Revista MÊS 17

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Agropecuária

PR tem 93% da produção nacional do bicho da seda; este ano, Estado deve crescer 10% Economia

Quem é o novo Homem Estudos mostram que eles são mais consumistas, ajudam mais em casa e são mais sensíveis

Entenda o que mudou na poupança; leitores tiram suas dúvidas com especialistas Gastronomia

Saiba o que preparar no Mês dos Namorados; Chefs de cozinha dão dicas exclusivas

circulação GRATUITA

IMPRESSO

PODE SER ABERTO PELA ECT

Editora Mês Ano 2 - nº 17 Junho de 2012



Mais do que ver. Ser visto.


Ivo Lima

entrevista Darci Piana

“Como é que a gente vai encontrar o melhor caminho para resolver os nossos problemas” No último mês, representantes de vários setores de Curitiba reuniram-se pela primeira vez para iniciar um movimento chamado Curitiba Criativa. O objetivo é apresentar soluções para a cidade nas questões relacionadas à Copa e referentes ao crescimento da cidade nos próximos anos. O gaúcho, radicado no Paraná, Darci Piana, empresário e presidente do Sistema Fecomércio / PR, comandou essa primeira reunião que pretende ser periódica e envolver outros setores da sociedade para pensar no desenvolvimento da Capital. Veja os principais trechos dessa conversa sobre o futuro de Curitiba: 4 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br Colaborou Iris Alessi - iris@revistames.com.br

Como surgiu a ideia do grupo Curitiba Criativa e qual é o conceito dele? Darci Piana (DP) - Isso tudo começou quando fizemos um acordo com o Cerdà de Barcelona, quer dizer, aquela instituição que ajudou a organizar Barcelona para a Olimpíada [em 1992]. Então, nós fizemos uma parceria com a Federação do Comércio e o Sebrae para tratar de assuntos de interesse da Copa do Mundo aqui em Curitiba. Essa parceria vai tratar dos mesmos problemas que teve lá em Barcelona na ocasião e ver como é que eles resolveram os problemas deles e como é que a gente vai encontrar o melhor caminho para resolver os nossos problemas.


Cerdà já fez algum diagnóstico para Curitiba? DP - Eles fizeram uma parceria enorme que agora temos a oportunidade de conversar com eles, de discutir, de saber o que Curitiba precisa, onde eles poderiam ajudar. Por exemplo, se você imaginar que Curitiba poderia ter um estacionamento subterrâneo, nós não temos tecnologia, vamos precisar. Eles já fizeram isso. Então, quer dizer, a gente busca tecnologia, troca de informações. Isso é muito comum acontecer e essa parceria foi feita entre a Federação do Comércio, o Sebrae e a Prefeitura. Com a visita dessa empresa espanhola, já foi possível identificar alguns pontos críticos que Curitiba vai precisar resolver? DP - O que a gente fez foi uma aproximação. A gente não discutiu problemas pontuais. Daí eles vão embora, sobram os problemas que são os micros, os pequenos, e os grandes problemas... Isso na verdade não é a Federação do Comércio que vai resolver e nem o Sebrae. Isso é um problema da Prefeitura, isso é um problema do Governo. Nós não podemos mexer numa rua, nós não podemos fazer uma nova rua. Nós podemos ter ideias de como fazer isso melhor, como isso deveria ser. Então, essas discussões [do Curitiba Criativa] acabam se tornando interessantes para a Prefeitura desde que ela esteja apresentando um projeto de um metrô. Como é que vem o problema de um comércio nessas linhas de metrô? Hoje, nós temos trânsito de superfície, nós temos nossas lojas, temos parada de ônibus, que está envolvido com o sistema de hoje. Quando isso passar para baixo do chão, como é que esses comerciantes vão sobreviver, se não terão mais passagem de pessoas por ali? Vai diminuir essa relação. Como é que essas empresas vão sobreviver? Então, começou um diálogo com a Prefeitura. E aí a gente está encontrando caminhos,

por exemplo, nessas centrais que vão acontecer, nessas estações que serão feitas, vão ter problemas de novo. Vai ter que indenizar empresas que estão por ali, para abrir espaço, uma série de coisas. A prioridade, que a gente está começando a discutir, é que essas lojas subterrâneas terão preferências àquelas empresas mais prejudicadas. Por que o que nós vamos fazer com essas empresas, comerciantes, prestadores de serviço, bares, restaurantes, essas pequenas lojas que têm nesse percurso de trânsito? Tudo isso são problemas que começam a surgir depois da ideia do metrô. O metrô entra para resolver um problema de trânsito, um problema de transporte de mas-

A ideia de criar a Curitiba Criativa surgiu dessas discussões de algumas pessoas que estão preocupadas e que foram chamadas para discutir: Como é que isso vai ser resolvido? sa, mas atrás de si, outros problemas de desvio de rota de hoje. A ideia de criar a Curitiba Criativa surgiu dessas discussões de algumas pessoas que estão preocupadas e que foram chamadas para discutir: Como é que isso vai ser resolvido? A área cultural terá uma grande relevância nesse processo todo, turismo terá também uma responsabilidade muito grande, mas acima de tudo a circulação, o processo de embelezamento desses locais, quer dizer, tudo isso faz parte. Reunir mais do que uma cabeça em qualquer negócio é bom. Na reunião, a maioria era da iniciativa privada ou participaram outras entidades? DP - Lá inclusive entraram as universidades, que também estão sendo chamadas, que vão fazer parte desse processo.

Ainda não integram o grupo? DP - Até agora não, mas vão ter de integrar. Afinal de contas a inteligência, a parceria deles é imprescindível. Quando você junta pessoas, intelectuais, universidades, escolas, instituições diferentes, que possam dar opinião, ideias que, às vezes, a gente não percebe é que vai dar força a esse projeto de Curitiba Criativa. Como funcionou essa primeira reunião? DP - Numa primeira reunião, nós tínhamos que fazer uma escolha por opções, era gente jovem de 30 anos para menos e poucas pessoas de idade, porque foi escolhido de propósito isso. Nós tínhamos a nossa capacidade de uma sala de 60 pessoas. Então, o limite nosso naquele dia foi de 60. Fizemos uma escolha, um pouco de cada segmento para poder ter ali alguns professores, alguns empresários, pessoal de teatro, pessoal de mídia, pessoal envolvido com essa área de comunicação, como uma forma de começar uma discussão ampla, diversificada. Agora, a gente pode ampliar isso e subdividir em segmentos. Quer dizer, vai acabar acontecendo isso. Os que entendem de comércio vão sentar, e aí aqueles que entendem de área cultural vão trabalhar esse processo, até porque a Federação tá envolvida com outras entidades de Curitiba, junto com a Associação Comercial para restauro da Universidade Federal do Paraná e do Corredor Cultural que nós chamamos que é a Universidade Federal, o Colégio São José, a antiga capela dali, os Correios, quer dizer, o Paço da Liberdade fazem parte daquele Corredor Cultural. Já é um passo a mais que o próprio Paço da Liberdade daquele processo de restauro. Isso já existe também e depois com os 100 anos da própria Universidade Federal do Paraná que vai ser comemorado no final do ano. A gente já trabalha agora para isso lá na frente. Tudo isso acabou trazendo à tona assuntos que REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 5




é acima daquilo que se faz hoje. Mesmo que Curitiba seja considerada moderna, seja considerada uma cidade à frente das cidades brasileiras, mas ainda tem muita coisa que tem de ser feito para ser, digamos assim, incluído nesse processo de evolução da cidade. E nada melhor que nós termos uma Copa do Mundo para dar início nisso, para que a gente possa então compensar esse crescimento, que nós estamos tendo e aproveitar essa oportunidade de investimentos maciços que terão nesses próximos anos em função da Copa do Mundo. Quais serão os próximos passos? DP - A ideia básica é uma reunião por mês. A gente poderia fazer isso quem sabe por um ano e meio, mas acho que nunca mais vai liquidar isso. Vai ser permanente, porque o mundo anda muito rápido. Quer dizer, então o que se faz hoje, daqui dois anos é completamente diferente. Essas ideias terão de ser renovadas completamente. Acho que isso vai se fortalecer. Em ano eleitoral, isso pode atrasar os trabalhos do Curitiba Criativa? DP - Acho que sim. A gente que conhece um pouco desse processo político, é difícil de desassociar a participação da Prefeitura num processo desses. Nesse momento, ele [pré-candidato Luciano Ducci] está vendo uma eleição. E o foco do político é a eleição que está lá na frente. É um ano para nós, não só para esse projeto da Curitiba Criativa, mas também para os próprios trabalhos da Federação, do Sesc, do Senac, que você tem de ter muito cuidado. Como nós trabalhamos para milhares de pessoas por dia, se você está associado com entidades que são inclusive patrocinadas, às vezes, grande parte pelo próprio poder público, você tem de ter muito cuidado para não se envolver politicamente nisso tudo. Como somos uma entidade tecnicamente política que é a Federação, não pode 8 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

Ivo Lima

entrevista Darci Piana

ser diferente, nós temos braços que são técnicos, que não podem se envolver em política.

E como está o clima entre os comerciantes para o futuro. Estão ávidos a investir na cidade?

Mas a Fecomércio tem cor partidária?

DP - Na verdade, Curitiba tem um bom comércio. Tem grandes investimentos na área comercial na Capital com shoppings, com hipermercados, com supermercados e esses mercados de bairro. Essas mudanças são uma situação nova que está surgindo. Esses shoppings, por exemplo, que estão surgindo, o volume disso é muito grande, quer dizer, você vem perguntar para mim se isso traz algum aborrecimento comercial? Traz, porque cada shopping com mil funcionários tira três mil pessoas dos pequenos negócios que vão ser empurrados mais longe, para a periferia. Cada investimento desses tem um impacto comercial, um impacto na área de serviços, principalmente, porque essas pessoas não acreditam que terão uma concorrência do tamanho que foi constituído aquele empreendimento próximo. Quando ele [comerciante pequeno] sente isso, ele já está há um ano, um ano e meio definhando, ou seja, diminuindo o seu negócio e acaba fechando. Quando ele fecha, não fecha uma loja com um funcionário, ele fecha uma loja com uma família junto. Geralmente, nessas lojas pequenas trabalha ele, a mulher, o filho, a nora, o genro, então está expulsando daquele segmento uma família inteira. A saída dele é ir mais longe, se desfazer do imóvel que ele tem ali, pegar esse recurso e comprar um lugar mais barato para uma sobrevivência lá longe. Quer dizer, se me perguntar se isso lá longe vai ajudar a melhorar aquele espaço? Vai. Esse é o progresso.

DP - Não. Nós somos políticos e empresariais, ou seja, defendemos os nossos interesses, mas não fazemos política partidária. Nós temos que aceitar aquele que o povo decidiu como comandante. Então, se nós formos para decidir que queremos o José, em vez, do Francisco e o Francisco ganhar a eleição, como é que nós vamos conviver e ser parceiros no nosso Estado, com o Francisco se nós fomos contra ele? Nós temos de manter a nossa conduta, embora pessoalmente cada um tenha o seu candidato. Mas como comandante, temos que ter a preservação desse direito de ficar quieto nessa hora. Então, como ficará o cronograma do Curitiba Criativa? DP - Acho que até que a gente coloque essas coisas em ordem, até que a gente consiga fazer com que esse grupo comece a produzir efetivamente, que consiga globalizar essas ideias, nós vamos passar esse período mais crítico da política que termina em outubro. Vamos esperar que não tenha segundo turno, mas se tudo isso der certo em outubro, está liquidado e aí as coisas serão com parcerias como sempre. Agora alguns tipos de projetos vão andar, porque eles não requerem investimento durante a eleição.


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mensagens do(a) leitor(a)

Parabéns A Mês de maio trouxe diversos assuntos interessantes e como sempre, matérias impecáveis. As matérias sobre “Bullyng” e “Solidão no Poder” estão fantásticas e trazendo informações realmente especiais, tirando dúvidas e mostrando características destes temas que nem sempre são abordados. Mais uma vez, a Mês Paraná está de Parabéns!

Karina Trzeciak, no facebook LEITOR@MES.COM.BR LGBT na Política Escrevo referente à matéria LGBT na Política, escrita por Mariane Maio. Eis que ontem pela manhã meu chefe chega com uma revista e me diz: “Olha peguei esta revista ontem e ainda nem abri, mas vi que tem uma matéria sobre candidatos LGBT, talvez você goste”. E qual é a minha surpresa ao ler a matéria e ver meu nome citado, e surpresa maior por vocês não terem conseguido entrar em contato comigo, já que o PT tem meus contatos. De qualquer forma estou aqui para agradecer a citação e me coloco a disposição caso ainda haja interesse de “complementar” a

/MÊS Paraná

Sandra Maria Borçoi - Que Prestígio hein, Revista Mês! Parabéns! :D

Luisa Padoan - A Revista está de parabéns! A qualidade está cada vez melhor! Adorei a entrevista com o Alexandre, ficou descontraída e super interessante! Ótima! Aguinaldo Rodrigues - Parabéns

Revista Mês Paraná mais uma edição de sucesso! Cada edição com assuntos importantes para nós leitores, a edição 15 tem de tudo isso é muito bom. Entrevista com Leandro Hassum, muito interessante. Matéria sobre universidade e empresa, politica, segurança as-

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matéria, ou quem sabe escrever sobre as pré-candidatas mulheres. Juliana Souza

Resposta: A reportagem entrou em contato com a Juliana Souza por e-mail e por meio do seu Partido, mas não obteve retorno até o fechamento da edição de Maio. Entrevista Nero Quero parabenizar pela Revista e pela excelente entrevista com o ator Alexandre Nero. Vocês são ótimos. Mônica Junqueira

Conteúdo Antes de mais nada, parabenizo a equipe da Revista MÊS. São matérias interessantes, diversificadas e dire-

Envie suas mensagens para a Revista MÊS pelo leitor@revistames.com.br | Twitter @mes_ pr | Facebook MÊS Paraná. Participe! tamente para o Curitibano. Soube da Revista MÊS através de uma amiga de trabalho. Ela me emprestou para ler e gostei das matérias. Denise Baccaro

Networking O tal Q.I. no Brasil é o mesmo que os políticos fazem e que é tanto criticado pela população. Entretanto, a população não se dá conta de que age exatamente da mesma forma, ou seja, é um problema (uma praga) cultural deste País. Espero que vocês revejam esta matéria de uma forma crítica e que em alguma edição do futuro façam uma outra reportagem mostrando os males do Q.I.. Diolete Paganini

suntos que fazem a diferença. Parabéns toda equipe da Revista Mês Paraná!

prazo, muito fácil entregar obras em ano eleitoral.

Kele Biela Klemtz - A entrevista sobre as construções antigas e suas revitalizações de Curitiba ficou muito interessante, toda cidade tem uns locais assim!

Gabriel Souza - Entrevista formidável com o Alexandre Nero, principalmente quando ele fala do “cheiro de Curitiba”, viajo muito a trabalho e quando volto tenho sempre essa mesma sensação.

Kamila Klemtz - A reportagem

com o ator Alexandre Nero ficou show, ele é um ótimo ator, adoro seus personagens, isso aí Revista Mês!

Lu Oliveira - Parabéns a Bianca

Nascimento pela matéria referente às obras inacabadas em Curitiba. A população precisa saber o que esta acontecendo em nossa cidade e mais que isso, precisa se ligar que prazo é

Tem sugestões de pauta? Uma ideia para fazer uma reportagem? Envie sua sugestão também para leitor@revistames.com.br


FOTOGRAMA

Adair José Dias

“O pôr do sol não perde sua beleza e nem seu brilho em um horizonte de cimento e janelas de Curitiba” Caso queira ver também sua foto publicada na coluna Fotograma, envie sua imagem em alta resolução para o leitor@revistames.com.br

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Mensagens dos leitores

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FOTOGRAMA

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MIRANTE

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COLUNA

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5 perguntas para: Marília Pedroso Xavier

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DICAS DO MÊS

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OPINIÃO

política 22 A possível não reeleição cidades 26 Articuladoras da Paz 28 O duro lar de asfalto e cimento economia 30 Medidas estruturantes agropecuária 32 A volta do Bicho da Seda no Paraná educação 34 O dever do afeto saúde 38 Males do inverno 39 A vontade de ajudar não deve esfriar tecnologia 40 Uma mídia a ser explorada

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MATÉRIA DE CAPA

Homo sensitivos turismo 48 Terra dos Guarás

esporte 52 Entre o taco e a bola, a cruz e a espada automóvel 54 Não esqueça da revisão moda&beleza

meio ambiente

56 Cheiro de brasilidade

42 Uma garrafa com mil e uma finalidades

culinária&gastronomia

44 Quase extintos do mapa

59 Frutos do nosso mar

internacional

cultura&lazer

46 Uma China menos agressiva

62 Arte de (re)criar a realidade

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Bianca Nascimento

entrevista

48

58 Uma pitada de amor

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Roberto Dziura Jr.

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Banco de imagens

sumário


editorial

Um pedaço de realidade

U

m recorte do tempo e do espaço. Um quebra-cabeça difícil de montar e desmontar. Mas é isso que fazemos no Jornalismo. Sem a pretensão de vestir todas as verdades ou de esgotar o assunto, mas tentando nos despir de todos os preconceitos para levar muita informação, novos comportamentos sociais e uma realidade dos tempos atuais. É isso que mostra a reportagem de Capa da MÊS, que revela um debate sobre o papel do novo “Homem” na sociedade. Outros destaques dessa edição também trazem alguns pedacinhos de Curitiba, do Paraná, do Brasil e do Mundo. De Curitiba, trouxemos as dúvidas dos leitores sobre as mudanças no sistema bancário, também demos dicas dos chefs de cozinha para o Mês dos Namorados; abordamos, ainda, a perspectiva das próximas eleições na cidade; mostramos como Curitiba trata seus moradores de rua e apresentamos, na Entrevista, um novo movimento que promete pensar sobre os problemas da cidade, é o grupo “Curitiba Criativa”. Sobre o Paraná, “recortamos” nessa edição histórias de mulheres que buscam construir a Paz em suas comunidades. Também destacamos o potencial da criação do bicho da seda no Estado – somos responsáveis por 93% da produção nacional e devemos crescer até 15% este ano. Trouxemos, ainda, um pedaço de Guaraqueçaba, do Litoral Norte, para a reportagem de Turismo. Mas também mostramos que animais daquela região estão ameaçados de extinção. A MÊS também vem mostrar que o Brasil já está descobrindo sua própria identidade olfativa. Descubra isso na reportagem de Moda&Beleza. Outro tema comum no Brasil todo é saber como educar os filhos de pais separados. Decisão inédita no País sobre abandono afetivo reascende o debate, veja em Educação. Já o nosso balanço sobre o mundo ficou por conta da situação da China, país que vê sua economia desacelerar. É com microcosmos de realidade, junto à sua bagagem cultural, que a MÊS quer ajudar você a construir novos conhecimentos, novas conexões e novas formas de se relacionar com as pessoas, de forma mais positiva e transformadora. Boa Leitura!

expediente A Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: leitor@revistames.com.br REDAÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr., Iris Alessi e Bianca Nascimento; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Distribuição: Sandro Alves; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Publicidade: Lucile Jonhson - atendimentocomercial@revistames.com.br – Fone: 41.3223-5648 e 41.9892-0001; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Ciro Expedito Scheraiber, Adair José Dias, Manu Buffara, Maurício Pereira e Marcelo Amaral.

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mirante

Atividades pecuárias I Atividades pecuárias II Ducci e Derosso A família Ducci, com o prefeito Luciano e sua esposa à frente, tem se mostrado competente nas atividades de criação e venda de gado. Uma de suas fazendas, localizada na cidade de Alto Taquari, em Mato Grosso, é destaque na venda de espécies da raça nelore. Exemplares vendidos em leilões recentes – como divulgado pela imprensa nacional e paranaense, alcançaram valores na casa dos milhares de reais.

