BRASIL | SETEMBRO - NOVEMBRO 2013 #3 | R$ 15,00
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O • EDI IÇÃ ÇÃ ED O
a t l A – – CAPA – –
m e T A r e P a R tU
Por Tavinho Costa | Edição de Moda Mário Araujo | Styling Betina Bernauer e Cinthia Kiste | Beauty Leila Turgante
Em um mundo cada vez mais sem fronteiras, peças de moda praia invadem as ruas e ganham status de “roupa”. Chiques e modernas, com uma pegada ultra urbana, transformam looks estáticos (de escritório) em pura poesia! 3
Macac茫o de seda Neon; acess贸rio de cabelo Juliana Jabour (em todas as fotos); adesivos de unha Sephora (em todas as fotos).
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Biquíni Lygia & Nanny; calça de couro Gloria Coelho.
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Página direita: Jaqueta de couro sintético Ale Brito para Das Haus; biquíni Blue Man, óculos Prada para Luxottica.
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Blusa de tule bordado Gloria Coelho; hot pant Lygia & Nanny; cinto de couro Ellus; scarpin Christian Louboutin.
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Chapéu de acrílico Neon; legging de elastano e couro Gloria Coelho; scarpin Christian Louboutin.
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Mai么 C&A; saia de tric么 Coven; cinto de metal Isla.
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Calcinha do biquĂni MOS; Brinco/Colar de metal Neon; scarpin Schutz.
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Mai么 Neon; 贸culos Emporio Armani para Luxottica; sand谩lia Sacada.
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REALIZAÇÃO Fotografia: Tavinho Costa Concepção e Edição de Moda: Mário Araujo Styling e Produção de Moda: Betina Bernauer e Cinthia Kiste Beleza: Leila Turgante @ Capa MGT Modelo: Najla Branco @ Mega Model Locação: Museu Casa Modernista
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Maiô Neon; colete de pelo sintético Morena Rosa.
– – TEMA DA EDIÇÃO – –
Orgulho Nacional
Referência no exterior, a moda praia brasileira é imbatível e faz cada vez mais sucesso fora do País Por Bianca Zaramella
Apesar de não ter sido criado no Brasil, foi em terras tupiniquins que o biquíni encontrou sua morada ao sol. De peça que provocava escândalos na sociedade em 1950, foi promovida a símbolo nacional e hoje circula mundo afora com status “made in brazil”, movimentando, só em 2012, US$ 2,3 milhões, fruto de 7.418 toneladas de peças confeccionadas entre biquínis, maiôs e sungas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção – ABIT. Se considerarmos que cada “look” não leva mais que poucos gramas de tecido, é uma quantidade de peças que não acaba mais... “Nossas coleções sempre chamaram a atenção dos estrangeiros por estarem associadas às riquezas e belezas naturais que o Brasil possui: seu litoral exuberante e o lifestyle das nossas cidades litorâneas, principalmente o Rio de Janeiro. Acredito que a divulgação de nossa moda praia só tende a crescer, graças ao destaque que o Brasil vem tendo internacionalmente e aos grandes eventos que o país sediará em breve, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas”, destaca Waldemar Iódice, presidente da Associação Brasileira de Estilistas – ABEST. Esse sucesso cada vez maior faz com que instituições como a ABEST pensem em como promover internacionalmente esse setor em franca expansão. Em março, por exemplo, o +Beach Brasil, showroom promovido pela instituição, esteve pela primeira vez na China e participou da ENK Mode Shangai, que resultou em grande interesse dos compradores asiáticos e bons negócios para as grifes que foram selecionadas para essa primeira ação por lá. Com o resultado positivo, a instituição planeja novas ações para o mercado chinês, bem como para outros países, como Estados Unidos, Portugal e Japão. “Nos Estados Unidos, apoiamos em agosto, uma feira na Califórnia chamada Swim Collective – participamos com 13 marcas –, além do Swim Show, em Miami, em julho, a mais tradicional do setor no país, na qual conseguimos levar 19 marcas, número recorde”, comemora Waldemar. São iniciativas como essas que ajudam e incentivam o mercado. 17
OUTRAS PRAIAS Uma das marcas brasileiras mais consagradas internacionalmente é a Cia Marítima, de Benny Rosset, considerada a maior empresa do setor na América Latina. Com 1.000 pontos de venda no Brasil e 500 no exterior, exporta para todo o continente americano, além de Europa e Ásia. Sua produção alcança o número de 1,5 milhão de peças por ano, sendo 10% destinada ao mercado internacional. A Cia Marítima pertence ao Grupo Rosset, a maior tecelagem produtora de tecidos com lycra do Continente Sul Americano, e ganha pontos ao utilizar essa expertise como base para o desenvolvimento têxtil de suas coleções. Tanto sucesso revela a calorosa recepção das consumidoras de outros países a produtos de origem brasileira. Para Paola Robba, estilista da marca Poko Pano e uma das primeiras convidadas para desfilar na Semana de Moda de Miami, a iniciativa de levar marcas brasileiras para o mercado externo sempre gera ótimos resultados. “Escolhi moda praia por uma questão de identidade. Amo estar na praia, gosto de sol e desde pequena passei minhas ferias ao lado do mar. Minhas coleções refletem brasilidade em cada detalhe, desde as estampas coloridas até os acessórios mais artesanais. Um outro segredo é a nossa modelagem, sempre muito sensual. Isso realmente conquista o mercado”, disse. Água de Coco
Além do profundo interesse do mundo pela moda praia brasileira, exportar é uma questão de saúde vital para as empresas do setor. “A questão da sazonalidade da moda praia é chave para que as empresas deste segmento olhem para o exterior de forma mais estratégica. Nos últimos anos, temos percebido o crescimento das coleções cruise e resort, cada vez mais relevantes nos pedidos dos compradores internacionais e no guarda-roupa de férias do consumidor”, destaca Evilásio Miranda, gerente do núcleo de moda e design do Texbrasil – Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira criado pela ABIT em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex-Brasil.
Efeito criativo e tecnologia Por ser o país que mais fabrica e consome esse tipo de roupa, o Brasil avançou em tecnologia e modelagem ao longo dos anos. A cada semestre, a moda praia conquista mais espaço, agregando tecnologia para produzir tecidos cada vez melhores. A partir do início dos anos 2000, cortes a laser e proteção contra raios ultravioleta foram incorporadas às modelagens de inúmeras marcas. Tecidos, aviamentos e estampas exclusivas também colocam o país como maior lançador de tendências nesse segmento. Victor Dzenk
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Biquíni Jeans Blue Man
David Azulay
Jeans na praia Considerado por muitos como um dos criadores mais importantes da moda Sharon Azulay
praia no Brasil, David Azulay era um carioca com mais de 40 anos de areia da Blue Man começou na mística Ipanema dos anos 70, após o estilista
Boa leitura
desembarcar no Rio de Janeiro em 1967, para fugir do marasmo de Belém.
1. Por que um blog especializado em moda
Tinha apenas 12 anos e vinha acompanhando de Simão Azulay, seu irmão
praia? – Além de ser apaixonada e frequentadora
mais velho que, depois de um tempo em terras cariocas, começou a costurar
assídua da praia, sempre acreditei no beachwear
e vender botons na praia de Ipanema. Um dia, David, que ajudava o irmão,
nacional como nosso grande trunfo no mercado
recebeu uma encomenda endereçada a Simão: dois biquínis feitos de jeans.
externo. Temos estilo de sobra quando o assunto
e uma ideologia para a sua marca: “ser brasileira e ipanemense”. A história
é biquíni e por isso somos referência lá fora. Pra David “sequestrou” a encomenda e saiu andando pelas ruas do Rio com os
mim, em qualquer praia é possível perceber de
biquínis. Em apenas uma tarde, batendo de loja em loja, vendeu 1800 peças.
longe um biquíni brasileiro por conta da modela-
Um biquíni feito de jeans, o tecido “jovem”, era exatamente o que aquele
gem criativa, da estamparia vibrante, da exuberân-
momento exigia. Os biquínis venderam como água, mas logo apresentaram
cia e sensualidade que a gente tem forte por aqui.
um grande problema: mal passavam das canelas das mulheres. David decidiu
É inegável que existe uma identidade.
que encontraria uma maneira de fazer o modelo dar certo. Passou tardes fazendo provas com amigas, mas o resultado era sempre o mesmo, ou ficava
2. Quais suas perspectivas para o futuro do
muito apertado, ou frouxo demais.
mercado? – Sou super otimista, pois percebo um interesse cada vez maior dos estrangeiros no que
Conversando com um amigo, mostrou o biquíni a ele, que lhe deu uma ideia:
produzimos aqui. Sempre recebo e-mails de leito-
cortar a lateral e fazer um laço, adaptando-o a qualquer corpo. Foi assim que,
res internacionais em busca de informações sobre
despretensiosamente, nasceu um dos maiores ícones da moda praia mundial
as marcas, onde comprar, quem está por trás, etc.
- o biquíni de lacinho.
E apesar de todos os nossos problemas econômicos e políticos, ainda sinto um grande número de
No verão de 1971, a novidade era o biquíni jeans, que virou símbolo de uma
pessoas com enorme simpatia pelo país
inovadora marca que acabava de nascer: a Blue Man. Em seguida, as praias foram tomadas pelo modelo, tendo o seu auge quando a musa do momento
3. Como surgiu a ideia do blog? – O Beachstyle
Rose Di Primo se deixou fotografar usando a peça.
nasceu da minha vontade de criar um blog de moda sem os famigerados “looks do dia” que
Idealização da beleza brasileira, Rose deu aval para a nova marca que surgia.
dominam a blogosfera. Há tempos que eu vinha
Nos verões seguintes, outros modelos da Blue Man dominaram as areias
procurando uma lacuna nesse mercado e fiquei
e o sucesso da marca continua até hoje. Ao longo dos anos, a empresa se
surpresa ao perceber que num país com litoral tão
modernizou, mas sempre manteve a mesma energia e criatividade de seu
extenso, ainda não tínhamos nada especializado.
início, há quase 40 anos atrás. Blog: beachstyle.com.br David Azulay faleceu no dia 9 de fevereiro de 2009, em sua casa, na cidade de Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro. Ele sempre acreditou que a moda praia era um dos meios mais importantes de identificação e divulgação da cultura brasileira. Seu legado hoje segue sob o comando de sua filha, Sharon Azulay, que assumiu a direção geral da empresa no início de 2011. Seu primo, Thomaz Azulay, filho de Simão, está à frente da equipe de estilo. Juntos, eles reeditaram um ícone da marca nesta coleção de Verão 2014, que teve como tema O Império Tropical do Brasil: o biquíni jeans.
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Facebook: facebook.com/BEACHSTYLE.BRASIL
– – QUEM SOMOS – –
NOVOS INTEGRANTES
Bianca Zaramella Formada pelo Instituto Europeu de Design de Milão e assídua das passarelas nacionais desde 1997, a jornalista Bianca Zaramella acompanha o desenvolvimento do setor no Brasil com a coberturas dos principais eventos da moda brasileira. Em Milão trabalhou na revista Mood e foi stylist de publicações como Grazia e Io Donna. Por aqui, reporta as principais notícias de moda, além produzir muitos dos principais editoriais da revista IstoÉ Gente. Paralelamente, toca o site Pessoa Chique!
3ª edição independente
Gabriela Germano
Julliane Silveira
Menina do interior, formou-se na Unesp Bauru mas foi encarar a vida profissional no Rio de Janeiro, cidade que sempre a seduziu. Gosta da brisa e do mar, mas seu sotaque com o “r” puxado não a deixa esquecer as suas origens. Trabalha com cobertura de televisão e edita uma revista semanal sobre o assunto em um grande jornal carioca. Por isso, vive rodeada de artistas. Mas gosta mesmo é de se divertir com seus amigos anônimos.
