Revista MÊS 11

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Espírito natalino já contagiou a cidade; acompanhe nesta edição dicas exclusivas para sua Ceia

Política Veja que PP e PPS confirmam possível aliança para as Eleições/2012, em Curitiba

Internacional Mercosul faz 20 anos com crescimento de 800% e planeja ações para próximas décadas

Comportamento Conheça como histórias da vida real chamam a atenção de plateias ao redor do mundo

circulação GRATUITA

IMPRESSO

Celebração da Vida

PODE SER ABERTO PELA ECT

Editora Mês Ano 1 - nº 11 Dezembro de 2011




Advogado e doutor em Direito Público. Criador de animais e apegado à família. Gosta de futebol e de conversar com as pessoas. Foi bastante comentado nos últimos meses na cena estadual por sua saída do partido PSDB. Hoje filiado ao PDT, é pré-candidato a Prefeitura de Curitiba. Gustavo Bonato Fruet, aos 48 anos, em tom diplomático, recebeu a revista MÊS em seu escritório, local em que mantém viva a memória do pai, Maurício Fruet, ex-prefeito de Curitiba e ex-deputado. Nesta conversa, ele dá detalhes de como será sua campanha, projetos para a cidade e confessa que está cuidando dos preparativos de seu casamento

“É preciso definir um processo de longo e médio prazos para Curitiba” Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

Qual foi a gota d´água para sua saída do PSDB? GF - Acho que não tem um episódio, é uma construção. Sempre critiquei essa contradição, um partido que tem uma postura no estado, uma postura no município e uma postura na união. Não pode ser assim. Fui candidato ao senado na última hora. Abri mão de uma eleição ou uma possível reeleição no Congresso, como deputado. Isso pra demonstrar que sou capaz de abrir mão de um projeto pessoal, pensando num projeto partidário. Mas passado esse período, não guardo mágoas, e por isso que não é um fato determinante, se não a gente age por ressentimento e com isso a gente não constrói. Houve 4 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

um veto para que eu pudesse assumir a direção do partido na Capital. Esse veto foi comandado na época pelo presidente do partido, hoje [ex] presidente da Câmara, João Cláudio Derosso, junto com aliados do atual prefeito que trabalha pela releeição. Não é de hoje que eu tenho disposição para disputar um projeto majoritário, mas a gente tem de saber medir isso, sob pena de cair na vaidade ou atropelar um processo que tem um lado natural de construção. E esta pré-candidatura vem se legitimando ao longo dos anos pelas votações como deputado federal na Capital, pela votação como candidato a senador na Capital e pelas pesquisas. Então, aceitei essa convocação e vi que havia nesse bloqueio a dificuldade de construir esse projeto. Deixei claro em público, que o silêncio seria

uma resposta. Não se constrói política sem diálogo. Então, de forma muito serena, avaliando com muita tranquilidade se fez essa transição, e em busca de um novo caminho. Por que escolheu o PDT para se filiar? GF - Com algumas pesquisas. Agora, é claro, que a política também ela se dá muito tempo também de avaliação e de percepção e aí é o tempo que julga se aquela decisão tomada foi correta ou não. Por mais instrumentos que se tenha hoje, não é sempre 100% seguro se saber o reflexo das decisões a serem tomadas ou tomadas. Mas com base também em algumas pesquisas, dá para se afirmar, primeiro, que o voto é muito pessoal, em especial, na Capital. Segundo, nesta eleição, terá um eleitor com

Roberto Dziura Jr.

entrevista Gustavo Fruet


40 anos ou mais, com ensino médio, superior, um eleitor que já votou nas últimas quatro eleições, ou seja, tem uma memória e tem uma identificação de possíveis candidaturas. Terceiro ponto importante, porque há no eleitor – que tem uma preferência partidária ideológica – tanto uma grande preferência pelo PT, como uma rejeição ao PT, isso tem que ser também avaliado no decorrer do processo. E quarto, a opção pelo PDT, também por algumas características que nos identificam. Como estão as conversas com os partidos para possíveis alianças? GF - São conversas iniciais. Eu já estive com o PT, com o ministro Paulo Bernardo, já estive uma vez com a ministra Gleisi Hoffmann, conversei já com o presidente do PT, Enio Verri. Existe uma discussão já manifestada em público por algumas lideranças do PT em estabelecer uma aliança, se possível, no primeiro turno. É claro que isso está sendo trabalhado. Mas respeitando muito o tempo do PT. Mantenho diálogo, também, com alguns dirigentes partidários, sem que isso signifique uma decisão desses partidos. O PV, com dirigentes do PCdoB e tenho conversado com algumas lideranças. Assim é com os parlamentares, com o PMDB, com o próprio Ratinho Jr., que é o presidente do PSC no Paraná, e outras lideranças de outros partidos. Mas é muito cedo e prematuro para se afirmar, com certeza, qual será o cenário de julho de 2012. Isso seria muito mais para astrologia e para as apostas do que propriamente certeza na política. Quais serão os pilares da sua campanha à Prefeitura? GF - É um processo em construção. Evidente que não é um debate ou um diagnóstico que vá se restringir a dois, três meses de campanha. Um ponto será mostrar uma relação de confiança. O curitibano, no bom sentido, tem uma visão conservadora. Ele não quer ruptura ou descontinuidade.

Mas o mais importante, Curitiba nos últimos anos perdeu sua capacidade de inovação. Mas está na hora de fortalecer alguns órgãos da prefeitura, estabelecer o fim de conflitos de competências, como se verifica agora na questão do trânsito entre vários órgãos da Prefeitura e redefinir um processo de visão de médio e longo prazo. E o prefeito definitivamente assumir também responsabilidade no combate à violência e na prevenção da segurança. Como avalia a gestão da Prefeitura compartilhada por Beto Richa e Luciano Ducci? GF – A última grande intervenção na cidade ocorreu na gestão do Cássio Taniguchi, que foi a Linha Verde. Talvez o último grande projeto, com captação de recursos, inclusive, internacional. A partir daí, houve problemas de execução, houve também problemas com relação à liberação de recursos por parte do Governo do Estado. Mas de certa forma não houve um trabalho de médio e longo prazos. E quando houve essa transição, fundamentalmente, o atual prefeito tem tido uma preocupação em consolidar uma imagem e passar uma ideia de que possa ser um gestor melhor até do que o ex-prefeito Beto Richa, subelevando um anúncio de uma série de investimentos e obras e algumas não se concretizam, como é o caso da revitalização da Avenida Cândido de Abreu. Então, com essa pressa de criar uma identidade e passar uma ideia de formulador também está tendo muita decisão que acaba sendo precipitada. Exemplos, o Fantástico fez uma denúncia relativa aos radares, denunciando uma empresa chamada Consilux. Que fez a Prefeitura? Anunciou a rescisão do contrato. Até agora não se sabe o que ocorreu. Se há corrupção, o nome dos corrompidos deveria vir a público.

O grande desafio é qualificar o discurso

Qual sua opinião em empenhar recursos para gestões posteriores? GF - Um ponto que vem chamando muita atenção na gestão pública municipal é uma tendência cada vez maior de concessão de serviços com contratos de duração longa de 20, 30 anos. Se isso prevalecer, daqui a pouco os prefeitos vão ser meros gerenciadores de recursos humanos. Talvez uma bomba relógio que pode estourar já no curto prazo diz respeito ao lixo. Não se pode pensar Curitiba de forma isolada. Se não, daqui a pouco nós vamos transferir os problemas, até por falta de área expansão para os municípios limítrofes, e ter em Curitiba uma população de classe média. Vai ficar caro morar na Capital. O prefeito Luciano Ducci será o seu grande adversário nas eleições? GF - Desde que houve eleição na Capital, sempre o prefeito teve uma participação decisiva. Por isso, que há uma tendência de que ele seja talvez o candidato que vá para o segundo turno, se não for uma eleição polarizada no primeiro turno. Aqui eu vou falar mais como analista do que propriamente como possível candidato. Mas o desafio dele é consolidar imagem. Ele vai associar muito a imagem dele ao atual governador, que foi muito bem votado nas eleições na Capital. Às vezes, me dá impressão até que há a tentativa, isso é um risco de se perder a identidade, de que o candidato não será nem ele, será a figura do ex-prefeito Beto Richa. Quais serão os principais desafios para a sua campanha? GF - O grande desafio é qualificar o discurso. Passar confiança. Mostrar condições de ter preparo para administrar Curitiba, tanto no aspecto administrativo, quanto no aspecto político, de liderança. Mas uma situação também diferente, não é o início de uma trajetória, não estou no processo de REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 5




entrevista Gustavo Fruet

Quem fará parte da sua equipe de campanha? GF - Quem vai coordenar isso é um professor de Economia da Universidade Federal do Paraná chamado Fábio Scatolin, que trabalha na área de planejamento, já trabalhou na área pública. Tem um bom diagnóstico e diálogo também com os movimentos sociais, com o setor privado. Mas mais importante do que ter um nome é ter pessoas com essa capacidade de ouvir e construir esse projeto. Tem muitas pessoas também que trabalharam na Prefeitura, pessoas concursadas que já tem autonomia e que já se dispõe a esse diálogo e estou procurando conversar com setores organizados. Tenho pedido a algumas instituições promoverem um debate público sobre determinados temas. Caso eleito, qual seria sua relação com governantes do Estado e da União? GF - Se Curitiba sobreviveu a essa postura do Requião, não há dúvida que comigo não vai ter nenhum problema. E, além disso, é fundamental e cada vez mais esse diálogo com o Governo Federal. É a primeira vez na história recente que Curitiba tem a sinalização de investimento deste montante na Capital [com o metrô]. Isso também é um amadurecimento da política, o que as pessoas não querem é que a cidade seja prejudicada, mas entendem a divergência política. E quem está no mundo político, tem que ter a capacidade de preservar suas posições, mas tendo diálogo, senão não tem sentido, vai ser uma briga permanente. Daí nós vamos precisar de psicólogos e não de políticos para a gestão. É importante que haja um equilíbrio e é isso 8 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

que está em jogo quando se fala nesse novo ciclo da política do Paraná. Agora, o que eu sempre questionei: eu quero ser julgado pelo povo, que é o único juiz da democracia e não por alguns que se acham abençoados, donos de partido, que impedem um projeto de participação popular. A população tem cobrado mais dos políticos por transparência, como lidar com isso? GF - Não compactuar quando houver sinal ou evidência de desvio de conduta. É por isso que eu tomei posição com relação a esse episódio da Câmara Municipal e fui à Câmara e pedi o afastamento do presidente. Amadureci. Mas essa é uma postura que se exige também de quem está na liderança de uma Prefeitura. Afinal de contas, a Prefeitura tem uma relação muito próxima com a Câmara de Vereadores. Segundo ponto, transparência. Cada vez mais dar acesso para a população às fontes primárias de informação. Incentivar a população a participar. Às vezes, é muito cômodo a gente dizer: “olha, está aberto à população, participe!”, mas boa parte das pessoas está lutando para sobreviver. Então, cabe ao poder público através da sua rede, disseminar isso, incentivar e incluir essa cultura de participação já desde a escola. Pretende disputar o Governo do Estado em 2014? GF - Não. Sou candidato a Prefeito da Capital. Isso deixei claro também desde o primeiro momento. É evidente, que se eu tivesse sido eleito senador, isso teria se mudado por completo.

Saindo um pouco da política. Quais são seus hobbies? GF - Acabei me envolvendo muito em política e até isso adiou o meu casamento. Na verdade, a Márcia, minha noiva, nós já estamos namorando e noivos há uns sete anos, ela fala um pouco mais, dá uma cobrada, e depois da eleição para o senado, claro, fiquei triste e me perguntaram em tom solene: puxa e agora o que você vai fazer da vida? Agora eu vou voltar à atividade profissional e vou me casar. E ela gravou essa entrevista. Então, não tem jeito, agora nos próximos meses aí a definição do casamento, mas ela tem sido muito compreensiva. Eu gosto muito de família. E procuro, claro, leitura, cinema, atividade cultural, futebol, jogava mais. Tenho uma pequena criação de ovelhas. Na verdade, sou um grande criador, tenho 10 ovelhas! [risos]. Como foi este ano e o que espera de 2012? GF - Um ano de renovação. É o que eu espero para a população. Eu espero o melhor, que as pessoas debatam mais, demonstrem cada vez mais o seu carinho. O padre Vieira, na sua objetividade, sempre deixava uma mensagem resumindo: “Feliz Ano Novo, que seja um ano de clareza e decisão”. É o que eu espero para Curitiba, para o Paraná e para o Brasil. E para dar uma pitada de humor. No primeiro cartão que meu pai fez quando foi eleito deputado, ele colocou uma imagem do congresso e disse assim: “O ano que vem, eu desejo a vocês um milhão de votos de felicidades, quanto a mim, eu só preciso de um votinho seu”. Isso não tem problema com a Justiça Eleitoral, mas de qualquer maneira é para sempre provocar esse bom debate sobre o futuro da Capital.

Veja mais Roberto Dziura Jr.

formação de imagem. E não ter a obsessão de formar uma grande aliança. A não ser, evidente, que no primeiro turno se mostre uma eleição polarizada. Hoje é um cenário de uma eleição de dois turnos, salvo, claro, mudança até junho do ano que vem.

Assista à entrevista em vídeo no canal do Youtube: youtube.com/revistames Deixe seu comentário!


mensagens do(a) leitor(a)

Edição do mês de novembro Enfim !!! uma revista de distribuição gratuita editando matérias úteis contribuindo para cultura e informação pública. Fiquei agradavelmente surpreso quando da leitura das matérias! Edição de fotografia bem “talhada”, tamanho das matérias bom e denso; papel muito bom; assuntos interessantes e boa formatação! Nada deve para similares alemães e franceses ! Estamos muito bem, obrigado! Era o que faltava por aqui. Creio que a população esteve triturada e sem opção daquelas publicações com patrocínios caros para reportagem de conteúdo para sustentação e egos de socialytes... Publicações vazias...incentivando a luxúria. Cidadãos de outras classes lendo o irreal da sociedade. Uma beleza! Parabéns.

Antonio Fernando Buch

/MÊS Paraná @mes_pr Versão on line: http://issuu.com/revistames

Crishna Correa

Gostei muito da reportagem da capa da revista esse mês (outubro/2011). Bem legal!

Eliane Maio

Olá, achei excelente a reportagem “Mercado sem preconceitos”. Com certeza é uma maneira de esclarecer os preconceitos sobre a homossexualidade, fazendo refletir sobre os desejos sexuais, até na atividade do Turismo. Parabéns!

Camila Porto de Camargo

Muito legal a revista! Parabéns, não conhecia, mas adorei!

Aguinaldo Rodrigues

As cartas da Revista MÊS são de mensagens enviadas à Redação por correspondência eletrônica ou de recados deixados em nosso perfil no Twitter: @mes_pr ou no Facebook: MÊS Paraná. Participe!

Política A matéria “Vereadora Internacional” é tendenciosa contra a vereadora que denunciou o Vereador Derosso. Portando fica a dúvida quanto à ética desta revista. Como é distribuída gratuitamente, me pergunto: Será que vocês recebem verba da câmara de vereadores? Afinal é muito mais importante a denúncia dos 32 milhões gastos com publicidade pelo vereador Derosso, do que o dinheiro gasto com as viagens de tal vereadora. Que pena sou um divulgador desta revista, mas agora fico em dúvida em relação à honestidade da editora.

Valdecir Miguel do Nascimento

Resposta: Sr. Valdecir Miguel do Nascimento. Gostaríamos de esclarecer que a reportagem sobre a vereadora Renata Bueno foi publicada com base nos padrões éticos da produção jornalística, já que foram ouvidas diferentes fontes e apresentados dados baseados em documentos. Também tentou-se ouvir a parte interessada, neste caso, a vereadora Renata, e assim, foi publicado o que sua assessoria de imprensa havia nos informado. Em relação ao caso do vereador Derosso, na edição anterior (número 09) já havíamos publicado sobre o caso do gasto com publicidade ao qual o senhor se refere. Gostaríamos de destacar, também, que não recebemos nenhuma verba da Câmara de Vereadores.

Equipe Revista MÊS

Muito obrigado Revista Mês Paraná, entrei hoje no site pra ver a edição 10 e olhar os assuntos abordados na revista e acabei tendo uma surpresa, a fotograma da capa é minha foto que tirei em Foz do Iguaçu. Não vejo a hora de receber a revista em casa e mostrar para todos que a minha foto está na Revista Mês. Resposta: Versão on line da Revista MÊS: http://issuu.com/revistames

Edição número 09 (outubro) REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 9


Revista MÊS Mídia/Notícias/Publicidade . Curitiba

PARA QUEM CURTE INFORMAÇÃO DE QUALIDADE, DICAS INTERESSANTES E GENTE QUE FORMA OPINIÃO.

10 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

Revista Mês Paraná. Também no Facebook.


mensagens do(a) leitor(a) Recado da Mirante Sobre a nota divulgada na Coluna Mirante da Revista Mês nº 10, sob o título “Documentos Fala Rubens”, tenho a informar que toda a documentação foi encaminhada ao gabinete da vereadora Renata Bueno por deliberação do Diretório Estadual do PPS.

Rubens Bueno

Receber em casa Li hoje pela primeira vez o nº 9 desta revista e fiquei muito impressionado pelos ótimos artigos publicados, e gostaria, caso seja possível, receber em meu endereço uma assinatura grátis.

Nei Pimenta

Leitura Tenho acompanhado as últimas revistas e gostei muito. Gostaria de receber os próximos exemplares em casa.

realidade de paranaenses e não apenas notícias locais de outros estados. Gostaria se possível de receber em minha residência os próximos exemplares, já indiquei a revista a meu círculo de amigos.

Leandro Coelho

Conteúdo Meu filho ganhou de uma colega do colégio uma Revista Mês, passou a revista para eu ler, gostei do conteúdo e informações, principalmente, por se tratar de assunto do nosso estado. Gostaria de receber a revista em minha casa.

Eliel Corsi de Siqueira

Blogs Em primeiro lugar, parabenizo a revista pela matéria feita sobre os blogs de moda de Curitiba. Os blogs estão crescendo e, cada vez mais, mostram sua importância.

Loren Louise

Renata Amaral

Utilidade pública É com grande satisfação que escrevo à revista, a tempo não leio algo de fato útil e atualizado em relação a nossa

Trabalho Tenho acompanhado as últimas revistas e gostei muito. Gostaria de receber os próximos exemplares em casa. Danilo Fermino Parabéns pelo trabalho!

Opinião Gostaria de dizer que adorei a Revista Mês que recebi. Os assuntos abordados são interessantes, imagens são boas, a página dedicada ao leitor para dar opinião é interessante. Parabéns pela revista. Comentei com meu amigo no trabalho, ele olhou e gostou da revista e quer receber um exemplar.

Jose Aguinaldo Rodrigues

ERRATA

Diferentemente como publicado na enquete da página 17 da edição 11, a imagem de César Brasil é a publicada no número 5, assim como a imagem de Vitor Dany de Andrade era a foto do

Cristy Haddad

Cesar Brasil

Resposta: Basta mandar seus dados (nome da rua, número, CEP e cidade). Caso não seja do Paraná, o conteúdo estará disponível pela Internet, no site: http://issuu.com/revistames

número 3 e Cristy Haddad estava na imagem número 2. Veja abaixo quem é quem. Desculpe-nos o equívoco.

