CERVEJA e o Seu Vasto Universo
CERVEJA e o Seu Vasto Universo
IBMR - RJ Junho 2018
1ª edição Editora Gota D’água
Copyright @ IBMR - RJ - 2018
Todos os direitos reservados. Este livro ou qualquer parte dele não pode ser reproduzido ou usado de forma alguma sem autorização expressa, por escrito, dos autores ou editor. ISBN 909 - 644546 - 6465
Autores: Douglas dos Santos, Gustavo Linares, Hanna Batalha, Marcela Castro, Tatiana Brauer Título: CERVEJA e o Seu Vasto Universo Edição: 1a. edição Local: Rio de Janeiro - Brasil Capa: Gustavo Linares Pereira www.papelimpresso.com.br
Sumário CAPÍTULO 1: A HISTÓRIA DA CERVEJA
página 16
CAPÍTULO 2: OS TIPOS DE CERVEJA
página 24
CAPÍTULO 3: A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
página 32
CAPÍTULO 4: A CERVEJA E A GASTRONOMIA
página 40
CAPÍTULO 5: O SOCIAL E A CERVEJA
página 48
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Agradecimentos Gostaríamos de agradecer primeiramente aos professores Alexandre Vidal, da disciplina de Fotografia, e Sérgio Xavier, da disciplina de Projeto Interdisciplinar Impresso, pela orientação durante a sessão de fotos e produção desse livro. Aprendemos as técnicas e truques de luz e diagramação e, sem o auxílio de vocês esse livro não teria ficado tão bonito. Gostaríamos também de agradecer aos nossos pais pelo exemplo dado e o estímulo sempre para nos mantermos estudando, trabalhando, contribuindo e no caminho do bem. Nós não estaríamos aqui se não fosse por eles. E, por último e não menos importante, gostaríamos de agradecer aos colegas de turma pelo companheirismo e pela troca diária de conhecimento, é muita melhor estudar e aprender em um ambiente positivo onde todos se ajudam e incentivam. Esperamos que todos que contribuíram se sintam orgulhosos do resultado, assim como nós estamos. 10
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Alexandre Vidal e Sérgio Xavier 11
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Prefácio Esse livro é dividido em 5 capítulos: capítulo 1 - A História da Cerveja, capítulo 2 - Os Tipos de Cerveja, capítulo 3 - A Fabricação de Cerveja, capítulo 4 - Os Aperitivos e a Cerveja e capítulo 5: O Social da Cerveja. Todo o conteúdo escrito não é original dos autores, o foco do livro é mostrar o desenvolvimento das técnicas de fotografia, edição de imagens e diagramação aprendidas em sala de aula. O trabalho foi dividido entre os integrantes do grupo de forma que todos participassem e contribuíssem para o resultado final. As ilustrações de divisão de capítulos e infográficos são originais e criadas pelos alunos. O projeto foi desenvolvido durante o 2o. período do curso de graduação em Design Gráfico do Centro Universitário IBMR-Laureate no ano de 2018.
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Introdução “A cerveja (do gaulês, através do latim servisia) é uma bebida produzida a partir da fermentação de cereais, principalmente a cevada maltada. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras bebidas alcoólicas que foram criadas pelo ser humano. Atualmente, é a terceira bebida mais popular do mundo, logo depois da água e do café. É a bebida alcoólica mais consumida no mundo atualmente.” (Wikipedia) Esse livro passeia pelo universo da cerveja através de imagens criadas e editadas pelos alunos de Design Gráfico e tem a intenção de ser agradável e bonito, bem com o produto de que diz respeito. O livro é como uma ida a um bar com os amigos, onde o assunto é a cerveja e seu vasto universo e que depois de compartilhado, todos voltam para casa bem mais felizes.