Jornalista com dez anos de carreira, já colaborou com os principais veículos de comunicação do país. Trabalhou por quatro anos na Folha de S. Paulo, como repórter e pauteira do caderno semanal Equilíbrio e da página diária de Saúde, além de escrever com regularidade para publicações, como Revista saopaulo (da Folha de S.Paulo), VejaSP, Saúde!, Crescer, Galileu, entre outras. Ganhou o Prêmio Folha de Jornalismo de 2008.
OS DE SEMPRE
COLABORADORES DA #727
Najla Branco Modelo desde sempre, começou a trabalhar aos 16 anos e nunca mais parou. Como toda new face, chegou a São Paulo e logo foi mandada para a Ásia. Com o desenvolvimento da carreira, passou a frequentar constantemente as principais capitais da moda, como Nova York, Paris, Londres e Milão. Hoje, veterana, diz que a melhor parte da profissão é viajar e que não poderia ser mais feliz fazendo outra coisa. Entre os destinos mais lindos e exóticos, destaca a Tailândia, Hong Kong e a Malásia.
Rafael V
Betina Bernauer e Cinthia Kiste
Econom ita ista
Styling
Ana Clara Garmendia
osta Tavinho C
Fotógrafa
s igue Rodr a s í Ma sta ali Jorn
Lívia Andrade
Jornalista
Fernando Tucunduva
Designer
Ma
Leila Turgante
Fotógrafo
riana Designe Eller r
Mário Araujo Jornalista
Make-up artist
Vivi Haydu
Publisher
Para conhecer mais detalhes sobre a equipe da TEXTIL MODA, visite: facebook.com/textilmodamagazine
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– ––CARTA – TEMADOS DA EDIÇÃO EDITORES – –– –
A terceira edição da TEXTIL MODA tomou emprestado o título do filme de 1966 de Bruce Brown “The Endless Summer” para narrar as aventuras fashions de um País que tem no verão a sua grande força, com estilistas que fazem da moda praia o seu grande diferencial e conquistam semanas de moda ao redor do mundo – dos Estados Unidos à grande China. Mapeamos a moda praia brasileira, conversamos com os principais formadores de opiniões e entidades, além de estilistas, para entender o que vem sendo feito nessa seara e o que representa essa exposição de marca para a moda nacional. De quebra, reportamos em nossas páginas um mercado que anda bem junto com o do beachwear e vem registrando números expressivos de crescimento, apesar de toda crise do setor, o de lingeries. Dando continuidade à cobertura de beleza, é com prazer que anunciamos nessa edição a parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmético, a Abihpec, mostrando nosso comprometimento com esse segmento que é tão vital para a moda. Falando em comprometimento, imagens da capa e do editorial principal da nossa segunda edição navegaram nos blogs de moda mais importantes do mundo mostrando o que vem sendo feito no Brasil. É o mundo curioso pelo “Made in Brazil” e nós felizes pela repercussão internacional da publicação. Quem também deu um rasante pelo mundo foi nossa diretora de redação Vivi Haydu, que passou por países como França, Turquia e China, importantes centros fashions e têxteis, divulgando a moda brasileira por meio das páginas da TEXTIL MODA. Team work, well done! Assim como no filme citado acima, a moda brasileira viaja o mundo procurando o verão eterno, onde consiga produzir bons resultados e pegar a onda ideal. Estamos aqui para dar as pistas, oferecer insights, ajudar a moda nacional a seguir o seu caminho. Boa leitura! Mário Araujo e Mariana Eller 21
Capa d a TEXTIL 2ª edição da MODA
de verão Campanha y Niemeyer nn Le 2014 –
#3 3 17 20 21 22 26 28 30 33
Editorial – ALTA TEMPERATURA Capa – Orgulho Nacional Quem somos Carta dos editores Entrevista – Lenny Niemeyer Materiais – Couro Inspiração – Rio de Janeiro Holofote – Isabel Marant Profile – Dudu Bertholini
34 Boas Compras – Beleza 35 Cartela de cores – 42 43 46 48 49 50
Balangandãs Tropicais Boas compras – BIJOIAS Especial – Lingerie Tendências – Verão 2014 Internacional – Verão 2014 Infográfico – Raio-x Beleza EVENTOS
52 Minas Trend 54 Casa de Criadores 56 Novos talentos – Cacau 61 64 73 74 76 78 80 81 84 86
Curtas Moda de rua – Summertime Música – Geanine Marques Ponto de venda – GANT Design – Gilberto Salvador Cultura – Inhotim Arquitetura – Casa Modernista Gastronomia – Tipo Exportação Quadro de Inspiração Guia da TEXTIL
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– – ENTREVISTA – –
Ela junta o melhor do Rio e de São Paulo. Paulista de Santos, Lenny Niemeyer adotou a Cidade Maravilhosa como casa em 1979 e nunca mais abandonou esses mares. Deixou-os mais elegantes, isso sim. Criou uma grife de moda praia que leva seu nome e que virou sinônimo de sofisticação. Apesar de trabalhar incansavelmente em suas criações, não abre mão dos almoços de domingo com a casa aberta aos amigos e, por isso, também ganhou fama de boa anfitriã. Na entrevista a seguir, Lenny antecipa o que vai dominar sua coleção inverno 2014, fala da mudança de perfil da mulher e consumidora brasileira e conta quem gostaria de ter a honra de receber, confira:
LENNY. NIEMEYER Por Gabriela Germano
O primeiro biquíni que você confeccionou foi feito em casa, depois de comprar osso no açougue para fazer uma argolinha. O que mudou daquela Lenny criativa, que desenvolvia as peças para presentear amigas, para essa Lenny que virou referência na moda-praia e conhecida em todo o mundo? / Passados 20 anos, me tornei gestora e empresária do meu pró-
prio negócio, além de diretora criativa da minha marca. Meu trabalho está baseado em estudos, pesquisas, aprendizados, uma equipe de profissionais que trocam experiências, dúvidas e sugestões o tempo inteiro. O que nunca mudou daquela Lenny foi a busca pelo novo e por desafios do mercado. 23
Sua marca e seu estilo têm tanto a ver com o Rio e com o espírito carioca, que muita gente se esquece que você é paulista. No que você é mais carioca? No que você é mais paulista? / Sinto que absorvi as duas culturas naturalmente, mas os mo-
mentos em que me sinto mais paulista é quando recebo meus amigos e pessoas queridas em casa. Adoro, é um prazer enorme que repito uma vez por semana, exatamente como meu pai fazia durante a minha infância e adolescência. E me sinto carioca legítima quando me deparo com o mar e as paisagens do Rio e sinto como se fossem vitais para mim. Não vivo sem. O Rio, que você tanto exalta em suas criações, se prepara para sediar Copa e Olimpíadas. Já foi também a cidade da Bossa Nova, é cenário de novelas... Apesar dos problemas, a cidade sempre estará na moda? / Não diria que o Rio está na moda, o Rio tem estilo próprio e isso
não se perde nunca. Sua marca é sinônimo de sofisticação. O que é ser elegante na praia? Que erro é imperdoável nesse espaço tão democrático? / O comportamento discreto faz uma mulher elegante. A maneira
anha la a camp ber estre e arca W m e a d lin A 2014 de verão
de andar, falar, se comportar. Uma mulher sem excessos se faz elegante com mais facilidade.
“
do amento t r o p m O co m e vive e u q o ir e : brasil s é esse a e n â r o lit cidades verão o o r a r a c a o de en nos torn o s s I . o ano tod o com iss e , s e t n e difer se torna a d o m nossa te. eressan t in is a m
Até Nicole Kidman já se apaixonou por suas criações. O que faz sua marca se destacar entre outras produzidas no Brasil, país referência nesse mercado? / Acho que minha cliente preza pelo conforto, pela boa modelagem
e foi aí que me especializei, investindo também em estampas, que são consideradas uma marca registrada das minhas criações. Há alguma linda mulher que você gostaria de ver usando suas peças? Qual é a mulher que combina perfeitamente com e estilo Lenny? / Kate Blanchett. A mulher com personalidade, atitude e que não
se preocupa em estar na moda tem a cara da minha marca. Você abriu sua primeira loja em 1995. Como vê as mudanças nesse mercado de lá para cá? O perfil das consumidoras mudou muito? / Quando comecei, a moda praia era biquíni e canga, não havia
muita concorrência. Hoje em dia, as mulheres procuram o pós-praia também, e não apenas encontrar os biquínis da estação. 24
“
Por isso você também investiu em outras linhas, com peças e acessórios. As mulheres, definitivamente, se preocupam em ir para a praia produzidas? / Nossos acessórios já são procurados e reconhecidos com o DNA
da marca. Proponho umas bijus versáteis, que podem ser usadas tanto ao dia quanto à noite. Para a praia mesmo, eu não sou muito adepta dos acessórios. As formas da mulher brasileira mudaram muito nas últimas décadas. Mais conhecidas pelo bumbum naturalmente grande, elas passaram a investir nos seios mais volumosos. Antes com formas mais femininas, muitas passaram a adotar o estilo marombado. Como isso influencia a sua produção? / Não afetou muito, mas o aumento dos volumes dos seios, por
exemplo, provocou um ajuste da modelagem brasileira com a americana. Mas nada que causasse conflito com minhas criações primárias. Estampas, cores, texturas diferenciadas... No que você já está pensando hoje para a coleção que vem amanhã? / Estou sempre pensando e trabalhando a coleção de amanhã.
Neste momento (setembro de 2013), estou finalizando o inverno 2014 para apresentar no showroom de atacado, apresentando marinho, verde militar e pontos de luz amarelos. Por que a moda brasileira seduz tanto? / A moda praia brasileira seduz porque é
algo que dominamos com naturalidade o ano inteiro. O comportamento do brasileiro que vive em cidades litorâneas é esse: o de encarar o verão o ano todo. Isso nos torna diferentes, e com isso nossa moda se torna mais interessante. Naturalmente bem resolvida.
Qual é a praia ideal de Lenny Niemeyer? / As praias do litoral brasileiro, de norte a
sul. Elas são imbatíveis não só pela beleza natural mas pelo astral.
Além de ser referência na moda, você é sinônimo de bem receber. O que é essencial para receber bem as pessoas em casa? / Receber de maneira descontraída, fazendo o possível para que
as pessoas se sintam à vontade, se sintam em suas próprias casas e que haja conexão natural entre os convidados. Procuro proporcionar isso, sempre. Você recusaria receber alguém em sua casa? / Jamais. Para quem você adoraria preparar o seu famoso almoço de domingo e ainda não teve oportunidade? / Frida Giannini, designer da Gucci, por ter me recebido de uma
maneira incrível em Roma. 25
yer, Nieme Lenny 2014 Verão
– – MATERIAIS – –
O C U O R Material típico do inverno, o couro ganha as passarelas nacionais em várias opções para o verão graças ao desenvolvimento tecnológico do produto, que permite várias aplicações, como estampado, recortado a laser, rendado, matelassado, entre inúmeras outras variações.
Por Rafael Vita Fotos: Agência Fotosite/Divulgação Oh, Boy!
