HQuebradas
apresenta:
infantiCIDADE CARDS DES-COLECIONÁVEIS com novas figuras todo mês, às vezes toda semana, mas sempre esperamos que nunca mais.
Arte de Mirim.
N
a atual política de segurança pública, policiais são treinados para a guerra e não proteção. Não se cogita sequer efetuar o tiro de advertência ou neutralização. O primeiro tiro já é fatal e isso é lógica de guerra. Jhonata*, 16 anos, estudava e ajudava sua família. O Borel, onde foi assassinado cm um tiro na cabeça dado por um policial, já era área de UPP desde o2010, sendo supostamente mais seguro que áreas abertamente dominados pelo tráfico. Foi denunciado que o policial teria confundido o saco de pipocas com drogas, o que ainda assim não justificaria a execução sumária. Policial não é juiz e muito menos executor. Por outro lado, questiona-se porque os niveis de violência policial só fazem subir e por qual motivo o investimento em compras de armamento para contenção de protestos, como caveirões, jatos d’água de alta pressão, bombas de gás e spray de pimenta, consomem recursos que seriam melhor empregados no atendimento psicológico de policiais e suas famílias, em material de proteção dos agentes e sobretudo, em uma estrutura de informática e inteligência cujo planejamento já está pronto, apenas aguardando investimento, e que tiraria a polícia carioca da humilhante posíção de uma das piores do mundo em resolução de crimes, agilizando ações, evitando confrontos desnecessários e sempre perigosos para a população. Enquanto essa política de segurança não for revista, nossa policia vai ser esta máquina de morte sem controle e sem amparo para seu próprio pessoal. Vivemos dentro de uma doutrina de exclusão, contaminada por práticas refinadas na Ditadura Militar. O fato é que a Democracia nunca chegou nas favelas e a única atenção que esta recebe dos poderes públicos, não é pela construção de cidadania, mas sim de repressão e exclusão ainda mais fortes. Enquanto elegermos governantes cuja única resposta às mazelas sociais for na base da bala, o massacre continuará. Polícia que mais morre e que mais mata, país campeão em homicídios de crianças e jovens. Em números absolutos, o Brasil, mata uma sala de aula repleta de crianças por dia. Jhonata era estudante e parte do futuro de nosso país. Mas que futuro será este se insistirmos em repetir o passado?
*Jhonata Alves, assassinado em 30 de junho de 2016, Borel, Tijuca, Rio de Janeiro).
rio de janeiro Nas páginas seguintes você poderá desapreciar uma série de postais retratando o testemunho pós-morten de parte das crianças assassinadas por consequência de ações de segurança estatal na região do estado do
Rio de Janeiro.
São Paulo Nas páginas seguintes você poderá desapreciar uma série de
postais retratando o testemunho pós-morten de duas crianças assassinadas por consequência de ações de segurança estatal
São Paulo. O número seria ainda maior Rio de Janeiro, possivelmente. Apenas não cheguei a realozar as artes quando estruturei este álbum daqui.
na região do estado de que no
policidade E ainda há a questão da hierarquia militar, que longe de se promover como benéfica, é uma forma de se explorar os praças e soldados, submetendo-os a horas extras, colocando-os na rua, em seguida a um evento com morte (em geral com as mesmas armas do disparo fatal, por falta de equipamento em bom estado de uso!!!), deixando-os em situação de perigo com armas vencidas, coletes sucateados, entre outros abusos que só são “aceitáveis” numa situação de quartel, mas que na verdade revelam o descaso dos políticos no poder com a segurança dos policiais e a população que eles devem proteger.
Aqui você poderá desapreciar um postal retratando o testemunho de uma menina filha de policiais assassinados
por consequência de ações de segurança estatal.
Minha ideia
é ainda prosseguir, mostrando assim o suposto “outro lado” da questão, que na verdade não é “outro”, pois ambos são
vitimados pelo mesmo jogo populista e cruelmente calculado de poder através do medo e destruição da vida e liberdade
–
que como todos os outros direitos humanos deveriam ser garantidos pelo
Estado, a nosso serviço.
Um dos problemas decorrentes hegemonia nos meios
de comunicação comerciais ou financiados por grupos de elite econômica, e a prevalência de um discurso de criminalização da pobreza, da juventude e de forte viés racista, homofóbico e misógino. O senso comum que pauta a sociedade brasileira é uma cruel narrativa punitivista e excludente, que faz com que fiquemos presos num eterno ciclo de violência gerando violência. Há um estímulo a uma brutal polarização onde o povo se vê como inimigo do povo, e onde quem ganha com essa guerra não está no fogo cruzado que mata nossas meninas e meninos nas ruas, e até dentro das casas e escolas! Com a modesta proposta de buscar no seu coração um pouco de empatia por nossas crianças, que comecei este trabalho de arte e ativismo em prol da vida, paz e sobretudo entendimento de que somos uma só grande família onde a dor de um sempre afetará a todos em algum momento. “Somos todos peixes deste cardume” Que venham para todos nós tempos de amor e união.
Detenham Herodes esse falso Rei Que mata os menores E diz que é da Lei. Não há país com esperança Onde polícia mata criança. O Rei da Judiaria nascerá na periferia. O Salvador anunciado será preto, pobre, moleque Favelado.
Este conteúdo foi exposto nos seguintes locais e datas: FLUP-Festa Literária Internacional das Periferias - 2018 Black Brazilian Art – 2019 Conexão Pós ECO-UFRJ - 2019 E recebeu prêmio de seleção na: Expo Anti-Racista da ONG Artigo 19 (2019-2020) Algumas réplicas dos paineis foram doadosà cidade de La Charité sur Loire, França, como parte do projeto de residência artística desenvolvido para La Cité du Mot (A Cidade da palavra) no ano da Pandemia de 2020. Informação sobre projeto de Lei para mudança da polítcia de segurança
urbana com propostas focadas em prevenção e redução do enfrentamento em áreas habitadas (pode precisar atualizações):