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CapĂtulo 1
A HISTÓRIA DA CERVEJA
CAPÍTULO 1
A HISTÓRIA DA CERVEJA Sua história revela sua importância e cultura A história da cerveja revela que ela não é somente a bebida mais difundida no mundo, mas é também uma das mais antigas. Na Mesopotâmia já se produziam cervejas milhares de anos antes do nascimento de Cristo. Na mesma época, a produção também acontecia na China, Egito, Israel e na América PréColombiana. Entre os povos europeus, os Celtas e Germânicos foram sem dúvida os maiores produtores e consumidores de cerveja, sendo lembrados pelas festas e banquetes regados pela bebida. O monopólio da fabricação da cerveja até por volta do século XI continuou com os conventos, que desempenhavam relevante papel social e cultural, acolhendo os peregrinos de outras regiões. Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria. Os monges, por serem os únicos que reproduziam os 16
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manuscritos da época, puderam conservar e aperfeiçoar a técnica de fabricação da cerveja. Do século XIV ao XIX, em toda Europa - mas sobretudo na Bélgica, Alemanha e Inglaterra, foi onde se desenvolveram diversas tipologias de cervejas, todas obtidas com um método de alta fermentação. Os babilônios não falavam genericamente de cerveja, mas sim de cervejas! No plural! A cerveja comum (de cevada) era chamada de “bi-se-bar”, a cerveja chamada “bi-kal” era considerada uma cerveja de 17
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qualidade superior e “bi-gig” era uma cerveja comum escura. Já naquele tempo aromatizavam as cervejas com damasco e mel. A cerveja aparece no famoso código Hamurábi, onde é definido que a cerveja só pode servir de pagamento para a compra de cereais, com um valor estipulado de 5-6 quilos de cereais por 1 litro de cerveja. A cerveja também era dada como forma de remuneração de hierarquia, quanto mais elevado o status, mais cerveja recebia, como por exemplo: um trabalhador normal recebia 2 litros, os empregados do império recebiam 3 litros, os sacerdotes e os altos administradores recebiam 5 litros.
História da Cerveja: integrada a história da humanidade No antigo Egito, a cerveja era uma dádiva de Osiris (deus dos mortos) chamada Zythum. Por esse e outros motivos, em várias tumbas já foram encontrados vasos de cereais (na maioria das vezes, cevada), depositados ali como oferenda aos deuses. Os antigos repertos egípcios mostram que a cerveja e o pão eram parte da dieta diária, e tanto foram consumidos pelo ricos quanto pelo pobres. Também no Egito, a cerveja era considerada medicamento pelas suas virtudes curativas. Existe inclusive um papiro que relata mais de 600 receitas médicas contendo cerveja. 19
A HISTÓRIA DA CERVEJA
Durante a história, são muitos os relatos da vinda da cerveja para o império romano. A mais famosa, que também seria um caso isolado, é a que se refere a Giulio Agrícola, que teria retornado de uma viagem para a Britânia, trazendo junto com ele dois mestres cervejeiros. Durante o Império Romano a cerveja continuou a ser fabricada, apesar de ter que concorrer no gosto popular com o vinho e outras bebidas. Na própria Roma o vinho transformouse na bebida dos deuses, a cerveja era fabricada somente nas áreas onde o vinho era difícil de obter, e a cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas. Com o aumento do consumo, os artesãos das cidades começaram também a produzir cerveja, o que levou os poderes de públicos a se preocuparem com o hábito de se beber cerveja. As tabernas ou cervejarias, eram locais onde se discutiam assuntos importantes e muitos negócios concluíam-se entre um gole e outro de cerveja. Na Antiguidade usava-se para a elaboração da cerveja uma variedade imensa de ingredientes para aromatizar o produto, como folhas de pinheiro, cerejas silvestres e variadas ervas. Para regularizar o processo de fabricação da cerveja, o Duque Guilherme IV da Baviera decretou em 1516, a Lei da Pureza. Essa lei, a mais antiga e conhecida do mundo, determina que os ingredientes que podem ser usados na fabricação de 20
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cerveja são: cevada, lúpulo e água. A levedura de cerveja ainda não era conhecida e somente mais tarde foi incluída na lei. Através dos séculos, com o desenvolvimento econômico e com a revolução industrial, a cerveja deixa de ser artesanal e passa a protagonizar o comércio na vida social. Começam a nascer as empresas que no século XX virarão grandes multinacionais. Junto com a revolução industrial, a química também evoluiu a grandes passos, e finalmente as misteriosas leveduras foram identificadas pela primeira vez, em 1680. Entretanto, uma explicação racional sobre seu funcionamento e sua utilidade na cerveja só foi dada em 1739. A história nos conta que todos os países tradicionais produtores de cerveja produziam somente cervejas de alta fermentação, e com a chegada da revolução industrial e o desenvolvimento da química, alguns desses países começaram a se aperfeiçoar em cervejas de baixa fermentação. Hoje em dia, há numerosas variedades de cerveja ,mais de 150 estilos são sabiamente produzidos por mestres cervejeiros de todo o mundo.