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ito Ale Br
Patrícia Vieira
Patríc ia Mot ta
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Colcci
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– – INSPIRAÇÃO – –
RIO lifestyle
dos sonhos Por Gabriela Germano
Retrato despretensioso da moda nacional vira livro e ganha o mundo pelas mãos da jornalista Marcia Dsistzer
Todos querem banhar-se nestas águas e provar deste sol. O Rio de Janeiro sempre ditou moda, e o estilo de ser do carioca povoa o imaginário de brasileiros de outros estados, além de seduzir os estrangeiros. Não é à toa que o livro “Um mergulho no Rio”, da jornalista especializada em moda Marcia Disitzer, causou burburinho ao ser lançado aqui e atravessou fronteiras. Convidada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, a Abit, a autora fez sucesso com sua publicação na Miami Swim Show, uma das maiores feiras de moda praia do mundo. “Existe muito interesse internacional pelo que o Rio produz. Eles têm uma imagem idealizada de nós, carregada de simbologia. Um fim de tarde no Arpoador, algo que a gente tem o prazer de vivenciar, é realmente um momento mágico. Todo mundo quer comprar um pouquinho disso”, exemplifica Marcia. A obra, editada pela Casa da Palavra, faz uma viagem deliciosa pelos mares e areias da Cidade Maravilhosa de 1900 aos anos 2000, e é recheada de entrevistas, belas fotos e histórias curiosas. “Um depoimento interessante é o da jornalista Germana de Lamare. Ela lembra de um episódio em que encontrou Fernando 28
Moda da praia em Ipanema nos anos 1950
Gabeira em Ipanema, em 1969. Eles eram muito amigos, estavam ali sempre juntos, mas naquela ocasião ele a destratou sem explicação, deixando-a falar sozinha. Poucos dias depois, Germana teve a notícia do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick, em que Gabeira estava envolvido. Ele a evitou para poupá-la. Mas esse acontecimento mostra como a praia é cenário de tudo no Rio. Até quem está planejando um sequestro vai tomar um banho de sol antes”. Desde o clássico surgimento da Bossa Nova, no fim dos anos 50, até reações inimagináveis para os dias de hoje, tudo é relatado de forma leve e despojada. “A atriz Carmem Verônica protagonizou um momento engraçado. Ela tirou o roupão no Leblon e ficou apenas de biquíni em plena década de 1950. Juntou tanta gente pra ver e falar que ela desistiu e foi embora para casa constrangida”, recorda Marcia. Mais do que uma garota de Ipanema, que desde pequena se divertia pulando ondas com a mãe, Marcia é uma observadora. “O Rio sempre influenciou e continua influenciando a moda e o comportamento. É um lugar de vanguarda, que exporta seu lifestyle. Na minha ida a Miami, reparei, por exemplo, que lá as meninas andam só de biquíni pelo calçadão. Para uma carioca isso é impossível. São pequenos detalhes que fazem a mulher do Rio ser diferente. Ela tem uma descontração ao se vestir, mistura peças com frescor. Valoriza sua beleza natural e não vai maquiada ou com muita bijuteria para a praia, como às vezes vemos em outros lugares”, diferencia a autora. Os altos e baixos da cidade obviamente respingaram na moda e o apogeu e a crise no mercado fashion do Rio não ficam de fora das páginas. “Depois dos anos 1970, o Rio era o polo do Brasil nessa área. As pessoas vinham em caravana comprar roupas na cidade. Mas chegou a década de 1980, começamos a ter problemas econômicos, a violência estourou e, apesar de várias marcas bacanas terem surgido nessa época, experimentamos um declínio. Na década de 1990 ainda vieram os arrastões e a imagem carioca ficou completamente arranhada. Paralelamente, São Paulo se fortaleceu nessa área com uma galera muito talentosa. A força do mercado paulista é grande, mas a curiosidade de quem é de fora pelo estilo de vida do Rio é ilimitada. A Osklen, por exemplo, sacou isso muito bem e transformou esse estilo em negócio”. Incansável, Marcia já planeja rumar das praias para os morros do Rio. Seu próximo livro, em fase de pesquisa e captação, pretende mostrar o que usam as meninas das comunidades da cidade e como o comportamento delas e as peças que usam têm influenciado as garotas e grifes da Zona Sul. “Há tempos tenho notado uma inversão. Marcas consagradas estão bebendo nessa fonte também. Se notarmos bem, todas as novelas hoje trazem uma personagem morando na favela que faz o maior sucesso e 29
dita moda. É uma influência que começou ainda nos anos 1990, com a tão falada calça da gang (famosos modelos justíssimos de calça jeans com cintura baixa). Onde elas compram essas roupas? Adaptam? Costuram? A verdade é que elas já criaram uma estética muito popular”. Até na praia, é possível notar as particularidades desse grupo. “As meninas do morro não tem neura com o corpo, não querem estar magrinhas. Muito pelo contrário. Um pouquinho de gostosura aparecendo é fundamental. Enquanto as nascidas na Zona Sul são magras e querem usar uma peça maior, retrô, as moradoras das comunidades são mais cheinhas mas usam biquínis pequenininhos”, compara Marcia. Essa próxima empreitada será a quarta publicação da jornalista, que antes de “Um Mergulho no Rio”, escreveu “A Moda Como Ela É”, em 2006, e “Delícia Receber”, da estilista Lenny Niemeyer. Há 11 anos é editora de moda do jornal O Dia. Banhistas em Ipanema na década de 1970
Fotos Isabel Marant / Divulgação
– – HOLOFOTE – –
Isabel Marant para H&M Por Mário Araujo
Estilista francesa é a escolha da gigante rede fast fashion para sua parceria anual Responsável por lançar hits fashions, como o sneaker de salto embutido e as jaquetas e camisas com pegada western, a francesa Isabel Marant, uma verdadeira máquina de criar roupas e acessórios que se tornam rapidamente fundamentais para as mulheres mais descoladas do planeta, foi a escolha da H&M para assinar sua coleção de outono 2013. Como já faz há alguns anos, a gigante sempre convida um estilista ou marca de renome internacional para colaborar, tornando a parceria uma verdadeira ação de marketing. Brands poderosas como a Versace, a Marni e a Lanvin já emprestaram seu prestigiado nome para a H&M.
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Agora é a vez de Isabel Marant! Fáceis, usáveis e atemporais, suas peças brincam com os limites predeterminados do guarda-roupa tradicional feminino, deixando um ponto de interrogação ao olhar do observador, por criar diálogos improváveis, como o do casual com o festa, do esporte com a alfaiataria, do rural com o urbano e assim por diante. Isabel faz roupas e acessórios que complementam a personalidade marcante das mulheres que os usam e não o contrário. Nunca uma criação sua se destacará mais do que quem a veste. Seguindo esse DNA, chega às araras da H&M em todo o mundo, cerca de 250 lojas, no dia 14 de novembro, a coleção assinada pela estilista, que terá três linhas: uma feminina, outra para adolescentes e, pela primeira vez, uma para os meninos. “A coleção que vou desenvolver para a H&M busca trazer algo real, que as mulheres querem usar em suas vidas cotidianas. As peças trazem um ar despretensioso, que é muito parisiense. A coleção é permeada por peças fáceis, mas que imprimem muita atitude. Além disso, tudo pode ser misturado seguindo o instinto. Para mim, moda tem tudo a ver com personalidade.”, destaca Isabel.
Essa brincadeira chamou a atenção dos amigos. Aos 15 anos eles já pediam para Isabel reproduzir as mesmas peças que usava. Nessa época, sob influencia do amigo Christophe Lemaire, criou uma pequena coleção para uma loja de Paris. Assim, meio que por acaso, começava o embrião de uma carreira de sucesso. Mas isso só aconteceria mais tarde... Depois de estudar Design na renomada escola de moda Studio Berçot, em Paris, Isabel foi aprendiz do estilista francês Michel Klein, colaborou com Bridget Yorke em duas coleções para a Yorke & Cole e foi assistente do diretor de arte Marc Ascoli, com o qual desenvolveu projetos para Yohji Yamamoto, Martine Sitbon e Chloé. Sua estreia oficial no mundo da moda aconteceu precocemente, em 1989, com uma coleção de maxi acessórios. Cinco anos mais tarde lançaria sua primeira linha completa de roupas, já sob a etiqueta Isabel Marant. No processo de criação, algo que já havia chamado à atenção dos amigos e despertado o interesse de seus primeiros compradores: peças criadas para si mesmo, que lhe despertava um certo desejo de compra. Verão 2012 Campanha de inverno 2010 com Kate Moss
Um pouco de história... Filha de um fotógrafo francês e de uma modelo alemã, o ambiente criativo sempre fez parte da vida da estilista francesa. “Meu pai é de uma família de fotógrafos e minha mãe era modelo, então eu cresci em um ambiente muito criativo e elegante. Lembro-me de minha mãe vestindo Kenzo na década de 1980”, conta Isabel em entrevista exclusiva à TEXTIL MODA. “Incrivelmente chique e sofisticada, o total oposto de mim naquela época”, completa. O desleixo aparente (meio grunge, meio tomboy) era propositalmente pensado pela estilista, que sempre transformava as roupas compradas por seus pais em outras bem mais interessantes que as versões oferecidas pelas lojas. “Meus pais compravam roupas que eu odiava. Eu esperava eles darem as costas para transformá-las em algo que poderia usar”.
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top models como Kate Moss e Gisele Bündchen, entre outros nomes importantes da moda, como Victoria Beckham, Emmanuelle Alt e Dakota Fanning são regularmente vistas usando as criações da estilista. Workaholic, Isabel diz que o sucesso não mudou em nada sua vida e que raramente é reconhecida nas ruas. Trabalha de segunda a sexta das 8h às 22h e o pouco tempo livre que tem passa com seu filho, Tal. Os finais de semana também são dedicados à família e a residência ecológica de campo nos arredores de Paris, onde não existe nem água encanada nem energia elétrica.
Alek Wek com look criado pela estilista para H&M em festa de lançamento da coleção.
“Se eu criar um par de calças, um casaco ou um vestido, a roupa tem que ser funcional. Eu sou meu primeiro cliente, eu preciso provar tudo para saber como está e tenho que realmente gostar das roupas que crio. Sou muito honesta e tenho uma relação muito direta com tudo o que desenvolvo”, explica. “Acredito que as mulheres querem ser atraentes, mas sem se sentir exageradas e prisioneiras de suas roupas. Estou preocupada em criar peças reais, que você deseja manter por anos e anos em seu guarda-roupa e sempre vai querer usar e não algo que vá jogar fora em seis meses”, completa. Esse conceito, que resgata os valores das francesas na hora da compra – qualidade é mais importante que quantidade –, atraiu a atenção de mulheres de todo mundo e fez com que a marca de Isabel virasse sinônimo do modo de vestir das it-girls parisienses. Estrelas de cinema como Kirsten Dunst e Katie Holmes,
Interior da loja da estilista no bairro do Marais, Paris.
Apesar disso, Isabel gosta muito do que faz e entende sua responsabilidade no processo. “Com o crescimento da marca há uma pressão potencial. Mas a pressão que eu sofro eu coloco em mim mesma, pois sou a pessoa responsável por fazer esta máquina funcionar. E tudo depende de quão bem eu estou fazendo as coisas”, esquematiza. Essa clareza resultou em um pequeno império, que não para de crescer. Com preços mais acessíveis que as casas tradicionais de moda (é possível encontrar peças que vão, em média, de US$ 300 a US$ 1.500), a marca Isabel Marant possui hoje mais de dez lojas espalhadas pelo mundo. Além da linha principal que leva seu nome, a estilista possui uma segunda marca com peças mais acessíveis, que brinca ser para as filhas de suas clientes, a Étoile. No Brasil, as criações da estilista podem ser encontradas na NK Store.
