painel Ano XI nº 285 dezembro/ 2018
Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
1948-2018 Veja a cobertura completa da festa do ano da AEAARP e reportagens especiais sobre fatos marcantes das últimas sete décadas.
Encerramos 2018 como se colocássemos um ponto final em uma história. No caso da AEAARP, trata-se da deixa – expressão usada nas artes cênicas – para um novo capítulo. Em 2018 iniciamos projetos importantes, aprofundamos conhecimentos a respeito do que queremos para o futuro da Associação e chegaremos em 2019 com uma vasta agenda, de semanas técnicas, novas ações e eventos. Essa dinâmica comprova a vitalidade da AEAARP, atenta às movimentações do mercado, às necessidades dos associados e da sociedade.
palavra do presidente
Eng. civil Carlos Alencastre
Esta edição da Painel é festiva. Tem a cobertura fotográfica da maior festa da Associação, palco de sinceras e importantes homenagens. Além disso, reportagens mostram também a reforma da unidade local do Sesc, cujo prédio é ícone da arquitetura modernista dos anos 1950, a geração de energia heliotérmica e a história da primeira máquina capaz de armazenar informações. Esta última reportagem é carregada de reflexões para nós. Foi em 1948, mesmo ano de fundação da AEAARP, que a máquina, chamada Baby, foi apresentada ao mundo. Dessa experiência derivam todos os computadores que conhecemos hoje. Em 1948, a entidade foi fundada por um pequeno grupo de profissionais. Hoje, somamos mais de dois mil associados. Nossa sede própria é orgulho para nós e exemplo para muitas entidades do país. Os convênios que oferecemos são importantes para nossos associados. Estamos sempre atentos às demandas da sociedade, pautando a engenharia, a arquitetura e a agronomia com a importância social que merecem. Imagine o que somos capazes de promover para o futuro?
painel Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / aeaarp@aeaarp.org.br
Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento Alencastre Presidente Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge 1º Vice-presidente Eng. civil Fernando Junqueira 2º Vice-presidente Diretoria Operacional Diretor administrativo - eng. agr. Callil João Filho Diretor financeiro - eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho Diretor financeiro adjunto - eng. agr. Benedito Gléria Filho Diretor de promoção e ética - eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves Diretor de ouvidoria - arq. urb. Ercília Pamplona Fernandes Santos
índice
Diretoria Funcional Diretor de esporte e lazer - eng. civil Milton Vieira de Souza Leite Diretor de comunicação e cultura - eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto Diretor social - eng. civil Rodrigo Araújo Diretora universitária - arq. urb. Ruth Cristina Montanheiro Paolino
especial
05
A grande festa
História 12 1948, o ano em que tudo começou
Tecnologia 16 Matéria-prima: o sol
Reforma 22 Obra vai preservar patrimônio arquitetônico
CREA-sp 24 Resolução Nº 1.103, de 26 de julho de 2018
notaS e cursos 26
Diretoria Técnica Agronomia - eng. agr. Alexandre Garcia Tazinaffo Arquitetura - arq.urb. Marta Benedini Vechi Engenharia - eng. civil Paulo Henrique Sinelli Conselho Presidente: Eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado Conselheiros Titulares Eng. civil Elpidio Faria Junior Eng. civil Edgard Cury Eng. civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo Eng. civil Jose Aníbal Laguna Eng. civil e seg. do trab. Luis Antonio Bagatin Eng. civil Ricardo Aparecido Debiagi Eng. civil Roberto Maestrello Eng. civil Wilson Luiz Laguna Eng. elet. Hideo Kumasaka Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani Arquiteta e eng. seg. do trab. Fabiana Freire Grellet Eng. agr. Dilson Rodrigues Cáceres Eng. agr. Geraldo Geraldi Jr Eng. agr. Gilberto Marques Soares Conselheiros suplentes Eng. civil Marcos Tavares Canini Eng. mec. Fernando Antonio Cauchick Carlucci Arq. e urb. Celso Oliveira dos Santos Eng. agr. Denizart Bolonhezi Eng. agr. Jorge Luiz Pereira Rosa Eng. agr. José Roberto Scarpellini REVISTA PAINEL Conselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, Arq. e urb. Adriana Bighetti Cristofani, eng. mec. Giulio Roberto Azevedo Prado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - conselhoeditorial@aeaarp.org.br Conselheiros titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP: eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves e eng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci Coordenação editorial: Texto & Cia Comunicação Rua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620 www.textocomunicacao.com.br Fones: 16 3916.2840 | 3234.1110 contato@textocomunicacao.com.br Editoras: Blanche Amâncio – MTb 20907, Daniela Antunes – MTb 25679 Colaboração: Bruna Zanuto – MTb 73044, Flavia Amarante – MTb 34330 Comercial: Angela Soares – 16 2102.1700
Associação de Engenharia Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Horário de funcionamento AEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17h CREA - das 8h30 às 16h30 Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.
Tiragem: 3.000 exemplares Locação: Solange Fecuri - 16 2102.1718 Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader Impressão e fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda. Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.