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Ale
A HISTÓRIA DA CERVEJA
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OS TIPOS DE CERVEJA
CAPÍTULO 2
OS TIPOS DE CERVEJA Algumas dúvidas vêm na hora de escolher uma cerveja para tomar, pois existem vários estilos e tipos de cerveja, várias marcas no mercado e dentre essas marcas qual te agradará mais? Qual tem o gosto e aroma que você está procurando? A única facilidade é na hora de abrir uma garrafa e beber a cerveja bem gelada. Neste capítulo vamos te mostrar alguns tipos de cerveja disponíveis no mercado, assim você pode aproveitar e degustar vários outros tipos disponíveis. Antes vamos te explicar verdadeiramente o que é essa famosa bebida.
Mas o que é realmente a cerveja? É uma bebida com teor alcoólico carbonatada, ou seja, são bebidas que são gaseificadas com gás carbônico, tais como os refrigerantes e alguns espumantes. São produzidas através de fermentação e as principais matérias-primas são: água, malte, lúpulo e fermento. 24
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Agora que já temos noção do que é uma cerveja, vamos desmistificar o maravilhoso mundo onde esse precioso líquido se encontra. E afinal, qual a diferença entre tipos e estilos de cervejas? Os tipos de cerveja querem dizer a quais famílias que pertencem e também um pouco sobre o seu processo de fabricação. Quando o assunto é tipo, as cervejas são classificadas em Ales, Lagers e Lambics, o que as difere é a fermentação, sua coloração (clara ou escura) e o teor de álcool. Já os estilos e subestilos querem dizer o padrão de combinar estes elementos. Como por exemplo, em uma batata, a frita seria um estilo, a assada outro e por aí vai, mas no final das contas todas são batatas, mas cada uma tem alguns elementos do preparo que são diferenciados entre si. Conseguiu entender? Esperamos que sim, pois vamos fazer uma breve explicação falando sobre cada uma das famílias, dos tipos e estilos de cerveja e suas principais características:
Lager
Ale 25
Lambic
OS TIPOS DE CERVEJA
Lager A mais consumida no Brasil. Estas cervejas se diferem pela fermentação no seu processo de fabricação. São cervejas mais carbonatadas e por isso sua aceitação junto ao público é maior. O fermento utilizado inicia sua fermentação em temperatura mais baixa, por volta de 6 a 12 graus, ficando acumulado no fundo dos tanques. É conhecida como a família das cervejas de baixa fermentação, que são douradas e filtradas, mas possuem algumas versões mais escuras. Fermentação 60 - 120
LIGHT Pilsner American Lager Premium Dortmunder Export Helles
DARK
BOCK
EUROPEAN LAGER
Dark American
Tradicional Bock
Vienna
Munich Dunkel
Doppel Bock
Marzen Lager
Malzbier
Helles Bock
Schwarzbier
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Ale O que diferencia uma Ale e uma Lager é o seu processo de fermentação, mais alto no caso da Ale. A fermentação ocorre dentro de um ambiente com temperaturas altas, entre 15 e 24 graus, em alguns casos até mais que isso no curto tempo de três a cinco dias. Foram as queridinhas até os meados do século XIX e só perderam o seu posto quando inventaram cervejas de baixa fermentação, as Lagers. A fermentação baixa, conhecida também por fermentação quente, desperta os variados sabores dos conteúdos da cerveja, lúpulo e frutas se tornam mais acentuados. São cervejas mais encorpadas, o seu sabor varia entre o doce ao amargo e sua cor também acompanha o ritmo, variando das mais claras até as mais escuras. Por estas razões é que existem diferentes subestilos dentro da Ale, tamanho é o seu poder de variação.
