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Fevereiro com 12 mortes por afogamento na região

Tragédias aconteceram no mar, piscina, açudes, rios e até em uma caixa d’água

João Balthazar (estagiário)

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O mês de fevereiro de 2023 ficou marcado negativamente pelo alto número de mortes registradas por afogamentos na região. Segundo levantamento feito pela reportagem do J3News, 12 pessoas morreram afogadas em Campos, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra no mês passado. Entre as vítimas estavam três crianças e uma idosa. Os acidentes aconteceram no mar, piscina, açudes, rios e até em uma caixa d’água.

Em nota oficial, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) afirma que as equipes atuaram em 485 salvamentos marítimos no Norte Fluminense, além de 6.383 ações de prevenção de afogamentos durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano. A corporação conta que durante este período foi elaborada uma estratégia especial para evitar o máximo de afogamentos possíveis.

“A corporação reforçou as ações em todo o Rio de Janeiro, tendo em vista o aumento significativo da frequência de banhistas e do tráfego de embarcações

Atenção | Corpo de Bombeiros alertam que banhistas precisam prestar atenção nas condições do mar em praias, rios, lagoas e lagos nesta época de verão. O planejamento estratégico para o período englobou a ampliação do efetivo empenhado, por meio do pagamento do Regime Adicional de Serviço (RAS), além de investimentos em viaturas e equipamentos, num total de R$ 12 milhões”, afirma.

Locais não recomendados para banho fazem mais vítimas Dentre as 12 mortes, oito aconteceram em açudes, rio e em um caixa d’água, locais que não são recomendados para banho, de acordo com a CBMERJ. Um dos casos que mais repercutiram aconteceu em um açude no subdistrito de Guarus, na localidade do KM 08, próximo ao novo Estádio do Americano, à margem da BR-101. Cinco pes- soas, incluindo uma criança de 4 anos, morreram afogadas no dia 20 de fevereiro. Também em um açude, dentro de uma propriedade particular, em Cajueiro, distrito de São João da Barra, uma criança de 10 anos morreu afogada, no dia 5 de fevereiro. Ainda em SJB, no dia 19, um homem morreu após se afogar no Rio Paraíba do Sul, próximo ao Cais da Praça São João Batista. a Polícia Civil respondeu que “no ano passado, houve uma queda de 2,8% nos registros de crimes na circunscrição da 147ª DP (São Francisco do Itabapoana), segundo dados do Instituto de Segurança Pública.”

“Os rios que cortam as cidades da região, além de locais como açudes, tanques de água para animais em sítios e fazendas, apresentam grande risco de acidentes, principalmente, os afogamentos. Estes locais não são indicados para serem usados para se banhar e devem ser evitados”, alerta o Corpo de Bombeiros.

Efetivo pequeno

Especialista em Segurança Pública, Roberto Uchoa aponta um problema de efetivo na Polícia Militar, que acaba sobrecarregando os agentes. “Nós temos um problema que é ter um Batalhão responsável por quatro municípios: Campos, São João da Barra, São Fidélis e São Francisco de Itabapoana, que, juntos, constituem uma extensão territorial absurda. Um Batalhão que, é de conhecimento notório de todos, sofre com escassez de recursos humanos. Eu tenho o entendimento de que, para o 8º Batalhão prestar um serviço minimamente adequado, teria que trabalhar com, no mínimo, o triplo do efetivo.

Não dá para ter um efetivo que, contando folgas, licenças, atividades-meio e trabalhos internos, tenha nas ruas, diariamente, uma quantidade pequena de policiais, sendo preciso compensar com programas como

Regime Adicional de Serviço (RAS), Segurança Presente, onde se paga um dinheiro a mais, ou seja, um novo custo, para que o policial, no seu momento de folga, trabalhe mais. Isso é péssimo, porque tira o tempo de descanso desse profissional e acaba gerando estresse e situações que depois podem acabar levando a outros problemas”, aponta. Questionada, a PM informou que, por motivos estratégicos, não divulga efetivos das unidades. Para Roberto Uchôa, sem efetivo para um policiamento ostensivo eficaz na disputa por territórios, a sensação de segurança da população continuará prejudicada. “Vamos continuar a sofrer com essa violência relacionada à disputa por controle de mercados ilegais, como tráfico de drogas, armas e controle de territórios e vamos ter ações pontuais, como investigações da Polícia Civil, que prendem criminosos A,B e C, relacionados à determinadas atividades, mas que não resolvem o contexto. Fica a sensação de sempre estar enxugando gelo, em que se prende, mas não melhora a sensação de segurança. E este é um problema., analisa.

Outro caso que chamou a atenção da população neste mesmo mês foi o de um menino de 2 anos que morreu após se afogar em uma caixa d’água, no Parque Eldorado, em Campos. A criança chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM), mas não resistiu.

Praias

Nas praias do Norte Fluminense, duas mortes foram registrada no mês passado. No dia 19, uma idosa se afogou no Xexé, em Farol de São Thomé. Ela foi resgatada ainda com vida e levada para o Posto Médico de Farol, onde morreu logo após dar entrada, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória. No mesmo dia, o ex-vereador de Cardoso Moreira, Neilton Ber- nardino, morreu afogado em Guaxindiba, em São Francisco de Itabapoana. O Corpo de Bombeiros afirma que é necessário tomar alguns cuidados como evitar entrar no mar após ingerir bebidas alcoólicas, manter a atenção redobrada com crianças e respeitar as "regras" do mar. “É importante ficar próximo ao posto de guarda-vidas. É onde as pessoas podem ser orientadas do melhor local para o banho e ainda há a possibilidade de tirar outras dúvidas. Também é fundamental respeitar as cores das bandeiras de sinalização. Não é recomendado entrar no mar em locais de bandeira vermelha, pois lá existem as famosas valas, que são fortes correntes de retorno”, pontua a corporação.

Efetivo do Corpo de Bombeiros nas praias do RJ Em nota, o Corpo de Bombeiros explicou que “o serviço marítimo do CBMERJ conta com um total de 217 postos de salvamentos, que cobrem os 246 quilômetros da orla fluminense. Cerca de 1.200 militares atuam nas praias do Estado, com apoio de embarcações, botes, motos aquáticas, quadriciclos, helicópteros e drones. Reforçando a prevenção a afogamentos e a comunicação com a população, a corporação também conta com 4.750 placas de sinalização de perigo, 200 totens informativos e 18.900 bandeiras de sinalização de risco em pontos estratégicos da orla.”

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