Segundo a matéria da imprensa nacional, para realizar a aquisição de suas fazendas, a família do prefeito Luciano Ducci (PSB) teria utilizado o CNPJ que antes era de uma clínica de sua propriedade e que teria a razão social trocada para Agropecuária Roda Viva ME. No endereço onde funcionaria a agropecuária em Curitiba ainda constava, até o final do mês passado, a placa de identificação da clínica.

O pedido de desfiliação do ex-presidente da Câmara de Vereadores do PSDB com o intuito de afastar o vereador da campanha de Luciano Ducci (PSB) parece que não terá resultado. Circula pela Capital documento dizendo que o governo de Ducci repassou, segundo o Diário Oficial do município, desde 2010, mais de R$ 13 milhões à empresa da família de Derosso. Parece que as relações são mais difíceis de serem desfeitas.

Divulgação

Preocupações eleitorais O receio manifestado pelo governador Beto Richa (PSDB) de que o ministro Paulo Bernardo estaria percorrendo o Estado, preparando terreno para a candidatura da senadora e ministra Gleisi Hoffmann (PT) ao governo do Estado, pode ter procedência. Comenta-se na bancada federal do Paraná que a presidenta Dilma já teria sinalizado que liberaria Gleisi para a disputa. As alianças construídas nas principais cidades do Paraná podem indicar que as articulações já podem ter começado mesmo.

Comissão daVerdade

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) tem novo conselheiro. É o deputado e ex-chefe da Casa Civil do governo Beto Richa (PSDB), Durval Amaral (DEM). A Assembleia Legislativa votou por unanimidade a indicação. Deputados alegam que Durval tem muito conhecimento técnico para o cargo. Nos bastidores, contudo, corre a boca pequena que a sua indicação aconteceu para cumprir um acordo que fez com que ele não disputasse a eleição de presidente da Alep contra Valdir Rossoni (PSDB). Promessa feita, promessa foi cumprida!

Em um momento ímpar da história brasileira a presidenta Dilma Rousseff (PT) instalou a Comissão da Verdade que terá a função de investigar os crimes cometidos pelo Estado Brasileiro durante a Ditadura Militar entre os anos de 1964 e 1988. Dilma, uma ex-presa política e que sofreu o inferno das torturas nos porões da Ditadura, chorou ao dar posse aos membros da Comissão, sem contudo, mostrar qualquer espírito de revanchismo. Parabéns.

Wilson Dias / abr

Promessa cumprida

Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Compromisso

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Desfeitas as dúvidas

O ex-presidente Lula se comprometeu a entrar com força na campanha de Gustavo Fruet a prefeito de Curitiba. Na última semana de abril, Lula recebeu Gustavo em seu escritório em São Paulo, e além de ter assumido o compromisso de participar da campanha, também deu sugestões para o programa de governo.


“Vota no Taniguchi, Richa, Hauly, Vende Copel, Sobe tarifas, férias nas ‘oropas’ sem que tenha trabalhado? Vá de retro satanás!”

Geraldo Magela / Agência Senado

Bate Pronto

Diz o senador Roberto Requião (PMDB)

SETP

“Que é isso… Taniguchi foi eleito pelo Greca. Aliás bem lembrado, o Greca apoiava a venda da Copel e a privataria FHC / Lerner” Rebate o secretário do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, Luiz Claudio Romanelli (PMDB)

Corte de comissionados

Acesso à Informação

O Ministério Público exigiu e a Câmara Municipal de Curitiba cumpriu. Tramita na Casa um projeto de lei que reduz em 50% o número de cargos comissionados. Levantamento realizado pela Casa mostrou que o número de comissionados é superior ao de cargos efetivos. Havia 507 cargos em comissão e apenas 236 cargos efetivos ocupados. Contudo, toda atenção é pouca, pois não existe até então, uma proposta, por exemplo, de redução do valor da verba de gabinete.

A Câmara Municipal de Curitiba se adaptou à nova Lei de Acesso à Informação. Desde o dia 18 de maio o seu site na internet disponibiliza um formulário para que os cidadãos possam solicitar informações. Quem preferir, pode também fazer o pedido pessoalmente na divisão de protocolo da Casa. Segundo a Lei, as respostas devem ser enviadas em até 20 dias, podendo ser prorrogadas por mais 10 dias.

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matéria de capa

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Homo sensitivos

Descubra quem é o novo homem, seu comportamento e traços culturais; entre 30 e 50 anos, as novas gerações não deverão conviver mais com a figura do “machão”

Transformações

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

P

oder, força, atitude, racionalidade e dominação são palavras que há pouco tempo faziam parte de um universo bem masculino. Hoje esses vocábulos ganharam novos sentidos. Paralelamente ao feminismo, um movimento bem mais silencioso, mas igualmente profundo, vem se configurando. As transformações observadas no comportamento do homem na sociedade causaram uma revolução. Ainda pouco comentada, é verdade. Mas é a vez dos homens ganharem novas características e novos papéis na sociedade.

As mudanças podem ter começado de dentro para fora, com a vaidade dos metrossexuais, na década de 1990, ou com a liderança dos homens alfa no início desta década. Hoje, porém, as mutações já atingem traços mais significativos da personalidade e também do comportamento masculino. “Está nascendo um novo homem. O homem como macho me parece que está acabando. Não se pode dizer que a mulher está impondo um padrão feminino [na sociedade]. A tendência é que se faça uma igualdade entre o homem e a mulher”, analisa o sociólogo Lindomar Wessler Boneti, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Além disso, pesquisas revelam que eles são predominantemente urbanos, mais vaidosos, mais consumistas, pensam ainda muito em trabalho, mas já dão mais prioridade à família e aos cuidados de casa. Também são ambiciosos, acreditam estar preparados para lidar com as mulheres bem sucedidas, são mais companheiros, mais espiritualizados, mais românticos, se preocupam mais com a saúde, são mais flexíveis, abertos ao diálogo e sensíveis. Estes são alguns traços desse “Homo Sensitivos”, o homem que se molda na primeira década do século XXI. “Os homens gostam de experimentar o novo”, apresenta a pesquisa “O Novo Homem e o Mito”, por Flávio Ferrari do Ibope Mídia.

Mas essa “morte” de alguns valores ao longo de gerações e o “nascimen-

Essa confusão de papéis sociais passa por vários ambientes: em casa, no trabalho, na vida social e, principalmente, nos relacionamentos. “Ele tinha muita clareza do seu papel na sociedade, era muito bem definido. Hoje, ele tem que assumir tarefas que culturalmente não foi preparado. Para ele, é um esforço muito

“Estamos em processo de mudança e não tem jeito. Somos os grandes sofredores”, afirma Boneti

Roberto Dziura Jr.

Banco de imagem

Afinal, quem é o novo homem? As transformações começam pelos números. Segundo Censo 2010 (IBGE), os homens contabilizam pouco mais de 95 milhões de brasileiros, enquanto as mulheres são maioria, com cerca de 99 milhões de brasileiras.

to” de outros conceitos para os homens não foi fácil de engolir e de se apropriar, assim como não foi para as mulheres em seu movimento feminista. “Estamos em processo de mudança e não tem jeito. Somos os grandes sofredores”, comenta o sociólogo em um tom quase pessoal. Para ele, os homens não percebem esse sofrimento, mas “ele [homem] reconhece todo esse processo de transformação. Está em conflito consigo próprio”.

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matéria de capa grande ter de trocar as fraldas, lavar a louça, assumir as tarefas do lar”, defende Boneti. Para a psicóloga da Paraná Clínicas, Isabela Poli, essa mudança já está mais consolidada. “Houve um tempo do desconhecido e eles se sentiam

Roberto Dziura Jr.

perfil

acuados. Hoje, eles já têm conhecimento, meios de comunicação que geram informações e não mais fornecem medos e dúvidas; só as normais mesmo”, diz a psicóloga. Dessa forma, “a tendência é que se construa uma igualdade de tarefas e de responsabilidades. Talvez as novas gerações não tenham mais de estabelecer: isso é função sua [mulher] e essa é função minha [homem]”, afirma o sociólogo.

Trabalho No mercado de trabalho essas barreiras já estão se quebrando. São mais de 65 milhões de homens morando nas cidades e o sucesso deles no mercado de trabalho urbanizado e industrial continua indiscutível. No entanto, a igualdade entre gêneros ainda está um pouco longe, já que os homens ainda ganham em média 24,10% a mais que as mulheres, conforme dados do Dieese e ainda são a maioria nos postos de liderança.

Roberto de Souza Ricardo Junior, 34 anos, Solteiro, não tem filhos. Publicitário e empresário Conhecido como Bob, o publicitário mora com os pais, depois de uma temporada morando sozinho. Gosta de esportes radicais, de sentar num bar para beber com os amigos, falar de trabalho, carro e assuntos gerais. Se diz um apaixonado por tecnologia. Escuta rock, jazz e blues e gosta de ler desde as revistas Cláudia, Nova até Quatro Rodas. E odeia futebol. Na TV assiste a séries e filmes. Tem seus produtos de beleza, mas não se considera um metrossexual. Para ele, “sucesso? Não é dinheiro. Não é determinante. Acho que é poder concluir bem um projeto. Eu mesmo já tenho meu projeto definido até os 60 anos”, conclui.

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O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do primeiro trimestre deste ano revela, também, que “por gênero, o aumento real para os homens foi ligeiramente superior ao das mulheres, ficando em 4,65% e 4,33%, respectivamente”. Diferentemente, como anos atrás, os homens não mais torcem o nariz para chefes mulheres e reconhecem a capacidade de trabalho de suas colegas. Mas predominam em número de trabalhadores em 99 atividades que fazem parte da Classificação Nacional de Atividades Econômicas do Dieese. Para o publicitário Roberto de Souza Ricardo Junior (34), o arquiteto Júlio César Pereira da Silva Kajewski (30) e o artista plástico e gráfico Fernando Cesar Ribeiro (33) (ver Box), o trabalho é fonte de prazer. Junior, por exemplo, trabalha até mesmo durante o happy hour com amigos e faz contatos profissionais. “Não posso ter hobby,

porque transformo tudo em trabalho”, brinca também o artista plástico Ribeiro. “Não tem como mais você dividir o social do trabalho. É uma mescla”, comenta o arquiteto Kajewski.

Essa confusão dos papéis passa por vários ambientes: em casa, no trabalho, na vida social e, principalmente, nos relacionamentos No entanto, dizem eles que conciliar as outras áreas da vida com o trabalho é tranquilo. “Homens não acham difícil conciliar trabalho, paternidade e casamento”, revela o estudo do Ibope Mídia.

Casa “Pela tomada do mercado de trabalho feminino, aumentaram as funções masculinas domiciliares”, analisa Isabela. Assim, se no mercado de trabalho eles continuam se saindo muito bem, é em casa que as novidades não param de aparecer. “É um conjunto de fatores que o homem, nos dias de hoje, se vê na condição de enfrentar. Coisas novas”, analisa Boneti. Para o sociólogo, os homens estão olhando de forma diferente para a casa, buscando maior participação no gerenciamento do lar ao lado da mulher. É o que pensa também a psicóloga. “Apanharam um pouco com essa mudança, assim como a mulher por um lado lutou por uma posição feminina no mercado de trabalho, acho que o homem lutou com sua posição masculina dentro de casa. Vai fazer do seu jeito, não vai fazer do jeito feminino, mas vai fazer muito bem”, pondera. Por isso, é nesse campo que existem os maiores conflitos e desencontros na construção de novos papéis. “Em detrimento de todo esse processo de


Roberto Dziura Jr.

perfil

Fernando Cesar Ribeiro, 33 anos, Casado com Cíntia Eitelwein e tem uma filha, Glória, de 1 ano e 9 meses. Artista gráfico, plástico e DJ Um cara sensível. Divide as tarefas do lar com a mulher e se orgulha disso. Gosta de ouvir música eletrônica, house music e indie pop. Não assiste muito à TV, lê sobre filosofia e busca informação pela internet, onde também pesquisa músicas e se informa sobre as atualidades. Nos finais de semana, costuma dar toda sua atenção à família e gosta de reunir amigos. Não sabe definir o que é papo de homem. Na hora da compra, não se importa em pagar mais pela qualidade. Seus olhos brilham ao falar de sua filha, de quem cuida, troca fralda, dá banho e brinca nas horas vagas. “Quando você tem filho, vai mudar toda sua rotina, seus costumes [...] Mas você se adapta”. mudança, está um novo modelo familiar. O modelo familiar tradicional está falido”, alerta Boneti. Os homens também estão vivendo e curtindo mais a paternidade. “A

gente programou ter filho. Desde o início, a gente já acertou entre a gente: vamos fazer tudo junto. A Glória nasceu, na maternidade, eu já tava ajudando a cuidar, ajudando no banho...”, relembra Ribeiro, que leva a filha de um ano e nove meses na escola, leva para tomar as vacinas, acompanha junto com a mãe nas reuniões de pais na escola, também acompanha no médico e leva para passear nos finais de semana.

o tempo não me deixa estabelecer uma rotina de alimentação sadia”, admite Kajewski.

“Se algum dia eu tiver um filho, será para viver a paternidade, não para deixar isso só para a mãe. O filho tem que ter os dois lados, não é só o lado materno ou o lado paterno”, comenta também Kajewski.

Os dados do IBGE, na Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil, da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, apontam que os homens ainda assim se alimentam em menor quantidade de verduras, saladas e frutas do que deveriam. Na contramão, o consumo de bebidas alcoólicas atinge o nível cinco vezes maior entre homens ante as mulheres.

Outra mudança é o perfil de lidar com os problemas domésticos. Segundo a psicóloga, os homens são mais práticos e menos protetores também com as questões da casa. “Existe uma flexibilidade maior para lidar com a dinâmica de casa. Não é que faz com menos capacidade, mas tem uma preocupação menor, que os acaba levando a resolver de um jeito mais prático”, aponta a psicóloga.

Alimentação e Saúde

Apreciam fazer as refeições. “Quando você está cozinhando, é uma terapia. É você refletir sobre sua própria vida”, comenta o arquiteto. Junior gosta de fazer churrasco e Ribeiro também admite gostar de inventar umas comidinhas em casa para a esposa e a filha. “Gosto de cozinhar”.

A prática de exercícios físicos é algo que todos têm consciência de que é preciso fazer. Junior gosta de esportes radicais e pratica MotoCross nos finais de semana, já Kajewski é adepto a esportes coletivos, como basquete, mas atualmente frequenta a musculação na academia. E Ribeiro gosta de caminhar no parque.

Quando o assunto é a alimentação, eles também estão mudando. Atualmente, se dizem mais preocupados com isso, mas não escolhem os produtos pelas calorias ou nutrientes, seguem mais o sabor, conforme dados da pesquisa “O Novo Homem e o Mito”, do Ibope Mídia.

“Pela tomada do mercado de trabalho feminino, aumentaram as funções masculinas domiciliares”, diz Isabela

É o que se pode comprovar com os entrevistados. Eles assumem que hoje se preocupam mais com a saúde e a alimentação, mas quando fazem compras no supermercado vão mesmo em busca dos alimentos que agradem ao paladar. “Hoje em dia eu me preocupo mais. Até pela idade”, comenta Ribeiro. “Não sou mega saudável. Como de tudo, mas não qualquer coisa”, diz Junior. “Me preocupo, porém

Apesar de ainda os homens visitarem o médico menos que as mulheres, eles estão indo mais. Também pudera, de acordo com o Ministério da Saúde, 60% das mortes no Brasil são de homens. Assim, é possível dizer que a cada três pessoas que morrem, duas são homens. “Na faixa etária dos 20 aos 30 anos, o risco de morte é 80% maior do que as mulheres”, informa o Ministério da Saúde. Eles ainda REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 19


matéria de capa são mais resistentes também a fazer ações preventivas, vivem menos – em média sete anos menos do que as mulheres – e estão mais suscetíveis a doenças do coração, câncer, colesterol, pressão arterial elevada e à obesidade, além da violência que mata mais o sexo masculino no País.

Roberto Dziura Jr.

perfil

Júlio César Pereira da Silva Kajewski, 30 anos, Solteiro, não tem filhos. Arquiteto Um cara alto astral, de bem com a vida. Divide apartamento com amigos e o seu cômodo predileto da casa é seu quarto. Gosta de cozinhar e seu prato preferido é: arroz, feijão, batata e carne moída ao molho. Se considera vaidoso e muito por incentivo da namorada. Como lazer curte ir ao teatro, cinemas alternativos e ouvir jazz, soul e blues. Tem facilidade com tecnologia e gosta de ler sobre religião. Para ele, “felicidade é um estado de espírito [...] É você aceitar o momento. Não delegar o momento para o futuro e nem ficar pensando no passado. É aceitar o que está acontecendo com você e transformar isso em alegria”, enfatiza.

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Consumismo Os homens se apresentam mais consumistas também. Eles estão comprando mais e ao que tudo indica, gostando disso. “Consomem mais e mais vezes. O comportamento masculino antes era: na necessidade ele entrava numa loja e comprava aquilo que precisava e depois ficava muito tempo sem comprar. Inclusive, as mulheres compravam para ele”, observa Patrícia Gaia, CEO da Armani Exchange Brasil. Mas assim como em outras áreas, as características masculinas nas compras também são preservadas. “O homem é sempre mais racional [na compra]. Ele percebe o valor agregado nisso”, por isso, se permitem gastar mais em busca de qualidade. Opinião compartilhada pelos entrevistados. “Gosto de me vestir bem, gosto de comprar roupa [...] Gosto de um brinquedinho novo [de tecnologia]”, comenta o publicitário. “Roupas e eletrônicos é o que eu mais compro”, afirma o arquiteto. “Eu que compro geralmente”, diz o artista plástico referente à mudança das mulheres comprarem para os homens. “Hoje o homem tem consumido muito acessório. O homem está mais vaidoso. Gosta de pulseiras, colares, anéis, relógios”, analisa Patrícia. Eles gostam de novidades nas modelagens de roupas, vão às clínicas de estética, gostam de tecnologia, investir em carros, querem se manter jovens e mudaram seu conceito de beleza.

Relacionamentos Esse novo conceito de beleza também se estende ao sexo feminino. Segundo o sociólogo, os homens têm um novo olhar sobre a mulher, “numa perspectiva mais romântica”. Com a perda dos antigos estereótipos, eles ainda estão à caça de novos conceitos e padrões sociais. “Não sabem lidar com essa nova mulher que requer

prazer, amor, carinho, romantismo. Essa nova mulher que não se coloca numa posição passiva, mas uma mulher que se coloca numa posição ativa também. Ele está acuado”, diz Boneti. Para ele, este processo de mudanças deve ser consolidado nas próximas gerações, o que levará em torno de 30 a 50 anos.

Apesar de continuar racional, o “novo homem” é mais consumista Antigamente, um dos maiores medos dos homens era de a mulher (esposa, companheira) ganhar mais que ele e perder o posto de chefe de família. Entre os entrevistados, isso não é mais tabu, nem motivo de constrangimento. “Não incomodaria muito”, relata Kajewski. “Não geraria desconforto”, comenta Ribeiro. Esse mesmo homem não se importa mais em chorar, em se mostrar sensível e aberto ao diálogo. “Gosto muito desse novo homem. Acho que vem gerando uma condição de multifunções e que isso gera estresse por um lado, mas existe uma troca de informações e isso traz um maior diálogo para dentro de casa, faz uma ocupação com maior sentido, as pessoas se sentem mais capacitadas para realizar diversas funções. Acho muito bacana isso”, comemora Isabela.

Enquete Existe “papo de homem”? Marque as alternativas e envie sua opinião para leitor@revistames.com.br ( ) Trabalho ( ) Mulher ( ) Futebol ( ) Tecnologia ( ) Gastronomia ( ) Outros. Quais?


