SSOCIATED Sábado, 1º de setembro de 2012
RESS
3ª edição | New York, USA | www.ciisonu.wordpress.com
UNSC garante segurança aos correspondentes internacionais
Após crise no CII, a proposta da imprensa foi aceita pelos delegados. O projeto de resolução traz uma emenda que garante segurança aos profissionais que atuam como correspondentes internacionais em áreas de risco. NOTES
Salim Jamil Ayyash comparece ao TEL
Salim Jamil Ayyash se apresentou ao Tribunal na tarde de ontem. O réu não reconheceu a legitimidade do Tribunal e desejou retornar logo a seu país. PÁG 2
COP 11 avalia matrizes energéticas China propõe substituição gradativa de fontes fosseis, apesar de ser um dos países que mais utilizam essa matriz. PÁG 4
OCI debate inserção feminina em discussões políticas As delegações também puseram em debate a criação de centros de formação e de universidades internacionais. Durante a reunião, o delegado bareinita afirmou que é essencial inserir a mulher islâmica na política. PÁG 2
UNCTAD discute tarifas alfandegárias
Os países do Mercosul debateram as consequências do protecionismo para suas economias internas. Os debates incluíram acusações e intrigas pessoais. As explanações foram direcionadas à França e aos Estados Unidos. PÁG 4
2 | Sábado, 1º de setembro de 2012 Produção Associated Press Editora-chefe Thamires Oliveira Repórteres Beatriz Melo, Cláudio Abreu e Nathanael Filgueiras Projeto Gráfico Thamires Oliveira Impressão Eurocópia Fale conosco @sonufortaleza
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EDITORIAL
Direito é direito Legitimar um direito nem sempre é fácil. Quando as propostas vão de encontro aos interesses da maioria, é preciso nadar contra a corrente para alcançá-las. Da valorização do papel feminino em sociedades islâmicas até a exigência de segurança no trabalho dos jornalistas, o que felizmente acompanhamos nos comitês são direitos fundamentais sendo reconhecidos. Por mais que haja interesse em utilizar uma minoria como justificativa para lucrar de algum jeito, o lado mais fraco às vezes vence. Fatos assim alimentam a esperança que incentiva todo o trabalho das Nações Unidas.
OCI
OCI debate inserção feminina em discussões políticas
Educação e direitos da mulher continuam a ser discutidos no comitê FOTO | DIEGO SOMBRA
NATHANAEL FILGUEIRAS DE DJIBOUTI
A Organização de cooperação Islâmica (OCI) iniciou a sessão de ontem (31) com a discussão sobre os direitos políticos da mulher. As delegações também puseram em debate a criação de centros de formação e de universidades internacionais. Durante a reunião, o delegado bareinita afirmou que é essencial inserir a mulher islâmica nas discussões políticas. A inserção proposta busca oferecer à mulher uma melhor compreensão dos seus direitos para depois ser oferecida a educação necessária. Já a delegada libanesa, Cíntia Campos, acredita que a educação é prioridade para a efetivação dos
A mesa diretora, também composta por mulheres, encorajou decisões concretas
direitos femininos e cobra, das demais delegações, posturas concretas nas decisões do tema. Segundo a representante, a educação não prioriza apenas o ensinamento da leitura e da escrita, mas define a mulher como uma cidadã. Para o ministro da Síria, José Carlos Marques, intervir em determinados aspectos culturais relativos à mulher é uma conduta
que fere a autodeterminação dos povos. “O máximo que se pode fazer é condenar esse tipo de prática”, afirmou o ministro. Após os debates foi criada uma prévia do projeto final contido de artigos resolutivos e recomendativos. Os signatários são os ministros de Somália, Sudão, Nigéria, Guiana, Indonésia, Marrocos e Camarões.
TEL
Salim Jamil Ayyash comparece ao tribunal
Capturado pela Interpol, o réu se apresentou ontem à tarde ao Tribunal Especial para o Líbano Na tarde de ontem (31), o Tribunal Especial para o Líbano (TEL) recebeu um telegrama da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL)
informando que o acusado Salim Jamil Ayyash estava sob a custódia da Organização. Jamil não reconheceu a legitimidade do Tribunal e desejou re-
tornar logo a seu país. Durante a manhã de ontem, ocorreu também no TEL uma coletiva de imprensa com testemunhas de defesa, a repórter da
Reuters Daine Smith, e de acusação, a diretora de pesquisa An-Mari Ranstorp. Está marcada pra hoje outra entrevista coletiva, desta vez com o acusado Salim Jamil Ayyash.
