Escritores Brasileiros Contemporâneos - Edição 32 - Nº 32 - Ano V - Agosto/2022

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EDIÇÃO 32 Nº. 32 Agosto/2022 ESCRITORES BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS BETH GOULART lança o livro VIVER É UMA ARTE MoraesNanaFoto:

2Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 EXPEDIENTE Revista pertencente à Editora Ma tarazzo Artes & Livros. Email: matarazzoeditora@gmail.com Telefone: (11) 3991-9506. CNPJ: 35.476.939/0001-01. Distribuição: São Paulo - SP. Diretora responsável: Thais Matarazzo - MTB 65.363/SP. Depto. Marketing: Ana Jalloul(11) 98025-7850 Depto. Jurídico: Tatiane Matarazzo C. Campos. Periodicidade: trimestral. Formato: digital. Capa: Beth Goulart. Crédito da foto: NanaEdiçãoMoraes.32- Nº 32Ano V - Agosto/2022. A opinião e conceitos emitidos em matérias e colunas assinadas não refletem necessariamente a opi nião da revista Escritores Brasilei ros Contemporâneos. Contatos Facebook:www.editoramatarazzo.com.br@editoramatarazzospInstagram:@editoramatarazzo Escritoras se reuniram em 12 de junho para a “Foto Histórica” proposta pela organização da A Feira do Livro, no Pacaembu, em São Paulo. Da esq. para dir., vemos, Cris Arantes, Glafira Menezes Corti, Bia Salles e Amanda do @papel.mulher, Ana Meira e Thais Matarazzo. Foto: Gilberto Cantero

3Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 Sumário Escritores Brasileiros Contemporâneos Edição 32 - Nº 32 - Ano V - Agosto/2021 ■ Segunda Bienal Literária de Taubaté é destaque no setor editorial de livros por Márcia Villaça da Rosa ......................... 6 ■ Taubaté por Josiane Feliciano ............................................... 7 ■ Obras de Lino Guedes disponíveis para download gratuito ........................................................................................ 8 Poemas de Lino Guedes Vovó do Pito ................................................................................. 10 Veteranodo Paraguai ................................................................... 12 ■ Entrevista com Beth Goulart ................................. 14 ■ Orgulho dos Meus Antepassados por Marcinha Costa ..... 25 ■ Elevado Sentido por Sandra Regina Alves ........................ 26 ■ II Encontro São Paulo de Literatura .................................. 29 ■ A visita inesperada por Regina Brito ............................... 33 ■ Água por Jane Costa ........................................................ 34 ■ Na Hans ................................................................................. 35

4Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 ■ A minha primeira vez numa quadra de Vôlei por Cris Arantes .................................................................................. 39 ■ Poemas por Luiz Negrão ................................................. 40 ■ Escritoras em destaque! - projeto “Um Grande Dia por Aí” .... 41 ■ Fotos Histórica das Escritoras Independentes ................... 42 ■ Os jovens gostam de ler por Glafira Menezes Corti ........... 46 ■ Editora Matarazzo na Bienal Livro SP ............................... 47 ■ Apresentação de Ana Meira na Bienal Internacional do Livro ..................................................................................... 49 ■ I Encontro das Academias Literárias e Artísticas do Vale do Paraíba ................................................................................. 51 ■ Sarau das Flores na Raul Bopp ........................................... 53 ■ Vovó do Pito e seus encantamentos por Dilce Prestes ........ 58 ■ Saudades de Você por Claudevalda Souza - Claudia ........ 59 ■ Às letras por Ana Meira ....................................................... 60 ■ Agenda da Editora Matarazzo e do Coletivo São Paulo de Literatura ............................................................................ 61

Além de todas estas opções de en tretenimento, a Segunda Bienal vai sediar o Concurso de Poesias e Con tos Estudantis, cujo tema é “Nas Ter ras de Lobato”, destinado a alunos da rede pública e particular. Vai haver premiação do concurso.

A Bienal Literária é uma idealiza ção do Grupo Escritores de Taubaté, composta por Aldo Carpinetti, Ales sandro Bertholli, Andreia Santos, Fe lipe Vitor, Leandro Monteiro, Marli Santos, Robson de Jesus e Silvia Si mões.Autores e representantes de edito ras laureadas no segmento editorial vão estar presentes, tais como editora da Galeria, ed. Matarazzo, ed. Recan to das Letras, ed. Archangelus, entre outras.“Fiquei sabendo da Segunda Bie nal Literária de Taubaté por meio do Grupo GAEB (Grupo de Escritores Brasileiros) - do qual faço parte. Eu pretendo fazer boas vendas e tam bém aumentar o número de futuros contatos relacionados ao mundo dos livros”, otimiza o autor e poeta Ma noel Hélio Alves, natural de Macarani - Bahia - , autor da obra Uma Poesia ParaEscritoresRaul. e poetas tais como Mar gareth Brito, Maya Iglesias, Miriam Amélia, Sheila Kuno e Raimundo Ro drigues, de O Coletivo Diversos Lite ratura e Arte, estarão presentes com suas obras sugestivas e interessantes, O evento tem entrada gratuita. Serviço Dias 26, 27 e 28 de agosto de 2022. Local: Via Vale Garden Shopping. Endereço: Avenida Dom Pedro I, 7181 - Residencial Estoril - Taubaté - SP .

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Segunda Bienal literária de tauBaté é deStaque no Setor editorial de livroS Márcia Villaça da Rosa Nos próximos dias 26, 27 e 28 de agosto na cidade de Taubaté, realizase a Segunda Edição da Bienal Literária, organizada pelo gestor J. Robson J., e por Alessandro Bertholli, coordenador de eventos, ambos participantes da comissão organizadora de festa li terária.Atrações artísticas vão ser uma constante no evento, o público em geral vai poder apreciar cerca de 150 a 200 expositores - média estima da - o qual vai apreciar lançamentos de livros, workshops, espetáculos de música e dança, exposições de peças de escultura e artesanato, contação de histórias, sketes teatrais, palestras de autores e escritores independentesao vivo e virtuais, além da presença de editoras e autores do cenário literá rio nacional e internacional tanto para o público infantil como adulto.

Para comemorar escrevi um poema... Taubaté Taubaté cidade de Monteiro Lobato Vou relembrar meus encantos de criança...

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Muito menos na Bienal Literária Me sinto honrada É um presente! Comigo levarei um pedaço de mim Meu livro Uma Poesia para Cada Dia Porque a vida tem Arte, sonhos, cor, música, ritmo, sabor, flores e perfumes... Quando colocamos o coração no que fazemos É aprendemos a ressignificar fatos Ai sim a vida se torna poesia...

Sou a poeta Josiane Feliciano, utilizo no mundo literário o pseudônimo de Ane Cfick (@ane. cfick). Quero registrar que a minha alegria foi imensa quando recebi o convite da jornalista e escritora Thais Matarazzo para participar da Segunda Bienal Literária de Taubaté.

Assistia todas as tardes O Sítio do Pica-pau Amarelo Minha mente viajava Logo corria no quintal Me sentia a Emília Outrora era a Narizinho... Que tempo bom foi esse! Mamãe me chamava Eu nem escutava Tudo passou tão rápido Que pena! Tantas outras ocupações Nem imaginava que um dia Iria a Taubaté...