AEAARP 5
Fotos: Alberto Gonzaga
especial
A grande festa O Espaço Golf recebeu os cerca de 500 convidados da AEAARP
A
casa só não ficou pequena por que foi projetada do jeito que a AEAARP gosta: com planejamento, bom gosto e muito verde. Cerca de 500 pessoas participaram da grande festa do ano da Associação, que desta vez
homenageou os ex-presidentes José Antônio Barbosa e José Augusto Corsini Monteiro de Barros, ambos engenheiros. “Durante todo o ano, realizamos atividades que proporcionaram conhecimento, para profissionais e estudantes da área, divulgamos a importância desses profissionais para o mercado, incrementamos os convênios oferecidos aos associados, nos fizemos representar em debates, nos conselhos e em todos os lugares onde o engenheiro, o arquiteto e o agrônomo fazem a diferença”, disse Carlos em seu discurso. Ele enfatizou que é desta forma que a entidade valoriza a atividade dos profissionais habilitados, “mostrando o quanto a técnica, o conhecimento e o projeto proporcionam qualidade de vida, segurança e bem-estar”. Depois de entregar as homenagens aos ex-presidentes, Carlos convidou todos a erguerem um brinde.
Revista Painel 6
José Batista Ferreira, Luiz Siena de Medeiros, Wilson Luiz Laguna, José Antônio Barbosa, Giulio Roberto Azevedo Prado, José Augusto Corsini Monteiro de Barros, Genésio Abadio de Paula e Silva, Carlos Alencastre, João Paulo Figueiredo, José Roberto Romero, Roberto Maestrello, Luiz Gustavo Leonel e José Aníbal Laguna
Rodrigo e Juliana Araújo
Alice e Luiz Gustavo Leonel
Luiz Sergio Monegatto e Aline Monegatto
Vinicius Kumasaka, Beatriz Rais, Tamy Urabe, Fabricio Kumasaka, Hideo Kumasaka, Sueli Kumasaka, Aline Kumasaka e Rodrigo Nakabayashi
Luiz Siena Medeiros, Maria Cecilia Medeiros, Maria do Carmo Forni e Shirley Silva
Fernando Junqueira e Maria Inês Junqueira
Selma e Marcos Canini
Marcos Barros, Frederico Barros, Carlos Chodrauli e Regina Chodrauli
Ana Lucia Darini, Denise, Gislaine Araujo, Juliana Araujo, Tania Regina e Elaine Martines
AEAARP 7
Carlos Alencastre e Alexandre Tazinaffo
Carlos Alencastre entrega a placa comemorativa a José Antônio Barbosa
João Teodoro Feres Sobrinho e Adriana Bigheti
Carlos Alencastre entrega a placa que homenageia José Augusto Corsini Monteiro de Barros
O engenheiro José Antônio Barbosa presidiu a AEAARP de 1973 até 1976. Naquele período, a Associação ocupava as salas do edifício Padre Euclides, na Rua Visconde de Inhaúma. O grande desafio era aumentar o número de sóciois. O também engenheiro José Augusto Corsini Monteiro de Barros foi presidente duas vezes, de 1978 até 1980 e de 1980 até 1984. Em sua gestão, começaram as obras da atual sede, foi criado o Conselho Deliberativo, assinado o convênio com a Unimed e fundada a Faeasp.
Paulo Cesar Garcia Lopes, Paulo Tadeu Rivalta de Barros e Gustavo Leonel
Eder Silva e Marcia Helena
Shirley Bigheti, Flavia Sivaldi, Rodolfo Augusto e Vania Augusto
Afonso e Rita Duarte
Daniel Antunes, Angela Dorta, Paulo Ribeiro, Kátia Conti, Solange Fecuri, Marla Matos, Raissa Montanhari e Alexandre Fusco
Mário Roberto Lopes e Soneli Turiba Lopes
Caio Chaves, Isa Barbosa, Paulo Sineli e Janaina Sineli
José Roberto Romero e Leila Romero
Revista Painel Painel Revista 88
Sônia Prado, Roberto Maestrello, Patrícia Benelli e Marcelo Benelli
Vicente e Ruth Paolino
Thais Marques de Oliveira, Gustavo Sicchieri, Arlindo Sicchieri, Darrel Sicchieri, Patrícia Oliveira e Pedro Oliveira
Eduardo e Elisabete Basile
Tapyr Sandroni Jorge, Waldemar Junqueira, Rita Junqueira e Regina Sandroni
Francielly Porenciano e Bruno Leite
Lais Costa e Wilson Emilio da Costa Jr
Jianaisa Grigotrencius e Gustavo Ribeiro
João Caldas, Daniel Gonçalves, Edgar Cury, Jorge Rosa e Jacobo del Caly
AEAARP 9
Callil João Filho e Callil João Neto
Regina Foresti e sua turma do Coral Som Geométrico
Carlos Alberto Pedreira, Edgard Cury, Evelin Cury, Valéria Trawitzki, Mercedes Furegato e Gustavo Furegato
Rangel Romão e Fabiana Freire Grellet
Teresinha Verri, Octávio Verri Filho, Paulo Cezar, Daniela Mathias Cezar, Valéria Trawitzki, Wagner Trawitzki e Arlindo Antônio
Luiz Sergio, Aline Monegatto, Lívia Lima, Maraisa Lima, Gilberto Soares, Ana Heloisa Mariutti, Germano Mariutti, Luiz Fernando de Souza, Eliana Padilha e Lia Soares
Renan Rosa, Juliane Ravaneli, Elpídio Faria Junior, Maria Teresa Melara Faria, Beatriz Ozaki, Sérgio Ozaki, Veridiana Francé, Gisele Nacarato, Sônia Ozaki e Lúcia Ozaki
Alex Fioravanti e Isabela Fioravanti
José Claudio Gomes, Ricardo Muniz Ferreira, Alan Silva, Rodrigo Araújo e Paulo Marcio Araújo
Revista Painel 10
Ramon Milani e Najla Milani
