gráfica de layouts visualmente sofisticados, até então impossíveis de se obter com os processos anteriores.


vertido, em uma folha de polietileno trans­ lúcida, que recebia uma camada de ade­ sivo de baixa intensidade. As letras eram decalcadas diretamente sobre o papel, com a pos sibi lida de de ajustes de espa ça men­ to, entrelinhamento e ali nha mento, sem as restrições técnicas percebidas no sistema tipográfico e na fotocomposição. Sua con­ tribuição para o desenvolvimento do design gráfico e da própria tipografia foi fundamen­ tal, ao investir na criação de tipos exclusivos. O enorme sucesso dos produtos Letraset de­ ve­se à visão de seu fundador, Dai Davies, ao estabelecer um profundo compromisso com a qualidade do acervo de fontes da empresa. A primeira fonte lançada nesse sistema foi a Compacta, em 1963, uma criação do type designer norte­americano Fred Lambert, que atuou como consultor da Letraset e foi o res­ ponsável por reunir um grupo de especialis­ tas em tipografia para auxiliar na seleção de fontes para a coleção Letragraphica, em 1967/68.

tímetros ou milímetros, permitindo gran­ de precisão de ajuste ao layout. Outra vantagem considerável, era a enor­ me variedade de estilos de letras dispo­ níveis nos catálogos dos fornecedores de fotoletras. Graças ao baixo custo de pro­ dução das matrizes em filme negativo, os fornecedores podiam atender à demanda dos planejadores gráficos por alfabetos di­ ferentes. Entre os estilos tipográficos mais utilizados estavam os chamados “tipos fantasia”, com formas livres e referências a padrões de época, como o art déco ou os tipos psicodélicos. Efeitos de sombra, vo­ lume, outline, retículas e texturas no inte­ rior das letras foram bastante explorados, definindo a feição estética daquele período.

Acima, o catálogo da Letraset, do início da década de 1970, evidencia a linguagem visual eclética, típica daquele período. Abaixo, catálogo da Photohouse, fornecedora de fotoletras ativa na década de 1980, com capa de Tide Hellmeister. Na página à esquerda, uma folha Letraset com a fonte original Compacta.

As fotoletras Uma tendência no design gráfico na déca­ da de 1970 foi o espaçamento justo das le­ tras em títulos, com uma justaposição ex­ trema dos caracteres e das linhas, em favor de frases com maior impacto visual. Isso foi possível com a utilização de um sistema de composição manual que ficou conhecido como fotoletra. Nesse sistema, a reprodução de textos era feita pelo processamento fo­ tográfico de matrizes em filmes negativos, sendo a composição fornecida em cópias feitas em papel fotográfico. Uma grande vantagem era que a especificação das me­ didas da composição podia ser feita em cen­ VOL. III 2012 TECNOLOGIA GRÁFICA

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No alto, à direita, matriz de fotoletra em filme negativo, da empresa norteamericana PhotoLettering Inc., da década de 1970. Os alfabetos eram desenhados à mão por especialistas em lettering e levavam aproximadamente 200 horas para serem completados. Imagem reproduzida do site da House Industries, que adquiriu as matrizes da PhotoLettering e vem digitalizando e disponibilizando esse acervo histórico. Acima à direita, conjunto de matrizes esféricas da IBM Composer. À direita, o primeiro modelo da IBM Selectric Composer a ser lançado no mercado, em 1966.

52 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III 2012

A IBM Composer Lançada em 1966, a IBM Composer foi o pri­ meiro equipamento de composição de mesa. Era basicamente uma maquina de escrever mecânica, com recursos profissionais de com­ posição de textos. As fontes iam do corpo 6 ao corpo 12 e as matrizes tinham o forma­ to de esfera, com os tipos gravados em rele­ vo. Eram transferidos pela pressão da matriz sobre uma folha de papel especial (similar ao couché fosco) por meio de uma fita, como nas máquinas de escrever. O uso desse equipa­ mento foi muito difundido, por sua excelen­ te relação custo×benefício. A Composer, adotava um sistema de caracte­ res com larguras proporcionais, diferente das máquinas de escrever comuns, que utiliza­ vam tipos monoespaçados, em que cada ca­ ractere tem a mesma largura. Exemplificando, em uma fonte monoespaçada a letra “i” tem a mesma medida horizontal que a letra “w”. Na composição de textos justificados, cada li­ nha recebia um código (posicionado na mar­ gem direita) indicando a quantidade de espa­

ços entre as palavras daquela linha, na medida pré­definida. Quando o operador finalizava a primeira digitação do texto, com os respec­ tivos códigos por linha, ele inseria uma nova folha de papel para realizar a composição fi­ nal. Mas, antes de digitar cada linha nova­ mente, era necessário inserir os códigos das linhas, usando um dial específico. Com o desenvolvimento tecnológico, foi lan­ çado um modelo eletrônico, em 1975, com capacidade de memória para armazenar 5.000 caracteres e de trabalhar com dois documen­ tos simultaneamente. O equipamento tinha a capacidade de armazenamento equivalen­ te a 8K. Apesar de modesta, comparada com os recursos do sistema digital atual, essa evo­ lução foi significativa, pois não era mais ne­ cessário digitar duas vezes o mesmo texto. A partir dos dados de justificação e dos tex­ tos arquivados, o equipamento fazia a “re­ composição” do texto de maneira automá­ tica. Em 1978 surgiu uma Composer com armazenamento externo de dados, em car­ tões magnéticos. Com o advento da computação gráfica e das impressoras com saída em alta resolução, os equipamentos de composição mecânica e de fotocomposição foram perdendo espaço gradualmente.

obras consultadas: Letraset & Stencil Cutting. ITC/St Bride Printing Library. Composer Type Styles Portfolio, IBM. Office Products Division.


