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AJUSTES FISCAIS

REFORMA FISCAL PARA UM MATO GROSSO DO SUL EM CRESCIMENTO

MEDIDAS DE REESTRUTURAÇÃO GARANTEM EQUILÍBRIO FISCAL

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o longo dos últimos oito anos, medidas de ajus-Ate fiscal tornaram Mato Grosso do Sul um dos estados com maior solidez fiscal do país. No começo da gestão, as dificuldades e a má gestão das contas públicas estavam representadas pela pior nota - Nota “D” - no Sistema Capag, indicador da Secretaria do Te-

souro Nacional, que mede a Capacidade de Pagamento de es-

tados e municípios e acompanha o desempenho dos governos.

Hoje, Mato Grosso do Sul alcançou a nota máxima no mesmo critério – a Capag “A”, salto que representa o esforço para o sa-

neamento das contas públicas e a recuperação da capacidade de investimentos do Estado.

Para garantir a solidez fiscal, foram cumpridas todas as seis metas do Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal (PAF), criado para recuperar a estabilidade fiscal e atender os conceitos de gestão pontuados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

De acordo com o indicador dos parâmetros de receita e despesa, as notas A e B atestam adimplência e permitem acesso à

MEDIDAS DE REESTRUTURAÇÃO INTERNAS

• Redução do salário do governador do estado pela metade • Redução do número de secretarias • Renegociação da dívida do Estado • Redução de custo de contratos • Criação de teto de gastos para todos os poderes • Modernização dos incentivos fiscais • Lançamento do Programa Governo Consciente para racionalizar despesas básicas das secretarias, fundações de autarquias

créditos subsidiados e linhas de financiamento a juros baixos

com garantias da União. Já as notas C e D indicam alto risco e

tornam estados e municípios inelegíveis para empréstimos por

antecipação de receita.

Medidas de reestruturação aconteceram inclusive dentro das próprias instituições públicas de Mato Grosso do Sul, garantin-

do organização e otimização dos recursos públicos.

ICMS

Nos últimos oito anos, uma das conquistas do Estado foi conseguir reduzir impostos sem prejudicar os investimentos e as políticas sociais. Um deles foi o ICMS, imposto estadual e prin-

cipal fonte de arrecadação para os investimentos e as políticas

públicas de Mato Grosso do Sul.

Em 2022 foi aprovada uma Lei Complementar que estabeleceu

um teto para as alíquotas do ICMS, mas antes disso, o percen-

tual do imposto sobre o diesel e etanol já havia sido reduzido em Mato Grosso do Sul. A redução foi de 17% para 12% sobre

o diesel e de 25% para 20% sobre o etanol no estado.

A Legislação Federal 194/2022 passou a considerar telecomu-

nicações, combustíveis, energia e transporte como serviços ou produtos essenciais. A alíquota máxima permitida foi reduzida para 17%, que é a alíquota modal de Mato Grosso do Sul.

A alíquota modal é a definida como regra geral na legislação. Ela é estabelecida quando não há previsão específica para o

produto. Outros estados cobram 18%.

Em 2018, foi extinto o projeto ICMS Garantido, vigente há 18 anos. Instituído no ano 2000, o ICMS Garantido fazia a cobran-

ça antecipada da tributação de mercadorias e matérias-primas

adquiridas em outros estados por contribuintes de Mato Gros-

so do Sul, antes da comercialização. A medida beneficiou mais

3,7 mil empresários de todo o Estado, que contaram com mais

tempo e fluxo de caixa para pagar os impostos devidos.

A diminuição da cobrança sobre o biocombustível à época veio

na esteira do programa Carbono Neutro, para neutralizar os gases causadores do efeito estufa– caso, por exemplo, do etanol, que é um biocombustível de origem vegetal, limpo, ecológico,

alternativo e renovável. A plantação da cana-de-açúcar também

ajuda na preservação da atmosfera, graças ao balanço de car-

bono. Além disso, a medida atendeu a uma vocação do estado: Mato Grosso do Sul não é produtor de petróleo, usado na fabri-

cação da gasolina, mas é um grande produtor de cana-de-açúcar.

Além da redução do ICMS, houve a implementação do pro-

grama Energia Social, que junto com o Mais Social, investe R$ 1 bilhão para beneficiar diretamente as pessoas em vulne-

rabilidade. O programa paga a fatura de energia de quem consome até 220 kWh por mês para famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único) do Governo Federal.

NOTA PREMIADA MS

Criado para promover a educação fiscal e combater a sonega-

ção de impostos no comércio, o programa Nota Premiada MS distribui, todos os meses, R$ 300 mil em prêmios para consu-

midores que exigem o CPF no cupom fiscal. Compras a partir de R$ 1 real já dão direito à participação no programa. Cada vez que o cliente exige o CPF no cupom, são

emitidas oito dezenas para o sorteio, que utiliza os números da Mega-Sena para encontrar os vencedores. Para o comércio, os benefícios do Nota Premiada MS são

maior isonomia, justiça fiscal e diminuição da concorrência

desleal. Para os clientes, participação nos sorteios e exercício da cidadania fiscal.