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Viveu as últimas décadas de sua vida na Capital paulista e, na área do jornalismo, atuou em diversos perió dicos. Uma significativa parte da pro dução jornalística de Lino é voltada a reflexões sobre a condição dos negros no Brasil, o que se expressa, mais fortemente, em sua produção na chamada Imprensa Negra, da qual foi um dos maiores expoentes.

oBraS de lino guedeS diSponíveiS para download gratuito Cinco livros de poesia do jornalis ta, poeta e escritor Lino Guedes (1896 - 1951) podem ser acessados no site da Biblioteca “Profa. Esther de Ca margo Toledo Teixeira” de Socorro, SP, no link: sp.gov.br/raridades/https://biblioteca.socorro.Sãoeles: Negro Preto Cor da Noi te (1936), Urucungo (1936), Mestre Domingos (1937), O Pequeno Ban deirante (1937), Sorrisos do Cativeiro (1938).Oprojeto é uma homenagem, valorização e resgate da memória e das obras de Lino Guedes, socorrense de nascimento.Filhode descendentes de escravizados, Lino teve seus estudos custea dos pelo Coronel Olympio Gonçalves dos Reis. Começou a estudar na sua cidade e contribuiu para o Jornal de Socorro, um informativo importante para cidade na época, porém ainda jovem se muda para Campinas, SP, onde desenvolveu ainda mais seu gos to pelo jornalismo e pela literatura.

Suas obras são objetos de estudo, existindo livros, artigos, reflexões e teses publicados no Brasil e fora do país sobre esse autor importante não apenas à Literatura Negra, mas para a Literatura Brasileira, não apenas à história de Socorro, mas à do Brasil.

Vovó do Pito por Camila Giudice, 2020

Vovó do Pito** Lino Guedes Bem quietinha, pitando Em que estará pensando A boa Vovó do Pito? No seu enlevo delira, De vez em quando suspira: – Ai, ai, meu São Benedito! Nesta frase dolorida, Resume-se aquela vida De lutas e heroísmo, Uma útil existência Toda feita de clemência De perdão e estoicismo. E como uma água parada, Fica a Vovó, coitada, Tempo enorme a meditar Do seu passado de Dores, Na vida a falta de amores, Nos anos que vão findar...

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** Poema do livro Urucungo, Lino Guedes. Coleção Hendí. São Paulo: Cruzeiro do Sul, 1937, pp. 39-40. Vovó do Pito foi uma personalidade popular e carismática da cidade de S. Paulo nas três primeiras décadas do século 20. Nascida em Sorocaba, SP, em 10/12/1823, segundo própria declaração, chama va-se Adelaide Antonia das Dores. Faleceu aos 110 anos, na Capital paulista em 21/1/1934.

Herói da Guerra do Paraguai. Pintura de Adrien Henri Vital van Emelen (1868–1943)

Lino Guedes Pássaro de asa cansada, Sem ramo para pousada Lá fica o pobre ancião Na escadaria da igreja A fim de que o mundo o veja Embora sem comoção. Após cinco anos de guerra, Defendendo a nossa terra, Ele que foi pelejar Em nome do sinhozinho Que em casa ficou quietinho, Pai João volta a cantar. Traz rebrilhando no peito Que se criara no eito, Lembranças do Batalhão: É um pequeno tesouro, Duas medalhas de ouro Em cima do coração. E em paga de heroicidade Lhe deram a liberdade... Que o mundo, enfim, fosse seu! Mas o destino cruento, Vendo o seu contentamento Uma outra paga lhe deu... Paga terrível, danada, Que a vida sacrificada De Pai João cancelou... – Se já tens a liberdade Vai pedir à caridade! E a sua vista tirou... Pai João teve medalhas. Hoje vive de migalhas Que o transeunte lhe dá!... Sinhô moço goza a vida E acha a coisa divertida Quando se diz que ela é má...

** Poema do livro Urucungo, Lino Guedes. Coleção Hendí. São Paulo: Cruzeiro do Sul, 1937, pp. 55-58.

Veterano do Paraguai**

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Viver é uma arte: transforman do a dor em palavras é o livro de estreia de Beth Goulart como escritora fora da dramaturgia. Beth é dramaturga, diretora, cantora, palestrante e atriz brasi leira de teatro, cinema e televisão, contemplada com diversos prêmios.Aobra é dedicada aos seus pais, Nicette Bruno e Paulo Goulart. Traz 138 páginas cheias de emo ções. A autora bate um papo com o leitor de forma fluída e sem ceri mônias. É clara, amorosa e agradecida ao escrever suas experiências de Bethvida. toca a alma do leitor com sensibilidade, ternura e palavras sábias.São dez capítulos que abordam vários temas: família, ancestralida de, aprendizados, carreira artística, processo criativo, espiritualidade, e ntrevi S ta B eth g oulart Lançamento do livro “Viver é uma Arte” pela editora Letramento Beth e Nicette Bruno no espetáculo “Perdas e Ganhos”. Foto: Nana Moraes (2014).

► E.B.C. - Seu avô dizia que você seria escritora no futuro. Você já tinha vontade de lançar um livro B.G.:solo? Acho que essa vontade estava esperando a hora certa para despertar. Às vezes sentimos uma vontade que fica guardada em nós, adormecida e, pouco a pouco va mos descobrindo que era nossa e

Viver é uma arte revela um lado humanístico de Beth Goulart. Por isso tem conquistado o público. Mas vamos deixar de delongas, pois a partir de agora a própria es critora nos contará mais detalhes sobre a sua obra!

►Escritores Brasileiros Contemporâneos - Você sempre gostou de escrever, conforme nos conta no livro. Os primeiros textos que produziu foram peças teatros, poemas ou outro gênero? Beth Goulart: A escrita sempre funcionou para mim como uma forma de ouvir meu coração, saber o que vai por dentro. Eram textos em tom poético, não chegavam a ser poesias mas tinham uma certa musicalidade dentro deles, textos reflexivos, analíticos, depoimen tos, estados de alma, registros daqueles tempos da vida. Não chegam a ser diários porque não seguiam uma ordem cronológica, nem a constância que um diário pede, mas sempre que sentia vontade me expressava através das palavras. Para mim, escrever é e sempre foi uma necessidade.

15Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 filosofia de vida e outros assuntos que causam uma profunda reflexão no leitor(a) para aprendizados e exercícios de otimismo, resiliência e ressignificados.

► E.B.C. - Na sua infância e adolescência quais eram seus auto res(as)/livros preferidos? B.G.: Na infância, Monteiro Lobato, Maria Clara Machado. Na adolescência, Clarice Lispector, Fernando Pessoa, Lygia Fagundes Telles, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Eça de Queiroz, Machado de Assis, Virginia Woolf, Nélida Piñon. Sempre gostei de ler e, através do teatro, conheci Shakes peare, Nelson Rodrigues, Federico Garcia Lorca, Eugene O’Neil, Dostoiévski, Samuel Beckett e tantos outros autores importantes. Comecei a trabalhar muito cedo, com 13 anos, ainda era uma adolescente e através do Teatro conhe ci a literatura brasileira e universal.

► E.B.C. - Escrever um livro é uma tarefa árdua. Quanto tempo você levou para concluir “Viver é uma B.G.:arte”?As primeiras conversas foram no início de 2020, quando fi zemos as primeiras reuniões com

► E.B.C. - A ideia para escrever “Viver é uma arte: transformando a dor em palavras” surgiu na oca sião do início da pandemia da CoB.G.:vid-19?

16Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 era legítima, deixamos os aconteci mentos nos levarem até ela e descobrimos que ela sempre esteve ali, dentro de nós, esperando ser des pertada.

Não, esse convite surgiu an tes da Pandemia, em função das palestras que eu e minha mãe fazí amos juntas. Quando começamos a realização de fato do livro foi na chegada da Pandemia, quando nos atingiu em cheio e levou minha mãe embora, me deixando só para reali zar o livro – com essa oportunidade e responsabilidade de traduzir os sentimentos da perda numa decla ração de amor e gratidão aos meus pais.

► E.B.C. - Como se deu o processo criativo para a produção do livro? Você é muito intuitiva? B.G.: Sou totalmente intuitiva. Quando escrevo me deixo livre e solta, vou colocando no papel as ideias que vão se clareando pouco a pouco e ganhando mais força ao se afirmarem na frase. Clarice Lispector dizia que “Eu vou me seguindo, não sei no que vai dar, aos poucos é que vou descobrindo o que eu que ria”. É assim, vamos descobrindo ao fazer o que queríamos e, daí lapidamos essa ideia original. Mui tas vezes partimos de uma palavra, ou de uma sensação e o fluxo da mente segue puxando o fio do no velo das ideias. Costumo dizer que deixo meu coração falar primeiro, depois a mente elabora o que fal ta, ou “coloca brincos” como diria Antônio Abujamra. No caso deste livro, tivemos uma editora de con teúdo, a Marcella Abboud, que foi fundamental para me orientar no processo da escrita.