Gisele France, Sonia Nacaratto, Lucia Ozaki, Sergio Ozaki e Maria Teresa
Miguel Santos, João Paulo Figueiredo, Ana Razaboni, Vera Eduardo e Maria Costallat
Giulio Roberto Azevedo Prado, Fernando Cauchick e Monica Azevedo de Abreu
Ana Heloisa Mariutti, Germano Mariutti, Giulio Roberto de Azevedo Prado, Renato Curotto Prado, Maurício Teixeira Muradas e Carmem de Azevedo Souza Muradas, Matheus de Azevedo Souza Muradas e Geovanna Amin Freitas
José Laercio Sanches, Simone Sanches, Paula Santos e Celso Santos
Lucas Vera Regina e Hugo Sérgio Riccioppo
Claudia Piccolo e Rogério Ikeda
Luis Antônio, Marisa e Maria Bagatin
Luiz Vizotto, Cleia Vizotto, Silvio, Adriana, Maria Eunice, Jorge Rosa, Isabella Hyertquist, Evelin Cury, Edgar Cury, Wilson Laguna, Jacobo de Caly, Wilson Laguna Jr. Laly Laguna e Cristina
José Romeu, Maria José, Cida Dias e Toninho Junqueira
Denizart e Maria Lúcia Fernandes Bolonhezi
AEAARP 11
Edson e Maria do Carmo Forni
Alexandre e Gisele Betarello
Wilson Laguna
Leonardo Souza, Thiago Meirelles, Rafael Martins, Rafael Ricoldi e Beatriz Faria
Juliana Araujo, Elaine Martinez e Gislaine Fernandes
Maria Lucia Bolonhezi e Rosangela Saiki
Graรงa e Hirilandes Alves
Revista Painel Painel Revista 12 12
O mundo hoje parece ser um só, bem diferente da primeira metade do século passado. O que “une” o mundo hoje é a tecnologia, a comunicação instantânea e virtual.
Detalhes da Máquina Experimental de Pequena Escala no Museu da Ciência e Indústria
1948, o ano em que tudo começou
Wikimedia Commons
História
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Foi em 1948, mesmo ano de fundação da AEAARP, que surgiu a primeira máquina capaz de armazenar dados; o primeiro passo para a quarta grande revolução nos meios de produção do mundo
AEAARP 13
E
m 1948, na Universidade de Man-
pessoais e linguagens de programação”,
O Baby foi criado para testar um
chester, em Manchester, no Reino
conta Edilson Caritá, coordenador do
dispositivo de armazenamento de
Unido, a Máquina Experimental de
curso de Engenharia de Software da
dados, o tubo Williams-Kilburn (nomes
Pequena Escala (SSEM- Small Scale Expe-
Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp),
dos criadores da máquina). No dia 21
rimental Machine, em inglês), apelidado de
especialista em Engenharia Elétrica.
de junho de 1948 foi executado pela
Baby, foi o primeiro equipamento a possuir
Para o especialista em Engenharia Elétri-
primeira vez no mundo um programa
todos os elementos essenciais de um com-
ca, João Paulo Brognoni Casati, professor
armazenado na memória interna de um
putador moderno. Considerado “pequeno
dos cursos de Análise de Desenvolvimen-
computador, provando que a invenção
e primitivo”, de acordo com os padrões da
to de Sistemas e Gestão de Tecnologia
poderia mudar a história da tecnologia
época, o Baby é praticamente esquecido
da Informação do Centro Universitário
para sempre.
quando contam a história da evolução
Moura Lacerda, a temperatura é um dos
Segundo os especialistas, o Baby
tecnológica mundial (seus componentes
grandes desafios do desenvolvimento de
marcou uma nova era da computação e
foram usados em outras experiências), mas
novas tecnologias que persiste até os dias
o nascimento do software. “O Baby abriu
foi a partir dele que foram desenvolvidas
atuais. “Na época do desenvolvimento do
o horizonte para a criação do software.
as máquinas que revolucionam os meios
Baby, os engenheiros precisaram utilizar
Sem o armazenamento eletrônico de
de produção.
roupas especiais para que não sofressem
informação, não seria possível escrever
Os padrões da época, aliás, eram bastan-
demais com o calor. Hoje em dia, com
os programas que até hoje se utilizam de
te robustos. O Baby recebeu este apelido
as pesquisas em computação quântica,
lógica para resolver problemas nas mais
por ser o menor computador daquele
as altas temperaturas parecem ser ainda
diversas áreas do conhecimento”, explica
tempo; tinha cinco metros de comprimen-
grande obstáculo”, destaca.
o engenheiro João Paulo.
to, dois metros de altura e pesava uma tonelada. Em termos de comparação, o computador ENIAC, construído nos Estados Unidos dois anos antes, media 28 metros e pesava 27 toneladas. O ENIAC
A informática teve papel fundamental na Segunda Guerra Mundial, permitindo computar cálculos estratégicos mais rapidamente e descriptografar mensagens dos inimigos. Mas, naquele período os computadores não armazenavam informações, apenas as codificavam. As máquinas precisavam ser fisicamente reprogramadas e conectados cada vez que houvesse necessidade de realizar uma nova tarefa.
