painel Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Ano X nº 270 setembro/ 2017
AEAARP
Tecnologia Oportunidades brasileiras em microeletrônica
Qual é o tamanho da sua ideia?
As relações de trabalho mudaram e levam cada vez mais profissionais para o empreendedorismo, um campo muito Química conhecido dos engenheiros, arquitetos e agrônomos A profissão e a crise
Arquitetura Expectativas e oportunidades no evento da AEAARP
palavra do presidente
Uma das ferramentas mais efetivas para gerar oportunidades é o relacionamento entre os pares – profissionais da mesma área, de setores diferentes, interesses diversos, com expectativas e experiências que somam, mesmo que aparentemente possa parecer competição. Por necessidade, oportunidade ou vocação, tem muita gente empreendendo. Um dos nossos desafios tem sido criar o ambiente propício para isso. A criação da Sala do Associado foi uma das iniciativas acertadas da AEAARP nesse sentido. Centenas de reuniões aconteceram naquele espaço nos últimos anos, obedecendo sempre a vocação que a originou: ser o apoio físico para o associado reunir-se com o seu cliente. Avançamos no último ano com o estreitamento da relação com o Sebrae, importante parceiro que tem promovido encontros de negócios em nossas dependências. Além disso, o órgão tem designado representantes para palestras e encontros com profissionais e estudantes onde são passadas as orientações iniciais para empreender; até o final do ano, o Sebrae promoverá rodadas de negócios na AEAARP. Há quase 70 anos, quando a AEAARP foi fundada, os costumes, o comportamento, as ferramentas, a cidade, tudo era muito diferente de hoje. Alguns desafios são semelhantes – combater o exercício da profissão por leigos, o sombreamento de atribuições etc. – mas outros exigem de nós mais envolvimento e compromisso. É esta a resposta que estamos dando aos associados: nós da AEAARP estamos comprometidos com a sua ação profissional. Os encontros sociais, culturais, profissionais e as semanas técnicas são a oportunidade de estreitar laços e aprofundar conhecimentos. São as ferramentas de hoje para que a AEAARP siga forte no propósito fundador: valorizar engenheiros, arquitetos e agrônomos.
Eng. civil Carlos Alencastre
índice
ESPECIAL
06
social
20
Tecnologia
10
Boa notícia para a Mata de Santa Tereza
meio ambiente
22
cultura
23
crea-sp
24
produtividade
25
notas e cursos
26
Empreender, modo imperativo
Brasil tem 22 empresas desenvolvedoras de circuitos integrados
oportunidade 13
Monteiro Lobato é tema do AEAARP Cultural
gestão 14
Normativa lista critérios de investigação de acobertamento
O mercado brasileiro da microeletrônica
Modelando a carreira
carreira 15
Introdução ao Power BI – O Self-Service BI da Microsoft
Engenharia química é sensível à crise
Arquitetura 18
Vivência, experiência e conhecimento
painel
Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente
Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli
Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente
Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente
Conselho Presidente: Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Conselheiros Titulares Arq. e urb. e Eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Arq. e urb. Luiz Eduardo Siena Medeiros Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Eng. civil Edgard Cury Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros suplentes Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini Eng. agr. Ronaldo Posella Zaccaro Eng. civil Fernando Brant da Silva Carvalho
Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq. urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@ aeaarp.org.br Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação Editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editora: Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044 Foto de capa: Freepik Publicidade: 16 2102.1719 Tiragem: 3.000 exemplares Locação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.
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especial
Empreender, modo imperativo
Imagens: Freepik
Empreendedorismo é uma das fortes características dos profissionais do sistema CONFEA/ CREA e CAU; os modelos de negócio, oportunidades e modelos de investimento mudam com o tempo, e seguem requerendo foco, iniciativa e planejamento
O instinto humano mais primitivo é a sobrevivência, que gera necessidades. A frase resume o princípio básico da produção. Porém, em tempos de mudanças sociais, econômicas e culturais, não a define totalmente. O engenheiro Tadeu Rivalta de Barros e
o arquiteto Fabrício Menezes Spanó são de gerações diferentes. O primeiro, em mais de 30 anos de carreira, investiu com vigor no perfil do negócio que definiu para a sua empresa: construções de alto padrão. “Sou empreendedor, não nasci para ser empregado”, fala. Revista Painel 6
No início dos anos de 1990, uniu-se a outros empresários da construção e deu início a uma das mais marcantes expansões urbanas de Ribeirão Preto: abriu a Avenida João Fiúsa. Vinte anos depois do início da primeira fase de comercialização, não há mais terreno
disponível para novas construções. E parar não é uma opção. Há demanda de mercado: o crescimento populacional dos últimos 20 anos requer pelo menos mais 60 mil unidades habitacionais, nas contas do empresário. Para seguir, não poderia ficar parado na Avenida João Fiúsa. Há cerca de 10 anos, prevendo o esgotamento físico da área, buscou outra, a Fazenda Olhos D’Água, que terá 20 terrenos de 4.500 m² a serem ocupados por edifícios residenciais. “Oxigênio” para ele é índice baixo de inflação e taxa de juros de 7% ao ano, um cenário econômico de recuperação e aquecimento para a construção. Com esses números, adquirir um imóvel pode ser um bom negócio. A empresa liderada por Barros surgiu da necessidade do mercado e se alimenta dela, tendo cerca de 600 colaboradores, diretos e indiretos. Quando começou, o mercado demandava engenheiros. Dois meses de salário, conta, eram suficientes para comprar um automóvel zero quilômetro. Bons tempos aqueles.
Gerações
As relações do homem com o produto de seu trabalho, com o mercado e com os negócios, por exemplo, sofrem alterações em razão do ambiente, das alterações climáticas, sociais, políticas e tecnológicas. É o que separa o início da carreira de Barros desta que vivencia agora o arquiteto Spanó. Ele tem 30 anos – dois a menos do que a empresa de Barros – e trabalha em um espaço colaborativo, onde profissionais trocam experiências, serviços, firmam parcerias, captam clientes em conjunto, fazem pausas para café, happy hour e
o Parque Sul, projeto no qual atuou enquanto trabalhava como estagiário no escritório do arquiteto Marcos Cotrim. Quando buscou novas possibilidades de trabalho, optou por instalar-se no que é conhecido como um coworking, O termo não tem tradução, significa compartilhar espaços de trabalho, levando para um mesmo lugar múltiplas experiências que possam gerar relações colaborativas. Spanó vê na experiência uma oportunidade. “Faltava na profissão ter contato com outras áreas”, fala. Tadeu Rivalta de Barros
todo o tipo de evento ou oportunidade que possa significar uma nova experiência, que pode se converter em um novo negócio. Ou não. O relacionamento, neste caso, gera a oportunidade e a necessidade. Ele, por exemplo, contou com um parceiro do espaço colaborativo para definir estratégias de marketing de seu escritório. O espaço, aliás, é projetado por ele. No currículo, Spanó já carrega intervenções urbanas importantes, como
Fabrício Menezes Spanó AEAARP 7
Números
Segundo o Serasa, entre janeiro e novembro de 2016 foram criadas cerca de 2 milhões de empresas no Brasil. Segundo levantamento do Sebrae feito em 2016, cerca de 57,5% dos empreendedores tiveram a oportunidade como principal motivação e 42,5% abriram o próprio negócio por necessidade. “No entanto, com o aumento do desemprego de 2016 até o momento atual, o empreendedorismo por necessidade cresceu”, fala Mariana Rossatti Molina, consultora do Sebrae em Ribeirão Preto, que alerta para o fato de o cenário econômico influenciar as estatísticas. “Independentemente da motivação para abrir um novo negócio, o planejamento aumenta as chances de sobrevivência desta nova empresa”, ensina. Mais de 20% das empresas no Brasil fecham as portas nos dois primeiros anos. Dentre os novos negócios que surgem em razão de oportunidade – na definição de Molina como aquele que “visualizou uma oportunidade de mercado e escolheu investir, mesmo com outras possibilidades” – 3,4% investem em serviços especializados de construção.