► E.B.C. - Acredita que este livro é uma resposta de amor pela dor causada pela perda dos seus pais? B.G.: O amor sempre está presente quando falo de meus pais. Amor e Gratidão foram as maiores lições que recebemos deles.

17Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 a Marcella. No segundo semestre deste ano fizemos três reuniões com minha mãe – eu escreveria a voz principal do livro e a Marcella iria transcrever os comentários de minha mãe. Em dezembro de 2020 minha mãe pegou Covid-19 e fa leceu em 21 dias. Precisei de um tempo para retornar com a escrita. Retomei o trabalho em setembro de 2021 e finalizei em maio de 2022. O livro foi lançado em junho de 2022. De fato foram oito meses de trabalho, com muitas emoções e algumas pausas no caminho.

► E.B.C. - Sempre que escreve mos sobre nossas vidas fica difícil fazer uma triagem das lembranças. Foi complicado organizar as temáticas abordadas? B.G.: Como disse anteriormen te, tivemos a ajuda de Marcella Abboud que foi fundamental para toda essa organização e sequência temática. Ela foi muito importante para nos orientar e sugerir ideias ou temas que complementariam aquela história contada. É muito importante ter alguém para te dar essa orientação necessária na rea lização de uma obra literária.

São processos diferentes, embora a fonte seja a mesma. Então, de alguma forma, estava pre sente e atuante nas duas formas. No teatro, temos que visualizar a cena e imaginar como contar uma história: usando o espaço cênico, os elementos, a luz, o cenário, o figurino, a música e os atores. No livro, deixamos essa tarefa para o leitor, mas temos que dar todas as ferramentas necessárias para que ele possa visualizar o que estamos contando. No teatro trabalhamos o espaço externo, no livro o espaço interno.

► E.B.C. - Você é dramaturga. Sua experiência e técnica em es crever peças de teatro e espetácu los ajudou ou interferiu na escrita do B.G.:livro?

► E.B.C. - Você prefere o livro impresso ou e-book? B.G.: Prefiro o livro impresso. Te nho uma relação afetiva com meus livros, gosto do cheiro, abraço e beijo meus livros quando acabo de ler e agradeço muito tudo o que me ensinaram. Gosto de pegar, escolher a capa, ler algumas frases e as sensações que tenho ao ir a uma

Fotos: Nana Moraes

► E.B.C. - Tem recebido muitos feedbacks dos leitores e leitoras? Tem algum ou alguns que te tocaram B.G.:mais?

19Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 livraria são únicas. O livro não vai morrer nunca.

► E.B.C. - Qual foi sua emoção ao receber o primeiro exemplar? B.G.: Parecia uma criança ao ga nhar a primeira boneca. Foi muito emocionante!

Tenho sim, e isso é maravilhoso. Dá uma alegria imensa saber que o livro tem ajudado as pessoas, e são muitas que tem me procurado. Cada uma delas tem um significado especial. A literatura faz isso: podemos nos comunicar de coração para coração. É muito mais pessoal essa comunica ção pois, através de minha história revelo tantas outras que se iden tificam comigo, sinto que posso ajudar a cada uma delas a passar e superar suas próprias dores, acre ditando em nelas mesmas e na for ça do amor. Há pouco tempo estive em Tiradentes, cidade histórica de Minas Gerais, e, na Pousada em que estava, durante o café da ma nhã fui abordada por uma senhora que veio me agradecer por ter aju dado seu filho a superar a perda de sua nora. Ela havia falecido aos 37 anos, inesperadamente de um mal súbito na frente do marido, deixan do uma filhinha de quatro anos e seu filho totalmente arrasado. Ela me disse que havia compartilhado com ele um vídeo que fiz, eu lia um trecho de “Perdas e Ganhos”, de Lya Luft e, com esta minha fala ele começou a olhar para a vida de uma forma diferente. Aquelas palavras acordaram nele o ânimo para seguir adiante, encarando a vida como oportunidade de cresci mento e transformação. “A melhor homenagem que podemos fazer a quem se foi é viver como ela gos taria que vivêssemos”, essa men sagem é muito forte e teve eco em seu coração. Depois disso, dei para o filho desta senhora o meu livro com uma dedicatória especial, para que ele não desistir de sua própria vida em função dessa perda, ele pode e deve ser feliz novamente, construindo uma nova família.

► E.B.C. - Na obra você enfatiza o amor aos seus pais, familiares e amigos. Traz lindas lembranças da sua avó Eleonor Bruno. Você fez uma grande homenagem à vovó Nonoca com o monólogo musical “Dorotéia Minha”. A dramaturgia pode virar um livro no futuro? B.G.: Quem sabe? Foi uma home nagem muito especial a ela e toda a sua arte de viver, minha avó foi uma grande referência na minha vida. Um espetáculo é pouco perto de tudo o que ela me ensinou. Eleonor Bruno e Beth Goulart

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Foto: divulgação / acervo pessoal ► E.B.C. - Durante dez anos você viajou com o premiado espetáculo “Simplesmente Eu, Clarice Lis pector”. Qual é a sensação agora de você ser a protagonista da pró pria B.G.:obra? É uma sensação diferente. Quando temos personagens para viver, emprestamos um pouco de nós mesmos na interpretação, mas quando não temos personagem o compromisso que temos é com nossa alma e com quem realmente somos. Assim o livro está comprometido com a verdade de minha vida, são minhas histórias que estou contando. Por isso é um livro de memórias e reflexões, uma forma diferente de compartilhar meu olhar sobre a vida e a humanidade através de minha própria trajetória.

► E.B.C. - Conte-nos um pouco sobre os profissionais que te auxi liaram no processo da elaboração e finalização do livro. B.G.: Já falei para vocês da Mar cella Abboud, a editora de conteúdo que foi maravilhosa, só tenho a agradecer. Também a Gustavo Abreu da Editora Letramento, que foi quem nos convidou para fazer o livro. Gustavo Zeferino, o design gráfico, toda a equipe da editora Letramento e um agradecimento especial para Nana Moraes, que fez a foto da capa, contracapa e muitas outras que estão no livro.

Beth Goulart - Espetáculo “Simplesmente eu, Clarice Lispector”Jardim Botânico, Rio de Janeiro, janeiro de 2009. Foto: Fabian Albertini Divulgação / acervo pessoal

Com certeza, para quem escreve é muito difícil abrir mão deste momento tão íntimo e pessoal. É uma forma direta de assumir nossa voz em toda a sua plenitude para nós mesmos e para os outros. Além disso a escrita transcende o seu próprio tempo. Podemos nos comunicar com gerações que ainda não nasceram. Já pensaram nisso? O que se escreve fica para sempre.

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► E.B.C. - Assim como Clarice, você também sente que escrever é B.G.:essencial?

► E.B.C. - Você cita uma oração que faz todas as manhãs: “Pelo amor vivo, movo-me e existo. O amor é Deus!”. O poder transfor mador do amor e a gratidão são constantes no seu livro. Você acredita que as pessoas hoje estão es quecidas destes sentimentos? B.G.: O amor e a gratidão são sentimentos eternos, mesmo que as pessoas esqueçam eles existem e estão presentes em nossas vidas em maior ou menor grau. O amor é o sentimento mais transformador do ser humano. Ele aceita até ser incompreendido. Ele aguarda o tempo da compreensão com toda a paciência do mundo, porque ele esta presente em nossa essência e sabe que mais cedo ou mais tarde iremos despertar para ele. A gratidão já é mais difícil um pouco, pois as pessoas esquecem do bem que receberam com muita facilidade, mas jamais esqueceriam um mal que fosse feito. É a nossa con dição humana que dá mais valor a dor do que ao amor, mas para isso existe o perdão. ► E.B.C. - Agora que lançou o primeiro livro, tem intenção de lançar mais títulos, como um livro de poesia, por exemplo? B.G.: Tenho a intenção de continuar, sim. A escrita veio para ficar na minha vida. Um próximo livro creio, ainda seria no caminho iniciado por este, que me abriu uma grande porta – no próximo, pretendo entrar e me aventurar em suas descobertas. E o futuro… a Deus pertence...