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– – PROFILE – –
PAVÃO MISTERIOSO Por Rafael Vita
trói imagens Dudu Bertholini cons brasileiro como A N D o o nd te s ei ív inesquec as produções matéria-prima de su Foto Divulgação
Bem antes dos blogs de street style fazerem sucesso, a figura de Dudu Bertholini, formosa e longelínea, já chamava atenção por onde passava. Bastante original e criativo, assim como sua moda, o designer é uma apoteose, seja por seus longos cabelos, pelas roupas e turbantes coloridíssimos, por sua personalidade borbulhante ou simplesmente por apagar a fronteira entre o masculino e o feminino. Bastante querido pela cena fashion nacional, tornou-se conhecido por assinar, junto com Rita Comparato, o design da Neon, que encerrou suas atividades no final de junho, depois de dez anos de história. Nas palavras do estilista, a marca não acabou, simplesmente haverá uma reformulação do modelo de negócios, deixando de lado as coleções com calendários fashions e migrando para um modelo 2.0, no qual as parcerias e licenciamentos vão se tornar o core business da marca. A Neon trouxe para as semanas de moda nacionais o Brasil das cores, formas e estampas fáceis. A marca, mix interessante de beachwear com peças urbanas, apresentou as estampas assinadas para o universo fashion nacional, que começava a se abrir para uma moda mais tropicalista, além de projetar
ão Paulo eon no S N a d a das le o desfi i Orth, um do últim com Viv 13 0 2 . Imagem o a it rã Week Ve a dupla Dudu e R Fashion eridas d u q s lo e mod
artistas plásticos, como Felipe Jardim e Fábio Gurjão. Fluidas e estampadas, em sua maioria, as criações da Neon são facilmente reconhecidas nas ruas e editoriais de moda. No entanto, a marca nunca foi a única atividade do multifacetado Dudu. De jurado da versão brasileira do America’s Next Top Model a stylist das mais importantes revistas do País, Dudu faz de tudo um pouco, sem contar os produtos desenvolvidos para outras marcas e aulas ministradas por todo o Brasil. Case de sucesso, veste-se da figura do profissional do século 21, que não tem uma atividade definida, mas inúmeras convergentes que transformam não apenas uma plataforma, em seu caso, o vestuário, mas inúmeras outras, como
smente m simple nca fora u m pasn o c n a o c e les da N sala bran es a m u a m st Os desfi e in laçõ sentação são verdadeiras r, re la p sfi a e a um s ue d reita. Ele modelos mais q o. ã sarela est s ç a le da co em que o mood 2011 com fashions corporar inverno in e e u d q le m sfi e de onde d t tinha n o a d iv bertura bleau v us looks. Aqui, a a formando um ta se mostrar s lo ra e a d p o la m as ssare para a pa desciam
decoração (parceria com a Oppa), publicações, calçados, entre outras. Nesse sentido, também existe um namoro forte com o universo das artes, que vai além de utilizar o trabalho de artistas conhecidos nas estampas de seus projetos. O estilista produz muito material fotográfico, que pode ser visto em seu Instagram (@dudubertholini). Nele, modelos e amigos incorporam o universo criativo de Dudu, que vai de tradicionais fotos de moda a pirações conceituais. Vale acompanhar!!!
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BOAS COMPRAS
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Avon - Energia da Estação Avon - Flor da Noite Avon - Moda Verde O Boticário - Magnetic Pink. O Boticário - Light Rouge O Boticário - Glow Purple Maria Helena - Imperador Maria Helena - Estaleiro Maria Helena - Atlântico M·A·C - Impassioned M·A·C - GirlAboutTown M·A·C - DeepSea Chanel - Lotus Rouge Chanel - Coco Blue Chanel - Fire
– – CARTELA DE CORES – –
Acessórios apresentados na edição verão 2014 da BIJOIAS dão o mood da cartela de cor extraídas em junho das ruas de Paris, durante o verão europeu. Responsável por fazer a triagem, o site Color Forecast monitora as ruas das principais capitais da moda e destacou os diversos tons de laranja, de vermelho e de roxo, além do amarelo forte, do verde bandeira e do branco azulado como as cores dos dias mais quentes do ano. Venha mergulhar nessa profusão de cores e acessórios statements com a gente!
BALAN GANDÃS TROPICAIS
Por Mário Araujo | Design gráfico Fernando Tucunduva
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amarelos
Colar Coleção Brisa, Estela Geromini.
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verdes
Anéis borboleta, Ielva; escorpião e cobra, Armazém da Prata; flor, Gabriela Pires.
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VERMELHOS Colar geomĂŠtrico, Simone Salles
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LARANJAS
Colar Coleção Brisa, Estela Geromini.
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Brinco Longo Boho, Gabriela Pires.
azuis claros
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roxos
Anel, Medusa Bijoux; colar borbulhas de pĂŠrolas, Heliana Lages.
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BOAS COMPRAS ESPECIAL BIJOIAS VERテグ 2014
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Simone Salles Estela Geromini Estela Geromini Medusa Bijoux Gabriela Pires Armazテゥm da Prata Ielva Gabriela Pires Armazテゥm da Prata Heliana Lages Estela Geromini
lgação Fotos: divu
– – ESPECIAL – –
ger o corpo te ro p a r a p as Peças criad ovimentam m e a p u ro tus de o ganham sta ca expansã n a fr m e o um mercad eira ulliane Silv por J
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Até o início do século 20, nada era menos erótico do que um par de seios. Quem mudou essa história? O sutiã, que surgiu na década de 1910 para transformar o conceito de sensualidade. Antes da lingerie como se conhece hoje, despir-se era um ato complexo e pouco interessante: camadas de saias compridas e espartilhos, cheios de botões e laços, cobriam as partes íntimas e pressionavam a cintura sem o mínimo charme. O cenário mudou e a “underwear” ganhou papel muito mais importante do que só proteger o corpo. Do império da Victoria´s Secret, que revoluciona o setor nos EUA desde o final da década de 1970, aos produtos que prometem até reduzir celulite, o mercado de lingeries só aumenta. No Brasil, o segmento também dá bons passos. Segundo dados do Instituto de Estatistica e Marketing Industrial, o setor cresceu 33% no Brasil nos últimos quatro anos. Para 2013, espera-se uma expansão de 7% e um movimento de R$12,6 milhões em produtos de moda íntima. “O Brasil é lançador de moda no setor de lingerie. Em geral, o mercado está complicado por causa dos produtos importados, cujos valores não nos deixam competir. Mas o setor de lingerie ainda se mantém, porque a brasileira tem um perfil próprio”, diz Ronald Masijah, presidente da Darling e do Sindicato dos Vestuários (Sindvestuário). Ainda que haja essa “blindagem” aos estrangeiros, o setor de lingerie também se mexe para encontrar seu espaço dentro do país. Um movimento recente é a criação de lojas-conceito, que expõem não somente os
produtos mas também conseguem explicar ao consumidor tecnologia e proposta presentes por trás das peças. Em uma das áreas mais valorizadas do país, entre a rua Oscar Freire e a Augusta, quatro marcas abriram suas “flagships” nos últimos 12 meses: Hope, Valisére, Scalla e Thaís Gusmão apresentam lingeries em espaços luxuosos e muito bem planejados. Abrangendo um mercado mais democrático, a Marisa tem abocanhado uma boa fatia dos consumidores com lojas específicas para roupas íntimas. “Esse mercado no Brasil era feito tradicionalmente por lojas multimarcas, que vendiam de tudo sem dar muita atenção ao consumidor, mas vemos isso mudar aos poucos”, observa Amnon Armoni, coordenador dos cursos de pós-graduação em Moda da FAAP. Na avaliação de Armoni, as mudanças de comportamento do setor não têm relação com as transformações do consumidor. “A brasileira sempre valorizou muito a beleza e a estética, não foi ela quem mudou. É o mercado que passa a entender melhor o desejo da mulher”, explica. “A moda sempre agiu de modo a fazer o consumidor ter desejo por um produto, criando esse desejo, e a lingerie ainda não tinha chegado nesse patamar. Está chegando agora”, acrescenta. Outro exemplo de criação do desejo é o da marca Loungerie, com 18 lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Com a proposta de oferecer o “verdadeiro sutiã perfeito”, a loja conta com atendimento personalizado e cerca de 120 opções de modelagem de sutiãs, em diferentes
SUCESSO À LA GISELE
as lo, para vender as peç loja-conceito em São Pau da marca de Gisele. delo lançou a quinta Nesta temporada, a mo sinais de cansaço. coleção da marca, sem no Salão Moda Brasil, da nta ese A linha foi apr rcada por peças ma é em maio de 2013, e o corpo com zam ori val que , eis táv confor a procura o, arência. Parece eçã col nsp tra da e ses das me s ren cores intensas, Nos primeiros doi que -se ima ganha grande Est o u. tud lico s dup ma uma fórmula simples, por franquias da marca tes chegue a R$ 30 . ma top Inti da zil os Bra mã da o nas ent o faturam a dimensão 2, a Hope inaugurou um milhões por ano. Em 201
çou a marca Gisele Há dois anos, a Hope lan e contratou a über tes ma Inti zil Bra Bündchen m a imagem de Co ha. pan model para a cam criação das peças, na da Gisele, que também aju rente: a dife ser eria pod o resultado não imediata. foi res ido aprovação dos consum
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combinações de tamanho de bojo e de costas. Qualquer semelhança com a norte-americana Victoria´s Secret não é mera coincidência.
TENDÊNCIA: CONFORTO Coleções “plus size”, linhas retrô, grande investimento nas roupas de ficar em casa – as “loungewears” ou “homewears”. As últimas coleções de lingerie têm apostado no conforto e seguem uma tendência que ultrapassa os limites da moda. “As pessoas querem cada vez mais ficar em casa, pelas mais diversas razões. A moda íntima está traduzindo esse comportamento e traz linhas mais arrumadinhas. A pessoa até
circula pelo bairro com essa roupa, que é bonita e extremamente confortável”, explica Indhira Pêra, diretora da New Stage, produtora do Salão Moda Brasil, principal salão de moda íntima e de praia do país. Para atender a esse segmento, o mercado oferece novas matérias-primas, como moletons aconchegantes, peças em camadas de malhas finas e fluidas, inspiradas no balé e o retorno das malhas jacquard. “Feitas de modal, elas apresentam agora desenhos com mais brilho e cores mais vivas em contraste com o algodão”, afirma Giselle Araújo, gerente de marketing da Lenzing Fibers.
Salão Moda Brasil
Não só para cobrir Com a transformaç ão das roupas íntim as, no início do século 20 , as lingeries passa ram a ser feitas de tecidos fin os, como seda e ca mbraia, associando as peça s à sensualidade e ao luxo. Com a grande depre ssão de 1929, seguid a pela 2ª Guerra Mundial, as mulheres não po diam mais investir tanto nessa s roupas. A salvaçã o? Os fios sintéticos, que até hoje são responsáve is por peças leves e com maior durabilidade. Poliamida • muitas vezes generalizada como nylon, a poliamida abriu as portas para a substituição da sed a desde sua criação , em 1935. Até hoje é responsá vel por tecidos cada vez mais finos e agradáveis ao toque Elastano • com o sur gimento do fio que se ajusta ao corpo, em 1959, as calcinhas “coad or” ficaram para trás. A lycra (m arca do fio registrad a da DuPont) ainda se ma ntém como base pa ra diversas criações da moda íntima
ris @ Pa filière r e t In
O que será visto nas próximas temporadas
A Interfilière – maior evento de moda íntima do mundo – ocorreu em Paris de 6 a 8 de julho e mostrou tendências em tecidos, cores e acessórios para a temporada outono-inverno de 2014 e primavera-verão de 2015. Como contraponto aos temas urbanos presentes na moda, foram apresentados materiais em tons pastéis – lilás, azul, verde, tudo claro e bem arejado. Estampas e texturas multicoloridas, com predominância dos tons ferrugem, também ganharam bastante espaço, assim como a inspiração no vintage, com toques do gótico e de elementos orientais usados em tons que vão do vinho e beterraba ao verde bandeira, azul marinho e ouro velho. Foi apresentada também uma coleção inspirada no que foi chamado de “brazilian lifestyle”- itens coloridos e divertidos, como flores, listras e “pois” em tons fortes e um mix de cores. Além de inspirar peças, o Brasil também se posiciona como referência para a criação de paletas e estampas. A Interfilière é parte do Mode City, grande evento de moda íntima, beachwear e malharia. Neste ano, 12 marcas brasileiras de moda praia participaram do salão, entre elas a Gomide, marca carioca que apresentou sua linha de lingerie Intensify.me.