Vitor Dany REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 11


sumário

4

ENTREVISTA

9

Mensagens dos leitores

14

MIRANTE

27

COLUNA

24

Efeitos da pregação midiática

37

Roberto Dziura Jr.

Editora Mês Ano I – nº 11 Dezembro de 2011

5 perguntas para: Lala Deheinzelin

64

LIVROS

65

ÁLBUNS

66

OPINIÃO

67

FOTOGRAMA

POLÍTICA 22 Ducci pode ficar sem apoio do PP e PPS 24 Assembleia do AMÉM 25 Taxas do Detran na mira da Justiça

MATÉRIA DE CAPA 16

CIDADES

O Natal vem vindo. Prepare-se em grande estilo

28 Resgate da história curitibana

AGRICULTURA

EDUCAÇÃO

46 Raça paranaense

30 Aprender com o lúdico

TURISMO

SAÚDE

48 “Essa maravilha é nossa”

32 Uma rede nacional contra o câncer

50 Recanto de mar e tranquilidade

33 Dengue: É tempo de prevenir

MEIO AMBIENTE 52 Saneamento básico ainda é luxo

ECONOMIA

CULINÁRIA E GASTRONOMIA

34 Repartindo o pão

54 Incrementando a salada

36 Aviso Prévio: novas regras,velhas dúvidas

ESPORTE

TECNOLOGIA 40 Espiões via celular

INTERNACIONAL 42 A bola da vez

COMPORTAMENTO 44 Protagonistas de uma história real 12 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

56 Perca calorias dançando

CULTURA E LAZER 58 A grande atração são os animais

MODA E BELEZA 60 Além da areia e do mar

AUTOMÓVEL 64 Quanto vale a sua segurança?


editorial

Clima de Natal N

esta época do ano, parece que chega uma ventania de pensamentos sobre o que passou em 2011 com a mesma desordem que esse fenômeno climático causaria. O que fizemos, o que produzimos, o que vivemos? Valeu à pena?

Assim também é a corrente de ar que chega com força total no clima de Natal. É nessa atmosfera natalina que a edição deste MÊS traz novidades e sugestões exclusivas na reportagem de Capa para sua ceia, assim como dicas de etiqueta, sugestões de comida e bebida e um pouco de história dessa festa de renascimento da vida, da fé e de um mundo melhor. Esse mundo, que acreditam os otimistas, é possível. Sob esse prisma é que a matéria de Economia encontrou mulheres em Curitiba que confrontam o sistema vigente atual. Elas repartem o pão na economia solidária. Quase que se contrapondo a isso, existe um movimento atual da necessidade egoísta do ser humano de ser ouvido, de falar de suas histórias. Por isso, a MÊS ventila essa possibilidade na reportagem de Comportamento, com a True Stories Told Live. Nesta edição, até pode ser que o tornado esteja à espreita. Mas agora não, vai. Que venha só mais tarde. Entretanto, não adianta pedir quando falamos da Política, pois como em quase tudo, a lógica é um pouco inversa. Durante o ano, poucos foram os projetos encaminhados pelo Governo do Estado, já neste fim de ano, houve uma enxurrada de mensagens para votação urgente, com muitos deputados dizendo: amém. Mas não dá para dizer amém para o problema do esgoto em Curitiba e outras quatro cidades da Região Metropolitana. Estudos informam que a água possui péssima qualidade, consequência do não tratamento adequado do serviço de saneamento básico. No entanto, é curioso como, neste mês, os conflitos parecem dar uma trégua. Parece que vivemos num momento de brisa. Um ar leve. Uma coisa gostosa, suave, calmante. São os ventos que sopram ar puro, ar da esperança. E é assim que a MÊS quer se despedir de 2011, o primeiro de muitos anos que estão por vir (que assim seja!), dessa relação entre nós e VOCÊ, leitor. Boa leitura!

expediente A Revista MÊS é uma publicação mensal de atualidades distribuída gratuitamente. É produzida e editada pela Editora MÊS EM REVISTA LTDA. Endereço da Redação: Alameda Dom Pedro II, 97, Batel – Curitiba (PR) Fone / Fax: 41. 3223-5648 – e-mail: leitor@revistames.com.br REDAÇÃO Editora-executiva e Jornalista responsável: Arieta Arruda (MTB 6815/PR); Repórteres: Mariane Maio, Roberto Dziura Jr. e Iris Alessi; Arte: Tércio Caldas; Fotografia: Roberto Dziura Jr.; Revisão: Larissa Marega; Direção comercial: Paula Camila Oliveira; Distribuição: Sandro Alves; Publicidade: Lucile Jonhson - atendimentocomercial@revistames.com.br – Fone: 41.3223-5648 e 41.9892-0001; Produção gráfica: Prol Editora Gráfica; Colaboraram nesta edição: Tiago Oliveira, Márcio Baraldi, Luis Fernando Robes Sviech, Renato Sordi, Especialle Ambientes Planejados, Débora Mateus e Malu Nunes. Auditoria: ASPR - Auditoria e Consultoria.

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mirante

Palanques em Curitiba Várias alternativas Enquanto isso … O desejo do governador Beto Richa (PSDB) de que as eleições sejam plebiscitárias entre o seu candidato, o atual prefeito Luciano Ducci (PSB), e o ex-deputado Gustavo Fruet (PDT) pode fazer água. A insistência do tucano em indicar um vice de seu partido pode fazer com que partidos que hoje ainda estão próximos ao prefeito procurem outros portos. Pode ser candidatura própria ou apoio a outros candidatos.

Caso ocorra o racha na base de Ducci, uma das possibilidades como a Mês indica em matéria nesta edição, é uma aliança entre o PPS da vereadora Renata Bueno e do deputado federal Rubens Bueno e o PP do secretário Ricardo Barros e do vereador Juliano Borghetti, com a vereadora como candidata. Já outra possibilidade é o PV, o PTB e o PR apoiarem Gustavo Fruet.

Na campanha de Gustavo Fruet (PDT) parece que tudo caminha bem. A direção do partido de Brizola definiu que sua aliança partiria de uma base sólida com o PT dos ministros da Presidenta Dilma, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Comunicações). As conversas estão acontecendo com grande frequência entre as direções partidárias. Uma última envolveu Gustavo Fruet, o ex-senador Osmar Dias e os ministros petistas.

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Processos mais processos A vida do prefeito Luciano Ducci (PSB) promete não ser muito fácil nos próximos meses. Alguns possíveis mal feitos começam a ser investigados por vários órgãos que vão da Câmara Municipal, passando pela Justiça e pelo Ministério Público. Ações populares e representações junto ao MP prometem vir de monte. Os temas são os mais variados, mas saúde e tecnologia prometem atuar como protagonistas neste filme de denúncias. Analistas acreditam que os efeitos dessas investigações podem provocar uma cristianização de Ducci por parte do governador Beto Richa.

Aeroportos e férias

As investigações sobre os episódios envolvendo o presidente da Câmara de Vereadores e apoiador do prefeito Luciano Ducci (PSB) e do governador Beto Richa (PSDB), vereador João Claudio Derosso (PSDB), prometem ficar agitadas nos próximos dias. Depois da decisão da CPI da Câmara, outros episódios podem surgir. Além de problemas intraparedes domésticas que envolvem separação nupcial, há um personagem dos processos muito magoado e que parece não estar muito satisfeito em ter de ficar refugiado em Santa Catarina cuidando de um pequeno comércio em uma cidade do interior.

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Já para as bandas do Derosso

A ministra Chefe da Casa Civil Gleisi Hoffman coordenou no início de dezembro reunião com todos os envolvidos na administração aeroportuária nacional para a elaboração de um programa que torne as viagens de férias livres de transtornos causados por falhas na administração dos principais aeroportos brasileiros. Para quem participou da reunião, que aconteceu no aeroporto de Guarulhos, os resultados foram bastante positivos e, com certeza, os aeroportos estarão preparados para receberem o grande movimento de férias. Só faltam as companhias aéreas fazerem a parte delas.

Eleições

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Ainda sobre alianças

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O deputado federal Ratinho (PSC) comunicou ao PT que pretende ser candidato a prefeito em Curitiba e, para isso, quer contar com o apoio do partido de Dilma e Gleisi. A presidenta do PT da Capital, Roseli Isidoro, espera convite oficial para abrir as conversas. Especialistas, contudo, avaliam que este movimento servirá para aproximar o deputado no apoio a Gustavo Fruet (PDT).


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Bate Pronto

“Se a Casa fizer um mês de greve, ninguém vai saber. Se os catadores de papel pararem 10 dias, a cidade vira um caos” Diz o vereador Paulo Salamuni (PV), dando a entender que a Câmara não estava exercendo seu papel fiscalizador por ter negado o requerimento de informações do ICI

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“Por causa de um pedido de informação não se justifica que a Câmara não está trabalhando, só porque não foi feita a vontade de alguns” Responde o vereador Emerson Prado (PSDB)

Menos impostos federais

Mais redução de impostos

A Presidenta Dilma publicou no primeiro dia de dezembro medida provisória que reduz impostos federais sobre vários produtos. O objetivo é estimular o consumo e combater a inflação. Entre os atingidos pela redução, estão produtos da linha branca com índice de eficiência energética Classe A. Fogões, refrigeradores e congeladores, lavadoras de roupa elétricas e tanquinhos terão o IPI reduzido até 31 de março de 2012. Neste mesmo dia, Dilma publicou decreto que reduz o IOF sobre algumas modalidades de investimentos.

A Presidenta Dilma também editou medida provisória reduzindo as alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre massas de 9,25% para zero por cento. A medida vale até junho de 2012. Também prorrogou até dezembro de 2012 a desoneração dessas contribuições sobre trigo, farinha de trigo e pão comum. O objetivo é reduzir os impostos indiretos sobre alimentos. A esponja de lã de aço, por sua vez, teve o IPI reduzido de 15% para 5% e o papel sintético, destinado a publicação de livros e periódicos, caiu de 15% para zero.

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Roberto Dziura Jr.

matéria de capa

16 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011


O Natal vem vindo. Prepare-se em grande estilo

A revista MÊS preparou algumas dicas exclusivas para sua decoração, sugestões de pratos para a ceia e cuidados para não fazer feio ao receber seus convidados na noite de Natal Iris Alessi - iris@revistames.com.br Colaborou Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

A

Entenda

ceia de Natal é um momento dos mais especiais. A integração com os familiares, amigos e um clima de confraternização e renascimento da vida e dos sonhos. Para que nada saia errado, o preparo começa bem antes, com a decoração da casa, a montagem da mesa, os preparativos dos comes e bebes. A reportagem da MÊS propõe dicas e informações para te ajudar neste Natal. Mas os presentes e o entusiasmo são por sua conta. Todos os anos, a curitibana Gladis Rocio de Tulio Monteiro (62) adora decorar a casa e enfeitar com motivos de Natal. Já em novembro, a dona de casa começou a preparar os enfeites para as festas deste fim de ano. Costume desde que nasceu. Gladis faz aniversário em dezembro e recorda que sua mãe contava que antes de ela nascer tinha limpado e arrumado toda a casa para as festividades. Naquela época, os enfeites precisavam ter um toque de criatividade extra. “As pessoas mesmo inventavam os enfeites, porque não é como hoje. Hoje está tudo pronto, tudo fácil”, recorda. Gladis conta que a mãe fazia laços e compotas de frutas. Assim, a cada ano, ela era contagiada pela beleza do Natal. Os enfeites mudaram, mas a alegria em preparar-se para essa grande festa continua. Depois de casar, a dona de casa manteve a tradição herdada da

Origem da decoração de Natal Essa tradição de decorar as casas durante o Natal é muito antiga, mas é difícil precisar datas e origens. De acordo com a coordenadora do curso de História da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Maria Cecília Pilla, é muito complicado encontrar exatamente a origem real dos símbolos natalinos, “porque todos esses símbolos de datas especiais foram construídos e vão sendo, ao longo do tempo, apropriados pelas culturas e pela religião”, explica. “A tradição para poder se manter é ao mesmo tempo nova e antiga”, diz a coordenadora. Para que uma tradição se mantenha por tantos anos é necessário que tenha algo estrutural, mas sempre tenha uma novidade para acompanhar as mudanças da sociedade. No caso da árvore, antes do Cristianismo, estava ligada em diversas regiões do mundo ao símbolo da vida. Já o pinheiro, tem uma característica de não perene e de permanecer bonito o ano todo. No Brasil, as tradições natalinas têm muita influência do hemisfério Norte e, muitas vezes, não tem a ver com o nosso clima. Maria Cecília cita como exemplo o pinheiro que é enfeitado para lembrar as épocas de fartura. Os enfeites com as bolas, na época de inverno no hemisfério Norte, lembram as frutas. Outras influências estão no próprio Papai Noel, que usa roupas pesadas e também nos alimentos consumidos nas festas natalinas. Mas sempre vale à pena manter a tradição com elementos locais da cultura brasileira.

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Roberto Dziura Jr.

matéria de capa Etiqueta Entenda o que pode e o que não pode fazer na festa de Natal No final do ano são diversas as confraternizações: família, amigos, trabalho. A consultora de imagem e etiqueta, Cíntia Castaldi, dá algumas dicas de como se portar de forma adequada nessas diferentes ocasiões. Na empresa: Não beba exageradamente; Para as mulheres, cuidado com os decotes, fendas e o comprimento da roupa; Não levar quem não foi convidado; Confirmar sua presença; Cuidado com as brincadeiras e piadas fora de contexto. Lembre-se de que este também é um momento de trabalho. Por isso, mantenha a postura profissional. Na família: Na hora de convidar, especificar o traje; Informar se é preciso ajudar o anfitrião; O anfitrião deve pensar em lembranças para todos os convidados; Os convidados que não estão participando da troca de presentes devem levar presente para o anfitrião; Na mesa, pode marcar lugares, deixando os casais de frente; Nunca se recusar sentar à mesa ou reclamar da comida; O presente deve ser aberto na hora e o presenteado deve expressar satisfação; Mas, se quiser trocar, é bom deixar alguma referência da loja para facilitar a troca. Fonte: Consultora Cíntia Castaldi

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Gladis prepara a casa em detalhes para a chegada do Natal; boas lembranças familiares

mãe. “Setembro já começa a acender a luzinha: ‘Oba! já vai chegar o Natal’. Sempre uma coisinha nova a gente compra”, diz. As decorações do ano anterior, ela doa para terceiros. “O natal é uma alegria”, anuncia Gladis. Para ela, a decoração no período de Natal é “importantíssima” para lembrar o ano que passou.

Estilo Empolgue-se como a Gladis e entre nessa brincadeira também. Siga algumas sugestões e conceitos que estão na moda neste Natal. Para quem não começou a decoração tão cedo, ou pretende apenas enfeitar

a fachada, o designer da Perverts, Juliano Campos, aconselha que as pessoas sigam o estilo da família quando forem fazer a decoração de Natal. No caso de a família passar as festas de final de ano na praia, por exemplo, o designer sugere para a decoração das fachadas o uso de elementos do litoral, como enfeites de conchas do mar, flores e ramos “que dão leveza e se integram ao tema”. No caso das casas de campo ou na cidade, é possível “brincar com pinheiros nevados e com os enfeites que lembram o inverno europeu”, exemplifica. “As lâmpadas nunca saem de moda. Elas são ótimas opções para pessoas mais práticas que querem dar um


charme sem precisar pensar muito no adereçamento”, indica Campos. Ele lembra que existe a opção das lâmpadas em LED que têm uma durabilidade maior, apesar do custo um pouco mais elevado.

Tecnologia Não são apenas as casas que ganham decorações especiais neste período. Os estabelecimentos comerciais também se preparam e investem cada vez mais para esta data que tem importante retorno comercial. Para a empresária e decoradora Cecilia Dale, o Natal está mais hi-tech, começando pelas lâmpadas de LED, passando por bonecos “animatrônicos”, projeções em 3D nas fachadas e até nos brinquedos. “Nas decorações de shoppings têm carrossel, roda gigante, trenzinho, tudo controlado por tecnologia”, diz Cecilia.

Apesar das tradicionais (verde e vermelho), o Natal também está ganhando novas cores. De acordo com Cecília, são cores mais ousadas e mais modernas, como o marrom, verde alface, o lilás e alguns tons de azul. Entretanto, tem coisas que nunca podem faltar na decoração, segundo Cecília: “entusiasmo, alegria e beleza. Não pode faltar capricho, vontade de fazer bem feito, atenção aos detalhes e um tema que seja capaz de envolver e emocionar os presentes”, finaliza.

Mesa da ceia Hoje, a tendência é unir o rústico ao clássico na mesa, segundo o decorador da Esal Flores, Celso Prado. Ele sugere para a mesa da ceia de Natal um arranjo que leve em sua base madeira, remetendo ao romantismo. “É um tempo de reflexão, de paz, de comoção entre as famílias e reconciliações. Nesse lado é onde a gente leva para o clássico que é o uso da vela,

da flor, da rosa e do lírio”, descreve o decorador. “A vela não pode faltar, porque a vela é símbolo de luz, de paz, de energia e de força”, completa Prado. Para não acontecer acidentes com a vela, recomenda-se que ela esteja dentro de um vaso ou um cachepô para não ter perigo na hora da festa. Na proposta de Prado, há heras que saem do arranjo central (observe na foto). Para completar a decoração, rosas se juntam aos porta-guardanapos. Sob os pratos e talheres o decorador sugere o uso de sousplat, para que a mesa não fique escondida, valorizando ainda mais a decoração. Para servir os alimentos o ideal é usar um aparador. O movimento e o uso das plantas naturais também incorporam o romantismo e a integração com a natureza.

Os comes e bebes Com a mesa decorada, nada melhor que uma comida especial. Mas os preparativos não precisam ser complicados. O cardápio exclusivo sugerido pelo chef Paulino da Costa do restaurante Bar do Victor para a reRoberto Dziura Jr.

As novidades não param nos eletrônicos. “Cenários que convidam os passantes a interagir com a história, com atrações para crianças, sons e efeitos que realmente causem impacto nas pessoas”, cita a decoradora. O mesmo

conceito pode ser levado para dentro de casa. A criatividade pode causar o impacto necessário e as cores escolhidas também.

O decorador Celso Prado sugere para a ceia de Natal arranjos florais e velas; bela integração com a natureza


matéria de capa vista MÊS tem uma entrada, um prato principal e uma sobremesa saborosa. Para a entrada, “dez minutos está pronto!” Prática e rápida de fazer, a

caponata é a sugestão. Para o prato principal, Costa sugere a paleta suína, acompanhada de legumes. “A paleta de leitoa está bem na moda. O pessoal está voltando a usar bastan-

te suíno”, relata. A paleta fica marinando nos temperos por dois dias e depois é só colocar para assar em forno a 200 graus. Para que a carne não fique seca, o chef explica que é só

Cardápio Veja os ingredientes e o modo de preparo das sugestões para a Ceia Caponata 1 cebola média 2 abobrinhas médias 2 berinjelas médias 1 pimentão verde médio 1 pimentão vermelho médio 1 pimentão amarelo médio 2 dentes de alho picados 40gr de uva passas 40gr de amêndoas Sal a gosto Azeite Salsinha e cebolinha

Paleta de leitoa de 1,2 kg (Marinada) 1 cebola média 1 cenoura grande 2 talos de salsão Mix de ervas (alecrim, tomilho e louro) Sal e pimenta a gosto

Panna cota 1 pct de gelatina em folhas sem sabor e sem cor 250 ml de leite 550 ml de creme de leite fresco 100gr de açúcar 1 fava de baunilha

Modo de preparo Refogue a cebola, os pimentões até que fiquem macios. Acrescente o alho e deixe dourar. Acrescente a abobrinha, berinjela, uva passas e as amêndoas. Finalize com a salsinha e a cebolinha e uma boa regada de azeite.

