Revista Tecnologia Gráfica 76

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ANO XV Nº 76 VOL. I 2011 ISSN 1678-0965

A REVISTA TÉCNICA DO SETOR GRÁFICO BRASILEIRO

EspEcial

O que faz um produto merecedor de um prêmio

Gestão

A importância da correta aplicação da Tecnologia da Informação

Tutorial

Como replicar desenhos vetoriais de forma simples e rápida

Serigrafia

Adaptação de materiais para crianças cegas através da serigrafia



Volume I – 2011 Publicação bimestral da ABTG – Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica e da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, Rua Bresser, 2315 (Mooca), CEP 03162-030 São Paulo SP ISSN: 1678-0965 www.revistatecnologiagrafica.com.br ABTG – Telefax (11) 2797.6700 Internet: www.abtg.org.br ESCOLA SENAI – Fone (11) 2797.6333 Fax (11) 2797.6309 Presidente da ABTG: Reinaldo Espinosa Diretora Executiva do Sistema Abigraf: Sonia Carboni Diretor da Escola Senai Theobaldo De Nigris: Manoel Manteigas de Oliveira Conselho Editorial: Andrea Ponce, Bruno Mortara, Egbert Miranda de Toledo, Manoel Manteigas de Oliveira, Plinio Gramani Filho, Reinaldo Espinosa, Tânia Galluzzi Apoio Técnico: Vivian de Oliveira Preto Elaboração: Clemente e Gramani Editora e Comunicações Diretor Responsável: Plinio Gramani Filho Redação e Publicidade: Tel. (11) 3159.3010  gramani@uol.com.br Jornalista Responsável: Tânia Galluzzi (MTb 26897) Redação: Elisabete Pereira Revisão: Giuliana Gramani Projeto Gráfico: Cesar Mangiacavalli Produção: Rosária Scianci e Livian Corrêa Foto da capa: AGB Photo Library Editoração Eletrônica: Studio52 Impressão e Acabamento: Leograf Laminação, Hot Stamping: (fitas MP Brasil): UVPack Acabamentos Especiais Assinaturas: 1 ano (6 edições): R$ 54,00 2 anos (12 edições): R$ 96,00 Tel. (11) 3159.3010 Apoio

Esta publicação se exime de responsabilidade sobre os conceitos ou informações contidos nos artigos assinados, que transmitem o pensamento de seus autores. É expressamente proibida a reprodução de qualquer artigo desta revista sem a devida autorização. A obtenção da autorização se dará através de solicitação por escrito quando da reprodução de nossos artigos, a qual deve ser enviada à Gerência Técnica da ABTG e da revista Tecnologia Gráfica, pelo e-mail: abtg@abtg.org.br ou pelo fax (11) 2797.6700

Melhoria contínua

Q

uem, nesses pri­mei­ros meses do ano, não sentiu na pele ou pelo menos ou­viu alguém se quei­xar da escassez de mão de obra, oca­sio­na­da pelo aquecimento da economia? Mas não faltam candidatos para as vagas, e sim pro­f is­sio­nais adequadamente qualificados para as funções dis­po­ ní­veis. Da mesma forma, o au­men­to na demanda por produtos e serviços vem fazendo com que mui­tos setores trabalhem com sua capacidade produtiva em patamar elevado, panorama que aguça a concorrência e beneficia as empresas altamente efi­cien­tes. Se antes a au­sên­cia de competência podia ser mascarada, em um cenário altamente competitivo isso não é mais possível. Assim como a mão de obra, a inadequação está alijando as empresas do mercado. Há inúmeras ma­nei­ras de investir em melhoria contínua e quero aqui propor dois novos caminhos que fazem parte do plano de trabalho da ABTG para 2011 na área de consultoria. Estou falando do Programa de Aumento da Produtividade, o PAP, e do Ge­ren­cia­men­to de Re­sí­duos na Indústria Gráfica. O PAP visa identificar os motivos de perda de produtividade e au­xi­liar as em­ presas nas pos­sí­veis soluções dos problemas. Os objetivos são o au­men­to da pro­ dutividade, a redução dos des­per­dí­cios e o alinhamento dos ­meios produtivos com a mão de obra ope­ra­cio­nal. O programa envolve a aplicação de um check up técnico, que avalia o conhecimento específico dos colaboradores da gráfica tanto na área produtiva quanto na co­mer­cial, e a aplicação do Test Form, analisando diretamente os impressos e, consequentemente, a efi­ciên­cia dos equipamentos. O programa de ge­ren­cia­men­to de re­sí­duos pode colaborar para que a empre­ sa reduza riscos, preservando a saú­de dos fun­cio­ná­r ios e evitando penalidades por descumprimento da legislação, bem como para a adoção de processos mais ren­tá­veis. Ele também capacita os fun­cio­ná­r ios, envolvendo-os no con­cei­to de eliminação do desperdício. Afora esses dois projetos, não posso dei­xar de citar as Semanas de Artes Grá­ ficas, SAGs, que vêm se espalhando pelo País. Neste ano são 11, sendo que em três re­g iões acontecem pela pri­mei­ra vez: Pernambuco, a ser rea­li­za­da no final de março, Minas Ge­rais, em mea­dos de abril, e Rio Grande do Sul, em maio. Du­ rante cinco dias, em uma ini­cia­ti­va da Abigraf Na­cio­nal e do Sebrae Na­cio­nal em parceria com a ABTG, os pro­f is­sio­nais do setor têm a chance de aprofundar seu conhecimento nas ­­áreas de gestão, produção e vendas. Melhoria contínua é fundamental e a ABTG é um dos agentes de que você pode lançar mão para alcançar esse objetivo. Reinaldo Espinosa, presidente executivo da ABTG. TECNOLOGIA GRÁFICA

3


Sumário 14

Tecnologia voltada à qualidade

Especial – Cases do Prêmio Fernando Pini

36

Diretor da manroland fala sobre o acordo com a Océ

54

Criando padrões no Illustrator

Entrevista

Tutorial

Edição colaborativa com o aplicativo InCopy

20

Produção Gráfica

A nova parte da norma ISO 19005

22

Normalização

Adaptação de materiais para crianças cegas

26

Serigrafia

Revestimento de telas em serigrafia

30

A importância da Tecnologia da Informação

44

Gestão

Compensação da emissão de carbono das aulas do Senai

46

Chapa térmica sem processamento químico

50

Gestão Ambiental

Notícias Produtos Literatura e sites Cursos

6 10 52 58

EspEcial

Como Funciona

Gest ão

38

IA gRáfIc A

76

A importância da correta aplicação da Tecno logia da Informação

R E V I S TA T Ecnolog

Spindrift

A REVISTA TÉCNIC A DO SETOR GRÁFI CO BRASI LEIRO

O que faz um produto merecedor de um prêmio

Impressão

A reciclagem e a retirada da tinta do papel

ANO XV Nº 76 VOL. I 2011 ISSN 1678-0965

Tuto rial

Como replicar desenhos vetoriais de forma simples e rápida

Serig rafia

Adaptação de mater para crianças cegas iais através da serigr afia


Cresça com flexibilidade.

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NOTÍCIAS

Novo curso de Aprendizagem Industrial Senai lança concurso de monografias sobre tendências da indústria gráfica

A

Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica vai organizar, ao longo de 2011, o 1º‒ Concurso de Mo­no­gra­f ias Aldo Manuzio, voltado para seus alunos e ex-​­alunos. Espera-se uma grande resposta do concurso no segmento pro­f is­sio­nal para além do am­bien­te apenas acadêmico, uma vez que a inserção desses alunos e ex-​­alunos no mercado tem sido de praticamente 100%. O objetivo final do concurso é fomentar o pensamento crítico, a análise e a pesquisa de ten­dên­cias relevantes para a indústria gráfica. Os temas de pesquisa deverão abranger os três prin­ci­pais segmentos da indústria gráfica — edi­to­rial; embalagens, rótulos e etiquetas; e pro­mo­cio­nal —, abrangendo dois aspectos: mercado e tecnologia. O pri­mei­ro envolve perspectivas de crescimento, identificação de ce­ná­rios pro­vá­veis, oportunidades e de fatores restritivos (riscos), identificação de forças motrizes, entre ou­tras facetas. Para falar sobre tecnologia, a monografia deve considerar o advento de novas tec­no­ lo­gias, crescimento de tec­no­lo­gias recentes, novas mí­dias concorrentes, re­po­si­cio­na­men­to da indústria gráfica dian­te de novas opções tecnológicas e meio am­bien­te, entre ou­tros. Os participantes que conquistarem o pri­mei­ro lugar serão contemplados com via­gens à Drupa 2012. Os segundo e ter­cei­ro colocados também receberão prê­mios. Os cinco pri­mei­ros colocados terão seus trabalhos publicados em mídia impressa e eletrônica. O nome do concurso é uma homenagem ao editor, designer, tipógrafo e co­mer­ cian­te do século XV, que re­vo­lu­cio­nou a produção de livros, dando um grande impulso a esse negócio e tornando-se um empresário de sucesso. A rea­li­z a­ção do concurso conta com o ­apoio técnico e patrocínio de tra­di­cio­nais par­cei­ros da escola: Abflexo, ­Abiea, Abigraf, Abraform, ABTG , Afei­graf, Agfa, Canon, Cathay, DuPont, Esko, Hei­del­berg, IBF, Kodak, manroland, Metrics, Stig, Sindigraf e Sun Chemical.

6 TECNOLOGIA GRÁFICA

O

Senai-SP, con­ti­nuan­do seu trabalho de manter seus cursos atua­ li­z a­dos conforme as demandas do mercado e as novas es­tra­té­ gias de ensino, deu início à rees­tru­tu­ra­ção de seu curso de Aprendizagem In­dus­trial, voltado ao segmento gráfico. Essa modalidade visa formar pro­f is­sio­nais qualificados para ­atuar diretamente nos processos in­dus­triais. O curso objetiva também ­apoiar as in­dús­trias no cumprimento da Lei da Aprendizagem. Essa legislação obriga empresas a contratar estudantes que cumprem um programa sistemático de aprendizagem. No caso dos cursos do Senai, essa aprendizagem acontece nas escolas e, dependendo da forma de contratação, é complementada com atividades nas pró­prias empresas. O novo curso de Aprendizagem In­dus­trial para o segmento gráfico vai preparar jovens para ­atuar no nível ini­cial nos processos produtivos, atendendo à antiga demanda das empresas. O perfil do pro­ fis­sio­nal a ser formado foi definido por um Comitê Técnico Se­to­rial, formado por representantes de diversas in­dús­trias e por docentes das escolas que vão desenvolver o curso. Esse comitê segue uma metodologia es­pe­cial­men­te desenvolvida pelo Senai para identificar as ­reais necessidades do mercado de trabalho. O mesmo grupo também levanta as com­p e­tên­cias que o pro­f is­sio­nal deve ter para desempenhar, com sucesso, as suas funções. O currículo final do curso bem como es­tra­té­gias e am­bien­tes de ensino são elaborados a partir dessas diretrizes. Desse modo, busca-se garantir a mais per­fei­ta adequação do pro­f is­sio­nal aos postos de trabalho oferecidos pelos po­ ten­ciais empregadores, com evidentes vantagens para os estudantes formados e para as in­dús­trias. O Comitê Técnico Se­to­rial para o curso de Aprendizagem In­dus­trial na área gráfica reu­niu-se nos dias 16 e 17 de fe­ve­rei­ro. Além dos pro­f is­sio­nais do próprio Senai, fizeram parte do comitê os seguintes representantes da indústria, a quem o Senai publicamente agradece pela sua importante con­tri­bui­ção: Alessandro Mat­tio­li (Innovapack Embalagens), Antonio Gue­des (Editora Abril), Célia Rodrigues de Lira (ABTG), Eduar­do de Sales (O Estado de S. Pau­lo), Marcelo Jun­quei­ra (Imprensa Ofi­cial do Estado de São Pau­lo) e Sonia Marinera (Rubbercity).


A Truepress 344 aceita formatos de papel de até 340x470mm com uma área útil de até 330x460mm, imprimindo a uma velocidade de 7.000 folhas por hora. O sistema de gravação da Screen utiliza um sistema de diodo laser multi-array para expor simultaneamente todas as 4 chapas térmicas processless, ou seja, não necessita de qualquer processo químico para revelar as chapas gravadas. A nova interface (GUI) foi concebida para proporcionar fácil controle ao operador que através de um único display, poderá enviar todos os comandos a impressora, desde a gravação das chapas, passando a lavagem das blanquetas ao ajuste automático dos tinteiros. Com o startup mais rápido do mercado, a Truepress 344 permite iniciar um job em menos de 6 minutos. Na velocidade máxima, a Truepress 344 pode produzir um job de 200 cópias frente e verso em menos de 20 minutos. A Truepress 344 tem todas as características técnicas idênticas a qualquer outra impressora offset e usa os mesmos consumíveis como blanquetas, solução de molha, powder e o mais importante, tinta offset convencional, permitindo assim produzir Jobs sem custos com insumos especiais.

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NOTÍCIAS

F

Marcadas as datas para as Semanas de Artes Gráficas

oi divulgado em fe­ve­rei­ro o calendário para 2011 do projeto Semana de Artes Gráficas, rea­li­z a­do pela Abigraf Na­cio­nal e pelo Sebrae Na­cio­nal em parceria com a ABTG . Os dois pri­mei­ros encontros aconteceram em Pernambuco, na semana de 21 de março, e em Sorocaba, na semana seguinte. A palestra “Técnicas de sustentabilidade para micro e pequenas empresas gráficas — certificação para obtenção do selo am­bien­tal FSC” também será levada para vá­rias cidades: Recife (5 de abril), Sorocaba (19 de abril), Belo Horizonte (4 de maio), Araçatuba (18 de maio), Porto Alegre (1° de junho), Bau­ru (8 de junho), São José dos Campos (13 de julho), Ri­bei­rão Preto (10 de agosto), São José do Rio Preto (14 de setembro), Campinas (19 de ou­tu­bro) e Ba­rue­ri (9 de novembro). Inscrições e informações com Bruna Nue­v o e Thia­g o Bue­n o, sag@abtg.org.br, (11) 2797.6700. Programação da SAG em 2011

Programação das Comissões de Estudos do ONS27 – 2011 CE/CEE

Horário

Abril

Maio

11

16

CEE 00:001.84

Segurança em Documentação Eletrônica

CE 27:200.01

Pré-​­impressão Eletrônica 9h00 – 10h30

11

16

CE 27:200.02

Gerenciamento de Cores 10h30 – 12h30

11

16

CE 27:300.01

Processos em Offset

9h00 – 11h00

28

26

CE 27:300.03

Processos em Rotogravura

8h30 – 10h30

7

5

CE 27:300.04

Processos em Impressão Digital

10h30 – 12h00

14

19

CE 27:300.05

Processos em Flexografia

9h00 – 10h30

14

12

CE 27:300:06

Controle de Processo de Reprodução Gráfica

10h30 – 12h00

6

4

8h00 – 9h00

11 a 15 de abril

Minas Gerais

CE 27:300.07

Pós-​­impressão

9h00 – 11h00

26

24

25 a 29 de abril

Araçatuba, SP

CE 27:400.02

Tintas Gráficas

9h00 – 10h30

18

9 a 13 de maio

Rio Grande do Sul

CE 27:400.03

Colorimetria

10h30 – 12h00

18

23 a 27 de maio

Bauru, SP

CE 27:400.05

Livros Didáticos

14h00 – 17h00 9h00 – 12h00

26 27

24 25

CE 27:400.10

Padronização de Autoenvelopes

9h00 – 12h00

13

11

Campinas, SP

CE 27:500.01

Questões Ambientais e Segurança

9h00 – 11h00

5

3

Barueri, SP

CE 27:500.02

Higiene e Ergonomia

11h – 12h30

5

3

27 junho a 1º de julho 25 a 29 de julho 22 a 26 de agosto 26 a 30 de setembro

São José dos Campos, SP Ribeirão Preto, SP São José do Rio Preto, SP

24 a 28 de outubro

Impressão digital não mais terá categorias exclusivas no Fernando Pini

A

comissão técnica do Prêmio Bra­si­lei­ro de Excelência Gráfica Fernando Pini anun­ciou em fe­ ve­rei­ro que, a partir deste ano, produtos impressos com tecnologia digital não terão ca­te­go­rias separadas e concorrerão de igual para igual com as ou­tras peças em todas as ca­te­go­rias. Segundo os organiza-

8 TECNOLOGIA GRÁFICA

dores, a impressão digital contava com ca­te­go­rias exclusivas como uma proteção ini­cial ao segmento, por conta das diferenças de qualidade existentes em relação aos processos mais tra­di­cio­nais. Essas diferenças, no entanto, não são mais significativas e, portanto, a comissão optou pela mudança.


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PRODUTOS

Rotativas jato de tinta da HP chegam à América Latina

A

A T200 é um equipamento quatro cores, formato 521 mm, que imprime até 821 páginas por minuto em A4, com ciclo mensal de trabalho de 23 mil páginas e re­ solução máxima de 1.200 × 1.600 dpi. A T300 tem largura de 762 mm e velocidade máxima de 122 metros por minuto. Por fim, a T350 imprime até 182 metros por minu­ to, sendo ­ideal para a impressão de livros, malas diretas e jor­nais.

HP anun­c iou durante a DSCOOP6 (encontro pro­ movido por clien­tes da HP rea­li­

za­do entre os dias 17 e 19 de fe­ ve­rei­ro em Orlando, nos Estados Unidos) o início das vendas de sua linha Inkjet Web Press na América Latina, composta pelos modelos T200, T300 e T350. A linha oferece impressão sob demanda com qua­ lidade e bai­xos custos, voltada aos segmentos edi­to­rial, trans­pro­mo­ cio­nal e de mar­ke­ting direto. De­pois do lançamento na Dru­ pa 2008, as pri­mei­ras instalações foram fei­tas nos Estados Unidos e na Europa, com um total de 26 impressoras T300 co­mer­cia­li­z a­ das até agora. A expectativa da HP para 2011, segundo Fernando Al­ perowitch, diretor HP Indigo e So­ luções Inkjet para a América Lati­ na, é a venda de pelo menos duas unidades da família Inkjet Web Press para clien­tes bra­si­lei­ros.