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OS TIPOS DE CERVEJA
Ale Fermentação 150 - 240
PALE ALE
ALTIBIER
American Pale Ale
Die Bels
English Pale Ale
Verige
American Amber Ale
Bamberg
American Strong Ale
TRIGO PORTER Anchor Opa Bier Meantime London
STOUT
Weissbier
American Stout
Hafeweizen
Dry Stout
Dunkelweizen
Oatmeal Stout
Weizenbock
Sweet
Witbier
Russian Imperial
Berliner Weisse
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c i b m a L Fermentação 130 - 200
LAMBIC Gueuze Faro Fruit Lambic Straight Lambics
Classificada como uma terceira categoria nos tipos de cerveja por sua fermentação, que é espontânea e causada pelas leveduras selvagens do ambiente. Suas características estão mais interligadas às regiões em que são fabricadas e também aos seus tanques de produção que são abertos, algo bem natural e até rústico. São cervejas claras, ácidas e também maturadas em madeira. Seu gosto é mais azedo, seu aroma vai desde os frutados aos cítricos e são consideradas o tipo de cerveja mais antigo existente no mundo. 29
OS TIPOS DE CERVEJA
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CapĂtulo 3
A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
CAPÍTULO 3
A FABRICAÇÃO DA CERVEJA Ingredientes das cervejas As cervejas industrializadas utilizam cerca de 60% de malte de cevada, que é o principal ingrediente dessa bebida, e os outros 40% são cereais não maltados ou carboidratos, como milho e arroz. Além disso, podem levar em sua composição: antioxidantes, corantes e estabilizantes. Essa composição visa um custo mais baixo para vender as bebidas por um preço mais atrativo. Elas são produzidas em maior escala com o objetivo de vender em grande quantidade para um maior número de consumidores. Elas também passam por processos como filtração e pasteurização, o que não acontece na produção da cerveja artesanal. Já nas cervejas artesanais, os ingredientes são selecionados, mais nobres e alguns precisam ser até mesmo importados. Essas bebidas tem quatro componentes: malte, água, lúpulo e levedura. Isso quer dizer que as cervejas não levam açúcares de fontes extras. 32
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Com os diferentes graus de tosta do malte e as variações de leveduras e de lúpulos, diferentes combinações podem ser criadas. O resultado são cervejas artesanais únicas e de sabores marcantes. Algumas são mais adocicadas, outras de forte amargor, algumas são mais claras, outras mais escuras, algumas têm notas de café, outras têm notas frutadas. O mestre cervejeiro é quem faz essas combinações para a “mágica” acontecer. Os ingredientes influenciam diretamente no resultado final da bebida. Uma cerveja artesanal, se comparada com uma industrializada, pode ser facilmente diferenciada pelo aroma e paladar. Elas são produzidas em menor escala, feitas com maior cuidado, com foco na qualidade. Todo o processo é controlado e acompanhado pelas mãos dos produtores. O mestre cervejeiro observa todas as etapas e, ao final, analisa se os aromas e sabores condizem com a qualidade que se é esperada. O processo de produção das cervejas artesanais também é mais lento, pois os períodos de fermentação e maturação são respeitados e acontecem naturalmente, sem pressa. Isso quer dizer que não são adicionados produtos químicos para acelerálos.
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A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
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Processo de Fabricação de Cerveja Moagem do Malte - O malte, que pode ser armazenado em silos ou sacarias, é moído em moinhos de rolos ou martelos para que o amido contido em seu interior fique exposto para ser transformado durante o processo. Maceração - O malte moído é misturado com água em temperaturas pré-estabelecidas para que se inicie a ação de enzimas que quebrarão as cadeias de amido em cadeias menores de açúcares como glicose, maltose entre outros. Filtração do mosto - Após ter todo o amido transformado, a “pasta” formada (macerado), é levada ao filtro onde cascas e bagaço são separados do líquido açucarado chamado mosto, que já tem cor de cerveja. Fervura do Mosto - O mosto é levado à ebulição e fervido durante alguma tempo (60 a 90 minutos) para que substâncias não desejáveis se volatilizem, proteínas coagulem e o mosto seja esterilizado. Nesta etapa também é adicionado o lúpulo, responsável por fornecer amargor e aroma característico à cerveja.