Modo de preparo

Modo de preparo Hidrate a gelatina no leite. Misture o creme de leite com o açúcar e a fava de baunilha e leve ao fogo para aquecer. Retire do fogo e junte a gelatina hidratada no leite e misture até que a gelatina se dissolva por completo, coloque em forminhas e leve à geladeira por 12 horas. Calda Fazer uma calda espessa com o suco de laranja e o açúcar. Acrescentar as frutas e deixar cozer por 5 minutos, retirar do fogo e resfriar a calda.

Roberto Dziura Jr.

Calda de frutas vermelhas 300gr de açúcar 500 ml de suco de laranja 200gr de amoras 200gr de framboesas 200gr de morangos

Passar todos os ingredientes no processador até ficar uma pasta. Envolver a peça de carne e deixar marinando por dois dias. Assar em forno a 180 graus por 2 horas e meia em fôrma coberta com papel alumínio, depois retirar o alumínio e deixar a pele pururucar.


Roberto Dziura Jr.

Árvore de Natal Flores, laços, fitas e muita criatividade Uma árvore bem decorada pode sozinha enfeitar toda a sala. Por isso, muitas pessoas não deixam de ornamentar a árvore todos os anos. A cada Natal mais novidades surgem no mercado, começando pelas próprias árvores. São árvores verdes, brancas e até com efeito nevado.

adicionar o caldo de temperos na hora de assar. De acompanhamento, arroz branco ou temperado e algum outro prato de sua preferência. A sugestão do sommelier Luciano Bsiuc para harmonizar com o prato principal é um espumante Rosé (Felipa Pato, em média, R$ 69) ou vinho tinto com a uva baga da região de Bairrada (Luiz Pato Baga, em média, R$ 89). Para fechar o banquete natalino, Costa preparou uma panna cota. No mesmo estilo dos outros pratos, descomplicado. “Também é muito fácil de fazer. É à base de gelatina, com calda de frutas vermelhas”, conta. O sommerlier sugere para acompanhar a sobremesa um vinho Sauternes Francês (mais de R$ 100) ou uma op-

ção mais barata de vinho chileno ou argentino de colheita tardia, vinho de sobremesa (em torno de R$ 50). O orçamento dos pratos da ceia para quatro pessoas custa entre R$ 20 e R$ 25 por pessoa, exceto as bebidas que você poderá investir um pouco mais.

As crianças As crianças também não ficam de fora da mesa de Natal. Aliás, muitas vezes, elas são as maiores motivadoras das festas realizadas em casa. A designer Carla Stanilau, especialista em festas infantis, sugere uma decoração da casa mais voltada para os pequenos. Para Carla, o que não pode faltar na decoração de Natal é o Papai Noel. “Tem uns desenhos meigos mais fofinhos. Eu segui essa linha infantil.”

A vendedora da Casa dos Bonecos em Curitiba, Juliana da Costa, sempre pergunta aos seus clientes com quais cores a pessoa quer enfeitar a árvore. Com as cores escolhidas, Juliana indica o que tem de decoração, como as flores e os laços. Normalmente, as pessoas procuram as cores tradicionais – verde, vermelho e dourado (ou prata) – para enfeitar a árvore. Mas este ano, segundo Juliana, o lilás veio muito forte para o Natal. “O lilás com o prata é uma coisa que combina e fica bem bonita”, indica. Mas é preciso tomar cuidado com os enfeites na árvore. Para quem quer ousar e sair do tradicional, Juliana sugere o uso de apenas duas cores nos enfeites para a árvore não ficar muito carregada. Ah, e não se esqueça das lâmpadas, elas dão um brilho todo especial para a sua árvore e preparam o cantinho para a espera do Papai Noel.

Panetone Delícia que não pode faltar no Natal De origem italiana, o panetone é um pão doce com sabor de baunilha que leva frutas secas. De acordo com a especialista em pães, Geraldine Miraglia, chef da Oli Gastronomia, há uma lenda que dá conta da origem dessa iguaria. Um padeiro italiano chamado Toni, para impressionar o sogro, havia criado um pão diferente. Daí surgiu o pão do Toni, ou Panetone. Apesar de os panetones com frutas serem os mais tradicionais, hoje, no

mercado é possível encontrar inúmeras variações desse produto. “Cada vez mais os consumidores e a própria indústria buscam novidades, criando receitas com brigadeiro, sorvete e muitas outras, inclusive salgadas”, explica Geraldine.

Algumas gotas de chocolate amargo também podem entrar. Considero-o elegante e diferente da maioria”, revela. No entanto, Geraldine salienta que apesar de não haver proibições é preciso usar o bom senso.

A chef dá dicas para quem quiser fazer pão doce em casa. “As pessoas devem colocar as suas frutas preferidas. Gosto, por exemplo, de produzir um panetone apenas com cascas de laranja cristalizadas e amêndoas.

E não se esqueça de que o panetone pode ser uma interessante lembrança no Natal. Para Geraldine, basta usar a imaginação na hora de decorar ou abusar das latas decoradas para presentear um ente querido.

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política

Ducci pode ficar sem apoio do PP e PPS Membros dos partidos confirmam uma possível coligação entre as legendas para a eleição municipal; decisão enfraqueceria o palanque do atual prefeito Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

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palanque formado em torno do nome do atual prefeito Luciano Ducci (PSB) pode estar se desmontando. Apesar de ainda distante das eleições municipais, os bastidores da política curitibana já estão agitados. Possíveis coligações, cogi-

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tadas inclusive por dirigentes e membros partidários, mostram uma combinação que pode mudar a relação já tida como certa por alguns. Em meados de outubro, o PPS comunicou indicativo de candidatura própria para a Prefeitura de Curitiba, informando que a vereadora Renata Bueno (PPS) havia colocado seu

nome à disposição como pré-candidata. A novidade pode ser em relação a uma possível coligação com o Partido Progressista (PP), que tem como membro seu marido, o também vereador Juliano Borghetti (PP). Segundo o deputado federal, líder do partido na Câmara e secretário-geral do PPS e pai de Renata, Rubens


processo. Não há que se esperar que o partido só apoie e não seja apoiado. A negociação de Curitiba tem uma tendência de apoio ao Luciano Ducci, e esperamos que, onde nós lideramos

“É possível ter essa aliança também com o PP”, garante o deputado federal Rubens Bueno

pesquisas, como em Londrina, Maringá, Toledo, nós possamos receber o apoio desses partidos aliados. É uma questão de política partidária estadual”, observa Barros. Borghetti confirma a possibilidade de coligação com o PPS, em torno do nome da sua esposa, Renata Bueno

Bueno, as conversas com os demais partidos já iniciaram e um deles é o Partido Progressista (PP). “É possível ter essa aliança também com o PP [...] No início do ano que vem, vamos retomar o assunto e marcar visitas com alguns pontos que possam identificar uma aliança em torno de uma candidatura do PPS”, afirma.

Ao ser questionado pela Revista MÊS, Borghetti também admitiu. “Existe essa possibilidade. É um quadro que está desenhando a cidade de Curitiba. E a tendência, onde o partido, através dos seus membros e da Executiva definir. Nós vamos acatar”, diz o vereador afirmando que também é possível que o partido lance candidatura própria. “Hoje, nós somos base aliada do Prefeito Luciano Ducci. Mas lógico que todo partido só cresce quando lança candidato a prefeito”. Os nomes cogitados até o momento são o do próprio Borghetti e o do vereador Aldemir Manfron (PP). O partido já parece estar organizado. “O PP fez uma caravana e andou nos 399 municípios do Paraná e, hoje, está andando em 75 bairros na cidade de Curitiba, criando os núcleos. E também vai fazer uma caravana junto aos bairros da cidade para fazer com a população, os comerciantes, um plano de governo para a cidade de Curitiba. Lá na frente o partido vai decidir se vai coligar ou se vai lançar candidatura própria”. No entanto, o vice-presidente nacional do PP e secretário do Governo Beto Richa, Ricardo Barros, não confirmou a coligação. “Depende da postura do PSB e do PSDB em relação às outras cidades, onde o PP é o líder do

Divulgação

Fotos: Divulgação

Coligação

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política

Assembleia do AMÉM

Mensagens são analisadas pelo Governo e por deputados da base de apoio antes de chegarem à Casa; Alep perde seu papel de discussão e de fiscalizadora do Executivo Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

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o último mês uma mensagem encaminhada pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) serviu para polêmicas e indagações do papel da instituição. A constitucionalidade da Lei Estadual n° 16.943/2011, promulgada pelo governador Beto Richa (PSDB), no dia 10 de novembro, foi apenas um dos embates (veja matéria ao lado). Outra reclamação da oposição é em relação ao curto espaço de tempo em

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que tramitou na Casa de Leis. Segundo a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), entregue pela bancada oposicionista ao Tribunal de Justiça do Paraná, a mensagem 61/2011 que previa alterar a Lei que versava sobre as taxas do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) chegou à Alep dia 31 de outubro, dia em que também foi autuada como Projeto de Lei e já seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde recebeu parecer positivo, com exceção do Deputado Tadeu

Veneri (PT), que apresentou relatório separado. Já no dia 08 de novembro, o projeto havia sido aprovado em terceira discussão e dois dias depois já estava sancionado pelo governador. Para o líder da oposição, o deputado Enio Verri (PT), essa rapidez na votação foi impressionante. “Quando você tem uma maioria tão grande como essa, a tendência dos deputados da base é apoiar pura e simplesmente os pedidos do governo. Acabam de repente não lendo e não estudando adequadamente. Isso mostra o excesso de subordinação


Para o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabrício Tomio, não existe um tempo certo para a tramitação de um projeto, mas a discussão deste em questão foi bastante rápida. “Existe regimentalmente uma forma de tramitação ordinária que demandaria mais tempo, que passa pelo exame mais detalhado de Comissões, até chegar ao plenário. Foi tão célere assim, certamente, porque a maioria que apoia o governo impôs esse trâmite acelerado através da urgência”, afirma. Por se tratar de um projeto que tinha consequências vistas como negativas pela maior parte da população (o aumento de taxas), quanto mais rápido fosse a discussão, melhor para o Governo, comenta o professor.

Nani Goes / Alep

Previamente discutido A celeridade em que os projetos encaminhados pelo Executivo são discutidos na Assembleia e o resultado da maioria deles, no caso da aprovação pela bancada governista, enfraquece o parlamento e o desvirtua de suas funções. “Em virtude disso, é pouco provável que o parlamento cumpra algumas das suas atribuições. Talvez até esteja cumprindo a função de representação, mas certamente a função fiscalizatória, de ser capaz de se contrapor ao governo, isso não está acontecendo”, analisa Tomio. Para o cientista político, como a maioria dos deputados fazem parte do apoio do governo, está havendo uma discussão das mensagens antes que elas sejam encaminhadas à Casa. “Existe uma esfera decisória, junto com essa maioria que antecede a parte institucional, que é o envio formal da mensagem do governador à Assembleia. Eu não acredito que os deputados simplesmente são submissos e aceitam o que vier. Provavelmente está havendo um fórum político,

Roberto Dziura Jr.

em relação ao governo. Essa subordinação nunca é positiva”, diz.

Taxas do Detran na mira da Justiça O reajuste deve passar a valer a partir de fevereiro de 2012, mas sua constitucionalidade está sendo analisada pela Justiça Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

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o final do mês passado, a bancada de oposição da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) em face à Lei Estadual n°16.943/2001, que regula as taxas do Detran-PR. Os valores tiveram aumento de até 271,7%, entre 62 taxas do Detran que ficaram mais caras e 10 adicionais. Segundo o Governo do Estado, esses valores se justificam por dois motivos. O primeiro é que desde 1994 não houve reajuste e, o segundo, é que parte da receita será repassada para outros programas de governo, como o Fundo Estadual da Segurança Pública do Paraná (Funesp/PR). Para a oposição, essa destinação da verba é inconstitucionalidade. “A destinação de receitas provenientes de taxas para outros fins que não o custeio dos serviços prestados ou postos à disposição do contribuinte é inconstitucional”, segundo a Adin. De acordo com a advogada Sara Fachini Gomes Truite, do escritório tributarista Seleme, Lara & Coelho Advogados Associados, “o produto

arrecadado por meio da taxa possui necessariamente uma destinação específica, que é propriamente o custeio do serviço público [...] Ela é inconstitucional, porque está indo muito além do custeio e o valor arrecadado está tendo um desvio de finalidade”, explica. De acordo com relatório do Detran, divulgado pelo deputado Elton Welter (PT), entre janeiro e outubro deste ano, o órgão teve uma superávit de quase R$ 152 milhões. Para o deputado Ademar Traiano, líder do governo, “se houvesse inconstitucionalidade não se estaria aplicando desde 1972 recursos do superávit do Detran, no Funrestran, que é o caso”. Para a advogada, um erro não justifica o outro. “No momento em que uma inconstitucionalidade é constatada, ela não pode ser admitida dentro de um estado democrático de direito. Nunca é tarde para repará-la”. Não existe previsão para o julgamento da Adin no Tribunal de Justiça. O que é certo, ainda, é que o aumento das taxas passará a valer em fevereiro de 2012. Por isso, a advogada recomenda que os contribuintes guardem os comprovantes de pagamento das taxas para um possível reembolso. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 25


política Roberto Dziura Jr.

Para Enio Verri-PT (à esquerda) a rapidez da votação causa espanto, já para Ademar Traiano-PSDB (à direita) é um modelo transparente

A celeridade em que os projetos encaminhados pelo Executivo são discutidos na Assembleia enfraquece o parlamento e o desvirtua de suas funções que antecede ao institucional que é a Assembleia”, diz. Segundo ele, apesar de não ser irregular esse tipo de conduta, os demais deputados que não fazem parte do grupo e a sociedade ficam excluídos do debate. Os trâmites são confirmados pelo deputado Ademar Traiano (PSDB), líder do governo. “O que facilita o encaminhamento é o estilo do governador, que tem uma facilidade de agregar. É um governo aberto, transparente, que discute tudo antes e facilita a discussão no plenário. Temos discussões de líderes, é explicado em mínimos detalhes todos os projetos. As dúvidas que poderão ser suscitadas são esclarecidas ainda antes do processo de discussão”. De acordo com ele, essa ampla maioria é apenas parte do processo democrático.

Mais perto da bancada Para o professor, apesar de ser normal essa prática de governar ao lado da maioria na Alep, no Governo Beto Richa, esta atitude de coalizão é ainda maior. “Historicamente nem sempre foi assim. Nesse governo particularmente, inclusive comparado aos que antecedem, Lerner e Requião – essa esfera parlamentar tornando públicas as desavenças, explicitando as discordâncias, sem contar o aspecto institucional de ser capaz de vetar e limitar o poder do governador de fato – me parece que é menor nesse governo do que nos anteriores”. 26 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

Essa postura traz danos à sociedade, de acordo com o analista político. “Acho que não ganha [a sociedade] quando você atrofia essa esfera pública, parlamentar e fiscalizatória. O conjunto das pessoas ganha com essa ‘publicização’ da discordância do censo”, frisa Tomio. Este mês, os deputados farão sessões extras, devido a um pedido de Traiano, para votar as mensagens do Governo do Estado. “O Executivo dei-

xou para mandar todos os projetos de última hora. Eles estão se comportando como se estivessem há um ano em transição. Agora, nos últimos dias, é que começa a parecer um monte de mensagem”, conta Verri. O que para Traiano é normal, pois muitas mensagens devem ser encaminhadas nesta época do ano, para Verri pode ser uma tática para minimizar a discussão. “Vem muita pauta e não dá tempo de estudar todas com atenção”, afirma.


sobre a política

Veja e a falácia do voto distrital puro Divulgação

Por Tiago Oliveira tiago@revistames.com.br

Defender o voto distrital puro é um imenso retrocesso que compromete sobremaneira a consolidação da nossa, ainda adolescente, democracia A revista Veja construiu uma campanha a favor do voto distrital. Os argumentos para a defesa desta proposta não são muito claros, mas argumentam seus editores que, com esta mudança no sistema eleitoral brasileiro, a população estaria melhor representada politicamente. Não concordo. O voto distrital puro carrega consigo um grande desvio de base, parte do princípio geográfico e não político para sustentar a legitimidade de um eleito pela democracia representativa. Defender o voto distrital puro, como faz a Veja, é defender o retorno do poder aos grandes caciques e coronéis que outrora construíam seus currais eleitorais e a cabresto conquistavam seus votos. Não é possível que ainda tenhamos pessoas – que se dizem democratas – que acreditam que o sistema eleitoral dos Estados Unidos seja o exemplo para a democracia, como defendeu Tocqueville. Por lá, a imensa maioria não participa nem do processo eleitoral para a escolha do presidente, imaginem do Congresso.

da proposta da Veja é transformarmos, por exemplo, o Congresso Nacional em um congresso de ex-prefeitos. A política é muito mais do que a defesa de sua aldeia. Por isso, penso que, para o Brasil, um sistema de representação proporcional misto, mais ou menos, aos moldes do instituído na Alemanha pós-Segunda Guerra seria mais apropriado.

Defender o voto distrital puro é um imenso retrocesso que compromete sobremaneira a consolidação da nossa, ainda adolescente, democracia. Institucionalizarmos o palanque para o coronelismo e o voto da cerca é uma proposta que deve ser combatida por todos aqueles que defendem de fato a democracia e não apenas naqueles momentos “on” de seus interesses.

Penso que um sistema em que os estados fossem divididos em distritos e em que o candidato poderia concorrer pelo distrito ou pelo estado seria o mais apropriado. Teríamos, assim, assegurada a representação local e aquela representação de opinião, que dialoga com as grandes questões estaduais. Avançaria ainda um pouco mais este modelo. Reservaria um número de vagas para candidatos concorrerem, de forma proporcional, para a Câmara dos Deputados, por cada uma das regiões do País. Ou seja, teríamos um número de cadeiras na Câmara reservada para candidatos que disputariam votos em cada uma das cinco regiões brasileiras.

Limitar a representatividade ao espaço geográfico é desconhecer que a geopolítica espraia-se em uma área que vai além dos limites de uma determinada região. Que os interesses são locais, mas também são estaduais e regionais. A defesa

Contudo, o certo é que não podemos aceitar o voto distrital puro, sob pena de os avanços democráticos conquistados nos últimos 30 anos irem por água abaixo. Talvez este seja o interesse de alguns, mas com certeza não é o interesse do Brasil. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 27


cidades

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Resgate da história

curitibana Prefeitura e Iphan assinaram acordo de cooperação técnica para revitalizar setor histórico da cidade por meio do PAC

Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

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ecentemente, a Prefeitura de Curitiba e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), setor Paraná, assinaram um acordo de cooperação técnica para revitalizar o setor histórico da Capital. O objetivo é realizar diversas obras por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) das Cidades Históricas, do Governo Federal. O total de investimento deve chegar a R$ 56 milhões,

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sendo que R$ 15,8 milhões serão de contrapartida do município.