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Produção Gráfica para Vendedores - 02 de Julho

Como Tornar-se uma Gráfica Sustentável: Custos e Meio Ambiente 01 de Outubro

Custos e Formação de Preço para a Indústria Gráfica - 10 a 13 de Julho Boas Práticas de Fabricação Facilitando o PCP - 16 de Outubro Mecânica Básica para Impressores Offset - 24 a 26 de Julho Estratégias de Vendas no Segmento Gráfico - 06 de Agosto

Gestão com Qualidade para a Indústria Gráfica 20 e 27 de Outubro (sábados)

Problemas e Soluções na Pós-Impressão - 14 a 16 de Agosto

Formação de Líderes de Produção - 29 de Outubro

Gestão, Liderança e Equipes de Alta Performance - 28 a 31 de Agosto

Escola de Vendas - 05 a 07 de Novembro

Formação de Inspetores da Qualidade - 03 de Setembro

Workshop: Planejamento Estratégico - 07 de Dezembro

Como os Insumos e Matérias-Primas Influenciam na Impressão Offset 18 a 20 de Setembro

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Adobe vai para a nuvem com aplicativos touch

No final do ano passado, a Adobe anunciou uma nova iniciativa chamada Adobe Creative Cloud, que leva as funcionalidades da Adobe para dentro do ambiente de nuvem. Ao mesmo tempo, a companhia anunciou o novo Adobe Touch Apps, conjunto de aplicativos para criação de conteúdos em tablets que trabalham em conjunto com a nuvem Adobe Creative Cloud. A seguir um resumo detalhado dos novos aplicativos.

D

esigners gráficos e web designers têm contado com os produtos Adobe Crea­ti­ve Suite (CS5.X) para lhes for­ necer ferramentas de cria­ção, desde a concepção até a finalização. Histo­ ricamente, esse pacote tem sido comprado por um valor bastante alto, além de necessitar de investi­ mentos em equipamentos poderosos o su­f i­cien­te para suportar os soft­wares. Agora, a Adobe usou o seu conhecimento técnico para levar um pouco desse poder para a plataforma tablet. A nova famí­ lia de aplicativos Touch permite aos designers com­ por, produzir, apresentar e compartilhar seus traba­ lhos em tablets. O conjunto de aplicativos Adobe Touch Apps inclui: ◆◆ Pho­to­shop Touch (para edição de imagens) ◆◆ ­Ideas (para cria­ç ão de ilustrações em vetor) ◆◆ Kuler (para exploração e cria­ç ão de temas de cores) ◆◆ Proto (para cria­ç ão de wireframes interativas e protótipos de websites) ◆◆ Collage (para cria­ç ão de painéis de imagens) ◆◆ Debut (para apresentação de designs). Os aplicativos foram ini­cial­men­te lançados para plataforma Android, mas já estão disponíveis tam­ bém para iPad, com exceção do Kuler e do Debut. Cada aplicativo custa US$ 9,99.

que alguns designers podem apre­ciar. Há muitos aplicativos de edição de fotos para iPad e o Pho­ to­shop Touch possui alguns recursos similares aos deles, incluindo a habilidade de aplicar filtros, cor­ tar e ro­t a­c io­n ar imagens. Entretanto, os recur­ sos que fazem o Pho­to­shop Touch se destacar da concorrência são: ◆◆ Suporta até 16 camadas com opacidade e controles de modo de combinação ◆◆ Ferramentas de múltipla seleção, incluindo o Scribble Select, um modo rápido de seleção no qual os usuários rabiscam as áreas a fim de preservá-las ou removê-las ◆◆ Capacidade de refinar bordas, que funciona como no Photoshop, para maior controle e precisão quando se faz a máscara de objetos complexos como cabelo ◆◆ Borda inteligente, que detecta automaticamente onde a pintura deve parar em relação ao objeto principal ◆◆ Suporte a textos, utilizando as fontes instaladas no dispositivo ◆◆ Em um futuro próximo, a capacidade de receber fontes através da web. Outras ferramentas in­cluem distorção, gra­dien­te, carimbo, mata-​­borrão de clonagem, níveis e ajuste de curvas e 28 efeitos ajustáveis de imagem. Os usuá­r ios podem importar imagens arma­ zenadas no tablet ou na câmera do dispositivo. É possível também rea­li­z ar uma busca no Goo­gle

Adobe Touch – Aplicativos lançados para as plataformas Android e iOS.