Decantação - O mosto fervido passa por um processo de decantação onde as proteínas coaguladas no processo anterior são depositadas no fundo do equipamento, enquanto o mosto límpido é retirado pela parte lateral/superior. 35
A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
Resfriamento do Mosto - O mosto é resfriado a temperaturas baixas (7 a 12 graus) dependendo do tipo de fermentação que vai sofrer e do tipo de levedura a ser utilizado. Após ser resfriado, a levedura (fermento) é inoculada e a mistura é colocada em um tanque para ser fermentada. Fermentação - Durante alguns dias os açúcares do mosto são consumidos pela levedura, e são transformados em álcool e CO2, além de calor. Estes tanques possuem temperatura controlada para que a fermentação seja sempre homogênea. A fermentação pode ocorrer entre 8 e 15 graus aproximadamente, levando de 2 a 20 dias, dependendo da cerveja a ser fabricada. Maturação - O mosto fermentado é agora chamado de cerveja verde. Ela é maturada em baixas temperaturas (zero graus ou menos) por período que pode levar algumas dias ou semanas. Nesta fase, algumas substâncias ainda são transformadas pela levedura em suspensão na cerveja, além de haver separação da levedura da cerveja (decantação ou flotação), incorporação de CO2 e retirada de alguns gases formados durante a fermentação. Filtração - A cerveja maturada é filtrada para que se torne límpida e brilhante, como a que conhecemos nos bares. Nesta fase é ainda adicionado mais CO2 e podem ser adicionados estabilizantes de espuma e coloidal além de antioxidante.
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Envasamento - A cerveja, após a filtração, é acumulada em tanques que alimentam as linhas de envasamento. As linhas podem ser de latas, garrafas retornáveis (600 ml no Brasil) e garrafas descartáveis. Em todas elas a cerveja é embalada com o máximo de cuidado para que não seja incorporado oxigênio dentro do frasco onde será acondicionada. Após embalada, a cerveja é pasteurizada para que possa ter estabilidade microbiológica durante os meses que poderá ficar armazenada.
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A FABRICAÇÃO DA CERVEJA
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CapĂtulo 4
CERVEJA E A GASTRONOMIA
CAPÍTULO 4
CERVEJA E A GASTRONOMIA A harmonização da cerveja na gastronomia Sempre reconhecemos os vinhos como bebidas complexas, de características diversas e como bons acompanhamentos de refeições elaboradas. As cervejas, por outro lado, nunca tiveram a harmonização como principal ponto forte, mas isso vem mudando bastante nos últimos tempos no Brasil. O aumento do consumo e da relevância das cervejas artesanais explodiu a diversidade dessas bebidas. Hoje é possível encontrar cervejas de todos os tipos e com características como aroma, corpo, espuma, amargor e clareza bastante específicas. Se precisar, você mesmo ainda pode fazer a bebida do jeito que desejar para combinar com um prato. Por isso, vamos falar sobre como as cervejas artesanais podem ser harmonizadas com refeições. Depois disso, você nunca mais vai escolher a cerveja errada para aquele jantarzinho especial.
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CERVEJA e o Seu Vasto Universo
Como funcionam as harmonizações? Existem três maneiras de você fazer a harmonização de cervejas e comidas sem errar, a primeira delas é pelo contraste de sabor entre a refeição e bebida; a segunda, por semelhança entre eles e a terceira, por corte. Vamos explicar cada um melhor abaixo, mostrar algumas regrinhas de harmonizações e deixar alguns exemplos pra vocês. 41
CERVEJA E A GASTRONOMIA
HARMONIZAÇÃO DE CERVEJAS como é Altamente gaseificada, com sabor suave e refrescante. Leve sabor de malte, com baixo a médio amargor do lúpulo. A aparência é turva e tem o sabor proeminente da levedura. Robusto aroma de lúpulo e média amargura. Um perfil de lúpulo amargo do início ao fim. Malte com amargor de lúpulo equilibrado. Malte acentuado com toques de caramelo. Malte escuro com sabores de caramelo e toffe Malte de chocolate com leve torrado no final. Sabor fotemente torrado. Toques de café.