não armazenava informações. O Baby foi construído pelo engenheiro Frederic Calland Williams (1911-1977) e o matemático Tom Kilburn (1921-2001), pioneiros na área de computação digital de armazenamento de programas. Os pesquisadores se mudaram para Manchester depois de trabalharem na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), no Centro de Pesquisa em Telecomunicações (Telecommunications Research Establishment), em Malvern, Reino Unido. Williams e Kilburn fizeram contribuições importantes em equipamentos militares, como os radares. Entre suas invenções está o primeiro Wikimedia Commons
amplificador operacional, utilizado para realizar operações matemáticas. “Com base na arquitetura do Baby foram criadas novas máquinas, até se chegar às primeiras arquiteturas de computadores
Réplica da Máquina Experimental de Pequena Escala (SSEM)
Revista Painel 14
Com a comprovação de que os com-
O IBM 650 foi comercializado para uso
Em 1981 a IBM lançou o computador
putadores podiam armazenar programas,
empresarial, científico e de engenharia.
pessoal IBM PC 5150, o que possibilitou
em agosto de 1948 Williams e Kilburn ini-
Devido ao seu custo relativamente baixo e
o início da popularização do computador
ciaram um novo projeto para desenvolver
facilidade de programação, o computador
pessoal e do sistema operacional lançado
um computador mais fácil de usar. A nova
foi utilizado para diversos fins, desde a
pela Microsoft. “Nessa época já haviam
máquina recebeu o nome de Manchester
modelagem de desempenho de tripulação
computadores pessoais desenvolvidos
Mark 1 e passou a operar em 1949. No
submarina até o ensino de programação de
pela Apple e outras empresas, mas os
mesmo ano foi construído o primeiro com-
computadores para estudantes de ensino
mesmos eram difíceis de usar e tinham
putador comercial do mundo, o Ferranti
médio e superior.
utilidade limitada”, ressalta Edilson Caritá.
MARK I, fabricado pela Ferranti, empresa de engenharia elétrica de Manchester, a pedido do governo inglês. A primeira unidade foi entregue à Universidade de Manchester, em 1951. Mas, foi só muitos anos mais tarde que os computadores desenvolveram outros recursos que consideramos comuns hoje em dia, como sistemas operacionais e teclados. O primeiro computador produzido em Wikimedia Commons
massa foi o IBM 650, em 1954, nos EUA. Fabricado pela IBM, vendeu 450 unidades em apenas um ano. Ele utilizava para memória a bateria magnética e não o tubo Williams, como o Baby e o Ferranti MARK
Réplica da Máquina Experimental de Pequena Escala exposta no Museu da Ciência e Indústria
I, e não possuía teclado.
Réplica do Baby Uma réplica do Baby foi construída em 1998 para comemorar o 50º aniversário da sua criação. Um grupo da Sociedade de Conservação de Computadores reconstruiu rigorosamente a máquina a partir de peças originais. A Sociedade de Conservação de Computadores foi criada em 1995 para acompanhar e registrar a história da informática e é formada pela Sociedade Britânica da Computação, Museu da Ciência de Londres e o Museu da Ciência e Indústria. O trabalho durou três anos e foi realizado por seis voluntários, coordenado pelo engenheiro eletricista Chris Burton. À medida que as partes originais de Baby haviam desaparecido, a equipe rastreou as partes mais autênticas que puderam encontrar. Wikimedia Commons
No dia 21 de junho de 1998, Tom Kilburn (1921-2001), um dos criadores do Baby,
Computador IBM 650 aberto para mostrar o tambor de armazenamento e a parte traseira do painel frontal
fez funcionar na réplica o mesmo programa utilizado em 1948. Para o 65º aniversário em 2013, o Google fez um vídeo mostrando a réplica do Baby em funcionamento, juntamente com fotografias do original. A história é contada pelo historiador da computação Simon Lavington e Chris Burton. Veja o vídeo na galeria de vídeos do Portal AEAARP.
www.aeaarp.org.br
AEAARP
Wikimedia Commons
15
Computador IBM 650, na Universidade Texas, no Texas (EUA)
Inteligência artificial
voltados para a inteligência artificial.
Para Edilson, o aperfeiçoamento e
Muitos pesquisadores, como o saudoso
a expansão da inteligência artificial
Stephen Hawking, já nos alertavam para
permite que diversas atividades sejam
os possíveis perigos que podem trazer
realizadas por máquinas autônomas. Ar-
os novos sistemas inteligentes”, ressalta.
mando Marin, docente da área de Tecno-
“O smartphone integrou funciona-
logia da Informação do Senac Ribeirão
lidades de diversos equipamentos em
Preto, acredita que a tecnologia poderá
um único dispositivo; as redes sociais
facilitar as tarefas dos usuários, contri-
modificaram a forma de contato das
buindo para que as pessoas tenham mais
pessoas e o whatsapp revolucionou
qualidade de vida. “A tendência será o
a comunicação entre as pessoas”, diz
desenvolvimento do segmento por meio
Edilson. Para ele, o principal desafio é
da inteligência artificial e materiais que
a integração de diferentes tecnologias,
proporcionem um consumo sustentá-
principalmente quando há sistemas li-
vel”, avalia.
gados, ou seja, hardware e software que
João Paulo, entretanto, alerta para
foram desenvolvidos em períodos distin-
a necessidade da criação de medidas
tos, mas que precisam se comunicar, e a
que evitem mau uso desta tecnologia
segurança das informações armazenadas
fascinante. “Os olhos do mundo estão
digitalmente.
Revista Painel Painel Revista 16 16
Tecnologia
Heliotermia ĂŠ alternativa para usar o sol como fonte de energia
Francisco Rocha
MatĂŠria-prima: o sol Um dos materiais usados para o armazenamento de energia solar, chamado de sal de Glauber, foi utilizado pela primeira vez em 1948, na Inglaterra.