Adobe Pho­to­shop Touch

Enquanto os aplicativos para tablets não chegam aos pés do poder daqueles feitos para um desktop, o Pho­to­shop Touch possui alguns recursos “a jato” 56 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

O Pho­to­shop Touch oferece muitos recursos avançados, como o suporte de múltiplas camadas e modo de combinação das camadas.


diretamente a partir do aplicativo (incluindo tipo de imagem e cores, como refinamentos da pes­ quisa) ou fazer down­load de imagens a partir do Crea­ti­ve Cloud e do Fa­ce­book. Os projetos podem ser salvos no tablet, com­ partilhados pelo Fa­ce­book ou e-​­mail, ou ainda en­ via­dos para a nuvem da Adobe, a Adobe Crea­ti­ve Cloud, para recuperação pos­te­rior em um desktop. Um novo plug-in, Adobe PS Touch, permite ao Pho­to­shop ler o formato de arquivo Touch (.psdx) preservando suas camadas.

Projetos criados no Pho­to­shop Touch podem ser enviados à nuvem Adobe Creative Cloud, através do próprio aplicativo.

O recurso de seleção Scribble permite ao usuário definir ­áreas para mantê-​­las e removê-​­las rabiscandoas. A ferramenta Refine Edge possibilita aos usuários refinar seleções para um melhor mascaramento.

Para ajudar os usuá­rios a aprender a usar o novo aplicativo, a Adobe incluiu uma série de tutoriais. Esses guias passo a passo orien­t am o usuá­rio em tarefas diversas, incluindo a aquisição de imagens a partir da nuvem, rea­li­z a­ção de técnicas avançadas de seleção e aplicação de filtros. O Pho­to­shop Touch possui apenas algumas de­ fi­ciên­cias. Primeiro, qualquer texto cria­do em um projeto é salvo em uma camada separada e não é editável uma vez que a camada tenha sido cria­da. Segundo, há uma limitação de 1.600 × 1.600 pixels para o tamanho da imagem (que é aproxima­ damente o equivalente a um arquivo de sete megabytes ou uma imagem 13,5 × 13,5 cm a 300 dpi), o que limita a utilização das imagens finais para projetos gráficos, aplicações na web ou pequenas impressões. A Adobe relatou que provavelmen­ te será possível aumentar o tamanho máximo do arquivo no aplicativo, à medida que os tablets se tornam mais poderosos. No entanto, se compararmos, a maioria dos aplicativos concorrentes possui uma limitação de cinco megabytes no tamanho dos arquivos. Po­ rém, o Photogene para iPad suporta arquivos de até 21 megabytes no iPad 2 e oferece muitos recur­ sos profissionais, incluindo suporte ao formato de arquivos RAW, navegador de fotos, vi­sua­li­z a­dor de metadados e templates para composição, custan­ do US$ 2,99. Os usuá­rios podem editar fotos a par­ tir da bi­blio­te­ca de fotos do dispositivo ou direta­ mente no iCloud da Apple. Os arquivos podem ser en­via­dos por e-​­mail ou para o Dropbox, Picasa, Fa­ ce­book, Flickr, Twitter e FTP. A versão pro­f is­sio­nal do aplicativo, que custa US$ 7,99, acrescenta marca d’água, seleção de balanço de branco, ajuste de cur­ vas RGB e controle de qualidade de saí­da JPG , en­ tre outros recursos. Outros recursos adicionais do aplicativo podem ser comprados, como os templates de composição (US$ 1,99) e molduras (US$ 0,99). O Photogene tem sido um aplicativo para edi­ ção de fotos cam­peão de vendas para iPad e é um sério concorrente para o Pho­to­shop Touch. Adobe Ideas

O Pho­to­shop Touch permite aos usuários criar gradientes transparentes e adicionar textos.

À primeira vista, o Adobe ­Ideas parece ter poucas ferramentas: um pincel, uma borracha, um seletor de tamanho de pincel, um seletor de cor e uma fer­ ramenta de mão para se navegar pela tela. Entretan­ to, os designers podem ­criar imagens profissionais, pois os arquivos gerados pelo ­Ideas são vetoriais, VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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podendo ser di­men­sio­na­dos para qualquer tama­ nho sem a perda de qualidade da imagem. O ­Ideas possui dois tipos de camadas: uma para desenho e uma onde a foto pode ser po­si­cio­na­da como uma camada de vetorização. A opacidade da camada pode ser ajustada. A Adobe lançou an­te­rior­men­te o ­Ideas para iOS e a versão para iPad permite aos usuá­rios mover e di­men­sio­nar camadas independentemente, ajus­ tar a ordem das camadas e obter nove camadas adicionais via compra de recurso dentro do apli­ cativo. A Adobe não inclui esses recursos no apli­ cativo da plataforma Android. A versão para iPad também suporta o uso de saí­da VGA para monitor externo ou projetor.

Apesar da interface simples, o Adobe Ideas permite aos usuários criar projetos vetoriais complexos.

