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PPP: PROJETO DE PESQUISA EM PROCESSO
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Paradigmas e antecedentes ambientais Subterrâneos
projeto projeto de pesquisa; de pesquisa; dinâmica dinâmica temporal; temporal; vestígios. vestígios.
paradigmas paradigmas e antecedentes e antecedentes ambientais ambientais subterrâneos subterrâneos
PPP:PPP: PROJETO PROJETO DE DE PESQUISA PESQUISA EMEM PROCESSO PROCESSO
Fragmento da tese com caráter mais temporal que espacial, é aqui que se pode olhar o passado. Confrontar um objeto com a passagem, irremediável, do tempo. Passagem que deixa rastros, abandona restos. E como essa tese se preocupa com o reconhecimento e leitura de restos, explicitar os vestígios encontrados nesse movimento é consequência natural e bem-vinda. Uma pesquisa, de qualquer natureza, se caracteriza e se configura pela ação continuada e desencadeada de informações encontradas e articuladas dentro do tempo. Acumulação e seleção do conhecimento na dinâmica do tempo. Um processo que constrói e modifica, simultaneamente, um conhecimento acumulado. A passagem do tempo tenciona essa ação ambivalente de construção e “destruição” do conhecimento. No caso específico deste trabalho, a própria pesquisa para o desenvolvimento da hipótese de doutorado sofre estas ações, deformações, alterações, substituições, transformações, supressões, adições, inversões, conversões, continuações, marcações durante a passagem do tempo. Um dos vestígios deixados como registro e possível lugar de reconhecimento desses acontecimentos é o Projeto de Pesquisa. Instrumento tradicional e recorrente nas pesquisas acadêmicas em todos os níveis, o Projeto de Pesquisa se presta, muitas vezes, como guia e estruturador metodológico do ato de pesquisar, tanto para o pesquisador envolvido, quanto para seus pares que o acompanham de alguma forma. Normalmente submetido a diversas modificações, por motivos também diversos, o Projeto de Pesquisa vai se transformando e se ajustando conforme o tempo vai passando. Mais corriqueiro ainda é seu desaparecimento às vésperas da finalização e conclusão da pesquisa, o que é obviamente natural e esperado, pois são os resultados a que o pesquisador chegou que se pretendem mostrar e compartilhar. Mas como nessa tese se pretende também, como parte da própria hipótese, a especulação e discussão metodológica, nada mais adequado e pertinente que manter esse processo visível e ao alcance do leitor, no mesmo nível que os demais assuntos pesquisados.
O que segue abaixo é o Projeto de Pesquisa desta tese, no estado em que se encontrava no meio do caminho cronológico previsto para o desenvolvimento da pesquisa. Para mantermos a cientificidade do registro, precisamente no dia 14 de outubro de 2014.
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Olhar no tempo e ver algo que foi, que já não é. Não é em sua totalidade, pois as questões fundamentais continuam presentes, ainda.
Universidade Presbiteriana Mackenzie Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo Curso de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo
Doutorando: Ricardo Luis Silva Orientadora: Profª. Dra. Maria Isabel Villac
Projeto de pesquisa – Seminário de Tese 2: Elogio à inutilidade: reconhecimento e apropriação do inútil na metrópole contemporânea.
São Paulo
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2014
Ricardo Luis Silva
Professora Dr. Gilda Collet Bruna Projeto de Pesquisa – Seminário de Tese 2: Elogio à inutilidade: reconhecimento e apropriação do inútil na metrópole contemporânea.