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política

A possível não reeleição Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

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as duas últimas eleições (2004 / 08) para a Câmara Municipal de Curitiba, o porcentual de renovação foi de 50%. Anteriormente, esse número não chegava a ser muito diferente, com exceção da eleição de 1988 que contou com 76% de novos eleitos e na de 1992, com apenas 31% de renovação, conforme aponta o cientista político Emerson Cervi. Apesar dessa estabilidade histórica, a eleição deste ano pode trazer surpresas. “Em 2008, Beto Richa foi reeleito com 77% de votos e ele não conseguiu reproduzir isso na bancada de governo. Isso significa que em condições normais, quando o prefeito é muito bem avaliado, a Câmara já

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Enquete da Mês mostra que quase 70% das pessoas não votariam em um candidato que já ocupa o cargo de vereador; apesar disso, 30 dos 38 vereadores pretendem disputar o pleito

sofre uma queda. Nessas condições atuais, em que todo mundo pode levar em conta essas informações sobre as denúncias, a expectativa é que haja um aumento razoável da renovação, acima desses 50%”, afirma Cervi. Uma enquete realizada pela Revista MÊS com a população de Curitiba mostra que o cientista político tem razão. Das 51 pessoas ouvidas pela reportagem, 44 (86,2%) garantem saber sobre os escândalos da Câmara, 35 (68,6%) dizem que não votariam em nenhum candidato que já está no cargo e 6 pessoas disseram que não sabem se ajudariam a reeleger um vereador.

Pré-candidatos Apesar disso, dos 38 vereadores, 25 afirmam ser pré-candidatos à reelei-

ção no pleito deste ano. Além deles, os vereadores Pedro Paulo (PT), Jonny Stica (PT), Juliano Borghetti (PP) e Felipe Braga Côrtes (PSDB) também podem tentar a reeleição, caso seus nomes não sejam confirmados para a vaga de vice-prefeito. Algaci Túlio (PMDB) também pretende se candidatar, caso não perca a legenda de seu partido. Até o fechamento desta edição, estava em trâmite um processo contra o vereador no Conselho de Ética do PMDB que cogitava sua expulsão por envolvimento nos escândalos da Câmara. Quem também não poderá se candidatar por estar sem legenda é o vereador João Cláudio Derosso, que pediu desligamento do PSDB, no momento da reunião do partido que considerava seriamente sua expul-


enquete

Roberto Dziura Jr.

são. O vereador Paulo Frote (PSDB) é outro que está impedido de participar das eleições, pois foi condenado por mau uso de verba de gabinete e enquadrado pela Lei Ficha Limpa. “Isso me impede e não quero recorrer à Justiça Eleitoral. Estou satisfeito por 16 anos de trabalho nessa Casa e esse impedimento talvez seja para que eu possa retornar às minhas atividades no Ministério da Previdência”, pondera Frote. Os vereadores Tito Zeglin (PDT) e Julião Sobota (PSC) afirmam não saberem se irão concorrer e vão avaliar a possibilidade mais para frente. Renata Bueno (PPS) não será candidata, pois é pré-candidata à Prefeitura. Zezinho do Sabará (PSB) e Nely Almeida (PSDB) também estarão fora da próxima eleição, justificando problemas de saúde. “Não tenho condições de fazer campanha e trabalhar mais como vereadora”, diz Nely, alegando ter 78 anos. Caíque Ferrante (PRP)

também não será candidato por motivos pessoais.

Não mudança Apesar da expectativa gerada em torno da renovação da Casa, o fato de eleger novos nomes para o próximo mandato (2013/2016) na Câmara Municipal não significará, necessariamente, uma mudança ideológica. “Quando a gente fala em renovação, fala em renovação de nomes e não de perfil e visão de mundo”, afirma Cervi. Para o analista, a culpa dessa padronização de ideias não é da população, mas dos partidos políticos. “Essa renovação é exterior à decisão do eleitor, que precisa ter alternativas reais. E o que a gente tem visto é que o perfil dos candidatos que são recrutados pelos partidos para disputar às eleições é muito parecido. Então, a gente não pode cobrar do eleitor que ele opte pela mudança se não tem opções reais.”

A Revista MÊS saiu às ruas e ouviu 51 pessoas sobre o que elas pensam a respeito das eleições proporcionais. Confira: Você se lembra em quem votou para vereador na última eleição? 43,2% Sim

56,8% Não

Se sim, quem foi o candidato? Nulo/Branco................................. 9 Professor Galdino......................... 4 Roberto Hinça............................... 1 Algaci Túlio.................................. 1 Tico Kuzman................................. 1 Pedro Paulo ................................... 1 Zé Maria........................................ 1 Serginho do Posto......................... 1 Felipe Braga Côrtes...................... 1 Mauro Moraes.............................. 1 Nesta eleição, já sabe quem são os pré-candidatos? 19,6% Sim

Reeleição Veja os vereadores que pretendem se candidatar para as próximas eleições

SIM

NÃO

TALVEZ

Aladim Luciano (PV); Aldemir Manfron (PP); Algaci Túlio (PMDB)*; Beto Moraes (PSDB); Celso Torquato (PSD); Denilson Pires (DEM); Dirceu Moreira (PSL); Dona Lourdes (PSB); Emerson Prado (PSDB); Felipe Braga Côrtes (PSDB)**; Francisco Garcez (PSDB); Jair César (PSDB); Jairo Marcelino (PSD); João do Suco (PSDB); Jonny Stica (PT)**; Jorge Yamawaki (PSDB); Juliano Borghetti (PP)**; Julieta Reis (DEM); Noemia Rocha (PMDB); Odilon Volkmann (PSDB); Pastor Valdemir (PRB); Paulo Salamuni (PV); Pedro Paulo (PT)**; Professora Josete (PT); Professor Galdino (PSDB); Roberto Hinça (PSD); Sabino Picolo (DEM); Serginho do Posto (PSDB); Tico Kuzma (PSB); Zé Maria (PPS). Caíque Ferrante (PRP); João Cláudio Derosso (ex-PSDB); Nely Almeida (PSDB); Paulo Frote (PSDB); Renata Bueno (PPS); Zezinho do Sabará (PSB). Julião Sobota (PSC); Tito Zeglin (PDT).

* Pode perder a legenda do PMDB. ** Tem o nome cogitado para vice-prefeito

80,4% Não

Já pensou em quem votar? 15,7% Sim

84,3% Não Você votaria em algum vereador para reeleição? 19,6% 68,6% 11,8% Sim Não Talvez

Você tem conhecimento dos escândalos da Câmara de Vereadores de Curitiba? 86,2% 7,9% 5,9% Sim

Não

Parcialmente

Colaboração: Bianca Nascimento e Iris Alessi

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A Mês está sempre ao seu lado. Em todos os sentidos. Todos os meses, você encontra a Revista Mês nas principais avenidas e nos melhores lugares de Curitiba. Para recebê-la gratuitamente em sua casa ou no trabalho, envie o pedido no contato: leitor@revistames.com.br. Vamos enviar um formulário de cadastro para preencher seus dados e, assim, efetuar a sua assinatura. Grátis. Tudo para estar sempre junto de você. PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO • Banca da Praça Osório • Banca da Praça da Espanha • Banca da Praça da Ucrânia • Banca da Praça de Santa Felicidade • Brioche Pães e Doces | 3342-7932.Av. 7 Setembro, 4416 | Centro • Delícias de Portugal - 3029-7681.Av. 7 de Setembro, 4861 | Batel • John Bull Café - 3222-7408. Rua Comendador Araújo, 489 | Batel • Pata Negra - 3015-2003. Rua Fernando Simas, 23 | Batel • Panificadora Paniciello - 3019-7137.Av. Manoel Ribas, 5965 | Cascatinha • Panettiere - 3014-5334.Av. Cândido Hartmann, 3515 • Madalosso - 3372-2121.Av. Manoel Ribas, 5875 | Santa Felicidade • Vinhos Durigam - 3372-2212.Av. Manoel Ribas, 6169 | Sa Felicidade • Dom Antônio - 3273-3131.Av. Manoel Ribas, 6121 | Santa Felicidade • Tizz Café - 3022-7572.Al. Doutor Carlos de Carvalho, 1345 | Batel • Academia Gustavo Borges - 3339-9600. Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 85 | Campina do Siqueira • Adega Brasil - 3015-3265.Av. Cândido Hartmann, 1485 | Mercês • Kauf Café - 3015-6114.Al. Dr. Carlos Carvalho, 608 | Centro • Cravo e Canela Panificadora - 3015-0032. Rua Jacarezinho, 1456 | Mercês • Babilônia - 3566-6474.Al. Dom Pedro II, 541 | Batel • Cravo e Canela Panificadora - 3027-4890. Hugo Simas, 1299 | Bom Retiro • Semáforos - Av. Visconde de Guarapuava com a Rua Brigadeiro Franco (Esquina Shopping Curitiba) • Rua Padre Agostinho com a Rua Capitão Sousa Franco (Praça da Ucrânia) • Rua Emiliano Perneta com a Rua Desembargador Motta • Rua Martin Afonso com a Rua Capitão Sousa Franco (Colégio Positivo)

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sobre a política

Por Tiago Oliveira tiago@revistames.com.br

Segundo manifestações vindas diretamente do Palácio do Iguaçu, a corrida eleitoral para 2014 já teve início no Paraná. O governador Beto Richa (PSDB) tem demonstrado preocupação sobre a frequente presença do ministro das Comunicações Paulo Bernardo (PT) em atividades nos finais de semana, em todas as regiões do Estado, especialmente nas grandes e médias cidades do interior. Na avaliação tucana, a movimentação do petista deve apontar para construção de uma base sólida na disputa de 2014, que terá, além do próprio cargo do governador, a Presidência da República, uma vaga para o Senado Federal e a renovação da Assembleia Legislativa e dos representantes paranaenses na Câmara Federal. A preocupação de Beto Richa pode ser absolutamente procedente. Paulo Bernardo tem participado das articulações de várias alianças Paraná afora. Ele foi fundamental na articulação que resultou no apoio do Partido dos Trabalhadores ao candidato pedetista Gustavo Fruet à Prefeitura de Curitiba, em uma aliança que já conta também com o Partido Verde (PV). Assim como também participa de articulações em Ponta Grossa, Cascavel, Londrina, Maringá, Paranaguá, Guarapuava, Foz do Iguaçu e quase todas as cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Movimentação semelhante, aliás, é realizada pelo governador. Exemplo maior dos movimentos de Beto Richa, além de Curitiba, é claro, onde ele dispensa 100% de sua agenda na cidade para aparecer ao lado de seu candidato Luciano Ducci, é Ponta Grossa. Na estrela dos

Fabio Rodrigues Pozzebom / abr

Os dois blocos que têm polarizado as disputas nacionais desde 1994, PT e PSDB

Ricardo Almeida / AEnotícias

2014:

a disputa já começou

Campos Gerais, Richa excluiu o seu partidário e atual prefeito da cidade, Pedro Wosgrau Filho, das articulações de sua sucessão para apoiar Marcelo Rangel (PPS), inimigo pessoal de Wosgrau. Os dois blocos que têm polarizado as disputas nacionais desde 1994, PT e PSDB, muito provavelmente se enfrentarão aqui em 2014 como nunca antes havia acontecido. O Partido dos Trabalhadores, que por anos foi área de influência (ou, para muitos, linha acessória) do PMDB do senador Roberto Requião, parece ter dado seu grito de independência e começa a construir-se como alternativa real de poder no Estado. Aliás, talvez esse deva ser o motivo da ira demonstrada pelo senador recentemente. O cenário mais provável seria uma disputa polarizada entre o atual governador Beto Richa (PSDB) e a ministra chefe da Casa Civil, a senadora Gleisi Hoffmann (PT). Candidaturas de perfis semelhantes, ambas palatáveis a boa parte do eleitorado, testados nas urnas, com experiência político-administrativa. O que pode desequilibrar o mapa eleitoral resultante do pleito municipal deste ano. A geopolítica municipal será um grande diferencial nas eleições de 2014. E é nisso que os dois lados estão mirando em 2012. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 25


cidades

Articuladoras da Paz

Cerca de 50 mulheres em São José dos Pinhais tornaram-se recentemente agentes pacificadoras; no Brasil, até março deste ano, mais de 13 mil mulheres já foram capacitadas

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Iris Alessi - iris@revistames.com.br

omo diria Mahatma Gandhi, o líder pacificador indiano, “não existe um caminho para a Paz. A Paz é o caminho”. É trilhando esse caminho no cotidiano de sua comunidade que a agente de saúde, Tânia Aparecida de Lima (46), encontrou uma forma de poder ajudar a população do bairro Borda do Campo em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Em sintonia também estão as vizinhas

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do Guatupê, Sueli Maria Machado da Silva (44) e Juraci de Oliveira (52). As três fazem parte da primeira turma de 50 mulheres que se formaram em abril deste ano no Projeto “Mulheres da Paz”. O projeto é uma iniciativa do Ministério da Justiça, instituído pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que visa à capacitação de mulheres de comunidades de grande vulnerabilidade social para atuarem como mediadoras sociais. Para isso, passam por uma

capacitação em temas como direitos da mulher, direitos humanos e cidadania, violência, fatores de risco, prevenção às drogas, entre outros. Para a coordenadora nacional do Projeto, Priscilla Oliveira, “o objetivo é que elas sejam reconhecidas como articuladoras sociais”, realizando atividades como palestras, visitas nos domicílios e também no encaminhamento de jovens para participar do programa “Proteção de Jovens em Território Vulnerável”, o “Protejo”, do Governo Federal.


Sueli e Juraci: Mulheres da Paz no Jardim Cristal (Guatupê), em São José dos Pinhais

encontrou na palavra “Paz” um motivo de viver e de construir sonhos. “Sendo mulher da paz, eu poderia ter uma parceria mais forte com os problemas que a gente tem principalmente socioeconômico, esses conflitos que a gente tem de drogas dentro das famílias, de problemas de alcoolismo, problemas de jovens e adolescentes, que muitas vezes saem da escola, perdem o vínculo com a educação, porque eles estão envolvidos em situações de risco”, afirma Tânia.

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Trabalho é o que não falta. “As mães hoje estão numa situação desesperadora. Elas não sabem o que fazer. [...] Aqui na comunidade é como se fosse uma tábua de salvação. Foi assim que eu senti”, relata a agente de saúde.

Histórias A Paz passa pelas mãos dessas agentes sociais na resolução de conflitos em casa ou na comunidade. São histórias sofridas de gente simples que

São vários os episódios e situações em que as Mulheres da Paz entram em cena para ajudar. São jovens envolvidos com drogas, casos de violência doméstica, brigas de vizinhos, entre outros problemas. Para Juraci, este ano, uma de suas maiores alegrias foi “salvar” dois irmãos de 16 e 17 anos e encaminhá-los para o projeto “Protejo”. Os jovens problemáticos relutaram a aceitar a ajuda de Juraci, mas com persistência e diálogo, eles perceberam que havia um caminho melhor a seguir. Além desse caso, essas personagens da pacificação relatam os mais variados conflitos, pois trabalham como catalisadoras de problemas. Sueli é uma das que se orgulha de promover a Paz em sua comunidade. Por meio de seu trabalho, já tirou um jovem do envolvimento com as drogas e hoje “a mãe está boba de ver que ele mudou bastante”. Outra história marcante na atuação dela foi de dois gêmeos, cuja tia mora

na comunidade. Essa tia procurou Sueli e estava triste porque a sobrinha já tinha perdido um dos bebês e o outro estava no hospital entre a vida e a morte. Sem ter condições de dar apoio ao tratamento, a tia procurou por Sueli, que por sua vez foi até o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), onde foi possível obter auxílio para a locomoção até o hospital e também na alimentação da família. Os pais conseguiram acompanhar o tratamento da criança e, hoje, o bebê passa bem.

A sensibilidade dessas agentes sociais está ganhando força e fazendo a diferença

Ponte São essas mulheres que servem de ponte para chegar ao Poder Público. “Isso melhorou muito. Essa questão da comunidade sentir que tem alguém que olhe por ela. Alguém que esteja mais próximo”, avalia a coordenadora municipal do Projeto, Cleusa Lima. A sensibilidade dessas agentes sociais está ganhando força e fazendo a diferença. “Tem um olhar muito mais sensível por parte tanto das mulheres quanto dos homens. Eu acho que ser uma agente da Paz é visto com bons olhos, sendo homem ou sendo mulher. Mas o lado feminino, ele tem um cuidado, um olhar bem diferente paras as situações”, conclui Tânia. É um trabalho que elas pretendem levar para a vida toda. “Hoje eu me sinto preparada para ser o resto da vida uma Mulher da Paz. [...] A gente sempre vai estar correndo atrás independentemente de ter um apoio ou não”, finaliza Sueli.

Como Mulher da Paz, Tânia pode ser uma parceira da comunidade na resolução de conflitos

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cidades

O duro lar de asfalto e cimento Em Curitiba, cerca de 3 mil pessoas moram nas ruas; a maioria é de jovens entre 18 e 19 anos Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br

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essoas que fizeram das pontes, avenidas, calçadas e praças o seu lar. Os moradores de rua têm diversos motivos para terem escolhido qualquer canto da cidade como sua “casa”. Em Curitiba, segundo a Fundação de Ação Social (FAS), mais de três mil pessoas estão morando nas ruas. Parte desse número mora na rua diariamente e, outra, de forma esporádica. Seja por um dia, por uma noite, por uma vida, estas pessoas têm enfrentado diversos dilemas, a discriminação e a violência na pele. Afinal, quem são elas e por que escolheram este caminho?

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“A população hoje em situação de rua não é um grupo de classe social baixa, é um grupo heterogêneo com várias culturas e classes sociais diferentes”, revela Luciana Kusman, coordenadora do FAS. Ela lembra que os moradores de rua não estão lá somente por questões financeiras, sem condições de trabalho ou de estudo. São pessoas, muitas vezes, escolarizadas e até mesmo com nível superior completo, mas “estão na rua por causa do crack”. Em geral, são pessoas que quebraram seus vínculos familiares por questões como desemprego, alcoolismo, drogas e violência dentro de casa. Apenas de 5 a 10% da população de rua

de Curitiba estão nestas condições por doenças psiquiátricas e foram exilados de suas famílias. Atualmente, na Capital paranaense, o predomínio de pessoas na rua são de jovens. Quase metade tem entre 18 e 19 anos de idade. Um levantamento feito pelo FAS mostra que o número de mulheres indo para as ruas também aumentou em relação há 10 anos. Hoje, 20% da população de rua são de mulheres. Geralmente, elas vão atrás de um amor, acompanhando seus maridos ou namorados, e por já conhecerem o mundo das drogas, acabam indo em busca da “liberdade”. É a “liberdade” que atrai muitas pessoas que estão nas ruas. As pessoas que vivem hoje por lá são sustentadas pela própria sociedade por meio de esmolas. Quando o FAS sai pela cidade para resgatar moradores, cerca de 50% deles não querem ajuda. “A grande maioria não aceita atendimento, porque as pessoas dão esmola e aí, você não consegue convencê-los”,


Roberto Dziura Jr.

Roberto Dziura Jr.

explica a educadora social, Simoni Perez, que trabalha no resgate de moradores de rua há seis anos pelo FAS. A reportagem da Revista MÊS acompanhou durante algumas horas o trabalho de resgate do FAS. Duas denúncias foram feitas. Uma delas, é o caso da moradora de rua Eliana Nunes de Oliveira. Ela tem problemas com drogas e álcool e sempre que precisa e não está alcoolizada, frequenta o abrigo do FAS. Simoni, educadora social, usou todos os argumentos possíveis para tentar fazer Eliana voltar ao albergue, mas nada adiantou. Sempre que volta para a rua, Eliana acaba ganhando esmola e bebida, como neste dia. Ela tem trombose em uma das pernas e foi possível perceber que a ferida estava bem avançada. Simoni perguntou pela última vez se Eliana queria atendimento. Como resposta, Eliana disse: “Atendimento agora? Deixa que eu mesmo faço aqui com a minha cachaça”. O disk denúncias do FAS recebe, em média, 70 ligações por dia, de domingo a domingo, para o resgate dessas pessoas. O FAS também oferece programas de reinserção no mercado de trabalho. Mas muitas delas, quando conseguem um trabalho, acabam tendo recaídas com os primeiros salários e voltam às ruas.