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Modal • com toque de algodão e maior facilidade de tingimento, o mo dal completa 50 an os de existência como um a ótima opção para as loungewears. A mo da íntima masculin a também se beneficia, já que os homens não gosta m muito do toque frio da mi crofibra Microfibra • criada no início da década de 1970, o fio é responsável pelo aparecimento das cores fortes na linge rie, já que possibilita m um tingimento mais un iforme. Geram um tecido fino, mas com boa cobertura, e cria ren das superconfortáveis ao toque. Tecidos inteligente s • bojo que não en charca na piscina, fio combate a celulite, filamento s que absorvem a transp iração em segundo s. O século 21 é marcado por ma teriais funcionais e cada vez mais eficientes. Entre as novidades, a Rhodia traz o Emana, uma nova versão da poliam ida que aumenta a circulaç ão da pele e comb ate a fadiga muscular. A Lenzing Fibers apresenta o Tencel C, que ainda não foi lançado no Brasil e contém quitosana em sua fib ra, propiciando a ren ovação celular da pele.
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– – TENDÊNCIAS – –
FLORES há algumas temporadas nas passarelas, veio es, para ficar. Grand ro prometem faze trela es look, sendo a principal. Com nte presença marca lino no desfile mascu pa m ta da Prada, a es ita com cara de ch à deve replicar de exaustão, além os e sc bi orquídeas, hi m rosas, que també hit. de serão um gran Cori
site Foto ncia ê g |A ção ulga iv D : s Foto
NCO ente BR A pres e r iro, p asile se m r b e rã o m no v le ve 14 e 0 2 se m em s ta e i l a , m orte m in i os. F rm e d a f u ni o bab o r se o as p e ss deve s a so, ue d ra is a P ch i q . s , ante ceis is fá confi a m os ss a m tecid ama o ã n u ja m que ão s n e evem e qu te, d n e hits m facil nd es a r g s se r o ã o. s ta ç e a d
ES ORT R EC rcas s ma a i r á v ra m enta s e r ap om os c d i m c e t se ja tes, r o c re sa rçõe h as , in se aval n , r l a se dos la ç a e te r t en ss a n tere n I . etc a omo de ver c a po i g o l s o cido tecn os te r a ma aju d em u r a h n a ga . c a ra nova
Victor D zenk
DO IT YOURSELF forte nos anos 1970, o faça você mesmo apareceu marcante em algumas passarelas, com patchworks, bordados, cores fortes e tie dye. Bastante jovem, a tendência já pode ser vista nas ruas, principalmente quando falamos das aplicações em jeans; nas jaquetas.
ieira ícia V Patr
O COUR ita acred quem ial é mater que o e rn o de inv io r p ó r p r a reve precis os. it e onc se u s c ão inovaç Com a ,o lógica tecno forte ial veio r e t a m de leções nas co deve e nã o o ã r e v d as o logo sair tã jas das lo a ra ras sil. n o B ra Têca
: e m i t r e m m u s Mar ia F iló
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IA ALFAIATAR u e c ela apare colorida e em minimalista les. vários desfi a r um Ideal para d r ao toque de co ndo look, mescla icional com o trad m jeans. Ou, e mais uma versão l ousada, tota que , , color block nte, aparenteme a! está de volt
CO E B R AN PRETO io do resquíc 2013, o inverno a presenç P&B foi te nas constan las passare is. Efeito naciona uitton? Louis V ato é m as o f Talvez, ente ará pres q u e est e as lojas em muit da . o is de m editoria ui ncial aq O difere ga a ra a f u ficará p s. métrico dos geo
Iódice
rea And es u r Ma q Vivaz
TRANSPARÊNCIA também há algumas temporadas na listinha de tendências, as transparências garantiram seu lugar. Destaque para o desenvolvimento tecnológico, que criou tecidos que somem na pele deixando os estilistas mais livres para desenvolverem peças interessantes, que fogem do tradicional.
JEANS assim como o couro, ele passou por um grande processo de inovação, emergindo com características novas, como ultra-elasticidade, espelhado, chamoi etc. Mais leve, as propostas para o verão são infinitas.
D Ellus PPE a CRO ênci d n o a te and outr ganh m e v m as que a lg u á h o cou, corp s e fi e õ no ç e s ta ente m l a p ar ci apes p ri n – o c as in in mar fem s a lg u m de a arem sent apre s no osta p ifícil o r p oéd n i l u mem c m as m ho u r a fora in a de im a g g i r r ba que com e s ta D . ua que na r ç as e p s as xima ó p a ra r p a ia mais lça/s a são c a um ós d nam ao c o i c r e de opo sant e pr s e r inte e. TNG jo g o cond s e / tra mos
usado o que será m a it d is a n acio do País Passarelas n meses de norte a sul nas nacionais de os sema e rolou nas nos próxim s para geral do qu is tendência
t e e m s d n e r t e h t
balanço as principa m Fazendo um quais serão ta lis te usáveis, tê A D O XTIL M les e bastan p m si , is e c m o d a , a TE ioria, fá rasileiros. . Em sua ma going dos b sy a o verão 2014 e raujo a ci n gâ Por Mario A rasil e da ele a cara do B
– – INTERNACIONAL – –
verão 2014 1. SINCRONIA presentes nas semanas de moda nacionais, também marcaram presença na gringa
Confira aqui as tendências que despontaram nas semanas de moda internacionais Fotos: Divulgação
Jeans Louis Vuitton
2. DEVE VIR FORTE definitivamente, devem fazer a cabeça dos fashionistas e desembarcar em breve por aqui Logo Versace
Lingerie Prada
Novo Floral Dolce & Gabanna
Transparência Calvin Klein Bolinhas Dolce & Gabanna
Sportswear Gucci
3. NOVIDADE
Pele Dolce & Gabanna
algumas vontades foram comuns Disco Mistura Saint Laurant de estilos Anthony Vaccarello
Selva urbana Hermès
Estampas combinando Mary Katrantzou
Artsy Chanel
Febre rosa Balmain
Renda Isabel Marant
Mares Olympia Le-Tan
Plissado metálico Proenza Schouler
Abstracionismo Fendi
Tecidos brilhosos Lanvin
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Xadrez Rodarte
Tribal Valentino
Biker Jean Paul Gaultier
– – INFOGRÁFICO – –
X O I A R
CABE LO O corte cont inua formal, mas ganha pe nteado casual. Uma boa pomada pode criar es se efeito no cabelo, sem que ele pare ça estar sujo e pe gajoso.
gra rela vira re a s s a p a n os ca Prada colo as de todos Tudo que a edignamente por marc 14 não será 20 fid e é seguido r do mundo. No verão s em paraíso o d portes ao re ccia Prada mergulhou mais solto, iu em diferente. M rios e trouxe um hom teressante. in b m s o o s n e is m a ic o trop m nã poder, poré os da coleção. com menos ig ivulgação ncipais cód ri p s Prada / D o : , to ir o u F g e As el Vita Por Rafa
DE OL
H
O NO B Para cri AR ar introdu uma cadênc R ADO ia no lo ziu barr ok ad funcion am com os nas camis , Miuccia as que transiçã o uma es o entre a camis pécie de de alfa iataria. a fl oral e Aq proces so com ui, listras faze a calça m esse bastan te êxito .
PUNHOS
AS ESTAMPbre fundos
Sempre so ermelho, escuros (v ), leo e preto azul petró e d e ib v com os florais nham a g a it h c tecido de a social. a camisari am o look rc a m Fortes, a camisa d m ze fa e cal o ponto fo . ão ç u da prod
CAL
Também estampados, os punhos das camisas saírem chamam a atenção ao letó. pa propositalmente do to, cre Aqui, nada de ser dis Para muito tecido à mostra. nga do causar esse efeito, a ma is curta. casaco é levemente ma
O ho ÇA m pode em do verã roso o , form al, de a silhuet 2014 é m a ma ai ixand o-o m is amp s relaxad oem la qu ais s e olto e jov bra com enos ial. o rig or
SAPATOS
Com forte influência do sportswear, um modelo de sapato foi desenvolvido remetendo aos tênis de se fazer trilhas. Ousados, quebram por completo o look escritório, mas dialogam perfeitamente com a história narrada pela Prada para a próxima estação.
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– – BELEZA – –
TOTAL DRAMA Beleza Natural decretou o fim dos fios lisos com soluções inovadoras para cabelos crespos e ondulados por Rafael Vita
São Paulo ganha em setembro a primeira unidade do salão carioca especializado em cabelos crespos e ondulados, Beleza Natural. A nova unidade, no Mais Shopping, no Largo Treze, zona sul de São Paulo, trará para a capital paulista uma solução que atrai mensalmente milhares de mulheres para as 13 lojas da rede espalhadas pelos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. Com investimento de um milhão de reais, a primeira unidade na terra da garoa contará com cerca de 200 profissionais e espera atrair mil mulheres por dia em busca do look perfeito. Na lista de tratamentos, nada de chapinha ou alisamentos permanentes, apenas soluções para cuidar dos mais diferentes tipos de cachos das mulheres brasileiras (70% possuem cabelos crespos ou ondulados), valorizando seu tipo de cabelo e promovendo a auto-estima. Aliás, foram os tratamentos de cachos, especialidade do salão, que fizeram o nome e a reputação do Beleza Natural, que além de Instituto, possui uma fábrica que desenvolve todos os produtos usados nos 50
tratamentos capilares, a Cor Brasil, e é reconhecido internacionalmente como case em empreendedorismo.
UM POUCO DE HISTÓRIA... Fundado em 1993 por quatro sócios, entre eles Leila Velez e Heloísa Assis, o sucesso do salão que completa 20 anos em 2013 foi um misto de boa gestão com produtos inovadores, sem contar o novo momento econômico que o Brasil vivia. “O Beleza natural nasceu focado em uma mulher que estava se descobrindo quando a economia também estava descobrindo essa mulher, dando oportunidade de consumo para uma consumidora que era esquecida, que no Brasil era invisível”, conta Leila Velez em entrevista à GloboNews. Com uma solução inusitada, que era tratar de cabelo crespo a um baixo custo (hoje o tíquete médio é de R$ 150,00), o salão decolou, pois uniu a experiência de Heloísa, que há 10 anos vinha pesquisando cremes que pudessem relaxar os cabelos, com uma estratégia de negócio inovadora para esse segmento, desenvolvida por Leila e Rogério Assis, outro sócio da linha
Make top A top beauty artist Leila Turgante, da agência Capa MGT, conta como fazer o make matador da capa desta edição da TEXTIL MODA. Olhos e bocas marcados para se destacar no verão 2014. “O primeiro passo é uma pele bem hidratada com água termal Avene e depois com o hidratante Strobe, da MAC. Como a proposta é uma pele bem molhadinha, uma camada bem fininha da base Face and Body (MAC). Leila Ve lez
de montagem – o salão é dividido em estações de trabalho. Assim, mais mulheres poderiam ser atendidas ao mesmo tempo, resultando em uma queda de preço. O tal do luxo acessível.