Projeto de pesquisa apresentado como parte
do
processo
de
avaliação
do
Seminário de Tese 2 do Programa de PósGraduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
São Paulo 2014
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Aproximação ao Tema São Paulo é uma personagem fantástica que, típica e particular como outras em contos de Poe, Borges ou Calvino, sempre me fascina e me inquieta. Sempre que me percebo dentro dela, sinto uma corporificação do Sublime, uma devoção tão intensa que, magneticamente, conduz as percepções do espaço a um outro nível. O corpo percebe este espaço tão real e tão fantástico. Impossível dizer com quais sentidos, ou se com algum sentido racional. A cidade se apresenta tão familiar, tão estranhamente familiar, que as formas tradicionais de leitura da minha profissão não satisfazem mais esta mente/corpo impactada. Ler este território, como forma de habitá-lo, reterritorializá-lo, não me parece suficiente com as ferramentas apenas da disciplina arquitetônica. Outras forças teriam que atuar nesse movimento de leitura da Metrópole. Isso foi feito durante o processo de pesquisa da dissertação de mestrado. Uma Odisseia Paulistana: Uma documentação retroativa sobre o São Vito. Uma argumentação em 26 partes, partes alfabéticas, nebulosas, rizomatizantes. Uma procura por uma maneira racionalizada de abarcar o Sublime Urbano. Uma leitura. Um alfabeto. Não “o” alfabeto, mas “um” alfabeto. Uma maneira. Já um bom tempo depois, passados os esgotamentos do corpo e da mente, o assunto ainda não parecia nem perto de esgotado dentro da minha relação corporal com a Metrópole. A prática de tais leituras, agora acompanhada dos meus alunos, intensificavase e apresentava constantemente outras possibilidades. Mas, apesar de toda variação, um elemento sempre se apresentava constante: o cotidiano. A presença irrefutável e imperativa da coisa cotidiana, do comum, do ordinário, do banal, do desnecessário, do inútil. Foi novamente a partir da percepção desta outra personagem fantástica, a inutilidade (funcionalista) das coisas ordinárias, é que esta mente/corpo fez novamente um movimento conceitual e teórico. Um passo deveria se dado novamente. Mas não adiante, e sim um passo atrás. Percebi durante as leituras da metrópole realizadas com os alunos que, novamente, os instrumentos tradicionais de representação não seriam satisfatórios para aceitar e incorporar o inútil cotidiano da Metrópole. A questão era: como representar esses elementos muitas vezes desconsiderados na arquitetura? Como incorporar o banal e o inútil nas leituras e, consequentemente, nas representações destas investidas urbanas? Era preciso encontrar o rastro, mantendo a lógica errante e caminhadora do
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autor, de outros leitores dessa banalidade. Como estes outros leitores urbanos, como eu, apropriavam-se do conceito de inutilidade e de banalidade do cotidiano? Eis-nos aqui... Erremos! Tema (Pertinência) Inútil. Talvez uma sentença de morte em nossa sociedade capitalista. A Inutilidade é prima da Preguiça. Pecado capital. A oposição ao trabalho. Por isso, a Preguiça é meia irmã do ócio. O trabalho, o neg-ócio, contrapõe-se ao ócio. O trabalho e o suor engrandecem o homem, minimizam sua culpa, seu pecado. O trabalho é o pagamento do pecado. O ócio é pecado, o mal amado, o desprezado, o marginalizado em nossa sociedade industrial. Se o homem trabalha, ele prospera, ele progride, ele evolui. Se ele não trabalha, é preguiçoso, é vadio, é inútil, atrapalha. A sociedade aprendeu a transmitir essa depreciação aos seus objetos, suas arquiteturas, sua cidade. Tudo a nossa volta deve servir para alguma coisa. O que não serve é descartado, deixado de lado, marginalizado. Servir. Ser útil. A sociedade do espetáculo (DEBORD, 1997) exige servidão. Funcionalidade. Mas a sociedade está esquizofrênica (DELEUZE, 2004). A mesma sociedade que prima pela utilidade, resiste em refugiar-se no desejo, na liberdade, no prazer. O estresse do trabalho é compensado, ou reduzido, em mais atividades ou utilidades. O lazer é útil, funcional. Na sociedade industrial produzimos inclusive no tempo livre (MARCUSE, 1979). E a possibilidade