A

www.hp.com.br

Impressora 928, a mais brasileira na linha da Ryobi

fabricante japonesa Ryobi está lançando em março a Ryobi 928, equipamento de oito cores que foi desenhado conforme sugestão do presidente da Fer­ros­t aal, Ma­ rio Barcelos, durante a ExpoPrint 2010. A impressora gerará econo­ mia de produção e de insumos e oferece suas oito cores em uma só passada, possibilitando uma eco­ nomia de chapas de cerca de 28% e de energia de aproxi­ madamente 30%. O fato de ela trabalhar com o forma­ to tra­di­cio­nal de papel (92 × 64 cm) é um de seus di­fe­ren­ciais. “O mer­

10 TECNOLOGIA GRÁFICA

cado edi­to­rial normalmente utili­ za o formato que vai do 21 × 27 cm ao 21 × 30 cm. Porém, a maio­ria das empresas do segmento possui má­ quinas maio­res com formatos de aproximadamente 72 × 102 cm. Mas ocorre um desperdício real, uma vez que 90% dos trabalhos rodados não

pre­ci­sa­riam de uma máquina gran­ de para serem fei­tos”, explica Anto­ nio Furlan, supervisor de vendas da linha de equipamentos Ryobi para a Fer­ros­taal. Além dessas vantagens, a Ryobi 928 ainda ocupa menos es­ paço físico na gráfica, porque tem dimensões menores do que as ou­

tras máquinas da categoria. “A re­ dução geral de tempo também é conquistada graças a uma melhor integração com os sistemas de pré-​ ­impressão que a Ryobi 928 oferece”, conclui Antonio Furlan. www.ferrostaal.com


Pensando no Futuro? Nós podemos ajudá-lo. Cursos de Formação Inicial e Continuada Pós graduação em Planejamento e Produção de Mídia Impressa

Pós graduação em Planejamento e Produção de Mídia Impressa Neste curso o aluno será capaz de: Identificar, planejar e monitorar todas as etapas que compõem o fluxo produtivo, adequadas à fabricação dos mais importantes produtos da indústria gráfica; Interpretar as tendências de evolução tecnológica dos processos de produção gráfica; Avaliar a adequação de matérias primas e insumos para o projeto de produtos gráficos; Realizar análise de custos e de viabilidade econômica de projetos de produtos gráficos.

Formação Inicial e Continuada Encadernador manual de livros Impressor em serigrafia Gravação eletromecânica Problemas, causas e soluções de impressão offset Pré-impressão digital para flexografia Montador de faca de corte e vinco Tecnologia de embalagens celulósicas Tecnologia de embalagens flexíveis Tecnologia de impressão flexográfica banda larga Preparação de tintas pastosas Gerenciamento de cores Montador de Fotolito Copiador de chapas offset Impressão offset em máquinas monocolores com comandos eletrônicos

Faculdade SENAI de Tecnologia Gráfica e Escola SENAI Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2315 Tel: 2797-6300/6301/6302/6303 www.sp.senai.br/grafica

Impressor offset em máquinas com dispositivos de cura por radiação UV


PRODUTOS

A

Xerox desenvolve sistema jato de tinta sem água

Xerox lançou em fe­ve­rei­ro na Suí­ça o pri­mei­ro sistema jato de tinta de alta velocidade que não utiliza água em sua composição. A partir da tecnologia de tinta só­ lida, a empresa desenvolveu uma fórmula granulada e à base de resi­ na voltada para o mercado gráfico. Com a eliminação da água, o siste­ ma promete resultados de alta qua­ lidade com bai­xo custo através da impressão de cores consistentes e vibrantes mesmo em pa­péis offset mais simples, que saem lisos e se­ cos, sem risco de manchas e vaza­ mentos por conta da tinta, es­p e­ cial­men­te as à base de água. Além disso, a Xerox chama a atenção para

O

o fato de esse tipo de tinta facilitar a reciclagem dos ma­te­riais. O novo sistema, ain­d a sem nome, produz até 2.200 páginas por minuto e monitora con­ti­nua­men­te cada página impressa, fazendo um au­toa­jus­te caso um dos pontos da cabeça de impressão não esteja dis­ parando tinta corretamente. A Xe­ rox informou que o pri­mei­ro teste resultou em geração de re­cei­ta ape­ nas algumas semanas após sua insta­ lação. Outras instalações estão pro­ gramadas para o decorrer deste ano. O produto foi desenvolvido usando mais de 2.000 patentes. www.xerox.com.br

Prinect Inpress Control é disponibilizado para outros equipamentos

Prinect Inpress Control, sistema da Hei­del­berg responsável pela medição, controle e registro de cores durante a produção, an­ tes exclusivo para as impressoras da linha Speed­mas­ter XL , está ago­ ra também disponível para os modelos Speed­mas­ter SM 102, CD 102 e CX 102 . O Prinect Inpress Control mensura as cores CMYK , as co­ res es­pe­ciais e o registro da tira de controle de qualidade de impres­ são e encaminha au­to­ma­ti­ca­men­te informações de correções ne­ces­ sá­rias para a estação do Prinect Press Center sem que a impressora precise parar para rea­li­z ar novos ajustes, maximizando assim a pro­ dutividade do equipamento. Esta é uma particularidade es­p e­cial­ men­te prática para gráficas com frequentes mudanças de trabalho, de curtas e mé­dias tiragens. No Brasil, a Gráfica Sarapuí, de São Pau­lo, es­p e­cia­li­z a­da em im­ pressão de embalagens em papel-​­cartão, displays e cartelas blister, já utiliza o Prinect Inpress Control em sua nova XL 75 sete cores com re­ versão e verniz em linha. Para os só­cios Danilo Storti Garcia e Fabio Storti Garcia, o sistema de medição colaborou para a au­to­ma­ção de uma parte do controle de qualidade, fei­to online em toda a tiragem, o que é pri­mor­dial para garantir m ­ aior produtividade e con­f ia­bi­li­da­ de, além de colaborar com a política de gestão integrada da Sarapuí, que visa reduzir re­sí­duos e evitar des­per­dí­cios. www.br.heidelberg.com

12 TECNOLOGIA GRÁFICA

Oki lança impressora LED colorida C711

A

Oki Printing So­lu­tions anun­ ciou em fe­ve­rei­ro o lança­ mento da C711, impressora LED colorida para formato A4. O equi­ pamento trabalha com grandes volumes, apresenta um bai­xo cus­ to total de pro­prie­da­de e acei­ta diversos tipos de mí­dias. A im­ pressora, mais compacta que suas concorrentes, conta com a tec­ nologia HD Color, pro­por­cio­nan­ do alta resolução de cores para imagens, e imprime em mí­dias de até 250 g/m² e banners de 1,32 m de comprimento. “A C711 possui dimensões até 23% menores que a maio­ria dos concorrentes do segmento e, mesmo assim, oferece desem­ penho, robustez e qualidade de impressão su­p e­r io­res”, diz Mar­ cio Marquese, supervisor de Pla­

nejamento de Produtos da OKI Printing So­lu­tions. Sua velocidade máxima de im­ pressão é de 34 páginas por minu­ to em cores e 36 páginas por mi­ nuto no modo monocromático. O equipamento possui como su­ primentos cartuchos de toners com alto rendimento (11.000 pá­ ginas para preto e 11.500 páginas para os coloridos) e cilindro com longa duração (20.000 ciclos de impressões). A troca de insumos na C711 é simples, assim como a consulta do nível de suprimentos, demonstrado graficamente no pai­ nel de LCD. A C711 tem um consu­ mo médio de energia de 1,2 W em modo de espera, minimizando os riscos de degradação am­bien­tal, e preço sugerido de R$ 5.999,00. www.oki.com.br


Contar com 50 anos de experiência é a melhor forma de ver sua empresa 50 anos à frente. Um dos grandes diferenciais da Consultoria ABTG são seus 50 anos de know-how no mercado gráfico e seus mais de 50 consultores especializados. Todos preparados para oferecer o que há de melhor em serviço de consultoria para sua empresa. • Aproveitamento do tempo • Foco na otimização dos processos. • Treinamento durante a implantação. • Consultoria da implantação a certificação. • Atendemos a necessidade especifica do cliente. Veja como ABTG pode ajudar sua empresa:

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Consultorias em Gestão: PCP, Custos e Orçamento, Planejamento Estratégico.

Homologação de Indústria Gráficas: Quando compradores e fornecedores se entendem.

Implantação da Norma NBR15540: Bons negócios são feitos na base da segurança.

Diagnóstico de Processo Industrial: Saiba quais são os problemas e soluções para sua empresa.

Implantação da Certificação FSC: O planeta precisa, o cliente exige e a ABTG implanta.

Aplicação de Teste Form: Análise Mecânica e de qualidade da sua impressora offset.

Implantação das Certificações ISO: 9001, 14001, 18001 e 27001.

Treinamentos e Palestras In Company: Os melhores consultores dentro da sua empresa.

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ESPECIAL Elisabete Pereira

Um tributo à criatividade, à qualidade e à tecnologia

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m 2010, o Prêmio Bra­si­lei­ro de Excelência Gráfica Fernando Pini chegou à 20ª‒ edição. Mais uma vez, os cri­té­rios de cria­ti­vi­da­de, qualidade e tecnologia nor­tea­ram as esco­ lhas dos trabalhos que representam o que há de melhor no Brasil no setor. Das 63 ca­te­go­rias que compuseram o prêmio no ano passado, a revista Tecnologia Gráfica destaca

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nesta matéria os produtos vencedores nas ca­te­go­ rias de Inovação Tecnológica, Conformidade com a Norma NBR ISO 12647-7 – Provas Di­gi­tais e Conformidade com a Norma NBR ISO 12.647-2 – Impressão em Offset Plana e Offset Rotativa Heat­set, bem como os trabalhos que mereceram o chamado Grand Prix nas ­­áreas de Melhor Impressão, Melhor Acabamento Edi­t o­r ial e Melhor Acabamento Cartotécnico.


Inovação Tecnológica ou Complexidade Técnica do Processo Produto: Linha de Cartuchos Dove Damage Theraphy Gráfica: Brasilgrafica Indústria e Comércio Cliente: Unilever Brasil

A Brasilgrafica possui corpo técnico, equipamen­ tos e expertise para produzir embalagens di­fe­ren­ cia­das, em vá­rios tipos de substratos, pelo sistema offset. A empresa já vinha rea­li­z an­do testes e de­ senvolvendo impressão sobre substratos di­fe­ren­cia­ dos, como o PP, desde a importação de um equipa­ mento capaz de imprimir e aplicar vernizes nesse e em ou­tros tipos de ma­te­riais. Assim, apro­vei­tou a tecnologia e desenvolveu uma embalagem agregando inovação, transparên­ cia, exposição do produto e di­fe­ren­cia­ção, um con­ junto de atributos que garantiram a pre­mia­ção em Inovação Tecnológica. A gráfica chegou até a en­viar uma equipe técnica à Europa para verificar as prin­ ci­pais novas tec­no­lo­gias em corte-​­vinco e colagem para que fossem aplicadas na embalagem. “Restava um desafio: produzir a peça em escala in­dus­trial a um preço competitivo”, diz Célio Coe­lho de Maga­ lhães, gerente de Mar­ke­ting da empresa. “Utilizamos

tec­no­lo­gias de última geração, da pré-​­impressão ao acabamento da embalagem”, conta. Ele acrescenta que a produção envolveu as ­­áreas de pré-​­impressão, impressão, corte-​­vinco, colagem, expedição e aten­ dimento ao clien­te, seguindo todos os passos de uma impressão normal, porém com mais rigor na aprovação em cada etapa do processo. Dados técnicos Formato: Variado (linha de produtos com quatro tipos de caixas de diferentes formatos) Substrato: Laminado de PP Recursos de acabamento: Verniz UV Impressão: Offset Tiragem: Variada

Melhor Impressão Produto: Livro Água, Alma das Paisagens Gráfica: Ipsis Gráfica e Editora Cliente: Carlos Renato Fernandes – Eco Souvenir

A Ipsis já vem implantando e desenvolvendo pro­ cessos nos últimos anos e, como uma consequência natural, por conta do planejamento an­te­rior, tem acumulado resultados positivos. Fernando Steven Ullmann, diretor da empresa, aponta como di­fe­ ren­cial do trabalho o processo de impressão de­ senvolvido internamente na empresa, o +Color, empregado na reprodução de cores carregadas de densidade. Para ele, o desafio na impressão é che­ gar à au­sên­cia total de erros ou de qualquer va­ria­ ção que possam prejudicar o resultado final. “Não se pode imprimir como se esse tipo de ma­te­rial fosse uma impressão comum”, diz. “Isso vale para todas as etapas do processo”.

Dados técnicos Formato: 271 × 313 mm Substrato: Papéis couché brilho 150 g/m² e couché fosco 170 g/m² Recursos de acabamento: Cola e costura, hot stamping e laminação brilho Impressão: Processo de impressão +Color Tiragem: Não divulgada TECNOLOGIA GRÁFICA

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de. Segundo o diretor Fernando Ullmann, o traba­ lho contou com o suporte de todas as ­­áreas da em­ presa, do co­mer­cial ao acabamento, passando pelo PCP, pré-​­impressão, engenharia do produto e im­ pressão. “O acabamento edi­to­rial, com toda a linha au­to­ma­ti­z a­da, foi o di­fe­ren­cial da peça”, resume. Dados técnicos

Melhor Acabamento Editorial Produto: Livro Maria Martins Gráfica: Ipsis Gráfica e Editora Cliente: Cosac & Naify

Para a Ipsis, empresa com o ­maior número de prê­ mios no Fernando Pini 2010, o acabamento exige cui­da­dos es­pe­ciais, desde a produção do protótipo, sem pular nenhuma etapa do controle da qualida­

Conformidade com a Norma ABNT NBR NM ISO 12.647-2 Produto: Revista Shape nº‒ 12 Gráfica: Log & Print Gráfica e Logística Cliente: Editora Alto Astral

A revista Shape, pre­mia­da em 2010, desde o seu pri­mei­ro número é impressa de acordo com a Nor­ ma NBR ISO 12.647-2, cujo processo de implanta­ ção na Log & Print começou em 2008. “Os de­sa­ fios na produção são constantes e diá­rios, devido ao controle do processo e para manter os parâ­ metros estipulados”, diz Alan Wigmir Alves, geren­ te técnico e de desenvolvimento de novos produ­ tos. Ele conta que a implantação da ISO 12.647-2 foi trabalhosa, com ajustes de con­cei­to, mui­to es­ tudo, cons­cien­ti­z a­ç ão dos pro­f is­sio­nais envolvi­ dos e discussões internas e externas. Por exemplo, a equalização das tintas deu origem à escala ISO 16 TECNOLOGIA GRÁFICA

Formato: 235 × 280 mm Substratos: Kit – Estojo com dois livros brochura, revestido em Frankonia (tecido especial para revestimento) e impresso em serigrafia. Livros: couché GardaPat Kiara 150 g/m², Color Plus 180 g/m², cartão Supremo 350 g/m², Pólen 90 g/m² Recursos de acabamento: Cola e costura Impressão: Offset com tecnologia FullBlack Tiragem: Não divulgada

Bio Reverse da Pre­mia­ta Tintas e à linha 12647 da Sellerink. Além disso, alguns dos ajustes de gran­ des fabricantes mun­diais de tinta para impressão rotativa, como a SunChemical e a Flint Ink, foram rea­li­z a­dos através de re­la­tó­rios técnicos emitidos para atender à demanda da Log & Print. Na produção da peça pre­mia­da, a empresa apro­ vei­tou a sua expertise e utilizou um pacote tecnoló­ gico que in­cluiu Tecnologia GMG, ProofCon­trol (sis­ tema para controle de provas), PrintControl (sistema de controle de impressão), RapidCheck (sistema de checagem rápida de impressão), ColorServer (servi­ dor de cores para separação de arquivos) e Eye One (espectrofotômetro com tecnologia X-​­Rite). Alan Alves também considera relevante a exigên­ cia do clien­te com a fidelidade de cores em relação à prova de contrato. “Na impressão de cada edição, contamos com a presença do produtor gráfico da Editora Alto Astral, Ronald S. dos Santos, que rea­li­za as aprovações com mui­ta facilidade”, conta. Dados técnicos Formato: 202 × 266 mm Substrato: Couché 150 g/m² (capa) e couché 79 g/m² (miolo) Recursos de acabamento: Hot stamping, lombada quadrada e hot melt Impressão: Offset plana (capa) e offset rotativa (miolo) Tiragem: Não divulgada


Melhor Acabamento Cartotécnico Produto: Caixa Personalizada P+E Gráfica: P+E Galeria Digital Cliente: P+E Galeria Digital

O di­fe­ren­cial na cai­xa da P+E foi a cria­ção, fei­ta pelo sócio da empresa e responsável pelo acabamento, Eduar­do Barbosa Lopes, que elaborou toda a mecâ­ nica da peça, destacando as duas plataformas (uma para cartão de visitas e uma para bloco de notas) que se levantam ao abrir a cai­xa. Segundo o diretor da empresa, Edson Ferraz, mui­tos processos de acabamento es­pe­ciais são exe­ cutados offline e, por consequência, são de difícil au­ to­ma­ção. “Nesse caso, em específico, a cai­xa da P+E dependeu de mão de obra ex­pe­rien­te, acabamen­ to di­fe­ren­cia­do e exigiu técnicas e soluções mui­to cria­ti­vas de nossos pro­f is­sio­nais”, explica, lembran­ do que o trabalho envolveu os departamentos de pré-​­impressão, impressão e acabamento. Na ava­ lia­ção do diretor, o ­maior desafio foi ­criar o sistema para levantar as duas plataformas. “Testamos inú­ meros ma­te­riais com resistência su­f i­cien­te para er­ guer as plataformas com os cartões e blocos e que, ao mesmo tempo, não fossem mui­to fortes, pois o fechamento da cai­xa se dá através de ímãs”. Após a aprovação do protótipo, foi a vez da cria­ção do la­yout. “Por se tratar de uma peça pro­ mo­cio­nal da empresa, precisávamos de algo que

chamasse a atenção e que identificasse nossa mar­ ca, mas que ao mesmo tempo destacasse a impor­ tância de nossos clien­tes. Então, cria­mos um dado va­riá­vel na parte interna da tampa com o nome personalizado”, conta Edson Ferraz. Tanto cui­da­do con­tri­buiu para a empresa con­ quistar, pela pri­mei­ra vez, o Prêmio Fernando Pini. A gráfica conquistou também o troféu na catego­ ria Embalagens Sa­zo­nais. Dados técnicos Formato: Aberto – 34 × 28 cm Substrato: Couché fosco 150 g/m², offset 90 g/m², Color Plus 240 g/m² e papelão Recursos de acabamento: Laminação, corte e vinco, empastamento, relevo e montagem Impressão: 100% digital, HP Indigo Tiragem: 600 peças