Os 10 comportamentos empreendedores, segundo a ONU 1. Busca de oportunidade e iniciativa 2. Persistência 3. Correr riscos calculados 4. Exigência de qualidade e eficiência 5. Comprometimento 6. Busca de informações 7. Estabelecimento de metas 8. Planejamento e monitoramento sistemáticos 9. Persuasão e rede de contatos 10. Independência e autoconfiança
“Alguns empreendedores possuem os comportamentos natos, no entanto, o mais normal é o desenvolvimento desses comportamentos ao longo da vida, na prática e por meio de cursos, autoconhecimento e outras metodologias”, explica Molina. Ela acrescenta que é necessário equilibrar as características. Por exemplo: de nada serve desenvolver o comportamento de iniciativa se não souber calcular riscos. Saulo Rodrigues, gerente da Supera Incubadora de Empresas, fala que colocar uma ideia em prática não é tarefa fácil. “Nós adotamos várias metodologias para auxiliar os empreendedores neste processo como: Lean Startup, Descoberta de Clientes, Validação de Clientes, Modelos de Negócios, Design Thinking etc.”, enumera. Para começar um negócio, o empreendedor deve “identificar uma ‘dor’, um problema que os potenciais clientes possuem”. Para isso é necessário entender o público que pretende atingir, seus pensamentos, opiniões etc. “Após entender muito bem os clientes, sugerimos fazer o modelo de negócios, colocando no papel
as hipóteses que serão utilizadas para estruturar a empresa”, ensina Rodrigues. Só depois de validar essas questões é que o empreendedor deve buscar investimento para a sua ideia.
Antropologia
Uma aldeia Yupik, no Alaska, trava historicamente embates severos com os ciclos naturais de inverno rigoroso, estocagem de alimentos, produção de roupas de peles de animais e ferramentas manuais para sobreviverem. “Mas, será que hoje sobrevivem da mesma maneira? Costuram suas roupas de forma tradicional ou constroem fer-
Foto: Freepik
O sucesso do empreendimento depende do mercado, mas esses comportamentos, se natos ou desenvolvidos, aumentam as chances de sucesso da empresa, segundo Mariana Rossatti Molina, consultora do Sebrae. O estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) é utilizado na metodologia Empretec, programa aplicado pelo Sebrae no Brasil que visa desenvolver características empreendedoras e identificar oportunidades de novos negócios.
ramentas?”, questiona a antropóloga Danielle Moro, especialista em desenvolvimento organizacional. Ela mesma responde que não. “Seu contexto foi modificado em razão das mudanças climáticas e da inserção de novos artefatos. Essa alteração muda o eixo de responsabilidade e de poder da aldeia. Novas formas e soluções começam a surgir com novos habitantes de novas gerações. Vivemos isso a todo instante”, explica. As mudanças dos modelos de negócios aconteceram bem recentemente. Uma delas é a organização do modelo do negócio: a conectividade proporcio-
Sala de negócios na AEAARP Em 2016, mais de 300 reuniões foram realizadas na Sala do Associado, um espaço exclusivo que os membros da AEAARP podem utilizar gratuitamente para reuniões de negócios. O local é dotado de sistema de vídeo e áudio e é climatizado. O uso é exclusivo para associados mediante agendamento prévio. CONSULTE DISPONIBILIDADE DA SALA: 16 2102.1700
Revista Painel 8
na a união de profissionais de diferentes áreas, o que seria possível apenas presencialmente. “A conexão entre pensadores, articuladores e membros do time é completamente diferente, mais rápida e à distância. Esse fato possibilita que consigamos mesclar formas diferentes de solucionar problemas e novos negócios surgem. Trocamos conhecimento e experiência de forma mais rápida”, explica Moro.
Engenheiros, arquitetos, agrônomos e empreendedores
O histórico profissional do presidente da AEAARP, Carlos Alencastre, é o testemunho de uma época: ele concluiu a graduação nos anos de 1970, atuou por algum tempo na iniciativa privada, empreendeu por curto período e prestou concurso para o cargo no governo de São Paulo que ocupa até hoje. Para ele, a característica empreendedora é nata nos profissionais do sistema CONFEA/CREA e CAU. “Observe os currículos: começam na iniciativa privada ou no serviço público, mas seguem sempre trabalhando, construindo, projetando, mesmo depois de aposentados”, fala. Em sua opinião, é a possibilidade de criar, modificar os modelos de produção e a paisagem que são as características marcantes dessas profissões.
Startups
Entre 1996 e 2001, quando começaram a surgir os negócios baseados em tecnologia e inovação, surgiram as primeiras startups, definidas como empresas com essas características e que são criadas por um grupo de pessoas. No Google, site de buscas originado a partir de um desses modelos de negócios, várias páginas trazem diferentes definições sobre essas empresas. Em resumo, a boa ideia deve combinar com tecnologia, geração de valor, sustentabilidade do ponto de vista econômico e escala, o que significa crescer sem mudar o modelo de negócio. Em Ribeirão Preto, o Supera Parque abriga essas empresas, desde aquelas que estão ainda no campo do planejamento até as que necessitam de apoio. O requisito é que tenham base tecnológica e sejam inovadoras. A seleção é feita por meio de um processo aberto frequentemente para a Incubadora de Empresas ou classificar-se no edital de concorrência pública para o Centro de Negócios. Habilitadas, as empresas passam a receber qualificação, apoio de consultorias e assessorias, networking e podem usar o espaço físico do Supera. Atualmente, 56 empresas estão no Supera; 14 no Centro de Negócios e 42 na Incubadora de Empresas, dos setores de tecnologia da informação e comunicação (TIC), biotecnologia, equipamentos médi-
co-hospitalares, odontológicos, educação e agropecuária. No ambiente do Supera, a maioria das empresas surgiram a partir das pesquisas acadêmicas da Universidade de São Paulo. Porém, os coordenadores afirmam que as oportunidades não estão restritas aos egressos dessa instituição. Isto é: se você tem uma ideia de negócio inovador e com base tecnológica, pode ter sua empresa no Supera Parque, independente de sua origem acadêmica.