AEAARP 17
C
ientistas do mundo todo dedicam-
lhos refletem os raios para um receptor
-se cada vez mais à busca de fon-
de calor. A energia térmica é transferida
tes de geração de energia limpa e
para um líquido, que se mantém em alta
renovável. O sol tem sido uma das maté-
temperatura para transformar água em
rias-primas mais bem cotadas nesse setor
vapor. A partir daí, a usina heliotérmica
pelo fato de, além de gerar energia foto-
segue os mesmos processos de uma usi-
voltaica (aquela que converte raios solares
na convencional (como as de gás, carvão
em eletricidade), também pode gerar ener-
ou nuclear): o vapor movimenta a turbina,
gia heliotérmica (decorrente do acúmulo
aciona o gerador e produz eletricidade.
de calor proveniente dos raios solares).
As antigas civilizações já exploravam o sol como fonte de energia, ainda que não tivessem total consciência sobre isso – ou conhecimento científico suficiente para explorar e armazenar a energia. O geólogo suíço Horace Bénédict De Saussure foi quem primeiro usou um coletor solar, instrumento decisivo para o desenvolvimento das placas solares, em 1767. Mais tarde, em 1865, o francês Auguste Mouchout conseguiu converter a energia solar em mecânica.
A diferença é que em uma termoelétri-
O processo heliotérmico consiste na
ca o vapor é gerado a partir da queima de
reflexão dos raios solares por meio de
combustíveis fósseis e na heliotérmica é
sistema de espelhos. Ao acompanhar a
obtido através do calor gerado pela con-
posição do sol ao longo do dia, os espe-
centração dos raios solares.
Fonte: www.energiaheliotermica.gov.br
Assista ao vídeo que explica o funcionamento de uma usina heliotérmica e as principais tecnologias de concentração solar (calha parabólica, fresnel, torre solar e disco parabólico) no portal AEAARP, na área Notícia.
www.aeaarp.org.br
Revista Painel 18
Pirassununga (SP), cidade a pouco mais de 100 km de Ribeirão Preto (SP), terá em breve a primeira usina heliotérmica com tecnologia de torre do estado de São Paulo. Há um projeto similar da Companhia Energética de São Paulo (CESP) na Usina Hidrelétrica Porto Primavera, localizada em Rosana (SP). Esta, porém, adotará a tecnologia de calhas parabólicas. O engenheiro agrícola Celso de Oliveira, especialista em Eficiência Energética e professor e pesquisador da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), explica que o projeto de Pirassu-
Figura 1: vista geral da plataforma solar, campus Pirassununga (FZEA/USP)
nunga é destinado à pesquisa e desenvolvimento, com cunho pré-comercial, e a previsão é que a usina esteja funcionando em junho de 2019. “Estamos trabalhando em colaboração com várias indústrias nacionais”, explica. Celso comenta que o projeto é inovador, pois abrange um sistema de geração híbrida de eletricidade que combina energia solar e biocombustível com potência de 70 quilowatts (kW) elétricos e 200 kW térmicos. “Diferentemente de outras fontes renováveis, produzimos simultaneamente eletricidade e calor a partir de duas fontes
Figura 2: vista detalhada do campo de heliostatos, campus Pirassununga (FZEA/USP)
renováveis: o sol e o biodiesel”. O projeto, em parceria de várias instituições e empresas, abrange duas plantas: a
Segundo o professor da FZEA/USP, no
“A construção de uma unidade como
de Pirassununga e a de Caiçara do Rio do
Brasil o uso do sol como fonte de energia
esta coloca o Brasil em destaque no cená-
Vento (RN). A tecnologia será de centrais
para atividades industriais é praticamente
rio internacional e abre caminho para que
de torre – conjunto de equipamentos
inexistente. “Apesar do enorme potencial do
no futuro ocupe posição de liderança na
orientados para focar a radiação solar em
país em recepção de radiação solar”, lamen-
integração destes sistemas de geração de
um receptor posicionado sobre a torre. O
ta. Ele comenta que o projeto de Pirassunun-
energia às atividades industriais”, diz Celso.
sistema pode usar dezenas de espelhos
ga e de Caiçara do Rio do Vento é um avanço
com equipamento de seguimento solar
no desenvolvimento e na divulgação destas
chamados de heliostatos – equipamentos
tecnologias – que, segundo especialistas do
Os custos de implantação de uma usina
encarregados de refletir a luz solar sobre
setor, podem ser responsáveis por até 20%
com essa tecnologia dependem direta-
o receptor (veja as figuras 1 e 2).
da produção de energia do mundo no futuro.
mente do local, dos fatores climáticos e
Usinas heliotérmicas
AEAARP 19
da infraestrutura necessária (quantidade de equipamentos importados). “Previsões referentes aos custos de produção de energia heliotérmica em larga escala podem, muitas vezes, não ser exatas”, explica Francisco Rocha, assistente de pesquisa do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Ele também comenta que uma das principais críticas em relação à geração de energia heliotérmica é o fato de ser uma fonte intermitente. “Inicialmente, a produção só ocorre em dias ensolarados, com a produção diminuindo nos dias nublados e à noite”. No entanto, segundo Francisco, existe a possibilidade de incorporar um Francisco Rocha
tanque de armazenamento térmico. “Isso significa que parte da energia solar pode ser estocada em forma de calor, ou seja, quando o sol gera mais energia do que a usina é capaz de transformar em eletrici-
Helióstatos da USP-Pirassununga
Alemão de Desenvolvimento.
dade, uma parte dela pode ser guardada
da segundo o portal, uma das vantagens
em um depósito térmico”.