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Conformidade com a Norma ABNT NBR NM ISO 12.647-7 – Provas Digitais Produto: Teste ABTG Gráfica: Stilgraf Artes Gráficas e Editora Cliente: ABTG

A Stilgraf investe pesado em tecnologia de ponta e na padronização de seus processos em confor­ midade com as normas in­ter­na­cio­nais. Essa filo­ sofia nor­teou o processo de adaptação da em­ presa à Norma NBR ISO 12.647-7, rea­li­z a­do desde o final de 2008. Para o coor­de­na­dor de Tecnolo­ gia Gráfica da empresa, Dua­ne Gomes, o grande desafio, quando se trata de executar um trabalho de forma precisa, como o Teste ABTG , é apro­vei­

tar todo po­ten­cial do sistema, alian­do ex­pe­riên­cia e conhecimento técnico para ir além do con­ven­ cio­nal, do procedimento padrão que está no ma­ nual, interagindo com o sistema e buscando novas possibilidades, para alcançar o melhor resultado. “Nosso di­fe­ren­cial inclui, além de tecnologia de ponta, a utilização de insumos de alta qualidade, alia­dos ao trabalho de pro­f is­sio­nais es­pe­cia­li­z a­dos que conseguem ex­trair o máximo de cada siste­ ma”. Dentro dessas premissas, a Stilgraf rea­li­zou o trabalho que envolveu as ­­áreas de pré-​­impressão e tecnologia gráfica da empresa. No Teste ABTG , a empresa utilizou um pacote tecnológico que in­cluiu, dentre ou­tros recursos, si­ mulação do Dataset Fogra 39L, soft­ware GMG Co­ lorP­roof 5 e espectrofotômetro Eye One Pro + iO. Dados técnicos Formato: Formato preestabelecido pelo regulamento do concurso Substrato: Papel Povareskim semigloss 220 g/m² Recursos de acabamento: Nenhum Impressão: Impressora Epson Stylus Pro 9900, simulação do Dataset Fogra 39L (impressão offset, papel couché), soft­ware GMG ColorProof 5, espectrofotômetro Eye One Pro + iO. Tiragem: Não se aplica

Ipsis FOI a mais premiada

Mais de duas mil pes­soas pres­ti­gia­ram a festa de entrega do 20-º Prêmio Bra­si­lei­ro de Excelência Gráfica Fernando Pini, rea­li­za­da em 23 de novembro de 2010 no Expo Barra Funda, em São Pau­lo. O prêmio reconheceu o trabalho de 37 gráficas, que tiveram seus produtos pre­mia­dos em 63 ca­te­go­rias. O destaque foi a pau­lis­ta Ipsis, com oito prê­ mios, à frente da pernambucana Facform, que ficou com

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cinco tro­féus. Além de seis pre­mia­ções nas ca­te­go­rias regulares, a Ipsis conquistou dois dos três prê­mios de Atributos Técnicos do Processo, o Grand Prix. Foram também pre­mia­ dos 12 fornecedores em 14 ca­te­go­rias, ficando HP e Suzano com dois tro­féus cada uma. Receberam um troféu as empresas Colacril, Day Brasil, Fibria, Fujifilm (Antalis), Goss, Heidelberg, Kodak, Müller Martini, Overlake e Sun Chemical.


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Prepare-se para a 15ª edição do CONGRAF (Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica) um consagrado evento, que acontece a cada 3 anos e traz o que há de mais moderno no setor. O Congresso contará com a presença de palestrantes nacionais e internacionais que tratarão desde assuntos técnicos à gerenciais, além de uma exposição de fornecedores com grandes novidades do setor gráfico. O CONGRAF será realizado em Foz do Iguaçu, que é o 2º destino mais procurado por turistas no Brasil e está localizado no estado do Paraná. A cidade tem diversos atrativos como as famosas cataratas e a tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina.

Venha para a fronteira do conhecimento. O sucesso da sua empresa passa por aqui.

Agende esta data e participe: 8 a 11 de outubro de 2011.

Realização:

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www.congraf.org.br


PRODUÇÃO GRÁFICA

Edição colaborativa com Ana Cristina Pedrozo Oliveira

InCopy InCopy InCopy InCopy

G

eração do texto, provas, revisão, dia­ gra­ma­ç ão, provas, revisão, alterações, mais provas, mais revisão… O proces­ so de confecção de ma­te­riais edi­to­riais demanda idas e vindas entre os departamentos edi­to­rial e de arte, sempre por meio de vá­rias pro­ vas, gerando uma montanha de folhas nas mesas de editores e dia­gra­ma­do­res. Ex­cluin­do as solici­ tações de alterações ba­sea­das no projeto gráfico, a ­maior parte das mudanças está re­la­cio­na­da com o texto (erros de digitação, ortografia, con­cei­to e con­teú­do) e são repassadas aos dia­gra­ma­do­res das mais va­ria­das formas, cau­s an­do erros con­tí­nuos dentro do processo. Uma solução interessante para essa produção é a edição colaborativa, na qual vá­rios envolvidos na produção de ma­te­riais edi­to­riais e pro­mo­cio­nais podem interagir si­mul­ta­nea­men­te com os con­teú­ dos. Além do au­men­to da produtividade e o con­ trole de produção, o processo, bastante efi­cien­te, vem ao encontro dos prazos cada vez mais curtos na produção de livros, revistas e ou­tros pe­rió­di­cos, além de ma­te­riais pu­bli­ci­tá­rios como anún­cios. O sistema pode fun­cio­nar de vá­rias ma­nei­ras, dependendo do tamanho das equipes que ­atuam

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na edição. É necessário que todos os colabora­ dores envolvidos tenham um nível técnico mí­ nimo para que possam otimizar as ferramentas de au­to­ma­ção dis­po­ní­veis nos aplicativos. Deve­ rá existir um gestor do processo, que irá vis­to­riar a produção em sua totalidade, editores que libe­ ram os textos para dia­gra­ma­ção e operadores que, de­pois das páginas devidamente montadas, irão disponibilizar o arquivo para a edição. O dia­g ra­ma­dor pode disponibilizar o arquivo in­tei­ro ou partes deste para os editores e revisores, que podem fazer as alterações no texto enquanto ele continua trabalhando no arquivo. Vá­rios edito­ res têm a possibilidade de trabalhar ao mesmo tem­ po no arquivo, dentro de uma mesma estrutura ou de forma remota. Os aplicativos ne­ces­sá­rios para a utilização desse procedimento, di­re­cio­na­dos a pequenas e mé­dias equipes de trabalho, são o InDesign, soft­ware de dia­gra­ma­ção de grande parte dos sistemas de pu­ blicações edi­to­riais, e o InCopy, programa que pos­ sibilita a edição colaborativa, ambos desenvolvidos pela Adobe. A dia­gra­ma­ção é fei­ta no In­Design, uti­ lizando todas as ferramentas dis­po­ní­veis para esse fim. O dia­gra­ma­dor possui comandos que permi­ tem disponibilizar os frames que podem ser aber­ tos no In­Copy pelo editor, permitindo fazer as al­ terações ne­ces­sá­rias diretamente no arquivo. Após a conclusão das correções, os frames serão atua­ li­z a­dos no arquivo dia­gra­ma­do e assim por dian­ te, quanta vezes forem ne­ces­s á­r ias. O processo de disponibilidade dos frames é atri­buí­do por um sistema de Check-in e Check-​­out de cada uma das partes envolvidas na produção. Mais do que o uso dos aplicativos, para que tudo fun­cio­ne com per­fei­ção é necessária a mon­ tagem de um fluxo de trabalho que preveja a cola­ boração, assim como o desenvolvimento de regras, quebra de paradigmas e procedimentos de traba­ lho para as equipes envolvidas, evitando erros de produção e retrabalho.


Os colaboradores que estão envolvidos com o projeto devem ser cadastrados como usuá­rios para que possam ser identificados dentro do processo. Cada um deverá ter uma cor específica, o que facilita a vi­sua­li­za­ção de quem rea­li­zou a alteração. A comunicação entre o editor e o dia­gra­ma­dor é ge­ren­cia­da pela paleta Assignments, que mostra os frames dis­po­ní­veis para edição com os respecti­ vos ícones. As opção de Check-in e Check-​­out para liberação e retenção de con­teú­do estão dis­po­ní­veis no menu con­tex­tual da paleta. A interface do InCopy é parecida com a do In­ Design, o que dificulta um pou­co a adaptação de usuá­rios de processadores de texto, como os edi­ tores e revisores. Porém, como o programa pro­ porciona vá­rias formas de vi­sua­li­z a­ção do arquivo, é possível escolher a mais adequada. A vi­sua­li­z a­ção de La­yout mostra o arquivo exa­ tamente como dia­gra­ma­do no InDesign. Em cada frame é possível verificar ­quais estão atri­buí­dos para edição, por meio de um ícone que pode ser visto na parte su­pe­rior esquerda. Uma vi­sua­li­z a­ção mais confortável para quem está acostumado com interfaces que mostram ape­ nas o texto é o modo Story. Essa tela disponibiliza o texto com a indicação dos estilos utilizados. Ain­ da é possível utilizar o modo Galley, que mostra so­ mente os textos, mas com a separação das linhas que estão no frame dia­gra­ma­do. A troca de vi­sua­ li­z a­ção pode ser rea­li­z a­da a qualquer momento e não altera a dia­gra­ma­ção. Alguns cui­da­dos devem ser observados quan­ do se utiliza o InDesign e o InCopy nas edições colaborativas: ◆◆As cai­x as não podem ser alteradas no InCopy; só é permitida a edição de con­teú­do. ◆◆Quan­d o se cria um arquivo pelo InCopy, ele só poderá ser editado no InDesign quando inserido como um documento de texto. As imagens serão incorporadas e os estilos carregados, mas a dia­ gra­ma­ção deverá ser con­fec­cio­na­da no InDesign. ◆◆Quan­d o uma imagem está ancorada no texto dia­gra­ma­do no InDesign, aparecerá no InCopy o ícone que representa um objeto ancorado, den­ tro do texto, que poderá ser apagado por engano no momento da edição, necessitando uma aten­ ção cuidadosa do editor caso o texto precise ser apagado e a imagem não. ◆◆As fontes para se trabalhar no InCopy e no In­ Design devem ser OpenType, porque é comum que o InDesign esteja no Macintosh e o InCopy no PC . Dessa forma, se hou­ver conflitos com as fontes, o texto irá recorrer, cau­san­do problemas de dia­gra­ma­ção.

Por uma questão de desempenho e de gestão de processos, equipes maio­res, com um grande nú­ mero de colaboradores e que lidam com ma­te­riais complexos, devem usar soluções integradas ao In­ Design e InCopy, tais como o K4 (­Vjoon), Enterprise (Wood­wing) ou Censhare (Censhare). Ana Cristina Pedrozo Oliveira é produtora gráfica da Fábrica de Ideias Comunicações e ministra treinamentos em instituições como Senai, ABTG, Dabra, Bytes & Types e GraphWork, além de prestar consultoria em empresas por todo o Brasil. TECNOLOGIA GRÁFICA

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NORMALIZAÇÃO

A nova parte da norma ISO 19005 ou, simplesmente,

Bruno Mortara

O

PDF/A-2

PDF/A , também conhecido como ISO 19005-1, foi o pri­mei­ro padrão ISO que

XMP Spe­ci­f i­ca­tion em conjunto com a norma ISO 19005-1 para ­criar tais aplicações. Com isso, o for­

aborda a crescente necessidade de manter as informações armazenadas em documentos eletrônicos por longos pe­río­dos de tempo. O PDF/A é um derivado da especifica­ ção da indústria, o PDF, com restrições e algumas pequenas adições que tornam um PDF con­f iá­vel e adequado para armazenamento e lei­tu­ra por lon­ gos pe­río­dos de tempo. O padrão PDF/A , publica­ do ini­cial­men­te em 2005, não trata de detalhes de implementação de acervos di­gi­tais, mas somente do formato dos arquivos do acervo. Portanto, o padrão não regulamenta: ◆◆Processos para gerar os arquivos PDF/A ◆◆Detalhes sobre como reproduzir os arquivos PDF/A ◆◆Métodos para armazenar arquivos PDF/A ◆◆De­p en­dên­cias de hard­ware e soft­ware Uma das preo­cu­pa­ções sentidas no mercado, no início de sua implantação, foi em relação aos di­ rei­tos de pro­prie­da­de in­te­lec­tual da Adobe sobre o formato PDF. Para so­lu­cio­nar problemas de di­rei­ tos au­to­rais, a empresa doou a licença, livre de ro­ yal­ties, e algumas de suas patentes para o uso, a fim de que os usuá­rios da norma pudessem ­criar apli­ cações que lessem, escrevessem ou processassem arquivos PDF/A livremente. Qualquer pessoa, em­ presa ou o governo pode usar o PDF Reference e o

mato fica totalmente desconectado de sua empre­ sa cria­do­ra. Além disso, em 2008, a ISO publicou a norma ISO 32000 , que é a especificação de PDF to­ talmente transferida pela Adobe para a ISO. Desse momento em dian­te, a ISO (e seus paí­ses-​­membros) é a responsável pelo presente e pelo futuro do PDF, dando origem a todas as normas derivadas dele: PDF/A , PDF/E , PDF/X e PDF/UA . Aplicações do PDF/A

Além de bi­blio­te­cas, mu­seus, universidades e go­ vernos, as empresas também estão se interessan­ do pelos arquivos no formato PDF/A , uma vez que ele garante o acesso aos arquivos independente­ mente de plataforma, sistema ope­ra­cio­nal ou mí­ dia. É importante observar que esses problemas, sob responsabilidade do pes­soal de tecnologia da informação (TI), não dizem res­pei­to ao formato e sua norma correlata. No Brasil há uma diretiva da Presidência da República, conhecida como e-​­Ping ou Governo Eletrônico, que estabelece as políticas de informatização do Estado e sua relação entre os poderes e a so­cie­da­de civil. A partir do e-​­Ping 2.0, o PDF/A aparece como formato recomendado para documentos em fase final de vida, que não deverão sofrer modificações. Nos Estados Unidos, sem contar as inúmeras bi­ blio­te­cas e ins­ti­tui­ções go­ver­na­men­tais e privadas (notadamente a Bi­blio­te­ca do Congresso, com seu peso de formadora de opi­nião), o PDF/A também chegou aos tri­bu­nais. Uma norma exigindo que as súmulas sejam entregues neste formato está pres­ tes a ser implementada nos tri­bu­nais fe­de­rais da­ quele país. Embora ain­da não seja necessário, é reco­ mendado que as partes interessadas usem o PDF/A ao arquivar documentos através dos sistemas Case Management e Case Files (CM/ECF). O formato PDF/A-2

Trecho do e-​­Ping, no qual o PDF/A ocupa posição preferencial como formato de arquivo para armazenamento de longo prazo.

22 TECNOLOGIA GRÁFICA

Em novembro de 2010, o comitê responsável da ISO se reu­niu em Ottawa, no Canadá, e ratificou a


parte 2 da norma ISO 19005 (PDF/A-2). As diferen­ ças entre as partes 1 e 2 podem ser resumidas da seguinte ma­nei­ra: 1) ISO 32000. Enquanto o PDF/A-1 é ba­s ea­do na versão 1.4 do PDF, o PDF/A-2 tira pro­vei­to de recur­ sos que só ficaram dis­po­ní­veis em versões pos­te­rio­ res, até a versão 1.7. O PDF/A-2 já não é ba­sea­do em uma especificação publicada pela Adobe, mas sim na norma in­ter­na­cio­nal ISO 32000-1: 2008. 2) Uso de trans­pa­rên­cias. O PDF/A-1 proi­bia trans­ pa­rên­cias devido à imaturidade dessa tecnolo­ gia quando a norma foi escrita. Já no PDF/A-2 seu uso é permitido, sem comprometer a capacidade de arquivamento. 3) Fontes OpenType. No quesito fontes há a no­ vidade do suporte ao formato de fontes Open­ Type, que corresponde à norma ISO/IEC 14496-22 . A norma PDF/A-2 permite que essas fontes sejam incorporadas diretamente, sem precisar convertê-​ ­las pre­via­men­te em fontes tipo Post­Script Type 1 ou TrueTy­pe. 4) Suporte a JPEG2000. O suporte ao JPEG2000 , compressão avançada de imagens, é es­pe­cial­men­ te útil para documentos digitalizados. Este se ba­seia

na capacidade que a norma ISO 32000-1:2008 tem de acei­tar objetos raster tipo JPEG2000 em seu in­te­rior e, portanto, também fun­cio­na no PDF/A-2. 5) Suporte a port­fó­lios. Port­fó­lios são coleções de arquivos em um único PDF, normalmente fei­tas pelo Acrobat. Os elementos internos dessa coleção podem ser arquivos PDF, de imagem, do MS Office, filmes ou flash. O sistema de coleção permite que um único PDF seja utilizado como portfólio, au­xi­ lian­do na navegação em um conjunto de arquivos, even­tual­men­te com assinatura digital. 6) Suporte a Op­tio­nal Content. A norma PDF/A-2 suporta con­teú­do op­cio­nal (ou camada). O con­ teú­do op­cio­nal pro­por­cio­na um método de agru­ pamento de con­teú­dos para exibição e impressão, de utilidade para desenhos técnicos e documen­ tos in­ter­na­cio­nais ou pedagógicos. Seu uso, já cor­ rente no mercado, acontece em embalagens de produtos dis­tri­buí­dos globalmente. 7) Novo nível de conformidade: PDF/A-2u. A le­ tra U significa Unicode. Um novo nível de confor­ midade PDF/A-2u é uma versão enxuta do nível de conformidade A. O PDF/A-2u oferece as vantagens do Unicode quanto à pesquisa e cópia de textos

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Tabela do e-​­Ping 4.0, na qual o PDF/A é recomendado.

sem os requisitos de estrutura lógica do nível de conformidade A. 8) Suporte a anotações. No PDF/A-2 o suporte para anotações foi revisado. Alguns tipos de anotação ain­ da estão proi­bi­dos, enquanto ou­tros (por exemplo, anotações de edição de texto) são permitidos. 9) Assinatura digital PadES. O PDF/A permite assi­ naturas eletrônicas de modo a facilitar a au­ten­ti­ca­ ção dos documentos. A norma garante a interope­ rabilidade, in­cluin­do provisões para a norma ETSI/ PadES (PDF advanced electronic signatures), sob a especificação técnica TS 102778. A nova parte da norma 19005 não substitui o PDF/A-1 nem o torna obsoleto. Ela permite novas fun­cio­na­li­da­des ao formato. Quem já o adota tem de saber que a segunda parte da norma não é uma evolução, e sim uma ma­nei­ra de prover facilidades para que documentos específicos a certos segmen­ tos do mercado sejam arquivados com sucesso por longos pe­río­dos de tempo. Não há nenhuma ne­ cessidade de se converter ou atua­li­z ar arquivos ou acervos que já existam em PDF/A-1 para PDF/A-2 . 24 TECNOLOGIA GRÁFICA

É importante observar que todo arquivo PDF/A-1 é um arquivo PDF/A-2 válido. O PDF/A e a indústria gráfica

Uma vez que se observa globalmente um consenso em elevar a categorização da indústria gráfica tra­ di­cio­nal de uma indústria que adi­cio­na códigos ou marcas em substratos físicos para uma indústria de comunicação na qual os substratos podem ser físi­ cos ou eletrônicos, fica claro que todo acervo digi­ tal de documentos interessa. Em um acervo, os do­ cumentos são depositados, catalogados, indexados e, even­tual­men­te, procurados e impressos. Essa li­ gação com um formato de acervo mui­to similar ao PDF/X (da indústria gráfica) é uma ma­nei­ra de prover novos serviços e estar sempre pronto para fornecer a boa e velha impressão sobre substrato. Bruno Mortara é superintendente do ONS27,

coordenador da Comissão de Estudo de Pré‑Impressão e Impressão Eletrônica e professor de pós-​­graduação na Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica.