Sábado, 1º de setembro de 2012 | 3 COMITÊ
UNSC garante segurança aos correspondentes internacionais
O projeto de resolução traz uma emenda que garante segurança aos profissionais que atuam como correspondentes internacionais em áreas de risco FOTO | DIEGO SOMBRA
CLÁUDIO ABREU DE NEW YORK
Durante a tarde desta sexta (31), todas as agências internacionais entraram em crise depois de receberem a notícia da morte de Thomas Midler, fotógrafo da Associated Press. O correspondente foi enviado para a Síria junto com Mark Hassan e os dois não entravam em contato com os editores há três semanas. As causas da morte do fotógrafo ainda não foram esclarecidas e Mark Hassan continua desaparecido. Os jornalistas do Comitê de Imprensa Internacional (CII) se retiraram dos comitês em que trabalhavam como forma de protesto à situação de insegurança a que são submetidos os profissionais da informação. A delegação indiana do Conselho de Segurança (UNSC) compartilhou do sentimento de pesar do CII cedendo parte de seu tempo de discurso para um minuto de silêncio em homenagem à lembrança de Thomas Midler. A mesa diretora da Organização da Cooperação Islâmica (OCI) também se
O projeto possui emenda que propõe ajuda humanitária em áreas de conflito
mostrou favorável ao posicionamento do CII. Em reunião durante a crise, a imprensa elaborou uma carta aberta direcionada ao Conselho de Segurança, demandando garantia de integridade física aos correspondentes internacionais que atuam em áreas de risco. No primeiro momento, as delegações reagiram com descaso ao texto, mas a mesa diretora do Conselho de Segurança ressaltou a importância da elaboração da emenda para compor o projeto de resolução que estava sendo votado. Após a ênfase da assessoria do comitê na importância da elaboração da emenda, a delegação esta-
dunidense, seguida das delegações britânica e francesa, apresentou moção para adicionar a emenda ao projeto de resolução. “Acreditamos que é dever do Conselho de Segurança surgir com uma resolução que pudesse abranger também a proteção e a segurança desses profissionais”, disse o delegado estadunidense Arthur Cabral. Durante a votação do projeto de resolução, houve algumas falhas procedimentais. A delegação de Portugal, país signatário do projeto, se ausentou da discussão, causando burburinho no Comitê. Por fim, o projeto de resolução foi votado, sendo
aprovado quase que integralmente, contando com apenas uma cláusula negada. Todas as delegações aprovaram a emenda que contemplava a segurança da imprensa, exceto a delegação sul-africana. “A África do Sul acha que nós não deveríamos proteger profissionais liberais. Esse é uma chamado para mais intervenção. Quem nós vamos proteger depois? Dentistas, motoristas de ônibus...”, diz o delegado sul-africano Renan Freitas ao explicar suas razões de ter votado contra a emenda. O projeto de resolução aprovado ontem tem como proposta principal a viabilização, para os países em conflito, de ajuda humanitária sempre que necessário e também a participação dos “Provedores da Paz”, uma força multinacional não armada que irá proteger trabalhadores e voluntários das Nações Unidas. O Conselho de Segurança das Nações Unidas debate hoje (01), o segundo tópico de sua agenda: o Exército de Resistência do Senhor e a crise humanitária na Uganda do Norte.
4 | Sábado, 1º de setembro de 2012 UNCTAD
UNCTAD discute tarifas alfandegárias
O comitê analisou o protecionismo presente nos países da América Latina FOTO | DIEGO SOMBRA
BEATRIZ MELO DE GENEBRA
A Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) se reuniu nesta quinta (31) para discutir aumento de tarifas e outras questões econômicas. Os países do Mercosul debateram as consequências do protecionismo para suas economias internas. Os debates incluíram acusações e intrigas pessoais. As explanações foram direcionadas à França e aos Estados Unidos. As duas nações questionaram o Brasil e a Argentina por praticarem o protecionismo alfandegário, em que as nações latinas aumentaram bruscamente suas tarifas. Os dois países integrantes
COP 11
COP 11 avalia matrizes de energia
China propõe substituição gradativa de fontes fosseis, apesar de ser um dos países que mais utilizam essa matriz
Aumento de tarifas e barreiras alfandegárias foram discutidos no comitê
do Mercosul tentaram se defender das indagações, justificando suas ações pelas crises em que estavam envolvidos. “Nós entendemos os questionamentos da França e dos EUA. Infelizmente, em tempos de crise precisamos agir dessa maneira, mas o teto de 35%, determinado pela OMC, nunca foi desrespeitado”, afirmou o representante argentino Henri-
que Lenon. Tendo em vista o melhor aproveitamento econômico, a delegação estadunidense defendeu a as políticas que não aceitam o protecionismo e que buscam o livre-comércio. O delegado americano comentou, também, sua preocupação quanto a um discurso dado pela presidenta argentina, que iria frear suas importações. PARCEIROS
Durante a reunião da Conferência das Partes (COP), que ocorreu ontem, o representante chinês, Rafael Diógenes, propôs a substituição gradativa das matrizes energéticas dos estados. A china é reconhecida pela grande utilização de combustíveis fósseis para geração de energia, porém mostrouse disposta a mudar gradualmente suas fontes e reduzir os problemas ambientais. Segundo o delegado, a inserção de fontes alternativas de energia nos países garante a preservação da biodiversidade no planeta. O documento final, assinado pela delegação chinesa, confirmou a proposta de substituição.