Revista Mato Grosso do Sul - edição 7

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ANO IV / ED IÇÃO 7 SELO CARBON FREE

MATO GROSSO DO SUL U M A P U B L I C AÇ Ã O D O G O V E R N O D O E S TA D O D E M AT O G R O S S O D O S U L

R O TA D O S I P Ê S



EM NOSSA ARTE DE CAPA

FOTO JOSÉ JÚLIO Ipê - Campo Grande - MS @JJSGON


SINTONIA

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//SUMÁRIO CAPA

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CELEIRO DE TALENTOS

Músicos que levam o nome do Estado para o Brasil e para o mundo.

SINTONIA /// 6 EXPRESSÃO /// 16 ESTILO DE VIDA /// 20 CAPA /// 24 MS ENTREVISTA /// 44 RADAR /// 48 ROTA DOS IPÊS Gastronomia, história, contemplação e muitos outros atrativos de Campo Grande.

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EDIÇÃO 07

ACONTECE /// 50 TALENTOS REGIONAIS /// 52


EXPRESSÃO

16 MS ENTREVISTA

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AS CINZAS DE ALTIVEZ Livro produzido em MS ganha concurso

ARTE EM PAPEL MACHÊ

considerado como Oscar da Literatura Online.

TALENTOS REGIONAIS

O talento da artista visual Sarah Caires transforma desenhos em arte 3D usando papel picado!

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Editorial SOPA VIVA

Chegamos à sétima edição com conteú-

música, uma seleção de instrumentistas te

dos especiais. Tem obra literária premiada

espera para compartilhar histórias e experi-

e informações sobre uma nova tendência

ências. O toque especial fica com a matéria

na alimentação: o crudivorismo. Nas artes,

de capa que é um verdadeiro tour pela ca-

o papel machê transforma desenhos em

pital sul-mato-grossense. Aproveite cada

esculturas muito simpáticas enquanto na

página e boa leitura!

Aprenda a fazer um prato crudívoro simples e refrescante .

ANO IV

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_ Reprodução internet

Mato Grosso do Sul é conhecido por exportar grandes artistas da música brasileira, inúmeros talentos foram revelados aqui. Podemos citar os cantores Almir Sater, Ney Matogrosso, Beth e Betinha, Délio e Delinha, os vários artistas da Família Espíndola, Geraldo Roca, Paulo Simões, também os mais contemporâneos como Luan Santana, Michel Teló, Maria Cecília e Rodolfo, Munhoz e Mariano e mais uma infinidade de nomes tanto da velha guarda como das mais recentes safras. Nesta edição, tiramos o foco da voz para olhar os talentosos instrumentistas de Mato Grosso do Sul. Claro que esta é apenas uma pequena amostra, outros nomes consagrados já apareceram por aqui e muitos outros virão nas edição futuras. Os músicos que contemplamos desta vez colecionam histórias e experiências únicas com grandes nomes da música nacional e internacional. Conheça mais sobre nossos talentos que são referência na música de alta qualidade.

Celeiro de talentos

ANO IV

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_Silvia Zamboni

ADRIANO MAGOO

O

sul-mato-grossense de coração, Adriano Magoo é

Entre os trabalhos premiados, estão o álbum “Café no Bule”,

conhecido e consagrado como tecladista e desde

que reuniu Paulo Lepetit, Naná Vasconcelos e Zeca Baleiro,

2004 integra a banda do cantor Zeca Baleiro. Seu

além do álbum de Tom Zé “Canções Eróticas de Ninar”, ambos

primeiro contato com a música foi aos cinco anos

com a participação do tecladista.

cantando no coro da igreja. Aos 11 já tocava em bandas e iniciava

Em 2017, Magoo lançou seu disco solo chamado Sol Futuro pro-

sua carreira apresentando-se em bares e casas noturnas.

duzido em parceria com Evaldo Luna. Todas as músicas deste

Sua essência traz um pouco da música caribenha e também do nor-

CD instrumental são de composição do músico, assim como o

te do país, região que morou por um tempo. Seu primeiro trabalho

arranjo. Além de acompanhar o cantor Zeca Baleiro, Adriano

instrumental foi em 2001 com o conhecido Trio Croa que mistura a

também integra a banda de música instrumental Balaio que se

música de MS com jazz, balada e samba. Como produtor musical,

apresentou com o trompetista norte-americano Randy Brecker

começou produzindo jingles, trilhas para cinema e especiais para TV.

em shows pelo mundo, incluindo uma superturnê na Ásia.

Magoo já participou de projetos com Tetê Espíndola, Almir

O tecladista também teve a experiência de fazer a turnê, aqui

Sater, Tom Zé, Alcione, Chico César, Moska, Odair José, Zélia

no Brasil, do guitarrista norte-americano Mike Stern com o

Duncan, Waldick Soriano, Pinduca, Arnaldo Antunes, Bocato,

grupo Balaio em 2018. Já neste ano, Magoo está finalizando os

Fagner, Martinho da Vila, Ney Matogrosso, Dani Black, Milton

arranjos de corda do novo CD de Zeca Baleiro que será gravado

Nascimento e muitos outros artistas.

pela Saint Petersburg Studio Orchestra.

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_SINTONIA

ALEX MESQUITA Uma carreira cheia de prestígios que começou com uma ban-

O talento e dedicação do músico abriram a oportunidade de

da de bairro em Campo Grande. Fazendo apresentações des-

integrar a banda do programa Raul Gil, uma das mais reco-

de os 14 anos, Alex Mesquita é um talentoso baixista iniciado

nhecidas da TV brasileira. Foram quatro anos neste projeto

no samba campo-grandense. Sua primeira oportunidade mais

que encerrou ano passado.

expressiva foi na banda Sombalançando de José de Carvalho -

E tem novidade do baixista chegando ao Brasil, é o disco da

fundador da escola de samba Unidos da Vila Carvalho.

cantora cubana Gloria Estefan em que o baixista gravou 18

A partir de 1996 passou a se apresentar e gravar com artis-

músicas. Também chega em terras brasileiras esse ano, o

tas da MPB sul-mato-grossense como Geraldo Espíndola,

disco do ex-Bon Jovi, Richie Sambora com participação do

Gilson Espíndola, Jerry Espíndola, Orlando da Gaita, Tonico

músico em cinco faixas.

da Viola, Paulo Gê, Carina Marques, Cristiano Kotlinski , Juci

Na lista de grandes artistas, Alex Mesquita tem trabalhos

Ibanez, Guilherme Rondon, Rodrigo Sater, Gabriel Sater,

com Jorge Vercillo, as divas do axé Ivete Sangalo e Claudia

Banda Olho de Gato, Aldeia Black, Filho dos Livres e vários

Leitte, Turma do Pagode, Zeca Pagodinho, Milionário e José

outros artistas.

Rico, Caio Mesquita, Alcione, Belo e vários outros.