No Paraná, além de Curitiba, as cidades Lapa, Castro, Paranaguá, Antonina, Morretes e Guaratuba também foram contempladas com projetos. O PAC das Cidades Históricas prevê investimentos até 2013, ano em que as obras terão de ser concluídas, caso não haja prorrogação. No entanto, técnicos e responsáveis não são dos mais otimistas quanto à viabilidade de todas as propostas da Prefeitura de Curitiba e a finalização até o prazo.

Na fase de projetos A negociação entre o Iphan e a Prefeitura de Curitiba já começou atrasada.

A demora quase fez com que Curitiba ficasse de fora do PAC das Cidades Históricas. Em janeiro deste ano, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC) encaminhou um plano de ação para ser aprovado pelo Iphan, porém, ficou faltando a assinatura do prefeito Luciano Ducci, que ocorreu apenas em 24 de outubro, nove meses depois. “O prazo era entre dezembro e janeiro. Nós consultamos Brasília para ver se ainda era possível e eles disseram que poderia. Esse plano é um conjunto de ações que seriam desenvolvidas durante quatro anos. No início do ano, a gente pode encaminhar para Brasília o que cada município queria, mas não incluímos Curitiba, porque não tínha-


Veja algumas das ações contempladas no plano do PAC das Cidades Históricas Ação

Previsão de conclusão

Valor previsto

Reciclagem do antigo quartel da Rua Riachuelo

2012

R$ 5 milhões

Reciclagem da antiga oficina da RFFSA

2013

R$ 11,7 milhões

Recuperação do entorno da Igreja Guadalupe e do Corredor Cultural

2011

R$ 4,2 milhões

Recuperação das calçadas da Rua Conselheiro Laurindo e da Rua Saldanha Marinho

2011

R$ 4,2 milhões

Recuperação das calçadas da Rua Emiliano Perneta, recuperação da Rua Monsenhor Celso e Praça Zacariastrecho da Avenida Marechal Deodoro até a Rua Pedro Ivo

2012

R$ 4,2 milhões

Restauro, recuperação e readequação do Solar do Barão, mantendo o uso cultural

2013

R$ 6,8 milhões

Recuperação da Praça Carlos Gomes e da Praça 19 de Dezembro

2013

R$ 4 ,2 milhões

Projeto Bonde Turístico de Curitiba

2013

R$ 14 milhões

Roberto Dziura Jr.

Fonte: IPPUC

mos a assinatura”, explica Liliane Lucena, arquiteta do Iphan, contando que a Capital podia ter ficado de fora do PAC das Cidades Históricas. Por isso, o superintendente do Iphan no Paraná, José La Pastina Filho, entende que será preciso empenho dos responsáveis. “Os recursos são altos, mas não impossíveis. Isso aqui é 10% de um viaduto, por exemplo. Como é uma meta, um planejamento, vai depender da capacidade das instâncias envolvidas. Do município, do Iphan e espero, também, do Governo Estadual, para que aconteça.”

Acordo técnico Isso porque apesar da intenção entre os dois órgãos, o acordo de cooperação técnica não garante a execução de nenhuma das obras. “Esses acordos são um instrumento de gestão compartilhada de determinadas áreas da cidade, no nosso caso de interesse histórico”, afirma o superintendente do Iphan, explicando que os recursos ainda terão de ser conseguidos tanto pela Prefeitura, quanto pelo órgão.

O total de investimento deve chegar a R$56 milhões, sendo $15,8 milhões de contrapartida licitado imediatamente. E é esse que estamos mandando em primeira fase para o Iphan, que vai começar o processo de viabilidade de recurso”, atesta Mauro Magnabosco, arquiteto do IPPUC e responsável pelos projetos.

Dentre os projetos, o arquiteto Mauro Magnabosco acredita que o primeiro a se concretizar será o do quartel da Rua Riachuelo “É tudo um processo de negociação. O convênio é quando você já tem o recurso garantido, carimbado. Nesse caso é um acordo”, diz. A primeira obra, dentre as selecionadas (veja tabela) que deve ser iniciada é a do quartel da Rua Riachuelo. “O projeto que está pronto é o do CineRiachuelo, tem orçamento e pode ser

Vantagens As vantagens dessa revitalização são muitas para a cidade. Segundo La Pastina, uma delas é que se cria uma sinergia. “Na medida em que uma ação está sendo desenvolvida aqui, ela interfere positivamente na outra. Um exemplo é a revitalização do Paço da Liberdade”, diz. Para ele, o efeito de revigorar os empreendimentos da cidade é a possibilidade de “requalificar urbanística e socialmente essas áreas”. O resultado também está no visual da cidade, na melhoria da segurança e no resgate histórico para a população. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 29


educação

Viviane contanto a história da Chapeuzinho Vermelho

Aprender com o lúdico trumentos de brincadeira. A gente não O uso de atividades lúdicas pode ser importante ferramenta de aprendizagem, tornando a vida escolar mais divertida e prazerosa pode restringir a esses momentos”, Iris Alessi - iris@revistames.com.br

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uando se pensa numa sala de aula, provavelmente, a primeira imagem que vem à mente é de muitas crianças ou adolescentes uniformizados, sentados em carteiras enfileiradas, com livros e cadernos sobre a carteira e a professora em frente ao quadro de giz. Acontece que a educação não precisa ser mais enquadrada dessa forma. Já existem muitos exemplos de escolas que saíram da “zona de conforto” e foram além. Perceberam que o lúdico pode ser um salto à frente para envol-

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ver as crianças e adolescentes a melhorarem o aprendizado. E, assim, os estudos podem ser mais prazerosos e ricos em conhecimento. Aí vem a dúvida: o que é lúdico? É o uso da imaginação, é a brincadeira, uma história de “faz de conta”, uma experiência divertida e prazerosa. Para a professora do Infantil 5 do Centro Educacional Marista de Curitiba, Amanda de Faria, lúdico é todo o universo da criança. “Ludicidade é muito ampla, a gente não pode restringir ao jogo e a brincadeira, porque a criança é um ser que brinca o tempo todo, independentemente de ter ins-

avalia Amanda.

A pedagoga da Gymboree Play & Music, Caroline Luck Resende, afirma que “qualquer coisa pode se tornar lúdica. [A criança] brinca com papéis, incorpora, experimenta e reformula ideias. O importante é que seu desenvolvimento seja direcionado para isso, para esse universo que tem a capacidade de assimilar e de absorver”, explica Caroline. Brincar, ir ao parquinho, desenhar, ler, contar história, mexer com massinha são algumas das atividades que a pequena Viviane de Paula Carvalho (04) gosta de realizar na escola. Perder aula não é com ela. Por quê?! E


Roberto Dziura Jr.

O trabalho vai além daquilo que se pode ver logo vem a resposta enfática: “porque é legal vir na escola!” A mãe de Viviane, a manicure Franciele Maceno da Silva (29), percebe o crescimento intelectual da filha e o interesse em estudar. “Você vê que ela evoluiu um monte”, alegra-se a mãe. A fisioterapeuta, Patrícia Fassina de Oliveira (33), mãe de Gabriel (02), acredita que as brincadeiras e os brinquedos são importantes para o desenvolvimento do filho. “Eu achei superinteressante isso. Os rolos, as divisões de cores, por ser tudo tatame, eu achei isso muito legal, muito interessante”, afirma.

Roberto Dziura Jr.

Exemplos em Curitiba Na Escola Turmalina, é utilizada a pedagogia Waldorf, um sistema alemão que “busca despertar na criança o gosto pela aprendizagem, respeitando o ritmo e as fases de desenvolvimento do ser humano em sua totalidade”. O uso do lúdico, dos trabalhos manuais, da proximidade com a natureza, o canto, a dança, a recitação de versos e os jogos cooperativos são algumas atividades desenvolvidas na escola, segundo a professora do 4º ano, Andrea Fabiana Galvez. Essas tarefas também são inseridas no currículo do Centro Educacional Marista, que trabalha o lúdico na ‘contação’ de história, no uso da biblioteca, na criação dos seus próprios brinquedos com o uso de materiais recicláveis e também em brincadeiras como dança da cadeira, batata-quente e pega-pega. Muitos desses trabalhos são feitos também fora da sala de aula, de acordo com a professora Amanda. “São nas pequenas coisas que a gente faz a diferença no dia a dia deles”, diz.

Patrícia, mãe de Gabriel (02), acredita na importância do lúdico para o desenvolvimento do filho

estimulam o desenvolvimento dos pequenos. Para a pedagoga Caroline, o trabalho vai além daquilo que se pode ver, já que muitas vezes o trabalho com a criança pode parecer “simples”, mas é rico de sentidos e significados, como o desenvolvimento da segurança e autoestima. Para Caroline, a criança deve “aprender brincando. Essa é a maneira que as crianças precisam aprender. Quando a gente quer trazer o aprender de uma maneira muito rigorosa, muito estruturada, nós estamos forçando as crianças a queimarem etapas”. São as etapas do desenvolvimento da criança que guiam o método da Escola Turmalina. As crianças não são alfabetizadas antes dos seis anos. Por isso, as crianças nesta escola não utilizam livros e os cadernos não têm pauta. Elas utilizam bastões de cera, lápis de cor e a caneta tinteira a partir do 4º ano. Segundo Andrea, é um método “mais lúdico, totalmente artístico e supercriativo. Ele é mais lúdico, porque as crianças têm toda uma maneira

de enxergar o mundo e se posicionar, então a gente vai até isso e tenta trazer os conteúdos dentro desse universo”.

Brincando de aprender As atividades lúdicas na educação, tanto na opinião de Amanda como para Caroline, podem ser utilizadas também para os “mais crescidos”. “Os adolescentes quando você vai propor alguma coisa para eles, eles vão ficar retraídos, porque essa não é a dinâmica do dia a dia deles. Então, eles não estão acostumados”, relata Amanda. Mas isso não significa que essa barreira não possa ser quebrada. Essa também pode ser uma maneira de prender a atenção deles durante as aulas e exercitar o lado cognitivo desses “quase adultos”. Saber brincar, criar, imaginar, sonhar, sentir e ter prazer naquilo que faz são elementos que serão resgatados na vida adulta dessas crianças. Ter habilidade para lidar bem com essas capacidades será um diferencial para a vida pessoal e também profissional delas.

Assim também é na Gymboree. As atividades desenvolvidas com crianças de 0 a 5 anos de idade são atividades com músicas, artes, que REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 31


saúde

Uma rede nacional contra o câncer Rede de produção de fármacos é criada no Brasil; expectativa é que, em até 10 anos, o País já tenha seus próprios medicamentos anticâncer

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Iris Alessi - iris@revistames.com.br

Brasil está se preparando para produzir medicamentos para neoplasias. O passo inicial foi a recente criação da Rede Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fármacos Anticâncer (Redefac), que será coordenada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). A Rede trabalhará na pesquisa e desenvolvimento de fármacos e medicamentos contra o mal que afetará, em 2012, 520 mil novos casos de câncer, segundo o Inca. Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo da Redefac é estimular a produ-

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ção nacional de tecnologias para o tratamento oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS) e também diminuir a dependência brasileira do mercado externo nesse setor. De acordo com o chefe da Pesquisa Clínica e Incorporação Tecnológica do Inca, Carlos Gil, no Brasil, há um desenvolvimento muito grande de pesquisas anticâncer, no entanto, essas pesquisas não chegam a se tornar um medicamento que beneficie a população. A Rede vai estimular a pesquisa e o desenvolvimento em todas as etapas da produção de um medicamento. Será um trabalho em conjunto entre

“Chegar a um produto que beneficie a população de fato. Esse é o grande objetivo”, afirma Carlos Gil

cientistas e pesquisadores nas diversas fases, iniciando na pesquisa da molécula, passando pelos testes em animais e depois em humanos, até chegar ao produto final. “A Redefac espera com esse novo modelo de gestão quebrar esse paradigma. Chegar a um produto que beneficie a população de fato. Esse é o grande objetivo”, explica Gil. O chefe detalha que a função da Redefac é promover a articulação entre os centros que já fazem pesquisas nas diferentes etapas do processo. Isso deve gerar um novo modelo de gestão para o desenvolvimento de fármacos no País e também garantir mais financiamento para as diversas etapas da pesquisa.

Benefícios De acordo com o Ministério da Saúde, inicialmente serão investidos


o câncer. Além do preço, o médico enfatiza as vantagens em relação à qualidade e segurança na procedência do produto.

O primeiro deles é justamente o de desenvolver medicamentos que cheguem até a população brasileira. Mas este não é o único. Para a coordenadora do Hospital Erasto Gaertner, Ana Luiza Wiermann, não é apenas o paciente que se beneficia. “Toda a estrutura de pessoal que precisa de capacitação para lidar com uma pesquisa clínica é beneficiada. Quanto mais pesquisa clínica a gente tiver no País, mais pesquisadores a gente vai ter e mais oportunidades de desenvolver coisas”, afirma.

Os resultados dessa nova rede devem chegar aos pacientes brasileiros entre cinco e dez anos, estima Gil. Atualmente, de acordo com números do Ministério da Saúde, o Brasil gasta por ano cerca de R$ 4 bilhões na aquisição de medicamentos. Ao todo a produção de 28 medicamentos, que são parcerias já em andamento entre laboratórios e Ministério, poderá gerar uma economia anual de mais de R$ 1,7 bilhão.

“A gente vive uma realidade que essas medicações são de altíssimo custo e esse custo de alguma forma sempre é repassado para o paciente. Então, se a gente puder ter uma produção de qualidade e uma produção local, com certeza, o custo progressivamente será menor e o paciente no final acaba também sendo beneficiado”, avalia o médico do OncoCare do Hospital Vitória, Samir Kanaan Nabhan. Para ele, a questão dos custos dos medicamentos também é preponderante no tratamento contra Para Nabhan, produção local e de qualidade podem reduzir os custos no tratamento do câncer

Roberto Dziura Jr.

Banco de Imagem

R$ 7,5 milhões, recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do próprio Ministério para a estruturação da Rede que pode trazer muitos benefícios para a população brasileira.

Produtos

Para a coordenadora do Hospital Erasto Gaertner, com tecnologia nacional o Brasil estará mais preparado para enfrentar o câncer. “Porque quando a gente utiliza uma tecnologia que não foi desenvolvida no País, a gente acaba pagando mais por ela”, diz Ana Luiza, que salienta que não são apenas os custos da pesquisa que estão nos valores desses produtos, mas também a lucratividade dos laboratórios. Já com os produtos nacionais, essa lógica de mercado diminuiria e aumentaria a possibilidade de dar acesso ao tratamento a mais brasileiros.

Dengue: É tempo de prevenir Com a aproximação do verão e das chuvas é preciso ficar mais atento para a não proliferação do mosquito transmissor da dengue: o Aedes Aegypti. Os cuidados devem começar dentro de casa

“A proliferação acontece se tiver água parada, pode ser limpa ou suja”, explica a chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), Jaqueline Finau. Ela ressalta que é importante o descarte adequado de tudo que acumula água. “Se não puder ser descartado, que seja fechado, vedado, tampado, que não caia água ali dentro, que o mosquito não tenha acesso se for uma coisa que não tenha como tirar a água, como, por exemplo, a caixa d’água”, completa. O lixo descartável é um dos fatores que mais prejudica o combate à dengue. E entre os maiores problemas encontrados nas casas dos paranaenses estão os vasinhos de flores, vasos sanitários que ficam sem utilização nos quintais. “Quintal é um grande risco, porque as pessoas guardam muitos entulhos”, afirma. As regiões quentes são as que mais têm problemas com a doença. Ao todo, 88 municípios paranaenses receberam quase R$ 2,5 milhões para controlar a epidemia. Segundo Jaqueline, desde a epidemia do começo deste ano, há um trabalho constante para combater o mosquito. No entanto, a estimativa é de que ainda neste ano o Paraná tenha epidemia, por isso, o Estado está se preparando com apoio do Ministério da Saúde para essa possibilidade. Vale sempre lembrar: não deixe água parada! REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 33


economia

Repartindo o pão Iniciativas em Curitiba mostram que é possível aliar a autogestão, o consumo consciente e a preservação ambiental no negócio próprio

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Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

Café com pão, café com pão, café com pão. Virgem Maria, que foi isto maquinista?” Assim como no poema “Trem de ferro” de Tom Jobim e Manuel Bandeira, há o espanto também das pessoas ao conhecer a proposta da rede de Padarias Comunitárias Fermento na Massa, que hoje tem 29 pontos comerciais em Curitiba (PR) e Região Metropolitana. São mulheres, geralmente de meia idade, ex-donas de casa da periferia, que descobriram com a mão na massa um ingrediente diferente: a economia solidária. Dia 15 de dezembro se comemora o Dia Nacional de Economia Solidária. Só na região Sul são mais de 35 empreendimentos solidários. Por meio da autogestão e de valores como solidariedade, democracia, co-

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operação, preservação ambiental e respeito aos direitos humanos, é que se desenvolve essa modalidade de economia “paralela”. Conceitos que vão de encontro com a cultura capitalista vigente. São histórias de pessoas em situação de vulnerabilidade social, carentes de conhecimentos técnicos e que viram neste tipo de economia uma chance de se inserir socialmente e ganhar seu próprio dinheiro para a sobrevivência.

Exemplos Rosalba Eliane Gomes Wisnivski (54) é uma das donas da padaria Cecopan, localizada no bairro Xaxim, junto com Algenilda da Costa Santos (44) e Terezinha Koldi (53). As três mulheres fazem parte do projeto há cinco anos e, juntas, administram a

padaria e são responsáveis pela produção. “A gente faz tudo junto. A ideia é trabalhar no sistema da autogestão. O trabalho é feito em comum. Então, tudo a gente faz junto. Não decide nada sozinha”, afirma Rosalba. Os conflitos e diferenças nas opiniões existem, mas são remediados. “Às vezes, tem uns bate bocas, mas nada que não se resolva com um cafezinho e uma boa conversa”, diz Rosalba. Para ela, além de fazerem o que gostam, o importante “é saber que a dignidade da gente, nós enquanto mulheres da padaria comunitária, fica lá em cima. É saber que você pode gerar renda para ajudar em casa. Não é uma coisa exorbitante, mas para a gente é significativo”. Elas escolhem o dia em que trabalham, administram juntas os recursos, as contas e vendem os produtos baseados no conceito de comércio justo, que não visa o lucro. Os pães são vendidos


“A gente vê o mundo com outros olhos. Quando você está muito inserida no sistema capitalista, vê de uma maneira meio nublada. Tudo é: ‘eu quero, tenho que ter’. E a gente trabalhando na economia solidária, vê que não é assim”, conclui Rosalba.

Roberto Dziura Jr.