2º Prêmio ABIGRAF de Responsabilidade Socioambiental

As inscrições começaram e junto com elas o reconhecimento de quem faz um mundo melhor. As inscrições para o prêmio socioambiental já estão abertas. Inscreva-se. Para estimular, cada vez mais, as práticas conscientes para o meio ambiente e a sociedade, a ABIGRAF está realizando a 2º edição do Prêmio Socioambiental. Em 2009 o prêmio foi um sucesso com a participação de gráficas de diversas regiões do país. Não perca as datas em 2011 e mostre seu “case” para o mercado.

INSCRIÇÕES ABERTAS CATEGORIAS

INSCRIÇÕES

O Prêmio ABIGRAF DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL tem duas categorias:

De 17 de janeiro a 18 de abril de 2011

A – Responsabilidade Social B – Responsabilidade Ambiental PREMIAÇÃO As gráficas vencedoras nas duas categorias receberão os seguintes troféus: A – Responsabilidade Social – “Troféu Abigraf de Responsabilidade Social Hasso Weiszflog” B – Responsabilidade Ambiental – “Troféu de Responsabilidade Ambiental Orlando Villas Bôas”

JULGAMENTO De 25 de abril a 27 de maio de 2011 CERIMÔNIA DE ENTREGA Dia 07 de junho de 2011 REGULAMENTO E FICHA DE INSCRIÇÃO Estão à disposição no site www.premiosocioambiental.org.br


SERIGRAFIA

Vivian de Oliveira Preto

Adaptação de materiais para crianças cegas através da serigrafia

A

literatura tem discutido o papel das artes gráficas como instrumen­ to me­dia­dor para aquisição de con­ cei­tos e evolução cognitiva das pes­ soas. Porém, existe um grupo de in­di­ví­duos que não tem acesso fácil a toda uma gama de ma­te­riais impressos, como os de­f i­cien­ tes vi­suais, que encontram enormes dificuldades de encontrar no mercado impressos adaptados a suas necessidades. Hoje, a produção de ma­te­rial em brail­le no Brasil se restringe a ONGs que prestam serviços à comu­ nidade e ao Estado. A demanda é mui­to grande, e, mui­tas vezes, os alunos, os professores e os pais fi­ cam sem alternativas viá­veis para adquirir impressos adaptados para que crian­ças com de­f i­ciên­cia vi­sual consigam acompanhar as atividades escolares. Há mui­tos pesquisadores no Brasil buscando alternativas para tornar o ensino mais acessível ao aluno cego. Vale destacar a pesquisa de José Oscar Fontanini Carvalho, que estudou formas de adaptar o ensino su­pe­rior a distância para pes­soas cegas, e o BR Brail­le, cria­do por Cláu­dia Maria Cai­xe­ta Bezer­ ra em sua tese de dou­to­ra­do, que procura adaptar caracteres alfanuméricos para o português.

26 TECNOLOGIA GRÁFICA

Esses estudos, que tentaram via­bi­li­zar a inclusão do de­f i­cien­te vi­sual na so­cie­da­de, foram alternati­ vas elaboradas para que professores e pais pudes­ sem preparar ma­te­riais adaptados com a ajuda de pro­f is­sio­nais, levando em consideração os cri­té­rios es­sen­ciais para a efi­ciên­cia e a fun­cio­na­li­da­de do re­ curso. Tais cri­té­rios se re­fe­riam principalmente ao desenvolvimento da percepção tátil e à relevância inerente à adaptação e adequação dos objetos. A adequação e adaptação de ma­te­riais impressos pode se tornar um nicho de mercado para designers e gráficas. Geralmente, essas adaptações são fei­tas por pro­f is­sio­nais da área de educação e saú­de, que, com mui­ta imaginação e pou­cos recursos, tentam preen­cher essa necessidade. Se nós, gráficos, traba­ lhássemos em conjunto com essas pes­soas, te­ría­mos grandes chances de assegurar aos cegos oportuni­ dades de aprendizado mais significativas. O design gráfico e a indústria gráfica podem trazer mui­tas soluções inovadoras para esse públi­ co. Este artigo discorrerá sobre testes de impressão em serigrafia fei­tos para uma pesquisa de mestra­ do que teve como objetivo adaptar graficamente obras de literatura infantil para alunos portadores de de­f i­ciên­cia vi­sual.


Serigrafia

Para a pesquisa de mestrado foram se­le­cio­na­dos três livros infantis a serem adaptados para as crian­ ças cegas. A ­ideia era que o livro pudesse ser lido tanto por crian­ças cegas quanto pelas que enxer­ gam, já que os de­f i­cien­tes vi­suais estão inseridos no ensino público. Como a tiragem era pequena, op­ tou-se pelo processo de impressão digital para as informações em tinta. Para a impressão dos dados em brail­le e das ilustrações em alto-​­relevo, foram pesquisados sistemas de impressão que obtivessem impressos com as seguintes características: ◆◆Impressão em alto-​­relevo ◆◆Possibilidade de aplicação de texturas di­fe­ren­cia­ das nas ilustrações ◆◆Via­bi­li­da­de técnica. O preço unitário do proces­ so não pode ultrapassar o custo unitário do livro adaptado com as técnicas vigentes no mercado. Existem diversos tipos de processos de impres­ são dentro da área gráfica; contudo, o único que poderia atender aos cri­té­rios acima identificados é a serigrafia. Segundo Lorenzo Baer, esse processo produtivo possibilita a impressão em uma grande va­rie­da­de de substratos devido à flexibilidade de suas matrizes e insumos. Esse processo de impressão também é utiliza­ do na indústria de ele­troe­le­trô­ni­cos (impressão de placas de computador), na indústria au­to­mo­bi­lís­ti­ ca (impressão dos pai­néis dos carros), na indústria de cerâmica (reprodução de azulejos), na indústria alimentícia (bolachas com desenhos) e na indústria têxtil (impressão de bonés, camisetas etc). Na impressão de camisetas existe uma grande va­rie­da­de de tintas e vernizes es­pe­ciais. Uma das mais utilizadas é a tinta PUF, que, através do calor, tende a adquirir alto-​­relevo. A serigrafia já foi utilizada para a impressão de mapas tá­teis. Lu­cia­na Cristina de Al­mei­da pesqui­ sou a res­pei­to do uso de tinta PUF com aquecimen­ to térmico como alternativa para a adaptação de mapas utilizados nas au­las de geo­gra­f ia. Testes de impressão do livro

Após o fechamento do arquivo do livro foram gera­ dos fotolitos para a impressão dos dados em brail­le e em alto-​­relevo na serigrafia. Entrou-se em conta­ to com o fabricante da tinta PUF para que ele infor­ masse se havia pesquisas sobre a impressão desse tipo de tinta em pa­péis, ou se ele conhecia algum

Sinais em Braille

Acentuação e pontuação

Teclas de atalho

á

( shift + 9 )

ú

( shift + 0 )

õ

( shift + [ )

à

( shift + 4 )

é

(+)

ê

( shift + < )

ã

( shift + > )

ô

( shift + ? )

í

(?)

â

( shift + 8 )

ó

( shift + + )

sinal de letra maiúscula

(>)

sinal para número

( shift + 3 )

vírgula

( shift + ' )

vírgula

( shift + ’ )

ç

( shift + 7 )

ponto final

(,)

interrogação

(5)

aspas

(8)

dois pontos

(3)

dois pontos

(6)

Tabela de teclas de atalho para sinais especiais em braille.

clien­te que tivesse realizado esse teste. O fabrican­ te não conhecia nenhuma pesquisa ou gráfica que tivesse fei­to esse tipo de trabalho em alta escala e sugeriu que se desenvolvesse um teste em três tipos de telas serigráficas: 77 fios, 44 fios e 34 fios. Os testes foram rea­li­z a­dos com as três telas: a de 77 fios passou pou­ca tinta para o papel e o re­ levo não alcançou uma altura acei­tá­vel; a de 34 fios passou mui­ta tinta para o papel e os pontos perde­ ram definição; a de 44 fios apresentou vi­sual­men­te o melhor resultado e foi escolhida para o projeto. Quan­to menor a quantidade de fios na tela, ­maior é a quantidade de tinta que ela passa para o papel. No caso do livro era necessária uma grande quan­ tidade de tinta para conseguir o relevo e, ao mes­ mo tempo, uma boa definição do ponto em brail­le, para não confundir o aluno. A tinta foi impressa nos pa­péis cou­ché 120 g, offset reciclado 120 g, offset 120 g, papel para impressão digital revestido 120 g e cartão 220 g. As tintas não ancoraram nos pa­péis cou­ché e papel digital revestido, mas apresentaram TECNOLOGIA GRÁFICA

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bons resultados no reciclado, offset e cartão. Para uma ­maior economia na produção do livro, foi se­le­cio­na­do o papel offset 120 g. Após os testes com os pa­péis, foram fei­tas im­ pressões em brail­le com a tinta PUF por cima da im­ pressão digital, pois o in­tui­to era que o livro fosse lido tanto por crian­ças cegas quanto pelas que en­ xergam. De­pois da impressão, a tinta PUF foi seca­ da com um soprador térmico para que surgisse o relevo. Durante a secagem, o resultado não foi po­ sitivo. A impressão digital fechou os poros dos pa­ péis, fazendo com que a tinta não ancorasse sobre a superfície impressa. Durante o aquecimento, os pontos em brail­le não resistiram e se espalharam com o vento do secador. Foi necessário refazer o la­yout do livro de modo que a impressão em PUF não ficasse sobre a impressão digital. Foram fei­tos testes de altura do ponto e das imagens adaptadas: ◆◆Página 1 – três passadas de tinta PUF ◆◆Página 2 – quatro passadas de tinta PUF ◆◆Página 3 – cinco passadas de tinta PUF ◆◆Página 4 – seis passadas de tinta PUF Após impressos os testes, levou-se todo o ma­ te­rial para uma es­pe­cia­lis­ta em de­f i­ciên­cia vi­sual e para uma crian­ça participante da pesquisa. O ob­ jetivo era a conferência do texto em brail­le e da le­ gibilidade das figuras. A es­p e­cia­lis­t a apontou os seguintes problemas: ◆◆Os textos não continham acentos ◆◆Os pontos de interrogação e exclamação esta­ vam errados ◆◆Havia alguns erros de digitação ◆◆As páginas precisavam ser numeradas para faci­ litar a lei­tu­ra ◆◆A melhor altura de ponto era da página 4, com seis passadas de tinta PUF ◆◆O ponto estava mui­to pequeno e poderia dificul­ tar a lei­tu­ra para algumas pes­soas O problema de acen­tua­ção ocorreu porque as fontes em brail­le da internet foram desenvolvidas por pes­soas fluen­tes na língua inglesa, na qual não há dia­crí­ti­cos, como acentos, cedilha e til. Quan­do o texto em português foi transformado para brail­ le, a fonte trocou essas informações pelo ponto três da cela brail­le. Todos os arquivos foram dia­gra­ma­dos na pla­ taforma Macintosh. Esse tipo de computador tem o sistema ope­ra­cio­nal em inglês, que exige, para 28 TECNOLOGIA GRÁFICA

se fazer a acen­tua­ção de qualquer texto em por­ tuguês, o uso de teclas de atalho. Foi empregado, então, esse ra­cio­cí­nio para encontrar os si­nais de acen­tua­ção do brail­le e foram testadas diversas op­ ções de teclas de atalho para a obtenção dos si­nais que estavam faltando em português. Elaborou-se a tabela da página anterior para a conversão de teclas de atalho em si­nais es­pe­ciais da fonte em brail­le. Todo texto em português foi convertido nova­ mente para o brail­le. A cada acento, cedilha e sinal de pon­tua­ção foi necessária a utilização de teclas de atalho. Após a correção ortográfica, inseriramse os números no canto su­pe­rior di­rei­to de cada página, conforme orien­ta­ção da es­pe­cia­lis­ta. Alguns au­to­res, a exemplo de Ruth Tei­xei­ra, afir­ mam que o tamanho do ponto em brail­le pode va­ riar de 0,2 cm a 1,2 cm de diâ­me­tro. Se ultrapassar este limite, o ponto pode ser confundido com uma área ou figura. Outros es­tu­dio­sos, como Margaret Harris e O’Connor L. Barlow, citaram que o tama­ nho da cela brail­le deve ser igual ao da unidade perceptiva dos dedos. Com essas informações em mente, se­le­cio­nouse todo o texto em brail­le no soft­ware InDesign e a fonte que antes tinha tamanho de 20 pontos foi au­men­ta­da para 24 pontos. A pesquisadora rea­li­ zou uma impressão digital e colocou a folha impres­ sa contra o vidro, apoian­do seu próprio dedo em cima da cela brail­le, procedimento repetido por ou­ tros cinco vo­lun­tá­rios. A cela ain­da estava pequena. Para contornar a si­tua­ção, utilizou-se um contorno de 0,5 ponto. Foi fei­ta mais uma impressão e mais um teste com a pesquisadora e os vo­lun­tá­rios, atra­ vés do vidro. A cela estava no tamanho ­ideal para a unidade perceptiva dos dedos. O livro corrigido foi impresso em equipamento digital e levado à es­pe­cia­lis­ta para uma nova corre­ ção. Dessa vez, Ruth Teixeira considerou que a or­ tografia estava correta. A partir daí foram impres­ sos mais alguns testes do brail­le com as correções de tamanho dos pontos: ◆◆Página 1 — três passadas de tinta PUF ◆◆Página 2 – quatro passadas de tinta PUF ◆◆Página 3 — cinco passadas de tinta PUF ◆◆Página 4 – seis passadas de tinta PUF Tanto a es­pe­cia­lis­ta quanto a crian­ça escolhe­ ram o teste da página com três passadas de tinta como o i­deal para a adaptação do livro.


O desafio de novas soluções

O brail­le no Brasil é reproduzido através de fluxos de trabalho complexos e caros. As máquinas para produção em alta escala não permitem a impres­ são de ou­tros tipos de ma­te­riais que não seja em brail­le. Dessa forma, gráficas co­mer­ciais ficam fora desse nicho de mercado, limitando a reprodução e difusão de ma­te­riais adaptados. A indústria gráfica teve uma evolução mui­to grande nestas últimas décadas, o que possibilita a reprodução de impressos com características es­ pe­ciais e inovadoras, porém toda essa tecnologia não foi refletida nos segmentos de impressos para pes­soas com de­f i­ciên­cia vi­sual. Em pleno século XXI , com todas as inovações que ocorreram no setor gráfico, é inadmissível que esse ciclo se perpetue. Cabe às ins­ti­tui­ções que pro­ movem a pesquisa estudar es­tra­té­gias, sistemas de

impressão e pré-​­impressão que possam subs­ti­tuir os equipamentos e soft­wares específicos para a produção em brail­le e, dessa forma, promover no Brasil uma ­maior difusão de impressos adaptados aos de­f i­cien­tes vi­suais. A serigrafia é apenas uma das mui­tas soluções que pode atender essa demanda de mercado. Ela pode ser utilizada com sucesso para a reprodução do brail­le e as gráficas es­pe­cia­li­z a­das nesse proces­ so são mui­to difundidas no País, o que dá liberda­ de às escolas, mães e alunos para encomendarem seus ma­te­riais a esses pro­f is­sio­nais.

Vivian de Oliveira Preto é formada em Tecnologia de Produção Gráfica pela Faculdade Senai e mestre em Educação pela Unesp. Atualmente, é coordenadora de Formação Inicial e Continuada na Escola Senai Theobaldo De Nigris.