No cenário nacional, Alex Mesquita fez parte do grupo Fat Fa-

Em parceria com novos produtores, o músico tem feito pro-

mily e gravou DVDs com Fernando e Sorocaba, Marcos e Belu-

jetos com cantores ícones do cenário moderno da música

tti, Chitãozinho e Xororó, Luan Santana, Lucas Lucco, Roberta

como AnaVitória, Tiago Iorc e até com a musa do momen-

Miranda, Cesar Menotti e Fabiano, Zezé di Camargo e Luciano,

to, Anitta, na gravação do DVD da cantora Solange Almeida

Padre Fábio de Melo, Aviões do Forró, entre outros.

em que o baixista participou.

_Arquivo pessoal

ANO IV

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BOLHA Resumir a trajetória do baterista Bolha não é tarefa fácil! São

“Ai se eu te pego”. Só este projeto rendeu 250 shows em 16 pa-

incontáveis apresentações em diversos países em quase todos

íses diferentes.

os continentes. O sul-mato-grossense já se apresentou em vá-

Depois da turnê com o conterrâneo, o baterista foi convidado para

rias nações da América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia

a gravação do disco do cantor Denner Ferrari feita no estúdio de

integrando a banda de nada mais nada menos que Michel Teló,

Carlinhos Brown na Bahia. Em 2015, gravou os DVDs de George

Bruninho e Davi e Maiara e Maraísa.

Henrique e Rodrigo e o álbum de grande sucesso que colocou as

Antes de todo esse sucesso, a carreira de Bolha começou nas ban-

gêmeas Maiara e Maraísa no topo do sertanejo no Brasil.

das do colégio. Quando ainda morava em Campo Grande, gravou

O trabalho com os cantores Bruninho e Davi também rendeu

com artistas dos mais variados gêneros: Tio X, Fly Band, West Cen-

bons frutos. Além do DVD gravado no Ibirapuera (SP), Bolha fez

tral, Clandestino, Doutrina Reggae, e muitas outras bandas.

turnês com a dupla no Brasil e no exterior encerrando a parceria

Suas participações despertaram a atenção de produtores e ar-

na Austrália onde o baterista teve a oportunidade de fazer qua-

tistas para o talento do baterista, seu jeito peculiar de tocar

tro grandes shows em Perth, Brisbane, Melbourne e Sydney.

sertanejo, que confere ao ritmo uma pegada mais rock 'n' roll,

Desde dezembro de 2016, Bolha assumiu o posto de baterista ofi-

chegou aos ouvidos de Michel Teló na época que estava inician-

cial da banda de Maiara e Maraísa. No paralelo, o batera desen-

do sua carreira solo. O resultado você já imagina né? Foram

volve sua carreira no rap, fazendo composições sobre o cotidiano

mais de quatro anos de parceria que incluiu a turnê com o hit

brasileiro e também sobre histórias que já passou.

_Kaique Silva

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_Arquivo pessoal

GUIGA RIBAS Difícil encontrar alguém que não se encanta com o som da percus-

carreira, o percussionista participou de muitos projetos, uma par-

são, mas melhor que ouvir o batuque desse instrumento é curtir o

ceria lembrada com carinho é o desenvolvimento do ritmo para

talento de Guiga Ribas, percussionista que leva o nome de Mato

a composição da música “Gisele” do amigo Edinho da banda Alta

Grosso do Sul com seu talento inconfundível.

Tensão e a gravação de um disco de O Bando do Velho Jack.

E se você é fã do sertanejo, já curtiu o som dele com certeza. Há cin-

No projeto Top Show MS, Guiga trabalhou com as duplas João

co anos ele é o ritmista do cantor Loubet e neste projeto tocou ao

Haroldo e Betinho, Marco Aurélio e Paulo Sérgio e Jads e Jadson.

lado de artistas consagrados como Fernando e Sorocaba, Thaeme e

Quando o projeto acabou, o percussionista foi convidado a integrar

Thiago, Bruninho e Davi, Henrique e Diego entre outros.

a banda de Jads e Jadson participando de todos os trabalhos da du-

Já são quase três décadas de dedicação à percussão, incontáveis

pla durante oito anos, inclusive gravação dos CDs e dos DVDs Cara

apresentações, parcerias e nove DVDs gravados. Suas primeiras

na Porta e Jeito Carinhoso.

experiências como músico, porém, começaram no contrabaixo em

O som de Guiga marcou presença em grandes apresentações e

apresentações na igreja.

eventos como no BH Festival em que participou quando tocava

Do instrumento de cordas, Guiga passou para a bateria e foi na

com Hugo e Gabriel. O currículo conta ainda com os trabalhos ao

banda Sãos&Sóbreos que ele tocou pela primeira vez como percus-

lado de João Lucas e Walter Filho que inclui a gravação do DVD da

sionista. Foi nessa banda que o músico viveu experiências especiais

dupla com participação de João Carreiro e Capataz.

como abrir o show do Barão Vermelho, gravar programas como

Há cinco anos essa figura talentosa e muito carismática faz parte

Som do Mato e participar de inúmeros festivais.

da equipe de músicos do cantor Loubet, com ele já foram grava-

Até chegar no cenário da música sertaneja, onde consolidou sua

dos CDs e três DVDs.

ANO IV

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GUILHERME CRUZ O talento e a história de Guilherme Cruz no duo Filho dos Livres

nheiro de gravação em trabalhos do Tihuana, Sandy e Junior, Ira

você já conhece, mas a gente trouxe outros detalhes da carreira

e Ultraje a Rigor.

do músico sul-mato-grossense que vale a pena conhecer!

Em Mato Grosso do Sul, trabalhou como produtor e engenheiro

Guilherme é produtor musical e engenheiro de áudio. Sua relação

para vários artistas de renome. Outro projeto de destaque é o

com a música começou aos sete anos de idade e aos 18 já era guitar-

duo Filho dos Livres, seu trabalho autoral, que com quatro dis-

rista formado pelo Guitar Institute of Technology em Los Angeles.

cos lançados e grande sucesso de público, marcou seu espaço

Depois de formado, Guilherme voltou ao Brasil e, morando em

como compositor no cenário musical do Estado.