do ócio? Do não fazer nada? Do perder tempo? Pois, para que percebamos o Espaço, é preciso Tempo. É preciso perder tempo para o corpo assimilar o espaço. O Espaço por si só é racional e objetivo, ele é dimensional (NORBERG-SCHULZ, 1980). Um dar-se tempo é tornar o espaço subjetivo e irracional. Só assim é possível construirmos afetos e relações com o espaço. Humanizamos o Espaço com o Tempo. Mas a sociedade industrial aprisionou essa liberdade. Deixamos de lado o tempo da contemplação (KEHL, 2009) e da reflexão livre. Perder tempo hoje é anti produtivo, é anti funcional. Aprendemos a nos relacionar com o outro, com as coisas e com os espaços, reduzindo ao máximo a variante Tempo na equação da subjetividade. A fórmula ditada pela sociedade industrial é: quanto menos Tempo melhor. Assim, perdemos aos poucos nossa subjetividade (SUBJEtividade – ser sujeito), nossa relação afetiva com o Espaço. Assumimos a objetividade (OBJEtividade – ser objeto), a
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racionalidade e a utilidade em todas as nossas ações. Mas a pergunta retorna, e a possibilidade do inútil? O homem pode buscar a liberdade, a possibilidade, a alternativa, a sublimação na inutilidade. É na inutilidade que o homem pode encontrar seu desvio, sua rota de fuga. A inutilidade permite a transformação do homem em sujeito (MARCUSE, 1979). É o homem-criança que inutiliza um carrinho de brinquedo, desmontando-o para explorálo, amputando sua utilidade primeira. É o homem-criança que se delicia com uma garrafa plástica cheia apenas de uma pequena pedra, deixando de lado seu chocalho colorido, tecnológico, multi funcional e propagandeado. É o homem-criança que vê na nuvem um coelho alado, no sofá da sala um castelo com seu rei. É o homem-criança que entra em êxtase ao trocar com o colega a figurinha que faltava na sua coleção. É o homemadolescente que explora o corpo, o sexo sem a menor intenção utilitária da função primeira de procriação da espécie. Onde estaríamos se a inutilidade não fizesse parte de nós? A inutilidade, ou a retirada inicial da utilidade de uma coisa, nos abre outras perspectivas, outras possibilidades, outros olhares sobre aquela coisa, sobre o mundo, sobre nós mesmos. Tornamo-nos sujeito. A possibilidade do inútil versus a determinação do útil. A inutilidade gera possibilidades de movimento, a utilidade encerra o discurso. Por isso é preciso resgatar a inutilidade. Elogiá-la. Tirá-la da marginalidade positivista e racionalista. É preciso, pelo menos, assumirmos sua possível existência momentânea. A inutilidade está aí, no nosso cotidiano. Nas nossas relações com os objetos, com nossos espaços. Está nas nossas arquiteturas-metrópoles. Mesmo 80 anos após a publicação da Carta de Atenas, com suas proposições funcionalistas para a formação das cidades modernas, e reconhecendo, empiricamente inclusive, sua fragilidade e incapacidade de, exclusivamente, dar as respostas necessárias à vida nas cidades, ainda analisamos, projetamos, construímos e vivenciamos nossas cidades a partir da premissa do utilitarismo. A cidade ainda é vista como uma gigantesca máquina. Uma máquina onde todas as pequenas engrenagens devem ser úteis para seu funcionamento geral. Onde qualquer possibilidade de inutilidade deve ser amputada para manter a máquina em perfeito, e inatingível, funcionamento. Se não serve, não é necessário, pode ser eliminado. Infelizmente, essa lógica ultrapassa a fronteira do existente e alcança as mentes propositivas da Metrópole. Evita-se ao máximo, mesmo contra os desejos mais latentes, a possibilidade da inutilidade. Reduzida à todo instante com o rápido pensamento: Mas isso