Os usuá­rios podem usar o zoom para ­criar mais detalhes nas ilustrações e há 50 níveis de desfazer/ refazer. É possível também salvar arquivos local­ mente como PDF ou JPG , en­viar por e-​­mail ou en­ viar o arquivo.idea ao Adobe Crea­ti­ve Cloud, o qual poderá pos­te­rior­men­te ser aberto no Illustrator através do plug-in Adobe ­Ideas (.idea). Trabalhar nesse aplicativo é uma ex­pe­riên­cia mui­ to dinâmica. Em vez de manipular pontos para refi­ nar curvas, pode-se utilizar a ferramenta borracha para corrigir a maioria dos erros e fazer alterações. Em geral, o aplicativo dá uma sensação de desenho de esboços da qual ilustradores gostam, além do be­ nefício adi­cio­nal de gerar gráficos vetoriais. Aque­ les ilustradores mais qualificados podem usar o Adobe ­Ideas para c­ riar projetos complexos. Adobe Kuler

O aplicativo Kuler já está no mercado há algum tempo como um cria­dor de temas de cor para web e ferramenta de navegação. A Adobe integrou o aplicativo ao Adobe Crea­ti­ve Suite e à família de produtos Touch App, facilitando a importação e 58 TECNOLOGIA GRÁFICA

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O Adobe Kuler permite aos usuários criar temas de cor utilizando uma roda de cores ou extraindo cores de uma fotografia. Os temas podem ser importados dentro do Adobe Touch Apps e de aplicativos Creative Suite.

o compartilhamento de temas de cor através dos projetos. O Kuler fun­cio­na basicamente da mesma maneira em um tablet e na web: os usuá­rios podem navegar através de coleções de temas, rea­li­z ar bus­ cas por tags, título, autor ou valor da cor, editar temas existentes ou construir novos temas. Os usuá­rios trabalham em um dos quatro espa­ ços de cor: HSV, RGB, CMYK ou LAB. Eles podem ­criar temas análogos, monocromáticos, tría­des, compos­ tos, complementares ou temas de sombras. Usan­ do uma roda de cores ou alavancas, é possível fa­ zer refinamentos adicionais de cor e também extrair temas de cores a partir de imagens ou fotos. Todos os temas cria­dos ou importados para o aplicativo Kuler podem ser salvos e importados como paletas de cor no Crea­ti­ve Suite ou no Touch Apps. Uma ressalva ao uso do Kuler em um tablet: os dispositivos não podem ter suas cores calibra­ das. Assim, temas cria­dos com o aplicativo devem ser usados somente em sites ou os usuá­rios devem ajustar as cores usando um monitor calibrado, para garantir a cor exata para impressões. Adobe Proto

De todos os aplicativos Touch, o Adobe Proto é o mais inovador. Nenhum outro aplicativo no merca­ do faz o que ele faz: ­criar wireframes interativos que podem ser salvos em HTML , CSS e ­jQuery. O Proto é tão versátil que pode ser usado para ­criar wireframes para sites e aplicativos móveis. É um aplica­ tivo tão útil que gos­ta­ría­mos de ver a Adobe ­criar uma versão para desktop. Os usuá­rios começam se­le­cio­nan­do uma lar­ gura para lay­out (992, 960, 786, 480 ou 320 pixels) e definindo uma grade de CSS (uma combinação de colunas). Em seguida, definem re­g iões (divs)


simula o clique do mouse. Os projetos também po­ dem ser salvos en­vian­do-os para o Adobe Crea­ti­ve Cloud para desenvolvimento pos­te­rior, utilizando o Dream­wea­ver. O Proto suporta as mais recentes versões de Webkit e ­jQuery.

O Gestures é um poderoso recurso no Adobe Proto que permite aos usuários criar elementos de wireframe simplesmente desenhando gestos específicos. Como mostrado aqui, desenhar uma linha ondulada criará um título com texto fictício.

usando a ferramenta Div ou desenhando um re­ tângulo sobre o lay­out. Um dos componentes ex­ clusivos para o Proto é o stroke gestures, que possi­ bilita aos usuá­rios desenhar gestos específicos para inserir elementos no lay­out. Um guia de gestos está incluso no aplicativo. Ao se desenhar um triângulo, por exemplo, acres­ centa-se uma caixa de inserção de vídeo e, ao se de­ senhar uma linha ondulada, insere-se um título com texto fictício. O Gestures fornece uma maneira rá­ pida para desenhar um lay­out sem precisar se­le­cio­ nar vá­rias ferramentas. Outros componentes que podem ser adi­cio­na­dos in­cluem imagens, barras de navegação verticais e horizontais, guias, sanfonas, “migalhas” e elementos de formulário (campos de texto, caixas de seleção, botões de rádio e mais). Os elementos se ajustam automaticamente à grade de lay­out. Uma vez que um elemento é co­ locado nele, o usuá­rio pode facilmente ajustar seu tamanho e sua localização tocando-o. Elementos aplicados podem ser ex­cluí­dos ou duplicados. Ape­ sar de os usuá­rios não poderem editar os textos dos parágrafos, eles podem alterar sua fonte, tamanho, cor e alinhamento. Além disso, os objetos em uma página podem ser agrupados. O Proto suporta a cria­ç ão de múltiplas pági­ nas e, pela adição de páginas, os usuá­rios acrescen­ tam interatividade a seus lay­outs de wireframe. Por exemplo: um usuá­rio pode ­criar um menu de nave­ gação de trabalho através da cria­ção de links para múltiplas páginas; links interativos podem ser cria­ dos para itens de menu, texto “inchado”, títulos de texto e botões. No entanto, a interatividade se li­ mita à conexão com outras páginas do projeto e a expandir/colapsar menus do tipo sanfona. Os usuá­rios podem vi­sua­li­z ar os wireframes e testar componentes interativos. Um som de clique