São Paulo, trabalhou como engenheiro de gravação no estúdio

Ao longo desse período, Guilherme tem mais de 40 trabalhos

Asas onde teve contato com novas formas de trabalho com

em sua discografia como produtor e engenheiro. Ele também

áudio, como gravações de jingles, trilhas e programas de rádio.

foi tutor do Centro Cultural Dragão do Mar em Fortaleza (CE)

Paralelamente, estava em estúdio na produção do disco de sua

em 2013 e 2014 onde coordenou e produziu o trabalho “Jornada

banda, na época, Belladona, pela Warner Music Brasil.

de Violão e Viola”. Em 2016/2017 tocou violão na tour Tocando

Após sua segunda temporada nos Estados Unidos, desta vez

em Frente com Sérgio Reis, Renato Teixeira e Almir Sater.

dedicando-se aos estudos de produção e engenharia de áudio,

Atualmente, somado aos projetos paralelos, Guilherme traba-

o músico volta ao Brasil para integrar as equipes do Estúdio 43

lha no seu estúdio, o Aerolito, além de acompanhar como mú-

e Midas Estúdio, do produtor Rick Bonadio. Nesse período, teve

sico, desde 2011, o cantor e instrumentista Almir Sater em seus

oportunidade de trabalhar em produções nacionais como enge-

shows por todo o Brasil.

_Arquivo Pessoal

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_SINTONIA

_L.R.Parodi

MARCELO RIBEIRO Marcelo Ribeiro é reconhecido tanto pelo seu talento como

do. As viagens a trabalho contam com apresentações na Áustria

pelo seu nível de dedicação. O baixista de carreira consagrada já

com Antonio Porto, Portugal com Fafá de Belém, Assunção com

chegou a estudar mais de oito horas diárias durante bom tem-

Willy Suchar, Chile com o violeiro Marcelo Loureiro e Estados

po de sua carreira. Todo o esforço valeu a pena, um rápido res-

Unidos com Jads e Jadson.

gate à sua trajetória na música traz apresentações com músi-

Ao longo do caminho, o músico participou de gravações de diver-

cos de renome internacional como o do baterista Tony Royster.

sos programas de televisão, passando por vários da TV Cultura,

Na música sul-mato-grossense, foram vários projetos com

TV Educativa e, mais recente, esteve nos programas Legendários,

Jerry e com todos da Família Espíndola, assim como com Gui-

Música Boa, Meu Mato Grosso do Sul, Altas Horas, Encontro com

lherme Rondon, Paulo Simões, Geraldo Roca, Dino Rocha, entre

Fátima Bernardes e Domingão do Faustão onde se apresentou

outros. Vale destacar o Trio Croa e o Jerry e Croa que abriram os

com Almir Sater e Renato Teixeira no quadro Ding Dong.

caminhos para apresentações em grandes festivais em estados

Mas se é para falar de momentos inesquecíveis, Marcelo Ribeiro foi

como Rio de Janeiro e São Paulo.

convidado para dividir o palco com o fenômeno mundial da bateria

Marcam a carreira do músico as duas temporadas que passou

Tony Royster Jr durante um workshop do músico internacional em

na China tocando em um grupo de ballet e o DVD que gravou

Campo Grande. Demais né? O convite partiu dos organizadores do

com a cantora Mafalda Minnozzi na Itália. Marcelo também

evento que, atendendo ao pedido do baterista, escolheram um mú-

participou da gravação do primeiro disco de Dani Black e dois

sico local para fazer acompanhamento no contrabaixo.

DVDs do Jads e Jadson.

Atualmente, Marcelo Ribeiro integra a banda do cantor sul-ma-

Mas não para por aí, o passaporte do baixista é bem carimba-

to-grossense Almir Sater!

ANO IV

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_Bianca Bacha

SANDRO MORENO São 26 anos tocando bateria profissionalmente, ganhador de

Antes disso, Sandro foi baterista do cantor Zé Ramalho entre

festivais importantes, apresentações em diversas cidades do

2001 e 2005, também tocou com o compositor Francês Phillip

Brasil e Europa, Sandro Moreno coleciona trabalhos de grande

Kadosh, foi o baterista da banda instrumental Balaio Jazz e do

repercussão. Parceiro de longa data de Jerry Espíndola, também

cantor Almir Satter.

esteve ao lado de Alzira, Tetê, Celito, Geraldo, Gilson e é o ba-

Já com a banda Urbem, o músico fez um tour com o violonista

terista do mais novo sucesso da família: Dani Black, indicado ao

e compositor Yamandu Costa e o maestro e arranjador Wagner

Grammy Latino em 2017.

Tiso. Percebeu que o que não faltam são histórias na carreira de

Sua trajetória é marcada por diversos prêmios. Em 2001, foi

Sandro né? Ele ainda tocou com Leila Pinheiro, Zélia Duncan,

o primeiro colocado do Batuka Music Fest – maior concurso

Mariana Aydar, Felipe Cato, Tiago Iorc, Ney Matogrosso, Zeca

brasileiro de bateria. Com a banda Urbem (seu atual projeto),

Baleiro e Paulo Moska.

ganhou o prêmio de melhor banda instrumental do Sansung

Sandro também foi o baterista no show do cantor uruguaio Jor-

E-Festival em 2015. Este último, deu a oportunidade ao músico

ge Drexler em sua apresentação em São Paulo durante a turnê

de fazer contato com o consagrado maestro e produtor Ruriá

Perfume em 2015. Outro momento importante foi a participa-

Duprat que posteriormente veio a Campo Grande produzir a

ção na abertura do workshop do baterista Tony Royster Jr em

música Ladeira Rosa da banda.

Campo Grande.

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_SINTONIA

WLAJONES Baterista, percussionista, compositor, arranjador e produtor musical. Talento é o que não falta em Wlajones Carvalho. O sobrenome entrega a origem do amor pela música, o músico cresceu no quintal da escola de samba da família, a “Vila Carvalho”. Sua primeira paixão foi a percussão com quem aprendeu com os mestres que passavam pela escola de samba, depois foi a bateria que ganhou espaço na vida do campo-grandense. O reconhecimento de seu talento foi muito além das divisas do estado, cantores como Jovelina Pérola Negra, Mafalda Minnozzi, Flávio Venturini, Fiuk, Fat Family, Gary Novak foram apenas alguns dos artistas que tiveram a bateria e a percussão do profissional. Em estúdio, foi convidado a gravar músicas de sucesso para cantores consagrados, dentre eles, Chitãozinho e Xororó, Luan Santana, Fernando e Sorocaba, Bruno e Marrone, Jorge e Mateus, João Bosco e Vinícius, Michel Teló, Gaúcho da Fronteira, Gabriel Sater, Guilherme Rondon e Luiz Melodia. _Claudio Zaia

Entre os projetos especiais, estão os DVDs de Jorge e Mateus, Bruno e Marrone, João Bosco e Vinícius, Chitãozinho e Xororó, Grupo Tradição, Marcos e Belutti, Lendas, Spartaco, Janaynna, Lucas Lucco, Anselmo e Rafael, Digo Mendes, Luiz Henrique e Fernando e vários cantores da Família Espíndola. De músico conceituado, Wlajones se tornou um importante produtor musical, sua produtora instalada em São Paulo já gravou para grandes artistas como Luan Santana, Maria Cecília e Rodoldo, Fernando e Sorocaba, Thaeme e Thiago e muitos outros.