para a indústria brasileira com relação às
Durante a vigência do projeto (entre
Segundo o portal Energia Heliotérmica,
heliotérmicas é que boa parte da cadeia
2013 e 2017), o MCTIC e a GIZ definiram
regiões com baixa presença de nuvens,
produtiva já existe no país como, por
pré-requisitos para a aplicação e dissemi-
altos níveis de radiação solar e terrenos
exemplo, turbina de vapor, gerador de
nação da geração de energia heliotérmica
planos são ideais para instalações helio-
energia etc. – faltaria desenvolver a área
no Brasil. A divulgação de conhecimentos
térmicas. O Brasil tem grande potencial no
de captação de energia e manutenção do
sobre tecnologia heliotérmica era o princi-
setor, principalmente, na região Nordeste
ciclo térmico.
pal objetivo do projeto. Este trabalho foi desenvolvido pelo IBICT, que disponibili-
e em parte das regiões Centro-Oeste e Projeto Energia Geotérmica
zava informações atualizadas sobre a tec-
heliotérmicas em áreas áridas contribui
De acordo com Francisco, do IBICT, o
nologia e sua aplicação no Brasil no portal.
para o desenvolvimento da região, cria
portal www.energiaheliotermica.gov.br
O projeto rendeu frutos: no período,
postos de trabalho diretos na construção e
(que reúne todas as informações referen-
pelo menos seis universidades brasileiras
manutenção da planta heliotérmica e pos-
tes ao setor aqui no Brasil) faz parte do
incorporaram disciplinas sobre energia
tos indiretos nas indústrias fornecedoras
Projeto Energia Heliotérmica, resultado da
heliotérmica em suas grades curriculares
para o novo mercado.
cooperação entre o Ministério da Ciência,
– Universidade de Brasília, Universidade
Sudeste. Além disso, a construção de usinas
Hoje, o Nordeste do país tem usinas
Tecnologia, Inovações e Comunicações
Federal de Pernambuco, Universidade de
hidrelétricas e eólicas e apresenta grande
(MCTIC) e a Cooperação Alemã para o
São Paulo, Universidade Federal de Santa
potencial para heliotérmicas. Ou seja, a
Desenvolvimento Sustentável por meio da
Catarina, Instituto Superior de Inovação e
região pode se transformar em um grande
Deutsche Gesellschaft für Internationale
Tecnologia e Centro Federal de Educação
produtor de energia limpa no Brasil. Ain-
Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e do Banco
Tecnológica de Minas Gerais.
Revista Painel 20
Além disso, foi lançada em março de
Energia (plano de ação de fomento à
Francisco, do IBICT, acrescenta que os
2018 a primeira etapa do Centro de Refe-
inovação e que envolvem o Finep, o
projetos iniciais de usinas heliotérmicas
rência em Energia Solar, em Petrolina (PE).
Banco Nacional de Desenvolvimento
em andamento no Brasil estão relaciona-
A primeira parte do projeto envolve gera-
Econômico e Social e a Agência Nacio-
dos apenas à pesquisa e desenvolvimento
nal de Energia Elétrica).
ou para abastecimento próprio. “Até o
ção de energia fotovoltaica e a segunda é chamada de Planta Tecnológica. Esta etapa
▪ O Ministério de Minas e Energia (MME)
momento, não tive informações de usinas
usará tecnologias heliotérmicas de calha
e a Empresa de Pesquisa Energética
parabólica e torre central, porém não tem
(EPE) inseriram energia heliotérmica no
prazo previsto para o lançamento. Segun-
Plano Nacional de Energia, prevendo 2%
Usos da heliotermia
do os pesquisadores Leonardo Vieira, Ana
de geração de energia heliotérmica na
A heliotermia não serve apenas para
comerciais em construção no Brasil”.
Paula Guimarães, Pablo Lisboa e Denise
matriz energética brasileira até 2030.
gerar eletricidade; também pode ser
Matos, do Centro de Pesquisas de Energia
▪ Inserção de usinas heliotérmicas em
aproveitada em outros processos não
Elétrica (Cepel), em 2010, a Cepel escolheu
leilões.
elétricos como, por exemplo, produção de
▪ Organização de quatro “Dia da Indústria
calor para processos industriais (secagem
de uma plataforma de pesquisa no Brasil
Heliotérmica” – entre 2014 e 2017.
de gesso, secagem de pintura de carros),
para o desenvolvimento de diferentes
▪ Chamada de Projetos de Pesquisa e
refrigeração (ar-condicionado, produção
tecnologias de energia solar. Porém, após
Desenvolvimento (P&D) Estratégicos
de água gelada, congelamento de pro-
o término do Projeto Energia Heliotérmica,
019/2015 da Aneel, com o aceite de
dutos agropecuários) e dessalinização da
cinco propostas.
água do mar.
Petrolina para constituir o marco inicial
em 2017, a construção não foi iniciada em razão da grande variação cambial que
▪ O MCTIC incluiu a energia solar heliotér-
A vantagem da heliotermia, nesses ca-
ocorreu no período. “Os recursos previstos
mica entre as prioridades da Estratégica
sos, é a economia de energia convencional
inicialmente e que seriam liberados pela Fi-
Nacional de Ciência, Tecnologia e Ino-
e de recursos financeiros. Enquanto um
vação 2016-2022.
ar-condicionado convencional usa ener-
nanciadora de Estudos e Projetos [Finep] ao longo da construção da planta se tornaram
▪ 18 cooperações entre instituições alemãs
gia comprada da rede elétrica local, um
insuficientes”, explicam os pesquisadores.
e brasileiras para o desenvolvimento
ar-condicionado à base da heliotermia
tecnológico da heliotermia estão em
reduz o custo para o operador. O mesmo
operação.
vale para processos de calor, quando
Balanço do Projeto Segundo o engenheiro eletricista Dante
▪ Lançamento do portal Energia Heliotér-
acontece a queima das fontes fósseis de
Hollanda, tecnologista em Ciência e Tec-
mica, que reúne mais de 90 mil usuários
energia como, por exemplo, madeira ou
nologia do MCTIC, e a matemática Eliane
cadastrados.