Outras mulheres Assim como elas, Odete da Cunha Padilha Freitas (46) trabalha no mesmo modo de produção, porém, seu produto é outro. Odete faz bonecas de pano entre outros produtos artesanais. Ela faz parte do Grupo Popular Solidário de Piraquara (PR). Por ano, ela, junto com outras colegas, consegue tirar em torno de R$ 10 mil. “O conceito é diferente. É você dar o valor maior ao ser humano”, completa. A sorridente Odete emociona-se ao contar de uma amiga que está com câncer e que por conta deste trabalho tira forças para lutar contra a doença. A autoestima é um dos principais elementos neste tipo de trabalho. “A partir do momento em que as pessoas são incluídas pelo trabalho, elas começam a se sentir de novo produtivas, importantes, consideradas pela comunidade [...] As pessoas são incluídas e elas voltam a ter cidadania”, observa Marilene Zazula Beatriz, professora e pesquisadora do mestrado de Psicolo-

Na economia solidária se comercializa de tudo. Produtos artesanais, produtos agrícolas e prestação de serviços gia Social Comunitária da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Outro elemento é a produção baseada na não agressão ambiental. “Mais ou menos trabalha como no cooperativismo [...] Trabalha com a economia do necessário, só aquilo que é necessário para viver. Não tem a necessidade de guardar, esbanjar, de acumular”, explica Glicimar Bueno, educadora do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria). A organização é uma das pioneiras na disseminação da economia solidária em Curitiba (PR). Neste ano, comemorou 10 anos da criação da moeda social Pinhão, que é utilizada na Feira Permanente de Economia Popular Solidária, que ocorre todo mês no Bairro Novo. A última do ano foi realizada no dia 03.

Moeda social A proposta é trocar produtos ou utilizar a moeda Pinhão para desenvolver os produtores locais. Serve para Fotos: Juliane Danielski

a R$ 3 o quilo, e os bolos e doces são vendidos, em geral, a R$ 10 o quilo.

Feira de Economia Solidária incentiva a comercialização de produtos locais e o consumo consciente

A pesquisadora Marilene acredita que falta microcrédito e mais políticas públicas para o setor

“as pessoas irem criando consciência de que existe um sistema que explora as pessoas e quer dominá-las. E aí o assistencialismo é para manter as pessoas dominadas por esse sistema”, sintetiza Lourdes Marchi, membro do Conselho do Cefuria. Na economia solidária se comercializa de tudo. Produtos artesanais, produtos agrícolas, prestação de serviços até de nível superior. São profissionais que buscam neste sistema uma maneira de sobreviver e mudar a realidade. “A diferença que eu vejo de quem está entrando na economia solidária e quem está há mais tempo ali é o objetivo, que é coletivo [...] E no sistema tradicional capitalista, cada um está pensando no seu, é o individualismo. É um choque cultural. A pessoa acaba tendo que se adaptar por questões de subsistência”, afirma Marilene. No entanto, para que tudo funcione bem é preciso trabalhar a integração, a administração de conflitos, a aceitação das diferenças, a comunicação, o fortalecimento do grupo e até as questões políticas. Segundo a professora, “não tem políticas públicas ainda bem definidas para a economia solidária. Então, isso tem de vir de um movimento de baixo para cima”. E isso pode estar ocorrendo, como acredita Glicimar. “Aparentemente, no mundo inteiro tem um movimento de questionar, de procurar formas diferentes. Provavelmente, vai demorar muito [...] mas a gente acredita que isso vai acontecer um dia”, finaliza. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 35


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economia

Aviso Prévio: novas regras, velhas dúvidas Após a publicação de nova lei, surgem diversas interpretações sobre os direitos dos trabalhadores e das empresas Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

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ocê sabia que está em vigor um novo aviso prévio? Desde o dia 11 de outubro foi sancionada a Lei 12.506 que trata de novas regras para o aviso prévio dos trabalhadores brasileiros. De lá para cá, no entanto, surgiram muitas interpretações sobre essa nova regulamentação. A lei deu forma a uma determinação que já existia na Constituição Federal de 1988 em que estabelecia: “Artigo 7º da Constituição Federal: são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei”. Essa “lei” ficou por 23 anos sem existir, por isso, nas rescisões trabalhistas anteriores fixa-

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va-se, na prática, o tempo de 30 dias. Agora essa lei traz como principal diferencial o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço. São 30 dias para aqueles que têm um ano de casa e, a cada ano, são contabilizados mais três dias. “Fizeram uma lei que veio com um monte de lacunas ou com muitas dúvidas”, afirma Luís Cesar Esmanhoto, advogado e especialista em Direito do Trabalho. As confusões que surgiram dizem respeito à contagem do aviso prévio para quem tem mais de um ano de empresa; do pedido de rescisão à outra parte (se há reciprocidade da empresa e trabalhador ou só beneficia o trabalhador); se a regra vale para contratos retroativos à publicação da lei. “Entendo que tem que fazer a lei a partir da publicação dela”, diz o especialista, que compreende também que a lei deveria somente beneficiar o trabalhador. Para ele, porém, “a lei veio com muita falha, por essas omissões e com tantas dúvidas”, que somente serão sanadas quando os tribunais trabalhistas firmarem uma jurisprudência deste caso.

CONHEÇA LEI Nº 12.506 (11.10.2011) Dispõe sobre o aviso prévio e de outras providências. Art. 1º - O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de outubro de 2011; 190º da Independência e 123º da República. Dilma Rousseff


5 perguntas para: Lala Deheinzelin

A palavra economia nem sempre está ligada aos números. Quando o assunto é economia criativa os bens intangíveis são os destaques. “A economia criativa se faz pela soma”. É o que afirma uma das maiores especialistas da área, Lala Deheinzelin, responsável por desenvolver o Programa Economia Criativa para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e prestar assessoria para a Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

Como podemos definir a economia criativa? Quais áreas são abordadas? Lala Deheinzelin (LD) - É uma nova economia. Na tradicional você tem agricultura, minério, comércio, coisas feitas a partir de recursos tangíveis. A criativa é a mesma coisa, a partir de recursos intangíveis. O “miolinho” são as artes, a cultura. Depois tem aquilo que está dentro da indústria criativa, que tem a ver com o conteúdo, como rádio, TV, publicações, todo serviço criativo, como moda, design, arquitetura. Tem outra “bolinha”, que é como tratar com territórios a partir dessa abordagem do patrimônio cultural, criando um ambiente favorável que ative todas as outras áreas. E, finalmente, a economia criativa, que é como todo tipo de negócio se diferencia e ganha valor a partir dos seus intangíveis, do seu capital cultural e social. O governo federal tem planos de lançar o Programa Brasil Criativo, que reunirá oito ministérios sob o comando da Casa Civil. O que podemos esperar? LD - Nós temos abundância e qualidade muito grande de empreendedores criativos. Mas o start tem de ser dado pelo governo. Não existe política mais adequada ao País, do que isso [Programa Brasil Criativo]. É fazer a combinação do nosso hardware, que

Fotos: Roberto Dziura Jr.

A economia do intangível

são as riquezas naturais, ao software, que é tudo ligado à economia criativa. A percepção de que isso é estratégia nacional é extremamente oportuno. A cultura serve como catalisador, mas não tem o poder de convocatória, de mobilização. A economia criativa se faz pela soma. Qual tipo de produção criativa os brasileiros têm que se diferenciam do restante do mundo? LD - A principal coisa que a gente tem é celebrar. A economia da celebração é muito grande e muito interessante porque é multissetorial. Você pega o Carnaval ou a festa do Carneiro no Buraco, é uma coisa que junta várias áreas e que nós sabemos fazer melhor do que outros, porque temos experiência em grandes eventos.

Quais características do nosso povo são diferentes de outros? LD - A diversidade cultural, que é o grande patrimônio do futuro. Nós somos extremamente inovadores. O maior atributo do brasileiro, como consequência dessa mistura real, é o fato dele ser sistêmico. Tudo que a gente pensa já é naturalmente empreendedor, social, cultural e educativo. Aquilo que a gente produz já tem essa natureza multidimensional. O Estado que mais movimenta a economia criativa é o Rio de Janeiro. Em qual posição o Paraná se encontra nesse contexto? LD - O Rio é o que mais movimenta e melhor está preparado. No Rio, existe muito entre criativos e criativos, mas a interface com a indústria e o comércio está muito menos preparada do que aqui [PR]. O Rio tem o cinema, o carnaval. O Paraná vai ter o quê? Inovação através dessa interface entre economia criativa, indústria e comércio. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 37


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tecnologia

Espiões via celular Com a popularização dos smartphones, cresce também a possibilidade de ser vítima de espionagem digital; conheça cuidados importantes para minimizar os riscos

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Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

Segundo o dicionário Michaelis, o verbete “espião” significa “encarregado de observar secretamente os atos políticos de um governo, de agentes diplomáticos, de um campo inimigo”. Na Literatura, Sherlock Holmes, é o personagem mais famoso por desvendar mistérios por meio de técnicas de espionagem. No cinema, James Bond tinha uma vida cheia de aventuras na profissão de espião.

Hoje, quem são os espiões reais? Eles podem estar procurando segredos industriais, podem descobrir informações confidenciais do governo, mas também podem estar à espreita de informações menos robustas, como seus dados do celular. Parece estranho e muito distante? Mas o perigo é real. Calma, não é uma guerra à vista, porém os riscos estão à solta, principalmente, com o crescimento do número de usuários de smartphones. Estima-se que o País tenha 32 milhões de usuários conectados por dispositivos móveis até 2015. “Aqui mesmo, na própria Rua XV no centro de Curitiba, certo dia nós localizamos um indivíduo que estava fazendo esse rastreamento de telefones celulares”, relembra o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) de Curitiba. Isso ocorreu há três anos. Também andando pela Rua XV estava a publicitária, Leilys Melo (31), e confessa que não tem tanta preocupação com os dados de seu celular. “Tenho mais cuidado no computador de casa”. Esse é o pensamento da maior parte da população.

Tipos de espionagem Por isso, é bom ficar atento aos tipos de espionagem em celulares. É possível fazer ligações a partir dos telefones das vítimas, ter acesso à caixa de entrada e de saída do 40 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

Dicas Veja algumas orientações importantes para não ser vítima de espionagem Manter o telefone em mãos ou em lugar seguro, como bolsa ou bolso. Colocar senha no telefone.

Não deixar o aparelho em cima da mesa, pode ficar vulnerável a ação de outras pessoas. Evitar usar o bluetooth. Fonte: especialista da Sofhar

Evitar acessar redes abertas de wi-fi.


Oliveira orienta que os usuários procurem uma delegacia para registrar o B.O., no caso de serem vítimas de espionagem digital

e-mail pessoal e profissional, obter dados e senhas confidenciais, ligar o microfone do celular e ouvir tudo o que ocorre no ambiente em que a vítima está e até fazer operações bancárias e instalar vírus no celular.

Os hackers que sabem como ter acesso aos dados de outro usuário por meio do bluetooth são chamados de bluesnarfing e bluebuging. “Alguns aplicativos podem ser baixados no notebook que tenha conectividade, e dependendo do celular, vai possibilitar a busca de qualquer informação naquela máquina via bluetooth, como fotos ou documentos”, afirma o especialista Cesar Gabardo, engenheiro de rede da Sofhar (Soluções em Tecnologia).

Minimizar os riscos Por conta disso, é bom deixar desligado o emparelhamento entre celulares por meio deste sistema. Assim como também não é recomendado acessar redes abertas de wi-fi, aquelas que não precisam de senha. Segundo o especialista, há alguns anos os aparelhos que utilizavam o celular com sistema operacional windows móbile eram mais vulneráveis a estes tipos de problemas, pois por padrão o usuário era como se fosse o administrador do sistema e isso gerava mais facilidade para baixar qualquer aplicativo, incluindo os maliciosos (com vírus). Os aparelhos com android e o sistema do iphone já tem um nível maior de proteção, pois os usuários só podem baixar aplicativos

da própria loja do sistema, o que torna mais seguro.

[os vírus] migraram para os dispositivos móveis e podem prejudicar os dados armazenados. Há versões inclusive de vírus distribuídos através de SMS”, completa o especialista.

Com essas falhas, o windows tratou de aparar esses problemas. De todo modo, o usuário precisa ter consciência de que é importante não baixar aplicativos de fontes desconhecidas, pois podem estar sujeitos a riscos de espionagem.

Antivírus

“Normalmente, hoje os vírus são mais voltados a roubar informações do que só destruir alguma coisa [...] O que eles querem é ter acesso à informação e poder ganhar dinheiro com isso”, informa Gabardo. “Eles Fotos: Roberto Dziura Jr.

“Todo dispositivo que possa se telecomunicar com outro está sujeito à rastreabilidade e, como tal, se houver por perto algum especialista ou alguém que tenha o domínio de algumas técnicas ou algumas estratégicas específicas relacionadas diretamente ao uso dessas tecnologias, ele vai ter acesso. Uma das estratégias mais antigas é a invasão dos smartphones através do sistema do bluetooth”.

Guilherme Pinheiro gosta de fuçar em seu celular; já até instalou antivírus

Visando esses cuidados, é que Guilherme Pinheiro (24), advogado de Brasília (DF), instalou antivírus em seu celular. Ele se diz bastante conectado. Em visita à Capital paranaense, Pinheiro estava em meio à Boca Maldita, no centro de Curitiba, mexendo em seu celular quando foi abordado pela reportagem da Revista MÊS. “Acesso banco, aplicativos ‘massas’ e se roubarem meu telefone, de casa eu posso acessar e apagar todos meus dados”, garante. Para não se descuidar também não costuma deixar o bluetooth ligado, mas wi-fi aberta confessa que usa com frequência. Se você for vítima de algum abuso, furto, roubo ou perceber alguma invasão em seu sistema de celular, o delegado Demetrius orienta que procure uma unidade da Polícia e faça um Boletim de Ocorrência (BO). Caso tenha possibilidade, reúna o máximo de provas possíveis para que isso sirva de elementos na investigação policial. Mas o melhor mesmo é a prevenção, “meu caro Watson”, como diria Sherlock Holmes. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 41


internacional

A bola da vez

Depois de 20 anos da criação do Mercosul, novos desafios e oportunidades se estabelecem; este foi o tema do Encomex, realizado em Curitiba, este mês

A

cosul, em Curitiba (PR). Promovido pelo Governo Federal, com a liderança do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Governo do Paraná, o evento discutiu as várias faces dessa relação comercial.

cerca de 600%. O Mercosul contribuiu de maneira definitiva e certamente contribuiu para a aproximação e intensificação dos membros econômicos e comerciais dos países do Cone-Sul”, afirma Tatiana Prazeres, secretaria-executiva do MDIC.

Ao completar 20 anos de existência, autoridades políticas, entidades e empresas exportadoras estiveram reunidas em torno do tema, no início do mês, na 3ª edição do Encomex – Mer-

A prática de ideias subjetivas como fortalecimento, desenvolvimento, integração trouxeram resultados bastante concretos ao Mercosul, segundo as autoridades dos quatro países. “O Mercosul mudou a geografia comercial dos países da região. Nesses 20 anos, o comércio intrabloco cresceu quase 800%, ao passo que o comércio exterior dos países do Mercosul com os países fora do bloco cresceu

Este ano, o crescimento chegou a 27% em comparação a 2010. Os produtos mais comercializados estão voltados à área de serviços. Eles são responsáveis por cerca de 60% da participação do Produto Interno Bruto (PIB) destes países.

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

o contrário da situação vivida pelo bloco econômico da Europa, o jovem Mercosul (Mercado comum do Sul) entra numa fase de pujança e otimismo entre os países integrados: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. São muitos os desafios e oportunidades nos próximos anos para a segunda região de maior crescimento e inclusão social do mundo.

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O crescimento do bloco não deve parar por aí. O contexto econômico internacional está – a cada episódio


Motivos para exportar. Veja quais as vantagens que a empresa exportadora terá sobre os concorrentes internos: Melhor utilização da capacidade instalada de produção; Redução dos custos operacionais; Aprimoramento da qualidade; Incorporação de novas tecnologias; Desenvolvimento de nova cultura empresarial; Aprimoramento dos métodos administrativos e organizacionais; Aumento da rentabilidade.

Roberto Dziura Jr.

Fonte: Redeagentes (Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior)

da crise dos Estados Unidos ou dos países europeus – tomando novas configurações, colocando, assim, outros atores como protagonistas. “A partir de 2012, teremos uma mudança no eixo de produção mundial, onde os países em desenvolvimento vão passar a produzir mais de 51% do PIB”, diz o ministro interino de MDIC, Alessandro Teixeira. No palco, desta vez, estão os países emergentes, que devem ser a engrenagem da economia mundial. “O Brasil, especialmente, é a bola da vez”, enfatiza Ricardo Barros, secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul. “Não só o Brasil vive um novo momento, mas o Mercosul vive um novo momento”, completa Teixeira. O País representa 42% da economia da América Latina. No começo dos anos 2000, esse valor era de apenas 25%. Segundo o ministro, a fase agora é de planejamento de longo prazo. E pela primeira vez as condições econômicas e até políticas estão favorecendo esse caminho, pois a macroeconomia Empresário Leonardo Matt se prepara para exportar; riscos estão sendo bem calculados

Secretária do MDIC avalia como positiva as duas décadas de Mercosul e apresenta cenário otimista para o bloco

Os produtos mais comercializados são da área de serviços, representam 60% dos 4 países desses países está “muito bem alinhada e gestada”, de acordo com Teixeira. O desafio será o de construir e enfrentar com competência uma agenda de longo prazo para o bloco.

dos entraves é a questão cultural, de acordo com o representante paraguaio. Para ele, não existe o comércio sem o entendimento e aceitação entre os povos.

No entanto, ainda há problemas estruturais no Mercosul. “É mais fácil fazer exportação para outros países do mundo do que para a nossa região fronteiriça”, observa Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). “Não estamos acostumados a olhar para dentro do Mercosul”, diz Sebastian Bogado, do Ministério de Comércio Exterior do Paraguai. Um

Além disso, é preciso criar um ambiente que promova a intensificação desse processo com uma cultura exportadora nesses países. Por isso, o foco do Mercosul, atualmente, é ampliar a exportação de micro e pequenas empresas. Segundo dados do Ministério, 75% das empresas que exportam são de pequeno porte. Mas representam somente 8% do valor da exportação.

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Mercosul

“Nós enxergamos a internacionalização também como [uma forma de] se preparar contra a concorrência internacional”, comenta Leonardo Matt, empresário do setor de Tecnologia, que se prepara há mais de dois anos para exportar. O Mercosul se mostra como uma importante porta de entrada para esse perfil de empresa de pequeno porte, que costuma gerar cerca de 90% dos empregos diretos. No mais, o Mercosul sob o ponto de vista comercial obteve vários avanços nestas duas décadas. “Há dificuldades pontuais nós reconhecemos, no entanto, sob o ponto de vista de aumento do fluxo de comércio, o Mercosul, certamente é um sucesso”, conclui Tatiana. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 43


comportamento

Protagonistas de uma história real “Ritual” que ocorre em pubs de Londres abre espaço para as pessoas contarem suas histórias e experiências; iniciativa já foi testada em Curitiba Iris Alessi - iris@revistames.com.br

U

ma nova forma de compartilhar experiências pessoais. Esta é a proposta de um ritual batizado de True Stories Told Live, que ocorre em Londres (Inglaterra). A ideia do ritual é que pessoas comuns subam ao palco para contar suas histórias e experiências. Na capital inglesa, os

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encontros ocorrem em bares da cidade, os famosos pubs. A cada encontro, de acordo com informações publicadas pela BBC, cinco pessoas sobem ao palco. Para os organizadores do evento, o público é atraído por histórias bem contadas. A “história” funciona mais ou menos assim. Para participar e contar as ex-

periências, as pessoas precisam seguir algumas regras. Cada contador tem até dez minutos no palco e para contar as histórias não pode utilizar-se de anotações, precisa ser espontâneo. Fazendo a inscrição com antecedência, qualquer interessado pode contar sua história, no entanto, elas precisam ser baseadas em fatos reais.