Universidade
A escassez de postos de trabalho no modelo tradicional, o desaquecimento econômico, uma boa ideia ou oportunidade podem levar o jovem universitário a pensar em seu próprio negócio. Porém, é necessário cautela. O engenheiro José Aurélio Resende, coordenador do curso de engenharia de produção do Centro Universitário Moura Lacerda, aconselha: tenha primeiro uma experiência no mercado, depois empreenda. “Acredito que a carreira solo deva vir após algum tempo de exercício da profissão, para que o aluno possa conhecer aspectos profissionais mais de perto, tenha mais experiência em gestão de negócios e também para que possa escolher uma área com a qual se identifique melhor”, fala. O arquiteto André Avezum, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo AEAARP 9
no mesmo centro universitário, diz que os trabalhos de conclusão de curso (TCCs) podem sim ser fontes de inspiração para novos negócios. Mas, sobretudo, indicam o perfil que aquele aluno adotará na vida profissional. Para se preparar, “é importante que tenha na matriz curricular do curso disciplinas que proporcionem a prática, como também estágios, visitas e viagens técnicas, intercâmbios, etc”. O engenheiro Fernando Brant, coordenador do curso de engenharia na UNIP, acredita que 80% dos egressos da universidade seguem carreira na iniciativa privada; 10% optam pela vida acadêmica e o restante por seu próprio negócio. Na graduação, algumas disciplinas apresentam aos estudantes o universo do empreendedorismo. Ele opina que, para empreender, “depende muito da oportunidade e condição do engenheiro”. “Quase sempre será necessário um certo capital para iniciar. Alguns já possuem algum parente no setor e dão continuidade ao negócio da família. Seguir a carreira solo independente necessita de um espírito empreendedor natural”, fala. O importante, na opinião dos professores e dos especialistas consultados para esta reportagem, é planejar, ter visão de futuro e de mercado. E não parar nunca. Afinal, como disse Barros, esta não é uma opção.
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tecnologia
Brasil tem 22 empresas desenvolvedoras de circuitos integrados As Design Houses estão em vários estados brasileiros; a maior concentração é na região Centro-Sul do país
Nem só de celulares e computadores vivem as Design Houses (DH) – empresas desenvolvedoras de circuitos integrados (CI), popularmente conhecidos como chips. A microeletrônica está presente em equipamentos utilizados em vários setores da economia – automação in-
dustrial, automobilismo, agropecuária, logística e saúde. O engenheiro eletricista Maurício Santos Pupo, associado da AEAARP, trabalhou no projeto de um chip de marca-passo (estimulador cardíaco), cuja função é executar o ritmo e gerar Revista Painel 10
os disparos dos pulsos para o coração. O projeto foi desenvolvido no Instituto de Pesquisas Eldorado, uma das 22 DHs brasileiras. Além de serem responsáveis pela concepção e projeto de circuitos integrados, as Design Houses ajudam a inovar o mercado brasileiro de microeletrônica.
“Eu modelava o hardware do chip para que ele atendesse requisitos funcionais como o tempo que o sinal leva para percorrer o circuito, potência, quantidade de calor gerado etc.”. Essas funcionalidades são trabalhadas em circuitos com dimensões muito pequenas – micrômetros (um milionésimo de metro) ou nanômetros (um bilionésimo de metro). Os projetos são altamente complexos e são desenvolvidos no computador. Para isso, é usada uma linguagem de modelamento de hardware que, basicamente, descreve o funcionamento do chip e a sua concepção.
Mercado
Em meados de 2005, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) analisou o setor de microeletrônica e detectou a escassez de projetistas, alimentada pela ausência de empresas especializadas em projetos e desenvolvimento de circuitos integrados no Brasil. Para reverter o quadro, foram criadas três metas: incentivar a atividade econômica na área de projetos, expandir a formação de projetistas de CIs e criar uma indústria nacional de semicondutores. Com objetivo de ampliar o mercado e inserir o país no cenário internacional de semicondutores, o governo federal, empresas e setor acadêmico desenvol-
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o modelo de negócio em microeletrônica está fundamentado em quatro grandes blocos: ▪ Concepção (esquema elétrico dos circuitos) e projeto (desenho dos circuitos para serem aplicados ao silício) – Design Houses ▪ Fabricação Front End (produção dos chips de silício pelos processos fotográficos, físicos e químicos) – foundries ▪ Encapsulamento e teste back end (montagem dos chips para permitir sua aplicação em placas de circuito impresso) – montagem ▪ Serviço ao cliente (auxílio na aplicação, análise de falha do sistema etc.) Assista dois vídeos – publicados pelo portal TecMundo – que mostram o funcionamento de uma gigantesca fábrica de chips, localizada na cidade de Malta, em Nova York (EUA). A reportagem está na área de Notícias, no endereço eletrônico da AEAARP.
www.aeaarp.org.br
AEAARP 11
veram, em 2005, o Programa CI Brasil. O CI Brasil é responsável pelo Programa de Treinamento Integrado, com duração de 11 a 12 meses, que anualmente vem capacitando profissionais em três áreas: Projeto de Sistemas Digitais, Projeto de Sistemas Mixed-Signals e Projeto de Sistemas de Radiofrequência. A maioria das 22 Design Houses do país são resultado desse programa. Dessas, 13 não têm fins lucrativos, cinco têm essa finalidade e originaram-se a partir de empresas privadas nacionais, multinacionais ou startups locais. Quatro delas, embora componham o cenário brasileiro de DHs, são independentes do programa.
Lei de Informática
Outra ferramenta criada para ajudar o setor, é a Lei de Informática (conforme as leis 8.248/91, 10.176/01, 11.077/04 e 13.023/14) que concede incentivos fiscais – redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – às empresas de pesquisa e desenvolvimento de hardware e componentes eletrônicos.
os que concentram processamento digital. Pupo explica que são muito comuns os circuitos integrados híbridos, aqueles que têm tanto o circuito analógico quanto o digital no mesmo invólucro.
Veja dados econômicos do setor e o relatório analítico sobre as Design Houses brasileiras, no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.
www.aeaarp.org.br
Fonte: ABDI
De acordo com o relatório analítico sobre as Design Houses (DHs) brasileiras, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), as DHs brasileiras têm tendência em desenvolver projetos analógicos. Essa característica pode significar
o posicionamento mercadológico complementar às empresas internacionais, voltadas a projetos complexos de processadores, lógica digital e sistemas de memórias. Segundo o relatório, sistemas analógicos são usados na maioria dos chips, mesmo
Revista Painel 12
No ano de 2016, o faturamento da indústria eletroeletrônica atingiu R$ 129,4 bilhões, 9% inferior ao ano de 2015 (R$ 142,5 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE). Segundo o órgão, a baixa atividade do setor deve-se tanto pelo segmento de bens de consumo, como de bens de capital. A queda da renda da população, a alta e crescente taxa de desemprego e o elevado endividamento foram fatores que reduziram o poder de compra. Além disso, os consumidores conviveram com juros elevados e crédito contraído. Já os segmentos de bens de capital sofreram com a queda de investimentos no país.
oportunidade
o mercado brasileiro da microeletrônica
Imagem: Freepik
Ainda embrionário, setor de tecnologia está em desenvolvimento no país, segundo engenheiro
Maurício Santos Pupo
O engenheiro eletricista Maurício Santos Pupo ingressou no setor de circuitos integrados através CI Brasil. Ele entrou no Instituto de Pesquisas Eldorado, na unidade de Campinas (SP), em 2014. O engenheiro explica que após o treinamento, acontece um dia de recrutamento, onde as Design Houses (DHs) fazem entrevistas e selecionam os projetistas para os seus centros de pesquisa. “Quando entrei na
empresa passei por outro treinamento mais complexo, com duração de seis meses, depois que migrei para a área de projeto”. A Eldorado é uma instituição privada, sem fins lucrativos e tem mais duas unidades: Brasília (DF) e Porto Alegre (RS). Além dos CIs para o marca-passo, o engenheiro também trabalhou em um chip conversor analógico-digital – conhecido como ADC (em inglês, analog to digital converter) – que seria utilizado em uma balança. Para Pupo, o mercado brasileiro de microeletrônica não está aquecido, mas está em evolução. “Teve um boom de incentivo do governo federal, em meados de 2005, porém agora está mais reduzido. Hoje, temos investimento privado. Era a intenção do governo criar mão de obra especializada para as empresas se instalarem aqui”, analisa. O engenheiro conta que antes dos incentivos governaAEAARP 13
mentais, muitos colegas foram trabalhar na Europa em busca de condições melhores de trabalho. Formado há 20 anos em engenharia elétrica, Pupo comenta que na época não tinha disciplinas relacionadas ao desenvolvimento de chips, pois o mercado é muito recente. Em contrapartida, os estudantes que estão saindo agora das universidades, segundo ele, já têm noção de modelamento de hardware para circuitos integrados, principalmente quem faz cursos relacionados à tecnologia ou ciência da computação.