óleo diesel. Ao poupar recursos naturais,
Silva, assistente em Ciência e Tecnologia
▪ 20 estações solarimétricas foram insta-
do MCTIC, o tema energia heliotérmica
ladas por empresas privadas no Brasil.
está na pauta do Ministério da Ciência,
▪ Empresas no Nordeste do Brasil realizam
Tecnologia, Inovações e Comunicações
estudos de viabilidade para utilização
desde 2010 – ano em que especialistas
do calor, a partir de tecnologias helio-
brasileiros viajaram para o exterior em
térmicas, em seus processos industriais.
busca de informações sobre o assunto.
▪ Alunos foram enviados para estágios em
Além das ações citadas anteriormente,
empresas alemãs.
o projeto reúne várias outras conquistas:
▪ Foram realizadas diversas visitas técni-
▪ A inserção do tema Heliotérmica entre
cas, treinamentos, estudos e projetos
as prioridades do Programa Inova
de P&D.
a heliotermia também evita a emissão de gases de efeito estufa.
Como investir em heliotérmicas? O portal Energia Heliotérmica disponibilizou uma área chamada “Especialistas” com uma lista de consultorias que podem auxiliar no processo de implantação de um projeto heliotérmico.
AEAARP 21
Revista Painel Painel Revista
Reforma
Prédio do Sesc Ribeirão, inaugurado em 1956
Em 1947, um ano antes da fundação da AEAARP, surgiu em Ribeirão Preto o Serviço Social do Comércio (Sesc). Dez anos depois, em 1956, o Sesc passou a ocupar o endereço atual, em uma construção no estilo modernista.
Fotos: Acervo Sesc Ribeirão
22 22
Obra vai preservar patrimônio arquitetônico
Em 2019 começa a obra de restauração desse edifício, ícone de um período, e a construção das novas instalações do Sesc, projeto que participou recentemente da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza
Vista noturna do projeto arquitetônico para a reforma do Sesc Ribeirão
AEAARP 23
A
s instalações do Serviço Social
Edifica (que objetiva o uso racional da
do Comércio (Sesc) de Ribei-
energia elétrica em edificações)
rão Preto já não são suficientes
O projeto do SESC Ribeirão Preto foi
para abrigar a intensa agenda cultural e
apresentado na 16ª Bienal de Arquitetura
o volume de pessoas que a programação
de Veneza de 2018, intitulada Muros de
atrai. Está assim há algum tempo, tanto
Ar, no Pavilhão Brasileiro, que aconteceu
que o projeto do arquiteto Oswaldo Cor-
de 26 de maio a 25 de novembro. O even-
rêa Gonçalves, inaugurado em 1956, foi
to apresentou projetos de destaque no
alterado para que pudessem ser criados
âmbito internacional.
lado do prédio original. Composta de es-
novos espaços, como salas de exposições e de informática, no grande vão central.
Projeto arquitetônico para a reforma do Sesc
trutura mista de concreto armado e aço, Como será
os nove pavimentos desse edifício abri-
A necessidade de um novo espaço con-
O projeto, segundo seus autores, pro-
garão as áreas técnicas e administrativas
verteu-se na oportunidade de também
curou preservar o conjunto arquitetônico
e as áreas programáticas: piscina coberta,
restaurar a edificação original, ícone da
existente (que será restaurado), acres-
infantil e descoberta; teatro e foyer com
arquitetura moderna dos anos de 1950.
centando novas instalações e atualizando
a possibilidade de entrada independen-
O Sesc Ribeirão Preto é uma das uni-
alguns conceitos do ponto de vista tec-
te; espaços de alimentação, convivência,
dades pioneiras da regional de São Pau-
nológico para proporcionar conforto aos
clínica odontológica, exposições, galpão
lo. Inaugurado na cidade em setembro
usuários. A área atual é de 6.363m² e a
multiuso, salas de ginástica coletiva, indi-
de 1947, primeiramente na Rua Américo
nova construção terá 18.750m².
vidual e quadra poliesportiva.
Brasiliense, passou a funcionar no pré-
Composta por dois pavimentos, a estru-
dio da Rua Tibiriçá em outubro de 1956.
tura será reforçada para que a laje de cober-
Oswaldo, autor do projeto, recebeu men-
tura do edifício atual seja transformada em
ção honrosa por suas virtualidades arqui-
um deck descoberto, destinado a um jardim
tetônicas vanguardistas na Feira Interna-
e à contemplação da cidade. “Ao preservá-
cional de Bruxelas, em 1958.
-lo e restaurá-lo, o Sesc preserva a memó-
A intervenção seguirá o projeto dos es-
ria arquitetônica modernista da década de
critórios SIAA e HASAA, dos arquitetos
1950, importante não só para a cidade de
Cesar Shundi e Helena Ayoub respectiva-
Ribeirão Preto, mas também para o Estado
mente, que participaram de um concurso
de São Paulo”, ressalta Danilo Santos de Mi-
promovido por meio de licitação pública.
randa, diretor regional do Sesc.