Aí aplica-se o corretivo Laura Mercier, somente na região das olheiras e eventuais marquinhas, finalizando com pó translúcido Make Up Forever nas olheiras e zona T. Os olhos foram feitos com lápis preto e sombra preta esfumada por cima, para ficar bem escuro, ambos Bobbi Brow. O blush é cremoso e o ilumanador também, adequado para usar com cabelos pretos, ambos da MAC. Na boca, batom vermelho Russian Red e gloss por cima, para finalizar.”
Seguindo esse combo de gestão e produtos inovadores, o Beleza Natural desde o seu começo atraia centenas de mulheres. Com isso, a unidade da Tijuca, a primeira da rede, na cidade do Rio de Janeiro, ficou pequena, obrigando os sócios a abrir filiais. Em 1995, nasce a unidade Jacarepaguá e, na sequência, Duque de Caxias, ambas na capital carioca. De lá para cá, inúmeras outras vieram a somar.
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Hoje, o Beleza Natural emprega cerca de 1.700 colaboradoras e registra um crescimento de receita de 30% ao ano. Focado na classe C, é também nela que busca as suas colaboradoras, sendo o primeiro emprego de 90% da força de trabalho, que é bastante jovem. Além da primeira loja na capital paulista, a rede espera abrir mais duas unidades em São Paulo, além de mais uma em Salvador e outros duas no interior do RJ. 51
– – EVENTOS – –
MINAS inverno 2014
TREND Sportswear desponta nas Gerais com toque artesanal
Diferente das outras edições, o 14º Minas Trend Preview não foi marcado pelos incríveis vestidos e outfits luxuosos de festa, mas pelo sportswear, que esteve presente em todas as passarelas. O moletom, peça fundamental dos desfiles internacionais para o verão 2014, ganha versão com DNA mineiro para o próximo inverno e consegue resultado bastante interessante, com novos materiais, além de decoração típica da região, repleta de bordados. Com essa nova pegada, marcas clássicas renovam seu repertório e mesmo apresentando comprimentos mais complicados de saias, como as midi, conseguem rejuvenescer na passarela, trazendo o frescor que a moda sempre procura. Sem nenhum invencionismo, mas com bastante talento, tendências internacionais ganharam reinterpretação local criando peças com bastante desejo de compra. Além do sportswear, o grunge e os anos 1990 também deram o ar da graça em algumas passarelas, porém mais pontuais e diluídos. Destaque para a coleção de Lucas Magalhães, que apresentou uma moda bastante desejável, apesar de seguir muitas das tendências internacionais. É um nome para se acompanhar de perto!
S 2014 TENDÊNCIA
Lucas Magalhães
1 Looks esportivos 2 Moletom repaginado 3 Transparência nas saias 4 Comprimento midi 5 P&B com um toque de cor pontual Fotos: Agência Fotosite
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CUMPLEAÑOS Duas das marcas mais tradicionais do line-up do Minas Trend comemoram aniversário nessa edição. Vivaz faz 15 anos e GIG 10. Para celebrar, a Vivaz trouxe para a passarela uma coleção focada em linhas e sedas. Na sala de desfile, na fábrica da marca, bordadeiras e costureiras trabalhavam ao mesmo tempo em que a coleção era mostrada. Também seguindo o caminho da memória afetiva, a GIG resgatou o cenário do início da carreira de Gina Guerra, estilista da marca, um anos 1980 efervescente e irreverente, que permeia toda a coleção.
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Apartamento 03 Victor Dzenk John John E. Store Plural Vicenza John John AMMIS
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Victor Dzenk Jardin Fabiana Milazzo Aurea Prates GIG 3 Vivaz
A TEXTIL MODA dá os parabéns às marcas e deseja vida longa!
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– – EVENTOS – –
CASA DE CRIADORES INVERNO 2014 Concurso BTOBE Estudantes de Moda trouxe frescor ao evento Apoiada pela Abit, Apex-Brasil, M.A.C., Perfumes Salvador Dali, Puma, Texbrasil e UOL e realizada com o apoio do Governo de São Paulo – Secretaria da Cultura e Secretaria dos Direitos Da Pessoa com Deficiência –, a 34ª edição da Casa de Criadores aportou novamente no Memorial da América Latina na cidade de São Paulo (SP) para apresentar seu inverno 2014.
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Entre loucurinhas fashions e muito experimentalismo, destaque para o concurso BTOBE Estudantes de Moda (realizado em parceria com a Texbrasil) e para a coleção de Fernando Cozendey, que seguiu uma vibe despojada e original em suas já características peças em lycra, agora mescladas com lã sintética alisada e estamparia digital.
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Estreando no line-up oficial, Yoon Hee Lee e Virgilio Couture, vindos do projeto LAB, e 2/Dois, marca masculina comandada pelos já veteranos de CdC Weider Silveiro e Jadson Raniere. 03
TEXTIL MODA selecionou alguns looks que são a cara do evento, confira! 04
Aposta Apesar de Cacau Francisco não ter ganhado o concurso BTOBE Estudante de Moda , a sua coleção foi uma das preferidas da equipe da TEXTIL MODA no evento. Confira, a seguir, imagens exclusivas da sua coleção inverno 2014 e um breve histórico do jovem designer.
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13 12 01. Rober Dognani 02. Nosotros 03. Karin Feller 04. Virgilio Couture 05. Trendt 06. 2 Dois 07. Arnaldo Ventura 08. Walério Araújo 09. Ale Brito 10. Fernando Cozendey 11. BOX - Cacau Francisco 12. Yoon Hee Lee 13. Felipe Fanaia 14. Danilo Costa 15. Danilo Costa 16. Juss 17. Juss 15 14
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– – NOVOS TALENTOS – –
CACAU FRANCISCO Conhecido por participar de alguns concursos locais e nacionais, Cacau, que é de Fortaleza, tem se destacado na cena fashion nacional por criar uma moda diferente, que traz para o guarda-roupa masculino pitadas do feminino e para o feminino uma leve influência masculina.
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Desse jogo nascem lindas peças conceituais, que despertam o desejo do expectador! Na coleção apresentada no concurso BTBE Estudantes de Moda da Casa de Criadores, destaque para os metalizados, para os matelassês e para a construção desconstruída. Vale ficar de olho!!!
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Fotografia: Pan Alves | Beleza: Dindi Hojah e Pablo Felix | Styling: Tathiana Yumi Kurita | Assistente de produção: Eduardo Oliveira Junior | Modelos: Eduardo Crivelenti @ Nine e Leonardo Echer @ Way Model.
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– – CURTAS – –
Falando em Amer Next T op Model ica’s .. . A 20 ª e d
Top of the pops Alessandra Ambrósio (Way Model) definitivamente fez sua marca nos Estados Unidos e no mundo. Conhecida por suas formas impecáveis e por seu porte a la bombshell , a angel da gigante de lingerie Victoria Secrets é um fenômeno de audiência. Convidada para participar de um dos primeiros episódios da 20ª temporada do reality show America’s Next Top Model, comandado por Tyra Banks, foi destacada pela apresentadora como “uma das mais famosas modelos da história da Victoria’s Secret”. E seu sucesso não para por aí. No ranking do site especializado Models.com, figura na sétima posição entre as mais bem pagas do mundo e, na mesma colocação, como uma das modelos com maior sexy appeal. Não é para qualquer uma! Go girl!!!
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Sinal de m uda nç a d os tempos , afinal, a té hoje, a p e nas as mulh e r e s possuíam posiç ão de d e sta q ue indústria na da mo d a.
Rio 40º
O Boticário lança coleção de verão 2014 inspirada na cidade maravilhosa. Com 23 itens de maquiagem, além de uma fragrância e acessórios, a nova linha se inspira na bossa dos anos 1960 e o charme dos bairros da cidade. Como destaque, Make B. Rio Sixties, como foi batizada, traz uma sombra de alta pigmentação e ultrafixação, o que permite misturar diferentes partículas de pós, proporcionando um acabamento perfeito à maquiagem.
a da Lap harme Blush C
Bato m Tang Crem o erin a Le so blon
ição, qu e teve início no hemisfé rio norte no dia 0 2 d e ag o s to, troux pela prim e eira vez modelo masculi s n os p a r a a com ç ã o. Os petimenino s compe de igua tem l para ig ual com aspirante a s s a top m odel em b u sc a d e um lug a r a o so l.
Além disso, a apresentação da linha é pura poesia e traz para o consumidor um pouco de um dos principais cartões postais do Brasil.
Duo de Sombra Sol de Copac s abana
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– – CURTAS – –
A linha ECO-D da Vicunha passa a utilizar algodão com selo da organização mundial Better Cotton Initiative (BCI), que une a cadeia produtiva desde o cultivo do algodão até a indústria, confecção e varejo, em prol da produção sustentável da fibra, principal matériaprima do vestuário. Primeira tecelagem brasileira a ingressar na iniciativa, terá como desafio buscar fornecedores que respeitem o trabalhador e a natureza, além de abrir um novo mercado no País, destacando o diferencial do material produzido. Criada em 2009, a BCI possui signatários importantes ao redor do globo, como Zara-Inditex, Adidas, H&M, Nike, Wal-Mart e Tesco. Para saber mais sobre a iniciativa, visite: bettercotton.org.
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BOM EXEMPLO: VICUNHA CERTIFICADA
AGENDE-SE! De 6 a 8 de novembro acontece a 63ª edição da BIJOIAS dedicada ao alto verão. Além de dos tradicionais produtos das marcas mais badaladas do setor de joias e semijoias, a feira traz ainda seleção especial de acessórios para as festas de fim de ano, com muito brilho e pedrarias. Não deixe de visitar! Mais informações: b8-bijoias.com.br.
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Oh, Lola! Para os dias quentes de verão, nada melhor que o perfume suave e fresco Oh, Lola!, de Marc Jacobs. Com tons de frutas frescas juntamente com notas florais de peônia, brinda o olfato com aroma suave e agradável. Ótima pedia para o verão! #ficaadica •
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– – CURTAS – –
Fast fashion Aterrissou no dia 15 de outubro nas lojas da C&A de todo o país a coleção desenvolvida pela estilista maga das estampas Adriana Barra. Entre os produtos desenvolvidos, prints especiais para as tradicionais Havaianas. TEXTIL MODA adorou! •
THE LITTLE T KE BLACK JAC
Relax now Todo mundo quer ficar bonito, mas você já pensou que para estar belo precisa estar relaxado. Com esse enfoque, a Nemawashi Cosméticos criou uma linha de produtos para ajudar as pessoas a relaxar, combater a tensão nervosa e cansaço. Entre os produtos estão mousse corporal, sal marinho e aromatizador de ambiente. Promete!
Em cartaz até o dia 1ª de dezembro e com entrada gratuíta na Oca, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, a exposição “The Little Black Jacket – Chanel’s Classic revisited by Karl Lagerfeld and Carine Roitfeld” chega ao Brasil depois de passar por diversas capitais da moda. Nela, ícones da moda fotografados com a tradicional jaqueta de tweed símbolo da maison. Com isso o Kaiser rejuvenesce a marca, além de criar um burburinho fashion.