O que Curitiba faz A Prefeitura de Curitiba oferece assistência para essas pessoas por meio do FAS, que é o órgão responsável. O trabalho consiste no resgate de pessoas na rua e acolhimento delas em um abrigo da instituição, onde recebem diversos tipos de atendimento. No atendimento inicial e emergencial, a pessoa recebe roupa, comida e banho. Por noite, no albergue, são atendidas em torno de 350 pessoas. Durante o dia, cerca de 80 pessoas. Se o morador estiver doente, é encaminhado para o atendimento médico. No abrigo, ele pode posar e ficar

Luciana Kusman, do FAS, revela que a população das ruas não é um grupo de classe social baixa, é um grupo heterogêneo

durante o tempo que quiser. Muitas são encaminhadas para comunidades terapêuticas, como o Lar Hermon, e depois de serem tratadas, são encaminhadas ao mercado de trabalho. Além disso, diversos programas de recuperação no posto de atendimento são oferecidos com orientações e atividades que visam resgatar a cidadania dessas pessoas. O FAS atende pessoas acima de 18 anos. O mesmo trabalho é feito com crianças por meio do Centro POP Criança Quer Futuro. Hoje, 11% da população de rua são crianças, grande parte delas vindas das Regiões Metropolitanas, onde são exploradas pelas famílias e pelo vício das drogas.

ONGS e grupos de apoio Além deste trabalho, diversas ONGs, ligadas ou não a entidades religio-

sas, ajudam os moradores de rua. Um exemplo é a Casa do Peregrino/Mãos que Apoiam, que atua em Curitiba desde 1997. O espaço oferece oficinas de cidadania, com cursos de música, culinária e pintura. “Temos um caso de uma pessoa que morou na rua seis anos, frequentou a nossa casa e hoje já tem empresa e está de volta com a família”, conta Arly Brasil, um dos voluntários da Casa e que atua há 20 anos com a recuperação de pessoas de rua. Outro trabalho vem sendo realizado por um grupo de pessoas em Curitiba. Geralmente, uma vez por mês, elas se reúnem para preparar um jantar aos moradores de rua. No inverno, por exemplo, eles fazem um “sopão”. Além disso, arrecadam cobertores, bebidas e roupas. O destino principal é a Praça Tiradentes, onde há uma grande concentração de moradores de rua. “Lá, os homens saem em busca dos moradores, convidando-os para as refeições. Já as mulheres, ficam encarregadas de abastecerem as embalagens de isopor de sopa e entregarem para os moradores, junto com as bebidas e roupas”, explica a jornalista e voluntária do grupo desde 2010, Cíntia Mazzaro Ambrózio. São entregues por noite entre 80 e 100 refeições. “As histórias que ouvimos nas ruas são muitas, mas todas relacionadas ao alcoolismo ou ao consumo de drogas”, lembra Cíntia.

Casos de violência Morando nas ruas essas pessoas estão sujeitas a todo tipo de violência No Brasil, um levantamento do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da População em Situação de Rua e Catadores mostra que de abril de 2011 a março deste ano, a cada dois dias, um morador de rua foi morto, totalizando 165 mortes neste período. Deste número, 113 assassinatos continuam sem solução. Para além das mortes, a violência permanece. Outro registro feito por meio do Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para receber denúncias sobre violações de direitos humanos, revelou que só no ano passado, 453 denúncias foram relacionadas à violência contra a população de rua. Deste número, 55 foram no Paraná. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 29


economia

Medidas estruturantes Governo brasileiro mudou a regra da poupança e forçou a queda de juros nos bancos; providências são importantes para a renegociação da dívida do País

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Iris Alessi - iris@revistames.com.br

os últimos meses, o Governo brasileiro tem realizado mudanças na economia visando à redução dos juros e também a redução da Taxa Selic, taxa básica de juros que é usada para calcular a dívida externa do País. A primeira ação foi o uso dos bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – para a redução dos juros em diversas linhas de crédito. Essa atitude forçou os bancos privados a também baixarem as suas taxas. Em um segundo momento, o Governo anunciou as alterações nas regras de cálculo da poupança, que agora está ligada ao valor da taxa Selic.

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“Isso vai tornar o juro mais baixo para o consumo e o objetivo do Governo é baixar o preço da dívida, porque o Governo deve em torno de R$ 1,850 trilhão e o juro que remunera essa dívida é a taxa Selic”, explica o

professor de Economia da UniBrasil, Edson Stein.

Mudanças Essas devem ser mudanças que vieram para ficar, acredita o professor de Finanças da FAE Centro Universitário, Amilton Dalledone Filho. “O Brasil quer chegar a nível mundial de juros, porque daí exclui o capital especulativo e fica com o capital que

SAIBA MAIS Em caso de depósitos feitos na poupança até 03/05/2012, o rendimento continuará de 0,5% ao mês + TR

Para depósitos feitos após 04/05/2012, o rendimento será de 70% da taxa Selic + TR somente quando a Selic for igual ou menor que 8,5%, caso contrário vale a regra anterior

Mudanças na poupança visam a aplicação em outros fundos

A redução dos juros é uma medida que vai fortalecer o setor produtivo


Roberto Dziura Jr.

vem realmente fazer investimentos para o País”, avalia. Dalledone pondera que essas medidas visam fortalecer a economia e o mercado interno. Com essas ações, Rodrigo Pinheiro, diretor da Barigui Companhia Hipotecária, estima que haverá um comprometimento menor em dívidas da renda do brasileiro. Hoje esse comprometimento está muito alto e chega a 22,5% do total da renda, segundo Pinheiro. “Existe uma tendência para a pessoa reestruturar e colocar uma dívida mais saudável no seu balanço pessoal”, diz.

Futuro

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Apesar de comemorarem as mudanças na queda de juros e também na

Para Pinheiro, “tem de haver outras coisas que acompanhem essa queda de juros”

poupança, os especialistas entrevistados pela MÊS cobram outras modificações do Governo Federal. “Tem de haver outras coisas que acompanhem essa queda de juros. É importante haver uma redução da dívida pública, do gasto público corrente; não de investimento, pelo contrário o investimento deveria ser incentivado, algumas reformas estruturais para acompanhar e dar sustentabilidade a essa menor taxa de juros”, exemplifica Pinheiro. Dalledone entende que essas modificações são para ir “preparando o terreno” de uma futura mudança da política fiscal em busca da redução de impostos. Isso significaria maior competitividade das empresas brasileiras.

Dúvidas Alguns leitores da Revista MÊS enviaram suas dúvidas sobre as mudanças no sistema bancário brasileiro, confira: Se em épocas de taxas elevadas de juros a poupança não acompanhou, porque agora que os juros caem teremos estas mudanças nas regras? Rodrigo Pirotti Alcantara, Curitiba-PR O Governo precisou mexer nas regras da poupança para que os juros possam cair ainda mais. Caso não fizesse isso, tendo uma taxa de juros reduzida e com o valor de retorno da poupança alto, um montante do dinheiro investido iria para a poupança. Ninguém iria aplicar em títulos do governo, todo mundo iria aplicar dinheiro na poupança. Esse dinheiro da poupança, pelas regras do Governo, existe uns percentuais que devem ser investidos em construção, então os bancos teriam que investir e os outros setores – comércio e indústria – ficariam sem dinheiro. Se o juro baixar, como é excelente para a economia que

baixem os juros, a poupança também tem de baixar. Depois das novas regras estipuladas pelo governo, fiz um novo depósito. Qual regra vai prevalecer, as antigas ou as novas regras? As novas regras se aplicarão na minha antiga poupança ou somente para os meus novos depósitos? Eloir Antônio da Silva, Curitiba-PR A regra que vai prevalecer é a nova regra. As novas regras só se aplicam aos novos depósitos efetuados a partir de 04 de maio. E o valor do cálculo só muda quando o valor da taxa Selic ficar igual ou menor que 8,5%. Como será dividido e disponibilizado o dinheiro que eu poupei antes e o que eu poupei depois da nova regra? Isso servirá para todos os bancos? Nathalia da Silva, Curitiba-PR Os bancos estão criando uma variação na conta. Aqueles depósitos que você fez a partir do dia 04 vão estar na mesma conta de poupança,

mas têm uma variação diferente. Cada banco vai buscar uma forma de o cliente poder visualizar quais são os depósitos de antes e de depois da mudança. Informe-se com seu gerente. Gostaria de saber se a caderneta de poupança ainda é o melhor investimento? Giselia da Rocha Medeiros, Curitiba-PR Para quem é conservador, que não quer correr risco, é o melhor investimento. Se o valor que a pessoa tem para poupar é um valor pequeno, a alternativa é a poupança, porque é isenta de Imposto de Renda sobre o investimento. Como será calculado o rendimento desses novos depósitos, será como os anteriores, que são calculados na data do aniversário de depósito? Carlos Machado, Curitiba-PR O rendimento vai ser creditado de acordo com a época do depósito que é feita.

Fonte: Rodrigo Pinheiro e Edson Stein.

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agropecuária

A volta do bicho da seda no Paraná Depois de quase 20 anos em declínio, a produção do casulo verde tem estimativa de aumento de até 15% em 2012 Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

D

epois de quase 20 anos de queda, a produção do bicho da seda começou a vislumbrar uma retomada no Brasil. O País que já teve o seu auge, na safra de 1992/93, com pouco mais de 19 mil toneladas, segundo a extinta Associação Brasileira de Fiações de Seda, produziu na safra passada (2011) ínfimos 3,2 mil toneladas, conforme afirma Oswaldo da Silva Pádua, gerente da Câmara Técnica do Complexo Seda Paraná, da

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Emater. Hoje, o Estado é responsável por 93% da produção nacional. Para esse ano, Pádua diz que a expectativa é de um aumento de 10% a 15%, podendo chegar a 3,6 toneladas. Apesar de tímido, o aumento demonstra uma tendência de crescimento na procura por essa cultura. “Temos agricultores que estão retomando a atividade e também produtores novos”, garante Pádua. Um dos motivos determinantes é a alta do preço do fio da seda, principalmente, no mercado internacional, em decorrência da escassez de matéria-prima de qualidade aliada ao aumento da demanda de fios naturais. “Hoje, os preços melhoraram, o mercado está superaquecido e nós temos um déficit de matéria-prima muito

grande [...] Está começando essa retomada. Um fator interessante é que, no passado, nós tivemos a valorização dos fios sintéticos e hoje com essa questão do meio ambiente, está havendo a valorização dos fios naturais”.

Cenário Assim, o cenário indica um ambiente favorável para a entrada de novos produtores com interesse no cultivo. Afinal, o problema encontrado hoje é a falta de matéria-prima e não de mercado para o produto final. A Bratac, empresa responsável por 99% da fiação dos casulos verdes produzidos no Brasil, é uma prova disso. Operando apenas com 60% de


Fotos: Divulgação / Emater

Arquivo Pessoal

sua capacidade máxima, o gerente de produção de matéria-prima, José Yoshihiro Oda, garante que a fábrica tem interesse em ampliar a produção. “Hoje, nós temos problema de falta de matéria-prima mesmo. Mercado para fios de qualidade tem.”

Uma das vantagens da produção do bicho da seda, é que o produtor necessita de pouco espaço para o manejo. Por isso, a maior parte das propriedades que se dedicam ao cultivo do bicho da seda no Paraná é de pequenos agricultores. “Nós temos área com 0,45 hectares, que os maridos trabalham fora e as mulheres cuidam do bicho da seda e têm uma renda mensal”, lembra o gerente da Emater. Outro facilitador atualmente é a modernização no cultivo. “Com essa evasão da mão de obra, a tecnologia chegou à modernização do setor, com máquinas e equipamentos, que pos-

Incentivos Os produtores que têm interesse em começar a produzir bicho da seda podem contar com uma assessoria técnica da Bratac. “Nós temos um departamento técnico que orienta o produtor desde a escolha da área até ele produzir o casulo”, explica Oda. A empresa é responsável por desenvolver as lagartas para repassar ao produtor. “Desenvolvemos nossas raças, que são altamente produtivas e têm resistências a doenças e temperaturas. Vendemos como subsídio ao produtor e compramos a produção de casulo”, diz.

O que demonstra que um dos problemas encontrados no passado, que era a competitividade com fios chineses mais baratos de menor qualidade, está superado. Outro problema, que fez com que muitos produtores abandonassem o cultivo, foi a baixa remuneração por conta do câmbio e a crescente demanda de serviços na cidade. “O mercado teve um aquecimento com a procura de fios de qualidade e, com isso, nós conseguimos recuperar os preços de venda e, consequentemente, repassar aos produtores”, atesta Oda.

Cultivo

sete criadas, na região Centro-Sul”, conta Pádua.

Pádua estima crescimento para o setor, principalmente, nas regiões Norte e Noroeste do Estado

sam facilitar a vida do sericicultor, diminuindo aquela intensidade com relação ao esforço”, afirma Pádua. O preço também é um argumento importante para trazer novos produtores. O quilo do casulo verde está sendo vendido por até R$13. O gerente da Emater garante que alguns produtores conseguem colher até 1.800kg por hectare. Essa renda é quase mensal, no caso dos produtores das regiões Norte e Noroeste do Paraná, chamada de Vale da Seda. “Aqui na região fazemos até 10 criadas ao ano. Na região mais fria, em torno de

Além da vantagem financeira, o cultivo do bicho da seda tem um cunho ecológico. “É uma atividade economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta, porque não se usa nenhum tipo de agrotóxico. Podemos dizer que é uma atividade totalmente limpa”, completa Pádua. Para incentivar ainda mais a produção de seda no Paraná, representantes da Câmara Técnica do Complexo Seda Paraná da Emater, enviaram ao Governo do Estado um projeto para modernização e revitalização do cultivo. Segundo Pádua, alguns pontos já estão sendo colocados em prática, mas a Câmara aguarda uma proposta em definitivo do Governo. Independentemente desse retorno governamental, tanto Pádua quanto Oda são categóricos em afirmar: o cultivo da seda tem tudo para crescer cada vez mais no Estado.

fases de desenvolvimento da larva: fase jovem 1º e 2º estágio larval Desenvolvimento nas empresas de fiação

total dura 25 d o l ias c ci

fase adulta 3º, 4º e 5º estágio larval Desenvolvimento pelos produtores e criado nas sigarias

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educação

O dever do afeto Decisão inédita do STJ levanta discussão de quais são os deveres e o papel dos pais na educação das crianças, mesmo quando separados

A

Iris Alessi - iris@revistames.com.br

decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que condenou um pai a pagar indenização de R$ 200 mil à filha por abandono material e afetivo, no último mês, ascendeu à discussão sobre a responsabilidade dos pais que não estão presentes

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diariamente na vida de seus filhos. O debate vai além da questão do pagamento de pensão, envolve o compromisso afetivo e educacional que esses pais têm para com seus filhos. A família é o primeiro grupo do qual uma pessoa faz parte e será este que a preparará para fazer parte de outros grupos sociais ao longo da vida, ex-

plica Ana Paula Pepe Souza, psicóloga do Hospital Vitória. É dessa bagagem que os pequenos vão tirar seus referenciais e modelos sociais. Por isso, os pais precisam saber qual o papel deles no desenvolvimento desses novos seres humanos, pondera a psicóloga. As crianças precisam de uma referência paterna e materna, sendo que um não exclui o outro. “Estando distante ou não, esse pai e essa mãe tem um papel fundamental na educação dos filhos”, afirma Ana Paula.


Fotos: Roberto Dziura Jr.

Atenção e educação Mas como participar de uma educação quando não se convive sob um mesmo teto? É a grande dificuldade no caso de pais separados. Para a psicóloga Maria Izabel Merhy Valente, o primeiro passo para que essa educação ocorra é a concordância e diálogo entre o pai e a mãe. “Apesar de não ter uma convivência diária, o pai tem uma presença, um significado importante na vida do filho. O pai desempenha tanto como a mãe um papel de referência e modelo, tanto afetivo quanto de conduta. E uma das coisas que muitas vezes não acontece, mas que é extremamente importante, é a mãe e o pai estarem de comum acordo em relação às regras, em relação aos procedimentos, mesmo morando em casas separadas. Porque eles não deixaram de ser pais, eles deixaram de ser um casal. Não podem esquecer que os dois são os pais”, explica Maria Izabel. Os filhos dependem dessa relação saudável para que possam se desenvolver. Isso não quer dizer a quantidade do tempo, mas o fato de os pais estarem disponíveis para os filhos. Para a psicóloga Maria Izabel, os filhos precisam saber que podem contar com os pais, que há a possibilidade do diálogo. “Isso será possível se a criança estiver segura, sentir-se amada e

se sente mais segura, ela vai ter uma aprendizagem muito mais fácil, do que se eu tenho uma criança que não tem a referência”, explana Ana Paula.

Distância A distância foi uma das dificuldades no relacionamento entre a supervisora comercial, Suellen Staine (26), e seu pai. A primeira grande dificuldade após a separação dos pais foi a entender essa situação. Depois, veio a distância, já que o pai passou a morar em outra cidade, distante 80 km.

A distância separava Suellen do pai; as comparações na escola eram a grande dificuldade

para que isso aconteça ela deve sentir confiança, reconhecimento afetivo. Isso se consegue através do respeito aos limites, organização na rotina e interesse através de um diálogo aberto e constante e não apenas inquisitivo ou punitivo, tampouco quando um se torna permissivo e compensador, e o outro desempenha a função sozinho de orientar e educar”, completa Maria Izabel. Esses fatores subjetivos e delicados podem ter consequências reais e bem concretas na formação do caráter das crianças e no processo de aprendizagem. “Se eu tenho uma criança que

A grande falta que o pai fazia estava relacionada à escola, já que havia muitas comparações entre os colegas de turma. Mas nos momentos que estavam juntos, o relacionamento entre pai e filha sempre foi bom. “A gente sempre teve uma relação boa. Apesar de ele ser muito cabeça dura, ele sempre foi muito amoroso. Foi muito de fazer carinho, gostava de brincar”, lembra Suellen. A relação com o pai atualmente continua saudável. “A gente se dá super bem. Hoje, eu acredito até mais que antes, porque antes a gente por não entender o porquê que as coisas tinham acontecido, que a vida era assim, e era melhor ter separado do que ter ficado junto, a gente acaba meio que culpando ele do que tinha acontecido. Depois que a gente cresce, a gente entende que se tivesse ficado junto seria pior”, conclui Suellen.

Participe Qual a sua experiência em casa e o que achou da decisão do STJ? Mande sua opinião para a Redação da MÊS: Para Maria Izabel, o mais importante é mostrar aos filhos que os pais estão disponíveis

@mes_pr Mês Paraná leitor@revistames.com.br

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Para quem curte navegar com informação de qualidade.

@mes_pr MÊS Paraná Versão on line: www.revistames.com.br 36 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012


5 perguntas para: Marília Pedroso Xavier

Roberto Dziura Jr.

Justiça para os filhos abandonados Iris Alessi - iris@revistames.com.br

Quais mudanças judiciais poderemos observar a partir dessa decisão do STJ? Essa decisão é poderosíssima e muito mais que a questão do abandono afetivo, ela vai ter uma repercussão muito grande e vai modular a partir de agora, vai embasar, toda a matéria de Direito de Família. A ministra Nancy Andrighi falou agora, o que me parece extremamente válido e que lamentavelmente ainda não tinha sido dito com absoluta certeza como merecia, que não existe filho de primeira e de segunda classe. Acredito que nós vamos realmente começar a ter igualdade entre os filhos e que muitas demandas judiciais vão começar a aparecer e problemas serão suscitados nesse acórdão. As leis que regem esse tipo de caso estão na Constituição de 1988?