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As Cinzas de Altivez

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_Reprodução internet

O livro de ficção de Juliana Feliz ganhou o “Oscar da Literatura Online” na categoria Heróis. Uma habilidade que nasceu na infância ganhou espaço e está levando seu talento para o Brasil inteiro!

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A

história do livro é de ficção, mas os resultados desse trabalho são bem reais. Um desejo de menina adormecido por muito tempo floresce e dá vida a um projeto que se realiza e alcança resultados nem imaginados. Assim nasce “As Cinzas de Altivez” da jornalista,

professora universitária e agora escritora Juliana Feliz. A produção do livro foi independente o que fez com que a escritora estivesse completamente envolvida não só na criação da história, mas em todo o processo, incluindo a venda dos exemplares pela internet. O livro que é a primeira obra de ficção de Juliana ganhou o prêmio The Wattys Awards promovido pela plataforma Wattpad – uma espécie de rede social exclusiva para postagem e leitura de obras literárias inéditas. O prêmio Wattys é conhecido como Oscar da Literatura Online por ser o maior concurso online de escrita do mundo. O prêmio envolveu 35 países e as premiações foram separadas por idioma, “As Cinzas de Altivez” ganhou o prêmio envolvendo escritores de países de Língua Portuguesa. Ao todo, foram 24 mil livros inscritos e 60 premiados. A categoria “Heróis” contou com cinco vencedores, sendo um deles o livro de Juliana Feliz. A história que caiu no gosto do público demorou dois anos para ser escrita (20162018) e, segundo a autora, as referências vieram de suas leituras, vivências pessoais com inspirações em temáticas como religião, lendas, sociedades secretas, simbolismos, paranormalidades entre outros. Apesar de todo o contexto de fantasias, a obra busca estimular reflexões sobre o mundo em que vivemos e sobre quem somos como pessoa utilizando de contextos de liberdade, conflitos familiares, opressão e espiritualidade. No mundo fictício de Ordália, até os animais foram inventados. Lá, a terra é plana e a sociedade fortemente militarizada e autoritária. A personagem principal é uma jovem moça chamada Ariadne Ventura que investiga o desaparecimento de uma amiga. A saga é cheia de mistérios, aventuras e fantasias que conecta o leitor a este

Antes de “As Cinzas de Altivez”, Juliana Feliz escreveu outras duas obras, em 2015 a obra “O Sapateiro Descalço” que conta a trajetória da família Altounian, que veio para o Brasil fugindo do genocídio armênio, e o livro “O Celeiro de Fartura” sobre os 40 anos da Famasul.

mundo imaginário. Apesar de ser um lugar fictício, Ordália tem referências da Península Ibérica. Inclusive, a escritora visitou a região em uma viagem a Portugal em que buscou inspirações para os cenários e atmosfera da história. E olha que bacana, no começo deste ano, Juliana Feliz se mudou com a família para Portugal onde vai iniciar a produção de sua segunda obra que será a continuação da saga. A escritora nos adiantou que a história deve ter influência de várias regiões do país principalmente da Ilha da Madeira, Açores e do Algarve.

www.ascinzasdealtivez.com.br

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_EXPRESSÃO // AS CINZAS DE ALTIVEZ

@julianafelizescritora ascinzasdealtivez

FICOU CURIOSO PARA SABER MAIS SOBRE A HISTÓRIA DESSE LIVRO? SEPARAMOS A SINOPSE PARA VOCÊ! Ordália é um mundo muito parecido com o nosso, mas também diferente. Em uma sociedade campestre, militarizada e autoritária, em que a "Ordem de Verus" tem poder absoluto, as pessoas vivem sob o domínio de regras bastante rígidas, transmitidas desde cedo pela família e reforçadas na escola, que fundamenta os ensinamentos no Ordalium, o Livro Intocável. Ao completar 19 anos, cada jovem tem seu futuro definido como manda o gênero, a linhagem e principalmente os interesses do sistema. O aniversário de Ariadne Ventura está próximo e ela também não terá a chance de escolher o próprio destino. A garota sensitiva de olhos controversos vive em Miraluz, um vilarejo onde a névoa é eterna e os costumes levados à risca. Ao investigar o desaparecimento de Corina Sanchez, uma antiga aluna do Educandário Lucidez, ela chama a atenção do professor Richard Expósito, que mudará sua jornada depois de um encontro secreto. A atmosfera de mistério do enredo captura o leitor para o desfecho de uma trama repleta de fantasia, aventura e fenômenos mágicos. _Reprodução internet

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_Arquivo Cru Sem Disfarce

ESTILO DE VIDA ALIMENTAÇÃO CRUDÍVORA - UMA DIETA BASEADA EM ALIMENTOS CRUS. ESSA É UMA TENDÊNCIA QUE VEM CONQUISTANDO ADEPTOS E MATO GROSSO DO SUL TEM ESPECIALISTAS NESSE TIPO DE ALIMENTAÇÃO!

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S

e alimentar de maneira saudável é uma meta para muita gente, a mudança de hábito propõe a redução dos itens industrializados e a preferência por produtos com menos aditivos. Nessa orientação, a dieta

crudívora surge como uma evolução, um próximo passo para quem tem a preferência em se alimentar da maneira mais natural possível. Crudivorísmo, comida viva ou “raw food” são termos que fazem referência à culinária fundamentada no consumo de alimentos de origem vegetal, não processados e que não sejam cozidos. A essência da alimentação crudívora é o uso de técnicas como a germinação, fermentação e desidratação dos alimentos que podem, no máximo, ser aquecidos (a 42°C). A alimentação também é livre de glúten, açúcares industrializados, alimentos de origem animal e seus derivados. À primeira vista, pode parecer uma opção muito radical, mas em outros países como Austrália e Nova Zelândia é uma orientação nutricional bem comum. Além do mais, não é necessário que a “raw food” seja exclusiva em sua alimentação, você pode introduzir produtos crudívoros aos poucos no seu cardápio e dieta.

As Energy Balls ou Brigadeiro Cru têm 7 sabores com combinações supercriativas: damasco com laranja, pistache com limão, chocolate com avelã, chocolate com laranja, chocolate com menta e amendoim. E a mais recente de todas, a versão salgada é à base de amêndoas e temperos como hortelã e salsinha.

As tortas são de chocolate com avelã e limão. O toque especial fica com a decoração feita com PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais). É de comer com olhos antes mesmo de colocar na boca!

