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O GRANDE DESAFIO DA CONSERVAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Dra. Zola Mayamputo João

Técnica Média de Farmácia pelo IMS de Luanda. Licenciada pela Universidade Jean Piaget de Angola/Ciências Farmacêuticas. Agente de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho. Directora Técnica da Australpharma

Qual a solução para resolver este problema? Para o profissional e o paciente, deve conter as informações sobre os cuidados de conservação, conforme aprovado no registo do medicamento. Esta prática é adequada e deve ser seguida para manter a qualidade do medicamento. Para qualquer autorização da introdução no mercado, todos os medicamentos são submetidos a ensaios de estabilidade em condições normalizadas e internacionalmente reconhecidas. As condições de conservação dos medicamentos são fixadas em função dos resultados destes ensaios de estabilidade. Existem, nomeadamente, a conservação entre 2ºC e 8ºC, a conservação inferior a 25ºC ou 30ºC e a conservação à temperatura ambiente. Alguns medicamentos podem não possuir referências especiais de conservação e, na ausência de menção específica, é a conservação à temperatura ambiente que prevalece. A temperatura ideal para conservação à temperatura ambiente é de 15ºC a 30ºC. Mas, como não se deve passar de 30ºC, é bom evitar que o medicamento permaneça nessa temperatura.

(ANVISA)

Oestado de conservação é o indicador que reflecte a probabilidade que tem uma espécie de continuar a existir, a curto ou a longo prazo. A conservação, por outro lado, consiste em diversas técnicas para prolongar a vida e a disponibilidade de um produto.

Muitas instituições improvisam nas instalações dos seus locais de armazenamento de medicamentos, esquecendo que estes espaços devem garantir a qualidade, a disponibilidade nos pontos de distribuição, a segurança e o controle dos produtos em stock. O armazenamento é a etapa do ciclo da assistência farmacêutica que visa garantir a qualidade e a guarda segura dos medicamentos nas organizações da área da saúde.

Analisando o que gera preocupação ao farmacêutico, de um lado, existe a missão de realizar actividades para a prevenção de doenças e o uso racional de medicamentos e, por outro, há a necessidade de comercialização de medicamentos e a manutenção do negócio. Pode-se afirmar que ambos os lados devem ter o mesmo peso, para que o sucesso aconteça. O desequilíbrio entre os interesses de saúde e os económicos pode levar à falência da empresa ou quebrar a saúde.

Deve-se referir que um medicamento apenas é conservado em perfeitas condições até ao seu prazo de validade, caso não se tenha aberto a embalagem. Como se evidencia, existem alguns medicamentos, sob forma de pós, que têm de ser misturados com água antes de serem utilizados, xaropes, colírios e gotas ópticas. São conservados em boas condições durante um período limitado e, por vezes, são guardados no congelador, enquanto durar o tratamento, após o qual devem ser deitados fora, não devendo ser guardados para tratamentos futuros. Assim como os cremes e pomadas, sobretudo se estiverem em contacto com o ar. Os medicamentos podem ser alterados pela acção de agentes físicos, como o calor, a humidade e a luz. Perdendo a sua eficácia e sofrendo alterações, tornariam a sua utilização perigosa. “Costuma considerar-se que os medicamentos são eficazes e seguros até ao seu prazo de validade, indicado na embalagem de cada produto, mas apenas caso sejam conservados em boas condições”. As normas de boas práticas de armazenamento e distribuição aplicam-se à conservação de medicamentos e produtos sanitários, visando a protecção da saúde da população, porque os medicamentos somente são eficazes se houver garantia de que, desde o seu fabrico até à sua dispensa, sejam conservados nas condições exigidas ou adequadas. Faça a sua parte dentro da comunidade e tenha a qualidade que exige para uma boa saúde para si e todos que o rodeiam.

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