A decisão inédita de indenização aplicada pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que obrigou o pai a pagar R$ 200 mil por abandono afetivo, foi comemorada pela advogada e mestre em Direito, professora do Centro Universitário Curitiba (UniCuritiba). Para ela, a decisão tomada pela ministra Nancy Andrighi corrige um lapso legal e humaniza mais o Judiciário

A constituição, muito celebrada, trouxe essa questão da igualdade, por outro lado foi algo que ela disse que os filhos eram iguais, mas não necessariamente isso fez com que realmente eles tenham um tratamento igual. A grande riqueza deste caso é porque era uma situação que não era pensada pelo legislador. O legislador, digamos assim, deixou um vácuo. Ele não diz qual é a sanção se o pai não fizer isso [cumprir seus deveres]. Quais os parâmetros para constatar abandono ou não? Qual o tipo de pena que cabe? O magistrado tem à sua disposição uma equipe multidisciplinar de pro-

fissionais da psicologia, de serviços sociais, que vão inclusive elaborar laudos, nesses casos, até periciais que atestem [que existe um dano]. Hoje, a resposta jurídica que nós temos é a questão da responsabilidade civil. É dada uma prestação pecuniária, uma prestação em dinheiro, que visa ressarcir o dano que foi sofrido pela vítima, pelo filho. Esse é um ponto muito sensível, alvo de muitas críticas, como se os filhos estivessem procurando uma forma de enriquecer do dia para noite. A Justiça está dedicada a tornar os processos mais humanos? Com certeza, porque essa igualdade que está só no papel, ela passa agora a se tornar concreta. E existe sim, um grande cunho de humanização, porque agora, está se olhando para a vítima, está se olhando para o dano que foi causado. Mas por ser um contexto muito subjetivo (abandono afetivo) poderão ocorrer grandes diferenças na decisão de um juiz para outro? Espera-se que essa decisão não seja utilizada de uma maneira equivocada e que ela não seja utilizada de uma maneira que muitos busquem o Judiciário para causas que sejam injustas. Eventualmente, podemos ter alguns abusos. Para o abandono afetivo não existe uma resposta pronta, a resposta vai precisar ser construída para cada caso. Neste momento, na maior instância possível foi dito que é punível, mas temos que ver, porque vai depender de cada caso. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 37


saúde

Males do inverno

Gripes, resfriados e alergias respiratórias são mais comuns em épocas mais frias; só no Paraná, 1,1 milhão de pessoas foram vacinadas contra a gripe

Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br

Muitas pessoas acreditam que é o frio que causa tais enfermidades, mas ele não é o grande responsável. “O frio não causa resfriado e sim, o vírus. O frio é apenas um facilitador”, ressalta o otorrinolaringologista Paulo Eduardo. “Quando nos expomos ao frio ou ingerimos algo mais gelado, fazemos uma vasoconstrução e isso pode diminuir as defesas naquele momento e, assim, ficamos mais suscetíveis a desenvolver doenças por bactérias e vírus, que já estão constantemente conosco”, explica Eduardo. Com o frio, é comum também as pessoas ficarem em ambientes mais fechados. Nos ônibus, no trabalho, nas salas de aula, as janelas acabam fican38 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

Banco de imagens

E

m épocas mais frias do ano, como no Outono e Inverno, é comum aumentar os casos de doenças respiratórias. Uma unidade particular de Saúde de Curitiba constatou que o número de atendimentos nas clínicas da rede no período entre abril e agosto aumenta em até 50%. Gripes, resfriados, sinusites, alergias respiratórias, entre outras doenças virais e bacterianas são responsáveis por cerca de 70% dos atendimentos no consultório nestas estações.

do fechadas. É assim que se aumentam as chances de propagação de vírus e bactérias no ar, principalmente, com a aglomeração de pessoas. Além disso, o frio contribui para uma queda da umidade do ar e do clima seco, que nestas condições, também se tornam facilitadores na propagação de vírus e bactérias.

Gripe X Resfriado

causado pelo vírus Rinovírus e ataca as vias aéreas superiores, ou seja, orelhas, nariz, garganta e laringe. Os sintomas mais comuns são desconforto no nariz, garganta e formação de corizas. “É a doença mais comum e a principal desencadeadora de todas as outras, como a gripe. Como este vírus se modifica muito, nosso sistema de defesa nunca consegue uma defesa eficaz para ele”, lembra o médico.

Apesar de muitas vezes os sintomas entre essas doenças mais comuns serem parecidos, existem diferenças no tratamento. Uma das confusões é entre resfriado e gripe. O resfriado é

Já a gripe é causada pelo vírus Influenza. Os sintomas mais comuns é um mal estar geral e febre, sendo mais agressiva que o resfriado. O vírus da gripe não costuma se modificar


muito como o Rinovírus. Por isso, é importante sempre se vacinar contra essa doença. Só este ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vacinou 1,3 milhão de pessoas no Paraná, segundo a Secretaria Estadual de Saúde até o fechamento desta edição. A vacina é destinada aos idosos com 60 anos ou mais, gestantes, crianças de seis meses e menores de dois anos, indígenas, trabalhadores de unidades de saúde que fazem atendimento a casos de Influenza e à população carcerária.

“O frio não causa resfriado e sim o vírus. O frio é apenas um facilitador”, diz o otorrinolaringologista Paulo Eduardo

Alergias e a pneunomia Algumas doenças como a gripe, se não forem tratadas adequadamente, podem desencadear doenças secundárias mais graves, como a pneumonia. “Ela não é tão comum quando se fala no inverno. Muitas vezes, o que acontece é que acaba existindo excessos de diagnósticos de pneumonia por despreparo de médicos”, explica o pneumologista Lúcio Rasera Neto. Segundo o médico, muitas vezes o que acontece é uma traqueobronquite, ou seja, uma inflamação nos brônquios, decorrente de infecções virais mal cuidadas. Ficar em ambientes fechados, mesmo em casa, aumenta as chances de se contrair alergias como renites e sinusites. “No frio, ficamos em lugares fechados e em maior contato com ácaros e mofo, que ficam nos carpetes de nossas casas ou em casacos e cobertas que não usávamos há muito tempo”, diz a alergista Adriana Vidal Schmidt. As renites alérgicas são mais comuns no frio e os principais sintomas são: nariz trancado, crises de espirro e, em certos casos, sangramento no nariz. É preciso se cuidar.

Protegendo-se no frio Confira algumas dicas para prevenir doenças nas épocas mais frias Evite ambientes fechados e com aglomerações Mantenha as janelas abertas no local de trabalho e em casa Mantenha-se sempre agasalhado e aquecido Ao fazer exercícios físicos, onde se libera mais calor, agasalhe-se antes de se expor ao frio Beba água: é comum no inverno sentirmos menos sede, mas o consumo de água deve ser igual em qualquer estação Antes de usar cobertores e roupas guardadas há muito tempo, lave-os e deixe-os secar no sol, que serve como fungicida Se estiver doente, não procure remédios para cortar a tosse. Os xaropes expectorantes são recomendados neste caso Roberto Dziura Jr.

Avontade de ajudar não deve esfriar

C

om a chegada do inverno, o número de doares de sangue reduz drasticamente. Só nos anos anteriores, como 2010 e 2011, o número de doações caiu em até 50% no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo o Hemepar, são necessários 150 doadores por dia para a manutenção de um estoque razoável para o atendimento aos hospitais. No inverno, esse número cai para 80. No inverno, principalmente em julho, é o período que mais preocupa os hospitais: com as férias, aumenta o fluxo de pessoas viajando e carros nas ruas. Assim, o risco de acidentes de trânsito também aumenta. A situação fica complicada, pois nesta época em que os estoques estão baixos aumenta o índice de pacientes precisando de sangue. Atualmente, a maioria das doações (80%) é feita de forma voluntária. O restante é de doadores de reposição, ou seja, que fazem doação para familiares ou conhecidos. Por isso, se você tem boa saúde e mais de 16 anos, procure um banco de doação e torne-se um doador. Afinal, todos nós podemos precisar um dia! Para doar sangue, você deve:  Estar em boas condições de saúde (sem doenças crônicas)  Ter entre 16 e 67 anos  Pesar no mínimo 50Kg  Estar descansado e alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4h que antecedem a doação)  Apresentar documento oficial de identidade com foto (Carteira de Identidade, Carteira do Conselho Profissional, Carteira de Trabalho ou Passaporte)

A alergista Adriana Vidal Schmidt alerta que, no frio, as pessoas ficam em ambientes mais fechados e em maior contato com ácaros e mofos, que desencadeiam quadros de rinite

Para doar ou obter mais informações sobre doações, procure o Hemepar (41.3262-7676) ou Hemobanco (3023-5545), ambos em Curitiba. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 39


tecnologia

Uma mídia a ser explorada Estima-se que o crescimento da participação da publicidade online gire em torno de 13,7% em 2012; marcas devem ficar de olho nesse espaço

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Iris Alessi - iris@revistames.com.br

erca de 33% dos brasileiros têm acesso à Internet em casa. Isso é o que mostra a pesquisa Mapa da Inclusão Digital, divulgada no último mês, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na pesquisa, que inclui 154 países mapeados pela instituição, o Brasil aparece na 63ª posição, acima da média mundial de acesso à rede.

O Paraná é o 5º estado no ranking brasileiro com 38,71% da população com acesso à Internet em domicílio. Quando considerada a população entre 15 e 19 anos, a porcentagem sobe 40 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

para 40,64%. Com tantas pessoas conectadas e com acesso ao conteúdo online, não é de se estranhar que esse meio de comunicação também tenha

se tornado uma importante ferramenta para o marketing e para a publicidade em geral. Outra pesquisa realizada pela Interactive Adversising Buerau (IAB Brasil), mostra que o montante publicitário aplicado nesse meio está em terceiro lugar em investimentos. A Internet ficou com 11% de participação em 2011, atrás apenas da tevê aberta (59,4%) e do jornal (11,01%). A expectativa da pesquisa da IAB Brasil é que essa fatia chegue a 13,7%, em 2012, e atinja um faturamento publicitário estimado em mais de R$ 33 bilhões. Explorar esse

Presença web Veja 5 dicas de como trabalhar sua marca/empresa na web: Respeite a linguagem da internet Use o humor e faça ações de entretenimento que sejam interessantes para o público-alvo Seja presente, é importante não deixar de atualizar seu site ou rede social Acompanhe o movimento do público, por meio de ferramentas de mensuração Teste ações, abuse da criatividade, pois a web é um espaço ainda de experimentação


meio para a publicidade é o que as empresas devem fazer.

Estratégia Ao buscar a estratégia correta para a entrada no mercado paranaense, a rede de franquias imobiliária RE/ MAX preparou um estudo de mercado que apontou que a Internet era o melhor veículo. A jornalista e responsável pelo Departamento de Comunicação e Marketing, Renata de Tullio Monteiro, explica que esse tipo de publicidade permitiu a empresa mensurar os resultados, avaliar o comportamento do consumidor e adaptar as estratégias aos resultados. “Apostamos nos links patrocinados – Google Adwords – para que a nossa marca tivesse visibilidade e relevância sempre que os usuários procurassem assuntos relacionados ao nosso mercado”, explica Renata.

Fotos: Roberto Dziura Jr.

A empresa teve uma experiência satisfatória com a visibilidade alcançada com esse tipo de mídia e também conseguiu identificar o que buscavam sobre os consumidores. Para ela, a ferramenta fez a diferença. “O Google permite isso: mudar a estratégia em tempo real, de acordo com as mudanças no comportamento dos

A dificuldade da Internet de se consolidar como ferramenta de comunicação direta está na falta de presença online, diz Presas

Renata Monteiro: a RE/MAX apostou no Google Adwords como ferramenta publicitária

consumidores, o que é inviável em mídias tradicionais.”

Importância Apesar da expectativa de crescimento da participação no mercado publicitário, a Internet ainda não é a ferramenta mais importante para as marcas. Essa é a visão do mestre em Comunicação, Joaquim Fernandez Presas, que também é doutorando em Marketing e Promoção e trabalha com gestão de marcas e comunicação. “A realidade, às vezes, diverge dos números. A prática tem mostrado que realmente a penetração da Internet está cada vez maior”, mas, segundo ele, ainda não é tão grande quanto outros meios. Para o diretor comercial da Media Factory, Gabriel Kenski, a importância da Internet se dá pelo número de usuários que ela tem. Além disso, “hoje existe um percentual da população, pessoas entre 15 e 35, 40 anos de idade, que muitas vezes a Internet já é o meio principal de eles se conectarem”, afirma Kenski. Outro diferencial da Internet é o baixo custo. Por isso, é um interessante investimento para pequenas e médias empresas que têm poucos recursos para investir em publicidade, avalia Kenski.

Caminhos Alguns caminhos para isso são as redes sociais, o e-mail marketing e os links patrocinados. “Esse é um caminho certeiro porque 90% das pessoas usam o Google quando vão fazer uma busca. Então, se você é uma empresa e você está presente ali no Google, no momento em que as pessoas estão fazendo buscas, procurando alguma coisa relacionada ao seu serviço, você já está bem posicionado. A chance de você ser encontrado é muito grande”, completa Kenski. Para a presença das marcas nas redes sociais como Facebook e Twitter e também em outros espaços online, é preciso ter um monitoramente e relacionamento constante, salienta Presas. “As empresas que são online vivem ali. Então, elas têm de estar ali 100%”, isto é, dar atenção específica ao público da web. “Parte da dificuldade da Internet em se consolidar como ferramenta de comunicação direta empresa/cliente – que para isso a internet é fantástica –, se deve que a grande maioria das médias empresas ainda não tem uma presença na Internet”, completa Presas. Por isso, está aí um grande potencial de crescimento. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 41


meio ambiente

Etapas da Reciclagem

Uma garrafa com mil e uma finalidades Após a reciclagem, as garrafas PET podem ser transformadas em diversos produtos; a maior utilização está na indústria têxtil Iris Alessi - iris@revistames.com.br

E

le está em todos os lugares. Nas garrafas de água, refrigerante, potes, embalagens de produtos de limpeza. Mas não é apenas no formato de embalagens que o politereftalato de etileno, o famoso PET, faz parte da vida das pessoas. Depois do uso como embalagem, o PET pode ser reciclado e reaproveitado em diversos outros materiais, ganhando novas vidas e novos usos. “Costumo dizer que a gente não sai de casa, ninguém sai de casa sem

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esbarrar com PET reciclado em algum momento”, conclui o porta-voz da Abipet, Hermes Contesini. No entanto, o nível de reaproveitamento ainda deixa a desejar. No Brasil, segundo números de 2011, do Censo da Reciclagem PET no Brasil, referente à 2010, cerca de 55% das embalagens são recolhidas e recicladas. A Associação Brasileira da Indústria PET (Abipet) estima que o novo Censo, que será divulgado em meados deste mês, deva trazer um crescimento moderado nesse índice de reaproveitamento.

A reciclagem acontece em três etapas básicas:

1

Recuperação Que se inicia no momento do descarte e termina com a confecção do fardo, que se torna sucata comercializável.

2

Revalorização Começa na compra da sucata em fardos e tem fim na produção de matéria-prima reciclada.

3

Transformação Final do processo completo de reciclagem, é a utilização da matéria oriunda das garrafas PET e pós-consumo para a fabricação de inúmeros produtos.

FONTE: Associação Brasileira da Indústria PET.

“O que ocorre é uma estabilização desses valores. [...] A gente espera um crescimento, difícil dizer qual será esse crescimento, historicamente a média de crescimento é bastante alta, acima de 15%, mas a gente não deve ter um valor tão ex-


Roberto Dziura Jr.

pressivo assim de 2010 para 2011”, explica Contesini.

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Captação Ele aponta que o crescimento tímido deve-se à dificuldade que existe na recuperação da embalagem. Muito ainda vai para o lixo comum. Outro fator também é que se trata de uma cadeia que envolve muitos agentes. “É um trabalho muito extenso que é feito através de catadores, que distribuem essa embalagem para uma das redes comerciantes, que no final das contas acaba chegando até o reciclador”. Os catadores têm um papel importante nesse processo no começo da cadeia, mas o comerciante é a fonte de onde o reciclador obtém a matéria. Quando destinado de forma correta, existe uma infinidade de novas funções e materiais que podem ser criados a partir do PET. O mais comum é o uso do material na indústria têxtil, mas também podem virar cordas e vassouras, chapas de box para banheiros, novas embalagens, placas de trânsito em resinas para cabines e para-choques de automóveis, em matéria para tintas e até bicicleta. A indústria têxtil já foi responsável pelo aproveitamento de quase 100% de todo o PET reciclado no Brasil, transformando-o em diversos tipos de materiais. É ainda o maior consumidor do PET Reciclado brasileiro. Aproximadamente 40% de tudo que é reciclado vai para a fabricação de produtos como tecidos, cerdas e cordas, e tecidos não fiados, como o TNT.

Quase 56% das embalagens PET são recolhidas e recicladas no Brasil

Utilização Na Unnafibras, fábrica que produz fibras de PET, após o recebimento,

As camisetas produzidas pela Econtexto Ideia Ecológicas, feitas de PET reciclado

os flakes (“flocos” em inglês, como é chamado o PET após uma moagem) são secados e depois passam por um aquecimento acima de 200ºC para formar os filamentos. Depois de formados os filamentos em cabos, o material passa por um processo chamado de “estiragem”, para que ele tenha mais resistência para formar uma malha ou um não tecido. O diretor industrial da empresa, Marcos Honório Belluzzo, explica que, depois de todo o processo, as fibras são enfardadas para serem enviadas às indústrias de transformação (Veja processo em Box). “A Unnafibras começou com 80% do polímero virgem e 20% de polímero reciclado. [...] A gente foi gradativamente invertendo esse quadro e eu acho que de 2004 ou 2005 para cá,

Coleta e reciclagem No site www.levpet.org.br, você encontra pontos de coleta e reciclagem de PET em todo o Brasil. Acesse e confira o que está mais perto de você.

100% poliéster de PET reciclado”, conta Belluzzo, sobre a transformação da indústria que reaproveita cerca de 1 bilhão de garrafas por ano. Hoje, a indústria que trabalha com produtos feitos de PET reciclado já tem uma aceitação muito grande no mercado. “Inicialmente a gente até tinha medo de falar que era reciclado. Era depreciativo. Hoje é o contrário”, completa Belluzzo.

Todo lugar Com o objetivo de divulgar a sustentabilidade, a empresa curitibana Econtexto Ideias Ecológicas começou a trabalhar também com camisetas feitas de poliéster de PET Reciclado. A ideia é “ajudar as pessoas a pensar numa maneira de preservar o meio ambiente”, afirma Aluísio de Paula, sócio da empresa. O sócio avalia que um produto que era um “problema” no meio ambiente hoje se transformou em algo bastante útil para as pessoas. “O PET se tornou uma alternativa viável para se evitar o uso de matérias-primas novas”, completa. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 43


meio ambiente

Quase extintos do mapa O litoral paranaense, apesar de abrigar a maior área remanescente de Mata Atlântica do País, possui 20 espécies de mamíferos, mas 50% estão em extinção Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br

O

litoral paranaense conta com uma valiosa extensão de Mata Atlântica. Em Guaraqueçaba, localizada no Litoral Norte do Estado, concentra a maior área remanescente do bioma do País. A Reserva de Salto Morato, mantida pela Fundação Grupo Boticário, é um caso emblemático. Ocupando uma área de 2.340 hectares do bioma, por lá já foram identificadas mais de 300 espécies de aves, correspondendo 50% da avifauna do Paraná. Nesta localidade também, mais de 58 mamíferos entre felinos, roedores e primatas ocupam a área. O problema é que muitos deles estão ameaçados de extinção. Metade das cerca de 20 espécies de mamíferos terrestres de médio e grande porte estão ameaçadas de extinção. Entre as mais conhecidas está

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a onça pintada e a onça parda, que sofrem constantes ameaças. Na Reserva de Salto Morato, foram detectadas 15 espécies de mamíferos, sendo que sete estão ameaçadas: anta, onça parda, jaguatirica, cateto, paca, gato-maracujá e gato-do-mato-pequeno. Essas foram as principais conclusões do estudo realizado desde 2009 pelo biólogo e pesquisador Roberto Fusco-Costa. Em parceria com o Instituto de Pesquisas Cananéia (Ipec), ele estudou mamíferos em extinção na Floresta Atlântica costeira do Estado dentro de quatro Reservas Particulares de Patrimônio Natural (Salto Morato, Morro da Mina, Rio Cachoeira e Serra do Itaqui).

a conservação destas espécies na região. “Queremos avaliar a efetividade de conservação destas áreas e elaborar programas de monitoramento, desenvolvendo atividades de preservação das áreas e continuando outras pesquisas”, diz Roberto Fusco-Costa.