ANO IV

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Antenada à este movimento, a empresa Cru Sem Disfarces mergulhou no universo da alimentação viva e oferece opções de produtos saudáveis e é claro, crus! Você que mora no Estado ou está passeando por aqui pode conhecer as queridinhas Energy Balls – snacks naturais e funcionais feitas a partir da combinação de frutas secas, oleaginosas, sementes e superalimentos, com sabores doces e salgado! As tortas são de encantar os olhos e de desafiar a imaginação: como é possível um doce como esse não ser preparado no fogo? Acredite, são tortas cruas à base de amêndoas, castanhas e frutas. Da mesma maneira, são preparadas as barrinhas de limão. A proposta da empresa é cumprir à risca a filosofia que está registrada em seu próprio nome. “Cru Sem Disfarces” é a entrega de uma alimentação viva e o compromisso de não disfarçar ingredientes em seus produtos. Com eles, é tudo às claras. Com essa pegada de poucos ingredientes e nada de aditivos, a procura pelos produtos não se restringiu aos adeptos do veganismo, pessoas que estão diminuindo o consumo de açúcar industrializado e intolerantes à lactose e glúten, por exemplo, lideram a fila de consumidores. E o mais bacana é que, no perfil da empresa no Instagram são compartilhadas receitas da alimentação viva que são saudáveis e muito práticas, como sucos, sopas e snacks – um bom incentivo para quem simpatiza com esse tipo de alimentação, mas acredita ser difícil de por em prática. Gostou? Então comece por hoje!

_Arquivo Cru Sem Disfarces

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A Cru Sem Disfarces recebe pedidos de encomenda pelo próprio Instagram e comercializa seus produtos em parceiros na capital, como restaurantes, estúdio de yoga, empórios e afins.


_ESTILO DE VIDA

@crusemdisfarces

A Torta de Frutas Vermelhas leva tâmaras, amêndoas, castanha de caju, framboesa, cacau em pó, óleo de coco, melado de cana, limão e uma pitada de sal rosa do himalaia. A cobertura é com morango, framboesa e chocolate 70% cacau.

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CAPA

CAMINHO DOS IPÊS

A ROTA TURÍSTICA QUE UNE URBANO E NATUREZA DE MANEIRA ESPECIALMENTE SUL-MATO-GROSSENSE

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_AndrĂŠ Patroni

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_Geancarlo Merighi

É

senso comum. Sempre que falamos de Mato Grosso do Sul o que se imagina é o Homem e a natureza convivendo de maneira bem próxima. E é assim mesmo por aqui, morar em Mato Grosso do Sul é

dar passagem à uma família de capivaras que está atravessando a rua. É fazer uma caminhada sob o voo das belas araras e sob o olhar curioso dos tucanos. É andar em calçadas cobertas de flores de ipê. O Caminho dos Ipês é uma rota turística do Estado que permite essas e muitas outras experiências que traduzem de maneira completa o cotidiano sul-mato-grossense. Ao todo são 10 cidades que formam esta rota turística, o destaque desta edição fica para a capital Campo Grande. Veja quanta coisa especial nossa capital oferece!

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_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

_ Bolivar Porto

O Caminho dos Ipês é uma rota turística formada pelas cidades de Campo Grande, Corguinho, Dois Irmãos do Buriti, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Rio Negro, Rochedo, Sidrolândia e Terenos. Procuradas principalmente pelo turismo de eventos, negócios, pelos atrativos culturais e birdwatching.

ANO II

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_ VisitMS

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_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

PARQUES PARQUE DAS NAÇÕES INDÍGENAS Cartão postal da cidade, o Parque das Nações Indígenas é uma extensa área verde na área urbana de Campo Grande. São 119 hectares para lazer e interação com a natureza. Neste espaço há uma enorme pista de caminhada, quadra de esporte, pista de skate, concha acústica, museus e um grande lago com decks para apreciar o pôr do sol mais bonito na capital. Os monumentos são atrativos a parte, o mais famoso deles é o Cavaleiro Guaicuru: um índio guerreiro da etnia Guaicurus em posição de ataque em cima de seu cavalo empunhando uma lança. É uma homenagem aos índios que foram grandes aliados do exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Imponente, fica em uma ilha formada no meio do lago com acesso por uma ponte de madeira. O monumento em homenagem às tribos indígenas também chama atenção, é uma grande zarabatana (instrumento de caça indígena, uma das armas mais antigas do mundo, que projeta grãos, dardos ou outros objetos envenenados por meio do sopro) que fica próximo à entrada Guarani. Também é possível visitar o busto do primeiro governador de Mato Grosso do Sul, o gaúcho Harry Amorim Costa. Neste local acontece, anualmente, a solenidade de abertura da Semana Farroupilha, em que é acesa a Chama Crioula, que simboliza a tradição do povo gaúcho.

_ @jjsgon

_ VisitMS

_ VisitMS

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HORTO FLORESTAL O Horto Florestal é parte integrante do setor histórico da cidade e uma ótima área de lazer. A estrutura é bem arborizada e conta com Teatro de Arena com apresentações periódicas, Biblioteca Municipal, lanchonete, playground, cancha de bocha e de malha, pista de cooper, skate e bicicross, além de um orquidário. O parque é ligado por uma passarela que rende uma vista linda da cidade, e para uma boa foto, a praça e o espelho d’água são uma ótima dica! Para quem gosta de história, vale a pena saber que o Parque Florestal Antonio de Albuquerque já foi um matadouro municipal e também abrigou uma salgadeira onde era salgado o couro do gado. A localização era estratégica para esse tipo de negócio pela proximidade com a estação ferroviária e pela abundância de água, já que o parque está às margens do córrego Segredo.

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_@jjsgon


_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

PRAÇAS

Campo Grande é uma cidade de ruas e avenidas largas e é considerada uma das capitais mais arborizadas do país. Contribui

PRAÇA ESPORTIVA BELMAR FIDALGO Os praticantes de esportes têm espaço equipado e

para essa arborização as praças urbanas. Separamos as princi-

muito aconchegante bem no centro da cidade. O

pais para você.

Belmar Fidalgo possui caixa de areia para prática de vôlei e beach tênis, pista de corrida, quadras para futebol e basquete, academia ao ar livre, parquinho e campo de futebol.

PRAÇA ARY COELHO Lugar histórico e emblemático foi palco de grandes e marcantes acontecimentos. Passou por uma revita_Reprodução internet

lização e hoje é um ponto de lazer para famílias com uma fonte luminosa, coreto, mesas para jogo de damas e muito espaço livre. Antes de se tornar praça, o espaço funcionou como primeiro cemitério, quando Campo Grande ainda era chamada de Arraial de Santo Antônio. Com a redefinição do traçado da cidade o local se transformou em praça, ainda em 1909.

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PRAÇA DO RÁDIO Localizada no centro da cidade, possui estátuas e monumentos. Após uma revitalização, a praça ganhou a Concha Acústica Família Espíndola, onde hoje são realizados muitos espetáculos. Ela também possui parque infantil e o quiosque da arte.

PRAÇA DA BOLÍVIA Espaço de integração entre a cultura brasileira e boliviana. A programação da praça acontece todo segundo domingo do mês no período da manhã. Fazem parte das atrações: apresentações de dança, música e diversas outras artes. Exposição de artesanato e degustação da gastronomia boliviana, bem representada pela tradicional saltenha.