A iniciativa começou na Inglaterra em setembro de 2009, mas somente agora ganhou força e tem chamado à atenção de muitos interessados ao redor do mundo. Para poder atender a todos, há uma lista, e os novatos têm


A psicóloga observa que as pessoas cada vez mais têm a necessidade de serem ouvidas

No site do True Stories Told Live, eles falam quais os tipos de histórias que mais agradam. “Nós somos fascinados por pessoas que tiveram experiências, feitos, trabalhos, estado em lugares e visto coisas que nós não vimos. [...] Mas, até agora, muitas das nossas melhores histórias foram contos bastante simples de experiências que todos nós temos: amores, reviravoltas no trabalho, problemas na família [...]. Esse tipo de coisa.”

O True StoriesTold Live pode ser um novo espaço para as pessoas serem ouvidas

Henrique Molina

Nos palcos paranaenses Esse tipo de experiência também pode agradar aos paranaenses. Uma mostra disso foi a iniciativa do psicodramatista, educador e diretor de rádio, televisão e teatro, Armando Celia Junior, que já deu oportunidade para as pessoas falarem, após suas peças de teatro, em Curitiba (PR). Mostra de que o ritual de contar histórias da vida real chama a atenção também em solo paranaense. O estilo das peças dirigidas por Celia Junior é o happening, no qual não atores fazem os personagens na encenação e a história vai sendo construída ao longo dos ensaios. Além disso, a peça conta com a participação do público direta ou indiretamente. No último happening, realizado pelo diretor em um bar em Curitiba (PR), o tema instigante e provocador foi “Poliamor: a capacidade que o ser humano tem de amar mais de uma pessoa”, explica Celia Junior. Ao final da peça, os espectadores foram convidados a falar no palco o que eles sentem em relação àquilo tudo que estava sendo apresentado. O resultado foi uma grande e surpreendente participação da plateia. “A plateia acaba sendo muita impactada. Existe muita repercussão da nossa mensagem. A gente percebe que a

Divulgação

prioridade. O intuito é que mais pessoas conheçam o modelo do evento.

plateia responde muita à provocação”, conta o psicodramatista. Para ele, o ser humano tem essa necessidade de falar, de “publicar”. As pessoas querem ser protagonistas sociais. “Nós estamos vivendo num mundo em que cada vez mais as pessoas estão sentindo a necessidade de serem públicas. [...] Elas querem [partilhar] aquilo que elas pensam, que elas sentem, aquilo que acontece com elas”, completa. Celia Junior não vê essa exposição como algo negativo, pelo contrário, essa é a forma que as pessoas encontram de não ser mais um no meio de todos. Para o psicodramatista, “mesmo quando há a vontade de exibicionismo, ela pode ter uma função terapêutica, o que eu também não vejo problema. Faz parte da nossa natureza”, avalia.

Fora dos consultórios Como explicar esse novo fenômeno? Esse tipo de ritual tem ganhado fama, pois as pessoas têm necessidade de contar as suas histórias, querem ser entendidas, explica a coordenadora

Sua história Ficou a fim de contar sua experiência? Aqui, você tem espaço e voz para participar. Veja quais são os canais de comunicação da Revista MÊS: Acompanhe, Participe e Compartilhe sua história! @mes_pr Mês Paraná Versão on line: http://issuu.com/revistames

dos serviços de psicologia dos hospitais Vita, Raquel Pusch. Ela comenta que as pessoas querem cada vez mais falar delas mesmas, por esse motivo os consultórios de psicologia estão cada vez mais lotados. “As pessoas não querem ouvir, elas querem falar!” A psicóloga acredita que essa iniciativa em Londres é uma oportunidade criada para as pessoas falarem de si. “Nada mais é do que o exercício de se sentir parte desse contexto e se sentir importante”. O True Stories Told Live pode ser um espaço para as pessoas serem ouvidas, que antes não existia. Essa falta de espaço e de voz resultou em uma forte carência coletiva. Essa carência pode estar, de acordo com Raquel, no fato de as pessoas não se entenderem. Ela considera que outro motivador é que o ser humano é um ser gregário, ou seja, tem a necessidade de fazer parte de um contexto, de um grupo. O ser humano também tem a carência de aparecer “para se nutrir de afeto”, mesmo que esta pessoa seja independente, madura emocionalmente, ela tem a necessidade do outro, “porque a gente se torna alguém”, conclui. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 45


agricultura

Raça paranaense Tipo desenvolvido pelo Iapar já é adotado por criadores paranaenses; fundação de entidade representativa marca o primeiro passo para o reconhecimento da raça Iris Alessi - iris@revistames.com.br

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esquisa paranaense que vem sendo desenvolvida desde a década de 80 deu origem a uma nova raça na pecuária. Trata-se do gado Purunã. Há pouco tempo, o animal pode ser visto nos pastos da região Oeste do Estado. Para ganhar maior força no mercado, recentemente foi fundada a Associação de Criadores de Purunã (ACP). Esse foi um passo importante e também um dos pré-requisitos para o reconhecimento da raça pelo

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Ministério da Agricultura e Agropecuária (Mapa). De acordo com o pesquisador da área de melhoramento animal do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e presidente da ACP, Daniel Perotto, a pesquisa pecuária começou quando o Instituto assumiu a Fazenda Modelo, em Ponta Grossa, que era da Embrapa. “Nós começamos um trabalho de cruzamentos de raças de corte para testar esquemas de cruzamentos e isso começou em 80 e foi até 96”, relembra Perotto.

Os animais foram obtidos por meio do cruzamento entre as raças Charolês com Caracu e Canchim com Aberdeen Angus, formando um animal composto, denominado de Purunã.

Características A combinação em um só animal das características de várias outras raças é, de acordo com Perotto, uma vantagem do gado paranaense. “Ele combina numa proporção adequada às características desejáveis das outras raças. Em termos de combinação


Segundo Perotto, o Purunã combina as características desejáveis dos animais formadores em proporções adequadas

O Purunã é uma raça composta pelo cruzamento genético de outras quatro raças

Divulgação / Iapar

A precocidade foi uma das características observadas pelo pecuarista de Cascavel (PR), Piotre Laginski. O cascavelense, que é criador de Canchim, já está trabalhando há três anos com o Purunã e tem abatido os animais com 14 meses (fêmeas) e 15 meses e meio (machos). “Eles estão entre o superprecoce e o precoce”, completa o criador. Para o pesquisador do Iapar, essa precocidade deixa os animais competitivos no mercado. Outra criadora de Purunã em Lindoeste (PR), Alice Alcina de Oliveira Kavalco, que começou a trabalhar com a raça a pouco mais de quatro meses, acredita que a rusticidade do animal pode ser um diferencial. “É uma raça mais rústica, ela aguenta mais terrenos acidentados. Eles [animais] não sentiram muito com a chegada aqui”, afirma Alice. A segunda vantagem na criação deste animal é a facilidade no manejo do cruzamento, pois os animais são cruzados como se fosse uma raça única. “A raça composta foge dos problemas dos cruzamentos quanto à estrutura de rebanho”, acrescenta Alice.

Primeiros resultados O balanço até o momento está gerando boas expectativas nos produtores da região de Cascavel. “A gente tem obtido animais que têm um excelente desempenho, precocidade de produção de carcaça e melhor acabamento de carcaça”, explica Laginski. O me-

Roberto Dziura Jr.

de características, ele tem desenvolvimento muscular, precocidade, rusticidade e habilidade materna”, relata o pesquisador.

lhor acabamento de carcaça a que se refere o criador são animais com estruturas maiores e também com uma boa cobertura de gordura e gordura entremeada na carne. A criadora Alice também está otimista. Ela acredita que a raça tem um bom futuro. O desejo dela é que os animais tenham a mesma aceitação da cruza industrial que vem fazendo entre Angus e Nelore. Além do potencial do animal, o trabalho dos criadores também será importante para a divulgação e disseminação da raça. “Eles trabalharam quase trinta anos para chegar à raça, agora vai depender de nós divulgarmos, de trabalharmos a raça para dar retorno. Não ficarmos só no estudo, na genética”, salienta a criadora que investiu em 25 novilhas e três touros e já planeja, se os resultados forem satisfatórios, adquirir mais no ano que vem. Para isso, a Associação é fundamental. “A partir da criação da Associação nós podemos definir parâmetros e trabalhos para que a raça possa desenvolver não só dentro do nosso

Estado, mas dentro de todo o território nacional.

Números do gado Hoje, no Paraná, segundo Perotto, há em torno de mil matrizes para reprodução, muitas delas ainda na mão do Iapar. O número é satisfatório se levar em conta que a venda de matrizes começou a ser realizada no ano passado. Já há procura de criadores de outras regiões do Brasil, mas enquanto não sair o registro da raça no Ministério da Agricultura, os animais reprodutores e o sêmen não podem ser vendidos para outros estados. A expectativa de Perotto é que o registro da raça saia até o próximo mês de março. Outra intenção é emitir o Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). “É um documento que o Ministério da Agricultura emite para o animal que tem identificação conhecida e desempenho garantido. Nós [Associação] vamos ser credenciados do Ministério da Agricultura para que os nossos animais, que vão ser vendidos como reprodutores, tenham esse CEIP”, finaliza Perotto. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 47


turismo

“Essa maravilha é nossa” O ponto turístico mais concorrido do Paraná, as Cataratas do Iguaçu, está em evidência como uma das campeãs das Sete Maravilhas do Mundo; além das quedas, a região guarda muitas belezas

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

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o último mês, as Cataratas do Iguaçu, no município de Foz do Iguaçu (PR), conquistaram o título de uma das Sete Maravilhas do Mundo, ao lado da Amazônia no Norte brasileiro. Independentemente da votação, o ponto turístico paranaense já era considerado o mais visitado do Estado – chegou a receber mais de 1 milhão de pessoas no ano passado – e

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um dos maiores destinos de estrangeiros do País. É como dizia o slogan da campanha: “Essa maravilha é nossa”. Então, embarque você também rumo ao Oeste do Paraná. Para curtir mais a viagem, a sugestão é seguir de carro de Curitiba a Foz do Iguaçu. Durante o trajeto, o turista corta o Paraná todo, seguindo pela BR 277. São cerca de 8h de viagem. Passa pelo primeiro, segundo e terceiro planaltos, geografia que inspira belas paisagens. No caminho estão os municípios lindeiros, cidades entrecortadas pelo Rio Iguaçu, lá o turismo é uma das principais atividades. Itaipulândia, Medianeira, Santa Helena, Santa Terezinha de Itaipu são algumas das cidades em que é possível visitar pelo caminho.

Informações ao turista Municípios lindeiros • Itaipulândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu - Instituto Caminhos (45) 3268-1006 instituto@caminhositaipu.com.br - Conselho de Desenvolvimento dos Municípios Lindeiros ao Lago de Itaipu (45) 3268-2489 gestur@caminhositaipu.com.br Foz do Iguaçu - Central e Teletur Telefone: 0800 45 1516 Horário de Atendimento: 7h às 23h


Conheça alguns desses destinos

É uma pacata cidade, de pouco mais de sete mil habitantes, muito bem organizada e com um ar europeu. Por lá, existe uma praia artificial que possui infraestrutura para camping e lazer com a família. A religiosidade é uma marca da cidade. No ponto mais alto da cidade há um monumento bastante visitado. Uma escultura gigante de Nossa Senhora Aparecida. A imagem

possui, nada mais nada menos, que 26 metros de altura. Aos pés da Santa, é possível ter uma visão das mais privilegiadas ao direcionar seu olhar para o Lago de Itaipu. A região foi toda alagada após a construção das barragens da Usina de Itaipu. Mais parece uma serpente se rastejando calmamente por entre o relevo local. Do outro lado, a cidade se mostra.

Divulgação

Itaipulândia

Matelândia caminho. Sim, uma construção em estilo medieval de pequeno porte, no entanto, muito charmosa. No local funciona um restaurante, com a gastronomia caseira e, atrás, tem um bosque com flores, vegetação fechada e um lago.

No município é possível curtir, às margens do Lago de Itaipu, uma praia artificial com restaurantes, churrasqueiras, quadras para práticas esportivas e contar com o serviço de segurança e guarda-vidas no local. Permite

também pesca esportiva e esportes náuticos. Assim, como São Miguel do Iguaçu, outros municípios lindeiros como Santa Helena, também possuem praias artificiais, com águas calmas e estrutura turística para o lazer.

Divulgação

São Miguel do Iguaçu

Foz do Iguaçu Iris Alessi

Iris Alessi

Sarita Dal Pozzo

Neste município, que fica próximo à Foz, passando pela BR 277, é possível sentir-se como uma realeza. Não só pelo tapete verde que tange a estrada, com vegetação preservada, mas também porque há um castelo no meio do

No final dessa estrada, ao chegar à Foz do Iguaçu, as atrações são inúmeras e têm para todos os gostos. As Cataratas do Iguaçu são, sem dúvida, a principal delas. São grandiosas quedas d’água que provocam um imenso espetáculo de cores, sons e sensações de íntima integração com a natureza. É possível vislumbrá-las ao longe ou também fazer o passeio por meio de trilhas e barco, chegando bem pertinho da “água grande” (significado da palavra Iguaçu na língua tupi-guarani). Os precipícios chegam a uma altura de 65m, em média, esculpidos pela natureza por mais de 150 milhões de anos. São de 150 a 300 quedas de pura contemplação.

Os animais do local são verdadeiros anfitriões. Destaque para a simpatia dos quatis e dos voos incansáveis das diversas e coloridas borboletas. Bem ao lado dessa maravilha, ainda no Parque Nacional do Iguaçu, tem o Parque das Aves. Um verdadeiro recanto de cores e sons, ilustrados com papagaios, araras e tucanos e uma grandiosa diversidade animal. A Usina de Itaipu Binacional também surpreende os olhares, com a gigantesca estrutura de concreto e a demonstração da força e da capacidade humana em domar as águas. Por isso, razões para visitar a região não faltam. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 49


turismo

Recanto de mar e tranquilidade Explore o extenso litoral de Itapoá, em Santa Catarina, lá se reproduz um pedacinho especial de beleza e calmaria, com alta gastronomia local Redação - leitor@revistames.com.br

O

litoral de Santa Catarina é destino certo para muitos paranaenses nas férias de verão. Por isso, uma sugestão deste mês é o Litoral Norte do estado vizinho, mais especificamente, o balneário de Itapoá (SC). Com 14 ilhas, a baía localizada entre as cidades de São Francisco do Sul e Joinville tem sempre o mar calmo, com águas mornas, límpidas e areias brancas. É um dos mais belos, mas pouco conhecido ecossistema do País.

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Segundo a Prefeitura, a economia do município gira em torno do turismo e do Porto Itapoá. A cidade pequena chega a receber na alta temporada cerca de 200 mil visitantes (entre dezembro e fevereiro). A extensão deste balneário é grande. São 32 km de faixa de praias. Assim, há muito para ser explorado, como a Barra do Saí, Itapema do Norte, Pontal do Norte, Figueira do Pontal. Muitos paranaenses têm imóveis por lá. Para aqueles que não gozam desse privilégio, vale a pena conhecer Pontal do Norte e se hospedar no charmo-

so hotel Baití. Um conceito de hotel boutique, com 15 acomodações.

Em casa A ideia é sentir-se em casa e o local propicia isso. O atendimento é feito pela família Nóbrega, natural de Londrina (PR) e dona do estabelecimento, que cuida dos mínimos detalhes com conforto e requinte. No hall de entrada já se vê o mar; na varanda, é possível tomar um drink e aproveitar a gastronomia local, conhecida como “cozinha da alma”. Segundo Emídio Carvalho Neto, um dos chefs ao lado da esposa Emiliana Carvalho, o conceito de “cozinha da alma” tem a ver com o prazer de cozinhar, harmonizar ingredientes, mesclar sabores e agradar os mais exigentes paladares. “Nossa gastronomia é autoral, pautada na cozinha regional, com destaque para os pescados e frutos do mar. Trabalhamos com receitas exclusivas e prezamos pela integridade dos ingredientes,


A Baía da Babitonga possui natureza ímpar e tranquilidade fora do comum

O mar é calmo e o ambiente é bucólico

A sugestão é o carro chefe: chapeado de frutos do mar. Um mix de peixe, lula, camarão e legumes grelhados. Mas também por lá é possível conhecer o “caviar brasileiro”. Botarga é o nome dado a essa iguaria que tem como ingrediente a ova de tainha, salgada e desidratada. “Depois de curada, embalamos as ovas a vácuo e acondicionamos na geladeira para ganharmos mais tempo de consumo”, explica o chef Emídio Carvalho.

No deck é possível degustar petiscos e bebidas ao som do mar

o Porto Itapoá, que fica bem próximo dali. Trata-se de um terminal privativo de uso misto para a movimentação de contêineres. A localização geográfica é estratégica e tem condições naturais de profundidade.

Em frente ao deck, fica a Baía da Babitonga, de natureza ímpar e de tranquilidade fora do comum. O passeio de iates e outras embarcações são rotineiros, já que ao lado fica uma Marina. “Nossa família sempre acreditou no potencial turístico e de negócios de Itapoá”, explica a chef.

Para os veranistas, Itapoá é uma praia calma, com poucas residências ao redor. É também uma área apropriada para a prática de windsurf, veleiros, surfe, jet-ski, pesca esportiva, barcos a vela, entre outros. O pôr-do-sol também é de encher os olhos, é possível avistá-lo do mirante que fica ao lado do hotel.

Porto de Itapoá Quem vai a negócios, o local compreende o mais novo empreendimento do setor portuário do Sul do Brasil, A Botarga é feita de ovas de tainha salgadas e desidratadas

Os barcos de pescadores ancorados nas proximidades contribuem com a aura de tranquilidade que circunda o ambiente. A paisagem sonora do bater das marolas na areia e das gaivotas que povoam os céus com seu deslocamento elegante completam o cenário.

Serviço Fotos: Divulgação

Divulgação

assim como pela apresentação contemporânea dos pratos. Gostamos de brincar com os aromas e com a recordação que eles carregam, por isso, não abrimos mão de temperos e ervas finas”, completa Emiliana.

Baití Hotel Marina e Restaurante Tambaiá Telefone para informações e reservas: (47) 3443-7003

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Rio Belém que corta a Rua Jardim Constantino Fanini, no Rebouças

meio ambiente

Saneamento

básico ainda é

luxo

Curitiba e as principais cidades da Região Metropolitana possuem déficit na coleta e tratamento de esgoto; qualidade da água é considerada péssima

Os rios localizados na região mais urbanizada da Bacia do Alto Iguaçu apresentaram qualidade da água classificada como péssima. Isso devido, principalmente, à ocupação urbana desordenada que ocorreu nos últimos anos na RMC”, revela o estudo do Instituto das Águas do Paraná, antiga Suderhsa (Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental), sobre a qualidade das águas da bacia hidrográfica situada nessa região. O estudo comparou índices de 1987 a 2010 e divulgou os dados este ano. Boa parte da poluição é resultado do esgoto. “A tendência é degradar”, comenta Ivo Bernardo Heisler Junior, do Departamento de Apoio a Comitês do Instituto das Águas do Paraná (Águas Paraná). A preocupação vem depois de uma análise minuciosa ao desenvolver o Plano da Bacia do Alto Iguaçu. O Plano foi realizado para identificar quais são os principais problemas da região no que se refe-

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Roberto Dziura Jr.