Pesquisa

Espécies extintas

O principal objetivo desta pesquisa, que terá conclusão ainda este ano, é de dar suporte teórico e prático para

Os principais motivos para a extinção dos mamíferos no Paraná são por atividades ilegais de caça, dentro e

Atualmente, institutos e biólogos das unidades de conservação têm realizado diversos trabalhos de monitoramento das espécies. “Estas pesquisas são importantes para obtermos o máximo de informações sobre as espécies”, explica o biólogo e técnico das reservas, Marcello Borges. “São oportunidades de conhecermos melhor nosso patrimônio e como cuidar dele”.


Animais como a onça parda precisam de até 15 mil hectares de área para viver. Infelizmente, o Paraná é o segundo estado brasileiro que mais desmatou entre os anos de 2008 e 2010, segundo o ranking da pesquisa realizada pela SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Fato que prejudicou a sobrevivência desses animais. Para Fusco-Costa, a garantia de preservação desses animais está na in-

Roberto Dziura Jr.

O pesquisador Fusco-Costa pretende elaborar programas de monitoramento e desenvolver atividades de preservação das áreas

tensa fiscalização das caças ilegais. “A redução destas ameaças é possível através de uma efetiva e constante fiscalização e combate à caça e desmatamento. É um trabalho entre as instituições e o poder público, que tem que querer fiscalizar e contribuir com investimentos para isso”, avalia.

Extinção Conheça dois dos animais que estão na Lista Vermelha de Animais Ameaçados de Extinção no Paraná

ONÇA PARDA

Nome científico: Puma Concolor Habitat: Florestas em montanhas. Hábitos: É carnívora. Caça principalmente à noite: veados, capivaras, porcos-do-mato e outros mamíferos. É muito ágil, hábil caçadora e consegue matar também aves e macacos nas árvores. Tamanho/peso: Mede cerca de 0,70 m, do ombro ao chão, e até 2,30 m de comprimento. Um macho adulto pode pesar até 50 kg.

ANTA Fotos: Haroldo Palo Jr.

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fora de unidades de conservação públicas e privadas e pela degradação da floresta atlântica, habitat desses animais. “A caça no Brasil hoje não é legal em lugar nenhum, já que no único estado em que ela era permitida, o Rio Grande do Sul, isto não é mais possível ou autorizado”, explica o biólogo do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Mauro Britto.

Nome científico: Tapirus terrestris Habitat: A anta vive em florestas tropicais e montanhas da América do Sul. Hábitos: Se alimenta de frutos, brotos, folhas, grama, plantas aquáticas, cascas de árvores. Peso: Podem chegar a 250 Kg.

Os mamíferos ameaçados têm grande importância ecológica. A presença ou não deles pode mostrar qual o grau de qualidade de conservação de determinadas regiões. E a sua ausência pode desequilibrar os ecossistemas onde vivem. Felinos como a jaguatirica e a onça pintada, por exemplo, estão no topo da cadeia alimentar e a ausência ou diminuição desses predadores pode prejudicar o controle das populações de suas presas. Além disso, animais herbívoros, como as antas, são dispersores de sementes e, sem eles, a floresta deixa de ter essa importante contribuição na manutenção das árvores.

Conservação e educação Existe hoje, nestas unidades, um trabalho intenso de conservação da fauna e da flora, em grande parte por meio da educação e conscientização ambiental. Um exemplo disso é o “Dia de campo com o pesquisador”. É uma atividade realizada com os visitantes e moradores, na qual o objetivo é aproximar o público das pesquisas desenvolvidas na reserva Salto Morato. Os biólogos e pesquisadores mostram como todos os estudos são feitos e a sua importância para a região. Os moradores próximos às reservas, assim como grupos escolares também são conscientizados da importância do local e de sua preservação. “Através das trilhas e caminhadas, por exemplo, podemos mostrar às pessoas e divulgar a importância da região na vida delas e questões de preservação”, explica Eros Amaral, engenheiro agrônomo e administrador de Salto Morato. “Acredito que as pessoas aqui da região estão mais conscientes hoje e estão vivendo de forma mais sustentável”, avalia Amaral.

Para denunciar Força Verde: 0800-643 0304 e

digite o número 2.

Funciona 24h em todo o Paraná.

REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 45


internacional

Uma China menos agressiva As taxas de crescimento da China estão caindo, mas a desaceleração evidente não significará queda na participação da economia mundial Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

A

China que cresceu na última década a taxas de dois dígitos do PIB (Produto Interno Bruto) já apresenta desaceleração e abre especulações sobre a raiz dessa nova rea46 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

lidade. Em 2011, o país fechou o ano em um crescimento de 9,2% e, este ano, deve ficar em 7,5%, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS), ou sendo um pouco mais otimista, em torno de 8%, como estimam alguns economistas. Além dessa queda no acumulado, a potência asiáti-

ca contabilizou a quinta desaceleração consecutiva, registrada no primeiro trimestre deste ano. “Os relatórios oficias do partido comunista chinês sinalizam com o intuito de desacelerar o crescimento”, informa o economista, Rodrigo Kremer, professor especialista em Macroeconomia do ISAE/FGV.


Entretanto, engana-se quem pensa que esse movimento é de uma possível crise no futuro. De acordo com Kremer, essa é uma ação do governo chinês para desaquecer “moderadamente” o foco dos chineses em poupar, para que eles gastem mais e invistam no mercado interno. “O partido comunista chinês está sinalizando que eles tencionam diminuir a taxa de poupança”, revela. Isso não significa que eles mudarão seu modelo exportador para se voltar ao mercado interno, como é o modelo brasileiro atual, mas a relação de gastar mais e poupar menos irá mudar, explica o especialista. “O brasileiro não tem o hábito de poupar. Já a poupança é um hábito cultural dos chineses”, diz.

te desigual. Você não tem uma sociedade classe média, como o Ocidente tem. Essas pessoas muito ricas são tradicionalmente ligadas ao Partido Comunista”, comenta Kremer.

O Brasil precisa encontrar caminhos para fugir dessa dependência unilateral com os chineses Foi o que também percebeu Ligia Pereira, diretora comercial da Wintex Internacional Brasil, que comandou a Missão Empresarial da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), na maior feira do mundo, a “Canton Fair”, realizada em abril, em que cerca de 20 empresários do Paraná foram levados para rodadas de negócios com os chineses. “Os ricos chineses são muito jovens. Quem é rico é muito rico, quem é pobre é muito pobre. A gente vê essa disparidade”, comenta Ligia. A diretora levou empresários paranaenses do setor da construção civil, metal mecânico, confecção e eletrô-

Durante três décadas, a China fez seu “bolo” crescer como um rolo compressor. Agora o “modelo começa a privilegiar na margem, ou seja, não é que o mercado interno vai ser o carro-chefe na economia nos próximos dez anos, mas lenta e gradualmente vai começar a ter uma importância maior”, explica o professor. Assim, a potência asiática irá crescer, porém, mais pautada no consumo.

Diferenças Não é só essa diferença na relação entre poupar / gastar que há entre chineses e brasileiros. Se por um lado, o Brasil tem firmado uma política de fortalecimento do mercado interno, regulado no consumo interno e no aumento da classe média, por outro lado, os chineses apresentam grande crescimento no PIB, mas com exponencial abismo social. “Um país extremamen-

Relação com o Brasil Para o Brasil, que tem a China como principal parceiro comercial na compra de commodities, é importante que os chineses estejam com a economia saudável. Isso porque o apetite chinês na compra de produtos primários brasileiros, como soja e minérios, está intrinsecamente ligado à saúde da indústria e do setor imobiliário de seu país. Paralelo a isso, o Brasil precisa encontrar caminhos para fugir dessa dependência unilateral, já que tem aumentado essa relação nos últimos anos. “Esse aumento não é saudável. Se você for ver o que a China compra do Brasil, a China não compra quase nada de produtos manufaturados do Brasil”, analisa o economista. Frente a isso, o Governo Federal já construiu uma trajetória na economia brasileira privilegiando o mercado interno e, mais recentemente, valorizando a área de manufaturados, com incentivos à indústria e mudanças no sistema bancário.

Mundo

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Para provocar isso na economia chinesa, o governo lançou mão de taxas de juros reais artificialmente mais baixas. Medida facilmente controlada, já que a maioria do sistema bancário chinês é estatal ou tem grande participação do governo. Esse mecanismo desestimulou os poupadores e os reflexos já estão sendo sentidos na desaceleração do crescimento do país.

nicos. Por lá, o que ela viu é que a desaceleração ainda não é comentada entre os empresários chineses. “Não percebi isso ainda. O que dá para perceber é que eles estão em franca expansão”, observa.

O fato é que assim como a China, o mundo todo deve desacelerar nesta década. Conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia mundial deve crescer, em média, até 2020, a uma taxa de 2% ao ano. Mas a China continuará a aumentar o seu poder sobre a participação do mercado consumidor mundial até lá. O que era de 4,3% em 2010, a China passará a representar 8,4% da participação do mercado consumidor mundial, segundo projeção do professor Kremer. Agora, é ficar de olho, nos próximos movimentos da economia chinesa. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 47


turismo

Terra dos Guarás Ecoturismo em Guaraqueçaba atrai turistas em busca de passeios em uma das regiões mais preservadas do mundo

U

m lugar de biodiversidade, de cultura marcante e enraizada. A cidade de Guaraqueçaba, situada no Litoral do Paraná, foi um lugar muito explorado no século XVI por mineiros e aventureiros a procura de ouro. Ainda hoje, as aventuras continuam e a riqueza do lugar tem atraído turistas de várias regiões do Brasil. O tesouro que lá se encontra é a terra dos papagaios de cara roxa, das extintas aves guarás, das onças pardas, do raro cachorro vinagre e um cenário inspirador. Essa rica biodiversidade de fauna e flora está localizada no maior fragmento contínuo de Floresta Atlântica do País. Mas não só de belezas naturais é que se faz Guaraqueçaba. É na cultura e

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na identidade do povo local que está uma das grandes atrações do lugar. É por causa desses encantos da cultura caiçara, da gastronomia regional e do lazer, que Guaraqueçaba se torna uma região com grande potencial turístico para o ecoturismo de base comunitária.

principais estratégias de desenvolvimento da comunidade no Litoral. Hoje, a Cooperativa conta com 25 microempreendedores associados, proprietários de pousadas, restaurantes, barqueiros, artesãos, condutores e pequenos produtores rurais.

Diversos roteiros são oferecidos nesses moldes. Este tipo de turismo também se apresenta como uma alternativa de inclusão social e econômica aos moradores da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba. Para organizar esse tipo de turismo na região, foi criado em 2008 a Cooperguará - Ecotur, com o apoio da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), que representa atualmente uma das

Fotos: Bianca Nascimento

Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br


Fotos: Bianca Nascimento

Cultura Regional Guaraqueçaba respira cultura. É possível perceber no modo de vida e no rosto da população, que possui miscigenação entre índios, colonizadores ibéricos e negros. São pessoas que vivem de modo simples, sobrevivendo da pesca, da agricultura e da arte. É esse modo de vida que atrai turistas em busca de uma nova experiência. Na cidade, respira-se a religiosidade. Um dos pontos de visitação é a Igreja do Nosso Senhor Bom Jesus dos Perdões, primeira construção da cidade, em 1838, em estilo colonial e com paredes de pedra. Outra atração é a dança típica do litoral paranaense, o Fandango. Essa dança faz parte do folclore do Estado e é apresentado para comemorar aniversários, casamentos e outras festas. A animação é garantida. “Nós queremos que o visitante conheça a dança, mas também mostramos a ele toda a cultura caiçara por trás desse modo de vida dos habitantes da região”, conta o historiador e dançarino, Zé Muniz.

Arte caiçara O artesanato é também muito forte e presente na região de Guaraqueçaba. Os artesãos produzem obras de arte com a matéria-prima natural da região, como as fibras, cascas, sementes, madeira e folha da bananeira. Aldo Aparecido de Souza é um dos artesãos da feira Arte Nossa, a mais conhecida de Guaraqueçaba

No café caiçara é possível encontrar geleias orgânicas, bolos, pães e biscoitos feitos com a farinha produzidos na região

A feira “Arte Nossa” é uma das mais conhecidas da região. O espaço conta com diversos produtos, como cestas indígenas, bolsas, objetos de decoração, tapetes entre outros. É possível encontrar, ainda, móveis, réplicas de instrumentos de Fandango, camisetas em patchwork, esculturas em pedra de sabão e objetos em bambu. “Estamos melhorando a cada dia. Ficamos entre a pesca e o artesanato. Dá para vivermos em paz e sossegado”, revela Aldo Aparecido de Souza, pescador e artesão.

Região com grande potencial turístico para o ecoturismo de base comunitária

Mel da região Um dos locais de visitação na região é a Associação de Criadores de Abelhas Nativas da APA de Guaraqueçaba (Acriapa). Lá, a meliponicultura é feita de forma responsável com a fabricação de vários produtos, como o mel, a cera, o própolis, e o pólen. O quilo do mel varia entre R$70 e R$120. “A produção de mel vem como uma renda complementar a eles, de forma sustentável”, explica Sueli Alves dos Santos, uma das diretoras da Cooperguará e da Acriapa.

No Paraná, 33 espécies são nativas. As abelhas Jataí, Mirim, Maduri, Tubuna, Uruçú são algumas da região de Guaraqueçaba e que produzem mel. Elas não possuem ferrão. Este ano, está prevista para ser inaugurada a Casa do Mel, a primeira do Paraná, localizada na Acriapa.

Gastronomia caiçara A gastronomia típica de Guaraqueçaba tem como base os frutos do mar. Nos restaurantes e pousadas é possível degustar muito peixe, ostra, tainha e camarão. Muitos desses alimentos são encontrados no famoso restaurante Palhoça do Marinho, na comunidade de Tagaçaba, à beira do rio de mesmo nome. É possível apreciar, também, outras iguarias, como o café colonial caiçara, na Pousada Araribá. Os produtos utilizados vão desde geleias orgânicas, leite fresco, pães artesanais, bolos e biscoitos feitos com a farinha da região, tapioca e tortas de palmito da região. Vale lembrar a famosa bebida chamada Cataia, também conhecida como “uísque caiçara” ou “uísque da praia”. Ela é muito popular no Litoral Norte do Estado. Preparada à base de uma erva medicinal com o mesmo nome, a Cataia é curtida em cachaça. É consumida, geralmente, pura ou com mel, o que realça seu sabor. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 49


turismo Turista de 1ª viagem Para viajar para Guaraqueçaba, saiba o que levar: • Prefira roupas leves e confortáveis, com cores claras;

• Leve protetor solar, boné ou chapéu e repelente de insetos;

• Leve no mínimo dois pares de calçados, que sejam resistentes e confortáveis;

• Traga seus medicamentos pessoais;

• Leve binóculos para a observação de aves;

• Leve dinheiro, em espécie, para compras, poucos são os lugares que aceitam cartões;

• Leve sacolas plásticas para depositar seu lixo durante as caminhadas. Bianca Nascimento

Farinheiros A base da alimentação da região de Guaraqueçaba é a mandioca. Plantada em sítios e propriedades agrícolas, ela é utilizada pelos moradores de diversas maneiras. Geralmente, é colhida, ralada, prensada para drenagem e transformada em farinha em grandes tachos à lenha, que levam o nome de farinheiras. Desta farinha, são produzidas a tapioca, o beiju e a rosquinha de polvilho. Dona Neusa é uma das produtoras na comunidade de Potinga. Conhecida por seus deliciosos “quitutes”, ela está satisfeita com o turismo comunitário. “Depois da cooperativa aqui na região, estamos vendendo bem, colocando em prática receitas de nossos avós, melhorando a qualidade dos nossos produtos, aprendendo tudo isso e preservando a natureza”, revela. O casal Francelino e Marisa, vizinhos de Dona Neusa, também trabalha com a farinha. Há 30 anos chegaram à Guaraqueçaba, plantando vários tipos de alimentos, como banana e mandioca. Neste tempo, Francelino aprendeu a viver de forma íntima com a natureza, sendo um grande conhecedor dos poderes medicinais das plantas. “Estamos aprendendo a viver de forma sustentável, a extrair da natureza nossa fonte de renda. Hoje, vendemos produtos para todo o litoral paranaense”, explica.

Natureza conservada Guaraqueçaba também encanta pelas atrações naturais e a possibilidade 50 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

Há 30 anos em Guaraqueçaba, Francelino é um dos farinheiros mais conhecidos na região

de experimentar a integração com o meio ambiente. A área é constituída por montanhas, enseadas, baías, rios, ilhas, florestas, mangues e restingas e foi declarada Reserva Natural da Biosfera pela Unesco (ONU) em 1999. Dentre as inúmeras atividades oferecidas pelo ecoturismo da região, estão alguns esportes e aventuras como trilhas e rafting no Rio Cachoeira. O turista também tem a oportunidade de trocar experiências em propriedades rurais, visitar projetos de conservação ambiental, passear de barco e contemplar a fauna e flora local. Uma das atrações mais procuradas são as visitas monitoradas em Unidades de Conservação como Parque Nacional do Superagui, Estação Ecológica de Guaraqueçaba e as Reservas particulares do Patrimônio Natural (RPPN), que são Salto Morato (mantida pela Fundação Grupo Boticário), Morro da Mina e Rio Cachoeira.

Diversas ilhas fazem parte do município de Guaraqueçaba, entre elas, a das Peças, Rasa, das Laranjeiras, do Rabelo, Povoca e do Superagüi. Integrada ao Parque Nacional da Ilha do Superagui, as ilhas de Pinheiro e Pinheirinho são as casas dos papagaios-de-cara-roxa (ou chauá), que usam o local como dormitório. O visitante tem a oportunidade de conhecer as ilhas e no entardecer ou amanhecer, apreciar a revoadas dos papagaios de uma ilha para a outra. Em média, são três mil papagaios embelezando o céu da região e encantando os turistas.

Informações Cooperativa de Ecoturismo de Guaraqueçaba Fone: (41) 8497-4281 / (41) 8497-4282 reservas@visiteguaraquecaba.com.br www.visiteguaraquecaba.com.br


50 anos de

trabalho pela

educação.

Desde 1962, o Centro de Educação Infantil Colmeias já formou mais de 6400 alunos. É com alegria e entusiasmo que a Associação das Abelhinhas de Santa Rita de Cássia apoia essa iniciativa.

Aqui as crianças participam de uma rotina saudável, com muita alegria para brincar, estudar e viver.