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_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

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PRÉDIOS HISTÓRICOS

Toda cidade conta seu passado através de seus prédios históricos. Com Campo Grande não é diferente. Alguns apenas podem ser vistos por fora e outros abrigam museus, exposições e até mesmo bares. Separamos os melhores para você conferir!

CASA DO ARTESÃO

_Reprodução internet

O prédio centenário abrigou a primeira sede do Banco do Brasil da cidade, construído entre os anos de 1918 e 1923 está situado bem no centro da capital, sendo símbolo do seu crescimento. A inauguração do espaço como Casa do Artesão aconteceu em 1975, e hoje, é um dos principais locais de comercialização de artesanato de Mato Grosso do Sul. São milhares de peças expostas produzidas em todo o Estado, que representam a cultura regional.

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MORADA DOS BAÍS O primeiro sobrado construído em alvenaria em Campo Grande fica na esquina das avenidas Afonso Pena e _VisitMS

Noroeste. Os trilhos dos trens preservados ajudam a contar a história desse prédio que começou a ser construído 1913 por Bernardo Franco Baís, pai da artista Lídia Baís. Atualmente, o prédio é um dos mais importantes endereços culturais da cidade com exposições permanentes e temporárias de artistas locais além de abrigar o Museu Lídia Baís. À noite, o antigo sobrado oferece gastronomia e música.

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COMPLEXO FERROVIÁRIO Localizado no antigo terminal ferroviário da cidade, foi tombado pela União como patrimônio histórico e sua arquitetura industrial, de influência inglesa, é uma das poucas no Brasil que mantém as características originais. Dentre os imóveis do complexo estão as casas dos operários, dos funcionários intermediários e dos graduados, além da estação. No complexo também se encontram a Vila dos Ferroviários e o Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul. A Esplanada Ferroviária também é o endereço da Feira Central.

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IGREJAS Nascida de uma promessa feita pelo fundador de Campo Grande, a primeira capela da cidade foi construída em 1876, no topo mais elevado da cidade, entre os córregos Prosa e Segredo, em devoção a Santo Antônio que hoje é o santo padroeiro da cidade. A igreja mais antiga ainda de pé é a Catedral Nossa Senhora da Abadia e Santo Antônio datando de 1909 quando se tornou a igreja matriz.

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_Bolivar Porto

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GASTRONOMIA

Os sabores campo-grandenses são um atrativo a parte. A gastronomia é rica, variada e o toque especial fica por conta da influência das diversas culturas que formam a identidade da cidade, como a boliviana, paraguaia, japonesa, libanesa, etc. Veja alguns locais que são parada obrigatória quando o assunto é comida.

_Reprodução internet

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_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

CORREDOR GASTRONÔMICO A rua Bom Pastor tem uma variedade de bares, restaurantes, conveniências e food trucks com sabores regionais e de várias partes do mundo. É ideal para quem quer curtir a noite com os amigos, família ou mesmo sozinho.

CIRCUITO DE CERVEJAS ARTESANAIS Uma tendência que caiu no gosto de quem vive na capital de Mato Grosso do Sul são as cervejarias artesanais. As produções tipicamente campo-grandenses têm sabores variados que vão dos tradicionais aos mais exóticos, como a mandioca, a guavira e o tereré desenvolvidos por entusiastas e mestres cervejeiros. Algumas cervejarias artesanais em Campo Grande: Morena Bier, Cervejaria Prosa e Cervejaria Campo Grande.

FEIRA CENTRAL Reunião de todos os sabores em um só lugar. O destaque vai para o prato típico de Campo Grande, o sobá – um macarrão servido com carne, caldo, omelete e cebolinha – foi trazido pelos imigrantes japoneses e hoje é considerado patrimônio imaterial do município. Outro prato muito famoso e bastante procurado na Feirona é o espetinho de carne com mandioca amarela, vale a pena experimentar!

MERCADÃO MUNICIPAL Onde tem um pouco de tudo da cultura sul-mato-grossense: ervas medicinais, artesanatos, carnes, queijos, hortifruti produzidos por indígenas, temperos variados, corredores inteiros de erva de tereré, peixarias e o famoso pastel do mercadão que além dos sabores tradicionais, oferece recheios que são a cara do MS: linguiça com pequi, pantaneiro (carne seca com banana-da-terra), carne de jacaré, pizza de tilápia e muito mais.

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TURISMO RURAL

Para quem prefere programas afastados da cidade, Campo Grande dispõe de opções de estâncias, pousadas rurais, pesque-pagues, trilhas ecológicas, cachoeiras, esportes radicais e cavalgadas, entre outras atrações. No day use, o visitante degusta comidas típicas do campo e conhece o artesanato rural.

_Geancarlo Merighi

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_ André Patroni


_CAPA // CAMINHO DOS IPÊS

andrepatroni.tumblr.com/projetorotadosipes

ROTA DOS IPÊS

A árvore já se tornou um dos símbolos de Campo Grande que é carinhosamente chamada de “Cidade dos Ipês”. Na época de florada, é um dos atrativos preferidos dos turistas e dos próprios moradores. Os ipês são tão queridos por aqui que ganharam um roteiro. O jornalista e fotógrafo André Patroni iniciou em 2015 um projeto pessoal de fotografar e registrar a localização dos ipês no mapa. Todas as espécies encontradas: roxo, amarelo e branco constam na lista do fotógrafo. Como as espécies florescem em épocas diferentes, o registro também conta com a data em que o ipê foi fotografado, assim é mais garantido encontrar a árvore em período de florada! Ao todo foram 66 pontos fotografados e geolocalizados. É possível acessar o endereço exato de cada uma deles por meio do Google Maps disponível do site do projeto. Quer tirar aquela foto linda e se encantar com a beleza dos ipês? É só ter uma câmera na mão e o mapa de registro dos ipês! Uma boa opção para garantir lindos cliques e conhecer melhor a capital do nosso Estado.

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MS ENTREVISTA Sarah Caires Artista visual e youtuber

Já pensou ter uma escultura sua? Você em uma versão divertida, colorida e, acredite, em papel machê. Desenhos ganham vida nas mãos da jovem artista plástica Sarah Caires. Especialista nesta técnica, a sul-mato-grossense vem abrindo caminhos com a sua arte e recebeu pedidos até dos Estados Unidos!

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_Arquivo pessoal

Muito usado como brincadeira de criança, em Mato Grosso do Sul o papel machê é sinônimo de produção artística de qualidade. A responsável por isso é a artista Sarah Caires que há quatro anos se descobriu nesta técnica e vem abrindo caminhos para seu talento. O resultado da persistência e dedicação é de encher de alegria quem contempla o que é produzido por essas mãos. São personagens, máscaras, esculturas, bonecas e até acessórios de casa, tudo em papel machê. Coloridos, vibrantes, alegres e com uma pegada lúdica, as peças estão caindo no gosto do público e despertando interesse de quem gosta de arte, tanto é que Sarah passou a ministrar oficinas também. Por meio das redes sociais e do seu canal no youtube, suas criações já cruzaram o oceano! Isso mesmo, a artista já recebeu pedidos de encomenda da Flórida (EUA)! Conheça mais sobre a arte e sua criadora na entrevista que preparamos para você.