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serve para quê?. Tenta-se a todo instante buscar alguma utilidade positivista às ações e propostas arquitetônico-urbanas. E o outro? Porque não também a inutilidade? Pensar, em todas as instâncias da arquitetura urbana, nesses dois elementos conceituais, a utilidade e a inutilidade, não rigidamente opostas dicotomicamente, mas entrelaçadas. Então, seria possível entender a arquitetura, a metrópole, a partir da sua inutilidade? Seria possível construir uma representação da metrópole para além dos elementos utilitários? Como remover a carapuça do utilitarismo de nossas metrópoles? Como reconhecer a inutilidade dentro das cidades? Como apropriar-se do conceito de inutilidade? Como assumi-lo em nosso pensar/vivenciar a arquitetura/metrópole? Hipótese Talvez pensar e compreender, estudar e projetar a arquitetura e a cidade com a perspectiva do inútil. Dar-lhe o nome de Psicogeografia do cotidiano. Colocar-se na Metrópole como um Trapeiro-Colecionador. Assumir e assimilar o elogio à inutilidade: Das descobertas utilitárias (uma genealogia) dos Iluministas protofuncionalistas, Da antiarte dos Dadaístas, Da subjetividade inconsciente dos Surrealistas, Das Caixas-valises de Marcel Duchamp, Do Colecionador e do Estrangeiro de Walter Benjamin, Do Homem que joga de Johan Huizinga, Da reação ao funcionalismo da Fenomenologia da Percepção, Da Playtime do Meu Tio de Jacques Tati, Do preferiria NÃO de Bartleby de Herman Melville, Das Derivas e mapas psicogeográficos dos Internacional Situacionistas, Das Babilônias, velhas e novas, de Constant Nieuwenhuys, Das superestruturas pós-apocalípticas dos grupos utópicos nos anos 60, Dos sólidos modernos desmanchando no ar de Marshall Berman, Dos núcleos penetráveis Parangolés de Hélio Oiticica e colegas Neoconcretos, Das nesgas da cidade de Gordon Matta-Clark, Da grossura lúdica e sensível de Lina Bo Bardi, Da cidade genérica, delirante, descartável e gigantesca de Rem Koolhaas, Do nomadismo urbano de limites difusos de Toyo Ito,
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Da Diferença Rizomática dos Pós-estruturalistas franceses, Da Cidade Errante e dos Entre-lugares de Marta Bogéa e Igor Guatelli, Dos alegóricos roteiros turísticos para Buenos Aires de Jorge Macchi, Dos ... Discursos e diálogos sobre a inutilidade. Sobre suas possibilidades e ferramentas de apropriação. Sobre uma outra lógica de compreensão e construção da Metrópole. Uma outra postura. Uma postura de Trapeiro-Colecionador. Colecionar trapos, restos, vestígios do utilitarismo, fragmentos que afloram a inutilidade.
Objetivo Geral A meta que se pretende atingir com este trabalho, esta reunião de discursos e diálogos sobre a inutilidade, é explicitar, reunir e reforçar a possibilidade de apropriar-se do conceito de inutilidade na arquitetura como repertório possível para vivência e desenho do espaço urbano, como poder revolucionário além da racionalidade utilitarista dominante. Com isso, auxiliar a reflexão crítica sobre a produção e o enfrentamento da metrópole real contemporânea, intensificando os subsídios teóricos que possam levar à autonomia, desenvolvimento, ou mesmo formação do sujeito urbano contemporâneo, consciente e realmente livre com a vida na metrópole do século XXI. Objetivos Específicos Como elementos constitutivos dessa meta geral, se pretende: - Encontrar e reconhecer dentro da história crítica da sociedade e da arquitetura, tentativas de reflexão e, em alguns casos, o próprio conceito de inutilidade aplicado; - Fornecer um ferramental teórico-prático para a apropriação dos elementos disponíveis no território urbano dentro dos processos de reflexão e ação de projeto urbanoarquitetônicos (reflexão teórica construída junto com a ação projetual). Contribuindo, assim, com a leitura crítica da formação e desenvolvimento da cidade e intensificando o debate acadêmico e sua produção, ao estabelecer um contato com o próprio ensino de arquitetura e suas discussões conceituais;
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Referencial Teórico (Consistência) Este trabalho terá como base e acompanhamento teórico a construção de um cenário conceitual, conectando e costurando diversos textos e autores que trataram, ou ainda tratam, da formulação e/ou aplicação do conceito de inutilidade. A seguir estão colocados alguns deles: Para as descobertas utilitárias (uma genealogia), ver Os pioneiros do desenho moderno de Nikolaus Pevsner; Para a antiarte, ver Dadá: arte e antiarte de Hans Richter; Para a subjetividade inconsciente, ver O Surrealismo organizado por Jacó Guinsburg; Para as Caixas-valises, ver Apariencia desnuda: la obra de Marcel Duchamp de Octavio Paz; Para o Colecionador e o