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IMPRESSÃO

A

Técnicas de revestimento de telas para impressão serigráfica

preparação de telas serigráficas por meio da aplicação direta de emulsões oferece qualidade na impressão, resistência mecânica, resistência a solventes e água e boa relação custo-​­benefício. Usar essas qualidades de forma lucrativa requer um entendimento básico de como revestir uma tela antes da exposição, passos que são a garantia do sucesso. Limpar a tela

A recuperação e o desengorduramento apro­pria­dos são sempre os pri­mei­ros passos do processo de revestir uma tela com emulsão. Qualquer resíduo dei­xa­do na tela é um contaminante, in­cluin­do o próprio desengordurante. A presença de contaminantes entre o tecido e a emulsão au­men­ta as chances de a camada se romper quando o

rodo pres­sio­nar a tela durante a impressão. É interessante verificar novamente que ­­áreas não receberam cobertura adequadamente antes de imprimir. Isso porque uma das etapas mais propensas à contaminação da tela é o desengorduramento. Usando um jato de alta pressão, a água que bate nas paredes da cabine costuma ri­co­che­tear e bater de volta na tela. Se a cabine de lavagem e de desengorduramento for a mesma, re­sí­ duos que foram removidos podem acabar sendo jogados na tela novamente. Para evitar que isso aconteça deve-se usar um desengordurante de qualidade, com efei­ to de espuma. O enxague precisa ser fei­to com mui­ta água e pou­ca pressão, com uma man­guei­ra de jardim sem bico, por exemplo. A tela deve ser enxaguada até que não apresente bolhas e a água corra através do tecido sem apresentar lacunas. Se isso não

Medição de rugosidade

Uma sonda segue os contornos da superfície, lendo as diferenças na altura

30 TECNOLOGIA GRÁFICA

ocorrer, é necessário desengordurar novamente. Caso o problema persista será preciso utilizar a combinação de um removedor seguro, mas eficaz, e um limpador de tela antes de desengordurar novamente, para remover re­sí­duos de impressão que ain­da estejam na tela. Re­sí­duos que ficam retidos em molduras também podem contaminar o tecido. Isto é mais comum quando as telas são colocadas de pé para secar. A água e ou­tros produtos químicos escorrem pelos fios e secam na tela, impedindo que a emulsão fixe corretamente. Por essa razão, deve-se sempre esfregar bem a tela e guardá-la paralela ao chão para secagem após o desengorduramento. Não aplicar abrasivo

Usar abrasivos no tecido só é necessário quando se usa filme capilar. Há duas razões

Definição do valor Rz


prin­ci­pais para não fazer uso desses ma­te­ riais. A pri­mei­ra é que isso diminui a vida útil da tela, uma vez que reduz efetivamente o diâ­me­tro do fio. A segunda é que a efi­ ciên­cia da transferência de tinta também é prejudicada. Como a superfície do fio é efetivamente ­maior, a tinta adere à trama pelas mesmas razões que o filme capilar adere melhor. Isso significa que uma menor quantidade de tinta disponível no tecido será transferida para o substrato. Hoje, só há um motivo válido para utilizar filme capilar: telas pequenas podem ser fei­tas rapidamente. Todos os ou­tros argumentos a esse res­p ei­to não se sustentam quando se compara a qualidade desse método com o de aplicação direta de emulsão fei­ta corretamente.

posição, bem como às características químicas da emulsão. Vamos falar sobre como o revestimento afeta essas funções.

Uma matriz deve cumprir as seguintes tarefas:

B) Criar vedação (Rz). A popularidade dos filmes capilares se deve, parcialmente, à obtenção de uma boa vedação. O estudo do valor Rz (medida de rugosidade de uma superfície) e de como conseguir o controle desse valor para diferentes substratos popularizou o uso da aplicação direta de emulsão para impressões de alta qualidade. Basicamente, quanto menor o número, mais lisa é a superfície e, portanto, melhores são o substrato e a matriz. A técnica de revestimento permite que um usuá­rio de aplicação direta de emulsão ajuste o Rz do seu revestimento para qualquer substrato específico. Isso é necessário para alcançar uma impressão de qualidade em todos os substratos e não é uma opção para filmes capilares.

A) Duplicar a imagem do filme. Essa função é definida por: ◆◆Definição de borda ◆◆Penetração na trama ◆◆Resolução Essas qualidades va­riam drasticamente para qualquer emulsão devido a vá­rios fatores re­la­cio­na­dos ao revestimento e à ex-

C) Emulsion over mesh (EOM, emulsão sobre malha). Sabemos que não é possível fazer a tinta passar através do fio. Ter uma quantidade de emulsão sobre a tela é um fator crítico na impressão de detalhes delicados e para evitar o efeito serrilhado. A expressão “detalhes finos” pode ser entendida como qualquer imagem cujos me-

Parâmetros para a matriz

nores detalhes têm a largura de dois fios e duas aberturas da malha, em qualquer tecido. Isso pode ser verificado colocando o grafismo no tecido e olhando através de um microscópio com au­men­to mínimo de 30 vezes. Se os menores pontos ou linhas não são mui­to maio­res do que duas linhas e duas aberturas de malha, eles podem ser considerados detalhes finos. Quan­do não há emulsão su­f i­cien­te sobre a malha, os fios podem ­criar uma obstrução, da mesma forma como a matriz o faz. Na impressão de ­meios-​­tons, isso resulta em perda de ponto, já que os prin­ci­pais pontos são cortados pelo fio. Em qualquer impressão é necessário manter a EOM correta para conseguir a qualidade adequada. Vamos tomar como exemplo a impressão de tinta branca opaca sobre acrílico preto. O impressor escolhe uma tela de 156 T para alcançar a espessura adequada de tinta úmida. Mas, quando o trabalho é impresso, o resultado final apresenta efei­to “serrilhado”. Se a EOM for mui­to bai­xa, os fios não serão impedidos de tocar o substrato durante a impressão. Os fios blo­queiam o fluxo de tinta com um padrão mui­to regular que reconhecemos como serrilhado. Neste exemplo, também é provável que a tela tenha sofrido com um valor mui­to

Camada de tinta abaixo de 10 % E/MR

Camada de tinta a 10 % E/MR

Marcas da malha na tinta = Perda de ponto

Sem marcas da malha = Sem perda de ponto = Melhores pontos de destaque

TECNOLOGIA GRÁFICA

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alto de Rz. Tanto o Rz elevado quanto a EOM bai­xa são resultados de técnicas inadequadas de revestimento. A vedação ine­ fi­cien­te do Rz permite que a tinta vaze para as partes bai­xas da matriz, gerando ganho de ponto. O serrilhado cau­sa­do pela bai­xa EOM resulta em perda de ponto. O impressor não teria como produzir um grafismo com uma borda lisa. Essas interações são comuns. Técnicas adequadas de revestimento permitem ajustar os parâmetros para obter sempre matrizes per­fei­tas. Revestimento úmido sobre úmido

O processo de cria­ção de uma base de emulsão na tela costuma ser chamado de revestimento úmido sobre úmido. Cada aplicação sucessiva deposita uma camada de emulsão sobre ou­tra camada que ain­da está úmida. Vamos ver as características que regulam esse processo. Pri­mei­ra regra: Revestimento úmido sobre úmido acumula emulsão do lado da tela oposto à calha. Para a maio­ria dos valores de fios por centímetro, o revestimento úmido sobre úmido deve ser fei­to com um aplicador arredondado. Deve-se sempre ini­ciar o revestimento no lado de impressão da tela e aplicar tantas camadas quanto forem ne­ces­sá­rias para

fazer com que a emulsão fique visivelmente brilhante no lado interno. O objetivo é empurrar para fora todas as bolhas de ar que podem ficar presas nas aberturas do tecido. Esse ar na tela pode cau­sar de­fei­tos na impressão, ou pequenos furos na prensa. Segunda regra: Uma tela mais fina exige mais revestimento do que telas mais largas. O brilho no lado interno da tela é um bom indicador de que se chegou à EOM mínima absoluta. O tecido regula o fluxo de emulsão da mesma forma que regula a quantidade de tinta que vai para o substrato. À medida que o per­cen­tual de ­­áreas abertas em um tecido diminui, o fluxo de emulsão também fica menor. Por exemplo, um tecido de 390 fios por polegada com fio de 33 mícrons pode precisar de três demãos no lado de impressão, seguidas de duas demãos no lado interno para cons­truir uma EOM de cinco mícrons. Um tecido de 390 fios por polegada com fios de 27 mícrons pode chegar a nove mícrons de EOM com uma impressão de cada lado. Com o mesmo número de fios, um tecido com fio de 27 mícrons tem mui­to mais área aberta e menos resistência ao fluxo, uma vez que a emulsão não tem de pres­sio­nar tanto o fio. O aparecimento do brilho no lado interno mostra onde a emulsão encheu a

Técnica wet-to-wet

Use um aplicador com borda redonda para revestimento básico wet-to-wet para construir uma camada de emulsão mais rapidamente

tela pri­m ei­ro. Cada puxada com o aplicador a partir desse ponto ajuda a cons­ truir a EOM . Essa mudança na espessura é bastante previsível. Para con­ti­nuar cons­truin­do a EOM basta virar a tela e começar o revestimento no lado interno. Cada puxada com o aplicador vai con­t i­nuar a cons­t ruir a espessura da emulsão úmida sobre a malha. Naturalmente, a quantidade de puxadas depende de vá­rios fatores e um deles é o formato do aplicador. Secagem da camada de base

A tela com a camada de base é colocada para secar com o lado de impressão para bai­xo. Isso permite que a gravidade puxe a emulsão para o lado de impressão, o que não só constrói EOM , mas também bai­xa os valores de Rz. Formato da calha

A forma da borda da calha de revestimento tem grande in­f luên­cia sobre a quantidade de emulsão que é depositada a cada puxada do aplicador. Com os revestimentos úmido sobre úmido é necessário usar uma borda redonda (cerca de 3,2 mm ou 1/8 de polegada de diâ­me­tro) para in­ fluen­ciar bastante a construção da EOM . Na verdade, um aplicador afia­do vai dei­xar

Efeitos do superficial

O revestimento superficial preenche os “vales” e mantém os “topos”, criando uma matriz mais suave com pouco aumento na espessura da camada

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1 1 0

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pou­c a ou nenhuma EOM com mui­t as puxadas do aplicador. Revestimentos normalmente obtidos com aplicador de borda redonda em úmido sobre úmido: 2+1: 4 mícrons 2+2: 12 mícrons 2+3: 19 mícrons 2+4: 24 mícrons Revestimentos normalmente obtidos com um aplicador afia­do em úmido sobre úmido: 2+1: 3 mícrons 2+2: 4 mícrons 2+3: 5 mícrons 2+4: 6 mícrons Terceira regra: O design da calha determina parcialmente os resultados. Se a força usada para empurrar emulsão através da tela varia, os resultados também va­riam. Em telas grandes, deve-se encher o aplicador cada vez que se começa a revestir uma nova tela para manter constante a espessura da camada. Matriz fina para detalhes

Todas as matrizes devem ter alguma EOM para uma impressão adequada. Mas uma matriz pode também ser grossa de­mais. Para tintas de impressão, a espessura da matriz

deve ser de no máximo 20% da espessura do tecido. Se a tela é revestida com a técnica úmido sobre úmido, isso vai produzir uma matriz com um valor de Rz ra­zoá­vel. Para impressão de detalhes, a EOM não deve exceder 10% da espessura do tecido. Se a matriz se torna mais espessa, a transferência de tinta fica difícil. Para imprimir bem na maio­r ia dos substratos, a matriz também deve ter um valor de Rz bai­xo (cerca de seis mícrons). Considerar o Rz durante o revestimento

O revestimento úmido sobre úmido também tem a vantagem de di­mi­nuir o Rz enquanto constrói EOM . Infelizmente, impressores que usam apenas o revestimento úmido sobre úmido podem acabar com uma matriz grossa de­mais antes de chegarem a um valor acei­tá­vel de Rz. Quar­ta regra: Manter um revestimento fino com bai­xo Rz para mais e melhores detalhes. Revestimento superficial

O revestimento su­per­f i­cial é aplicado com o objetivo de nivelar a tela, o que reduz o valor de Rz. Quan­do esse revestimento é fei­to com um aplicador afia­do, há a vantagem de reduzir o Rz com pou­cas alterações na espessura da matriz (normalmente, menos de

Revestimento superficial

um mícron por camada). Esse revestimento é fei­to no lado de impressão da tela. Isso acontece porque a emulsão não fica sobre os pontos altos (juntas no tecido), acumulando-se apenas nos pontos bai­xos. Combinando o revestimento úmido sobre úmido e o revestimento su­per­f i­cial no lado de impressão da tela, o impressor tem a oportunidade de ajustar a matriz para qualquer tipo de substrato e de impressão. Quin­ta regra: Usar uma combinação de técnicas de revestimento úmido sobre úmido e revestimento su­per­f i­cial para conseguir uma matriz fina com bai­xo Rz. Aplicar com consistência

É melhor planejar o espaço onde as telas serão revestidas de forma que a equipe possa fazer um revestimento consistente. É importante que a tela esteja no mesmo ângulo cada vez que receber uma camada. Ter um “posto de revestimento” é de grande ajuda. Todas as camadas devem ser aplicadas com a mesma velocidade. A aceleração in­ fluen­cia a quantidade de emulsão aplicada na tela. Deve-se manter o mesmo ângulo com o aplicador. Alterações no ângulo também mudam a quantidade de emulsão que passa através da tela. Ideal­men­te, uma máquina de revestimento au­to­má­ti­ca deve ser usada para conseguir uma cobertura constante de tela para tela. Sexta regra: Secar a tela com o lado de impressão para bai­xo. Conclusão

Revestimentos úmido sobre úmido fun­cio­ nam para a maio­ria das aplicações. Saber quando e como usar uma combinação de revestimento úmido sobre úmido e su­per­ fi­cial pode ser definitivo para conseguir a melhor matriz possível. Seguindo esses passos simples é possível cons­truir matrizes de qualidade consistente. Use um aplicador com borda afiada

Artigo produzido pelo departamento

técnico da Kiwo/Sefar. (11) 4390.6300

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assine e garanta o recebimento da revista tecnologia gráfica no seu endereço ANO XV Nº 75 VOL. VI 2010 ISSN 1678-0965

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ENTREVISTA Tânia Galluzzi

Acordo entre manroland e Océ prevê desenvolvimento técnico em longo prazo

N

o final de dezembro, a manroland, fornece­ dora de sistemas de im­ pressão offset, e a Océ, fabricante de impressoras di­gi­tais, anun­cia­ram uma alian­ça de coo­ pe­ra­ção global na área de soluções de impressão digital ba­sea­das em jato de tinta para a indústria gráfi­ ca. A parceria, que entrou em vigor em 1º‒ de ja­nei­ro, permite à man­ roland, tra­di­cio­nal no desenvolvi­ mento e fabricação de tec­no­lo­ gias offset de alta produtividade, entrar no mercado de impressão digital. Já a Océ, es­p e­cia­lis­t a em integração de sistemas, gestão de fluxo de trabalho e impressão de dados va­riá­veis, terá agora acesso a clien­tes de novos segmentos, am­ plian­do as oportunidades de ne­ gó­cios no mercado de artes gráfi­ cas. Na entrevista a seguir, Franz von Fürstenberg, diretor executi­ vo da fi­lial bra­si­lei­ra da manroland, detalha essa parceria.

O que levou a manroland a escolher a Océ como par­cei­ra? Franz von Fürstenberg – Com relação ao conhecimento técnico, bem como à pene­ tração no mercado, Océ e manroland re­ presentam uma excelente combinação: a manroland é um dos prin­ci­pais fabricantes mun­diais de sistemas offset e líder em off­ set rotativa para jornal e no segmento de alta qualidade para impressão co­mer­cial. A Océ, por ou­tro lado, desenvolve e fabri­ ca sistemas de alto desempenho em im­ pressão digital, tem as com­pe­tên­cias fun­ da­men­tais em ge­ren­cia­men­to de cores, na geração e conversão de dados para impres­ são digital, bem como na au­to­ma­ç ão da produção, além da liderança mun­dial em vendas de sistema de impressão digital de alimentação contínua.

Franz von Fürstenberg

Por que a Océ decidiu ter a manroland como par­cei­ra? FF – A Océ decidiu em favor da manroland por ela ser a segunda ­maior fabricante de sistemas de impressão offset e líder global no mercado de impressão offset rotativa. A manroland permite à Océ uma cober­ tura de mercado significativamente ­maior junto à indústria gráfica. O que esse acordo envolve? FF – O acordo trata de mar­ke­ting, vendas e serviços referentes à tecnologia de impressão jato de tinta para sistemas in­dus­triais, inclu­ sive abrangendo todas as etapas de fabrica­ ção. A partir de agora, a Océ e a manroland, conjuntamente, passam a oferecer aos clien­ tes de artes gráficas soluções completas de impressão digital, que in­cluem serviços de consultoria e assistência técnica.

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A impressão digital será uma divisão dentro da manroland? Como funcionará essa estrutura? FF – As atividades estão concentradas na unidade de ne­gó­cios de Impressoras Co­ mer­ciais Rotativas. Para o desenvolvimen­ to gra­dual e expansão das atividades, bem como a geração de know-​­how interno, um centro de es­pe­cia­li­z a­ção em impressão di­ gital está sendo organizado em Augsburgo, na Alemanha. Na Océ, essa atividade está in­cluí­da na Unidade de Ne­gó­cios Estraté­ gicos de Impressão. Em q ­ uais paí­ses o acordo é válido? FF – A manroland está au­to­ri­z a­da a dis­tri­ buir os sistemas de impressão digital em todo o mundo para os clien­tes da indústria gráfica, em parceria com a Océ. Qual é o po­ten­cial desse mercado? FF – A demanda por sistemas de impressão digital é im­pul­sio­na­da principalmente pelo au­men­to da personalização de produtos impressos, mas também pela tendência de produção just-in-​­time. A evolução tecnoló­ gica e a melhora na qualidade de impressão e na velocidade dos sistemas, com redução simultânea dos custos, são fatores que tam­ bém estão alavancando a demanda. A im­ pressão digital já tem uma participação de mercado de 15%, com volume de impressão cada vez ­maior. Inúmeras gráficas em todo o mundo já investiram em impressão digi­ tal. O volume movimentado por produtos impressos em sistemas jato de tinta deve subir de US$ 28,375 mi­lhões, em 2010, para US$ 43 mi­lhões em 2014, o que represen­ ta um crescimento de mais de 10% ao ano, segundo estudos da Pira In­ter­na­tio­nal. ­ uais os concorrentes da manroland e da Q Océ no mercado de impressão digital? FF – Além dos fabricantes tra­di­cio­nais de impressoras, que também estão em busca de soluções similares, fabricantes de impres­ soras di­gi­tais e de acabamento estão cada

vez mais alinhados com a produção em im­ pressão digital para a indústria gráfica. Com a combinação de nossas habilidades, a man­ roland e a Océ podem apresentar uma pro­ posta única: somos o pri­mei­ro participan­ te do mercado que pode oferecer soluções completas em impressão digital. Que efei­tos terá essa parceria nas diver­ sas fábricas da manroland? FF – A manroland cria­rá um centro de es­ pe­cia­li­z a­ção de impressão digital na fábri­ ca de Augsburgo, na Alemanha.