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MS: No caso de escultura de pessoas, como é o processo de criação? Sarah: O cliente escolhe o tamanho da peça e eu peço fotos para identificar algumas características mais marcantes, por exemplo: se o cabelo tem mais volume ou não, se costuma usar roupas estampadas ou lisas, se o olhar é marcante ou mais discreto. Com isso, faço o desenho à mão para aprovação, depois de aprovado inicio a escultura. _Everson Tavares

MS: Quais materiais e tempo médio para criação das peças? Sarah: Para o papel machê uso uma massa embebida em água, cola e papel picado que no caso é papel higiênico ou caixa de ovo,

MS: De onde veio a ideia de trabalhar com papel machê?

já na papietagem uso jornal e revista. O processo de produção

Sarah: Eu queria tirar meus desenhos do papel, essa era minha

das peças é demorado porque primeiramente faço o desenho,

grande vontade. Sempre pintei e foi por conta da pintura que en-

depois monto a estrutura que varia para cada peça, geralmente

trei na faculdade de Artes Visuais, mas o que eu queria mesmo

uso papelão, garrafa pet, caixas pequenas e vou modelando com

era transformar minha arte em 3D. Tentei com argila, cerâmica,

o jornal. A próxima etapa é o revestimento artístico, feito com a

gesso, resina e nenhum deles me agradaram. Continuei minhas

massa no caso do papel machê ou com tiras de papel na papieta-

pesquisas até chegar ao papel machê e foi amor logo de cara.

gem. A secagem do revestimento leva entre três e cinco dias dependendo da técnica. Na sequência, pinto a peça com uma base

MS: E como foi seu processo de aprendizagem?

branca, lixo manualmente e, por fim, faço a pintura colorida que

Sarah: Comecei a buscar cursos que pudessem me ensinar mais

é a parte que mais gosto na verdade.

sobre o material e nesse período tive aulas com a Antonia Hanemann, com ela aprendi a papietagem que é uma variação da

MS: Em todo esse processo, qual a etapa mais desafiadora?

técnica do papel machê, em que tiras de jornais e revistas são

Sarah: A fase que mais exige é a de levar o desenho para o tri-

coladas e sobrepostas em camadas tendo como base um molde

dimensional. Ter a visão de como vai ser a peça em um todo:

ou estrutura. Depois, logo que me formei, fui a Porto Alegre fazer

frente, costas, a vista lateral. Isso exige bastante porque tem

um curso com a Carol W que trabalha com o papel machê. A ex-

que acrescentar o preenchimento no lugar certo para dar o

periência foi muito legal, e de lá para cá não parei mais.

formato que se pretende. O revestimento, seja em papel machê ou papientagem, é mais tranquilo.

MS: Você produz peças distintas que vão desde escultura a acessórios para design de interiores. Como funciona sua produção?

MS: E sobre seu canal no youtube? Qual o objetivo desse projeto?

Sarah: Eu costumo produzir de maneira planejada, então ge-

Sarah: Em 2016, fiz um curso de férias de Cinema Documentário

ralmente é sob encomenda ou para feiras e exposições que

em São Paulo e voltei de lá com dois projetos que tinham o ob-

vou participar. No caso de eventos, gosto de produzir séries.

jetivo de mostrar o processo de criação de artistas aqui de Mato

Desenvolvo uma linha de criação e faço os personagens den-

Grosso do Sul. Amadurecendo a ideia, me propus a mostrar o

tro desse conceito. Para a II Feira de Artes Plásticas de Campo

meu próprio processo de criação, só que na internet. O que é o

Grande, por exemplo, fiz uma série de esculturas todas de

papel machê, como ele se comporta, como é o processo de cria-

50 centímetros seguindo uma linha criativa. As encomendas

ção das minhas peças. Hoje, o canal é também um espaço para

representam muito do meu trabalho também, é bem comum

intercâmbio com outros artistas e pessoas que desenvolvem

pessoas pedirem para eu fazer uma escultura delas.

projetos pelos quais são verdadeiramente apaixonados.

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_MS ENTREVISTA MS: O que você espera de 2019? Sarah: Quero difundir cada vez mais a técnica por meio do canal no youtube e com os cursos que realizo em Mato Grosso do Sul e outros estados.

Em outubro de 2018, Sarah Caires ganhou um dos prêmios do II Festival das Artes Plásticas de Campo Grande. E em novembro, a artista participou da primeira edição da Dreaming Fair – feira de arte com influência digital em São Paulo.

_Stephanie Santos

Por meio das redes sociais, o trabalho da Sarah tem chegado a outros países. Uma brasileira que mora na Flórida conheceu o talento da artista pelo Instagram e encomendou a ilustração dos seus filhos. O resultado agradou tanto que rendeu mais dois trabalhos que hoje estão nos Estados Unidos! Curtiu o trabalho da Sarah? Você pode acompanhar as produções da artista e fazer encomendas pelas redes sociais e encontrar suas obras nas feiras e festivais de artes. As peças custam a partir de R$ 75 variando de acordo com o tamanho e detalhes.

_Arquivo pessoal

ateliesarahcaires youtube.com/sarahcaires _Arquivo pessoal

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RADAR Comunidade aprende Isto é Mato Grosso novas profissões enquanto do Sul: vídeo das constrói as próprias casas belezas do MS

As famílias que viviam na comunidade Cidade de Deus estão realo-

A música “Vazante” composta por Gabriel Sater, Marcelo Lou-

cadas em outros bairros de Campo Grande enquanto a nova mora-

reiro e João Gaspar dá o ritmo ao novo vídeo promocional que

dia é construída pelos próprios moradores que foram capacitados

fala sobre as belezas naturais de Mato Grosso do Sul. A canção

para trabalharem no canteiro de obras. A parceria entre a Prefeitu-

resgata a história da criação do Estado, fala sobre as influências

ra de Campo Grande e o Governo do Estado oportuniza moradia

que vieram de várias partes do Brasil e do mundo e como elas se

digna ao mesmo tempo em que capacita os moradores para servi-

fundiram para dar origem à identidade sul-mato-grossense. As

ços como pedreiro, eletricista, marceneiro, azulejista, pintor entre

cenas das belezas naturais conferem todo o encanto do turismo.

outras funções. Os trabalhadores recebem um salário mínimo e uma cesta básica enquanto trabalham no projeto.