O Proto permite aos usuários criar lay­outs wireframe para websites e dispositivos móveis. Os Grids permitem o ajuste magnético à grade de lay­out, mas podem ser redimensionados e reposicionados manualmente. O aplicativo tem suporte a múltiplas páginas e links funcionais podem ser criados entre as páginas.

Apesar de toda a sua utilidade, o Proto tem algumas pequenas de­f i­ciên­cias. Por exemplo: os menus verticais e horizontais estão limitados a 10 itens. Os menus sanfona são limitados a oito seções e apenas os títulos das seções são editáveis. Sub­ seções não podem ser inseridas. Elementos guias são limitados a oito abas. Em geral, porém, o Proto é um aplicativo notável que muitos web designers apre­cia­rão e acharão útil. Collage e Debut

Os aplicativos Collage e Debut não são tão im­pres­ sio­nan­tes como os outros na família Touch, princi­ palmente devido ao seu uso relativamente limitado para profissionais de artes gráficas. A fun­cio­na­li­ da­de desses dois aplicativos poderia facilmente ter sido embutida nas quatro aplicações. O Colla­ ge, como o próprio nome indica, é um aplicati­ vo de cria­ção de colagens, embora a Adobe pre­ fira se referir a ele como um cria­dor de painéis de imagens (mood­boards). O Collage possibilita ao usuá­rio importar vá­rias imagens, organizá-​­las e girá-​­las, adi­cio­nar temas de cores do Kuler e inserir textos. Os usuá­rios podem incorporar imagens do tablet, do Goo­gle, do Flickr ou da Adobe Crea­ti­ve Cloud. A tela pode ser am­ plia­da e os projetos podem ser salvos em forma­ to compatível com o Pho­to­shop. O Collage é des­ tinado à cria­ção de ideias, não para composições ou arte final. Enquanto a capacidade de adi­cio­nar VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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Usando o Adobe Collage, os designers podem combinar imagens, temas do Kuler, textos e anotações para criar um painel de imagens.

texto à colagem é única, a maioria dos outros recur­ sos, como o po­si­cio­na­men­to da imagem, re­di­men­ sio­na­men­to, rotação e disposição, está disponível em muitos outros aplicativos mais baratos, como o Photo Collage Crea­tor, que é gratuito. O Debut permite aos usuá­rios combinar vá­rios projetos em uma única apresentação. Renderiza­ ções de alta fidelidade de arquivos de Pho­to­shop, Illustrator e InDesign podem ser importados atra­ vés da nuvem Adobe Crea­ti­ve Cloud. O aplicativo também suporta os formatos PDF, JPEG , PNG e GIF. As camadas dentro de arquivos do Pho­to­shop e art­ boards dentro de arquivos do Illustrator podem ser desligados e ligados antes da importação.

O Adobe Debut permite aos usuários combinar projetos finalizados dentro de uma única apresentação. O aplicativo também suporta mark‑up, que é salvo em PDF.

Os usuá­rios podem fazer anotações nos arqui­ vos usando uma caneta de marcação e exportar ar­ quivos em formato PDF para analisar ou comparti­ lhar. Nenhuma outra edição a não ser a marcação pode ser feita no Debut. Os usuá­rios de iPad po­ dem se dar melhor usando o GoodRea­der, que su­ porta a marcação PDF no aplicativo e custa qua­ se metade do preço de Debut, além de sincronizar com o iDisk, Dropbox e SugarSync.