Estrangeiro, ver Passagens de Walter Benjamin; Para o Homem que joga, ver Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura de Johan Huizinga; Para a reação ao funcionalismo, ver Genius loci : towards a phenomenology of architecture de Christian Norberg-Schulz; Para a Playtime do Meu Tio, ver The Films of Jacques Tati de Michel Chion; Para o preferiria NÃO de Bartleby, ver Crítica e Clínica de Gilles Deleuze; Para as Derivas e mapas psicogeográficos, ver Apologia da Deriva: escritos situacionistas sobre a cidade organizado por Paola Berenstein Jacques; Para as Babilônias, velhas e novas, ver Constant’s New Babylon : the hyperarchitecture of desire de Mark Wigley; Para as superestruturas pós apocalípticas, ver Future City: experiment and utopia in architecture de Marie-Ange Brayer; Para os sólidos modernos desmanchando no ar, ver Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade de Marshall Berman; Para os núcleos penetráveis Parangolés, ver A invenção de Hélio Oiticica de Celso Favaretto; Para as nesgas da cidade, ver Gordon Matta-Clark: desfazer o espaço de Gabriela Rangel; Para a grossura lúdica e sensível, ver Lina por escrito: textos escolhidos de Lina Bo Bardi organizado por Marina Grinover e Silvana Rubino;
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Para a cidade genérica, delirante, descartável e gigantesca, ver S, M, L, XL de Rem Koolhaas e Bruce Mau; Para o nomadismo urbano de limites difusos, ver Escritos de Toyo Ito; Para a Diferença Rizomática, ver Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia vol. 01 de Gilles Deleuze e Félix Guattari; Para a Cidade Errante e os Entre-lugares, ver Cidade Errante: arquitetura em movimento de Marta Bogéa e Arquitetura dos entre-lugares: sobre a importância do trabalho conceitual de Igor Guatelli; Para os alegóricos roteiros turísticos para Buenos Aires, ver Psychogeography de Merlin Coverley; Tal referencial teórico, agora um cenário conceitual, foi organizado a seguir em um diagrama, uma espécie de linha do tempo. Entretanto, tal diagrama não foi organizado como seu nome inicialmente sugere. A linha do tempo não é uma linha, e sim uma grelha onde as conexões e sequências estão abertas para leituras diversas, não apenas cronológicas. Aqui fica clara a percepção rizomática das construções teóricas a que se propõe. Por exemplo, é possível construir uma linha conectável com Bartleby, de Herman Melville, Gilles Deleuze, Paola Berenstein Jacques e Hélio Oiticica e uma outra linha com os Surrealistas, Johan Huizinga, os Situacionistas, Hélio Oiticica e o Rizoma. Ao final da “grelha do tempo” consta uma breve descrição de cada referencial teórico, onde se apresenta uma primeira leitura possível sobre o conceito de inutilidade. Legenda da grelha do tempo:
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Número de catálogo 011 / 056 / 100
Para compreender a atual lógica utilitarista e territorializar os elogios à inutilidade, vem bem a calhar a apropriação de uma genealogia das descobertas e apologias feitas ao funcionalismo e o racionalismo desde a Iluminação, passando pelas revoluções industriais e o funcionalismo no desenho moderno.
003 / 035 / 064 / O Dadá não se estabeleceu como um movimento artístico, mas um 065 / 091
aglomerado de artistas que se propuseram a questionar, romper, estraçalhar, desmembrar e provocar o então estado da arte e da sociedade, inutilizando todos os paradigmas vigentes.
015 / 059 / 076 / “Entonces [los surrealistas parisinos] descubren en el andar un 096
componente onírico y surreal, y definen dicha experiencia como una ‘deambulación’, una especie de escritura automática en el espacio real capaz de revelar las zonas inconscientes del espacio y las partes oscuras de la ciudad.” (CARERI, 2003 pg. 22).
034 / 044 / 094 / “Una obra sin obras: [en la Caja Verde] no hay quadros sino el Gran 098
Vidrio, los ready-made, algunos gestos y un largo silencio.” (PAZ, 1995 pg. 16).
007 / 016 / 019 / “É isso que significa estar num local desconhecido, se mudar, se 033 / 038 / 060 / tornar um estranho [estrangeiro]: um jeito de fazer as coisas deixarem 075
de ser óbvias, de se tornar disponível para perceber o novo.” (PEIXOTO, 1987 pg. 82).