► E.B.C. - Qual livro está lendo no B.G.:momento? Estou lendo vários livros ao mesmo tempo, atualmente “Luiza Helena, Mulher do Brasil”, de Pedro Bial, é a biografia de Lui za Helena Trajano, quem admiro muito, “Sensibilidade, linguagem da Alma”, de Seiji, um terapeuta

► E.B.C. - Conte-nos um pouco sobre a inauguração da “Biblioteca Beth Goulart”. B.G.: O Projeto “Favelivro” se propõe a criar Bibliotecas gratuitas em comunidades carentes. É tão importante dar oportunidades de aprendizado e conhecimento para aqueles que vivem uma realidade tão dura e cruel, muitas vezes sem oportunidades de crescimento. A leitura cria cidadãos mais conscientes, mais instruídos, com mais senso crítico para ter uma participação mais efetiva na comunidade, descobrindo seus ta lentos, valorizando suas capacidades, criando movimentos de escuta e transformação real da sua comu nidade, saindo do círculo de violência e exploração, descobrindo outros caminhos para desenvolver um potencial criativo e solidário à sua volta. É uma forma concre ta de dizer que estamos olhando para eles. A arte e a cultura podem curar, podem salvar, podem trans formar uma realidade através do amor. ■ Para adquirir o livro Viver é uma arte: transformando a dor em palavras, acesse o site: www.editoraletramento.com.brA EBC agradece imensamente à Beth Goulart e à Silvana Cardoso da Passarim Comunicação pela atenção e carinho conosco. Temos certeza que os leitores e leitoras irão se deliciar com esta entrevista especial.

holístico muito sábio e “Um dia Chegarei a Sagres”, de Nélida Piñon, que não precisa de apresentações, ler Nélida Piñon é uma aula de literatura.

► E.B.C. - Recentemente você teve uma biblioteca que recebeu o seu nome, na Comunidade 2 de Maio, no Engenho Novo, no Rio de Janeiro. Como surgiu esta oportuB.G.:nidade?

O convite surgiu pela doação de livros que fiz de minha biblioteca particular e dos livros que doei de meus pais, para o projeto “Fave livro”, coordenado pela Verônica. Um projeto muito lindo. A partir daí me convidaram para ser madri nha de uma dessas salas de leitura, o que muito me honrou e alegrou. Sempre valorizei muito a leitura e ter uma Biblioteca com meu nome é reafirmar esse compromisso.

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Foto: Cristina Granato. Beth Goulart na inauguração da biblioteca que leva seu nome, ladeada por Verônica Marcílio e Demézio Batista do projeto “Favelivro”

Paulo Goulart, Beth e Nicette Bruno, 2013. pessoal Beth Goulart e sua irmã Bárbara Bruno, no lançamento do livro na Livraria Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, em 12/7/2022.

Arquivo

25Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 orgu lho do S M eu S an C e S trai S M ar C inha C o S ta Eu sou Evaristo Sou Carolina Sou tantas mulheres que escrevem a nossa história Sou aquela que se vê em cada uma delas Sou a mulher das páginas escritas por elas Sou da favela Da periferia Sou aquela que aprende a lidar com a vida Eu sou da labuta do dia a dia Sou aquela por quem meus antepassados se orgulham Eu sou mulher de luta que apesar de tudo não desiste e não recua Professora da Ed. Básica do Município de Feira de Santana, atriz e mestra em Estudos literários com ênfase em literatura africana de língua portuguesa marcianeide@gmail.com(UEFS). Instagram: @marcinha1407

26Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 elevado S entido S andra r egina a lve S Poeta, cantora e comPositora @sandraamoura5@gmail.com instagram:@sandrareginaalvessamba Contemplei a manhã Clamei pela poesia Pedindo OSentimentoesclarecimentoestranhoSecuradodiaacinzentadoinvernoDomêsdojulhoCedeuolugaraoSol

Que radiante impera Ofusca o meu olhar Cintila as folhas das copas Favorecendo o sombreamento E a camuflagem dos pássaros Que trafegam e pousam A todo momento Na acolhedora e velha árvore Que oferece o fruto do abacate. E me inspira a todo tempo Passam por lá Pássaros de todos os tipos Dando vida, cores, tons e sons Um canto fino e agudo Chama a minha atenção Talvez, um sanhaço violino E seu acinzentado azulado

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Colorindo o nicho escolhido A poesia vem me apresentar Descrevo a sensibilidade recebida O vento sopra leve uma melodia Desprendidas pela ação do tempo As folhas dançam soltas pelo ar Não pairam por muito tempo

Caem desorientadas no chão O pouco é muito Para o meu encantar De tudo isso só me beneficio Que privilégio poder vivenciar E tirar proveito de tudo isso Sentir o bem se achegar Nesse estado desigual Maravilhosa é a Obra do Criador Divina é a Natureza Sou criatura e agradeço São muitas as belezas A nosso favor Da sua herança respeitar Cultivar e se beneficiar Não precisa ser poeta Basta um elevado sentido Para ouvir, sentir, enxergar Basta ser humano e cuidar A sensibilidade evidenciará E despertará para um novo olhar A alma aprova e se remexe O coração pulsa a palpitar A luz da inspiração remete Com a leveza do mais puro alentar.

O artista plástico Jotarelli e Thais Matarazzo, que virou uma obra e arte! Foto: Gilberto Cantero

São paulo de literatura A vereadora Juliana Cardoso

29Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 A tarde de 3 de junho último foi emocionante e cheio de calor humano. No Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo aconteceu o II Encontro São Paulo de Literatura , uma inicia tiva da vereadora Juliana Cardo so e do Coletivo São Paulo de Literatura.

O artista plástico Jotarelli, membro do Clube do Choro de Santos, presenteou a escritora Thais Matarazzo com uma obra de Estaarte. sessão solene foi mais uma ação de valorização à literatura e todas as artes do Coletivo.

O salão ficou cheio e o evento teve duração de três horas. Foram declamados vários poemas de Paulo Bomfim, trazendo um encanto poético à cerimônia. Foram contempladas com o Certificado Paulo Bomfim mais de 70 personalidades e entida des ligadas à literatura, poesia, educação, jornalismo e artes. Boa parte dos homenageados viajaram até à Capital paulista de longe: Santos, São José dos Campos, Taubaté, Campo Limpo Paulista, Jundiaí, Guarulhos, Cajamar, Rio de Janeiro, Goiâ nia e Itapipoca, no Ceará. A mestre de cerimônias, Ana Jalloul, conduziu o encontro com animação e sensibilidade. Compuseram a bancada: Ricardo Cardoso e Thais Matarazzo, membros do Coletivo São Paulo de Literatura; a professora No adias Castro Braz de Novaes; Ana Maria Salatiel, do Rotary Club Noroeste Freguesia do Ó; Débora Pieretti, presidente do Instituto Amor em Mechas; a artista plástica Eunice Coppi; Marcello Laranja, presidente do Clube do Choro de Santos; o escritor J. Robson J., do Grupo Escritores de Taubaté e da Bienal Literária de Taubaté.

ii enContro

O poeta Jasa de Oliveira, presidente da Casa do Poeta “Lampião de Gás” de São Paulo. Foto: Gilberto Cantero Ana Jalloul e a Dra. Gisele Luccas Ana Jalloul, Ricardo Cardoso e os atores do Coletivo Paulisséia A poeta e cantora Sandra Aparecidae Ana Jalloul

Coletivo Papo de Comadre Raimundo José, Noadias Braz Novaes e José Yglesias, da APAMEC Laercio Cardoso de Carvalho, Luiz Negrão e Irene Oliveira Homenageados com o Certificado Paulo Bomfim Foto: Gilberto Cantero

Thais e Marcello Laranja, presidente do Clube do Choro de Santos

Foto: Gilberto Cantero

A escritora e artista plástica Margaret Cruz fez a entrega simbólica do seu corte de cabelo à Débora Pieretti, presidente do Instituto Amor em Mechas.