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_Reprodução internet

O ESPAÇO DAS BOAS NOTÍCIAS DO NOSSO ESTADO! Fique por dentro do que rolou sobre os mais variados assuntos durante os últimos meses.

Passeios de ecoturismo de MS são finalistas em prêmio internacional

MS terá representantes no taekwondo nos Jogos Pan-Americano

O Grupo Rio da Prata é um dos finalistas no prêmio Tourism for

Dois sul-mato-grossenses garantiram vaga na seleção brasileira

Tomorrow Awards (Prêmio Turismo para o Amanhã) 2019. O re-

de taekwondo que vai disputar a edição de 2019 dos Jogos Pan-A-

presentante sul-mato-grossense disputa na categoria Destina-

mericanos em Portland nos Estados Unidos. Os jovens Luiz Felipe

tions Stewardship Award voltada a organizações líderes que aju-

Aquino e Suzana Aquino conquistaram a vaga titular ao vencer

dam no desenvolvimento sustentável do destino, beneficiando

o Grand Slam da modalidade no Rio de Janeiro. O título de Luiz

seus moradores e visitantes. O Grupo Rio da Prata concorre ao

Felipe foi na categoria juvenil até 48 kg, Suzana garantiu o primei-

lado do Masungi Georeserve, nas Filipinas e do St. Kitts Sustai-

ro lugar no juvenil feminino até 59 kg. Os jogos Pan-Americano

nable Destination Council, na Ilha de São Cristóvão, no Mar do

acontecem em junho deste ano. Boa sorte aos atletas!

Caribe. Os vencedores serão anunciados durante a cerimônia de premiação na 19ª Cúpula Mundial do WTTC em Sevilha, Espanha, de 2 a 4 de abril de 2019.

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_Raquel Balan

ACONTECE FESTA DO FUSCA

A paixão realmente move pessoas! E não é apenas a paixão de casais que tem esse poder, o amor por hobbies, por times, por objetos une aficionados e os mobiliza em função de uma causa. Campo Grande tem uma turma enorme de pessoas que são apaixonadas por fuscas e eles movimentaram a cidade comemorando o Dia Nacional do Fusca.

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_ACONTECE

A data oficial é 20 de Janeiro, mas as comemorações começaram antes. Uma delas foi no Sesc Morada dos Baís que celebrou os 60 anos da chegada do veículo ao Brasil reunindo seus colecionadores e admiradores. Trechos da avenida Noroeste foram fechados para que as “estrelas” da noite tivessem lugar privilegiado. E se onde tem boa música tem diversão, a banda Fusca 69 arrebentou no som levando o

_Raquel Balan

melhor do rock e rock pop para os palcos. No dia 20, foi a vez de encher de fuscas o endereço mais famoso da cidade, a Afonso Pena. Cerca de 150 carros participaram do desfile que iniciou no centro e terminou nos altos da avenida. O evento, promovido pela Confraria Apaixonados por Fuscas e Derivados de Mato Grosso do Sul, foi carinhosamente chamado de Fusquetada

HISTÓRIA DO FUSCA Lançado em 1935 na Alemanha pelo projetista Ferdinand Pieche, o fusca foi considerado revolucionário na época. No Brasil, a fabricação teve início em 1959, na primeira fábrica da marca fora da Alemanha, mas saiu de linha após 27 anos, voltando a ser fabricado em 1993.

_Raquel Balan

Preferido por mais de 80% dos brasileiros na década de 60, o carro foi considerado o líder de mercado no país por 24 anos consecutivos, perdendo esse recorde apenas para o Gol, que liderou as vendas por 27 anos. O tamanho compacto, o baixo custo de consumo e manutenção, além, claro, do preço baixo, fizeram com que o Fusca caísse no gosto dos brasileiros rapidinho, ganhando muitos apreciadores e apelidos como besouro, porshe bolha, entre outros.

_Paulo Cruz

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TALENTOS REGIONAIS

De publicitária à dona da própria empresa no ramo alimentício. Conheça a história de Marianna, pioneira no ramo de alimentação crudívora em Mato Grosso do Sul, que compartilhou uma receita da alimentação viva para enriquecer sua dieta!

_Arquivo Cru Sem Disfarces

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_TALENTOS REGIONAIS

Todas as opções são livres de glúten e lactose. As versões doces são adoçadas com o açúcar dos próprios ingredientes, outras levam o melado de cana-de-açúcar. A base das receitas é de oleaginosas, na maioria amêndoas, castanha de caju, pistache, amendoim, avelã e frutas secas como damasco, tâmaras e uva passa. Agora que você já entendeu sobre alimentação crudívora está na hora de aprender uma receita! Fica tranquilo que para iniciar, Marianna compartilhou um prato simples e sem complicação, é uma sopa fria de legumes! Não se esqueça de manter a mente aberta, aqui nada é cozido e se puder, dê preferência aos orgânico. Boa experiência e bom apetite! _Arquivo pessoal

Tudo começou sem pretensão. Marianna Coelho conheceu as Energy Balls procurando na internet opções de snacks que ajudassem na energia durante a atividade fí-

SOPA VIVA DE ABACATE INGREDIENTES 1/2 abacate maduro Suco de 1/2 limão

sica, foi então que o encontro que mudou sua vida acon-

2 cenouras

teceu. Foi por meio do chamado brigadeiro cru que a rela-

3 tomates maduros

ção com a alimentação crudívora ganhou espaço na vida

2 colheres de sopa de azeite

da então publicitária.

Um pedacinho de cúrcuma ou uma colher de sopa se

A receita dos brigadeiros agradou os amigos que enco-

for em pó

mendavam e recomendavam o produto. Das primeiras

Coentro (opcional)

entregas até a abertura oficial da marca foram poucos

Gengibre (a gosto)

meses, e o próximo passo foi sair do emprego para se dedicar exclusivamente à sua empresa, a Cru Sem Disfarces.

1 colher de chá de melado de cana ou mel Sal (a gosto)

A alimentação crudívora tem como essência o consumo de alimentos de origem vegetal, não processados e que não sejam cozidos. Para substituir o processo de cocção, a preparação desses alimentos pode ser feita por meio de três processos principais, a germinação a desidratação e

PREPARO (1) Higienize todos os ingredientes e coloque-os no liquidificador. (2) Acrescente água morna para dar consistência. A quantidade fica a seu critério. (3) Bata

a fermentação.

tudo e, se desejar, finalize com cebolinha, gergelim

Com muito estudo e diversos testes de combinações, as

preto e até mesmo castanhas.

Energy Balls já têm sete sabores, a versão mais recente é

Dica extra: os temperos são flexíveis, o mais impor-

a salgada que se assemelha a um queijo vegano. Do final

tante é você adaptar a receita de acordo com o seu

do ano para cá, a produção evoluiu oferecendo opções de

gosto e paladar.

tortas e barrinhas.

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ARTE EM PAPEL MACHร Leia mais na pรกgina 44




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