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Huizinga considera o jogo, a atividade lúdica e sem objetivos, como elemento constituinte do homem urbano contemporâneo, gerando uma outra categoria classificatória além do Homo Sapiens (que sabe) e do Homo Fabers (que trabalha). “Sendo totalidades qualitativas de natureza complexa, os lugares não podem ser definidos por meio de conceitos analíticos, ‘científicos’. Por uma questão de princípio, a ciência ‘abstrai’ o que é dado para chegar a um conhecimento neutro e ‘objetivo’. No entanto, isso perde de vista o mundo-da-vida cotidiana, que deveria ser a verdadeira preocupação do homem em geral e dos planejadores e arquitetos em particular.” (NORBERG-SCHULZ in NESBITT, 2006, pg. 445).
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028 / 030 / 049 / “[In Playtime] Our futurist world turns quickly into a hellish labyrinth 055 / 068 / 083
where Hulot, the sweet dreamer, can, unawares, sow total disruption!” (TATI in CHION, 2006 pg. 20). Pequena sinopse de Playtime que pode ser traduzida, considerando a proposta de provocadora do roteiro, como: Em Playtime nossa cidade racional e mecanizada se transforma rapidamente em um labirinto caótico onde Hulot, o doce sonhador, pode, sem querer, semear a total desorganização.
077 / 090 / 097 / “Observou-se que a fórmula I would prefer not to não era uma 103 / 104
afirmação nem uma negação. Bartleby não recusa, mas tampouco aceita, ele avança e retrocede.” (DELEUZE, 1997 pg. 82).
023 / 069 / 072 / “La ciudad descubierta por los vagabundeos de los artistas es una 078 / 082 / 101
ciudad líquida, un líquido amniótico donde se forman de un modo espontáneo los espacios otros, un archipiélago urbano por el que navegar caminando a la deriva: una ciudad en la cual los espacios del estar son como las islas del inmenso océano formado por el espacio del andar.” (CARERI, 2003 pg. 20).
012 / 020 / 036 / Projeto conceitual realizado nos anos 60, New Babylon de Constant 045 / 048 / 085 / Nieuwenhuys, integrante da Internacional Situacionista, reflete sobre a 095
hipermodernidade
e
a
fugacidade
encontrada
em
crescente
aceleração nas grandes cidades mundiais. O projeto baseia-se na efemeridade dos acontecimentos e na criação de situações urbanas em um território nômade e livre de nostalgias funcionalistas da cidade. 013 / 050 / 070 / Projetar o futuro = utopia. Na utopia e na experimentação dos grupos 088 / 093 / 102
arquitetônicos dos anos 60 e 70, o encarceramento da funcionalidade e a abertura para a especulação, livre e inútil.
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“Ser moderno é viver uma vida de paradoxos e contradições. É sentirse fortalecido pelas imensas organizações burocráticas que detêm o poder de controlar e frequentemente destruir comunidades, valores, vidas; e ainda sentir-se compelido a enfrentar essas forças, a lutar para mudar.” (BERMAN, 1986 pg. 13).
022 / 027 / 041 / “O espectador torna-se assim participante e propositor: [...] ver, sentir, 051 / 053 / 089
pisar, roçar a cor; ‘organificar’ o espaço; corporificar a cor. Nas cabines e labirintos [dos Penetráveis], faculta ao participante o exercício pletórico do jogo.” (FAVARETTO, 1992 pg. 66).
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010 / 042 / 054 / Em 1973, como integrante do grupo Anarchitecture, Gordon Matta 067
Clark desenvolve um projeto conceitual chamado Fake Estates (Falsas propriedades) onde compra 15 propriedades urbanas em Nova York (14 no Queens e 1 em Staten Island) por valores entre U$ 25,00 e U$ 75,00. Estes terrenos, com dimensões e proporções muito pequenas, são sobras de um zoneamento racional e excêntrico, deixados de lado ou abandonados pela sua inutilidade imobiliária.
004 / 008 / 043 / Lina Bo Bardi constrói uma arquitetura moderna brasileira altamente 073
referenciada na cultura popular, nos artefatos ordinários e em momentos
cotidianos
banais,
inúteis.