No dia 17 de novembro, vai acontecer o Workshop: Projetos de Circuitos Integrados - Oportunidades no Brasil, promovido pela ABINEE, na cidade de São Paulo (SP).
gestão
Adriano Bardella Monteiro consultor de negócios
Modelando a carreira
Falar sobre a formação de um profissional nos leva a pensar nos conhecimentos técnicos que são necessários para executar uma tarefa. Porém, algumas profissões têm em sua essência o empreendedorismo. A expectativa de um estudante é ter seu próprio escritório ou consultório, começar seu próprio negócio. Qual é o preparo dado a este profissional? Como ele captará e administrará os recursos necessários para exercer sua profissão? Em um país incerto, como podemos pensar em aplicar recursos, que muitas vezes demorou anos para economizar, em um negócio que não sabemos quando recuperaremos o capital? A resposta é: planejamento. É comum ouvir que muitas empresas fecham no primeiro ano – cerca de 27%. Óbvio que existem fatores econômicos, mas muitos fechamentos ocorrem por falta de planejamento e podem ser evitados se houver um bom plano de negócio. Para iniciar um empreendimento, primeiramente passamos pela elaboração. Nesta fase existem ferramentas que auxiliam na modelagem do negócio, e uma delas é o Canvas (www. sebraecanvas.com). Abaixo, algumas dicas que podem apoiar nessa modelagem. Começamos pela definição de valor: o que a empresa irá entregar que realmente tem valor? Um cliente que procura um arquiteto não quer um desenho, ele quer concretizar um sonho. Quem procura um advogado não quer abrir um processo, ele busca proteção ou segurança. Quem procura um psicólogo quer vencer uma barreira interna e não alguém para conversar. Entender o valor que seu cliente percebe ajuda você a ser assertivo no produto que entrega. Pensando nisso, podemos segmentar quais clientes estamos focando. Qual é o perfil dele? Qual é a faixa etária? Quais são os hábitos? Assim, você conhece seu público, sabe quem vai atender, conseguirá desenhar como eles entenderão o valor que deseja entregar.
Definindo o segmento que deseja atender, chegou a hora de pensar como ele busca essa necessidade? Quais são os canais que ele utiliza? De que forma o produto ou serviço chega até o cliente? Como já sabemos identificar a necessidade, chega a hora de saber como se relacionar com o cliente, cada segmento exige uma forma de relacionamento, existem particularidades para cada público, o empreendedor pode otimizar a experiência do cliente quando tem esses princípios bem definidos. Nos resta saber quanto o cliente está disposto a investir por essa experiência, nesse momento é definido como a empresa irá obter receita. Aqui, chegamos na metade do caminho. Já sabemos o que, para quem, como, por onde e por quanto vamos entregar. E, para fazer? Como incluir nesse modelo? Podemos descrever a atividade-chave para entregar esse produto ou serviço, o que é essencial para entregar o valor proposto? Existem atividades que são determinantes no resultado e devem ser consideradas mesmo que não sejam entregues. Como no projeto de uma casa, se a sua proposta de valor é a otimização dos recursos, o cliente não deseja saber a posição do sol e a predominância dos ventos. Mas, na elaboração de um bom projeto, essas informações são importantes para promover o conforto térmico e garantir uma boa experiência ao cliente. O próximo passo é estimar os recursos, equipamentos, ferramentas, instrumentos e todos outros itens inerentes à atividade. Lembre-se que em uma parceria todos os lados ganham, a escolha dos parceiros é um ponto crucial e estreitar esse relacionamento chave pode ajudar no futuro. Por fim, quanto se deve gastar para entregar a proposta de valor desejada? Nesse ponto definimos o futuro da empresa, o lucro não é um pecado capital, é a reentrada de recursos para manter o negócio. Com o negócio modelado é hora de começar o seu plano. Fica a dica: muito papel, muita caneta e boa sorte.
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carreira
Engenharia química é sensível à crise
Fotos: Arnaldo Olinto Bastos Neto
20 de setembro marca o dia dessa profissão, uma das mais bem remuneradas do sistema CONFEA/CREA, mas também uma das mais afetadas pelo arrefecimento do mercado sucroenergético
Destilaria Del Chira, em Piúra (Peru), com projeto e supervisão do engenheiro químico Arnaldo Olinto Bastos Neto
Alimentício, metalúrgico, mineração, petroquímico, ambiental, farmacêutico, sucroalcooleiro. Esses são apenas alguns exemplos dos vários setores que o engenheiro químico pode trabalhar. O leque de atuação é grande. O que mais os 35.906 profissionais registrados na modalidade de Engenharia Química – segundo o CONFEA – têm para comemorar no dia 20 de setembro, Dia do Engenheiro Químico? A revista PAINEL entrevistou três profissionais da área para saber como anda o mercado, quais os setores que mais empregam e o nível de especialização da mão de obra. No passado recente, o cenário era bastante promissor. Pesquisa feita pela consultoria Kelly Services no início desta década, divulgada no portal do Instituto Brasileiro de Recolocação Assertiva (IBRA), revela que a Engenharia Química é a que oferecia os melhores salários em comparação às outras modalidades de engenharia. Em 2013, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) publicou estudo no qual 93,37% dos engenheiros químicos
apareceram como empregados. Na época, a média de salários desses profissionais era o de maior valor: R$ 5.815,28. Hoje, entretanto, a realidade pode ser diferente. De acordo com o engenheiro químico Arnaldo Olinto Bastos Neto, consultor em engenharia de processo, o mercado de engenharia química não está bom, principalmente no setor sucroalcooleiro. “Ninguém está contratando, muitas usinas faliram, pois passaram muito tempo sem renovar o canavial”. Ele avalia que só neste ano algumas usinas começaram o processo de renovação agrícola. “Na melhor das hipóteses, acredito que no segundo semestre de 2018 haverá melhora no setor”.
Os 35.906 profissionais registrados no Sistema CONFEA/ CREA na modalidade Engenharia Química dividem-se em vários títulos entre bacharéis, técnicos e tecnólogos.
Já o engenheiro químico e químico industrial José Roberto Coelho Júnior, especialista na área de gases industriais e hospitalares, acredita que o mau momento para a Engenharia Química deve-se ao choque da área com outras engenharias como, por exemplo, as de alimentos e agrícola. “Criaram também a biotecnologia, que também poderá subs-
Pai da Engenharia Química
Alfred Nobel (1833-1896) é um dos químicos mais famosos do mundo e é considerado o pai da Engenharia Química. Ele contribuiu para o desenvolvimento de novos processos químicos, para a criação da dinamite e da borracha sintética. Um dos seus sonhos era a criação de um prêmio que reconhecesse o trabalho de profissionais que tivessem contribuído para a humanidade. Após sua morte, foi criado o Prêmio Nobel. A primeira cerimônia aconteceu em 1901.