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o deu rasante n l fe p A is Ir s cessório as tena maga dos a ue apresentou q to en ev Em setembro l, em da Swarovski tâneo e origina te on p vi n es o co it a je l u si Bra m se inverno 2014. Co dências para o tão. n ionistas de pla sh fa os u zi u d se
REGISTRO
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r e m m su e m ti – – MODA DE RUA – –
endia m r a G a r Cla raujo e Mário A Por Ana Edição d
m Paris É verão e ruas da s a n e s ta e desper alidade ic p o r t a m cidade u eses frios m s o n a id adormec estação. a m a r e d ce . que ante s, cores.. a p m a t s s, e Adereço ara dar p i u ib r t n tudo co z, que lu e d a id àc mais vida s de sol e io a r s o e tr s brilha en s perdida e t n e c o risadas in uelas da r s a s o m r pelas cha ncesa... a r f l a it p ca
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– – MÚSICA – –
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ente sita livrem n a r t s e u q ar sua Geanine M deixando a ic s ú m e a entre mod a onde pass marca por
Por Rafael Vita
Enquanto as modelos veteranas voltam a fazer sucesso mundo afora, Geanine Marques, 40, nunca saiu de moda. Natural de Curitiba, há quase 20 anos é figura constante nos desfiles de Alexandre Herchcovitch, além de possuir uma profunda relação com a cena fashion nacional. Cantora por vocação, começou a modelar meio que por acaso quando se mudou de Curitiba para São Paulo, em 1993. Nessa época, conheceu o estilista novato Alexandre Herchcovitch, de quem virou modelo de prova e amiga; e também o então produtor Paulo Borges (hoje diretor da Luminosidade, empresa responsável pelo São Paulo Fashion Week e Fashion Rio). Com 1,80 m de altura e uma beleza única, estreou na passarela de Alexandre em 1994, de onde nunca mais saiu, tornando-se musa do estilista. Paralelamente, sua carreira musical continuava a ser desenvolvida, pois quando se mudou para São Paulo seu único objetivo era se dedicar à música. Já na capital, passou por algumas bandas e criou sua própria marca na cena indie paulistana, sendo figurinha sempre presente em casas como o extinto Estúdio SP, na Rua Augusta, e o Estúdio Emme, em Pinheiros. Com sua banca atual, Stop Play Moon, dupla com o fotógrafo Paulo Braga, que conheceu nos bastidores do mundo fashion, empresta a sua voz gélida aos sintetizadores de Paulo, que tem uma vasta experiência em música, resultando em um som moderno e de qualidade. Vale conhecer!
4 PERG U GEANIN NTAS PARA E MARQ U ES
1-Qual é a sua relação com a moda?
De certo ponto de vista, posso dizer que íntima.
2-Música influencia a moda? Como se dá essa influencia? Acredito que sim e vice versa. A música pode ser uma boa e consistente fonte de inspiração, assim como a moda, funcionando quase que como uma tradução instantânea do que estamos vendo.
3-Você é musa do Alexandre. Como se dá essa parceria? Você apenas desfila para ele ou ajuda/palpita nas coleções? Eu desfilo para ele desde 1994. Descrevo essa parceria como amizade. Trabalho nas provas de roupa e nos backstages das coleções que ele apresenta juntamente com a sua equipe.
4-Quando pensa em uma música nova, vislumbra uma imagem de moda que quer trazer junto a ela? Como a moda te ajuda a se expressar musicalmente? Levo a minha vontade do momento até o nosso amigo e stylist Daniel Raad, trocamos nossas ideias e sempre saímos satisfeitos. Visualmente, deixo as pessoas livres para fazerem suas leituras e pensarem o que quiserem. Conheça mais: www.stopplaymoon.com •
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– – PONTO DE VENDA – –
DE VOLTA ÀS
ORIGENS
Resgate histórico e ambientação que aproxima o consumidor de seu universo tornam a experiência de compra infalível Por Mário Araujo
Localizada na principal rua de comércio do campus da universidade de Yale, uma das mais prestigiada dos Estados Unidos, a loja da GANT, que fica em um belo prédio histórico de tijolos aparentes do século 19, é mais que uma flagship bacana criada para atrair os estudantes que frequentam a universidade. É um resgate histórico, que mescla o passado da marca na cidade de New Haven, em Connecticut, com seu bem-sucedido relacionamento com os universitários, que desde os anos 1960 a associam à camisaria e ao estilo preppy. Em 1920, New Haven era o centro da indústria têxtil americana, com mão de obra farta (imigrantes italianos) e inúmeras possibilidades de negócios. Nesse contexto, em 1927, Bernard Gant se mudou para a cidade e abriu uma pequena fábrica que produzia camisas para diversas grifes importantes. Com o final da guerra, seus filhos Marty e Elliot juntaram-se ao pai e fundaram a sua própria marca, a GANT of New Haven. Como a fábrica ficava a poucos metros da universidade de Yale, o estilo dos estudantes influenciou suas peças, que, em pouco tempo, viraram as suas preferidas, tornando-se um sucesso imediato. Durante os anos 1950, os negócios cresceram consideravelmente com a estratégia de abrir corners em grandes lojas de departamento, culminando, nos anos 1960, com a GANT como a segunda maior fabricante de camisas do mundo. Assim, com toda essa bagagem histórica, a loja de Yale foi pensada para ser um local onde o moderno e o antigo se encontram, refletindo as ideias da marca, que sempre olha para o futuro, mas nunca deixando o passado para trás. 74
Na parte externa, poucas mudanças foram feitas no prédio histórico. A logomarca segue o ar retro do comércio local. Toldos azuis deram um charme ao edifício – um toque moderno que não destoa. Já o interior da loja foi pensando para ser um ambiente no qual os estudantes queiram estar, conversar e comprar, uma espécie de confraria. Com cara de biblioteca, reúne objetos garimpados em antiquários da cidade, que contam a história da universidade com seus alunos célebres e campeões esportivos. A madeira pesada em tom natural foi usada na maioria dos móveis – grandes mesas sobre tapetes persas foram usados nessa caracterização. As luminárias, típicas das escrivaninhas de biblioteca, conferiram iluminação especial aos ambientes. Nas estantes e prateleiras, uma mescla de peças de roupa com troféus, pôsteres e livros. A visão geral que se tem é a de uma grande sala de estudos bagunçada, mas que quem a frequenta sabe exatamente onde encontrar o que precisa. A loja prima pelos detalhes e pequenos objetos que, reunidos, trazem a memória afetiva e aconchego que só as confrarias conseguem ter, transformando um simples ponto de venda em um lugar que todos querem estar e fazer parte.
Fotos: GANT / Divulgação
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A loja de Yale foi pensada para ser um local onde o moderno e o antigo se encontram, refletindo as ideias da marca.
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– – DESIGN – –
FOR MAS
Por Rafael Vita
Gilberto Salvador mostra dois momentos distintos de sua produção artística em exposição na Pinacoteca de São Paulo
Quem passa diariamente pela estação Jardim São Paulo do metrô, na zona norte da capital paulista, dificilmente para alguns minutos para observar uma escultura gigante que fica na parte externa do prédio, apesar de sua imponência e cores nada discretas – vermelho e dourado. Batizada de Voo de Xango, é uma das muitas obras do artista plástico Gilberto Salvador espalhadas por São Paulo e pelo Brasil. Nascido na capital paulista em 1946, formou-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP) em 1969, onde foi professor. Mas, antes disso, já dialogava com o universo das artes, tendo sua produção focada em experimentalismo e poética. Pintor, escultor, desenhista, artista plástico, como define-se, realizou sua primeira mostra individual em 1965, na Galeria de Arte do Teatro de Arena em São Paulo, a convite do ator Gianfrancesco Guarnieri. Nessa época, com 19/20 anos, acreditava que sua obra tinha que ter um caráter panfletário, já que tinha uma posição contrária ao golpe de estado que os militares haviam dado no Brasil. 76
EXPOSIÇÃO
De lá para cá, muito coisa mudou em sua obra. O Pop Art, que predominava na produção inicial, foi ficando para trás, dando espaço para o abstracionismo, no qual as formas orgânicas e inorgânicas promovem um diálogo novo e atemporal. Traços e formas simples trazem significados múltiplos e profundos, como a liberdade, manifestada em uma série de quadros expostos em 1995 em comemoração aos 30 anos de carreira do artista. Assim como a musicalidade e o movimento, sempre presentes em suas criações. O trabalho atual, bastante focado em tridimensionalidade, é marcado pelas esculturas e pelo uso de preto e branco. As demais cores, como o vermelho e o amarelo, aparecem apenas para dar pontos de luz e quebrar a cadência sóbria. * As obras que ilustram a página fazem parte da exposição da Pinacoteca.
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Com curadoria de Fábio Magalhães, até o dia 17 de novembro, a Pinacoteca de São Paulo, na capital paulista, apresenta a mostra “Dois Momentos”, em que períodos díspares da produção artística de Gilberto Salvador são revelados. Na primeira parte, uma reflexão sobre as formas que predominam em sua produção atual, com destaque para o mural gigante com silhuetas femininas inspirado na tela Olímpia de Édouard Manet e a escultura “Espuma”, que está na varanda do prédio – borbulhas que vencem os limites geográficos convidando o observador que passa pela avenida a conhecer esse universo. Na segunda, que remonta aos anos 1960, um conjunto de peças mais ideológicas e conceituais com forte influência política. Aqui, total inspiração no universo Pop Art. Ao todo, 24 obras estão presentes na mostra, entre pinturas, gravuras, objetos e instalações. MAIS INFORMAÇÕES Pinacoteca do Estado de São Paulo www.pinacoteca.org.br Praça da Luz, 2, Luz, São Paulo, SP Aberto de terça a domingo, das 10h às 17h30 Entrada franca aos sábados. Demais dias: R$ 6.00
– – CULTURA – –
PARADA OBRIGATÓRIA! Joia rara das Gerais, Instituto Inhotim reinventa a forma de apresentar arte e transforma-se em referência internacional Por Rafael Vita
Reprodução
Localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, o Instituto Inhotim, ou apenas Inhotim para os íntimos, abriga um acervo singular de obras de arte espalhadas por 110 alqueires. Bem diferente dos museus tradicionais, o acervo da instituição fica espalhado por esse gigantesco jardim botânico, que, assim como o museu, também possui suas coleções únicas de flora, como o acervo de palmeiras. Aberto ao público em 2006, o complexo foi idealizado pelo empresário Bernardo Paz. Mais de 500 obras de artistas nacionais e internacionais fazem parte do acervo da instituição, sendo que apenas 1/5 delas é passível de visitação – em galerias ou ao ar livre, interagindo com a natureza.
Das 21 galerias, 17 abrigam exposições fixas, cada artista em uma mostra, dedicadas aos mestres Tunga, Cildo Meireles, Miguel Rio Branco, Hélio Oiticica & Neville d’Almeida, Adriana Varejão, Doris Salcedo, Victor Grippo, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares, Janet Cardiff & George Miller, Doug Aitken, Marilá Dardot, Lygia Pape, Carlos Garaicoa e Cristina Iglesias. As outras quatro são dedicadas a exposições sazonais. Além disso, entre um galpão e outro, você pode se deparar com as inúmeras obras gigantes que estão expostas junto à natureza, no Jardim Botânico. Falando nele, trata-se de uma atração à parte, tendo uma área projetada pelo paisagista Roberto Burle Marx. Ao todo são cerca de 5 mil espécies de plantas brasileiras, além de raridades de destinos exóticos do mundo. Se você ainda não conhece o museu, programe-se! É uma viagem que, sem dúvida, vale a pena. TEXTIL MODA recomenda. Fotos: Instituto Inhotim / Divulgação
Inhotim é fashion A edição de setembro da WSJ Magazine, revista de moda do jornal internacional de negócios The Wall Street Journal, fotografou capa e recheio em terras tupiniquins, no Instituto Inhotim. Os looks para o próximo inverno dividiram espaço com o acervo da instituição, que cada vez mais ganha relevância e respeito mundo afora.
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TOP 5 1. Narcissus Garden Inhotim, 2009, de Yayoi Kusama – perfeita interação entre arte e natureza.
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Cosmococas, de Hélio Oiticica e Neville D’Almeida – projeção de slides modificados com pó de cocaína, criando desenhos sobre os rostos de Marilyn Monroe e Jimi Hendrix. Uma das cinco salas da galeria dedicada aos artistas.
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Galeria Mata – uma das quatro galerias destinadas a mostras sazonais, abriga no momento a exposição Pontos de Vista em que artistas de diferentes gerações dialogam sobre o engajamento do espectador na experiência artística.