Seus
desenhos,
e
consequentemente, seus espaços, são lúdicos e convidam o corpo a contemplar, vivenciar, ficar um tempo. 006 / 029 / 066 / “The elevator – with its potential to establish mechanical rather than 079
architectural connections – and its family of related inventions render null and void the classical repertoire of architecture. Issues of composition, scale, proportion, detail are now moot. The ‘art’ of architecture is useless in Bigness.” (KOOLHAAS, 1995 pg. 500).
018 / 031 / 052 / “El concepto de casa para ella [muchacha nómada] está desperdigado 071
por toda la ciudad y su vida pasa mientras utiliza los fragmentos de espacio urbano [de Tokio] en forma de collage.” (ITO, 2000 pg. 62).
021 / 024 / 039 / “Ele [mapa] faz parte do rizoma. O mapa é aberto, é conectável em 058 / 061 / 062 / todas as suas dimensões, desmontável, reversível, suscetível de 074 / 080 / 087 / receber modificações 099 / 104
constantemente. Ele
pode
ser rasgado,
revertido, adaptar-se a montagens de qualquer natureza, ser preparado por um indivíduo, um grupo, uma formação social. Pode-se desenhá-lo numa parede, concebê-lo como obra de arte, construí-lo como uma ação política ou como uma meditação.” (DELEUZE e GUATTARI, 2004 pg. 22).
009 / 025 / 040 / “Espaços
entre
formas,
ou
formas
espaciais
entre
coisas
utilitariamente definidas, constituem agora campos para ações imprevistas, onde nem função nem forma são abandonadas, mas enriquecidas.” (GUATELLI, 2012 pg. 113).
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002 / 005 / 017 / Jorge Macchi utiliza a apropriação lúdica e aleatória do tecido urbano 032 / 084
da cidade de Buenos Aires, construindo um mapa psicogeográfico a partir de um placa de vidro quebrado colocada sobre o mapa geográfico da cidade e marcando pontos nestes percursos criados levando em consideração situações urbanas banais, como uma elegante composição de gomas de mascar amassadas no asfalto.
Método (Coerência) O método aqui utilizado será o rizomático (DELEUZE, 2004). Desde o processo de pesquisa, as buscas referenciais, a organização bibliográfica, até a redação e estruturação do texto, o método de intensas conexões e a assimilação da multiplicidade serão elementos estruturadores da maneira de pesquisar e da organização do conhecimento construído. Para isso, estabelecer, simultaneamente, uma caixa de ferramentas e um relicário. O que se propõe aqui é condensar num mesmo volume, no espaço e no tempo, diversos discursos, independentes uns dos outros mas conceitualmente conectados, como um rizoma, que tratem da inutilidade, de sua proposição, reflexão, transformação e até mesmo de sua utilização, que tomaram corpo durante o século XX. Num primeiro momento agrupá-los e conectá-los, como numa coleção (BENJAMIN, 2007). Uma coleção de discursos sobre o Inútil. Num segundo momento, num processo contínuo de vivência e experimentação da Metrópole, resgatálos, agrupados ou não, do relicário, do lugar do extraordinário, para apropriar-se do espaço real da Metrópole, transformá-los, ou mesmo restabelecê-los, em ferramentas de apropriação, máquinas de guerra (DELEUZE, 2004), objetos ordinários abertos à toda prova. Este processo de resgate dos discursos e posterior demarcação no território da Metrópole será continuamente construído e desconstruído pela percepção de um Estrangeiro (PEIXOTO, 1987), desterritorializado e ao mesmo tempo desterritorializante (GUATTARI, 1992). Colocar-se como um estrangeiro para, com este relicário/caixa de ferramentas em mãos, sair às ruas, andar, vivenciar o emaranhado urbano, a Metrópole. Registrá-la. Mapeá-la. Documentá-la. Reterritorializar os discursos. Dissipar momentaneamente a névoa utilitarista depositada sobre a Metrópole. Reconhecer as potências da inutilidade. Realçar