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tituir o químico ou engenheiro químico na indústria farmacêutica”. Júnior também acredita que existe confusão entre as competências do químico e do engenheiro químico. “O último está apto para pesquisa e desenvolvimento de equipamentos e suas instalações. Já o químico atua no laboratório fazendo análises e é auxiliado por técnicos”. Segundo ele, é comum os químicos atuarem como técnicos e engenheiros atuarem como químicos. “Daí vêm os baixos salários que o mercado tem oferecido atualmente”, diz Junior.
Qual a diferença entre químico e engenheiro químico? Segundo a química industrial Carmen Silvia Gonçalves Lopes, professora na área de química industrial e engenharia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), são diferentes os campos de atuação. O bacharel em química trabalha em laboratórios, fazendo análises químicas, desenvolvendo materiais e propondo novos processos para obtenção de produtos químicos. O engenheiro químico também se ocupa de processos químicos, mas em escala industrial; ou seja, ele trabalha na indústria, dimensionando equipamentos e definindo as etapas do processo de fabricação. O curso de química tem foco em disciplinas ligadas às ciências puras, enquanto a engenharia trabalha com a aplicação dessa ciência no dia a dia de uma indústria. Assista ao vídeo da professora da UNAERP falando sobre a profissão de engenheiro químico no endereço eletrônico da AEAARP, na área de Notícias.
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Carmen Silvia Gonçalves Lopes, professora na área de química industrial e engenharia da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), acredita que, apesar da crise, existem oportunidades em setores em expansão como a indústria farmacêutica, o setor de papel e celulose e ainda no agronegócio. “As usinas de açúcar e álcool continuam absorvendo esses profissionais porque a produção está se recuperando”. Segundo ela, em 2016 houve queda na oferta de vagas em função do desaquecimento da economia. Porém, avalia que em 2017 o setor industrial começou a se recuperar e as vagas aumentaram. “Como a atuação do engenheiro químico é abrangente, não faltam oportunidades. Quando um setor está em baixa, outras áreas estão em crescimento”, explica a professora. A recente crise hídrica no Sudeste do país, por exemplo, fez aumentar a demanda por engenheiro químico especialista em gestão da água. Lopes complementa que o crescimento da produção mineral, a instalação de refinarias, a produção de vidro, borracha, tintas e a indústria petroquímica são setores que absorvem boa parte dos engenheiros formados. Cada vez mais o mercado prioriza profissionais recém-formados para baratear custos com mão de obra, segundo Neto. Para ele, é isso que faz aumentar a rotatividade nas empresas e reduzir vagas para profissionais mais experientes. “Nos
Estados Unidos é comum que empresas contratem profissionais com mais de 60 anos de idade para cargos de consultor ou que exijam mais experiência”. Neto conhece bem o mercado americano, pois presta serviços no país, além de outros da América Latina. Ele explica que o Brasil tem tradição e experiência no setor sucroalcooleiro e beneficiamento de cana, sorgo e milho, por isso empresas americanas têm contratado profissionais daqui para desenvolverem os projetos de suas usinas. Além disso, a mão de obra brasileira é mais barata do que a americana.
Demanda
Boa parte da demanda pelo profissional de Engenharia Química é do setor petrolífero, segundo Lopes. Mas, segmentos tradicionais se mantêm estáveis, como a indústria de polímeros, de tintas e vernizes. “Nos próximos anos, deve aumentar também a procura pelo setor agroindustrial, onde o engenheiro trabalha com a produção de fertilizantes e defensivos, assim como na indústria de papel e celulose, na pesquisa e desenvolvimento de produção e métodos para tratar os resíduos industriais”. Ela contabiliza também que na área ambiental começam a surgir vagas no tratamento de resíduos, no reaproveitamento de matérias-primas e na geração de energia de fontes renováveis. Na visão de Neto, o alto padrão da remuneração praticado pela indústria
Na opinião de Lopes, o curso de engenharia química deve ter disciplinas na área básica das ciências químicas, físicas e matemáticas, de processos químicos, operações unitárias da indústria química, dimensionamento de equipamentos como bombas, reatores, colunas de destilação, dentre outros, fenômenos de transporte, engenharia ambiental, materiais para a indústria química, administração, simulação e controle de processos, projeto, qualidade, gestão de pessoas e projeção gráfica. Além disso, as diretrizes curriculares nacionais exigem que para os cursos de engenharia sejam cumpridas, no mínimo, 160 horas de estágio durante a graduação. “É muito importante o aprendizado prático, principalmente, na área industrial e tecnológica. O estágio oferece ao estudante o contato com a profissão durante o processo de formação”, analisa a professora.
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petroquímica não é aplicado para a realidade atual. “O sonho de todo engenheiro químico era trabalhar na Petrobras”, fala. Após as denúncias de corrupção, empresas ligadas à Petrobras ruíram e diminuiu a demanda por engenheiros no setor. Segundo Neto, existem dois setores que sempre vão contratar engenheiros químicos: as indústrias de alimentos e de remédios. “Por maior que seja a crise, esses setores sempre se mantêm”. Apesar da característica essencial da profissão, engenheiros químicos vão além do setor industrial, na visão de Lopes. “Podem atuar também nas áreas comercial e de gestão, podendo abrir seu negócio próprio”. Foi o que fez Neto depois da aposentadoria. Há quatro anos ele presta consultoria para o setor sucroalcooleiro e de geração de energia elétrica. A maioria dos seus colegas de profissão, conta, atuam como autônomos.
A academia é outra oportunidade de trabalho para os profissionais. A professora da UNAERP está ligada ao ambiente acadêmico desde sua formação, porém mantém contato próximo ao setor produtivo, inclusive com trabalhos técnicos em prestação de serviços.
COMPETÊNCIAS E ESPECIALIZAÇÕES
“Muitos são os que formam, mas nem todos vão para o mercado com as competências necessárias”, analisa Lopes. A professora comenta que além de frequentar bons cursos em universidades qualificadas, os recém-formados precisam de outros diferenciais: o engenheiro químico tem que saber trabalhar em equipe, se comunicar de forma eficiente – tanto na fala quanto na escrita –, ser inovador e ter espírito empreendedor, além das competências técnicas.
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Neto destaca que o profissional deve ser fluente em pelo menos dois idiomas: inglês e espanhol. “Os melhores textos de engenharia química estão em inglês e as traduções são muito ruins”. Além disso, se for trabalhar em uma multinacional ou prestar serviços para empresas estrangeiras, a comunicação em outro idioma é fundamental. A graduação prepara o profissional de forma generalista e não especialista, avalia Lopes. “É desejável que os profissionais busquem especialização nas áreas que escolherem. A vida profissional exige constante aprendizado e aprimoramento”. Para Neto e Junior, a especialização não garante melhores salários e eles também acreditam que a vivência no setor é o caminho para adquirir experiência e a especialização na área que o recém-formado deseja atuar.
arquitetura
Vivência, experiência e conhecimento Os três substantivos são a essência da 8ª Semana de Arquitetura da AEAARP
Três palestras, três dias de eventos e mais de 600 estudantes e profissionais participaram da 8ª Semana de Arquitetura da AEAARP. Para João Victor Serrano, que faz o curso técnico em edificação na ETEC José Martimiano da Silva, em Ribeirão Preto, “as palestras me ajudaram no quesito planejamento, onde posso usar melhor meu conhecimento atual de iluminação e paisagismo”. Ele tem 17 anos, cursa o ensino médio e pretende graduar-se em arquitetura.