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REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 51


esporte

Entre o taco e a bola, a cruz e a espada O Beisebol vive dias difíceis no País; depois de ficar fora do ciclo olímpico atual e do próximo (2013/2016), dirigentes revelam as condições precárias do esporte

U

m esporte em decadência. Poucos recursos, estrutura precária, queda drástica no número de praticantes, o Beisebol no Brasil vai de mal a pior. Essa situação se deve em grande parte por este esporte ter sido o único retirado dos Jogos Olímpicos de Londres, competição que será realizada no final do próximo mês, na Inglaterra. O que poderia ser mero detalhe, o fato trouxe uma avalanche de problemas para a continuidade do esporte no País. “A saída das Olimpíadas atrapalhou muito. Tínhamos uma verba adequada do COB [Comitê Olímpico Brasileiro] e perdemos desde 2008. Foi cortada [a verba]”, lamenta o presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), Jorge Otsuka. O horizonte não é dos melhores, já que o Beisebol também não será visto pelos brasileiros nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Com o corte do COB e sem perspectivas para a situação mudar, a Confederação diminuiu a sua estrutura, que

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Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

hoje conta somente com um funcionário e os demais envolvidos, incluindo o presidente, todos eles trabalham de forma voluntária. Dos cerca de R$ 400 mil por ano que recebiam do Comitê Olímpico, via Lei Agnelo/Piva (nº 10.264) de incentivo ao esporte, atualmente não recebem nenhum recurso, a não ser a verba de inscrições dos atletas e clubes nas competições nacionais e a anuidade dos federados, cerca de R$ 30 por atleta ao ano. “Esporte amador é assim, a gente fica à mercê da verba do Governo Federal. As empresas não querem apoiar”, afirma Otsuka.

Números Sem estrutura adequada, sem incentivos e sem visibilidade na mídia, o esporte vai minguando. De 30 mil praticantes e 120 times, no País, no ciclo olímpico anterior, hoje o número está

em torno de 20 mil adeptos ao esporte e cerca de 4 mil federados, em 90 times. “A maioria dos melhores parou de jogar”, completa o presidente.

Sem estrutura adequada, sem incentivos e sem visibilidade na mídia, o esporte vai minguando. “O esporte perdeu devido à dificuldade de conseguir patrocinadores. Quando é esporte olímpico para conseguir [verba] é mais fácil”, atesta Alberto Yamamoto, vice-presidente da Federação Paranaense e diretor técnico da CBBS. Alberto comanda também o Departamento de Beisebol do Paraná Clube, em Curitiba, que conta com cerca de


Beisebol Conheça um pouco o esporte Duas equipes Oito jogadores de posição (receptor, defensor interno e defensor externo); cinco arremessadores iniciais (ou starting pitcher); seis relief pitchers, incluindo um closer Bullpen Área de aquecimento que contém: arremessador reserva, dois defensores internos reservas, dois defensores externos reservas, rebatedor substituto, ou um segundo receptor reserva, ou um sétimo relief Bases 04

Duração 09 entradas

Pontuação 01 corrida = 1 ponto

Equipamento Bola (cortiça, corda ou lã de 142g e 25 cm), bastão (formato cilíndrico de madeira ou alumínio de até 1 kg, de 81 cm) e luva Esporte olímpico De 1992 a 2008

200 atletas e já revelou vários talentos do esporte. “No Clube Paraná mesmo, não tem tanta importância esse esporte. Diminuiu as verbas.”

Mas o clube já viveu dias de mais glória. Revelou talentos como o paranaense Alex Nakashima, que joga atualmente no Japão, um dos países de destaque desse esporte, e descobriu, também, o jogador Leonardo Reginatto, que atua nos Estados Unidos, nação de maior potência da modalidade.

Início do esporte Aliás, o Beisebol surgiu por lá. Foi nos Estados Unidos, no final do século XIX. Também foram pelas mãos dos norte-americanos que a prática foi introduzida no Brasil. Entretanto, o esporte atualmente sobrevive pela paixão de descendentes de japoneses que têm a característica cultural de manter vivas suas tradições. “Por causa da colônia japonesa, dificilmente vai desaparecer, mas perde em profissionalização e perante o público”, relata Yamamoto. É assim na Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), considerado um dos melhores clubes de Beisebol do País, localizado em Maringá, no Noroeste do Estado. Praticam no clube cerca de 80 atletas atualmente. Com a renovação da escola de base mantida pelo Clube, a tradição permanece. A Acema também recebe recursos da

Prefeitura de Maringá, por meio de Lei de Incentivo de Esporte Amador. No entanto, a verba é destinada somente para competições e parte dos treinamentos. Já para compra de equipamentos, manutenção da sede e ajuda para atletas os recursos não existem. O Clube conta com a paixão da comunidade nipônica para manter o local. “Cada um tem que comprar o seu taco, bola”, conta Haruo Kanawa, diretor do Departamento de Beisebol do Clube Acema. Ele também se queixa da falta de apoio ao esporte amador no País. “Empresa só vai patrocinar se tiver retorno e nem futebol tem retorno”, diz.

Custos da prática Aliado a tudo isso, o esporte ainda é considerado oneroso. Os custos são altos para comprar os equipamentos. São cerca de US$ 350 a luva, US$ 15 o valor da bola e mais US$ 200, que é o preço do taco. Os materiais precisam ser calculados em dólar, já que são todos importados, pois não existe nenhuma empresa que forneça esses itens no País, revela o presidente da CBBS. Com este cenário, a tristeza na fala dos dirigentes é evidente. Trata-se do pesar não só pela falta de incentivos ao Beisebol, mas por todos os esportes amadores que – exceto alguns como o vôlei, o atletismo e a ginástica, que conseguiram se destacar e ganhar mais visibilidade –, padecem da falta da cultura esportiva e de incentivos financeiros do País, sejam públicos ou privados.

Sônia Fukuda Akita

Próximas competições

A renovação de atletas é pequena no País

JUNHO - 23 e 24/06 XIV Campeonato Brasileiro de Beisebol Inter Clubes Juvenil Aberto – Fase Final Local: Londrina ou Maringá (PR) JULHO - 06, 07 e 08/07 XX Taça Brasil de Beisebol Inter Clubes Infantil Local: Londrina (PR)

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Roberto Dziura Jr.

automóvel

Não esqueça da revisão Confira os itens do carro que precisam ser checados antes de uma viagem nestas férias de julho; para quem não vai, fique atento às dicas de manutenção Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

C

om as férias de julho chegando, muitas pessoas estão programando uma viagem e, talvez, precisem pegar estrada. Se você é um desses, essa é a hora certa de pensar na famosa revisão do carro. “Não deixe para fazer manutenção preventiva

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na véspera de alguma viagem, você deve fazer sempre com um mês de antecedência”, recomenda o professor do Senai e tecnólogo em mecânica, Adilson Torquato. Isso porque é preciso ter o tempo necessário para verificar se a manutenção foi feita de forma correta. “Na manutenção podem ocorrer problemas, que você vai perceber depois de dois, três dias rodando. Se você faz com um mês de antecedência e ocorrer algum probleminha corriqueiro, dá tempo de você levar na oficina. Não vai ficar na estrada, ter gasto com guincho, dor de cabeça

e atrasar sua viagem”, diz. Como a maioria das pessoas roda em média 10 mil km por ano, o recomendado é que essa revisão seja feita uma vez ao ano, de preferência um mês antes de uma grande viagem.

Economia Além da segurança que a manutenção propicia, é possível também perceber uma economia no bolso. “A pessoa deixa de fazer a manutenção preventiva para fazer a corretiva depois. É uma economia ‘burra’. A manutenção preventiva é muito mais benéfica ao veículo que a corretiva. Você vai gas-


O maior gasto também pode ocorrer no dia a dia, como por exemplo, com a falta da substituição do filtro de ar a cada 10 mil km. “Vai obstruindo os poros do papel devido à sujeira e, nesse caso, o consumo de combustível pode se elevar em até 20%, porque o carro teria de admitir uma determinada quantidade de ar, mas não está”, diz.

O recomendado é que a revisão seja feita uma vez ao ano para quem roda 10 mil km

Onde levar Ao realizar a manutenção é muito importante escolher uma concessionária ou oficina de confiança e que trabalhe com bons produtos. No primeiro caso, geralmente o serviço é garantido, mas os preços da mão de obra são mais altos, quase o dobro de uma oficina. “Não precisa ser só em concessionária. Hoje, tem muitas oficinas bem montadas, que são de confiança e com um custo bem menor que o da concessionária”, garante Torquato. No caso de uma pessoa que não entende de mecânica e opte por uma oficina comum, a dica do professor é pedir referências. “Quem não conhece, vai ter de ir por indicações de amigos. Grande parte dos clientes de uma oficina é recomendada por pessoas que já frequentam. Procure pesquisar por pessoas que já fizeram o serviço.”

Roberto Dziura Jr.

tar menos e seu veículo vai ter uma durabilidade, uma vida útil muito maior”, explica Torquato. Para exemplificar, ele diz ainda que em uma manutenção no motor, com limpeza no sistema de ar, de lubrificação, de arrefecimento, você gasta em torno de R$500. Mas se não fizer essas manutenções, vai prejudicar o motor e gastar em torno de R$5 mil reais.

“É uma economia ‘burra’. A manutenção preventiva é muito mais benéfica ao veículo que a corretiva”, afirma Torquato

Revisão Veja os principais itens que devem ser conferidos na sua manutenção. Não perca os prazos:

Pneu

PRAZO (P): Quando alcançar o índice de desgaste (T.W.I.) Observar (O): Verificar deformações e fazer rodízio dos pneus

Calibragem dos Pneus

P: Semanalmente O: Siga a indicada pelo fabricante. A quantidade ideal é entre 28 e 30 libras

Freios

P: No máximo a cada 10 mil km O: Desgaste de pastilhas e discos

Suspensão

P: A cada 10 mil km O: Verificar amortecedor, molas

Fluído de freio

P: Substituir a cada 2 anos O: Verificar nível

Líquido de arrefecimento

P: Substituir a cada 80 mil km ou cada 4 anos, o que ocorrer primeiro O: Verificar nível

Direção hidráulica e óleo de transmissão

P: Geralmente é vitalício e só deve ser completado quando há necessidade O: Mas é recomendado a cada 60 mil km

Óleo do motor

P: Uma vez por ano ou a cada 10 mil km O: Depende do óleo que você utiliza

Extintor

P: Os novos têm uma durabilidade de 5 anos; os antigos eram de 1 ano O: Verificar prazo de validade Fonte: Adilson Torquato

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moda&beleza

Cheiro de brasilidade Biodiversidade brasileira inspira indústria de perfumes no País na criação de novas fragrâncias, adequadas ao gosto brasileiro Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br

A

indústria de perfumaria e cosméticos brasileira vem se destacando na produção de novos aromas e perfumes com a cara do Brasil. Utilizando a biodiversidade natural que é extensa, hoje, os brasileiros passaram a ter uma identidade olfativa.

cialista em perfumes Renata Ashcar, conta essa história rica de cheiros desde o Egito até a Amazônia, mostrando, também, vários aspectos culturais no Brasil relacionados ao perfume.

Atualmente, estão em alta perfumes frutados, como romã, lichia, cupuaçu, pitanga, tangerina e jabuticaba. Estes aromas, com marcante brasilidade, estão sendo cada vez mais aceitos entre os brasileiros e também têm despertado o interesse fora do País.

Em sua obra, Renata aponta a região Norte do País como sendo extremamente rica nessa biodiversidade natural. Uma “mina” de cheiros ainda pouco explorada. “Muitos destes ingredientes, há pouco mais de 10 anos passaram a ser explorados pela indústria de perfumaria e cosméticos”, lembra. “Felizmente, importantes empresas da área têm ajudado o Brasil, inclusive a criar sua própria identidade olfativa”.

A Amazônia é um dos paraísos para as empresas de perfumaria alcançarem esses aromas. O livro “Brasilessência: a cultura do perfume”, da autora espe-

É isso o que tem feito a rede de cosméticos e perfumaria Natura, que utiliza a biodiversidade da botânica brasileira com produtos que valorizam o

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local, como cacau, castanha, capim limão, cumaru e mate verde, dentre outros. “A Natura hoje tem alma brasileira, pois seus produtos são inspirados no Brasil e nos brasileiros, porém são feitos para serem usados e apreciados pelo mundo inteiro”, diz Verônica Kato, perfumista da Natura. “O que fazemos hoje é a partir de nossa cultura, nosso jeito de ser, nossas crenças, mas estamos sempre conectados com o que há de mais inovador e mais vanguardista no mundo”. Uma pesquisa feita pela empresa ouviu cerca de 1.200 homens e mulheres consumidores nacionais. O objetivo era descobrir o que ambos os sexos buscam em um perfume. Para os homens, em primeiro lugar, está atração e a conquista, seguido de status e expertise da marca. As fragrâncias mais procuradas por eles são as amadeiradas frescas, cítricas, aromáticas e de especiarias. Já as mulheres brasileiras, preferem os florais, porém com um


toque amadeirado, com especiarias e outros ingredientes que trazem mais força e persistência aos perfumes.

Mas ainda é comum os consumidores brasileiros acharem os perfumes importados melhores que os nacionais. Essa questão, entre outros fatores, está intimamente relacionada à fixação dos perfumes. Na Europa, por exemplo, os perfumes são feitos em países de clima frio e, por isso, são mais adocicados, gourmand e amadeirados, sendo mais densas e voláteis e, por isso, ficam mais tempo na pele depois da aplicação. Os perfumes nacionais são mais frescos, adaptando-se ao nosso clima tropical, assim, quando aplicados na pele, evaporam mais rápido. Outra variante que influencia na duração das fragrâncias é o tipo de produto. Perfume, eau de parfum, eau de toilette, desodorante colônia, essência e águas têm concentração de fragrâncias diferentes, pois os objetivos de uso são diferentes. Um perfume é mais concentrado, enquanto uma água é o que tem menor concentração, ou seja, dura menos na pele.

Com que perfume eu vou?

Nas peles claras, a fragrância permanece por menos tempo, por isso, são indicados aromas marcantes, como os florais mais densos, amadeirados ou orientais. A pele morena adere melhor o perfume. É aconselhável investir nos bem suaves, como os cítricos, ou os florais mais leves.

No frio No inverno ou em lugares frios, a pedida é sempre o perfume adocicado, amadeirado ou gourmand, principalmente, para as mulheres. Essas fragrâncias tornam-se mais sensuais, envolventes e acolhedoras nessa estação. Além disso, aromas como de canela, noz moscada, sândalos e musk também combinam bem no clima friozinho.

Apaixonadas por perfumes Ana Flávia Felipe é uma dessas. Representante comercial e “amante” de perfumes, ela não é adepta ainda aos aromas brasileiros. Sempre que pode, Ana compra perfumes importados. “Gosto dos amadeirados. A impressão que tenho é que eles dão mais atitude”, revela Ana. “Curitiba é uma cidade mais fria, então, perfumes mais doces caem bem”. Ela é uma das que usa perfume como acessório e sempre que pode, carrega no carro ou na bolsa para retocar. “É uma forma de vaidade também, assim como as maquiagens”, completa.

Para melhorar sua eficácia e tempo de duração é preciso saber onde aplicar. A dermatologista Carolina Ferolla indica aplicar o perfume nas regiões onde circulam o sangue. “Essas regiões possuem muito calor e difundem melhor a fragrância. É comum usar atrás da orelha, pescoço, punhos e atrás da perna”, explica. Além disso, é recomendado se passar na roupa ou no cabelo, que deixam o produto fixado por mais tempo. Peles oleosas, por exemplo, fixam melhor o perfume e o deixa mais intenso. Para este tipo de pele, é preferível os tipos eau toalete ou até mesmo as versões summer sem álcool. Para peles secas, é mais difícil manter o aroma. Vale usar um hidratante da mesma marca ou da mesma família

Roberto Dziura Jr.

Roberto Dziura Jr.

Fixação dos perfumes

olfativa para aumentar a hidratação da pele e a sua capacidade de retenção. Peles normais fixam os perfumes de maneira ideal durante horas.

Ana Flávia Felipe é representante comercial: no se dia a dia, adora usar perfumes mais marcantes como os doces e amadeirados

Saiba como escolher o melhor perfume:

No calor As fragrâncias mais frescas e leves, com notas cítricas, florais frutadas e caminho de ervas costumam ser mais adequadas para o calor. As águas de banho, por exemplo, são uma boa opção, pois podem ser usadas em abundância e reaplicadas durante o dia, prolongando a sensação do pós-banho. Durante o dia As colônias à base de ervas aromáticas, como lavanda ou alecrim, ou ainda as cítricas com laranja, bergamota ou limão, são leves e suaves, evaporando mais rápido. Vale a pena também apostar nas fragrâncias que combinam flores e frutas. À noite Se a ideia é que o perfume dure muitas horas, as melhores fragrâncias são aquelas elaboradas com ingredientes mais densos, como madeiras, resinas, flores nobres e também as opções gourmand com notas de frutas adocicadas, chocolate ou baunilha. Como a fixação é maior, a evaporação é mais lenta. Em uma festa Se a ideia é conquistar alguém, os melhores cheiros são os mais densos, com ingredientes orientais, especiarias, musk ou âmbar. Mas cuidado com a dosagem: esses cheiros podem se tornar enjoativos demais.

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culinária&gastronomia

Uma pitada de amor

Três chefs de Curitiba dão dicas de receitas para preparar neste inverno e surpreender seu amor no mês dos apaixonados

E

Bianca Nascimento - bianca@revistames.com.br

m Curitiba, nesta época mais fria, o clima de romance fica mais quente, principalmente, no mês dos namorados. É comum os casais saírem para jantar para comemorar a data. Mas que tal surpreender e criar um clima diferente este ano? Como sugestão, a Revista MÊS te ajuda com a indicação de receitas de três chefs de cozinha de Curitiba, que abriram as portas de suas casas e revelaram receitas que fariam para seu amor. Aproveite você também para impressionar! Seja marido, esposa, namorada(o), pretendente, não importa, são dicas e receitas para você acertar no ponto. Os chefs Manu Buffara, Maurício Pereira e Marcelo Amaral dão pitadas especiais, desde as receitas mais leves até as mais afrodisíacas.

receita da Chef Manu Buffara Carré de Cordeiro com espuma de raízes

Fotos: Roberto Dziura Jr.

os homens gostam de carnes O homem se dá bem cozinhando carne. Para ele, sempre é um desafio. As mulheres já preferem cozinhar frutos do mar. O cordeiro é uma ótima escolha para ocasiões especiais de gastronomia alta e sofisticada. Uma carne de caça é sempre diferente. É um prato bacana, quentinho, ótimo para o inverno. Eu já fiz para meu noivo e ele adorou.

Manu Buffara trabalhou em alguns principais restaurantes da Itália como Ristorante Gualtiero Marchesi, Ristorante da Vittorio e Ristorante Guido. Em sua trajetória profissional, já recebeu diversos prêmios, o último foi eleita “Chef Revelação”, do Guia Quatro Rodas Brasil 2012. Recentemente, ela foi indicada ao Prêmio Melhores do Ano Prazeres da Mesa/Tramontina 2012, na categoria “Chef Revelação”.

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Ingredientes: 800g carré de cordeiro 100g inhame 100g cará 100g batata doce 100g batata rosenthal 100g batata salsa 75g manteiga 75g creme de leite fresco 100 ml leite 1 kg beterraba Folha de cenoura

Modo de Preparo: Sele todos os lados do carré em uma frigideira. Reserve.

Creme de raízes

Cozinhe as raízes (inhame, cará, batata doce, batata rosenthal e batata salsa) separadas até que estejam ligeiramente moles e passe no espremedor. Em uma tigela, coloque a manteiga e o leite. Adicione as raízes e mexa até que esteja na consistência de um purê. Em seguida, vá adicionando o creme de leite. Bata tudo em um liquidificador. Corrija o sal e reserve.


Roberto Dziura Jr.

Frutos do nosso mar

É

possível apreciar a boa gastronomia, com diversos pratos exclusivos e poder fazer isso em um cenário especial? Sim! Essa é a proposta do Festival Sabores do Litoral, que está em sua segunda edição. O evento gastronômico será realizado durante todo o mês de junho em sete cidades do Litoral paranaense. São pratos que resgatam a gastronomia local, valorizam a tradição caiçara, com um toque de sabor e requinte dos chefs da região. São pratos que levam peixes nos mais variados preparos, frutos do mar e ingredientes bem locais.

Passe as beterrabas em um processador. Coe o suco e reduza pela metade em uma frigideira no fogo médio. Acerte o sal.

madeira em formato de espiral e leve ao forno por cerca de 30 minutos a 160°C ou até ficar crocante.