Foi um momento emocionante em apoio à confeccção de perucas para mulheres que fazem tratamento oncológico ou tem alopesia.

O poeta Vicente Janotti do Rio de Janeiro

O poeta e ator Paulo Watanabe

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— Olá, que saudade de você! O sorriso amarelo, as flores do cam po — as minhas preferidas — e malas... muitas malas pelo corredor. Um primo, com o qual nem tenho intimidade, com mulher e cachorro a tiracolo, bateu à minha porta. — Vamos passar quinze dias de férias no Rio. Trouxemos o Bob, nos so cachorrinho... Não se preocupe, ele adora gatos! Perplexa e sincera, falei: — Mas... não podemos acomodá -los. Os gatos nunca se depararam com um cão, ainda que seja um chihuahua. E continuei parada, sem convidá-los para entrar, porque o alvoroço já se formara no apartamento: gatos corriam, se es condiam, uivavam... Eu, que nunca gostei de visita ines perada, convidei os primos para comer uma pizza e me acalmar. QUINZE DIAS!! — Parecia um filme: o casal já havia decidido tudo! — Pois nem um dia, muito menos uma noite! Pois eu mesma, quando viajo, gosto de hospedar-me em hotéis, para preservar a minha liberdade. Pasma durante uns minutos, pensei: “Eles vão passear, e eu vou fazer as honras da casa: co zinhar, trocar lençóis e outras tarefas mais.Indiquei um hotel na rua do Catete, com um bom preço e um desconto por conta do conhecimento que tenho com os donos. Mas lá não aceitam animais... Eu seria a Au Pair do dog; e eles, os tu ristas. Francamente! Quando penso que já vi de tudo, aparece sempre uma no vidade. Ah! Eles lembraram que eu tenho uma minúscula casa de praia — que por sinal é uma gracinha, “Recanto da Poesia” ou “Cafofo Quinzenal”. Nem adianta:—Lá não aceitam animais. É um condomínio e moram pessoas idosas... Argumenta daqui, insinua dali, final mente aceitaram a minha sugestão: — Vamos comer uma pizza e parti mos para o hotel. Eu os acompanhei até lá. O cachor rinho, cúmplice, ficou quietinho e eles conseguiram passar pela recepção. Vim para casa com a consciência tranquila, pois não deixei os primos de sabrigados. a vi S ita ine S perada r egina B rito * * Carioca, é escritora e vem lançando suas obras pela Edi tora Matarazzo.Professora de Literaturas e Línguas Portu guesa e Espanhola, é graduada pela UFRJ e UERJ do Rio de Janeiro e pós-graduada pela UIMP de Santander, Espanha.

Desde a fecundação A água, o principal elemento Representa a vida Todos os viventes necessitam É fundamental em qualquer situação... Nascem gotículas, cristalinas Nas fontes tão pequeninas E escorrem pelas pedras Rolando gota a gota Formando riachos, cachoeiras, rios e mares Um milagre, brotando do chão... Água doce, elemento essencial Produz vida e também morte Depende do homem e de sua ação... Água, elemento e alimento Na falta dela, não há vida E se contaminada, há morte A que destrói e também que cura Precisa ser limpa e pura Como a alma e o coração!

Jane Costa: sou paciente oncológica. Nos dois últimos anos da minha car reira como professora, me dediquei ao trabalho com crianças especiais (AEE) e foram os melhores anos da minha vida profissional. Consegui um verdadeiro milagre, alfabetizei uma criança de nove anos que estava fadada à exclusão. Hoje, ela tem bom rendimento escolar e eu estou vencendo a doença com fé e esperança. Goiana, da pequenina Heitoraí. A poesia me fez renascer!

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janeáguaCoSta

na hanS Na tarde fria, mas que não espantou a alegria e a boa disposição de ninguém, de 4 de junho último, acon teceu mais um sarau do Coletivo São Paulo de Literatura, acompanhado dos lançamentos de vários livros e a abertura da exposição Versejando com ImagensEscritoras. e escritores vindos de várias cidades brasileiras compare ceram para a sessão de autógrafos da antologia Super-Ação em prosa e poesia. Uma obra coletiva ímpar. A foto da capa é de Nana Tavares. Reú ne coautores que registraram histórias vividas e observadas com muitos sen timentos. São crônicas e poemas que inspiram os leitores. Participam do livro: Adriana Urso e Raquel Gomes, de Santos; Noadias Castro Braz de Novaes, de Itapipoca, Ceará; Glafira Menezes Corti, Cris Arantes, Josiane Feliciano, Cladevalda Souza – Claudia, Luiz Braz Canavaghi, Coradi, Thais Matarazzo; Regina Brito, do Rio de Janeiro; Jane Costa, de Goiás. A Editora Matarazzo Artes & Li vros ainda marcou presença com o lançamento de Ser girassol de Thais Matarazzo, obra com ilustrações de Camila Giudice e Alexandre de Mo rais. Um livro emocionante e colo rido, onde a autora conta sobre sua resiliência, fé e coragem para superar os difíceis momentos vividos durante os ciclos de quimioterapia, pois é pa ciente oncológica. Thais também nos diz da importância das Artes em sua vida, especialmente da literatura e da poesia, que são como combustíveis para sua força de vontade de seguir em frente e retomar atividades que lhe

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Josiane Feliciano lançou seu primeiro livro, Uma Poesia para Cada Dia. Jane Costa autografou sua obra poética Todo Dia é Dia de Poesia.

dão prazer na vida! Dois poemas do livro, Ser girassol e Você sabe perce ber poesia? receberam melodias do poeta e fonoaudiólogo Thomas Petzi. As músicas foram apresentadas du rante o sarau. A apresentação do evento ficou à cargo da poeta Ana Jalloul. Regina Brito e Newton Nazareth vieram do Rio de Janeiro para lançar os livros Memórias de um Pinto Cal çudo e A Casa dos Gatos Falantes.

Glafira Menezes Corti apresentou “seus rebentos”, como chama sua produção literária: Eu fizio porque quizio e Versos Verdes

Aconteceu ainda a abertura da exposição Versejando com Imagens com fotografias de Marcia Costa e Nana Tavares, as fotógrafas estiveram presentes, vindas especialmente do Rio de Janeiro. Para finalizar foi cantado parabéns para as aniversariantes Thais e Glafi ra, com direito a bolo, doces e refri gerante!