Serrano participou do evento com amigos do curso, dentre eles Michele Marinheiro. Para ela, o evento foi inspirador: compatibilidade de projetos deverá ser o tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso. A arquiteta e urbanista Denise Rosário, docente na ETEC, opina que a semana técnica proporciona o contato dos estudantes com profissionais da área e que, para os estudantes de nível técnico, pode ser um estímulo para seguirem a carreira em nível superior, na arquitetura ou na engenharia civil. “Mais do que as palestras, o contato com as pessoas, professores, imprensa é um momento de visualizar como é a nossa rotina. Isso é fundamental para os estudantes, pois desmistifica a profissão”, comenta.
As palestras
No primeiro dia, o arquiteto e urbanista Reginaldo Zanon de Medeiros falou sobre o uso da iluminação nos projetos e demonstrou o quanto a luminotécnica influencia no conforto e na eficiência dos projetos. No segundo dia, a arquiteta e urbanista Priscila Vanzo falou sobre a compatibilização de projetos e como os profissionais e empresas de construção poupam tempo e recursos ao adotar essa prática. No último dia, a arquiteta e paisagista Celeste Moraes compartilhou sua experiência desde o atendimento até a criação de projetos para mostras e clientes.
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“Além das expectativas” “As palestras foram ótimas e favoreceram o crescimento profissional. Acredito que foram mais importantes ainda para os estudantes, que é o meu caso. Tivemos a oportunidade de aprender mais, além de ter o contato com profissionais experientes na área; essa troca é importante, indispensável, e foi possível através da AEAARP. Dentre todas as palestras, a que mais me chamou atenção foi a de compatibilização de projetos, onde todos os presentes entenderam como é importante ter esse conhecimento, um olhar mais sensível em relação ao seu próprio projeto e o do outro, sempre respeitando os projetos que integram uma obra e buscando solucionar os problemas juntos. O evento no geral foi além das minhas expectativas”. Thaís Raquel Alves de Souza - estudante do curso técnico em edificações na ETEC José Martimiano da Silva
No Facebook
As palestras foram transmitidas ao vivo pela rede social e estão disponíveis na biblioteca na área de vídeos da página da AEAARP. Veja em Facebook.com/AEAARP
Aproximar o estudante e o jovem profissional da realidade do mercado é o objetivo que, na visão da arquiteta Marta Benedini Vecchi, foi alcançado pelo evento. Ela é diretora de arquitetura da AEAARP e coordenadora técnica da Semana. “Quando a gente sai da faculdade, um novo mundo nos espera. É bom ter referências de atendimento ao cliente, precificação, projeto e oportunidade”, fala a arquiteta. Transcender o aprendizado da sala de aula, na opinião de Marta, aproxima o aspirante à carreira de arquiteto da realidade do mercado. Samira Giantomassi Geraigire Mielli, estudante de arquitetura e urbanismo, destaca a oportunidade de encontrar colegas e profissionais da área. “A atmosfera é de aprendizado e troca de conhe-
Priscila Vanzo
Cerca de 600 pessoas participaram do evento
cimento. As palestras com profissionais renomados me incentivaram e somaram à minha formação”, declara. “Ficamos quase sempre dentro da sala de aula vendo teorias que na maioria das vezes fogem um pouco da realidade do mercado de trabalho. Foi bem interessante ter contato com as pessoas que já estão nesse mercado e que passam conhecimentos que a gente só consegue ter na prática mesmo”, opina a estudante de arquitetura Lorrayne Nogueira. O contato com os temas das palestras colabora com o aprendizado dentro da sala de aula à medida que, como com-
Reginaldo Zanon de Medeiros
João Victor Serrano
plemento de conhecimento, deixa os estudantes mais observadores. “Quem vai nas palestras volta para a aula com um conhecimento maior e o assunto chega a ser discutido em sala de aula. Eu vou todos os anos e sempre gostei muito dos assuntos e dos palestrantes”, fala Priscila Porfírio.
Marta Benedini Vecchi AEAARP 19
Celeste Moraes
social Um sarau literário com poetas mineiros – Carlos Drumond de Andrade e Adélia Prado –, um almoço solidário com roda de samba e um delicioso happy hour compuseram a agenda social da AEAARP em agosto, que atraiu muita gente inspirada, alegre e solidária.
Inspiração A poetisa Mara Senna foi uma das convidadas do evento
A poetisa Mara Senna, a atriz Cida Carminetti e o coral Som Geométrico foram as atrações do 2º AEAARP Cultural, um sarau dedicado aos poetas Carlos Drumond de Andrade, Adélia Prado e à música mineira. Cida Carminetti, Mara Senna e Ercília Pamplona
Giulio Roberto Azevedo Prado, Cláudia Marinceck, Luiz Siena de Medeiros, Cecília Baldochi, Shirlei de Paula e Silva, Genésio Abadio de Paula e Silva e Celso Santos
O mês de agosto foi encerrado com comida de boteco, cerveja gelada e música popular brasileira no Happy Hour Ritmos do Brasil.
Alegria
Marisa bagatin e Maria Flausina
Cristiane, Alexandre, Antônio e João Tazinaffo
Dulcinea Elizabeth Chalés Costa, Salete Fayão, Ronaldo Fayão e José Luiz Costa
Ivani e Eleonice Eleutério
Cláudio Massaro e Elisa Massaro Revista Painel 20
Angelo Sanches e Sueli Gianelo
Rodrigo, Juliana, Gislaine e Paulo Araújo
Mais de 150 pessoas responderam ao convite da AEAARP para o Almoço do Dia dos Pais, uma ação solidária que contou com a parceria de Alberto Gonzaga Fotografia, Tavares Canini Construtora, Casa Pronta Construtora, Construplan, DPM Construtora, Félix Empreiteira Instalações Elétricas, Fernando Corrêa da Silva Sociedade de Advogados, Infratécnica Engenharia e Construções, Marmoré Granitos e Mármores, Construtora Pacaembu, Tudo Aço e Vitrali Esquadrias. O almoço teve roda de samba com a Turma do Bebel, um grupo de profissionais liberais de Orlândia (SP) que se dedica à música nas horas vagas.
Turma do Bebel
Denize Ribeiro e Carlos Alencastre
Solidariedade
Paulo Rodrigues, Solange Fecuri, Selma Foguel, Angela Dorta, Daniela Antunes e Carlos Alencastre
Nathalia e Rafael Reis
Rodrigo e Juliana Araújo
Sandra e Lyang Zao, Weruska Vidal, João Braga, Thaíza e Leandro Melo
Dora e Raul Mello, Márcio e Marialba Falleiros
Deiverson e Silvana Gulá, Carlos Judice
Vera e João Paulo Figueiredo
Haroldo e Augusta Curti AEAARP 21
Marcos Virgílio, Cristiane Ribeiro, Maria e Eduardo Rocha
meio ambiente
Boa notícia para a Mata de Santa Tereza Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo anuncia medidas de proteção e recuperação da Mata de Santa Tereza
Duas empresas, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a Leão Engenharia, assumiram os trabalhos de recuperação da Mata de Santa Tereza por meio de acordos de compensação ambiental. Cada empresa cumprirá seus Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental (TCRA) em áreas distintas: a primeira responderá por 40 hectares e a segunda por 42 hectares. De acordo com Fundação Florestal, órgão do governo paulista responsável pela gestão da Estação Ecológica Ribeirão Preto (EERP, nomenclatura oficial da Mata), os projetos preveem cinco anos de trabalho que incluem diagnóstico, definição de técnicas de manejo adequadas, como o controle de gramíneas e trepadeiras, implantação e monitoramento. O plantio de espécies será feito preferencialmente nos períodos de chuva.