‘‘

Arieta Arruda - arieta@revistames.com.br

re aos recursos hídricos, assim como para projetar o crescimento da população e a consequente necessidade de água para abastecimento, coleta e tratamento de esgoto. O Alto Iguaçu faz parte do maior rio totalmente paranaense, o Rio Iguaçu. Por aqui, muitas áreas já estão em conflito em relação ao abastecimento e ao esgoto. Em Curitiba, já se fala em pontos que vão sofrer com racionamento de água, em consequência

do crescimento das áreas urbanas, de acordo com Heisler Junior.

Aumento desordenado Se há crescimento urbano, a tendência é aumentar o esgoto. Questão que desde já não é bem tratada. Segundo dados do Instituto das Águas, 59,3% da população urbana da RMC tem rede de esgoto. Deste total, 88,8% recebe tratamento. “Coletar e não tratar, não adianta nada”, argumenta


No entanto, a Sanepar informa outro dado. O índice de tratamento de esgoto de Curitiba, Araucária, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais é de 100%, segundo o órgão responsável. Além desse, outros dados não batem. Apesar de concordarem que o maior índice de cobertura da rede de esgoto é de Curitiba, os números diferem. A Sanepar informa que Curitiba tem 93,64% de atendimento de coleta de esgoto, já o estudo das Águas Paraná demonstra que o número é menor. Cerca de 80% da população possui a rede de esgoto. E deste número, 72,7% tem o esgoto coletado e tratado. Assim, “uma percentagem muito grande não chega ao tratamento, ou seja, retorna na malha hidrográfica sem tratamento”, comenta Fendrich. Isso causa a poluição dos rios, perigo de enchentes, morte de peixes, risco de doenças e o diagnóstico negativo da qualidade das águas dessa região. Curitiba é a capital com melhor índice em serviços de saneamento básico e saiu da 11ª para a 5ª colocação entre os 81 municípios brasileiros com população acima de 300 mil habitantes. O ranking é com base no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades.

Poluição nos rios Mas os rios ainda assim sofrem um grande passivo ambiental. Os que mais foram prejudicados são: Rio Atuba, com a maior carga de esgoto doméstico, em seguida, vem o Rio Barigui. Neste rio, é possível cons-

Alguns afluentes do Alto Rio Iguaçu são caracterizados como “poluídos e extremamente poluídos” tatar ligações de esgoto clandestinas e ouvir de moradores das proximidades que é comum verem esgoto sendo despejado, tanto de indústrias da região, quanto de esgoto doméstico. Ainda conforme constatação do Instituto Águas Paraná, “a condição ruim, em termos de qualidade, no corpo principal do Alto Rio Iguaçu, é principalmente influenciada pelos afluentes da margem direita, que drenam a cidade de Curitiba, como os rios Belém, Ivo, Atuba, Bacacheri, Padilha, Barigui, Água Verde, Fanny e Parolin, que são caracterizados como ‘poluídos e extremamente poluídos’, com altos teores de coliformes fecais e matéria orgânica e baixa concentração de oxigênio dissolvido, sendo, portanto, incapazes de manter vida aquática”.

Roberto Dziura Jr.

o professor do Departamento de Hidráulica e Saneamento (DHS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Roberto Fendrich.

Em alguns aspectos do relatório do diagnóstico é usada a palavra alarmante para essa situação. Em cidades como Araucária, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais, que compõem a Região Metropolitana, a coleta e tratamento não chega a 40%, conforme o estudo da Águas Paraná.

Déficit Atualmente, segundo cálculos do professor Fendrich, a Capital tem a vazão de 3,3 metros cúbicos por segundo de esgoto e 10,3 metros cúbicos de abastecimento de água para o consumo da população. Isso gera um déficit de tratamento de esgoto de 5,4 mil metros cúbicos por segundo.

Próximo ao bairro Ecoville, região nobre da cidade, é possível ver ligações domésticas clandestinas “Nós estamos pagando por 8,7”, analisa ao comentar que 85% da tarifa paga à Sanepar para o abastecimento de água deveria ser destinada para o tratamento de esgoto. A Sanepar informou por meio de sua assessoria que tem investimentos à vista para o problema do esgoto. Curitiba deve receber a maior quantia para a coleta e tratamento de esgoto. O montante investido será de R$ 96,648 milhões entre 2011 e 2013. Para Araucária, estão previstos R$ 11,476 milhões; Colombo cerca de R$ 15 milhões; Pinhais terá R$ 5 milhões e São José dos Pinhais ficará com R$ 12,423 milhões no mesmo período. A reportagem procurou a Sanepar para saber onde seriam feitos os investimentos e avaliar a situação do tratamento de esgoto em relação à fiscalização, mas não obteve resposta. Para resolver a questão de saneamento básico é preciso investimentos maciços do poder público, fiscalização e consciência ambiental de empresas e domicílios para evitar as ligações clandestinas, aponta o professor.

Números Índice de Coleta e Tratamento de Esgoto São José dos Pinhais 28,75%

Araucária 29,70%

Pinhais 37,73%

Colombo 18,19% REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 53


culinária&gastronomia

Incrementando a salada Nutricionistas indicam o consumo de legumes e verduras duas vezes ao dia; veja como deixar o prato mais interessante

Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

É

visível que o consumo de saladas está crescendo. O apelo à comida saudável chegou até mesmo nos cardápios de fast food. Um exemplo é a marca Mc Donalds, que agora a oferece como complemento do lanche, em vez das tradicionais batatas fritas. “Para que você tenha uma boa qualidade de vida você não deve dispensar as saladas nas refeições”, enfatiza a nutricionista Michele Moreira dos Santos Rodrigues. Segundo ela, o ideal é con-

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sumir duas vezes ao dia, mas caso não seja possível, uma porção é indispensável. “Não pode ficar sem, pelo menos um pires [por dia]”, afirma. Com o início do verão, essa refeição torna-se opção interessante, por ser leve e ajudar a manter o peso em dia. Mas, apesar de tudo isso, ainda tem gente que não consegue achar graça – ou gosto – em um prato de alface e tomate. Por isso, a Revista MÊS consultou especialistas para mostrar que as saladas podem ser muito mais que um amontoado de folhas.

Bonita aos olhos A principal dica é deixar a salada atraente aos olhos. “É indispensável que a salada seja colorida, atrativa. Porque se não chamar a atenção através da visualização, dificilmente, a

pessoa vai comer”, garante a nutricionista. Ela afirma que seus clientes admitem não consumir salada quando a aparência não agrada.


Para resolver esse problema, o chef Francisco Koehler Neto, do Mabu Parque Resort, dá uma dica. “Em casa, a gente sempre tem umas taças que nunca usa. Pode montar em taça individual. Ou em uma taça grande, um vidro bonito. Com certeza, vai fazer toda a diferença. A gente é atraído primeiro pelos olhos e depois vê se gostou da salada ou não”, garante.

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Brincando com as misturas Outra dica para tornar a salada atrativa é ir além do verde. Muitos ingredientes e molhos podem ser adicionados ao prato para deixá-lo mais saboroso. “Gosto de ver a salada como uma refeição. Acho que tem de ter mais do que folhas. Gosto de trabalhar com frutas, frutas secas, um damasco, uva passas, coisas acessíveis ao paladar, porque em casa você nunca faz só pra você. E a salada é uma coisa que você sempre tem de convencer as pessoas. Você tem de criar um encanto”, diz a chef Gliciara Bueno, do Bella Banoffi.

“Gosto de ver a salada como uma refeição. Acho que tem de ter mais do que folhas”, diz a chef Gliciara

As saladas podem ir muito além da alface. “Berinjela e abobrinha fatiada no forno são as que mais saem no meu restaurante. No caso da abobrinha não precisa descascar nada, só fatiar na espessura de um dedo e da berinjela dá pra tirar umas três marcações da casca e cortar, também, na espessura de um dedo. Colocar direto no forno para assar, sem azeite, nada. Ela fica macia, suculenta e bem douradinha”, ensina Koehler Neto. Para a nutricionista, a mistura garante tanto a baixa caloria, quanto os nutrientes necessários. “O ideal é que você faça um mix de folhas verdes, que praticamente são isentas de calorias. Aí você pode acrescentar as cruas e dar um toque especial colocando uma castanha, nozes, passas, ameixa, que vai dar aquele contraste na salada. Nada em quantidade abundante. É justamente para ser mais atrativa”, ensina.

Colhendo os benefícios Independentemente da escolha, o correto é iniciar a refeição pela salada. “Vai ajudar no processo de digestão. Ela forra e dá aquela sensação de

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Por isso, na hora do preparo em casa, é importante tomar cuidado com o visual. “Quando você come a salada em um restaurante o que atrai? A montagem, a visualização”, lembra Michele.

saciedade e você vai comer menos depois. Talvez no início não sinta a diferença, mas depois você vai perceber”, garante Michele. Segundo ela, o ideal é comer apenas a salada em 20 minutos, que é o tempo em que o corpo demora para mandar ao cérebro a informação de saciedade. Outro cuidado importante é em relação ao consumo de sal. “O recomendado é seis gramas por dia. Segundo as últimas pesquisas, o brasileiro está consumindo de 12 a 13 gramas. Então, tem de evitar o sal extra, porque nos outros complementos já tem bastante quantidade. No verão, as pessoas incham mais. E a grande maioria é pelo abuso de sal”, explica a especialista.

Dica de chefs para uma salada ideal e fácil de preparar Chef Francisco Koehler Neto “Uma salada de maçã com salsão e iogurte natural. Talo e folha de salsão picado grosseiramente. Maçã verde ou fuji a gosto, picada com a

casca. Para o molho: iogurte natural, açúcar mascavo a gosto e licor de cassis. Pode colocar castanha do pará, damasco, uva passas.”

Chef Gliciara Bueno “A alface americana é legal de trabalhar porque traz volume para a salada. Então, uma alface americana, um tomatinho cereja, coloca um manjericão picadinho, azeite de oliva, sal, pimenta, se tiver uma

frutinha corta e coloca uns pedacinhos juntos. Mistura bem, tempera bem e monta sempre de uma maneira que traga volume à salada, que isso que tem encher os olhos e dar vontade.”

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esporte

Perca calorias dançando Academias de ginástica de Curitiba oferecem a dança como atividade física; combinação agrada os alunos, que emagrecem brincando Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

U

ma mistura animada e divertida está invadindo as academias de ginástica de Curitiba. São as aulas aeróbicas de dança. Ao perceber que as pessoas gostam de dançar, mas muitas vezes acabam desistindo por falta de habilidade ou parceiro, como é o caso

da dança de salão, as academias criaram programas que misturam ritmos, sons e coreografias, tornando-se acessível para qualquer pessoa ou idade. É o caso do SH’BAM, do programa Body System, ministrado pela educadora física Renata Arlant, da academia Corpus. “Não é uma aula de dança. É uma aula aeróbica, com

dança. É para perder caloria, se divertir, com músicas que você conhece. É uma aula mais de entretenimento do que qualquer outra coisa”, define a professora. Segundo ela, é possível perder até 700 calorias por hora de aula, dependendo da intensidade do aluno. Uma seleção de músicas, que vai desde Lady Gaga,

Opções Conheça duas opções que misturam dança e exercícios aeróbicos SH’BAM Academia Corpus- www.academiacorpus.com.br 2ª e 4ª feira às 10h30 - Unidade Cabral 2ª e 4ª feira às 21h15 e 3ª e 5ª feira às 18h30 - Unid. Champagnat 56 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

GB Ritmos Academia Gustavo Borges- www.academiagb.com.br 2ª, 4ª e 6ª feira às 11h - Unidade Barigui 3ª e 5ª feira às 9h30 - Unidade Tarumã


Katy Perry e até mesmo Michael Jackson, garante a animação da aula do começo ao fim. “É boa em termos aeróbicos e atrai muita gente. Como são músicas conhecidas, você tem vontade de dançar”, argumenta Renata.

É possível perder até 700 calorias por hora de aula, dependendo da intensidade Essa flexibilidade foi percebida pela aluna Jéssica. “Não exige que tenha um ritmo, você vai ali dançando e quando vê vai deixando levar”. Para Andrea, o tempo de adaptação é bastante curto. “A primeira aula você fica meio perdida, mas depois começa a entrar no ritmo”, diz.

A estudante de odontologia e praticante da aula, Jéssica Halice Noronha, considera o SH’BAM a melhor aula da academia. “Nunca tive ânimo para vir todo dia. A aula é superdivertida, você dança e nem sente, quando vê acabou a aula e já está no alongamento”, afirma a estudante.

Sem contraindicações, as professoras e alunas garantem que essa mistura de

“Não fica uma coisa maçante, porque você está treinando seu corpo, se divertindo junto, sem perceber”, afirma Jéssica. De acordo com Andrea, é uma ótima forma de começar. “Tem mais probabilidade de gostar da aula, porque é mais divertida. É legal para as pessoas experimentarem, até para quem nunca fez academia antes”.

Outra modalidade é o BG Ritmos, oferecido pela Academia Gustavo Borges. “É pura diversão. Você perde caloria e envolve várias capacidades”, frisa a educadora física e professora Tatiane Souza Dias. Para montar as aulas e agradar as alunas de todas as idades, Tatiane mistura músicas de forró, samba, samba enredo, zumba, salsa, zouk, bolero, músicas latinas, entre outras.

Sem restrições Segundo as profissionais, qualquer pessoa pode fazer as aulas. “Às vezes, as pessoas procuram a dança com outra visão, de que precisa aprender uma coreografia. Na academia é diferente”, esclarece Tatiane. Opinião também compartilhada pela professora Renata. “Ela é feita para todos, independentemente da idade, da coordenação. Por isso, é uma aula aeróbica com dança e não uma aula de dança. Aqui você está dentro de uma academia de ginástica. Então, você vai fazer uma aula aeróbia da maneira que você consegue, nos seus limites”.

Roberto Dziura Jr.

Roberto Dziura Jr.

Para a publicitária Andrea Iensen, que também faz pilates, body jump e body combat, o SH’BAM é uma boa opção. “É divertido e ao mesmo tempo perde bastante caloria. É leve, mas está dando resultado”, diz.

dança e exercício físico tem tudo para dar certo. “Mexe muito com o psicológico da pessoa. Muitas pessoas usam a dança como terapia, porque elas se distraem e esquecem os problemas. A dança veio a calhar como prática de atividade física”, relata Tatiane.

Para a educadora física e professora Tatiane Souza Dias, a aula de GB Ritmos é pura diversão


cultura&lazer

A grande atração são os animais Roberto Dziura Jr. - roberto@revistames.com.br

M

icaela Peixoto de apenas 5 anos de idade já tem afinidade com os animais empalhados expostos no Museu de História Natural de Curitiba. Ao lado da sua avó, Carmen Gulin, ela percorre os 450m² do setor de exposição como se estivesse em casa. É lá que ela conheceu alguns animais da fauna paranaense, brasileira e até mesmo mundial. Carmen explica que frequentemente elas passeiam pelo Museu ou caminham pelos 400 metros lineares da mata nativa, onde habitam árvores centenárias que deram nome ao bairro Capão da Imbuia. Este Museu é um dos três espaços existentes em Curitiba onde os animais são a atração principal, os outros dois são o Zoológico, no bairro Alto Boqueirão, e o Passeio Público, o primeiro parque da capital paranaense. Diferentemente dos dois últimos, os animais expostos no Museu e História Natural são taxidermizados (empalhados). Outro diferencial, é que o museu possui uma reserva nativa com 42 mil m², localizada na

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parte não visitável, onde são realizadas diversas pesquisas.

De acordo com a bióloga e chefe da Divisão do Museu, Márcia Arzua, o setor de pesquisa científica possui uma grande coleção de mamíferos, répteis, peixes e invertebrados que são catalogados, estudados e arquivados. Segundo ela, após o incêndio no Instituto Butantan, o Museu curitibano é o mais procurado no Brasil devido a sua coleção de répteis com mais de 20 mil exemplares. Na parte visitável, estão os dioramas (apresentação artística que reconstitui o ecossistema de alguns animais). Segundo Márcia, o Museu contribui ainda com o empréstimo de animais empalhados para a comunidade escolar e atividades para universitários.

Animais vivos Se no Museu de História Natural os animais são empalhados, no Jardim Zoológico de Curitiba eles estão vivos, “bem acomodados e alimentaOs animais empalhados do Museu de História Natural são apresentados em simulação de ecossistema

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Férias à vista; uma boa opção é conhecer os espaços curitibanos que permitem estar próximos dos animais e da natureza

dos”, destaca Manoel Lucas Javorouski, um dos médicos veterinários do local. “Além de uma alimentação balanceada para cada espécie, tratamos os animais como hóspedes, proporcionando o máximo de conforto


Fotos: Roberto Dziura Jr.

O Museu curitibano é o mais procurado no Brasil devido a sua coleção de répteis com mais de 20 mil exemplares possível”. Ainda de acordo com o veterinário, o Zoológico curitibano se diferencia de outros pelo tamanho, são 536 mil m². Prestes a completar 30 anos (inaugurado em março de 1982), as principais atrações do Zoológico curitibano continuam sendo os animais de origem africana, é o que comprovam os alunos do ensino fundamental da Escola Professor Paulo Grott, de Ponta Grossa (PR). Para muitos deles, de um grupo de 35 estudantes, foi a primeira vez que visitaram o local. A satisfação era grande e o que mais agradou foram as girafas e o leão.

Kuhl, que trouxe seu carro para ser consertado em Curitiba e aproveitou o dia ocioso para conhecer o espaço. Para percorrerem os mais de 3 km em torno do parque, de um total de quase 5 km, e visitarem os mais de 300 recintos, o pai e a filha precisaram de cerca de 2 horas, “no mínimo”, acrescenta José Francisco de Jesus, chefe dos 12 tratadores que trabalha no Zoológico desde a sua fundação. Conhecido como Tamandaré, ele lembra que, em princípio, o espaço era para

Já a pequena Camila Kuhl (09), de Rio Negro (PR), estava ansiosa para ver os macacos, “ela só conhece da televisão”, explica seu pai, Marco

Localize-se Saiba onde estão as opções de lazer em que a principal atração são os animais

ser um Parque de Leões, mas com a chegada dos grandes animais do Passeio Público, logo os administradores mudaram de ideia. O Passeio Público completou recentemente 125 anos de fundação. Antigo lar dos grandes mamíferos, o local hoje hospeda diversos tipos de aves, pequenos animais e um serpentário. A atração do local não se limita aos animais. Tem também a vegetação com 400 árvores espelhadas em seus quase 70 mil m².

De acordo com o veterinário Manoel, os animais são bem acomodados e alimentados no Zoológico de Curitiba

Museu de História Natural

Rua Benedito Conceição, 407. Terça a domingo, das 9h às 17h

Passeio Público

Jardim Zoológico

Entre as Ruas Presidente Carlos Cavalcanti, Presidente Faria e Avenida João Gualberto.

Pode ser acessado por dois caminhos – pelo bairro Alto Boqueirão na continuação da Rua João Miqueletto ou por cerca de 6 km pelas Cavas do Iguaçu.