com que
porter
Frango, frutos do mar, queijos e aromas de limão. Doces, quentes ou apimentadas. Sabores ácidos e picantes como mostarda, picles e raiz forte. Picantes, defumados ou aromáticos. Salgados, apimetados, frituras e hamburgueres. Hamburgueres, asas de frango apimentadas e hamburgueres. Alimentos picantes e defumados. BBQ, frango e carne bovina. Queijo, hamburgueres, frutos do mar e carne de porco. Porco salmão, grelhados, salsichas, carne vermelha, peixe e bacon.
stout
Porco salmão, grelhados, salsichas, carne vermelha, peixe e bacon.
pale lager blonde ale hefeweizen pale ale ipa amber ale irish red ale brown ale
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CERVEJA e o Seu Vasto Universo
HARMONIZAÇÃO POR CONTRASTE Na harmonização por contraste você irá escolher uma combinação de pratos e cervejas que tenham características bem opostas, respeitando um equilíbrio entre ambas. Dessa maneira você irá conseguir valorizar ambos os sabores, complementandoos. Exemplos de combinações: carnes de gostos fortes, como carrè de carneiro ou carnes de cordeiro, massas com molho de gorgonzola harmonizam bastante bem com cervejas com bastante malte na fórmula, como as de estilo Dunkel, Brown Ale e Bock.
HARMONIZAÇÃO POR SEMELHANÇA Já a harmonização por semelhança ocorre quando as características do prato estão afinadas com as notas da cerveja. Dessa maneira, o sabor da cerveja entra em equilíbrio com o prato e vice-versa. Exemplos de combinações: pratos com carnes leves como as carnes de aves, peixes e as saladas harmonizam muito bem com as cervejas mais leves e refrescantes. Cervejas como as Pilseners, Belgian Pale Ale, American Lagers, Witbier e Weizenbier são bastante indicadas por serem leves e refrescantes. 43
CERVEJA E A GASTRONOMIA
HARMONIZAÇÃO POR CORTE Nesse tipo de harmonização são feitas combinações em que a característica da cerveja, por exemplo, neutraliza um outro atributo da comida. Pratos gordurosos, nesse caso, estarão muito bem acompanhados de uma cerveja com maior carbonatação. Exemplos de combinações: para pratos bastante condimentados como os burritos, por exemplo, ou pratos da culinária baiana cervejas como as American India Pale Ale, American Pale Ale, Session IPA seriam ideais. Existem muitos benefícios em prestar atenção às harmonizações de cervejas e comidas, mas com certeza o melhor deles é proporcionar uma experiência gastronômica de melhor qualidade, que seja marcante. Lembrem-se que isso pode proporcionar uma promoção no trabalho, ou até mesmo uma nova parceria romântica! As harmonizações fazem parte do universo das cervejas artesanais, que é riquíssimo em detalhes, história e satisfação.
