02 Doença Periodontal - Portughese

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CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA N˚ 17 S A Ú D E B U C A L - A T U A L I Z A D O E I L U S T R A D O - F O U S P, 2 0 1 2

Doença Periodontal A doença periodontal deve ser vista como um processo de desequilíbrio entre as ações de agressão e defesa sobre os tecidos de sustentação e proteção do dente.

Capítulos 1. Aspectos Conceituais e Epidemiológicos

Atualizado e Ilustrado 2. Principais Fatores de Risco

3. Abordagem Coletiva • Ações e Vigilância • Ações de Promoção

Página 2 Página 1

4. Abordagem Individual a. Gengivite

5. Prevenção 6. Caso Clínico

7. Créditos Página 4

Página 4 Página 2

Página 2 b. Periodontite Página 3 e 4

associada à perda de

1. Aspectos Conceituais e Epidemiológicos

inserção

retornem ao estado de saúde periodontal. A

! O principal determinante é o biofilme bacteriano (consórcio

doença periodontal se

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constitui, atualmente, em

microbiano embutido na massa de PEC -

polissacarídeos

extracelulares

periodontal),

resultante da aderência, multiplicação e

Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde

importante

fator de risco para parto prematuro de

-

desenvolvimento de microrganismos sinais. A normalidade do periodonto sobre superfícies sólidas – substrato – é definida por variáveis biológicas, em ambiente aquático. que são mais coerentes com a www.farmaconline.ufg.br em nov. etiopatogenia da doença (segundo 2012), a partir das diferentes Houaiss: estudo das causas das doenças respostas dadas pelo hospedeiro. ou dos patógenos: agentes que geraram a Não é mais considerada apenas de patologia) e permitem que usuários progressão lenta e contínua, mas que em algum momento foram pode ter padrões variáveis de portadores da doença e apresentem progressão. É entendida como uma seqüelas (como recessão - recuo do doença infecciosa, onde as alterações tecido gengival, e mobilidade de forma e função são consideradas

um

baixo peso, diabetes e doenças vasculares e cardíacas. !

No Brasil, a percentagem de

pessoas com algum problema periodontal nas faixas etárias de 15 a 19, 35 a 44 e 65 a 74 anos de idade é, respectivamente

53,8%,

78,1%

e

92,1%, de acordo com os resultados do Levantamento Epidemiológico SB Brasil 2003.

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2. Principais Fatores de a. Gengivite Risco !

A gengivite é uma manifestação inflamatória da

gengiva marginal desencadeada pelo acúmulo de biofilme bacteriano supra-gengival e rompimento do

• Ausência de controle do biofilme • Fatores culturais e sócio-econômicos

equilíbrio

• Diabetes

agressão/defesa.

Constitui-se

em

um

processo inflamatório que deve ser prevenido e tratado.

• Fumo

3. Abordagem Coletiva • Organização das ações de vigilância sobre os sinais de risco em saúde bucal: risco social, falta de acesso à escovação, sangramento/secreção gengival, diabetes mellittus, imunodepressão e fumo. • Ações de promoção à saúde (ações intersetoriais e ações educativas) principalmente associadas aos grupos de cuidado com diabetes mellittus, fumo, Diagnóstico

gestantes, cardiopatas entre outros.

Para o diagnóstico da gengivite é importante a realização de:

4. Abordagem Individual !

No

tratamento

da

doença

periodontal

é

• Avaliação do controle do biofilme.

importante uma abordagem integral, envolvendo as

• Avaliação da presença de sangramento.

ações de promoção à saúde e prevenção (para controle da atividade da doença e dos seus fatores de risco), e de

• Avaliação da saúde do indivíduo.

tratamento cirúrgico-reabilitador, que cada vez mais

• Avaliação de alterações sistêmicas ou presença de

está se tornando um procedimento raro em face da

tabagismo que possam estar influenciando no estado periodontal.

resolutividade do tratamento sobre a causa. Isso significa abordar as causas da doença, e não apenas as suas conseqüências, de forma a promover um impacto

• Avaliação dos fatores culturais e sócio-econômicos.

no processo saúde/doença.

Tratamento

!

!

Duas formas clássicas são descritas como

manifestações do processo saúde/doença periodontal: a gengivite e a periodontite. !

O tratamento pode se estender por várias

sessões, individuais ou coletivas, de preferência semanais, cujo número irá depender do controle da doença.

Com a evolução do conceito do entendimento

das doenças periodontais, concluiu-se que gengivite e

• Ações educativas para controle de biofilme.

periodontite são processos independentes, isto é,

•. Remoção ou tratamento de fatores retentivos de

gengivite

biofilme.

não

necessariamente

evolui

para

uma

periodontite, porém a gengivite é um importante fator de risco às periodontites.

• Raspagem e polimento supra-gengival profissional • Utilização de controle químico do biofilme (apenas quando necessário e por um tempo limitado).

Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde

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• Monitoramento e controle dos fatores de

!

risco como diabetes, gravidez, alterações

a perda de inserção está associada aos padrões de

hormonais, entre outros. Em caso da gengivite estar relacionada com fatores sistêmicos ou

higiene bucal e fatores de risco, sendo o tipo mais prevalente. A periodontite agressiva é rara, mas face à

medicamentosos, deve ser avaliada a possibilidade de

sua

intervenção sobre esses fatores.

mortalidade

• O progresso do tratamento deve ser avaliado por meio do controle de biofilme e da atividade de doença, e poderá ter alta o usuário com ausência de sangramento gengival aliada com uma quantidade mínima de biofilme, compatível com o seu estado de saúde periodontal.

A periodontite crônica é de evolução lenta, onde

rápida

progressão dental.

tem Essas

alta

morbidade

periodontites

e

têm

componente genético e psicossomático fator importante para a prevenção da mesma. Diagnóstico !

Está ligado à avaliação da presença da doença

ativa, do tipo de progressão e dos fatores causais e modificadores:

Manutenção !

A frequência de retorno varia individualmente

de acordo com o risco e destaca-se o sangramento

• Avaliação do controle de biofilme.

gengival e o controle do biofilme para manutenção da

• Determinação da atividade da doença: definida pela

saúde periodontal.

perda de inserção aliada a sinais inflamatórios (sangramento, secreção).

b. Periodontite

• Avaliação das condições sistêmicas, tabagismo e consideração do risco socioeconômico e uso de medicamentos.

As condições inflamatórias presentes na gengivite favorecem o surgimento do biofilme

Tratamento

bacteriano sub-gengival, mais virulento, que causa a

!

inflamação dos tecidos de suporte.

do tratamento dependem fundamentalmente da capacidade de controle do biofilme pelo binômio

!

A manutenção da saúde periodontal e o sucesso

usuário/profissional e controle dos fatores de risco, principalmente o fumo e o diabetes. O tratamento irá consistir basicamente de ações ligadas a uma FASE DE CONTROLE DA DOENÇA, e de uma FASE DE TRATAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: •

Tratamento

da

Gengivite,

como

descrito

anteriormente, incluindo as ações educativas.

A periodontite é um grupo de doenças que se

• Tratamento da Periodontite, por meio do controle do biofilme sub-gengival, que é realizado através da

caracteriza pela inflamação dos tecidos de sustentação e

raspagem e alisamento subgengival (RASUB). As

proteção dos dentes, acompanhada de perda de inserção de tecido conjuntivo, conseqüência da agressão

RASUB funcionam independente da profundidade e

promovida pelo biofilme bacteriano sub-gengival.

Em caso da periodontite estar relacionada a fatores sistêmicos ou hábitos nocivos, deve ser avaliada a

!

devem ser realizadas sempre como primeira opção.

possibilidade de intervenção sobre esses fatores. Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde

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Referência !

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Em caso de Periodontite crônica

!

de evolução lenta, devem ser referenciados para cirurgia os casos onde houver insucesso na RASUB. Atenção especial deve ser dada a avaliação da razão do insucesso, pois muitas vezes a falta de controle do biofilme pelo paciente é o principal motivo do insucesso e, portanto, deverá ser o foco principal da atenção profissional. Monitoramento da Terapia Periodontal !

O tratamento pode se estender por várias

sessões, individuais ou no grupo operativo, de preferência semanais, cujo número irá depender do controle da doença. Em curto prazo o monitoramento se dá pelos sinais inflamatórios e em longo prazo pela ausência na progressão da perda de inserção. !

Retorno após 7 dias. Note a mudança da cor da gengiva (rosa pálida) e consequente desinflamação gengival.

A alta clínica deve ser dada ao usuário com

ausência de sinais de atividade de doença e com controle de biofilme adequado.

Reabilitação !

Realização

de

procedimentos

cirúrgicos,

restauradores ou reabilitadores necessários para restabelecer a estética, a forma e a função prejudicadas pela doença.

5. Prevenção !

Para se prevenir de problemas periodontais

basta que o indivíduo utilize o fio dental e a escova de

7. Caso Clínico

dentes de acordo com uma correta técnica de manuseio. !

Atualização do Caderno de Atenção Básica em Saúde Bucal, imagens e glossário:

6. Caso Clínico

Prof. Cláudio Pannuti – FOUSP Dr. Marco Antonio Kulik - FOUSP (imagem gengivite e

O

paciente

se

apresentou

no

consultorio

com

inflamação gengival (note a cor da gengiva vermelha azulada) e próteses com excesso marginal. Procedimento inicial: orientação de higiene bucal e remoção de excessos marginais.

Caderno de Atenção Básica no 17 - Saúde Bucal - Ministério da Saúde

pediodontite) Dr. André Hespanhol - FOSUP (imagem conceitos epidemiológicos) Profa. Dra. Mary caroline Skelton-Macedo - FOUSP

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