Em três anos de existência do programa, foram sorteados R$ 10,8 milhões para os consumidores. O dinheiro não resgatado após certo prazo é destinado para um fundo de habitação social, para financiar a construção de moradias populares em

Mato Grosso do Sul.

Outra novidade na área fiscal será a regulamentação da Loteria

Estadual. Agora, é possível utilizar o serviço de loterias e os re-

cursos obtidos devem ser destinados para programas sociais em diversas áreas, como habitação, educação, saúde ou esportes.

CONTROLE INTERNO – CRIAÇÃO DA CGE E O COMPLIANCE NO SERVIÇO PÚBLICO

Nos últimos oito anos, o Estado aprimorou suas ações de controle, auditoria, participação social e combate à corrupção, se transformando na Unidade Federativa mais transparente no

ranking “Escala Brasil Transparente - Avaliação 360º”, da Controladoria-Geral da União (CGU), por três anos consecutivos.

Para a população sul-mato-grossense, foram criados canais de comunicação diretos com o poder público. O e-SIC foi elabo-

rado para receber demandas de acesso a informações públicas, enquanto o e-OUV tem como objetivo centralizar as manifestações dos cidadãos diante de serviços públicos, desde elogios e sugestões, até reclamações e denúncias a serem apuradas.

ACESSOS E-SIC

2018 - 524 2019 - 652 2020 - 797 2021 - 845 2022 - 531 (até outubro)

ACESSOS E-OUV

2018 - 1147 2019 - 2909 2020 - 2431 2021 - 2036 2022 - 1875 (até outubro)

ESTUDANTES NO CONTROLE

Desde 2018, o projeto Estudantes no Controle tem como objetivo incentivar, de maneira lúdica e pedagógica, a participação dos estudantes na organização das políticas públicas e imple-

mentar ferramentas que façam os alunos se aproximarem dos serviços públicos.

Nestes cinco anos, interrompidos apenas durante o período

pandêmico, 48 escolas da Rede Pública Estadual, localizadas

em Campo Grande, Terenos, Jaraguari e Sidrolândia, participa-

ram da iniciativa somando, aproximadamente, 950 alunos.

Por meio de atividades conjuntas com os corpos discente e docente, o projeto promove a participação dos estudantes na organização escolar, identificando desafios e buscando por soluções. O foco está em todos os alunos do ensino básico, a

partir do 6º ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, assim como estudantes da Educação de Jovens Adultos (EJA) e do Ensino Técnico.

Em dezembro de 2016, na atual gestão, foi criada a Controladoria-Geral do Estado (CGE-MS), instituição permanente e di-

retamente ligada à Governadoria, sendo o órgão central do Sis-

tema de Controle Interno em todo o Poder Executivo Estadual.

Assim, passa a caber à CGE-MS, dentre outras competências,

a promoção da integridade e o aperfeiçoamento dos mecanismos de transparência da gestão pública, com a prevenção e combate à corrupção, o fomento à participação social, bem como a avaliação da qualidade dos gastos públicos, do equilíbrio fiscal e da efetividade das políticas públicas.

Neste curto período de criação, a instituição contribuiu para

que o Estado alcançasse destaque nacional em relação aos serviços prestados. A mais recente conquista é o selo “diamante” de transparência, concedido pela Atricon (Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil), no Programa Nacional de Transparência Pública – sendo um dos dois únicos estados do Brasil a receber tal reconhecimento em 2022.

PROGRAMA MS INTEGRIDADE

O Programa MS Integridade (PMSI) tem como objetivo aperfeiçoar mecanismos de transparência e combate à corrupção, internalizando de boas práticas de padrões referenciais de ge-

renciamento de riscos, controles internos e ambiente ético nos

órgãos e nas entidades da Administração Pública Estadual.

Inspirado no programa federal, o PMSI vai instalar áreas de compliance em todas as unidades do Executivo Estadual, sendo que 82% já estarão com a primeira etapa do Programa concluída ao fim de 2022, com seus planos de ação assinados e já em fase de implantação. Além deste, em 2021 também foi lançado o Programa de Integridade Municipal (PIM), com foco em disseminar a cultura da ética no ambiente público, na esfera municipal, integrada com

o PMSI.

Neste ano, 19 prefeituras aderiram ao PIM que está em fase final

de execução. Isso significa fomentar a cultura da boa governança, em benefício direto do cidadão contribuinte e da sociedade

que demanda serviços de qualidade, além de transparência e

lisura nos gastos públicos.

A avaliação das políticas públicas é um elemento essencial e estratégico para a boa gestão. Assim, a prática de identificar pontos de atenção e propor melhorias, com objetivo de potencializar as entregas das políticas públicas, é regra no Estado. Desde 2017, as análises são executadas em caráter permanente por meio de Planos Anuais de Auditorias.

COMBATE À CORRUPÇÃO

O combate à corrupção é um dos compromissos mais impor-

tantes de Mato Grosso do Sul com sua população.