A partir de agora, a Océ e a manroland, conjuntamente, passam a oferecer aos clientes de artes gráficas soluções completas de impressão digital, que incluem serviços de consultoria e assistência técnica. E na Océ? FF – As ­­áreas de vendas e consultoria da Océ, bem como serviços, vão trabalhar junto com as ­­áreas de mercado da manroland. Quan­to será investido nessa parceria? FF – Não há investimento direto as­so­cia­do a esse acordo. Esperamos resultados fi­nan­ cei­ros positivos a partir de 2012. Quem são os res­pon­sá­veis por esse pro­ jeto na manroland e na Océ? FF – Robert ­Weiss, que comanda as ­­áreas de tecnologia e desenvolvimento de ne­gó­ cios, será responsável pela gestão de proje­ to na manroland. Na Océ será Steffen Doe­ gel, que coor­de­na a unidade de ne­gó­cios estratégicos.

A parceria irá se limitar à área de ven­ das ou poderá se expandir para o desen­ volvimento técnico? FF – Com relação à manroland, além das vendas, a colaboração inclui o desenvolvi­ mento e integração de componentes, como sistemas de acabamento para dobra e aplica­ ção de verniz, crian­do valor para os clien­tes da indústria gráfica. Quan­to à Océ, a coo­pe­ ra­ção possibilitará que a empresa au­men­te sua cobertura de mercado na indústria grá­ fica. O desenvolvimento técnico não pode ser ex­cluí­do em longo prazo, uma vez que dessa forma a Océ será ain­da mais capaz de responder às necessidades dos clien­tes. A Océ venderá impressoras manroland? FF – A manroland irá fornecer componen­ tes in­di­vi­duais à Océ, como dispositivos de dobra e envernizamento, permitindo que ela ofereça novas soluções aos seus clien­tes. Quem será responsável pela instalação das impressoras di­gi­tais? FF – A instalação será rea­li­za­da pela Océ ou seus par­cei­ros na área de vendas. Quem será responsável pela manutenção e serviços em impressão digital? FF – A assistência técnica será ini­cial­men­te prestada pela Océ, até a manroland adqui­ rir o know-​­how interno necessário. ­ uais produtos da Océ serão oferecidos Q pela manroland? FF – O portfólio completo de sistemas in­ dus­triais de impressão jato de tinta, in­cluin­ do a família Océ JetS­t ream, além da Océ Co­lorS­tream 3500. A manroland está planejando novas par­ ce­rias na área de impressão digital? FF – Não. E a Océ pretende uma ­maior coo­pe­ra­ção na área de offset? FF – Também não. TECNOLOGIA GRÁFICA 37


SPINDRIFT Nessan Cleary

Na máquina de lavar Um passo importante para a reciclagem do papel impresso é passá-lo por um processo de lavagem das tintas (de‑inking*). Mas será que o atual processo de retirada de tinta consegue acompanhar os avanços na tecnologia de impressão?

*Nota do tradutor: O termo em inglês, de-​­inking, é traduzido em português como “destintagem”, o qual, apesar de ser pouco comum, será empregado ao longo deste artigo.

É

amplamente disseminada a ­ideia de que é melhor reciclar o máximo de papel usado no lugar de derrubar árvores e fabricar papel a partir de fibras novas. O papel reciclado pode ser utilizado para diversos fins, in­cluin­do a fabricação de papel tissue e papel-​ ­cartão. Mas as subs­tân­cias contaminadoras (inclusive as tintas de impressão) dentro da massa de papel a ser reciclado dei­xam o papel resultante desse processo com aspecto desbotado ou cinza. Uma solução óbvia é descolorir o papel com subs­t ân­ cias alvejantes. No entanto, essa não representa a opção am­bien­tal­men­te mais correta. Uma solução melhor é retirar a tinta do papel numa etapa an­te­rior, removendo ao máximo os contaminantes, obtendo-se uma pasta de papel clara o su­f i­cien­te para produzir o papel branco apro­pria­ do para as artes gráficas. Hoje, existem dois métodos utilizados para esse processo, conhecidos como lavagem e flotação. Um dos procedimentos para remoção de tinta por lavagem consiste em misturar o papel em um digestor para se produzir uma pasta. De­pois disso, os re­sí­duos (como grampos) são filtrados e a água é drenada, juntamente com a ­maior parte da tinta, dei­xan­do apenas as fibras de papel, que podem ser lavadas novamente. Tal método pode ser mui­to eficaz na recuperação das fibras, mas usa mui­ta água, que de­pois precisa ser tratada, neu­tra­li­zan­do os be­ne­fí­cios am­bien­tais da reciclagem do papel.

Células de retirada de tinta e depuradores cascata na Newsprinters Aylesford, no Reino Unido, que produz papel‑jornal.

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Dispositivos de flotação

Por conta deste consumo excessivo de água, a maio­ ria das empresas de reciclagem da Europa utiliza o método de flotação. O gerente de operações do setor de preparação de fibras da Aylesford Newsprint (Rei­no Unido), Andy Gordon, diz que esse método é otimizado para as tintas offset, que atual­men­te utilizam ­óleos mi­ne­rais. “No processo de destintagem, adi­cio­na­mos sabão de sódio simples antes de injetar a ‘polpa’ em uma célula de flotação. As condições devem ser alcalinas e a presença de mui­tos íons de cálcio é es­sen­cial, além de a temperatura da polpa dever ser mantida entre 45°C e 55°C. A consistência da polpa nessa fase é mui­to importante e deve estar entre 1% e 2%. A ca­deia de hidrocarbonetos da molécula de sabão, hidrofóbica, é atraí­da para o óleo mineral, que, por sua vez, é um hidrocarboneto e, portanto, também é hidrofóbico. Os íons de cálcio ­atraem a ou­tra parte carregada da molécula de sabão e fazem com que as partículas de tinta misturadas ao sabão se aglomerem e se tornem maio­res. Quan­do a polpa vai para a célula de flotação, os injetores inserem e misturam ar à polpa. As bolhas resultantes isolam os aglomerados de cálcio, sabão e tinta e eles ficam suspensos, flu­tuan­do na superfície. A espuma de tinta e sujidades são retiradas da superfície através de uma calha e a polpa sem tinta é encaminhada para os processos seguintes”. Teo­ri­ca­men­te, uma única passagem pela célula de flotação deveria ser su­f i­cien­te, mas, na prática, quase todas as fábricas utilizam processos de dois ciclos, porque o papel en­via­do para reciclagem costuma estar contaminado com ou­tros ma­te­riais, tais como grampos, etiquetas adesivas e plásticos. Cada ciclo envolve vá­rias fases, como explica Nils Miller, cien­tis­ta sê­nior de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia jato de tinta e es­tra­té­gias am­bien­tais da HP. “Um processo de dois ciclos significa que, após a pri­mei­ra etapa de polpação, filtragem e limpeza, o ma­te­rial vai para uma etapa de flotação (que, na verdade, é composta por múltiplas fases) e, de­pois, para um depurador, que pica quais­quer contaminantes que tenham restado, dei­xan­do-os, em teo­ ria, pequenos o su­f i­cien­te para serem removidos durante o segundo ciclo de flotação. Esses contaminantes podem ser pedaços de toner ou su­jei­ras, dependendo de que tipo de papel está sendo trabalhado. Contudo, esse processo de dois ciclos foi


projetado para tratar os pa­péis como eles real­men­te chegam na recicladora”. O próprio processo de destintagem produz um resíduo cons­ti­tuí­do principalmente de fibras de papel, tinta e ou­tras subs­tân­cias como óxido de alumínio. A maio­ria das fábricas de papel reciclado quei­ma esse resíduo para gerar energia. Esse resíduo também costuma ser usado na produção de cimento, na qual seu teor de alumínio melhora a qualidade da argila, e na confecção de tijolos, em que as fibras são quei­ma­das quando os tijolos vão para o forno, dei­xan­do microporos que au­men­tam o isolamento e a estabilidade dos tijolos. Padrões diferentes

Europa mais de 50% se transforma em papel para imprimir e escrever, enquanto nos Estados Unidos em torno de 20% ou menos se destina a esse fim”. Ele prossegue. “Os Estados Unidos produzem mais embalagens e exportam mais papel para a Ásia. Na Europa, todo jornal é produzido a partir de papel reciclado e por isso temos um sistema mui­to mais avançado do que os Estados Unidos, onde pou­cas fábricas produzem no mesmo alto nível das fábricas eu­ro­peias”. De acordo com Fischer, há mui­tos agrupamentos de empresas e par­ce­rias na Ásia. “As fábricas cria­das nos últimos cinco anos na China, por exemplo, estão trabalhando com os padrões eu­ro­peus porque as com­pa­nhias de engenharia são as mesmas da Europa, através de conglomerados com empresas como Stora Enso e UPM . E o mesmo vale para a Austrália”.

Quan­do se trata de padrões e normas para destintagem, a maio­ria das empresas usa como referência as condições estabelecidas pela Ingede (In­ter­na­ tio­na­le For­schungs­gemein­schaft Deinking­tech­nik, As­so­cia­ção In­ter­na­cio­nal de Tecnologia para Des- O que pode ser destintado? tintagem) um grupo alemão de empresas do se- A Ingede rea­li­z a seus pró­prios testes em diferentes tor, cria­do em 1989. A Ingede inclui a maio­ria dos processos de impressão e emite certificados para os fabricantes eu­ro­peus de papel, além dos fabrican- fornecedores. O grupo também coor­de­na pesquisas tes de tinta e fornecedores de impressoras di­gi­tais. sobre tec­no­lo­gias de impressão e destintagem e inJuntos, eles asseguram a coo­pe­ra­ção para produ- centiva o desenvolvimento de sistemas para coleta ção de ma­te­rial impresso que possa ser adequado de ma­te­rial a ser reciclado, bem como a cons­cien­ti­ para futura reciclagem. Qua­tro fabricantes de im- za­ção dos consumidores para a necessidade de sepressoras jato de tinta — HP, Océ, Kodak e InfoPrint parar o papel reciclável de ou­tros re­sí­duos. So­lu­tions — uniram-se para formar a Digital Print Hoje, a ­maior parte dos pa­péis reciclados desDe-​­inking Al­lian­ce (As­s o­cia­ç ão de Destintagem tinados às artes gráficas é fei­ta a partir de ma­te­rial para Impressão Digital, DPDA) para ­apoiar pesqui- originalmente impresso em offset e, segundo Fissas sobre reciclagem de papel impresso com jato de cher, o processo de destintagem por flotação fun­ tinta. Em público, a Ingede deu boas-​­vindas a essa cio­na bem nesse caso. “Quan­do um impresso offini­cia­ti­va, embora internamente tema que o objeti- set é destintado, a camada de tinta é quebrada em vo da DPDA seja questionar seus métodos. Apesar partículas de pigmento e aglutinante que são muito de a necessidade de reciclar papel ser cada vez mais acei­ ta em todo o mundo, nem todos seguem os mesmos padrões am­bien­t ais. Via de regra, as normas para destintagem parecem ser mais restritivas na Europa, onde mui­ to mais papel para imprimir e escrever é produzido a partir de ma­te­rial reciclado. Axel Fischer, assessor de imprensa da Ingede, diz: “Na Europa coletamos aproximadamente o mesmo volume de papel que nos Estados Unidos — cerca de 50 milhões de As bolhas de ar utilizadas no processo de flotação podem ser vistas claramente toneladas por ano —, mas na nesta imagem da Aylesford Newsprint.

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pequenas, mas hidrofóbicas. A tinta à base de óleo vai se juntar à espuma, enquanto as fibras, que são hidrofílicas, permanecem na água, separando-se as subs­tân­cias”. Entretanto, Fischer afirma que tintas UV e offset UV não são retiradas tão facilmente. Ele diz também que a tinta de toners em pó pode ser retirada com apenas um ciclo de destintagem. “Não há problemas com os toners em pó. Esse ma­ te­rial quebra no tamanho certo e ain­da é hidrofóbico, o que o torna até mais fácil de retirar do que a tinta offset. Alguns sistemas ex­pe­ri­men­tais apresentaram problemas, mas tudo o que está atual­ men­te no mercado pode ser per­fei­ta­men­te destintado, es­pe­cial­men­te o ma­te­rial que é impresso nas máquinas de alta velocidade da Xerox, Nexpress e Océ, entre ou­tras”.

Axel Fischer, assessor de imprensa da Ingede.

no e a energia gasta na reciclagem. Isso é algo definitivamente indesejável de se ter no sistema e nós não podemos afirmar que este sistema é bom para destintar ou reciclar pa­péis de alta qualidade”. A discussão gira em torno da quantidade de paProblemas com a Indigo e o jato de tinta pel impresso em máquinas HP Indigo que é en­via­da No entanto, a Ingede está envolvida em uma longa para reciclagem, e neste ponto a HP tem um argudiscussão com a HP em relação às máquinas de to- mento ra­zoá­vel: a Indigo ocupa um espaço relativaner líquido (Electro­Ink) da HP, as Indigo. Conforme mente pequeno no mercado e o ­atual sistema de floa Ingede, nos impressos tação em dois ciclos dá dessas máquinas o toner conta dessa demanda. Na Europa, todo líquido é mais difícil de No entanto, há po­ten­ retirar do papel do que jornal é produzido a partir de cial­men­te um probledeveria. Fischer revela: ma mui­to ­maior com papel reciclado e por isso temos “Nós testamos a versão as impressoras jato de um sistema muito mais avançado do toner líquido Electinta de alta velocidado que os Estados Unidos, troInk 4.0 e, em compade que foram apresenonde poucas fábricas produzem tadas na última Drupa. ração com os toners seno mesmo alto nível das Estas po­de­riam tomar cos da Xerox e Océ, as especificações de su­ uma fatia ­m aior do fábricas europeias. jei­r a da HP Indigo têm mercado das impresAxel Fischer, assessor de imprensa da Ingede um fator pelo menos soras offset no futu(Internationale Forschungsgemeinschaft 35% su­pe­rior”. ro, como informa Tim Deinkingtechnik, Associação Internacional de Tecnologia para Destintagem). Segundo a HP, o méTaylor, gerente de Mar­ todo de en­saio 11 da Inke­ting da ­Screen Eurogede reú­ne dados obtidos em simulações de labo- pa: “Acredito que ninguém duvida que em alguns ratório que não correspondem ao mundo real. Nils anos existirão impressoras jato de tinta no formaMiller explica: “O processo de dois ciclos é proje- to B1 (72,8 × 103 cm) e então elas vão competir ditado para tratar o papel que real­men­te chega na retamente com as impressoras offset, e talvez até reciclagem. Mas o método de en­saio 11 da Inge- substituí-​­las dentro de algum tempo”. de não é uma tentativa de simular o processamenPara Fischer, retirar do papel tintas à base de água to de dois ciclos. O teste é fei­to como se não hou­ é comparável a jogar uma meia vermelha na máquives­se fases in­ter­me­diá­rias de picagem e limpeza e na de lavar rou­pas. “Se você coloca um elemento à por isso simula um processo de apenas um ciclo base de água no sistema ele se dissolve. Temos cir­ de flotação para destintagem”. cui­tos fechados de água em todas as fábricas de paContudo, para Fischer, o segundo ciclo — o pi- pel reciclado. Então, a diferença de uma máquina de cador ou desfibrador — é o ­maior consumidor de lavar é que nela é possível trocar a água, e mesmo energia de todo o sistema e a ­maior cau­sa da perda assim a rou­pa ain­da ficará rosa se hou­ver uma meia de fibras no processo de reciclagem. “Não impor- vermelha lá dentro. Na reciclagem de papel, as tintas ta a sua abordagem, tudo o que sobrecarrega esse à base de água se acumulam ao longo do sistema e tipo de equipamento au­men­ta a pegada de carbo- só saem junto com as fibras, o que reduz o brilho 

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do produto final. Já as tintas offset são hidrofóbicas, por isso não representam um problema”. Ainda faltam alguns anos até que impressoras jato de tinta ocupem uma fatia significativa do mercado e hoje os fornecedores argumentam que as tintas à base de água têm impacto insignificante no processo de reciclagem. No entanto, Fischer diz que o grande problema são as malas diretas, porque o tempo que esse ma­te­rial leva entre sair da gráfica e chegar na reciclagem é mui­to curto. “Eles vêm

Potenciais soluções

Todavia, nem todas as tintas à base de água ne­ces­ sa­ria­men­te cau­sam problemas na destintagem. Para a Ingede, os impressos da HP Inkjet Web Press podem ser des­tin­tá­veis se um agente de fixação for aplicado ao papel ime­dia­ta­men­te antes de receber o jato de tinta. Miller explica: “Na Inkjet Web Press, as medidas tomadas para au­men­tar a printabilidade também melhoram a capacidade de retirada da tinta. Para a destintagem por flotação ser bem sucedida é preciso que os pigmentos estejam de tal forma que não possam se dissolver na água, como pedaços de cera, e precisam estar em tamanho que não seja nem grande nem pequeno de­mais para poderem ser removidos pelas bolhas que se formam no processo. O agente de ligação que adi­cio­na­mos à nossa Inkjet Web Press (ou o aditivo Color­Lok, em nossos pa­péis ColorLok) são subs­tân­cias projetadas para ajudar a agregar os pigmentos na superfície do papel. Ao agregá-​­las, estamos transformando as tintas em algo hidrofóbico, que já não se dissolve mais em água”. Inkjet Web Press: a gigante da HP usa um agente de fixação no papel para ajudar a ancorar a tinta sobre o mesmo, o que acaba contribuindo Considerando a posição da HP para facilitar a destintagem. em relação à Inkjet Web Press, fica como uma onda para a fábrica de papel e não dá claro que é possível desenvolver tintas aquosas para dizer que, em média, seja um per­cen­tual bai­ que possam ser retiradas do papel com o método xo, porque a cada semana chega um novo carre- de flotação ­atual. Ninguém duvida que seja posgamento”. Ele acrescenta: “A as­so­cia­ção au­to­mo­bi­ sível encontrar ou­tras soluções, mas o desenvollís­ti­ca alemã, por exemplo, tem mais de 20 milhões vimento é caro e quem paga por isso? De­ve­riam de membros que produzem regularmente propa- ser as empresas como a HP ou a Océ, que já invesganda por mala direta. Imagine ter 20 milhões de tem uma boa quantia em pesquisas de cabeçotes folhetos de quatro páginas, a quatro cores, impres- e sistemas de tinta para essas impressoras, ou de­ sos em jato de tinta ou em uma Indigo – essa é a ve­riam ser as recicladoras, ou as empresas de parea­li­da­de das fábricas de papel reciclado”. pel res­p on­s á­veis pela venda do reciclado ao fiE esse é um problema com o qual devemos li- nal do processo? Ou devemos simplesmente não dar o quanto antes, como afirma Mi­chael Has, di- nos preo­cu­par com a cor do papel e começar a retor de Mar­ke­ting e Es­t ra­té­gias de Soft­w are da alvejá-lo com alvejantes químicos? Océ. “As empresas de reciclagem de papel são mui­ to sen­sí­veis a essa questão, porque há cerca de 20 E ste artigo é parte da série Verdigris, sobre a anos, quando a flexografia começou a ser ampla- compreensão do impacto ambiental das artes mente utilizada, o tema da reciclagem foi dei­xa­do gráficas. O projeto Verdigris é apoiado pela de lado e o resultado é que o processo flexográfi- Agfa Graphics, Canon Europa, Digital Dots, co provoca uma degradação da qualidade do pa- Drupa, Fujifilm, HP, Kodak, Ricoh, Océ e Unity pel e o produto final não é reciclável. Existe a preo­ Publishing. http://verdigrisproject.com cu­pa­ção de que isso não volte a acontecer com a impressão digital com jato de tinta e isso faz senti- Tradução autorizada do boletim Spindrift de junho do, se todas as partes envolvidas estiverem cien­tes de 2010, publicação produzida pela Digital Doots, empresa de consultoria na área gráfica. dos problemas que os ou­tros têm”. 42 TECNOLOGIA GRÁFICA