Agradecemos à coordenadora Eli sangela Alves Silva e toda equipe da biblioteca por sempre nos receberem com cortesia, carinho e incentivo. Público presente ao sarau do Coletivo São Paulo de Literatura. Foto: Gilberto Cantero O Comendador Luiz Braz Cavenaghi

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escritor

A escritora Adriana Urso e familiares compareceram para o lançamento da antologia “Super-Ação” Tatiane Matarazzo e Maria Matarazzo Jane Costa e Josiane Feliciano Marcia Costa e Nana Tavares Claudio, Marisa, Newton Nazareth e Regina Brito

A poeta e contadora de histórias Iracema Pereira Glafira Menezes Corti e Cris Arantes Raquel Gomes é coautora da antologia “Super-Ação” Thomás Petzi, Andrew Santos e Thais Matarazzo Gilberto Cantero Marcia Costa, Nana Tavares, Vera Lúcia Duca e Irene Oliveira

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Na quinta série somos des lumbradas, não nos considera mos crianças, mesmo sendo. Imaginem a cena, fui numa aula de ginástica, com uma meia calça branca novinha, me achando o máximo, como se fosse normal jogar assim. Não sabia jogar Vôlei, nunca tinha estado numa quadra e parecia uma tonta, encantada, quando de repente levei uma bolada na cara, com muita força, caí atordoada. Fui socorrida, disse que estava tudo bem, e continuei. Meu orgulho não me dei xou sair do jogo, fingi que sa bia jogar e fiz uma promessa para mim, aprender a jogar e nunca mais levaria uma bolada no rosto. Acabei levando um tombo e furei a meia calça nos joelhos, essa foi a minha es treia no RealmenteVôlei. me esforcei e aprendi a jogar bem, nunca mais passei vexame. A Rose mary e a Neide Duarte eram minhas parceiras do time. Ti vemos um técnico muito efi ciente e exigente. Apesar de sermos baixinhas, fizemos par te do time do Colégio por qua tro anos seguidos. Participando de todos os campeonatos que éramos convidadas, trouxemos muitos troféus, fase muito feliz da minha vida. Fase de ouro!

Maria Cristina Arantes (Cris Arantes): pedagoga, poeta, escritora, musicista, artista popular. Possui um CD gravado com poemas autorais, participou de muitas antologias, publica seus poemas em revistas físicas e digitais; áudios e vídeos nas redes sociais. Apresenta-se em Saraus Literários e Musicais. Possui um Canal no YouTube: Cris Arantes Varal de Poesias. Membro da Academia Contem porânea de Letras, a ACL e do Coletivo São Paulo de Literatura.

A minha primeira vez numa quadra de Vôlei Cris @crisarantesvaraldepoesiasArantes

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40Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 A LUZ DO ORIENTE De sua mente criativa vieram Limamo, Aysha e outraspersonagens.fascinantes Fica a imagem de homem escrevendo na tenda. O sol gera arabescos e as cores brilham nos afrescos. Homenagem ao Escritor João Abdalla SÃO E ESTÃO Nos degraus da praça, Nas bibliotecas, escolas, Mulheres estão, São PublicamCriadoras,esãolidas.Sãoescritoras. PARA CONTROLAR A ANFISBENA Até com asas ela se enrola, controla, mantém as riquezas, o poder e as vidas. Com união dá para desatar os nós e ter de volta - Nós. MÊS DA INFÂNCIAPRIMEIRA Em especial no Agosto Verde lembramos as crianças pequenas Pena que cresçam! Damos a elas nosso amor e carinho. P oemas L uiz N egrão Luiz Negrão: Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito (EPD), publicou os textos históricos: “125 do Café Jardim”, “Homenagem do Dia do Patrono do Fórum de Artur Nogueira e “A atuação do Ministério Público no Caso Emeric Levai”.

O terceiro e último clique foi reali zado em 6 de agosto, após o Sarau das Flores na biblioteca Raul Boop, parce ria da ação. As escritoras reuniram-se na escadaria da Praça Jorge Curi, próximo à biblioteca, no bairro da Aclimação. O Coletivo Paulisséia, outra importante parceiro, fez as fotos e filmagens com drone. ritora eM de

O Coletivo São Paulo de Literatura e a Editora Matarazzo apoia e incentiva o movimento da Foto Histórica das Es critoras, também conhecido como “Um grande dia por aí”, com reunião das foto grafias tiradas por grupos de todo Brasil e exterior e divulgadas no Instagram no perfil @umgrandediaporaí

S

O Sarau Café com Poesia, coorde nado por Alexandre Jazara e Eva Albu querque, acontece no último sábado do mês na biblioteca Hans Christian Ander sen, no Tatuapé. No dia 30 de julho, em parceria com o Coletivo São Paulo de Literatura, também foi feito o registro de uma foto histórica das escritoras da Zona Leste e outras regiões.

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A primeira foto histórica foi feita no último dia 12 de junho na A Feira do Li vro, no estádio do Pacaembu, na capital paulista. A imagem estampou a primeira página da Folha de São Paulo na edição de 14 de junho. Na mesma data, grupos de escritoras brasileiras se reuniram em inúmeras cidades fazerem seus cliques e integrar o projeto. Foi lindo ver a união das mulheres através da força da literatura!E o movimento segue florescendo. Em 23 de julho aconteceu o I Encon tro das Academias Literárias e Artísticas do Vale do Paraíba. Thais Matarazzo levou à ideia aos organizadores e foi incluída na programação uma foto oficial com as escritoras participantes do evento.

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A ideia e o início do movimento são da jornalista e escritora Giovana Madalosso, inspirada na ideia da foto de “Um grande dia no Harlem”, de Art Kane, fei ta em 1958 com grandes personalidades jazzistas do momento. “Um grande dia por aí” surgiu para celebrar a escrita fei ta por mulheres, dar visibilidade e protagonismo.

Staque! #umgrandediaporaí

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Academia

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Para compor a reunião de fotos histó ricas do movimento “Um Grande Dia por Aí”, mais um clique foi feito neste sábado, 23 de julho, no Via Vale Garden Sho pping, em Taubaté.

A fotografia fez parte da programação do I Encontro das Academias Literárias e Artísticas do Vale do Paraíba, sendo uma parceria com o Coletivo São Paulo de Literatura, representado por Gilberto Cantero e Thais Matarazzo - membrocorrespondente da Academia Taubateana de Letras, ATL. A ação foi recebida com entusiasmo por Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto, presidente da Academia Valeparai bana de Letras e Artes, AVLA, promotora do encontro. Marlene aprovou a ideia e a colocou dentro da programação. As fotografias estão disponíveis para download gratuito no site: www.thaismatarazzo.com.br

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#umgrandediaporaí Foto: Gilberto Cantero

O I Encontro das Academias Literá rias e Artísticas do Vale do Paraíba foi uma organização da AVLA, com apoio de Alessandro Bertholli, Waldir Capucci da Academia Jacareyense de Letras, AJL, e Paulo José Pereira da ATL, com o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de Taubaté e do Via Vale Garden Sho pping.Participaram do evento 12 entidades congêneres: Academia Valeparaiba na de Letras e Artes - AVLA - Taubaté; Academia Taubateana de Letras – ATL; Academia Jacarehyense de Letras - AJL - Jacareí; Academia de Letras de Lorena – Academia Lorenense de Letras e Artes - ALLARTE - Lorena; Academia de Letras e Artes de Cruzeiro - ALAC - Cru zeiro; Academia Pindamonhangabense de Letras – APL; Academia Caçapavense de Letras - ACL - Caçapava; Academia de Letras de Campos do Jordão – ALCJ; Joseense de Letras - AJL - São José dos Campos; Academia de Letras e Artes do Município de Aparecida ACLAMA; Academia Cachoeirense de Letras e Artes - ACLA - Cachoeira Paulista. da S eSC do do paraíBa

IndependentesEscritorasdasHistóricaFoto 6/8/2022-PauloSãoCuri,JorgePraça CanteroGilbertoFoto:

#...A presença maciça de jovens durante na 26 Bienal Internacional do Livro, ocorrida nesse julho em São Paulo, foi um a certificação do reconhecimento de que os jovens gostam de ler e atribuem significado à leitura desde que possam atuar sobre elas como leitor protagonista na escolha e avaliação.

Os jovens gostam de ler Glafira Menezes Corti

# Um grande estímulo para nosso empenhamento no cultivo da arte da palavra!

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#... Durante alguns bons anos estive na companhia de jovens, diversas eram as suas experiências e inexperiências; tanto umas quanto as outras me oportunizaram, durante meu trabalho como professora de língua e literatura portuguesa, um aprendizado rico cheio de nuances a serem desmistificadas. Uma delas era a afirmação uníssona na épo ca, principalmente no ambiente acadêmico, de que ‘os jovens não gostam de ler’.

#...Foi o que se tornaram no final do projeto: escritores. Cada um dos alunos escre veu o seu livro autobiográfico.