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a subjetividade constitutiva da arquitetura urbana. Produzir inutilidade e compor uma nova coleção, uma coleção de mapas. Não os tradicionais mapas cartesianos e métricos, mas sim mapas psicogeográficos (JACQUES, 2003). Mapas que se propõem a total inutilidade de localização geográfica precisa e mecanizada. Mapas gerados pelo corpo, com o corpo. Percepções espaciais que vão além da métrica apresentada. E nestes mapas psicogeográficos serão marcados e registrados os diversos lugares (NORBERGSCHULZ, 1980), e não lugares (AUGÉ, 2012), relacionados aos discursos e apropriações da inutilidade, criando uma cartografia conceitual e imagética da inutilidade na Metrópole. Uma cartografia do inútil, um elogio à inutilidade. E como um colecionador, toda esta cartografia será organizada de uma forma aberta (ECO, 2001), convidando o interlocutor a construir sua particular leitura, não estabelecendo uma sequência pré-determinada por número de páginas, eliminando a noção de começo, meio e fim, propondo apenas o meio (DELEUZE, 2004). Com isso, neste meio, os elementos colecionados poderão ser agrupados e conectados de acordo com a interlocução gerada com o leitor, criando múltiplas leituras e aprofundamentos do tema. Objeto Como representante desse universo conceitual proposto, onde serão apoiados e questionados tais elogios à inutilidade, o elemento que abarca a todas as características temáticas, referenciais e metodológicas, o conceito de Psicogeografia do cotidiano assume aqui o papel de objeto de estudo e campo potencial para apropriações estéticas, teóricas e experimentais como elemento fundamental para alcançar os objetivos propostos. A Psicogeografia apresenta-se como conceito de percepção do espaço urbano cotidiano nos textos panfletários do grupo Internacional Situacionista, nos anos 1960, principalmente os assinados por Guy Debord. O integrante argelino da IS Abdelhafid Khatib, em seu texto Esboço de descrição psicogeográfica do Les Halles de Paris publicado na revista IS #2 – 1958, descreveu a Psicogeografia como sendo “o estudo das leis e efeitos exatos do meio geográfico, conscientemente planejado ou não, que agem diretamente sobre o comportamento afetivo dos indivíduos” (KHATIB in JACQUES, 2003, p. 80).
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Estudo de caso – Campo de experimentação O utilitarismo domina grande parte do território urbano global. O enfoque aqui poderia ser dado em qualquer lugar habitado pelo homem. Mas como arquiteto, o campo onde tais elogios à inutilidade e a Psicogeografia se concretizam é a Metrópole; com m maiúsculo por se tratar de uma generalidade, não uma cidade em especial, mas qualquer uma inserida no sistema capitalista de trabalho e consumo. Mas para manter uma reflexão aprofundada sobre o que se pretende, é necessário realizar uma escolha, um recorte. Retomar e ampliar o que foi pesquisado durante a dissertação de Mestrado, onde se propôs realizar uma leitura da metrópole com ferramentas conceituais alternativas, tendo como resultado uma documentação rizomática e aberta da cidade de São Paulo. Uma escolha científica, mas ao mesmo tempo, afetiva. Pois fui afetado e invadido por ela. O recorte escolhido neste momento é a São Paulo XL (KOOLHAAS, 1995), a megacidade brasileira, mais especificamente o seu centro expandido. Esta pequena porção do território colossal da cidade delimitada pelo chamado “mini anel viário”, composto pelas marginais Tietê e Pinheiros, mais as avenidas Salim Farah Maluf, Afonso d'Escragnolle Taunay, Bandeirantes, Juntas Provisórias, Presidente Tancredo Neves, Luís Inácio de Anhaia Melo e o Complexo Viário Maria Maluf. Neste
território
extremamente
rico
em
situações
urbanas,
território
polifônico
(CANEVACCI, 2004), que se delimita por uma razão utilitarista (a operação horário de pico – rodízio de automóveis conforme numeração da placa), serão reconhecidos espaços e situações mencionados nos diversos elogios à inutilidade. A seleção será vasta: nesgas territoriais, vias-moradias, arquiteturas abandonadas/ocupadas, espaços nômades, habitantes nômades, sinalizações urbanas e humanas, paredes/empenas/corpos cegos, marcos históricos oficias/marginais/colaterais, vazios cheios e cheios vazios, sons e cheiros urbanos, planos incompreensíveis de avenidas de circulação humana e mecânica, coletivos virtuais de apropriações reais, etc. Enfim, a inutilidade latente e a utilidade insistente neste pequeno território colossal colocadas como personagens de um emaranhado diálogo entre os conceitos teóricos e possíveis apropriações urbanas.
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