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Magic Square nº 5 – De luxe, 1978, de Hélio Oiticica – síntese da pesquisa com a cor e com o comportamento humano.
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Sound Pavilion, 2009, de Doug Aitken – ruídos do interior do planeta Terra são ouvido em tempo real no pavilhão de vidro projetado pelo artista. 01
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SAIBA MAIS Instituto Inhotim www.inhotim.org.br Rua B, 20, Inhotim, Brumadinho, MG
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Aberta de terça a domingo. Terça a sexta, das 9h30 às 16h30, e de sábado e domingo, das 9h30 às 17h30. Entrada franca às terçasfeiras. Quartas e quintasfeiras, R$ 20. Sextas, sábados, domingos e feriados, R$ 28 Fotos: Inhotim / Divulgação.
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– – ARQUITETURA – –
MUSEU CASA MODERNISTA Locação das fotos do editorial principal e capa da terceira edição da TEXTIL MODA, a Casa Modernista, localizada na Rua Santa Cruz, em São Paulo, hoje um museu administrado pela prefeitura da cidade, foi projetada pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik em 1927 e edificada no ano seguinte, sendo considerada a primeira obra arquitetônica modernista do Brasil. Construída para viver com sua esposa, Mina Klabin, a casa chocou a sociedade da época, por ser uma junção de prismas e não contar com qualquer tipo de ornamentos em sua fachada – puro minimalismo. Jornais e revistas noticiaram a casa construída sob a nova estética, bem como seu jardim, projetado por Mina, que reunia espécies tropicais. Assim, a residência completava os movimentos artísticos modernistas eclodidos na Semana de Arte Moderna de 1922, que teve representação nula na arquitetura. Poucos anos depois, em 1933, a casa passa por sua primeira reforma, ampliando a área útil. O acesso principal agora é feito pela parte lateral, onde foi construída uma marquise, a cozinha (toda de azulejo branco) foi ampliada e a varanda dos fundos suprimida, dando lugar à sala de estar, que conta com paredes curvadas. O piso superior ganha terraço, além de um lavabo e um closet.
Durante todo o período em que a família residiu na Rua Santa Cruz, até 1970, apenas pequenos ajustes foram realizados e esses não alteraram em nada o projeto original, ou melhor, o projeto de 1933. No entanto, os próximos anos de vida da Casa Modernista não seriam muito fáceis. Quase demolida para virar condomínio na década de 1980, foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo, tornando-se propriedade do Estado em 1994. Nos anos seguinte, apenas pequenos reparos foram feitos no complexo, ficando praticamente abandonado. A Prefeitura de São Paulo entra em cena apenas em 2008, quando assume a administração da casa. Nessa época, o prédio principal e o parque passaram por uma reforma leve, possibilitando a abertura ao público. Hoje, essa joia da arquitetura modernista e parte da história da cidade de São Paulo e do Brasil aguarda por uma ampla restauração, que promete colocá-la em um novo patamar, assim como seu belo parque, cheio de espécies raras e nativas que a rodeia. Segundo a administração no museu, isso deve acontecer em breve, pois os projetos já estão em andando! É esperar e torcer! 80
Residência na Rua Santa Cruz, em São Paulo, é o marco da arquitetura modernista no Brasil Por Mario Araujo
SAIBA MAIS Casa Modernista www.museudacidade.sp.gov.br/ casamodernista.php Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana, São Paulo, SP Aberta de terça a domingo, das 9 às 17h. Visita orientada. Entrada franca.
EXPORTAÇÃO
TIPO Por Lívia Andrade
– – GASTRONOMIA – – Alex Atala
Helena Rizzo e Daniel Redondo
Os chefs que tornaram a comida brasileira conhecida mundo afora 81
Assim como fazer compras, boa comida é um dos caminhos mais rápidos para uma pessoa sentir prazer e satisfação. Não por acaso, o Brasil tem chamado atenção dos interessados em descobrir novos sabores. A diversidade nacional de alimentos é um convite a uma viagem gustativa, na qual os tripulantes se deparam com texturas e temperos únicos. Contribui para isso a criatividade dos chefs brasileiros. Cada um, a seu modo, imprime um toque todo especial a pratos, ora conhecidos e repaginados, ora inéditos. A lista dos 100 melhores restaurantes do mundo, segundo a revista britânica Restaurant, é a prova disso. Três espaços brasileiríssimos – dois paulistas e um carioca – estão neste seleto grupo: o D.O.M, de Alex Atala, é o sexto da lista, o Maní, do casal Helena Rizzo e Daniel Redondo, é o 46o, e Roberta Sudbrack, espaço que leva o nome da chef da casa, ocupa a 80ª posição. Alex Atala e o já falecido Paulo Martins, do restaurante Lá em Casa, de Belém, foram os dois chefs responsáveis por apresentar a comida brasileira ao mundo nas primeiras edições do Madri Fúsion, o maior evento global de gastronomia. “Eles mostraram ingredientes da Amazônia, como o jambu, cupuaçu, mandioca e tucupi e, a partir daí, o interesse por nossa cozinha ficou maior”, explica Ricardo Castilho, diretor editorial da revista Prazeres da Mesa. Há oito anos o D.O.M está na lista dos melhores do mundo e Atala é conhecido não só por seu talento na cozinha, mas também por sua influência. Em abril passado, o chef foi eleito pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012. Confirmação de que boa comida faz muita diferença. Natural de Santo André, o ex-punk e ex-DJ entrou no mundo da gastronomia por acaso. Aos 19 anos, viajava de mochilão pela Europa e seu tempo de permanência estava expirando. Aí se matriculou numa escola de culinária para poder ficar por mais tempo. Lá conheceu técnicas de cozinha e trabalhou em restaurantes da Bélgica, França e Itália. Ao voltar, estava decidido a explorar a diversidade de alimentos do Brasil e a não ser um cozinheiro “metido a francês”. Foi o que aconteceu: Atala se tornou um garimpeiro de produtos do Oiapoque ao Chuí. Hoje, o menu degustação do D.O.M tem elementos típicos de várias regiões do país, com destaque para o Norte. Em suas entrevistas, ele exalta a força dos sabores regionais. No programa Manhattan Conection, ele frisou o potencial do tucupi, caldo amarelo extraído da mandioca brava prensada, muito usado na culinária amazônica para temperar peixes e carnes. “O tucupi tem a força de um shoyo”, disse. O lema do D.O.M é a experiência gastronômica e a casa faz isso muito bem por meio de três variações de menu degustação: quatro pratos (R$ 357), oito pratos (R$ 495) e reino vegetal (R$ 242). O cardápio não é fixo e varia de acordo com a estação. Entre os destaques, está o arroz negro levemente tostado com legumes verdes de leite de castanha do Pará. 82
Atala é conhecido não só por seu , talento na cozinha mas também por sua influência. Em abril de 2013, la o chef foi eleito pe revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012. O casal Helena Rizzo e Daniel Redondo, do Maní, é outro bom exemplo do que o Brasil tem de melhor em termos gastronômicos. Helena é gaucha, Redondo espanhol. Os dois se conheceram trabalhando na cozinha de El Celler de Can Roca, em Girona, na Espanha, eleito este ano o melhor restaurante do mundo. Ambos falam que se sentem filhos da casa, que aprenderam como se comportar na cozinha e como tratar os funcionários com os irmãos Roca. Do fruto deste encontro na cozinha e na vida surgiu o Maní, ideia que foi abraçada pelos amigos do casal: Fernanda Lima, Pedro Paulo Diniz e Giovana Baggio. No dia a dia do restaurante, a dinâmica varia bastante. Há pratos feitos a quatro mãos, há pratos da Helena e há pratos de Redondo. “As sobremesas são dela. Gosto mais de trabalhar carnes e peixes”, disse o chef em entrevista à Folha de São Paulo. Mas o fato é que o casal é da mesma escola de Atala no que se refere à busca por novos alimentos e à proximidade com o agricultor. “Estamos começando a trabalhar mais produtos brasileiros, a investigar mais. Cada dia chega um produto novo na porta do restaurante. Na Europa já está tudo estabelecido, já não acontece isso”, complementa Redondo.
Para o casal, a grande magia da comida é mexer com os sentidos das pessoas: despertar uma lembrança, proporcionar uma nova experiência, um gosto inusitado. O sabor é o que importa para Helena e Redondo, mas eles também capricham na aparência. Mesmo antes de prová-los, os pratos impressionam pelo “look”, proporcionando uma sensação de êxtase ao contemplar algo tão belo. Durante o almoço, o menu da temporada sai por R$ 160 por pessoa. Já o completo, servido no jantar, custa R$ 310. Só para dar uma ideia da criatividade do casal, um dos pratos é Bacalhau com taioba, emulsão de queijo da Serra da Canastra e farofa crocante de milho. De dar água na boca! A chef autodidata Roberta Sudbrack também foi reconhecida pela publicação. Natural de Porto Alegre, mas criada pelos avós em Brasília, ela surpreende usando apenas calor e técnica, nada de cozinha molecular. “Em muitos dos meus pratos os ingredientes aparecem como eles realmente são, sem molhos para mascarar. Algumas pessoas estranham. Sei que fazer isso é um ato de coragem”, disse em entrevista ao portal IG. Mas foi a coragem que levou Roberta chegar aonde chegou. Ela estudou por conta própria, fez várias experimentações em casa até que começou a preparar pequenos jantares em residências da capital federal. Num desses eventos, o então presidente Fernando Henrique Cardoso provou e lhe chamou para ser chef de cozinha do Palácio da Alvorada, cargo que ocupou de 1996 – 2003. Depois mudou-se para o Rio de Janeiro e abriu a casa que leva o seu nome. Desde então, vem quebrando tabus, repaginando ingredientes nem sempre benquistos pelo público. Já explorou o chuchu, o quiabo, a beterraba e desta vez surpreende ao usar a fruta pão. Se a comida representa 50% da boa percepção de um estrangeiro sobre um país, o Brasil tem tudo para agradar os turistas do mundo todo. Mesmo porque a lista dos 100 melhores deixou de fora muitas revelações, como o Mocotó, do chef Rodrigo Oliveira, restaurante paulistano que faz uma releitura da comida nordestina.
Roberta Sudbrack
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Forum, Verão 2013
GAROTA PROPAGANDA Se a combinação de cachaça, limão , açúcar e gelo foss e uma pessoa, co m certeza receberia a classificação de garota propagan da. A caipirinha, de tão famosa, tornou -se uma das ferra mentas de divulg ação do Brasil lá fora. Há muitas história s sobre sua origem , mas a mais propag ada é a que a bebi da nasceu de um remédio caseiro us ado contra a gripe. Sua fórmula origina l seria: cachaça, lim ão, mel e alho. At é que um dia algué m tirou o alho, o mel, resolveu co locar umas colhe res de açúcar e gelo para diminuir o ca lor que a bebida prov ocava. Conclusão : a caipirinha caiu no gosto popular e hoje tem centen as de versões.
– – QUADRO DE INSPIRAÇÃO – –
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EXPEDIENTE | Edição 727 – Set-Nov de 2013 A TEXTIL MODA é uma publicação da R. da Silva Haydu & Cia. Ltda. Inscr. Est. 104.888.210.114. CNPJ/MF 60.941.143/0001-20. Projeto Editorial: Mário Araujo Projeto Gráfico: Mariana Eller Presidente executivo: Ricardo da Silva Haydu Diretora de redação: Clementina A. B. Haydu (MTB 0065072/SP) Editor chefe: Mário Araujo Editora de Arte: Mariana Eller Editor de Arte: Fernando Tucunduva Revisão: Maisa Rodrigues
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