#...Por não acreditar nessa premissa elaboramos um projeto junto aos alunos, cujo produto necessitaria de muita leitura, não ingênua nem genérica, mas uma leitura que atribuísse significado a eles; leitura como diz Mattoso Câmara inteligente, interativa em que o texto atue sobre o leitor e o leitor atue sobre o texto; eu completaria: que também os incentivasse como prováveis escritores.

47Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 editora Matarazzo na Bienal livro Sp Sábado, 2 de Julho. Uma fila quilométrica formou-se logo cedo nas imediações do Expo Center Norte, na Vila Guilherme.O público, vindo de diversas partes da cidade e de ou tros municípios, estava ávido para adentrar o espaço e curtir o primeiro dia da 26º Bienal Internacional do Livro de São Paulo.Após quatro anos de ausência, por conta da pandemia

48Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 da Covid-19, a Bienal trouxe uma grande oportunidade para todos os setores envolvidos. Thais Matarazzo e Glafira Menezes Corti participaram do evento no dia da abertura. Ocu param um dos estandes do GAEB - Grupo Associado de Escritores Brasileiros, na Travessa Literária.AEditora Matarazzo e o Coletivo São Paulo de Literatura estavam representados pelas duas autoras e poetas. Suas obras ficaram ex postas no estande, a maior parte com capas assinadas pela artista plástica Camila Giudi ce.Foi um dia de alegria e agitação! Um público recorde tomou conta das ruas do Expo Center Norte. Pes soas de todas as idades conversavam com as autoras e autores, filas se formaram para assis tir bate-papos, palestras e sessão de autógrafos.

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apreSentação de ana Meira na Bienal internaCional do livro Bibliotecária, poeta, escritora e mediadora de leitura, Ana Meira marcou presença no estante do CRB8 No último domingo, 10 de julho de 2022, aconteceu o en cerramento da 26ª edição da Bienal Internacional do Livro, evento cultural que faz parte do calendário da cidade de São Paulo e que há quatro anos havia sido interrompido por causa da crise intensa provocada pela COVID-19.Noestande do CRB8 (Con selho Regional da Biblioteconomia da 8a. região) tivemos a participação da bibliotecária e escritora Ana Meira que esteve presente para conversar com o público sobre como a pandemia ajudou-a descobrir-se escritora, bem como realizar mediação de leitura em espaço para além da biblioteca, que corroboraram para um novo olhar sobre a possibilidade de realizar atividades para o formato digitais nas redes sociais.Meira abriu o evento com a poesia Ser girassol de Thaís Matarazzo. A seguir, comentou sobre suas publicações realizadas na revista Escritores Brasileiras Contemporâneas e no livro de antologias Poesias Contemporâ neasDuranteXIII. o bate-papo falou so bre o conceito “escrevivência” defendido pela pesquisadora e escritora Conceição Evaristo, por entender que seu processo de escrita perpassa pelo conceito defendido pela autora. A escritora apresentou ao pú blico a crônica Prazer e Sedu ção, sendo aplaudida pelos pre sentes, e também leu o poema

Flores no Jardim, ambas produções de sua autoria. A propostas das leituras foi uma ponte de partida para introduzir o tema sobre mediação de leitura, bem como a diferença de realizar esta atividade em detrimento da contação de histórias. A bibliotecária ressaltou que ambas têm a finalidades de promover o livro e o incentivo a leitura.

Ana Meira e Regina Garcia.

Ao término na apresentação

Ana Meira aconteceu um sorteio dos livros da editora para o público presente.

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Ana Meira e Stefany, que ganhou um exemplar de “PoesiasXIII”.Contemporâneas Fotos: Ana Paula Lopes Meira

Regina ganhou no sorteio um dos livros da escritora Thais Matarazzo. As obras publicadas pela Editora Matarazzo, A menina Eunice de Thais Matarazzo e Uma cachorrinha chamada lindinha da autora Eunice Coppi, foram citadas dentre outras para exemplificar atividades relacionadas com a mediação leitura/ mediação cultural. Neste dia, infelizmente não foi possível a participação especial da editora, jornalista e escritora Thais Matarazzo para falar sobre a história da Editora Matarazzo e surgimento do Co letivo São Paulo de Literatura, pois a mesma estava com covid-19 nesta data.

Dança Cigana apresentada por Vera Borges e o grupo Baladi (AVLA) O evento aconteceu em 23 de Julho e teve lugar no Via Vale Garden Shopping, em Taubaté.

A iniciativa do projeto teve por finali dade fomentar as relações entre as acade mias congêneres da região, por meio da troca de experiências, de conexões, inte ração entre os acadêmicos e da divulgar a cultura regional, por intermédio da litera tura, da poesia e todas as artes.

A organização do evento foi com posta pelos presidentes Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto e Alessandro Bertholli da Academia Valeparaibana de Letras e Artes, AVLA; Waldir Capucci da Academia Jacarehyense de Letras, AJL, e José Paulo Pereira da Academia Taubate ana de Letras, ATL, com o apoio da Se cretaria de Cultura e Economia Criativa de Taubaté.Foium dia bastante animado e com uma excelente programação cultural com palestras, bate-papos, dança, música, te atro, distribuição de livros e sorteio de prêmios.Participaram as seguintes academias do interior paulista: Academia Valeparai bana de Letras e Artes - AVLA - Taubaté; Academia Taubateana de Letras – ATL; Academia Jacarehyense de Letras - AJL - Jacareí; Academia de Letras de Lorena – ALL; Academia Lorenense de Letras e Artes - ALLARTE - Lorena; Academia de Letras e Artes de Cruzeiro - ALAC - Cru zeiro; Academia Pindamonhangabense de Letras – APL; Academia Caçapavense de Letras - ACL - Caçapava; Academia de Letras de Campos do Jordão – ALCJ; Academia Joseense de Letras - AJL - São José dos Campos; Academia de Letras e Artes do Município de Aparecida ACLA MA; Academia Cachoeirense de Letras e Artes - ACLA - Cachoeira Paulista.

i enContro daS aCadeMiaS literáriaS e artíStiCaS do vale do paraíBa Lourdes de Abreu da AVLA

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Foto: Gilberto Cantero einControdaSaCadeMiaSliteráriaS aertíStiCaSdovaledoparaíBa

Sarau das Flores na Raul Bopp Sábado, 8 de agosto foi uma tarde pra lá de emocionante e encantadora! A Biblioteca Raul Bopp, no bairro da Aclimação, acolheu três ações literárias: o Sarau das Flores, o lançamento do livro Vovó do Pito e o menino Pau lo, de Thais Matarazzo e ilus trações de Camila Giudice, e a Foto Histórica das Escritoras Independentes.Oeventofoi

A sala em que aconteceu o sarau é muito bonita com decorações alusivas às contações de histórias. Uma das pinturas representa uma senhora negra sentada na cadeira de balanço com um livro nas mãos, está em frente à sua casa. Ela é conheci da como vovó Raimunda. Tivemos visitas ilustres para nossa alegria e satisfação: o Dr. Pedro Paulo M. Preuss, colecionador de obras de arte do escultor e pintor belga Van Emelen, que levou para todos conhecerem o quadro da Vovó do Pito; o jornalista e escritor Geral

uma parceria da biblioteca Raul Bopp, Coletivo São Paulo de Literatura, Cole tivo Paulisséia e Editora Matarazzo.