de repositório para vi­sua­li­z a­ção, compartilhamen­ to e sincronização de arquivos cria­dos pelo Ado­ be Touch Apps e pelo conjunto de aplicativos para desktop, o Adobe Crea­ti­ve Suite. A empresa tam­ bém espera que os usuá­rios trabalhem e compar­ tilhem ideias com os colegas e participem de um fórum mun­dial para obter co­men­tá­rios e inspira­ ção. A Adobe Crea­ti­ve Cloud inclui 20 gigabytes de armazenamento em nuvem e suporta muitos formatos, inclusive PSD, AI e INDD, assim como JPEG , PNG , GIF e PDF. Os usuá­r ios podem optar por convidar outras pes­s oas para ver, comentar ou baixar arquivos. A maior notícia por trás da nuvem são os pla­ nos da Adobe de mover suas aplicações desktop para um modelo de computação em nuvem. Ela anunciou que o Pho­to­shop, InDesign, Illustrator, Dream­wea­ver, Pre­mie­re Pro, After Effects, Adobe Edge e Muse estarão entre os aplicativos in­cluí­dos na mudança. No entanto, ela diz que vai con­ti­nuar a oferecer versões completas dos seus produtos. Para os editores, outro componente da nuvem da Adobe serão as tec­no­lo­gias do Digital Publishing Suite (DPS) para c­ riar e distribuir publicações inte­ rativas para tablets e smartphones. Uma parte do Adobe Business Catalyst para a construção e ge­ren­ cia­men­to de sites, bem como novos serviços de design está disponível, assim como a capacidade de usar fontes para websites ba­sea­das na tecnologia Typekit, adquirida pela Adobe, para distribuição de fontes pela nuvem, para o design de sites. O clien­te poderá assinar a utilização da Adobe Crea­ti­ve Cloud por pe­río­dos de um ano ou mês a mês (permitindo ao usuá­rio cancelar e retomar uma assinatura quando necessário). Além de a inscrição ser paga, alguns dos recursos da Adobe Crea­ti­ve Cloud serão acessíveis de forma gratui­ ta, incluindo o ge­ren­cia­men­to de arquivos, arma­ zenamento, acesso e outros recursos da comuni­ dade. A Adobe não fez nenhum anúncio decisivo em termos de valores ou sobre o que exatamente será oferecido gratuitamente. Visão da Seybold

Adobe Creative Cloud

A Adobe tem feito vá­rias tentativas de oferecer um serviço de armazenamento e compartilhamen­ to ba­sea­do na tecnologia de computação em nu­ vem. A empresa espera que seu novo produto, a nuvem Adobe Crea­ti­ve Cloud, torne-se uma central 60 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

Como conjunto, os aplicativos Adobe Touch têm muito que se apre­ciar. Existem muitos aplicativos de design mais baratos no mercado, mas a ex­pe­riên­cia da Adobe na cria­ção de aplicativos voltados para profissionais cria­ti­vos ajuda a im­pul­sio­nar o ape­ lo de seus novos produtos. Alguns terão recursos


limitados e o nível de preço de quase US$ 10 por aplicativo é um pouco alto se comparado ao de si­ milares. Os valores mais adequados para os aplica­ tivos menos potentes, incluindo o Debut, o Collage e o Kuler, se­riam em torno de US$ 4,99. Alguns designers podem ser con­trá­rios ao uso do toque ao invés de um mouse ou uma caneta. Depois de passar anos aperfeiçoando a capacida­ de de afetar os movimentos precisos do mouse, os designers agora editarão com o controle da pon­ ta dos dedos. Embora fazer edições pelo toque te­ nha um fator divertido, as canetas oferecem um controle mais preciso. Há vá­rias empresas competindo para ­criar o am­ bien­te de nuvem ­ideal para as artes gráficas. A Ado­ be e a Apple fizeram vá­rias tentativas, mas não esta­ mos convencidos de que o mercado esteja pronto para (ou até mesmo necessite de) aquilo que a Ado­ be está oferecendo com a Crea­ti­ve Cloud. Com o Dropbox e o SugarSync, as pes­s oas já comparti­ lham arquivos grandes. Ainda assim, empresas com grandes grupos de trabalho podem se be­ne­f i­ciar da Crea­ti­ve Cloud, mas suspeitamos que o custo será proibitivo para o designer gráfico que trabalha so­ zinho. Esperamos que a Adobe opte por oferecer alguns serviços online gratuitos, da mesma maneira que o faz o Dropbox ou outros serviços de nuvem. Outros aplicativos Adobe Touch

A Adobe tem feito ex­pe­riên­cias com a plataforma Touch no iOS já há algum tempo. Apesar de não ser ofi­cial­men­te listada como parte da família Adobe Touch, esses outros aplicativos oferecem algumas fun­cio­na­li­da­des adicionais. O Carousel é um aplicativo gratuito, lançado re­ centemente para iPad e para Mac. (A Adobe plane­ ja lançar também as versões para Android e Win­ dows.) Trata-se basicamente de um aplicativo como o Adobe Ligh­troom, para o iPad. O Carousel ofe­ rece uma maneira efi­cien­te de organizar e pesqui­ sar as coleções de fotos que podem existir em um iPad, iPhone ou Mac, bem como de cortar, ro­t a­ cio­nar, ajustar a exposição e fazer outras correções, preservando-se a foto original. Os arquivos sincroni­ zam-se perfeitamente entre dispositivos através do Carousel, que custa US$ 5,99 por mês ou US$ 59,99 por ano. A assinatura é feita através da iTunes Sto­ re da Apple. Cada assinatura do Adobe Carousel vem com cinco car­ros­séis de foto. Os usuá­rios po­ dem importar um número ilimitado de fotos para

O Adobe Carousel permite que os usuários gerenciem coleções de fotos através de múltiplos dispositivos e apliquem filtros e outros ajustes de imagem.