Assim, desde quando as atividades de Correição e Ouvidoria foram inseridas dentro das funções do Controle Interno, da CGE-

-MS, esses setores vêm trabalhando em busca das melhores

resolutividades para apresentar aos cidadãos.

Nesse âmbito, a Lei Anticorrupção foi regulamentada e passou-

-se a promover procedimentos administrativos de responsabi-

lização de pessoas jurídicas por atos lesivos ao poder público,

como por exemplo, fraude a licitações ou à execução de con-

tratos, entre outros.

PROCURADORIA-GERAL

Em Mato Grosso do Sul, a eficiência também alcançou a área

de Assuntos Jurídicos nos últimos oito anos. São quatro unida-

des físicas no interior do estado, nas cidades de Dourados, Três

Lagoas, Coxim e Aparecida do Taboado.

Em Campo Grande, a parceria com a Rede Fácil resultou em

três pontos de autoatendimento que estão localizados nos terminais Guaicurus, General Osório e Aero Rancho e no shopping Bosque dos Ipês. Iniciativa que facilitou a vida do cidadão ao ter

os serviços da administração mais perto e acessível.

De 2014 para cá, 49 novos defensores públicos foram empossados no estado.

O Sistema de Acordo Direto no pagamento de Precatórios foi responsável por reduzir significativamente a dívida pública e

promover justiça ao cidadão.

Os acordos são formalizados no âmbito da Câmara Adminis-

trativa de Solução de Conflitos e foram responsáveis por uma economia de R$ 66,381 milhões aos cofres públicos desde 2018, com a abertura do primeiro edital.

Até hoje já foram abertos seis editais de negociação. Em 2018, o total quitado de precatórios foi de R$ 135 milhões, passando para R$ 176 milhões em 2019, R$ 221 milhões em 2020 e R$ 314

milhões em 2021.

A mais recente rodada dos Acordos Diretos em Precatórios, em 2022, foi responsável pelo pagamento de mais de R$ 131 milhões a quase 1,5 mil credores, refletindo em uma economia de mais de R$ 26 milhões aos cofres públicos.

Nos últimos anos, também foram criadas coordenadorias jurídicas para expandir a atuação consultiva, com exercício efetivo de assessoramento jurídico de cada gestor das diferentes secre-

tarias do poder público. Assim, cada setor recebeu orientação e supervisão técnico-jurídica, somando esforços para que a re-

presentação jurídica de Mato Grosso do Sul seja desempenhada com a maior efetividade possível. Atualmente, são 21 unidades

na administração direta e indireta prestando consultoria e asses-

soramento jurídico. Em 2017, foi criada a Câmara Administrativa de Solução de Conflitos, com o objetivo de implementar medidas de com-

posição administrativa e evitar que houvesse a judicialização dos conflitos. Neste cenário, a atuação foi ampliada também

para a área da Saúde.

Nos últimos dois anos, 329 pacientes foram atendidos e cerca de R$ 620 mil foram aplicados nos acordos firmados para fornecimento de medicamentos não padronizados no SUS. Além disso, no início de 2022, Mato Grosso do Sul conquistou a

inclusão da União Federal no polo passivo de ações que visam o fornecimento desses medicamentos.

Outra conquista foi em outubro deste ano. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) declarou a possibilidade jurídica de efetivação da do-

ação de insumos hospitalares apreendidos pela Polícia Rodoviária

Federal à Secretaria de Estado de Saúde, mesmo em ano eleitoral.

Na decisão, foi levada em conta a necessidade de reabastecimento das Unidades Hospitalares que atendem ao SUS no estado.

RECUPERAÇÃO DE CRÉDITOS

Nos últimos anos também foram implementadas diversas ações

visando à modernização da atuação para a recuperação dos cré-

ditos. Foram recuperados, entre 2015 e 2021, quase 150 mi-

lhões em créditos tributários referentes à arrecadação do

IPVA (Imposto Sobre Propriedade de Veículo Automotor), enquanto no período anterior (entre 2007 e 2014) foram recuperados R$ 205 mil, significando um incremento de 726 vezes.

Quanto ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço), o valor recuperado atingiu a marca de R$ 309,430 milhões entre 2015 e 2021, o que representa um aumento de 163% em relação ao período anterior (R$ 117,452 milhões entre 2007 e 2014).

Uma das principais conquistas de Mato Grosso do Sul foi con-

seguir garantir ao estado 13% da arrecadação em impostos

aplicados na importação do gás natural da Bolívia, um montante de cerca de R$ 1,2 bilhões. A decisão foi obtida no STF

(Supremo Tribunal Federal).

Os trabalhos começaram em 2006, com uma tese desenvolvi-

da e solicitada por despacho ao Ministro Celso de Mello. Pedido

era de conceder a tutela antecipada da arrecadação, a princípio como decisão provisória. As ACOs (Ações Cíveis Originárias)

854, 10.76 e 10.93 talvez sejam as mais importantes da história

de Mato Grosso do Sul.

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