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do Nunes; a jornalista Rosani Abou Adal do jornal literário Linguagem Viva, José D’Amico Bauab, o Zezinho, coordenador do Centro de Memória Eleitoral do TRE- SP; e da artista plástica Camila Giudice. O sarau decorreu com multilinguagens: leituras e declamações de poemas, música, informação e apresentação de livros. A apresentação foi de AnaThomásJalloul.Petzi

apresentou-se com Cristina Costa. Ele interpretou duas canções feitas em parceria com Thatá Porto (pseudônimo de Thais Matarazzo). Foi lindo! A gravação é de Ri cardo Cardoso. As escritoras estavam quase todas com roupas com motivos florais, em alusão ao sarau, pois a Raul Bopp é uma biblioteca com a temática do Meio Ambiente.Às16h30, conforme anunciado, nos dirigimos à Praça Jorge Curi, do outro lado da rua, para a “Foto Histórica das Escritoras Independentes”, uma parceria e apoio ao projeto “Um Grande dia por Aí”. Foi uma pena que muitas escritoras tiveram que ir embora por motivo do mal tempo e de outros compromissos. Mas as que permeneceram co nosco estão registradas na foto clicada por Gilberto Cantero. Em breve publicaremos as fotografias feita pelo drone de Paulo Camargo, coordenador do ColetivoAgradecemosPaulisséia. a acolhida e o carinho da recepção da coorde nadora da biblioteca, Charlene Lemos, e toda à sua equipe. É sempre muito bom poder contar com a atenção e o profissionalismo dos espaços onde ocorrem nossos eventos literários e artísticos. Uma boa conversa e afinação fazem toda a diferença para que tudo ocorra da melhor formaGratidãopossível.atodas e todos que estiveram conosco nesta ação!

Thais Matarazzo e Geraldo Nunes

55Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 Foto com o quadro da Vovó do Pito, de Van Emelen

56Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 Dr. Pedro Paulo Preuss e Dr. José D’Amico Bauab Ricardo Cardoso e Ana Jalloul O casal Marisa e Claudio Thais Matarazzo e Ricardo Cardoso Apresentação da artista plástica Camila Giudice Cris Arantes, Cristina Costa e Thomás Petzi

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Raquel Gomes Rosani Adal e Thais Matarazzo Ana Meira

Claudevalda de SouzaClaudia Jane Baruki Ferreira Glafira M. Corti, “Vovó do Pito”, Josiane Feliciano, Cris Arantes e Sheyla Cruz do Valle

“Lembra da ‘Vovó do Pito’ de Adrian Henry Vital van Emelen? Pois é, ele mesmo!”

Cheio de emoção, que sem pre o reveste quando fala de seus quadros, Pipa me contou a interessante história da vovó, uma andarilha, ex-escrava, que viveu 111 anos, foi mascote do Palmeiras nos anos 20, cozinheira de nosso saudoso Centro Acadêmico XI de Agosto e aca bou virando livro em 2022.

Pipa participou da live e em prestou o quadro para o lançamento do livro. A alma da Vovó do Pito, de vida sofrida, cativa, modesta, trabalhadora, teve seu resgate no século XXI, virou live e li vro, foi homenageada e trans cendeu as tintas que a encerra vam na tela. Seu espírito agora livre, evoluído, se encheu de júbilo em um universo paralelo, que modestamente chamamos de “mundo espiritual”. Ela fez por merecer… ■ Contato Facebook @dilce.prestes

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Vovó do Pito e encantamentosseus1 Crônica de Dilce Prestes Domingo chuvoso e frio na metrópole.Setehoras da manhã sou despertada pelo ruído das no tificações do celular: era uma mensagem do meu dileto amigo “MeuPipa.

quadro virou livro !!!!” relatava ele cheio de en 1tusiasmo.Publicada originalmente no Facebook em 7/8/2022.

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Ainda assim, meu olhar segue adiante nessa busca, meu corpo sente necessidade de você; e quer muito sentir seu cheiro, seu gosto e sua essência.

Quer sim! Precisa viver essa experiência do novo, de novo em seus braços, para matar a saudade que arde em mim.

E percebe desolado que a busca é apenas minha, que so mente eu, sonhei o sonho de ter você em minha vida.

Nesse instante meu olhar se perde no horizonte e busca sua imagem dentro dos desejos que ardem em meu corpo.

Quero muito saber o que você esconde, por detrás desse seu sorriso um tanto insinuante: quero sim.

É um desejo que meu desejo insiste em querer, quer sim!

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S audade S de v o C ê C laudevalda S ouza - C laudia

Ah! Como quero, parece um vício e eu estou completa mente entregue, a esse meu desejo de acolher-me ao seu corpo nu.

À S letra S Ana Meira Em espaço de aconchego, lá fora o entardecer vai, aos pou cos, levando o sol por detrás das montanhas. É no interior da residência que a conversa entre pessoas adultas acontece com muita vivacidade. O cenário, para além das paredes brancas e amarelo ouro, parece anunciar a presença do conhecimento an cestral corrente no diálogo entre as famílias ali reunidas. Pensando sobre a cena, era um ambiente bem sankofa. Durante a prosa, bebidinhas e gostosuras vão sendo preparadas e servidas em louças belas e delicadas. O tem po segue, a noite vai se aproxi mando, seguem os causos que aguçaram as mentes curiosas, juvenis e infantis, que estavam presentes na sala. Entra na pauta também a literatura brasileira contemporânea e a literatura infantil. Bem ao lado, uma ga rotinha que ama os livros, es cuta atentamente cada fala do que está sendo dito. E lá com seus botões, a menina pensa nas histórias que estão nos livros e nas vidas destas duas mulheres reunidas na sala, além de outros membros da família. A leitora mirim recebe as histórias que ouve e sorri com olhos de Tayó. Vai entrando na conversa já expressando seu pensamento em voz alta, ou seja, entra no cír culo de trocas de ideias. Sim, a conversa ocorrida na sala, entre adultos, foi parar no quarto da garotinha, onde se encontrava o acervo da pequena leitora de olhos castanhos, no mesmo tom dos seus cachinhos 4 A. – Nomenclatura do Tipo de Curvatu ra de Cabelos. A menina pensa e verbaliza: agora somos nós duas, tia e sobrinha, papo reto e direto. Demonstrando alegria em poder também compartilhar seus conhecimentos adquiridos no decorrer do ensino fundamental, ela afirma alegremente já estar no quarto ano. Carrega dentro de si muito entusiasmo,

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■ Ana Meira: bibliotecária, poeta, cronista, colunista. Coautora da antologia Poesias Contemporâneas XIII (Matarazzo, 2021), escreveu o prefácio da obra Poesias Contemporâneas XIV (Matarazzo, 2022), realizou mediação cultural na Bienal Internacional do Livro. Participou de projetos de incentivo à leitura promovidos por instituições públicas e privadas. Especialista em Gestão do Patrimônio e Cultura –UNIFAI/PUC. Agenda da Editora Matarazzo e do Coletivo São Paulo de Literatura Agosto

♦ 26 a 28 - Bienal Literária de Taubaté, Shopping Via Vale Garden. Setembro ♦ 3 - Sarau da Academia Popular de Letras e exposição de lambes -lambes na Biblioteca Matriz de S. Caetano do Sul, SP.

♦ 10 - 14h - Ocupação Poética na Biblioteca Raul Bopp: Sarau das Flores II e inauguração das exposições Versejando com Imagens e Fotos Históricas das Escritoras Independentes.

61Escritores Brasileiros Contemporâneos nº.32 Agosto/2022 quando fala de sua modesta biblioteca. Faz questão de mostrar diferentes poemas, de vários au tores, mas destaca um “A mosca tonta” de Sérgio Caparelli. A menina e a tia recitaram junto o poema, prolongaram o som da letra Z contida na palavra zumbe. Elas brincaram e caíram na risada ao imitarem uma mosca tonta solta que voa em direção à janela e saí para mansidão onde já se faz noite recheada de es trela!

♦ 17 - 14h - Sarau Modernista - Casa-Museu Guilherme de Almeida.

♦ 24 - 9h30 - Sarau Modernista da FliCEU Tiquatira, Penha.

♦ 24- Feira Literária de Campo Limpo Paulista, SP.

♦ 25 - Feira Literária de Ribeirão Pires, SP. O Coletivo São Paulo de Literatura estará junto na Tenda da Academia Popular de Letras.

Casa da Rua Abolição, na Bela Vista, em São Paulo Foto: Thais Matarazzo, 2018

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