QUATRO ETAPAS DA RECUPERAÇÃO 1) retirada de fatores de degradação (retirada das espécies oportunistas, as lianas, que cresceram após o incêndio) 2) manutenção e condução de regeneração 3) plantio de adensamento 4) plantio de enriquecimento
No final de agosto, a CPTM assinou o acordo com a Fundação. A Leão Engenharia, que está ampliando área de lavra de basalto na região, já foi autorizada pelo órgão a compensar na Estação Ecológica e prepara o projeto executivo para assinar o TCRA. Para a recomposição, serão usadas espécies nativas de ocorrência regional, como angico, jerivá, mandioqueiro, cedro e paineira.
Incêndio
Concomitantemente, a Fundação Florestal também adotou a Operação Corta Fogo, que prevê a implantação de torres de monitoramento contra incêndios, dentre outras medidas. A Fundação Flo-
restal destaca que “o trabalho coletivo e de parceria entre órgãos públicos, sociedade civil e a iniciativa privada, em Ribeirão Preto, tem assegurado importantes avanços em atividades de prevenção a incêndios e capacitação de voluntários para ações emergenciais”. Funcionários da Estação Ecológica participaram de treinamento do Corpo de Bombeiros, além das oficinas de treinamento, envolvendo a EERP e seus parceiros, realizadas constantemente, segundo a Fundação. O objetivo é capacitar brigadistas voluntários para prevenir e combater incêndios, distribuindo equipamentos para eventual combate.
O incêndio que atingiu a mata e queimou 98 hectares aconteceu em 2014 e desde então nenhuma medida havia sido tomada para evitar novas ocorrências ou recuperar a área afetada. Naquele ano, por determinação da Secretaria de Meio Ambiente (SMA) do estado de São Paulo, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), formado pela Secretaria, a Fundação Florestal, Prefeitura de Ribeirão Preto e integrantes da sociedade civil com intuito de elaborar o Termo de Referência para embasar os projetos futuros de restauração florestal. Na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, uma Comissão Especial de Estudos (CEE) foi instalada para debater o tema – mas não houve conclusão. Na Painel que circulou no mês de julho, a reportagem de capa mostrava a situação da Mata. Veja no site www.aeaarp.org.br.
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cultura
Monteiro Lobato é tema do AEAARP Cultural Projeto AEAARP Cultural acontece mensalmente
Humanas
O presidente da AEAARP, Carlos Alencastre, ressalta que o Projeto AEAARP Cultural é uma ação aberta à comunida-
de. “A Associação quer relacionar-se com todos os públicos da cidade. Desenvolvimento significa qualidade de vida em todos os sentidos, daí que este projeto cultural é mais uma oportunidade de trazer a cidade para dentro da AEAARP e continuar debatendo o futuro de Ribeirão Preto”. Para Ercília, as reuniões para debater temas que saem do ambiente cartesiano das profissões do sistema CONFEA/CREA e CAU são oportunas para proporcionar a ampliação do conhecimento e dos horizontes. “A gente precisa disso para dar um pouco mais de poesia à vida, para nos relacionarmos com os nossos pares e também para oxigenar as nossas experiências”, fala.
AGENDA
Os personagens do universo de Monteiro Lobato dão o ar da graça no Espaço Gourmet da AEAARP no dia 19 de outubro. A escritora Áurea Laguna é a convidada do projeto AEAARP Cultural junto com o coro juvenil do Colégio Waldorf. Os convidados serão recepcionados com um lanche ao estilo da cozinha de Dona Benta. Áurea é especializada em Monteiro Lobato e organiza frequentemente palestras e oficinas sobre o escritor para funcionários de livrarias ou editoras, livreiros, contadores de histórias, professores e pais. O Projeto AEAARP Cultural é aberto ao público, com ingresso solidário (um quilo de alimento não perecível para as entidades cadastradas na associação), realizado todos os meses com objetivo de apresentar artistas e profissionais do meio cultural da cidade. A arquiteta Ercília Pamplona, coordenadora do projeto, adianta: “Teremos intervenções do coro e algumas situações artísticas e lúdicas para tornar a noite didática, animada e bem ao gosto, quem sabe, deste que é um dos grandes escritores brasileiros”.
AEAARP Cultural A literatura para crianças de Monteiro Lobato Data: 19 de outubro Horário: 19h Local: Espaço Gourmet AEAARP Rua João Penteado 2237 AEAARP 23
crea-sp
Normativa lista critérios de investigação de acobertamento Objetivo do Conselho é combater o exercício ilegal da profissão
Decisão Normativa nº 111/2017 Art. 3º [...] § 1º § 2º A critério do setor de fiscalização e consideradas suas capacidades operacionais, poderão ser selecionados mais profissionais, respeitados, cumulativa e sucessivamente, os seguintes critérios: I – maior número de ARTs registradas; II – não terem sido objeto de fiscalização nos últimos doze meses; e III – não ter em seu nome processo em andamento para averiguação de acobertamento profissional. Art. 4º [...] § 1º Com o intuito de caracterizar a sua efetiva participação como responsável pela atividade e serviço técnico registrados na ART, o profissional poderá apresentar, conforme o caso, além de outros documentos julgados cabíveis, o seguinte: I – esclarecimentos sobre a sua efetiva participação, informando detalhes do projeto, do andamento dos trabalhos, das próximas etapas e do material empregado; II – cópia do contrato de prestação do serviço; III – cópia dos projetos devidamente assinados e aprovados pelos órgãos competentes; IV – laudos e outros documentos relacionados à obra, ao serviço ou ao empreendimento; V – licenças ou alvarás relacionados à obra, ao serviço ou ao empreendimento, emitidos pelos órgãos oficiais competentes; VI – fotografias da obra, serviço ou empreendimento, com os principais detalhes; VII – declarações prestadas pelo proprietário da obra ou serviço, ou seu preposto, sobre o devido acompanhamento técnico; e VIII – Livro de Ordem de obras e serviços de Engenharia, Agronomia, Geografia, Geologia, Meteorologia e demais profissões vinculadas ao Sistema CONFEA/CREA, Livro de Caldeiras ou Livro de Certificação Fitossanitária, entre outros. § 2º A documentação apresentada será analisada pelo setor de fiscalização do CREA.