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Flávio Botana

A

Tecnologia da Informação (TI) hoje faz parte do dia a dia das empresas, dos governos e das pes­s oas e vem transformando com uma velocidade alucinante as rotinas, os procedimentos e alguns con­cei­tos que estavam aparentemente ar­r ai­g a­dos e que agora pertencem ao passado. Vamos analisar como essas mudanças es­ tão afetando a vida das nossas empresas e ­quais foram as alterações no perfil dos pro­ fis­sio­nais, em particular do pro­f is­sio­nal da indústria gráfica. Em seu brilhante artigo publicado em 2000, “Beyond the Information Revolution” (Além da Revolução da Informação), Peter Drucker analisa a estrutura das mudanças provocadas pela tecnologia da informação. Ele apresenta-a ini­cial­men­te não como um elemento de transformações ra­di­cais, mas como um acelerador das rotinas existentes, conforme mostra o trecho abai­xo: “Como a Revolução In­dus­trial dois sécu­ los atrás, a Revolução da Informação nos seus pri­mei­ros 50 anos (de 1940 até 1990) apenas transformou processos que já exis­tiam. Na ver­ dade, o impacto real da Revolução da Infor­ mação não ocorreu na forma da informa­ ção. Por exemplo, praticamente não hou­ve mudanças na forma em que são tomadas as decisões nas empresas ou governos. A Re­ volução da Informação apenas transformou em rotina processos tra­di­cio­nais de inúmeras ­­áreas. O soft­ware para afinar um pia­no con­ verte um processo que tra­di­cio­nal­men­te leva­ va três horas para algo em torno de 20 minu­ tos. Há soft­wares para folhas de pagamentos, para controle de estoque, para programações de entrega e para todos os ou­tros processos de 44 TECNOLOGIA GRÁFICA

A importância do uso correto da

Tecnologia da Informação rotina de uma empresa. O projeto das insta­ lações internas de um grande prédio (aqueci­ mento, hi­dráu­li­ca e assim por dian­te), de um presídio ou de um hospital antigamente envol­ via, digamos, 25 projetistas altamente es­pe­ cia­li­za­dos durante 50 dias. Agora, programas permitem que um projetista faça o trabalho em alguns dias, a uma fração ínfima do cus­ to. Existem soft­wares que ajudam as pes­soas a preen­cher a declaração de imposto de ren­ da e soft­wares que ensinam os residentes de hospital a retirar uma vesícula bi­liar”. Nesse artigo ele comenta que a grande transformação provocada pela tecnologia da informação surge no final do século pas­ sado e início deste século, com o advento do comércio eletrônico, que efetivamen­ te começa a mudar a forma de se fazer ne­gó­cios. Veja seus co­men­tá­rios: “O comércio eletrônico é para a Revolu­ ção da Informação o que a ferrovia foi para a Revolução In­dus­trial — um avanço total­ mente novo, totalmente sem precedentes, totalmente inesperado. Fazendo uma ana­ logia com a ferrovia de 170 anos atrás, o co­ mércio eletrônico está crian­do uma nova ex­ plosão, mudando rapidamente a economia, a so­cie­da­de e a política. Na nova geo­gra­f ia mental cria­da pela ferrovia, a humanida­ de dominou a distância. Na geo­gra­f ia men­ tal do comércio eletrônico, simplesmente eli­ minou-se a distância. Existe somente uma economia e um mercado”. Vamos comentar separadamente essas duas si­tua­ções, que passarei a chamar de fazer mais rápido e fazer diferente. Quan­do falamos do fazer mais rápido, observamos que, em princípio, o resulta­ do final será o mesmo, só que a forma de

fazer será mui­to mais fácil e rápida. Alguns gê­nios da informática conseguem enten­ der certas rotinas e sistematizá-​­las de forma que, apertando um botão, ocorram diversas atividades que antes exi­giam uma série de deslocamentos, observações e ajustes que demandavam a utilização de vá­rias ferra­ mentas e obrigavam o trabalhador a usar o seu fee­ling e a sua ex­pe­riên­cia para obter os resultados esperados. Partindo do pressuposto de que essas sistematizações são bem fei­tas (o que nem sempre ocorre), isto é, que o resultado fi­ nal é tão bom quanto ou melhor do que se obtinha an­te­rior­men­te, podemos che­ gar à conclusão de que trabalhadores não tão bem trei­na­dos e com pou­ca ex­pe­riên­cia conseguem obter, na grande maio­ria das si­ tua­ções, resultados praticamente ­iguais aos alcançados pelos mais ex­pe­rien­tes. Dois exemplos: com uma impressora de última geração, um impressor com pou­ca ex­pe­riên­cia, mas que sai­ba utilizar os recur­ sos tecnológicos de seu equipamento, conse­ gue fazer o setup de um serviço cor­ri­quei­ro em quadricromia praticamente no mesmo tempo e com a mesma qualidade obtida por um impressor ex­pe­rien­te. Da mesma forma, um orçamentista sem ex­pe­riên­cia que co­ nhece bem o soft­ware de gestão que utiliza tem condições de fazer um orçamento co­ mum tão correto e tão rápido quanto um orçamentista ex­pe­rien­te. O fato conclusivo é que pro­fis­sio­nais pio­ res conseguem resultados que antigamente só os bons pro­f is­sio­nais con­se­guiam. Antes que a frase possa trazer algum incômodo, esclareço que uso o termo pior para indicar pro­f is­sio­nais com menos


conhecimento de processos, menos ex­pe­ riên­cia na operação de equipamentos e me­ nor entendimento das va­riá­veis envolvidas, e não para classificar pro­fis­sio­nais pou­co en­ volvidos ou dedicados. E vejam como isso é bom! A tecnologia eleva o patamar médio de qualidade de uma forma geral, deman­ dando menos recursos humanos. Ela per­ mite a empresas que não tinham condições de prover trabalhos com qualidade, por fal­ ta de pro­f is­sio­nais habilitados, competirem com produtos melhores e prazos menores. A tecnologia so­cia­li­z a a qualidade. Só que esse avanço pode trazer ter­rí­veis efei­tos co­la­te­rais. Há a possibilidade de en­ tendermos er­ro­nea­men­te que não precisa­ mos mais formar pro­f is­sio­nais bem qualifi­ cados para obtermos bons resultados, já que a tecnologia resolve os problemas. Essa é a grande falácia da tecnologia!

O fato de termos equipamentos, disposi­ tivos ou soft­wares mais completos e fá­ceis de operar não elimina a necessidade de um pro­f is­sio­nal mui­to bem formado. E esses equipamentos, dispositivos ou soft­wares de­ vem ser ferramentas na mão do pro­f is­sio­nal. Quan­do tudo está dentro dos conformes e os produtos processados são tri­viais ou pa­ dronizados, um trabalhador menos qualifi­ cado pode até chegar ao resultado deseja­ do, contudo o pro­f is­sio­nal pleno consegue fazê-lo melhor ou mais rápido. No entanto, a grande diferença está no momento em que as coi­sas fogem da nor­ malidade. Aí o pro­fis­sio­nal tem de mostrar a que veio. Tentar descobrir cau­sas de anorma­ lidades, alterar algumas va­riá­veis do proces­ so para obter melhores resultados e procurar otimizar a forma de trabalhar com produ­ tos não ­usuais são tarefas que a tecnologia não resolve sozinha. São ne­ces­sá­rios o talen­ to, a ex­pe­riên­cia e o conhecimento técnico de um pro­f is­sio­nal pleno e a tecnologia dis­ ponível pode ser uma boa ferramenta para ajudá-lo, nada mais do que isso. Portanto, precisamos tomar alguns cui­ da­dos se temos a tecnologia, mas não temos quem a conheça ou quem a opere:

1. Evitar a dependência

Se você começar a ou­vir frases do tipo “O sistema não dei­xa fazer…” ou “Não dá para fazer isso porque estamos sem sistema”, provavelmente você tem de trabalhar a capacitação do seu pro­f is­sio­nal, pois ele é incompleto. Um bom impressor tem de sa­ ber acertar e rodar uma máquina sem os recursos da moderna tecnologia (eviden­ temente, com mais dificuldade); um orça­ mentista tem de saber fazer um orçamen­ to quando o sistema cai (claro, num tempo ­maior). O sistema ajuda o pro­f is­sio­nal, mas não substitui o conhecimento necessário para a rea­li­z a­ção das operações. 2.Não acei­tar a falta de excelência nos trabalhos

Uma boa tecnologia mal operada pode dar resultados ra­zoá­veis ou bons, mas será mui­to difícil que dê resultados excelentes, di­fe­ren­cia­dos. O risco de termos tec­no­lo­ gias su­ba­pro­vei­ta­das é acabarmos nos tor­ nando com­mo­di­ties, isto é, fazendo o que todos fazem, cobrando o que todos co­ bram e dando ao clien­te a mesma satisfação que todos dão. Essa é uma re­cei­ta extrema­ mente perigosa num mundo competitivo como aquele em que vivemos. A di­fe­ren­cia­ ção real, o trabalho de excelência vem com um ótimo pro­f is­sio­nal utilizando uma boa ferramenta tecnológica. 3.Não perder a qualidade na solução dos problemas

A capacidade de uma empresa é medida quando tudo vai mal. A anormalidade tes­ ta o conhecimento, a flexibilidade e a dis­ posição. É nessa hora que o pro­f is­sio­nal vai para a vitrine. É a hora da inovação, da cria­ ti­vi­da­de e da flexibilidade (o que chamo de trocar o ­ideal pelo possível), e, de novo, a tecnologia pode ser uma excelente ferra­ menta, porém quem faz o que precisa ser fei­to é o homem. 4.Não abrir mão do talento

A empresa, a escola e os governos são res­ pon­sá­veis pela boa formação dos pro­f is­sio­ nais. Mesmo contando com todas as faci­ lidades que a tecnologia pode trazer, eles não podem abrir mão desse seu papel de

geradores de conhecimento, com o risco de tornar as empresas me­dia­nas. Precisamos encontrar, formar e reter talentos. Falando agora da ou­tra forma de atua­ ção da tecnologia, que é o fazer diferen­ te, entendo que essa é a parte nobre da atua­ção da tecnologia da informação nas empresas, particularmente nas gráficas. Quan­do utilizamos a tecnologia para ­criar novas ma­nei­ras de fazer as tarefas, otimizan­ do as suas características e os seus resulta­ dos, quer sejam em qualidade, custo ou pra­ zo, não estamos apenas melhorando o que existe, mas sim transformando o am­bien­te produtivo em algo melhor. Certamente, es­ sas novas tec­no­lo­gias demandarão um novo grupo de pro­f is­sio­nais altamente capacita­ dos para operar essas transformações. Aí sim temos um círculo vir­tuo­so: tec­no­lo­gias ino­ vadoras gerando novos processos, que de­ mandam pro­f is­sio­nais distintos e que geram produtos di­fe­ren­cia­dos para atender ou até ­criar novas expectativas dos clien­tes. Para con­cluir, reforço que a TI é excelen­ te, necessária, importante e estratégica, mas é somente uma ferramenta. Nunca pode­ mos dei­xar de entender claramente quem é o dono de quem. Não podemos ser escra­ vos da tecnologia, pois dessa forma estare­ mos nos di­mi­nuin­do como seres pensan­ tes. Temos que ser os agentes do processo, utilizando (ou não) os recursos tecnológi­ cos dis­po­ní­veis para aper­fei­çoar nossos re­ sultados. Repito, nunca esqueça quem é o dono de quem! Você domina a tecnologia ou a tecnologia domina você? Acredito que o fator de di­fe­ren­cia­ção das empresas foi, é e deverá ser sempre o ho­ mem. Precisamos de mui­tos seres humanos (inteligentes) para ­criar os sistemas e as tec­ no­lo­gias e necessitamos também de mui­tos ou­tros seres humanos (igualmente inteligen­ tes) para operar esses sistemas e utilizar essas tec­no­lo­gias em prol de um melhor resulta­ do para as empresas e uma melhor qualida­ de de vida para os seus colaboradores.

Flávio Botana é professor da

Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica. TECNOLOGIA GRÁFICA

45


GESTÃO AMBIENTAL

Compensação da Marcio Pucci

emissão de carbono das aulas da Faculdade Senai

H

oje, os professores têm a opção de tra­ balhar em sala de aula temas discutidos mun­dial­men­te e que estejam nos jor­nais e revistas. Mas devem, prio­ri­ta­ria­men­te, discutir o que está presente no dia a dia dos estu­ dantes e da comunidade em que eles estão inseri­ dos. O foco é a educação que leve os alunos à ação e por isso o professor precisa escolher temas que interajam com os alunos e os façam se envolver e formar con­cei­tos so­cioam­bien­tais adequados. Com base nessas premissas, como professor de disciplinas de Gestão da Qua­li­da­de da Faculdade Senai de Tecnologia Gráfica, procurei um tema que levasse os alunos a utilizar os con­cei­tos de gestão (particularmente de gestão da qualidade e am­ bien­tal) e, por meio de atividades lúdicas, a utilizar esses con­cei­tos na prática. O tema do trabalho surgiu quando assistia a um programa dominical de esporte com meus filhos,

46 TECNOLOGIA GRÁFICA

que mostrava uma corrida de ­aviões que passavam por entre cones. Uma das barracas do evento di­ vulgava que toda a emissão de carbono ocorrida durante a competição seria compensada. Isso se daria através de uma metodologia de cálculo que definiria a quantidade de árvores a serem plantadas para compensar a emissão de carbono. Essas árvo­ res se­riam plantadas de forma a recompor matas ci­lia­res1 degradadas. Essa era a mensagem e achei a ­ideia mui­to interessante. A opção que me ocorreu foi fazer um proje­ to dessa natureza na escola, por ser um am­bien­te propício para o desenvolvimento de novas ­ideias, 1 Mata ciliar é a formação vegetal localizada nas margens dos córregos, lagos, represas e nascentes. É considerada pelo Código Florestal Federal uma “área de preservação permanente”, com diversas funções ambientais, devendo respeitar uma extensão específica de acordo com a largura do rio, lago, represa ou nascente.


com acei­ta­ção e liberdade para desenvolver o pro­ jeto. Levei essa sugestão à direção e coor­de­na­ção pedagógica, que acei­ta­ram a proposta. No segundo semestre de 2007, apresentei essa ­ideia aos alunos, como um projeto voluntário. Al­ guns prontamente acei­ta­ram. Lembro bem que no início alguns perguntaram: “Professor, qual será a sua ajuda?” e respondi com ou­tra pergunta: “Em que vocês esperam que eu ajude? Sai­bam que estarei aprendendo juntamente com vocês, ain­da não sei nada”. Sinceramente, não tinha lido mui­to sobre o assunto e disse: “Vamos aprender juntos”. O pri­mei­ro passo foi fazer um trabalho de pes­ quisa que pro­por­cio­nas­se uma base teó­ri­ca para o desenvolvimento prático. Essa turma de alunos desenvolveu um traba­ lho mui­to consistente, que vem sendo utilizado até hoje. Para isso, além das fontes tra­di­cio­nais de pesquisa, visitaram con­sul­to­rias que prestam ser­ viços para que empresas, particularmente do ramo gráfico, obtivessem certificações que comprovas­ sem que as suas emissões de carbono-​­equivalente2 estavam sendo compensadas. A partir desse estudo verificou-se que os méto­ dos de cálculos estavam dis­po­ní­veis em alguns sites.3 Com base na ex­ pe­riên­cia prática de utilização des­ tas “calculadoras”, os alunos desen­ volveram uma planilha que indicava o número de árvores que de­ve­riam ser plantadas para a compensação da emissão de carbono-​­equivalente que nossa aula oca­sio­na­va. Em uma segunda etapa, que co­ meçou no pri­m ei­ro semestre de 2008, procuramos es­p e­c ia­lis­t as e lo­cais para rea­li­z ar o plantio das ár­ vores em número su­f i­c ien­te para tal compensação. A melhor solução foi rea­li­zar a ati­ vidade, ou seja, o plantio das árvores, nos parques da cidade de São Pau­lo. A mais forte parceria foi obtida com o Parque Vila dos Re­mé­dios,4 com a atua­ção da bió­lo­ga responsável, Tathia­na Popak Maria. 2 Utilizamos a expressão “carbono-​­equivalente” para designar as emissões decorrentes da realização das atividades feitas em sala de aula, de todos os tipos de gases que contribuem para a ocorrência do efeito estufa (como CO, CO₂, CO₄ etc.). 3 www.maxambiental.com.br/ www.carbononeutro.com.br/ www.iniciativaverde.org.br/pt/calculadora www.florestasdofuturo.com.br 4 Parque Vila dos Remédios Rua Carlos Alberto Vanzolini, 413, tel. (11) 3625-1419

Desde então foram plantadas 186 árvores, em atividades que en­vol­viam não só alunos, coor­de­ na­do­ra e professor, mas também fa­mi­lia­res e ami­ gos que se en­tu­sias­ma­ram com o projeto e com o ânimo dos participantes. Esse número de árvores garantiu que as au­las da disciplina estivessem com suas emissões de carbono-​­equivalente compensadas. Porém, mais do que “ensinar” aos alunos relações matemáticas entre a emissão decorrente de atividades diversas, como as que acontecem em uma sala de aula, e as árvores ne­ces­ sá­rias que compensam essa emissão através de processos bio­ló­gi­cos, um objetivo ­maior foi o de abrir a men­ te dos jovens para as conexões es­ quecidas entre pes­soas, lugares e na­ tureza. Ao professor ficou o desafio de mudar a visão de ser um es­pe­cia­ lis­ta para ser um facilitador. Para isso acontecer, a base adotada é a de que toda educação é uma educação am­bien­tal, mos­ trando aos jovens que somos partes integrantes do mundo natural e que eles devem proceder des­ sa forma nas ­atuais e futuras atividades pro­f is­ sio­nais e pes­soais. Além disso, ou­tro objetivo foi fazer com que os alunos conhecessem os proces­ sos da natureza, pois, devido à essência humana, protegemos tudo que amamos, mas só amamos aquilo que conhecemos.