Terça a domingo, das 7h às 20h

Terça a domingo, das 8h às 17h REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 59


moda&beleza

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Além da areia e do mar ‘‘ A moda praia 2012 está mais glamurosa e antenada; estampas digitais e grafismos se misturam com os florais e coloridos de todo verão Mariane Maio - mariane@revistames.com.br

A moda praia não é só a moda na praia, mas é a moda durante as férias”, afirma a personal stylist Débora Mateus. Mais chique e antenada, a moda praia atingiu o status de moda. As mulheres deixaram de lado as saidinhas de canga e estão investindo em vestidos modernos, saias, maiôs e biquínis, que muitas vezes parecem roupa do dia a dia. Os homens também não ficam para trás. O shorts largo e largado deixou de ser a vestimenta principal do vestuário masculino.

“Se falou muito nessa moda resort, aquela tendência mais glamurosa. Hoje, existe a possibilidade de ter moda praia com cores e modelos que você possa continuar o dia, como um maiô que vira um top. E o que existe 60 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

para colocar em cima do biquíni tem modelagens interessantes, tecidos bonitos. Antigamente, as estampas eram muito óbvias e não conseguia essa ligação com outro programa depois da praia”, explica a professora e consultora de moda Manita Menezes.

Estampas e Cores Neste verão, as modelagens não serão o principal destaque. Nas passarelas de areia, cores e estampas devem agradar os mais diversos gostos. “Listrados e coloridos. Essa coisa do tropicalismo. Muita estampa de bicho, animal print, mas não Leopardo, como a gente via no inverno passado, a estampa do bicho mesmo. Muito floral, folhagens, tudo que remete à fauna e à flora brasileira”, é a aposta de Débora.

Para Manita, o tão celebrado color block continuará com tudo no verão. “Usar cores bem primárias, contrastando. Não existe a obrigação de o biquíni ser um conjuntinho. Onde a parte de cima e a de baixo tem de estar conversando 100%. Cada vez mais se assume o biquíni como duas peças, com a possibilidade de misturar estampas e cores, que tenham um diálogo, é claro.” A mudança entre uma estação e outra ficará por conta da mistura dessas cores primárias com as estampas. “Tem muita coisa nova na questão de estampa digital. Acho que a novidade seria essas cores do color block, misturado com as figuras geométricas, as listras e os grafismos. Misturada com uma estampa floral, de bicho, onde as cores conversem”, sugere Manita.


Fotos: Roberto Dziura Jr.

pouco menos cavada. Você fica despojado, mas ao mesmo tempo bacana. Obviamente para um homem que se sente desnudado com a sunga, a bermuda é uma boa pedida”, afirma a personal, dizendo que no caso de optar pelo shorts, deve se escolher modelos mais curtos e slim (fino).

“Você coloca um maiô, uma saia longa plissada, fica bacana para ir pra praia e depois fechar com um happy hour”, afirma Débora dando uma dica de como é possível compor o look praia + sunset (pôr-do-sol). As máxis também estarão com tudo, tanto nas saias, nas bolsas, quanto nos vestidos. E para tapar o sol, os chapéus continuam sendo a melhor escolha. “Os chapéus saíram da praia para a cidade e agora na praia também estão mais glamurosos. Você tem capelines, Débora, personal stylist, aposta nos chapéus para este verão

tanto estilo panamá, que são mais estilosos, quanto os cloches, inspirados na Chanel anos 20”, explica Débora.

Praia também para eles A sunga sempre foi um tabu para a maioria dos homens. Muitos, com vergonha de usá-las, preferiam ficar com pernas brancas em pleno verão. Não que as bermudas deixarão de fazer parte do look masculino, mas Débora aposta em uma mudança. “A sunga é superbacana, mas aquela um

E, para compor um visual pós-praia, a pedida é parecida com a das mulheres. “No caso da bermuda, se for uma bacana, florida ou estampada, uma shirt (camisa) listrada, num cotton de linho, mais leve. Transparência para homem fica bacana, no branco, laranja, verde, lima-limão. Nós vemos muito xadrez, mas eu acho que vale sair um pouco e ir para uma estampa com flores, ou uma camiseta monocromática num azul klein, uma gola V, pra ficar uma coisa casual, sem ficar de mais”, sugere Débora. Nos pés, os homens podem optar pelos chinelos, ou pelos dockside, quando quiserem algo mais elaborado.

Nem tudo pode Apesar do glamour da moda praia verão 2012, nem tudo é permitido, afirmam as especialistas. “Eu acho que tem limite. Um salto alto nunca vai à praia e os materiais que são inadequados, também têm de evitar”, diz Manita. E parece que o salto é um consenso. “Salto tem de tomar cuidado. Nunca pra ir pra praia, obviamente. Se for usar salto em uma festa, coquetel, acho que as espadrilhas podem ser uma solução. E usar sempre salto um pouco menor do que o habitual, do que usa na cidade”, sugere Débora. Outro cuidado é em relação ao brilho. “Dá pra lembrar que paetê não funciona. O quanto mais despretensioso for o look, melhor. Se quiser levar brilho para uma moda praia de final de tarde ou para uma balada, é de repente, o metalizado. Uma saia, ou um top metalizado, com uma calça de linho branco. Fica chique, bacana, sem muito luxo”, garante a personal. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 61


livros do mês

Iris Alessi - iris@revistames.com.br

Turismo Biografia

Autor: Vicente Frare Editora: Pulp Edições

Autor: Milton Ivan Heller Editora: Instituto Memória

Guia Brasil As belezas brasileiras sempre estiveram nos livros e guias turísticos, que acabavam sendo repetitivos em suas opções. O Guia Brasil, apesar de ter versões em inglês e espanhol, além do português, não é somente para estrangeiros. No livro, há diversas sugestões de locais para comer que vão do mais sofisticado restaurante em São Paulo até botequins em Minas Gerais. O leitor também encontra um guia de vinhos nacionais. Outra diferença do material é a apresentação de celebridades locais de diversas áreas como arquitetura, artes, música, design e moda. Para descobrir mais sobre o Brasil, é só colocar o Guia na mala e o pé na estrada para conhecer lugares novos ou até mesmo personalidades regionais.

Valmor Weiss o Prisioneiro da Cela 310 A história do empresário do setor de transportes Valmor Weiss deixou de ser somente de conhecimento da família e amigos. Depois de dois anos de conversas entre o empresário e o jornalista Milton Ivan Heller, os leitores poderão ler como o menino pobre nascido no Rio do Sul (SC) transformou-se num importante empresário do setor de transportes. A narrativa contada por Heller descreve diversos momentos da vida de Weiss, entre eles o tempo em que o empresário ficou preso em uma solitária por mais de um ano após o Golpe de 1964. Nesse período, ele leu mais de dois mil títulos diferentes e decorou um deles: “Os Miseráveis” de Victor Hugo.

Romance Autor: Umberto Eco Editora: Record

O Cemitério de Praga Em seu novo romance, Eco demonstra novamente sua genialidade em escrever tramas engenhosas. O Cemitério de Praga chega ao Brasil depois de trinta anos de um dos maiores sucessos do autor “O nome da Rosa”. A nova obra é um tratado sobre o mecanismo do ódio e uma tentativa de resumo da história do preconceito. Com quatrocentos mil exemplares vendidos no primeiro mês na Itália, o livro causou desconfortos em setores conservadores italianos, sobretudo entre os religiosos. A obra de Eco também relembra Os protocolos dos sábios de Sião, uma das mais marcantes ocorrências de falsificação da história. O livro é um belo trabalho que une história e ficção. Mais uma grande obra de Humberto Eco. 62 | REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011

Crônicas Autor: Luis Fernando Veríssimo Editora: Objetiva

Em algum lugar do paraíso O novo livro de Veríssimo contém 41 crônicas publicadas, em sua maioria, nos últimos cinco anos no jornal O Estado de São Paulo. Todas as crônicas são inéditas em livro e foram selecionadas entre outras 350 escritas pelo autor. Na nova obra, o autor fará o leitor refletir a partir de situações inusitadas e questões atemporais sobre a existência humana em temas como a vida, a morte, o tempo e o amor. Os personagens dessa nova obra de Veríssimo são diferentes e ao mesmo tempo comuns, possuindo a mesma inquietação que alcança a todos.


álbuns do mês

Renato Sordi Colaborou Iris Alessi - iris@revistames.com.br

Rock

Eletrônica

Autor: Foster Gravadora Som Livre

Autor: SBTRKT Gravadora Independente

CD à vista A Banda curitibana Foster já pode começar a pensar em seu primeiro CD e em muito mais. O quinteto foi o vencedor do 5º Pepsi Música, maior concurso de bandas colegiais no País, e conquistou um contrato de um ano com a gravadora Som Livre, gravação de CD e vídeo clip, além da participação no Planeta Atlântida 2012. A banda, que se inscreveu no último dia das inscrições do concurso, surgiu no começo de 2011 e mistura diversos elementos do rock. As influências da banda passam por Beatles, Foo Fighters, Los Hermanos entre outras. Agora é aguardar as novidades que virão dessa trupe local.

Fones para que te quero Vestir fones de ouvido – um dos mais legítimos rituais da contemporaneidade – é essencial para compreender a grandeza do disco de estreia do produtor inglês Aaron Jerome, que se autodenomina SBTRKT (leia-se Subtract). Funciona em caixas acústicas, mas os headphones agravam a estética do álbum: dubstep futurista, imprevisível e essencialmente pop. Flutuam deliciosamente batidas derivadas de drum’n’ bass, porções de R&B e, claro, sintetizadores. Procure Wildfire no YouTube para uma amostra grátis.

Bossa Nova

MPB

Autor: Mallu Magalhães Gravadora Sony Music

Autor: Seu Jorge - Músicas para churrasco vol. 1 Gravadora Universal

De cara com a diversão

Pitanga

Jorge Mário da Silva, o Seu Jorge, deve ter nascido numa tarde de sol e samba, mas não desses sambas refrigerados, regados a chope, em vez de cerveja barata ou cachaça. Entreter é, sem dúvida, o maior predicado de Seu Jorge, e isso fica mais uma vez latente em Músicas para churrasco vol. 1. Não tem firula: churrasco, cerveja, amizade e diversão combinam com samba, funk, MPB e soul, que combina com personagens como A Doida, a Vizinha, Meu Parceiro, a Véia, a Amiga da Minha Mulher etc.

Pitanga, o terceiro álbum de estúdio de Mallu Magalhães, 19 anos de idade, é um disco de sambinhas e bossas. Nele, Mallu esquiva-se do folk e do rock setentista, que marcou seus dois primeiros trabalhos, aos 16 e 17 anos, e descobre-se inspirada em artistas como Luiz Bonfá, Vinícius, Tom, Som Três e Novos Baianos e... Marcelo Camelo, o namorado – e produtor do álbum. Pitanga é um disco de amor, autêntico e espontâneo. Mallu continua a escrever com delicadeza, desenhar o encarte e participar dos arranjos.

Na cena mundial Festival Autor: Lollapalooza Brasil Local: São Paulo-SP

Há dez anos, shows de grandes bandas eram celebradas no Brasil como acontecimentos históricos. A economia derrapava, as oportunidades eram escassas. Em 2012, o Lollapalooza, um dos maiores festivais de música do mundo, desembarca no Brasil. Foo Figthers, Arctic Monkeys, Jane’s Addiction, MGMT, Friendly Fires, Gogol Bordello, entre outras bandas, estão confirmadas e muito esperadas. Agora, o Brasil consta no cenário musical mundial. REVISTA MÊS | DEZEMBRO DE 2011 | 63


Roberto Dziura Jr.

automóvel

Quanto vale a sua segurança? Em muitos casos esse item não tem preço, mas para blindar um veículo de passeio tem; em média R$ 45 mil

ros seis meses de 2011. O número de veículos blindados no Estado aumentou 8,39% em comparação com o mesmo período de 2010. Grande parte dos serviços prestados se aplica à Capital.

Roberto Dziura Jr. - roberto@revistames.com.br

São Paulo concentra 80% dos carros blindados no Brasil, seguido pelo Rio de Janeiro (10%), Pernambuco (2%) e o Paraná (2%). Mesmo que o número aparentemente seja baixo em comparação com a supremacia dos paulistanos, segundo Christian Conde, presidente da Abrablin, o setor de blindagem passa por uma descentralização com a aparição do Paraná (Sul) e Pernambuco (Nordeste) nas estatísticas. “Esses da-

A

pesar de ser item de luxo para maior segurança, blindar o carro tem sido cada vez mais um serviço requisitado em Curitiba. No último semestre deste ano, o Paraná ficou em quarto lugar no número de “carros protegidos”, de acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), nos primei-

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dos mostram que a violência extrapolou os grandes centros urbanos e que a sensação de insegurança está instalada nas mais diversas regiões brasileiras”. O perfil de 65% das pessoas que contratam esse tipo de serviço é de homens. Destes, 22% têm entre 50 e 59 anos de idade. Os carros mais comumente blindados são o Volkswagen Tiguan, o XC-60 da Volvo, o Hyundai Santa Fé e o Discovery, da Landrover.

Blindando um carro Quanto menor for o carro mais barato é o serviço. Em Curitiba, a média


de preço é de R$ 45 mil. No processo de blindagem é agregado ao veículo proteção, como aço balístico e aramida – fibras sintéticas de alta resistência. Os vidros são substituídos por outros com lâminas intercaladas de polivinil butiral, poliuretano, poliéster e policarbonato e, em alguns casos, os pneus recebem dispositivos que possibilitam rodar mesmo com eles murchos. “O processo inicia com a encomenda do vidro personalizado ao tipo de veículo, que pode levar até 20 dias para ficar pronto e mais outros 20 dias para fazer o serviço, é um processo artesanal que envolve mão de obra especializada”, explica o gerente comercial da MS Blindados, Marcos Paulo Cossmann.

Dependendo do modelo, um carro blindado aumenta em até 250 kg o seu peso. “E isso desgasta mais rapidamente algumas peças do veículo”, diz Conde. Por isso, é recomendado revisão da blindagem a cada 10 mil km ou a cada seis meses. Esse serviço custa cerca de mil reais e pode levar até dois dias para ser concluído. Cossmann garante que a dirigibilidade não é afetada com a adaptação e lembra que a recomendação é sempre circular com os vidros fechados: “Os traseiros não abrem e o motorista se comunica externamente por meio de um intercomunicador que permite escutar e falar sem precisar abrir os vidros”.

No Brasil, existem 6 tipos de blindagem. A tipo III-A suporta tiros de pistolas 9 mm e revólveres .44 “O processo de blindagem pode durar até 40 dias e requer mão de obra especializada”, explica Marcos Paulo Cossmann

O Exército Brasileiro solicita uma série de documentos para autorizar a blindagem em um veículo particular

Burocracia Para evitar que pessoas não idôneas utilizem carros blindados existem alguns trâmites legais. Os interessados pelo serviço necessitam apresentar uma série de documentos ao Exército Brasileiro, entre eles, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), certidões negativas criminais da Justiça Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos e Atestado de Antecedentes Criminais. A Câmara de Blindagem Arquitetônica da Abrablin, juntamente com o Exército, são os órgãos responsáveis pela regulamentação, fiscalização e elaboração das normas de blindagem. Além disso, o veículo com blindagem precisa ser informado ao órgão de trânsito estadual.

Fotos: Roberto Dziura Jr.

Hoje, 100% dos serviços realizados pela empresa são de nível III-A. Cossmann explica que existem seis tipos de blindagem, porém a III-A é a mais adequada ao perfil curitibano. “A relação custo/benefício é bem maior nesse tipo de blindagem, que suporta tiros de pistolas 9 mm e revólveres .44 Magnum”, explica. “Existem, ainda, no Brasil, dois níveis de proteção balística, que somente são autorizados em casos específicos”, acrescenta.

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José DAmbrósio

opinião

Malu Nunes

é engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

Sinal de retrocesso

O

Brasil deu um passo em direção ao retrocesso ao longo de 2011 com a aprovação de mudanças no Código Florestal brasileiro em várias instâncias no Congresso Nacional. O projeto de lei foi aprovado no plenário do Senado Federal, agora volta para ser apreciado na Câmara dos Deputados e, na sequência, seguirá para a sanção da presidente. A esperança é que os artigos mais críticos sejam vetados nas últimas instâncias. Caso contrário, assistiremos mais uma vez à conquista de quem destrói com aquela sensação de que, no Brasil, não há punição para quem descumpre a lei, principalmente a ambiental.

quanto tempo? Desaparecidas as áreas de florestas, o que nos sobrará de água potável e solo fértil no futuro? Esgotados esses recursos, como garantir produção e segurança alimentar?

Se o interesse real é trazer mais benefícios para o pequeno e o médio produtor, em vez de adaptar a lei a favor de quem não a cumpriu, o melhor seria criar alternativas para favorecer aqueles que sempre mantiveram suas reservas legais e APPs e contribuíram para garantir a qualidade do ambiente e das atividades produtivas. O próprio projeto de lei que altera o código já prevê o mecanismo de pagamento por serviços ambientais Se aprovada da forma como (PSA) e o Brasil já dispõe de está, a flexibilização da lei iniciativas bem-sucedidas de Com a aprovação das alterações ambiental permitirá novos desPSA, a exemplo do Projeto no Código Florestal, o país assume matamentos. Em relação as reOásis, que premia financeirauma contradição em termos de serva legais, possibilitará a remente proprietários particulaposicionamento político dução de áreas de reserva legal res de terra em regiões de maem alguns estados e dispensará nancial por conservarem suas as propriedades com até quaáreas naturais. tro módulos rurais a recompor vegetação nativa. A anistia proposta privilegia quem descumpriu a lei e penaliza Há, ainda, outra questão. Internacionalmente, o Brasil quem sempre investiu tempo e dinheiro na conservação. assumiu compromissos de elevar a proteção de habitats terrestres e marinhos e de reduzir as emissões de gases As áreas de preservação permanente (APPs) também cor- do efeito estufa, principalmente, as derivadas do desrem o risco de serem descaracterizadas, com reduções nas matamento. Por outro lado, estudo do Observatório do áreas mínimas de proteção e liberação para alguns tipos Clima de 2010, mostra que, com a potencial perda de de cultivo. Além disso, o aumento da ocupação de áreas áreas naturais possibilitada pela alteração no código, há de risco como encostas de morros e margens de rios traz um risco de quase 7 bilhões de toneladas de carbono acumais riscos de deslizamentos de terra e enchentes como as muladas em diversos tipos de vegetação nativa serem tragédias ocorridas nos últimos anos. lançadas na atmosfera. Isto representaria 25,5 bilhões de toneladas de CO2, mais de 13 vezes as emissões do BraTodos esses alertas já foram apresentados aos deputados sil no ano de 2007. e senadores por cientistas, sociedade civil e mesmo por órgão do Governo Federal, mas os parlamentares não de- Portanto, com a aprovação das alterações no Código Floresram a devida importância e se mostraram satisfeitos com tal, o país assume uma contradição em termos de posicioo texto do Código em discussão, infelizmente. namento político: enquanto externamente ele defende a permanência das florestas e outras áreas naturais, internamente Caso sejam sancionadas como estão, essas mudanças até dá um retrocesso de proporções desastrosas não só para o poderão garantir ganhos individuais para alguns, mas por produtor rural, mas para toda a sociedade brasileira.

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Vista panorâmica da Capital do Paraná; uma selva de pedras

Luis Fernando Robes Sviech

Caso queira ver também sua foto publicada na coluna Fotograma. Participe enviando sua imagem em alta qualidade para o e-mail: leitor@revistames.com.br

FOTOGRAMA


dor M

mbarga

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uritiba /

81 / C otta, 29

-1303

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