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CERVEJA E A GASTRONOMIA
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CapĂtulo 5
CERVEJA E O SOCIAL
CAPÍTULO 5
O SOCIAL E A CERVEJA A cerveja é uma bebida que promove muito a interação entre as pessoas. Basta dar uma volta pela cidade e perceber que dificilmente alguém consome cerveja sozinho. O professor Jason Kawall, no livro Cerveja e Filosofia, defende a importância do álcool na socialização e formação de amizades. Para o especialista, histórias compartilhadas moldam a amizade e fortalecem laços. Ela traz cumplicidade entre as pessoas. Por isso ela se encaixa tão bem com o futebol, que também é um elemento que impulsiona a sociabilidade. É comum apenas de se fazer um comentário breve sobre uma partida, nascer uma amizade entre torcedores. Afinal ambos, estejam torcendo para o mesmo time ou não, compartilham de um mesmo interesse. Segundo o professor-doutor da Universidade Federal Rural do Rio de janeiro, Édison Gastaldo, em um estudo chamado “Futebol e sociabilidade: apontamentos sobre as relações jocosas Futebolísticas” o futebol é um grande formador de amizades. “Basta perguntar a um homem qualquer qual o seu time para começar uma conversa que pode se alongar indefinidamente, 48
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sem que em qualquer momento se corra o risco de uma indiscrição ou constrangimento, uma vez que – por passionais que sejam os torcedores – nada que afete o self está em questão.” O Chef Fabio Almeida, sócio fundador do A Propósito Food Service, restaurante na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, concorda com o professor, e diz que as bebidas e o esporte em geral são grandes socializadores. “Um deixa as pessoas mais soltas, o outro promove identificação rápida. É bom até para quem quer paquerar”. Fabio também destaca que, embora o restaurante ofereça outras bebidas como vinhos nacionais e importados, os amantes de uma boa cerveja não abandonam a bebida preferida. Mas lembre-se que, com relação às bebidas alcoólicas, é sempre importante o consumo moderado, e nunca consumir quando estiver ao volante. E você? Já tomou a sua gelada hoje? 49
CERVEJA E O SOCIAL
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CURIOSIDADES • Há registro de fabricação de cerveja 3400 a.C., ou seja, 400 anos antes da invenção da roda, marcada em 3000 a.C. • O primeiro povo a desenvolver a escrita foi o sumério. De acordo com os registros históricos, receitas de cervejas e transações comerciais foram criptografadas no barro. • Aliás, no Império mesopotâmico foi escrito o Código de Hamurábi, por volta de 1730 a.C. Um dos artigos desse código previa o afogamento do cervejeiro em sua própria bebida, caso ela fosse intragável. • Na sociedade babilônica, o cervejeiro era um homem de reputação, dispensado do serviço militar sob a condição de suprir o exército com a sua bebida. Nos bordéis, cada prostituta produzia sua cerveja para oferecer aos clientes. • O mais antigo registro encontrado sobre uma cervejaria diz que em Tebad (Egito), em 3400 a.C., eram fabricados dois tipos da bebida: a cerveja dos notáveis e a cerveja de Tebas. • Cerveja era o pagamento para os trabalhadores que construíram as pirâmides de Gizé: 4 litros por dia. Cerveja era considerada alimento, por isso até hoje é conhecida como o “pão líquido”. 51
CERVEJA E O SOCIAL
• A cerveja salvou muitas pessoas da peste negra na Europa, no século 14. Abades, fabricantes da bebida, mandavam seus fiéis substituí-la pela água – como graças ao álcool ela era menos contaminada que a água, deu certo. E muitos abades foram canonizados por salvar a vida de milhares de pessoas. • A pasteurização só existe por causa da cerveja. Em suas pesquisas sobre a transformação do açúcar em álcool, Louis Pasteur acabou descobrindo o processo, registrado em um livro chamado “Estudos sobre a Cerveja”. • A primeira bomba hidráulica, criada por Joseph Bramah, em 1785, foi feita para retirar cerveja dos barris.
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Glossário Albergue: é um tipo de Fermentação: um proacomodação que se ca- cesso de origem naturacteriza pelos preços ral realizado através convidativos. de certas reações que partem da ação de alAntioxidante: uma mo- guns compostos orgâlécula capaz de inibir nicos. De forma geral, a oxidação de outras trata-se de uma oxidamoléculas. ção parcial dos grãos. Cevada: uma gramínea cerealífera que fornece uma farinha alimentícia e o produto resultante da germinação artificial dos grãos; é utilizado na fabricação da cerveja.
Levedura: cogumelo unicelular que produz a fermentação alcoólica das soluções açucaradas ou que faz fermentar a massa do pão.
Lúpulo: planta trepaColoidal: grãos muito deira alta cultivada por finos de qualquer ma- seus frutos escamosos, téria (pó) (colóide). semelhantes às pinhas. 54
Malte: produto que resulta da germinação artificial e posterior dessecação de cereais e que pode ser usado para a produção de cerveja ou outros alimentos. Pasteurização: processo de variação de temperatura realizado em alimentos, com o objetivo de destruir microrganismos patogênicos que possam estar na composição do produto alimentício.
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Bibliografia http://www.acerveja.com.br http://www.bebidaexpressblog.com.br https://www.opabier.com.br http://www.ocaneco.com.br https://www.hominilupulo.com.br http://www.umabira.com.br
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