cada carrossel, e não há limites para a resolução ou tamanho das fotos individuais, desde que sejam no formato JPG . Cada carrossel de fotos pode ser compartilhado com até cinco pes­soas. A Adobe também oferece gratuitamente um aplicativo de edição de fotos para iOS e Android chamado Pho­to­shop Express. Ele fornece recursos básicos de edição de fotos, tais como cortar, girar, corrigir exposição, molduras e diversos filtros e efei­ tos. O Adobe Camera Pack (US$ 4,99) para dispo­ sitivos iOS com câmera pode ser comprado den­ tro do aplicativo e acrescenta a redução de ruí­do, um temporizador e a revisão automática das ima­ gens. Os usuá­rios também podem se cadastrar gra­ tuitamente no photoshop.com a fim de carregar e armazenar até dois gigabytes de fotos e ví­deos. A Adobe também lançou três aplicativos para iOS que possibilitam aos usuá­rios interagir com o Pho­to­shop a partir do iPad. O Adobe Eazel, por US$ 2,99, permite aos usuá­rios ­criar pinturas e enviá-​ ­las para o Pho­to­shop. O Adobe Nav, por US$ 1,99, possibilita aos usuá­rios personalizar a barra de fer­ ramentas do Pho­to­shop CS5 no iPad para aces­ sar as ferramentas mais utilizadas. E o Adobe Co­ lor Lava, por US$ 2,99, permite misturar cores no iPad para ­c riar amostras personalizadas e cinco amostras-​­temas, que podem ser ins­tan­ta­nea­men­te acessadas no Pho­to­shop CS5. O Adobe Crea­tePDF, por US$ 9,99, para i OS e Android, permite converter textos e imagens de Word, Excel, PowerPoint, Pho­to­shop, Illustrator, In­ Design, OpenOffice, WordPerfect e RTF para PDF. O aplicativo não converte os arquivos. Em vez dis­ so, ele envia os documentos ao serviço de nuvem Adobe Crea­te PDF, que converte o arquivo para PDF e o envia para o dispositivo móvel. O servi­ ço custa US$ 99,99 por ano ou US$ 9,99 por mês. O aplicativo preserva links, notas, notas de roda­ pé e cria marcadores. Também mantém as transi­ ções e con­teú­do multimídia em apresentações de PowerPoint. Os arquivos podem ser convertidos a partir de anexos de e-​­mail ou serviços de armaze­ namento em nuvem como o Dropbox. Os serviços de nuvem Adobe Cloud encontram-se espalhados entre diferentes subserviços.

Tradução autorizado do

The Seybold Report, volume 11, número 22, de 21 de novembro de 2011.

VOL. III  2012  TECNOLOGIA GRÁFICA

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CURSOS

ABTG Setembro Formação de Inspetores de Qualidade

Data: 3 de setembro Horário: 9h às 18h Instrutora: Márcia Biaggio Investimento: R$ 290,00 para associados ABTG, Abigraf, Abraform, Singrafs e Abiea; R$ 390,00 para não associados e R$ 190,00 para estudantes.

Como os Insumos e Matérias-​­primas Interferem na Impressão Offset

Data: 18 a 20 de setembro Horário: 18h45 às 21h45 Instrutor: Sidney Zompero Investimento: R$ 320,00 para associados ABTG , Abigraf, Abraform, Singrafs e Abiea; R$ 420,00 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Outubro Gestão com Qualidade para a Indústria Gráfica

Data: 20 a 27 de outubro Horário: 9h às 16h Instrutor: Flávio Botana Investimento: R$ 320,00 para associados ABTG , Abigraf, Abraform, Singrafs e Abiea; R$ 420,00 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Formação de Líderes de Produção

Data: 29 de outubro Horário: 9h às 18h Instrutora: Cristina Simões Investimento: R$ 290,00 para associados ABTG , Abigraf, Abraform, Singrafs e Abiea; R$ 390,00 para não associados e R$ 190,00 para estudantes.

Novembro Escola de Vendas

Data: 5 a 7 de novembro Horário: 18h45 às 21h45

62 TECNOLOGIA GRÁFICA

VOL. III  2012

Instrutor: Auro Aldo Gorgatti Investimento: R$ 320,00 para associados ABTG , Abigraf, Abraform, Singrafs e Abiea; R$ 420,00 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Senai APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL Colorimetria Aplicada aos Processos Gráficos (32h) – R$ 510,00

Sábados: 6/10 a 15/12, das 8h às 12h.

Colorista Gráfico (Preparação de tintas líquida e pastosa) (40h) – R$ 464,00

Sábados: 22/9 a 27/10, 10/11 a 15/12 das 8h às 17h.

Corel Draw para Pré-​­impressão (32h) – R$ 458,00

Sábados: 6/10 a 15/12, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

Densitometria Aplicada aos Processos Gráficos (32h) – R$ 510,00 Sábados: 6/10 a 15/12, das 13h às 17h.

Fechamento de Arquivos (16h) – R$ 567,00

Sábados: 15/9 a 22/9, das 8h às 17h.

Gerenciamento de Cores (24h) – R$ 513,00

Sábados: 29/9 a 20/10, das 8h às 17h.