Em agosto último, por meio da Decisão Normativa nº 111, o CONFEA estabeleceu diretrizes para que as ARTs sejam analisadas sob o ponto de vista do combate ao acobertamento e exercício ilegal da profissão. O engenheiro Araken Mutran, gerente do escritório regional do CREA-SP em Ribeirão Preto, lembra que emprestar o nome para pessoas, empresas ou insti-
tuições sem a efetiva participação na obra caracteriza-se como exercício ilegal da profissão. Ele ressalta que isso não é novo: está previsto na alínea c do Art. 6° da Lei n° 5.194, de 1966, que regula o exercício dos profissionais do Sistema CONFEA/CREA. A Decisão Normativa determina que sejam feitas análises quantitativas e qualitativas das ARTs registradas. “Cada Revista Painel 24
Câmara Especializada do CREA indicará bimestralmente a atividade e o serviço técnico que serão objeto de fiscalização pormenorizada para averiguação de ocorrência de infração por acobertamento profissional”, diz o texto. A Decisão define também que para cada indicação das Câmaras, o setor de fiscalização identificará o profissional com maior número de ARTs registradas no período de 12 meses. Este será selecionado para fiscalização pormenorizada. Caso esse profissional selecionado tenha sido fiscalizado nos últimos 12 meses em razão de suspeita de acobertamento ou em caso de ter processo em andamento para averiguação desse tipo de infração, o setor de fiscalização deverá selecionar o próximo profissional com o maior número de ARTs registradas, sucessivamente, até que se identifique o profissional com o maior número de ARTs registradas e que ainda não tenha sido objeto de fiscalização no período. No processo de análise qualitativa, o CREA poderá verificar a viabilidade de efetiva participação do profissional nas atividades registradas nas ARTs, a quantidade de cargo ou função segundo a complexidade das atividades e serviços técnicos desempenhados, verificar a quantidade de ART em nome de diretor ou sócio proprietário de empresa incompatível com o dimensionamento de seu quadro técnico, com possibilidade de apropriação indébita de acervo técnico, dentre outras medidas. A Decisão Normativa estabelece também as penalidades. Veja a íntegra na página de legislação do CONFEA.
produtividade
Introdução ao Power BI O Self-Service BI da Microsoft Fábio Gatti, especialista em Pacote Office
O mundo está mudando muito rapidamente e, com ele, a forma com a qual trabalhamos com tecnologia. O acesso facilitado e o aumento da oferta tecnológica favorecem cada vez mais a produção de informação e dados, que circulam na web. Para elucidar a importância da análise de dados na atualidade, vamos falar de números: • Em 2016, atingimos a meta de 1 zettabyte de dados gerados no mundo (aproximadamente 1.000.000.000.000.000.000.000 (1021) bytes). • Se as projeções se mantiverem da forma que estão hoje, no ano de 2020 serão gerados cerca de 1,7 megabytes de novas informações para cada habitante do planeta Terra por segundo. • “A previsão é de que a utilização de dados gere um lucro de US$ 1,6 trilhão nos próximos quatro anos”, segundo o country manager da BSA, Antonio Eduardo Mendes da Silva. Desta forma, podemos garantir que a afirmativa “informação é poder” deixou de ser verdade. Cada vez mais buscamos formas de compreender e analisar este universo de informações e transformá-los em indicadores. O Excel, desde a versão 2010, começou a introduzir alguns suplementos voltados à ETL (Extract, transform, load) e Big Data. Nesse início, surgiram as ferramentas Power Query e
Power Pivot, que permitem a conexão, extração, transformação e armazenamento no Excel de dados externos, com tamanhos, muitas vezes, maior do que as 1.048.576 linhas tradicionais da planilha. Nascia então a ferramenta que tornar-se-ia líder de mercado global em BI, em 2017, segundo Gartner: o Power BI (Business Intelligence) da Microsoft.
Power BI, é um conjunto de serviços dispostos em um único produto, que permite localizar, conectar, transformar e visualizar dados, apoiar a tomada de decisão e publicar os resultados obtidos on-line.
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notas e cursos PRÓXIMOS EVENTOS AEAARP 13 de setembro Rodada de Negócios Sebrae (participação da Aeaarp) 14 de setembro AEAARP CULTURAL 16 de setembro Visita Técnica Platarum 21 de setembro Happy-Hour 26 de setembro Rodada de Negócios Sebrae (participação da Aeaarp) 7 de outubro Almoço dos Agrônomos 16 de outubro Happy-Hour
novos associados Ana Claudia Domingos de Mello Arquiteta e urbanista
Orlei Aparecido Bernuzzi Engenheiro civil
Wagner Nascimento de Figueiredo Técnico em eletrotécnica
Maria Julia Campos Pedroso Gomes Arquiteta e urbanista
João Marcelo Ferreira Engenheiro civil
Mariela Markies Egydio Estudante agronomia
Domingos Ragazzi Engenheiro agrônomo
Carlos Bocchi Neto Engenheiro civil
Pedro Henrique de Barros Signorini Estudante agronomia
João Carlos Buzzi Rodrigues Engenheiro agrônomo
Paulo Sergio Buzzi Rodrigues Engenheiro mecânico
Juliana Treve de Carvalho Estudante arquitetura
Adriano Mendonça Masson Engenheiro eletricista
Luis Roberto Sordi Zanardi Engenheiro mecânico
Victor Henrique Barros Mazaroski Estudante arquitetura
Anderson Caldeira Tazinafo Engenheiro eletricista
Adhemar Bocardo Filho Engenheiro mecânico
Thulio Lemos Santos Caetano Estudante engenharia civil
Ednilson Malvesti de Lima Engenheiro eletricista
Luiz Carlos Seixas Filho Engenheiro químico
Felipe Sabino de Jesus Estudante engenharia civil
João Ricardo Turatti Engenheiro civil
Rosane Ramos Pereira Engenheira de segurança do trabalho
Acessibilidade
19 de outubro AEAARP CULTURAL 23, 24 e 25 de outubro Semana de Engenharia 7 de novembro Rodada de Negócios Sebrae (participação da Aeaarp) 23 de novembro AEAARP CULTURAL (Consciência Negra) 30 de novembro Happy-Hour 8 de dezembro Festa Profissionais do ano
Siga => Facebook.com/AEAARP
Rio + Cidades No dia 25 de outubro, o CAU promoverá em Ribeirão Preto o encontro do projeto “Rios + Cidades”, com a participação de especialistas convidados pelo Conselho. A importância e necessidade da recuperação dos rios para o meio ambiente, sua integração com a cidade resultando em benefícios para a população são eixos da discussão. Segundo José Eduardo Tibiriçá, gerente de gabinete da presidência do CAU/SP, “o Conselho será o catalisador nesse processo de interação entre todos nós e para todos nós”. O Conselho ainda não confirmou o local do evento, que será informado na página do Facebook da AEAARP.
Escolha sempre a AEAARP na sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Alínea 46 fortalece a atuação da sua entidade de classe.
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Aconteceu na AEAARP o workshop “Acessibilidade – Contexto Urbano Contemporâneo”, com foco no conceito do Desenho Universal e na Lei Brasileira de Inclusão. O evento foi promovido pelo CAU e objetivou a capacitação dos profissionais que trabalham e residem nos municípios paulistas, fomentando o conhecimento para garantir cidades sustentáveis e inclusivas, adequadas aos usuários em quaisquer faixas etárias, estatura ou capacidade. Membro do Grupo de Trabalho de Acessibilidade do CAU/SP e presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA) da Prefeitura de São Paulo, Silvana Cambiaghi, defende que o conceito de Desenho Universal não engloba apenas os 24% de brasileiros com algum tipo de deficiência, segundo os dados do IBGE, e sim todas as pessoas que, em dado momento da vida, serão beneficiadas pela acessibilidade conforme vão mudando suas necessidades. “O Desenho Universal também atende às pessoas com outras condições, como as idosas, gestantes, obesas, portadoras de cardiopatias e até as que estejam carregando objetos com grande volume”, destacou Silvana.
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