O edifício será certificado na meto-
O prédio não é tombado pelo patrimô-
dologia LEED (para construções susten-
nio histórico. “Mas, é considerado de suma
táveis) e no Programa Nacional de Efici-
importância como valor urbanísticos do
ência Energética em Edificações - Procel
município de Ribeirão Preto e de impor-
Serão instalados sistemas de aquecimen-
tância consolidada pela me-
to por energia renovável, sistema de con-
mória coletiva dos usuários.
dicionamento de ar, tratamento de águas
Desta forma, foi uma pre-
não potáveis, paisagismo nativo e sistema
missa estabelecida pelo Sesc
de irrigação com uso racional de água, ge-
no concurso de que o aces-
rador de energia, sistemas economizadores
so principal da unidade fosse
dos recursos naturais, dentre outros.
Piscina descoberta no projeto arquitetônico para a reforma do Sesc Ribeirão
mantido exatamente como era no passado”, explica. Uma
nova
edificação,
denominada como prédio Vista atual do Sesc Ribeirão Preto
principal, será construída ao
Veja o projeto completo na área de Notícias do Portal AEAARP.
www.aeaarp.org.br
Revista Painel Painel Revista 24 24
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crea-sp
RESOLUÇÃO Nº 1.103, DE 26 DE JULHO DE 2018 tológica ou hospitalar; e
modalidade Eletricista e receberá o
petências profissionais do engenheiro bio-
III - aos dispositivos e equipamentos
título profissional codificado como 121-
médico e convalidar o respectivo título na
médicos, odontológicos e hospitalares
12-00 na Tabela de títulos Profissionais
Tabela de Títulos Profissionais do Sistema
para procedimentos cirúrgicos, de
do Sistema Confea/Crea, da seguinte
Confea/Crea, para efeito de fiscalização
diagnóstico, de tratamento, de ressus-
forma:
do exercício profissional.
citação, de eletroestimulação ou de
IV - título masculino: Engenheiro Bio-
higienização.
médico;
médico o desempenho das atribuições
Art. 3º As competências do engenhei-
V - título feminino: Engenheira Biomé-
previstas no art. 7° da Lei 5.194, de 1966,
ro biomédico são concedidas por esta
dica; e
combinadas com as atividades 1 a 18 do
resolução sem prejuízo dos direitos e
VI - título abreviado: Eng. Biomed.
art. 5º, § 1º, da Resolução nº 1.073, de 19
prerrogativas conferidos ao engenheiro,
Art. 6º Os Engenheiros Biomédicos já
Art. 1º Discriminar as atividades e com-
Art. 2º Compete ao engenheiro bio-
ao engenheiro agrônomo, ao geólogo ou
registrados poderão ter suas atribuições
I - aos serviços, aos materiais, aos
engenheiro geólogo, ao geógrafo e ao
alteradas para as relacionadas nesta re-
dispositivos, aos produtos médicos e
meteorologista por meio de leis ou nor-
solução desde que não implique redução
aos sistemas de auxílio à motricidade,
mativos específicos.
de suas atribuições.
de abril de 2016, referentes:
Art. 4º As atividades e competências
Parágrafo único. A câmara especializada
órgãos de seres vivos;
profissionais serão concedidas em con-
competente fará a equivalência das atri-
II - aos instrumentos e aos equipamen-
formidade com a formação acadêmica do
buições constantes do registro profissio-
tos elétricos, eletrônicos e eletromecâ-
egresso, possibilitadas outras que sejam
nal, concedidas em conformidade com a
nicos de tecnologias para a saúde, de
acrescidas na forma disposta em resolução
formação acadêmica do egresso, com as
imagenologia, de aferição, de monito-
específica.
desta resolução.
à locomoção e ao funcionamento de
ração, de estimulação e de reprodução
Art. 5º O engenheiro biomédico inte-
de sinais vitais das áreas médica, odon-
grará o grupo ou categoria Engenharia,
Art. 7º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
AEAARP 25
Revista Painel 26
notas e cursos
Em 2019, a AEAARP inaugura o movimento AgTech em Ribeirão Preto. “Abrimos a associação para o debate sobre novos negócios tecnológicos”, fala o engenheiro agrônomo Alexandre Tazinaffo, diretor de agronomia da AEAARP. O movimento AgTech começou em Piracicaba (SP). 18,6% das startups de agronegócio do Brasil estão lá. Elas representam 38% das startups do estado de São Paulo. Alexandre ressalta que as startups usufruem da vocação econômica ou acadêmica da região utilizando o conhecimento de todas as áreas das engenharias, da arquitetura e da agronomia. “Existem oportunidades de inovação, nós queremos reuni-las, oferecendo condições para que as ideias prosperem”, afirma o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP.
Marcelo Pieirossi
O Sebrae-SP, em parceria com a AEAARP, realizou na Associação uma rodada de negócios exclusiva para o setor da construção civil. Os interessados em em participar dos próximos eventos devem entrar em contato com o Sebrae-SP.
Na última reunião do ano do Conselho da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, a AEAARP entregou ao prefeito Antônio Duarte Nogueira Júnior a homenagem póstuma ao seu pai, o ex-prefeito Antônio Duarte Nogueira, em cujo mandato foi concedido à Associação o direito ao uso do terreno onde foi erguida a sede da entidade. “Foi o justo reconhecimento ao apoio que ele deu não somente à AEAARP, mas também para a consolidação de várias entidades de Ribeirão Preto”, disse o engenheiro Carlos Alencastre, presidente da Associação.