IIlustrator para Pré-​­Impressão (32h) – R$ 561,00

Sábados: 6/10 a 15/12, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

Impressão Offset em Máquina Bicolor (60h) – R$ 851,00

InDesign para Pré-​­Impressão (32h) – R$ 510,00

Sábados: 6/10 a 15/12, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

Montagem Eletrônica e Operação de Equipamentos Computer to Plate (CtP) (40h) – R$ 1 065,00 Sábados: 27/10 a 8/12, das 8h às 17h.

Orçamento de Serviços Gráficos (40h) – R$ 468,00 Sábados: 22/9 a 1/12, das 8h às 17h.

Pho­to­shop para Pré-​­Impressão (32h) – R$ 564,00

Sábados: 29/9 a 8/12, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

Problemas, Causas e Soluções em Impressão Offset (20h) – R$ 380,00

Sábados: 6/10 a 27/10, das 8h às 17h.

Produção Gráfica (32h) – R$ 480,00

Sábados: 29/9 a 8/12, das 8h às 12h ou das 13h às 17h.

Tecnologia de Embalagens Celulósicas (40h) – R$ 617,00

Sábados: 6/10 a 24/11, das 8h às 17h.

Tecnologia de Embalagens Flexíveis (32h) – R$ 417,00

Sábados: 6/10 a 24/11, das 8h às 17h. 2ª‒ a 6ª:‒ 6/10 a 10/11, das 8h às 17h, 26/6 a 11/7, das 19h às 22h.

Tecnologia de Impressão Flexográfica Banda Estreita (40h) – R$ 450,00

Sábado: 29/9 a 8/12, das 8h às 17h.

Sábados: 1/9, 6/10 a 24/11, das 8h às 17h.

Impressão Offset em Máquina Quatro Cores (60h) – R$ 1.174,00

Tecnologia de Impressão Flexográfica Banda Larga (40h) – R$ 450,00

Sábados: 29/9 a 8/12, das 8h às 17h.

Sábados: 6/10 a 24/11 das 8h às 17h.

Tecnologia de Impressão Offset (40h) – R$ 540,00 Sábados: 6/10 a 24/11, das 8h às 17h.

Tratamento de Imagens (32h) – R$ 582,00 Sábados: 6/10 a 15/12, das 13h às 17h Requisitos de acesso: comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes na área referente ao curso escolhido, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais. Para todos os cursos: o (a) aluno (a) deverá comprovar ter 16 anos completos e ensino fundamental con­cluí­d o (verificar exceções). Alunos menores de idade deverão comparecer para matrícula acompanhados por responsável. Apresentar cópia do histórico ou certificado do ensino fundamental, RG, CPF, comprovante de residência e comprovantes do pré-requisito para simples conferência. A Escola Senai reserva-​se o di­rei­ to de não ini­ciar o programa se não hou­ver o número mínimo de alunos inscritos. A programação, com as datas e valores pode ser alterada a qualquer momento pela escola. A Escola atende de 2 ‒ª a 6‒ª, das 8h às 21h, e aos sábados das 8h às 14h.

Escola Senai Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2315 (Moo­ca) 03162-030  São Paulo  SP Tel. (11) 2797.6333 Fax: (11) 2797.6307 Senai-SP: (11) 3528.2000 senaigrafica@sp.senai.br www.sp.senai.br/grafica



Alta Tecnologia nacional

Rotatek Brasil OSC

FLEXO

COMBINADA

Impressora modular com intercambiabilidade de pro� cessos e a vantagem do sis� tema de trocas de trabalho de forma rápida, prática e sem ferramentas. Uma exce� lente relação entre custo e beneficio.

Máquina híbrida que com� bina os processos off� set,, �exográfico, �exográfico, rotogra� vura, serigrafia, cold e hot stamping, intercambiando posições. Acabamentos em linha como, corte e vinco, auto�relevo, saídas em bo� bina e em folhas com pi� lha alta.

OFFSET SLEEVE CHANGE

Impressora rotativa com� binada com tecnologia de camisas para as matri� zes de impressão, permi� tindo utilizar o melhor de cada tecnologia em um só processo.

Pós-venda e Assistência Técnica A Rotatek Brasil possui estrutura de serviços pós-venda e assistência técnica apta a solucionar rapidamente qualquer ocorrência em seus equipamentos, inclusive através de acesso remoto. Além, da estrutura própria de produção que possibilita soluções em tempo recorde.

Presente no mercado brasileiro desde 1985, a ROTATEK BRASIL, proporciona soluções na medida certa para as diversas produções gráficas combinando processos de impressão seja em offset, �exo, rotogravura, serigrafia, cold e hot stamping, agregando sistemas de acabamento em linha com toda a automação de controle de registro e controle de cor, além do auto�zero, que permite pré�ajuste com equipamento parado, proporcionando diminuição significativa nas horas paradas e na perda de material. Com sede própria em Barueri/SP, a ROTATEK BRASIL está em constante pesquisa para manter�se competitiva com qualquer bom equipamento.

Drupa 2012! Hall 11E19. Esperamos sua visita!

Tel.: 55 11 3215-9999 - www.rotatek.com.br


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