250g de farinha de trigo especial 1 gema 30 ml de azeite de oliva 60 ml de água sal a gosto

Montagem do prato Fatie o carré e finalize os lados numa grelha ou frigideira. Disponha o creme de raízes no prato. Coloque o carré fatiado em cima do molho. Coloque o suco de beterraba por cima do carré. Decore com uma folha de cenoura, banhada numa vinagrete simples e com a tuille.

Modo de Preparo: Disponha as farinhas já misturadas numa superfície plana e faça um orifício no meio. Adicione a gema, a água e o sal. Misture a massa com as mãos até ficar lisa. Trabalhe a massa num cilindro e corte em tiras finas. Enrole-as em palitos de

Dica da chef: Uma bebida que acompanha muito bem este prato é um bom vinho tinto. A apresentação do carré deve ser individual. Uma sobremesa que poderia acompanhar esse prato é um sorvete com petit gateau.

Tuille

Divulgação

Molho de suco de beterraba

Estão participando do Festival 27 estabelecimentos espalhados por Antonina, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná e Ilha do Mel. Os valores estarão com 20% de desconto dos preços habituais. Assim, os pratos variam de R$ 24 a R$ 101 e serão servidos no almoço e jantar, dependendo da disponibilidade de cada estabelecimento. A iniciativa é da Concessionária Ecovia, em parceria com a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná (Adetur Litoral), com o objetivo de alavancar o turismo fora de temporada no Litoral. Na primeira edição, realizada em outubro do ano passado, o Festival comercializou cerca de 1700 pratos.

Serviço Festival Sabores do Litoral Data: 01/06 a 30/06 Horário: Almoço e jantar Preço: de R$ 24 a R$ 101 Local: 27 restaurantes em 7 cidades do Litoral

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culinária&gastronomia receita do Chef Maurício Pereira Pescada com legumes ao vapor

os peixes não ficam de fora no inverno Ao contrário do que muita gente pensa, nesta época é que encontramos os pescados mais interessantes e onde os peixes estão mais saborosos. É um prato mais leve e prático. Você não vai precisar de muitos preparos e incômodo. O que importa muito também é o ritual e em como você vai apresentar o prato. Ingredientes 150g de filé de pescada (por pessoa) Pimenta e sal a gosto para temperar o peixe O chef Maurício Pereira cresceu em meio ao ambiente gastronômico. Maurício é arquiteto e músico e, por isso, trabalhou viajando pelo País. Aproveitou este momento para conhecer mais da cultura gastronômica de cada região. Em Curitiba, trabalhou ao lado de chefs renomados como Celso Freire, no Restaurante Boulevard. Atualmente, presta consultoria para desenvolvimento de projetos gastronômicos aliando arquitetura à gastronomia.

Legumes selecionados – couve flor, cenoura e vagem torta Molho shoyo de melhor qualidade, a gosto Arroz a gosto Para preparar a receita no vapor, você vai precisar de uma panela WOK e cestas de bambu

Modo de Preparo: Tempere o peixe com o sal e pimenta. Coloque em um prato e adicione os legumes ainda crus. Coloque o prato dentro da cesta de bambu. Na panela Wok, coloque cerca de três copos de água. Quando atingir o ponto de fervura, coloque o cesto com o prato. Se preferir, pode forrar a cesta com papel alumínio. Tampe a cesta e deixe por aproximadamente 12 minutos. Assim que os ingredientes cozinharem, acrescente molho shoyo. Coloque a panela na mesa e juntos, apreciem o prato. Dica do chef: A Wok e a cesta de bambu é facilmente encontrada em lojas de produtos orientais no mercado municipal. Uma dica de bebida é um saquê quente. O bacana é comprar os copos especializados para isso. Eu apostaria em velas na mesa para a apresentação deste jantar.

receita do Chef Marcelo Amaral Curry vermelho de camarão com Jaca

uma receita para esquentar a noite “É uma receita que remete à fartura e pode ser levada para o lado tropical ou oriental. Esse prato tem muitas especiarias como a pimenta do curry. A jaca o torna exótico por ser uma fruta que muitos ouviram falar, mas poucos provaram. Sou casado e tenho dois filhos, conquistei minha mulher através destes sabores agridoces. Então funcionou, né?” Modo de Preparo: Frite o curry no óleo durante vinte minutos sempre mexendo, em fogo médio. Quando a pasta começar a reduzir e ameaçar grudar, vá adicionando o leite de coco aos poucos. 4 colheres de sopa Assim que esta mistura ameaçar ferver, jogue os pedaços de óleo vegetal da fruta. Quando a fruta dissolver ao leite que deve ficar 400g de jaca (a jaca com aspecto mais cremoso, coloque os camarões ainda pode ser substituída por crus. Cozinhe-os por cerca de vinte minutos. Acrescente manga, banana ou outra coentro ou manjericão. Adicione aos poucos sal até ajustar fruta tropical) o sabor com o doce da fruta. Raspe um pouco de casca de 800g de camarão VG limão em cima para dar um toque cítrico ao prato. (tamanho grande) Dica do chef:

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Ingredientes 1 colher bem rasa de curry vermelho

Marcelo Amaral é um amante da gastronomia oriental. Ele já viajou países orientais para estudar sabores e combinações. Em suas receitas, sempre usa especiarias, aromas, sabores contrastantes. Seu restaurante, Lagundri, que tem raízes Tailandesas já foi indicado duas vezes e ganhou outras duas o “Prêmio de Melhor Oriental”, pela Revista Gula Veja Curitiba.

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800 ml de leite de coco “Uma opção é servir este prato em “cumbucas” artesanais junto com a fruta utilizada, para que a pessoa sinta o sabor Coentro ou manjee a intenção da receita. Outra dica é usar uma imagem da ricão a gosto Tailândia, um lugar que transcende erotismo. Sirva com Sal a gosto vinhos regionais, verde ou rose ou um espumante Brut”.


AGENDE-SE

Para sua 19ª edição, Casa Cor Paraná volta a focar o Centro da Cidade, desvenda os mistérios de suas ruas e seleciona a CASA CULTURAL UNIÃO JUVENTUS, localizada na Alameda Dr. Carlos de Carvalho no Quadrilátero da Decoração da capital paranaense. 1.700 m2 de área construída, em 47 ambientes, contemplando áreas residenciais, corporativas, infantis e espaços de gastronomia e lazer.

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cultura&lazer

Arte de (re)criar a realidade Paixão dos adultos, as miniaturas estão muito mais para a arte do que para uma mera brincadeira

Roberto Dziura Jr. - roberto@revistames.com.br

M

ontar uma cidade, reproduzir um avião em escala menor, construir um prédio de maquete. O modelismo ou as famosas miniaturas podem parecer coisa de criança, mas os criadores da realidade em escala reduzida levam esta arte muito a sério. Além de estudo e pesquisa, para se conseguir chegar ao resultado desejado são meses, em alguns casos anos, de trabalho artesanal. O hobby, ou paixão para muitos, é realmente coisa de adulto, confirma o proprietário da Passatempo Hobbies e Modelismo, Celso Navarro. “Em um universo de 4 mil clientes, cerca de 100 são menores de 18 anos. Quando falamos de mulher, o número é ainda menor, mas elas estão começando a se encantar pelo modelismo. Outro número crescente é o de pessoas entre 30, 40 anos que quando crianças não tinham interesse e agora podem comprar as peças e sustentar o hobby.”

“As ferroviais foram deixadas para um segundo plano, e a maquete resgata a sua importância”, diz Balan Roberto Dziura Jr.

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Para (re)criar uma realidade minuciosamente, as técnicas são as mais variadas e são usados diferentes tipos de materiais para reproduzir algum cenário. Pode-se usar, por exemplo, uma bomba de chimarrão para simular um duto de uma serralheria, como fez o administrador José Balan. “Es-


Roberto Dziura Jr.

tou sempre circulando em lojas de ‘1,99’ olhando se há algo que possa se encaixar na maquete que estou trabalhando.” Ele já perdeu a conta de quantas noites ficou sem dormir para solucionar um problema de sua obra de arte. Atualmente, Balan trabalha na maquete da siderúrgica Valene, que pretende resgatar os anos 1940 da siderurgia estadunidense. Aliás, essa é uma das funções das maquetes, além de obras de arte e o prazer de quem as produz, servem para reconstituir historicamente algo. Foi o caso de uma de suas obras, a Cidade Ferroviária, que levou mais de dois anos e meio para ser apresentada e pode ser vista no saguão da empresa Serra Verde Express, localizada na Rodoferroviária de Curitiba. Sobre esta maquete que reconstitui a estrada Litorina, Balan explica ter trabalhado em harmonia cromática. “Isso não foi por acaso, só foi possível com muita informação técnica e artística. Uma coisa que se aprende no modelismo é que uma maquete como a Cidade Ferroviária nunca está 100% concluída.”

Regras e escalas A única regra dessa arte é deixar tudo dentro da mesma escala. “Não se admite que qualquer coisa esteja fora de um tamanho padrão. Chego ao ponto de sair na rua para saber exatamente o tamanho de uma placa, por exemplo. Devido à informação subjetiva, caso algo, por menor que seja, esteja fora da escala, mesmo sem saber, sentimos um desconforto com a obra”, explica Balan. Dentro do modelismo podem ser adotadas diferentes escalas. “No militaria (segmentada na área militar), é utilizada 1/32 (cada centímetro da maquete equivale a 32 centímetros do tamanho real). No ferromodelismo (trem) a mais utilizada é a H.O. que é 1/87 ou a N 1/160. Em cada moda-

O desafio da maquete é representar com fidelização o tamanho real, observa Mazon

lidade como nautimodelismo, aeromodelismo ou plastimodelismo é utilizada uma determinada escala. Isso vem dos gregos, é a tal da proporção áurea. Dizem que psicologicamente essas escalas dão uma sensação de medida mais agradável”, explica o arquiteto, designer e empresário do ramo de maquetes, Geraldo Mazon.

Comercial Quando as maquetes são para a arquitetura, o processo é o inverso. Elas servem para projetar o que será o empreendimento imobiliário. “Como produto de venda tem um valor agregado muito grande, pois passa a no-

ção exata, antecipa o futuro e desperta o sonho”, conta Mazon. Para fazer este tipo de maquete são usadas, em geral, placas de MDF e nada pode ficar fora dos padrões reais de que o empreendimento será construído. “No meu caso, só terceirizo o corte a laser das placas e compro as figuras (pessoas em miniaturas) e carrinhos, todo o resto é manual, artesanal. O tempo médio para uma maquete ficar pronta é de 25 dias com cinco pessoas trabalhando nela oito horas por dia. Uma das dificuldades é representar com fidelidade, e tem que usar os materiais de revestimentos, as cores exatas e as texturas”, finaliza Mazon. REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012 | 63


dicas do mês

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

Economia

Autor: Marcio Pochmann Editora: Boitempo

Nova classe média? Depois de muito se falar sobre o fenômeno da Nova Classe Média brasileira, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o economista Marcio Pochmann, resolveu colocar algumas verdades à prova. O autor se nega a aceitar, por exemplo, o conceito de uma nova classe no País. Para ele, o fato de mais pessoas aumentarem seu poder de consumo não as caracteriza como pertencendo a uma nova classe social. Outras teses na contramão das ideias da maior parte dos especialistas fazem do livro um interessante exercício de análise social e econômica.

Memórias

Autor: Aroldo Murá Gomes Haygert Editora: Esplendor

Vozes do Paraná (vol.04) O jornalista Aroldo Murá lançou, no mês passado, o 4º volume do projeto Vozes do Paraná. Esta edição traz 19 personalidades que constroem a história paranaense. O registro é vasto, são 400 páginas e mais 500 imagens que retratam parte das memórias dos paranaenses que se destacaram no Estado. Alguns nomes que integram o livro são: Edson Luiz Campagnolo, Francisco Simeão Neto, Mauricio Schulman, Ney Jośe de Freitas, Regina Casillo e Rosicler Hauagge do Prado. O projeto teve início em 2008 e deve continuar resgatando as experiências de mais figuras paranaenses. 64 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012

Recursos Humanos Autores: Maria do Carmo Schmidt / Pedro Monir Rodermel / Adriano Stadler Editora: IBPEX

Desenvolvimento Gerencial, Estratégia e Competitividade Nesta obra, os autores da área de Recursos Humanos propõem estratégias para uma boa gestão no mundo dos negócios. Para isso, vale destacar algumas características que os autores enumeram como sendo de suma importância para obter sucesso nessa área: autoconhecimento, comunicação clara e liderança, além de planejamento e habilidade para lidar com as diferenças. Não apenas voltada a gestores, a obra levanta questões importantes para o desenvolvimento do profissional no mercado de trabalho.

Contos

Autor: Rodrigo Domit Editora: Utopia

Colcha de Retalhos O jovem autor curitibano Rodrigo Domit traz, nesta obra, uma porção de contos instigantes e de fácil leitura. Assim como o nome indica, o texto é um apanhado de retalhos que conquistam o leitor e tem chamado a atenção também de críticos. Por isso, a obra já recebeu o Prêmio Utopia de Literatura, em Brasília, e foi finalista do Prêmio Nacional Sesc de Literatura. São 73 textos curtos que também produzem prosas poéticas e crônicas em ritmos e temas heterogêneos. O universo alinhavado é da sociedade contemporânea e de suas inconstâncias.


dicas do mês

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

Pop/Rock

Jota Quest Gravadora: Sony Music

Folia & Caos

Depois de completar 15 anos na estrada, colecionar 12 álbuns e vender mais de cinco milhões de cópias, a banda mineira Jota Quest chega com gás total e já trabalha em nova música. A canção “Mais perto de mim” está nas rádios como novo single da trupe. O recém-lançado álbum traz outras inéditas como “Beijos no Escuro” e “Tudo está parado”, mas também resgata alguns sucessos. A banda convidou artistas consagrados e outros novatos para participar dessa brincadeira musical. São cantores como Maria Gadú, Seu Jorge, Erasmo Carlos e Ney Matogrosso.

Klezmer

Oy Division Gravadora: Auris Media

The Unternationale: The First Unternational

Você já ouviu a música em estilo klezmer? É um interessante e animado ritmo musical da cultura judaica. Nascida no Leste Europeu, a sonoridade chamou a atenção no mês passado com a apresentação da banda israelense Oy Division, no Brasil. As canções bem peculiares são embaladas com uma levada forte de instrumentos de corda e acordeão. Não se espante se seu ouvido não conseguir acompanhar tamanha rapidez nos dedilhados dos instrumentos, o ritmo é forte e envolvente. Muitas músicas são instrumentais, com bastante experimentalismo.

Rock

Rita Lee Gravadora: Biscoito Fino

Reza

Quem pensou que Rita Lee estava fora do cenário musical brasileiro, se enganou. Após 9 anos com “preguiça” de produzir novidades, a lendária Rita Lee voltou com frescor juvenil e com a irreverência que lhe é peculiar. Trabalha agora no novo álbum “Reza”, para exorcizar seu jejum. O CD possui 14 inéditas canções “cristãs, pagãs, porraloucas, mundanas, nirvânicas, macumbinha caseira, coisa de benzedeira. Tudo gravado na garagem de casa, very rock’n’ roll”, como anuncia a própria ovelha negra do rock nacional.

MPB

Roberto Carlos Gravadora: Sony Music e Globo Marcas

Roberto Carlos em Jerusalém

Essa é para a legião de fãs do Rei Roberto Carlos. Tem trabalho novo no ar. Em comemoração aos 50 anos de carreira, foi realizado um show memorável em Jerusalém, no ano passado. O resultado dessa apresentação está registrado em um CD e DVD, lançado recentemente para coroar a data. As canções, que já embalaram os ouvidos das mais diferentes idades, como “Emoções”, “Como vai você” e “Detalhes” integram o repertório de 22 músicas, em um CD duplo. Quem quiser ouvir algumas canções na web poderá fazer download no iTunes.

29 DE JUNHO NOS CINEMAS


Roberto Dziura Jr.

Ciro Expedito Scheraiber

opinião

Procurador de Justiça, Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor do Paraná

Bebidas Alcoólicas no Esporte

J

á são muito conhecidos os malefícios que a ingestão de bebida alcoólica causa no organismo. E os efeitos são imprevisíveis. Em geral, efeitos negativos, já que a bebida faz com que a pessoa diminua o controle de seus próprios atos. Por essa razão, o consumo de álcool aliado à prática de esportes parece ser impertinente. Nos estádios, em especial no futebol, agravou-se o quadro de insegurança daqueles que comparecem na condição de torcedores. Em grande parte, devido ao comércio livre de bebidas alcoólicas, pessoas descomprometidas com o ato único de apoiar a sua equipe, põem-se a ingerir bebidas com álcool. O comportamento descontrolado de torcedores que se lançam à prática de violência moral e física, ou de atos tumultuosos, é causado pelo estado de embriaguez.

A grande maioria da população que aprecia o desporto, principalmente o futebol, aplaudiu a iniciativa que chegou a ser concretizada no regulamento geral das competições da CBF, para os campeonatos nacionais, e também no estatuto do torcedor. Tudo evoluía naturalmente, até que o governo, num descompromisso ético e desdenhoso da soberania nacional, no afã de sediar a Copa do Mundo, comprometeu-se, à revelia dos demais poderes constituídos, em aceitar regras divorciadas da correta evolução da segurança das práticas desportivas, cedendo a propósitos “comercialescos” de patrocinadores do evento. O brilho do desporto, que passa uma mensagem de culto à saúde física e mental, ao incentivo de sua prática, restou ofuscado, pois não se crê que aquele que esteja sentado numa arquibancada assistindo a um espetáculo, não seja contaminado com a atitude descomedida do seu vizinho consumindo álcool e se comportando de forma deseducada e descontrolada.

A situação atingiu um ponto que as autoridades públicas foram compelidas a adotar medidas necessárias de controle. Uma das primeiras foi a proibição da comercialização E pela voluptuosidade dos interesses Mas a Copa do Mundo de e consumo de bebida alcoólica políticos, a maioria do Congresso futebol é passageira dentro dos estádios de futebol. Nacional aprovou recentemente a Para garantir a segurança do Lei Geral da Copa, que dentre muifrequentador da praça desportiva, algumas medidas foram tas excepcionalidades ao sistema democrático e jurídico do tomadas, como a exigência de laudos de engenharia, entre País, cedeu às imposições da entidade de organização do outras, medidas jurídicas e administrativas também foram futebol internacional, fechando os olhos para os interesses necessárias, tais como a instalação de delegacias de polícia maiores da população nacional. São conhecidos os elevados dentro dos estádios nos dias de eventos e de juizados espe- índices de morte, invalidez e lesão daqueles que são vítimas ciais criminais. do consumo de bebidas alcoólicas. Nem por isso restaram sensíveis aos esforços que se vêm empreendendo para coibir A vedação da comercialização do consumo de bebidas alco- o consumo irresponsável. ólicas nos estádios mediante acordos com os clubes, torcidas e outros envolvidos, levou à sensível diminuição das práti- Mas a Copa do Mundo de futebol é passageira. A prática do cas criminosas nos estádios durante os eventos desportivos. esporte livre dos interesses comerciais de muitos dos orgaDados estatísticos revelam a diminuição na ordem de 70% nizadores e administradores ainda é a mais pura escolha do das práticas delituosas, das mais diversas dentro dos estádios, povo brasileiro. E as conquistas nesse campo, duramente galcom os tumultos sendo contidos. Os torcedores mirins vol- gadas, não serão perdidas porque no que depender das institaram a frequentar os estádios, encorajados pelos pais que tuições comprometidas com o bem-estar social, há de se fazer deixavam de comparecer com receio de levar seus filhos e de com que esse atrapalho não comprometa o que é de interesse sofrer as consequências de atos reprováveis. do verdadeiro torcedor. 66 | REVISTA MÊS | JUNHO DE 2012


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