Marcio Pucci é professor da Faculdade Senai

de Tecnologia Gráfica

TECNOLOGIA GRÁFICA

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Q uan.com.b r


COMO FUNCIONA Daniel Nato Machado e Fábio Uva

Chapa térmica sem processamento químico

E

m busca de tec­no­lo­gias mais limpas e menos agressivas ao meio am­bien­te, fabricantes de chapas offset vêm desenvolvendo e disponibilizando no mercado processos de confecção dessas formas que eliminam ou reduzem a necessidade de tratamentos químicos. Duas tec­no­lo­gias para gravação de chapas offset “ecológicas” são conhecidas pelos termos em inglês processless e low chemistry. A tecnologia low chemistry (com pou­cos produtos químicos) utiliza uma chapa que, de­pois de exposta no CtP, passa por um tratamento químico em um equipamento específico. O produto químico utilizado nesse tratamento é menos agressivo ao meio am­bien­te que os reveladores comuns. Durante o processamento, re­sí­duos da camada sensível da chapa vão se acumulando no químico. A solução resultante deve ser destinada corretamente por uma empresa que possua as licenças am­bien­tais exigidas, como o Cadri (Cadastramento de Destinação de Re­sí­duos In­dus­triais) emitido pela Cetesb. Já com a tecnologia processless (sem processamento), a chapa sai do CtP e vai diretamente para

a impressora offset. A revelação é rea­li­za­da na própria impressora, sem a necessidade de equipamentos específicos ou produtos químicos adi­cio­nais (1). Este artigo explica como fun­cio­na o sistema de confecção de uma chapa sem processamento. Estamos falando de uma chapa negativa, ou seja, as ­­áreas expostas pelo laser do CtP vão cons­ti­tuir o grafismo. A exposição é fei­ta com laser infravermelho (IR) de 830 nm. As ­­áreas da camada termossensível que recebem exposição tornam-se in­so­lú­veis. As que não recebem exposição são solubilizadas pela própria solução de molha da impressora e retiradas pelos rolos de tintagem (2). Os re­sí­duos da camada termossensível são então transferidos para as pri­mei­ras folhas de acerto. O processo de revelação em máquina (3) ocorre em três etapas: 1. Penetração da solução fonte 2. Redução da aderência 3. Destaque da camada termossensível A camada termossensível é removida pelo tack da tinta e dispersa na rolaria de tintagem. Essa tinta é impressa nas primeiras folhas de impressão (4). 1

Workflow atual Platesetter

Processadora

Impressora offset

Workflow CtP processless Platesetter

Impressora offset

Sem processadoras, sem químicos, sem resíduos

50 TECNOLOGIA GRÁFICA


Tinta

Água

2

3

Etapa 1

Etapa 2

Etapa 3

Porém, o resíduo retirado na revelação não conta- ◆◆Processo mais consistente, pela eliminação das mina o processo por três motivos: va­r iá­veis inerentes aos processos de revelação ◆◆Por ter afinidade físico-​­química com a tinta e não tra­di­cio­nais com a água, os re­sí­duos da camada não vão para ◆◆A camada sensível exposta ao laser fica mais escua solução de molha e sim para ra, permitindo boa visibilidade 4 a tinta da rolaria da imagem gravada mesmo an◆◆A quantidade de re­s í­d uos é tes da revelação. Assim, é possímui­to pequena em relação à vel, inclusive, rea­li­zar o controle quantidade de tinta. Assim, de qualidade com equipamennão ocorre alteração das pro­ tos de medição de pontos prie­da­des reo­ló­gi­cas da tinta dis­po­ní­veis no mercado ◆◆A camada é incolor, portanA chapa processless é uma Cilindro to não altera a coloração da boa alternativa para trabaChapa tinta lhos com tiragem máxima de Dentre as vantagens da uti100 mil exemplares, sem reim­ Cilindro lização de chapas processless, pres­s ão. No caso de tiragens Blanqueta podemos citar: maio­res ou de trabalhos que ◆◆Redução de custos pela ecoserão reim­p res­s os, as chapas nomia de energia, água, macon­ven­cio­nais são mais indicaCilindro Contranutenção de equipamendas porque têm mais resistência pressão tos, mão de obra e produtos física e química. químicos ◆◆Eliminação de re­sí­duos de processo sem a necessidade de destinação es­pe­cia­li­ za­da e respectiva documentação Daniel Nato Machado é formado pela Escola Senai Theobaldo de Nigris e pela Faculdade Senai ◆◆Aumento na produtividade pela redução de tempos improdutivos (a chapa chega mais rapidamen- de Tecnologia Gráfica. Fábio Uva é engenheiro químico e técnico formado pela Escola Senai te à impressora). A exposição, em média, também Theobaldo De Nigris. Ambos trabalham na Antalis é mais rápida. Como a chapa é negativa, o laser do Brasil, nos cargos de técnico e coordenador técnico, respectivamente. age somente sobre as ­­áreas de grafismo TECNOLOGIA GRÁFICA

51


SITES

LITERATURA

Preparação do Design Gráfico para Mídia Impressa Luiz Seman Em sintonia com as transformações que vem sofrendo o pacote de exi­gên­cias requeridas de um design gráfico, o livro Preparação do Design Gráfico para Mídia Impressa oferece con­teú­do que abrange todas as fases do processo de cria­ção e desenvolvimento do impresso. O livro parte da história das artes gráficas e passa pelos melhores formatos, a solicitação efi­cien­te de orçamentos e ten­dên­cias do setor. O au­tor, designer e produtor gráfico com mais de 30 anos de ex­pe­riên­ cia, optou por lançar o livro apenas no formato PDF. Para solicitar seu exemplar eletrônico envie um e-​­mail para luiz­se­man@­bol.com.br.

www.wix.com/luizseman/livro

Instituto Ecofuturo www.ecofuturo.org.br O novo portal do Instituto Ecofuturo, ONG mantida pela Suzano Papel e Celulose, está mais dinâmico e conectado com as prin­ci­pais redes so­ciais, como o Twitter e o Fa­ce­book. O con­teú­do foi organizado para que o usuá­rio encontre as informações que procura mais facilmente. O portal é atua­li­za­do semanalmente com as prin­ci­pais no­tí­cias sobre educação am­bien­t al do Brasil e do mundo.

Conversas com Paul Rand

Underworld Magazines www.underworldmagazines.com O Underworld Magazines é um blog de design que reú­ne no­tí­cias sobre design, além de recursos e entrevistas com pro­fis­sio­nais da área. No blog o usuá­rio encontra ma­te­rial sobre design gráfico, webdesign, ferramentas e aplicativos, bem como fontes de inspiração para seus trabalhos.

52 TECNOLOGIA GRÁFICA

Mi­chael Kroe­ger O artista gráfico norte-​­americano Paul Rand (1914–​­1996) até hoje inspira gerações com sua produção que vai da publicidade às capas de revistas, passando pelos livros infantis e teo­ria do design. Conversas com Paul Rand, organizado por Mi­chael Kroe­ger, traz uma introdução às prin­ci­pais ­ideias do mestre e aos temas mais importantes da comunicação vi­sual, como a filosofia do design, os processos cria­ti­vos, os livros es­sen­ciais para a formação dos pro­fis­sio­nais e o ensino do design gráfico. Con­cei­tos teó­ri­cos e questionamentos sobre a profissão são abordados de ma­nei­ra simples e direta. Ao final do volume, seis pro­fis­sio­nais da área narram suas ex­pe­riên­cias pes­ soais com Paul Rand. Com projeto gráfico de Elai­ne Ramos, a edição explora as cores verde e rosa e faz um jogo tipográfico com frases do designer, usando fontes de diferentes tamanhos e destacam suas ­ideias prin­ci­pais. Na capa, em formato de sanfona, estão ilustrados alguns de seus trabalhos mais importantes. Cosac ­N aify www.co­sac­naify.com.br


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TUTORIAL

Thia­go Justo

Você já se deparou com estampas onde os desenhos se repetem e se encaixam por todo o tecido? Neste tutorial vamos explicar como fazer no Illustrator a repetição de um desenho vetorial de maneira rápida e simples.

Como criar padrões no Illustrator Requisitos: Adobe Illustrator

Em um novo documento do Illustrator (Ctrl+N), crie seu desenho. Para este tu­to­rial vetorizei um desenho cria­do pelo famoso artista gráfico Mau­ rits Cornelis Escher (1898–1972) (1). Para construíla utilizei basicamente as ferramentas Pen Tool e Pathfinder. Você pode ­criar seu próprio desenho ou vetorizar alguma imagem de que goste. De­pois de terminado o desenho, abra a janela de Swatches (Menu Window ➠ Swatches) (2).

Resultado final

54 TECNOLOGIA GRÁFICA

Com a janela Swatches aberta (3), se­le­cio­ne o desenho que você acabou de c­ riar e arraste-o para dentro dela. Agora, o seu desenho tornou-se uma amostra de textura do Illustrator. Perceba como fica essa nova swatch na paleta (4).


Faça qualquer desenho ou forma geo­mé­t ri­c a e aplique esta nova swatch como se fosse aplicar uma cor. Para isso, basta se­le­cio­nar o desenho e cli­ car na swatch. Você também pode arrastar o target da swatch para dentro do desenho a fim de aplicar este padrão nele.

Observe que o en­cai­xe entre os desenhos ain­ da não está per­fei­to, pois existe mui­to espaço entre eles (5). Para melhorar esse en­cai­xe, faça você mes­ mo a repetição do vetor da forma desejada. Lem­ bre-se: para duplicar um objeto arraste-o com a tecla Alt pres­sio­na­da e para repetir a ação anterior

1 3

4

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use o atalho Ctrl + D. Faça pelo menos três repe­ tições ho­r i­zon­t ais e três ver­ti­c ais para vi­sua­li­z ar melhor o en­cai­xe entre os desenhos (6). Observe que para reproduzir a repetição com esse en­cai­xe precisarei somente do que está dentro do retângulo com contorno vermelho (7). Utilizando a ferramenta Pathfinder, principalmente o botão Subtract, reduza o padrão a somente o que está dentro do retângulo com contorno vermelho (8 e 9). Terminada essa etapa, delete o retângulo com contorno vermelho, se­le­cio­ne o desenho e arras­ te-o para dentro da paleta Swatches, crian­do uma

6

7

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nova amostra. Aplique esta amostra em uma for­ ma qualquer. Observe a diferença entre a swatch an­te­rior e esta nova amostra e veja como o en­cai­xe entre as figuras está melhor (10). Você também pode aplicar uma cor de fundo nestas swatches ou utilizar desenhos com diferen­ tes cores. Essa técnica é mui­to útil para desenvol­ ver estampas corridas, aquelas que se repetem por todo o tecido, de modo rápido e prático.


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10

Thiago Justo é instrutor de Pré-​­impressão

da Escola Senai Theobaldo De Nigris.

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CURSOS

Cursos ABTG Abril Problemas e Soluções de Impressão Offset

Data: 5 a 7 de abril Horário: das 18h45 às 21h45 Instrutor: Eizo Kato Investimento: R$ 320 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 420 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Formação de Líderes de Produção

Data: 12 de abril Horário: das 9h às 18h Instrutor: Cristina Simões Investimento: R$ 290 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 390 para não associados e R$ 190 para estudantes.

Maio Qualidade no Acabamento Gráfico

Data: 3 a 5 de maio Horário: das 18h45 às 21h45 Instrutor: Jairo Alves Investimento: R$ 320 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 420 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Gestão Comercial para a Indústria Gráfica

Data: 12 de maio Horário: das 9h às 18h Instrutor: Auro Aldo Gorgatti Investimento: R$ 290 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 390 para não associados e R$ 190 para estudantes.

Mecânica Básica para Impressores

Data: 17 a 19 de maio Horário: das 18h45 às 21h45 Instrutor: Ronaldo Massula Investimento: R$ 320 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 420 para não associados e R$ 220,00 para estudantes.

Gestão Financeira para a Indústria Gráfica

Data: 24 de maio Horário: das 9h às 18h Instrutor: José Pires de Araújo Investimento: R$ 290 para associados ABTG/Abigraf/Abraform/Sin­grafs/ Abiea; R$ 390 para não associados e R$ 190 para estudantes.

58 TECNOLOGIA GRÁFICA

Cursos Senai INICIAÇÃO PROFISSIONAL Encadernador Manual de Livros (32h) – R$ 336,00

Sábados: 16/4 à 11/6 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 14 anos completos e ensino fundamental concluído.

Operador de Dobradeira ( 28h) – R$ 390,00

Sábados: 16/4 à 4/6das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos e ensino fundamental concluído.

Impressor de Corte e Vinco Manual (32h) – R$ 492,00

Sábados: 16/4 à 11/6 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos e ensino fundamental concluído.

Impressor de Corte e Vinco Automático (80h) – R$ 848,00

Sábados: 9/4 à 18/6 das 8h às 17h Requisitos: 16 anos completos e ensino fundamental concluído.

Impressor de Serigrafia ( 64h) – R$ 678,00

Sábados: 16/4 à 11/6 das 8h às 17h Requisitos: 14 anos completos e ensino fundamental concluído.

APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL CorelDraw para Pré‑Impressão (32h) – R$ 458,00

Sábados: 9/4 à 18/6 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à editoração eletrônica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

PhotoShop para Pré‑Impressão ( 32h) – R$ 564,00

Sábados: 9/4 à 18/6 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à editoração eletrônica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

InDesign para Pré‑Impressão ( 32h) – R$ 510,00

Sábados: 9/4 à 4/6 das 13h às 17h

Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à editoração eletrônica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à impressão offset, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Produção Gráfica ( 32h) – R$ 480,00

Tecnologia de Embalagens Celulósicas (40h) – R$ 617,00

Colorimetria Aplicada aos Processos Gráficos (32h) – R$ 510,00

Orçamento de Serviços Gráficos (40h) – R$ 468,00

Sábados: 16/4 à 11/6 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à área gráfica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Sábados: 16/4 à 11/6 das 13h às 17h Requisito: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à produção gráfica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Densitometria Aplicada aos Processos Gráficos (32h) – R$ 510,00

Sábados: 16/4 à 11/6 das 8h às 12h Requisito: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à produção gráfica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Preparação de Tintas Líquidas ( 20h) – R$ 464,00

Sábados: 16/4 à 2/7 das 8h às 12h ou das 13h às 17h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à área gráfica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Sábados: 9/4 à 18/6 das 13h às 17h. Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à área gráfica, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais. Para todos os cursos: o (a) aluno (a) deverá comprovar ter 16 anos completos e ensino fundamental con­cluí­do (verificar exceções). Alunos menores de idade deverão comparecer para matrícula acompanhados por responsável. Apresentar cópia do histórico ou certificado do ensino fundamental, RG, CPF, comprovante de residência e comprovantes do pré-requisito para simples conferência.

Sábados: 30/4 à 28/5 das 8h às 12h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à rotogravura ou flexografia, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

A Escola Senai reserva-​se o di­rei­to de não ini­ciar o programa se não hou­ ver o número mínimo de alunos inscritos. A programação, com as datas e valores pode ser alterada a qualquer momento pela escola.

Impressão Offset em Máquina Quatro Cores (60h) – R$ 1.174,00

A Escola atende de 2‒ª a 6‒ª, das 8h às 21h, e aos sábados das 8h às 14h.

Sábados: 9/4 à 4/6 das 8h às 17h Requisitos: 16 anos completos, ensino fundamental concluído e comprovar conhecimentos e experiências anteriores referentes à impressão offset, adquiridos em outros cursos, no trabalho ou por meios informais.

Tecnologia de Impressão Offset (40h) – R$ 540,00

Sábados: 16/4 à 18/6 das 8h às 13h

Escola Senai Theobaldo De Nigris Rua Bresser, 2315 (Moo­ca) 03162-030  São Paulo  SP Tel. (11) 2797.6333 Fax: (11) 2797.6307 Senai-SP: (11) 3528.2000 senaigrafica@sp.senai.br www.sp.senai.br



Sinônimo de Versatilidade em Equipamentos Gráficos. A Rotatek fabrica impressoras rotativas modulares que possibilitam a combinação de diferentes tipos de tecnologias, como offset, flexografia, serigrafia, rotogravura, laminação, hot stamping e cold stamping, com acabamento em linha. Além do inovador conceito “OSC”, para troca de formatos de repetição pelo sistema de camisas. Nosso objetivo é prover soluções versáteis e capazes de imprimir em diferentes tipos de substratos. As impressoras Rotatek possuem módulos que, de acordo com a configuração, podem transformá-la em uma solução multi-tarefas, para diferentes tipos de trabalhos. Nós oferecemos a solução. A imaginação fica por sua conta.

Sistema “OSC”, Offset Sleeve Change. Troca de formatos por camisas.

Alameda Juruá, 376 06455-010 - Barueri/SP T: (55 11) 3215-9999 www.rotatek.com.br


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